SOPHIA MENDONÇA é jornalista, escritora, apresentadora e mestranda em comunicação social. Foi diagnosticada autista aos 11 anos, em 2008. Mantém o site “O Mundo Autista” no Portal UAI, é autora de sete livros, incluindo “Outro Olhar” e “Neurodivergentes”.
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DE JUNHO Em debate, o Dia do Orgulho Autista
uando o autismo entrou na sua vida? Na maioria das vezes foi a partir de então que ele começou a existir para as pessoas. Entretanto, em 1906, o psiquiatra Plouller introduziu o termo em estudos da demência, em 1911 o termo “autismo” foi empregado pela primeira vez pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler e, em 1943, o autismo foi descrito pela primeira vez como um distúrbio, pelo médico Leo Kanner. O aut ismo aparece no DSM-I (sigla em inglês para a primeira versão do Manual 24
R EVI STA AUTI SMO
de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais), datado de 1952, como um sintoma da “Reação Esquizofrênica, tipo infantil”, categoria na qual são classificadas as reações psicóticas em crianças com manifestações autísticas (APA, 1952). Mais tarde, em 1980, referindo-se a uma categoria diagnóstica, ou melhor, uma subcategoria dos
Transtornos do Desenvolvimento, o autismo foi descrito e incorporado ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-III, sendo adicionado à Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), da Organização Mundial da Saúde, em 1993. Já a síndrome de Asperger foi identificada pela primeira vez em 1944 e incorporada pela Associação Americana de Psiquiatria em 1993. Em 2013, a quinta edição do manual (DSM-5) criou a denominação Transtorno do Espectro Autista (TEA), que englobou a síndrome de Asperger e o autismo em um mesmo “guarda-chuva” de diagnósticos (o que acontecerá também com a nova versão da classificação de doenças, a CID-11, que passará a valer no início de 2022).