A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega - Albert Einstein
ÍNDICE O QUE É?
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PIONEIROS
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CAPA
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O que é fé? O que é ciência?
Santo Agostinho: a relação entre fé e razão Evolução, criação ou obra de um designer?
SER CIENTISTA
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PERFIL
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CIÊNCIA NA BÍBLIA
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NA MÍDIA
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É possível ser cientista e cristão? Crer em Deus e na ciência?
Cientista que crê: Karl Heinz Kienitz
O que o livro mais vendido no mundo tem a nos dizer
A temática fé e ciência já ganhou espaço em blogs
HISTÓRIA DA TERRA 22 Dinossauros, lenda ou realidade?
ARTIGO
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SAIBA +
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EINSTEIN E = m.c²
Dicas de filmes e livros
EDITORIAL
Ao longo dessas 28 páginas, você, leitor (a), terá a oportunidade de conhecer mais sobre a relação entre a fé e a ciência, mas pelo ponto de vista do diálogo. Durante as matérias você poderá perceber que abordamos o ponto de vista científico e o da fé sobre o mesmo tema. A proposta da revista Bereshit é justamente essa: mostrar que, diferente da mídia convencional, a fé e a ciência não se contradizem, pode haver um diálogo entre as duas, que acreditar em Deus não significa abrir mão de métodos científicos, nem de pesquisa, nem de investigação. Começamos esclarecendo o significado da fé e o da ciência, e a importância de ambas para a sociedade. Apresentamos um dos pioneiros do estudo da fé, Santo Agostinho, como ele abordava essa questão e como seus ensinamentos são válidos até os dias atuais. Nessa edição, você irá conhecer um pouco mais sobre os dinossauros, porém de uma maneira diferente, pela visão bíblica. Além de contar aquilo que a ciência já descobriu, fomos além e buscamos evidências bíblicas da sua existência. Não poderíamos falar do diálogo entre a fé e a ciência sem mostrar exemplos reais de cientistas que creem em Deus e não abrem mão de trabalhar com o que amam, de pessoas que se sentem tão à vontade em um laboratório como em uma igreja. O destaque dessa edição, fica por conta da matéria de capa que apresenta as
EXPEDIENTE
três principais teorias que se propõem a estudar a nossa história: Evolução, Criacionismo e Design Inteligente. Qual a origem de cada uma delas e no que se diferenciam. A Bereshit irá te apresentar a base dessas teorias. Outro destaque dessa edição é a matéria que aborda a ciência nas Escrituras, já que quando a Bíblia foi escrita ainda não existiam termos científicos como átomo, próton, células, etc, e nem equipamentos que pudessem medi-los. Será que a Bíblia pode ter antecipado descobertas científicas? Essa edição também irá te apresentar dois dos mais conhecidos blogs que abordam a temática fé e ciência: “Criacionismo” e “Darwin e Deus”. Também preparamos algumas sugestões de livros para você que deseja se aprofundar ainda mais no assunto. Tenha liberdade para conhecer outro ponto de vista, longe de conceitos pré-estabelecidos que veem apenas conflito, em algo que pode se tornar um diálogo pacífico. Esperamos que a Bereshit te leve “a pensar fora da caixa”! Como diria um dos teólogos cristãos mais respeitados desse século, com pós-doutorado em biofísica molecular e doutorado em teologia pela Universidade de Oxford, Alister McGrath, “Abraçar a fé cristã não implica cometer suicídio intelectual”. Pense nisso e tenha uma boa leitura!
Jornalista responsável: Rafaela de Almeida Garcia Redação: Rafaela de Almeida Garcia Projeto Gráfico/diagramação: Paula Carolina Rabelo Vinhas Imagens: Banco Freepik
O QUE É?
O que é fé?
Saiba o que é fé para cristãos e muçulmanos “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. Essa é a principal descrição do que é fé segundo a carta aos Hebreus, no primeiro versículo do capítulo 11 (Nova Versão Internacional). A palavra “fé” tem duas origens: pistia e fides. Pistia é derivada do grego e significa ‘acreditar’. Esse é o significado mais comum, porém não o mais completo. Porque não basta crer, é preciso compreender a razão pela qual se acredita em algo, está é chamada a fé racionada. A segunda origem da palavra fé vem do latim fides, que vai além de acreditar, também agrega o conceito de fidelidade, ou seja, é necessário que se seja fiel ao objeto da fé. Falando em fé religiosa, estamos falando em Deus, seguindo esse conceito, é necessário ser fiel a Deus e seguir os seus preceitos. Segundo o padre missionário Redentorista, Lucas Emanuel Almeida, a origem da fé cristã é Jesus Cristo. Sendo que a encarnação de Jesus, descrita em João 1. 1-18, é um marco, um divisor de águas na História da Humanidade, que passa a registrar os acontecimentos com antes de Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C). O cristianismo surge com o testemunho dos discípulos que acompanhavam Jesus, assim a fé no Cristo ressuscitado cresce e começa a ganhar cada vez mais espaço. “Em síntese, começa com a Igreja Católica, que depois de sofrer o Cisma, no ano de 1054, vê-se separada entre o Ocidente e o Oriente. Mais tarde, no século XVI nasceu
