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matraquinha pág
C O L U N A
Matraquinha
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Wagner Yamuto
é pai do Gabriel (que tem autismo) e da Thata, casado com a Grazy Yamuto, fundador do Adoção Brasil, criador do app Matraquinha, autor e um grande sonhador.
matraquinhaofi cial @matraquinhaofi cial matraquinha matraquinha.com.br
REVISTA AUTISMO 10
@biabiaraposo Ilustração: Bia Raposo -
OU VOCÊ GOSTA DE BRIGADEIRO OU ESTÁ ERRADO
Recentemente foi aniversário do meu fi lho Gabriel, ele acaba de completar 13 anos e com o fi m da pandemia conseguimos reunir a família para comemorar essa data muito especial.
O tema deste ano foi a Patrulha Canina, um desenho com fi lhotes de cães que precisam salvar o dia das armações de um prefeito malvado, de problemas ambientais e até mesmo encontrar um bolo de aniversário perdido.
Apesar da idade dele, o conteúdo infantil ainda é o preferido, por outro lado, o Naruto, personagem de anime para adolescentes, começou a surgir em sua playlist.
Neste ano a experiência foi incrível, pois pela primeira vez ele participou ativamente da criação da festinha de aniversário: ele escolheu o bolo, os doces e os enfeites. Os ensaios para cantar os parabéns começaram semanas antes com a ajuda da irmã caçula, a Thata.
Mesmo sem falar por causa da apraxia da fala. ele se esforça e vez ou outra saem algumas palavras com um som familiar.
O grande dia chegou, ele mesmo escolheu a roupa e desta vez preferiu ir de chinelo do tipo slider, aqueles que não possuem aquelas tiras que divide o dedão dos demais dedos e que, de
#AutistaEmTodoLugar
meias, dão uma aparência bem assustadora, como diz a minha filha. O dia estava liberado e quando digo isso me refiro aos quitutes e doces. O que estivesse na mesa do bolo poderia ser comido por qualquer um, inclusive por ele, que percebeu logo e não deixou passar batido. Chegou o momento mais esperado, nos posicionamos à mesa e a cantoria começou, ele juntou os braços ao corpo, levantou levemente os antebraços e começou a bater palmas que estavam incrivelmente sincronizadas com pequenos saltos e um sorriso jamais visto em seu rosto. Em alguns momentos ele olhava para a irmã, para minha esposa e para mim com aquele baita sorriso de alegria.
Noutros, ele observava a família cantando, gritando, assoviando, batendo palmas, fazendo aquela festa que ele tanto merecia.
“... É pique, é pique
É pique, é pique, é pique
É hora, é hora É hora, é hora, é hora Rá-tim-bum!...”