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NÃO ESTÁ SENDO FÁCIL PRA NINGUÉM
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R EVI STA AUTI SMO
Ilustração: Bia Raposo -
é pai do Gabriel (que tem autismo) e da Thata, casado com a Grazy Yamuto, fundador do Adoção Brasil, criador do app Matraquinha, autor e um grande sonhador.
@biabiaraposo
Wagner Yamuto
Segundo os especialistas, as rotinas trazem mais conforto e segurança para que nossas crianças não precisem lidar com o inesperado e desde o começo ficou muito clara a importância delas em nossas vidas. Conseguimos seguir rotinas? Quase sempre, mas existem fatores externos que não conseguimos controlar e esse é o problema. Hoje o Gabriel tem 12 anos, as terapias fazem parte de nossas vidas há 10 anos, e sempre procuramos trabalhar com a principal dificuldade que ele possui: as interações sociais. “Bom dia.” “Boa tarde.” “Boa noite.” “Tudo bem?”
“Tudo, e com você?” Pois bem, em março de 2020, o mundo foi surpreendido por uma pandemia cuja principal ferramenta de contenção é o distanciamento social. Agora, me diga, como explicar para o meu filho que tudo o que ele fazia antes tem que ser feito de outro jeito? Os abraços e apertos de mão, que ele tanto adora, devem ser feitos à distância com um breve acenar, ou o famoso “soquinho”, ou a batida de antebraço. Aos 5 anos de idade, meu filho abraçava manequim de lojas. Você tem ideia do que é isso? Ele também frequentava uma escola regular e que, de forma repentina, foi excluída de sua rotina, assim como as terapias, as visitas à casa da vovó, vovô, tios e amigos...