FRANKLIN FAÇANHA é professor universitário e consultor educacional, pesquisador em direito e educação inclusiva, advogado cível e empresarial, com master in law (LL.M) em direito corporativo, especializado em direito do consumidor, direito e processo civil, em docência e metodologia da pesquisa científica e em neuroeducação e especializado em informática educativa. #RESPECTRO
ALFABETIZAÇÃO, AUTISMO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA Entre o mundo real e o ideal Ilustração: Samanta Paiva
mportante é lembrar que para cobrar algo é necessário conhecer esse algo. Cada autista tem suas próprias peculiaridades, sendo necessário um acompanhamento multidisciplinar integrado com a escola. Ocorre que esta, de longe, é a realidade de muitas famílias brasileiras de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em idade escolar. Pois bem, entre o mundo real e o mundo ideal existe uma distância muito grande.
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R EVI STA AUTI SMO
Neste contexto, o processo de alfabetização de uma criança típica é completamente diferente do processo de uma criança atípica, haja vista suas peculiaridades dentro do espectro. Somente os profissionais que possuem capacitação e um olhar treinado, baseado em evidências científicas, serão capazes de intervir na educação e tratamento de pessoas com autismo, por serem capazes de reconhecer tais peculiaridades e propor as adaptações necessárias para garantir o ensino-aprendizagem na escola regular. Como dito, o ideal e o real nem sempre caminham juntos, e esta é
a realidade da educação inclusiva no Brasil. Mas, será que você sabe os princípios da educação inclusiva? Sabe por que não conseguimos aplicar o modelo de inclusão total? Sabe como se dá o modelo de integração entre métodos terapêuticos e metodologias de ensino na alfabetização? Como aplicar a metodologia ABA na escola? Pois é, os professores do ensino regular, da educação básica e das outras etapas de ensino, também não sabem, pois isto não faz parte da formação acadêmica, tanto no