o Protestantismo com Lutero e começou a surgir diversas ramificações da fé cristã. E a partir do século XX movimentos protestantes fizeram nascer o Pentecostalismo. Hoje, a Fé Cristã é vivida de diversas maneiras”, afirma o padre Lucas Almeida. Para o pastor do Ministério Consolador de Israel, Fábio Cassiano, a origem da fé cristã é reconhecer Jesus como o Messias prometido por Deus que salva a humanidade. “Cremos que Jesus é o Messias prometido, o redentor da humanidade, o Filho de Deus de acordo com as profecias do Antigo Testamento hebreu. Seguimos seus ensinos registrados no Novo Testamento”, comenta o pastor. Tanto católicos como evangélicos acreditam que a base da fé cristã é a vida e as obras de Jesus Cristo, registradas no Novo Testamento e a prática dos ensinos que ele deixou como modelo de vida. “A fé cristã se baseia no anúncio do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo e na ação dos discípulos que, depois da experiência da ressurreição, começaram a difundir a mensagem que aprenderam e testemunharam de Jesus”, ressalta o padre Lucas Almeida. Segundo o padre Lucas Almeida a fé para os cristãos permite acreditar na vida, nas buscas pessoais que cada um faz para atingir sua felicidade. “Quem acredita, sempre alcança, diz a letra de uma música. E isso é verdade, se você crê em Deus e em suas capacidades, você tem mais força para correr atrás de seus sonhos e objetivos”, comenta. Já o pastor Fábio Cassiano ressalta a importância da fé como conexão a Deus, como
A fé cristã se baseia no anúncio do Reino de Deus pregado por Jesus Cristo”
Pe. Lucas Emanuel
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um meio de chegar até aquele, que para os cristãos, é o Ser mais importante do universo. “A fé é o meio pelo qual nos conectamos com o sobrenatural de Deus, sem fé não temos nada, nenhum acesso ou relacionamento com Deus, como está escrito em Hebreus 11.6: ‘Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dEle se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que o buscam’”, afirma. Segundo o diretor de assuntos islâmicos da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS), sheikh Khaled Taky El Din, a origem da fé islâmica é a mesma da do judaísmo. “É necessário saber que Jesus veio quando as leis de Moisés haviam sido abandonadas, o homem havia se desviado da servidão de um único Deus para vários deuses e a magia (ou feitiçaria) era o vício mais predominante; aí veio Jesus. O mesmo se repetiu depois de Jesus, e do mesmo jeito que a Mensagem e o nascimento de Jesus foram estranhos, ou seja, constituíam um desafio pesadíssimo aos oponentes, o mesmo está acontecendo novamente com o Islam. A história se repete”, afirma o sheikh. No Islam a palavra fé (imani – em árabe) significa basicamente acreditar em Deus e tudo quanto se relaciona com a onisciência infinita dele, tudo informado nas Escrituras enviadas através dos profetas e mensageiros. A ligação entre o muçulmano e Deus, através dos profetas e mensageiros é a base da credibilidade sobre qual ele depende para construir sua esperança firme. O sheikh Khaled Taky El Din ressalta que a importância da fé é que tudo o que Deus informar, através de fontes fiéis, a palavra original, o muçulmano acredita e defende contra qualquer alteração. “E acreditar em Deus, o muçulmano entende, plenamente, que o seu equilíbrio mental depende disso, caso contrário, estaria mergulhado nas dúvidas sobre muitas questões que não têm respostas por outra forma, por mais sofisticada a ciência possa ser, e que tais dúvidas resultariam em frustrações que causariam um comportamento inadequado, tornando-se incontrolável, como se fosse um carro sem motoristas”, comenta. .
O que é ciência? Conheça mais sobre a ciência e sua importância para a sociedade A ciência está mais presente do nosso dia a dia do que imaginamos, mas mesmo assim nos parece algo tão distante e feita por homens de jaleco branco, cabelos bagunçados e óculos, que passam a vida dentro de um laboratório envolvidos com experimentos em meio a vidrarias e substância perigosas. Mas, a ciência é muito mais do que isso e mesmo assim pode ser simples como uma observação! A ciência nasce da observação de fatos que desafiam o interesse e despertam a curiosidade. Desse modo começa o processo científico, da observação, da pesquisa, levantamento de dados e pela busca de explicações. Essas “explicações” precisam ser testadas e comprovadas, ou seja, submetidas a algum tipo de experimentação para que sejam aceitas na comunidade científica. Um pouco de história O termo “ciência” tem origem no latim scientia e significa conhecimento ou saber.É um sistema de conhecimentos que são testados e comprovados pelo método científico. Assim a ciência abrange o
conjunto de conhecimento de várias áreas que podem ser comprovados, podemos agrupá-los em três ramos: ciências naturais, físicas e sociais. Segundo o professor doutor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Karl Heinz Kienitz, foi na cultura europeia no do final da Idade Média, em meio ao cristianismo que se apresentaram condições adequadas para o desenvolvimento do método experimental da ciência da forma como conhecemos. “Cristãos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais, e deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã”, afirma Kienitz. Cientistas cristãos estiveram como alguns dos pioneiros, mas Kienitz ressalta que uma visão de mundo cristã não foi a base da ciência moderna.“A base da ciência moderna foi o árduo trabalho de pessoas de intelecto invejável, tenazmente dedicadas ao estudo da natureza. Mas sua visão cristã do mundo decisivamente as
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Em 2008 o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em São Paulo atingiu 1,52% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto no Brasil este percentual ficou em 1,14% do PIB e no Brasil sem considerar São Paulo o percentual representou 0,95% do PIB.” Programa FAPESP de Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo (2010)
motivou e favoreceu no desenvolvimento e uso do método científico”, afirma. Eles foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos, cristãos como Agricola, Kepler, Pascal e Boyle. “Séculos mais tarde, o cristão James Joule continuaria a enfatizar a ligação positiva entre fé cristã e ciência ao dizer que ‘após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos’. Pois a ciência mostrou servir de modo excelente para conhecer, explorar e fazer bom uso das ‘obras de Suas mãos’ de tudo aquilo que Deus criou”, completa Kienitz.
Por que a ciência é tão importante? A ciência é um das responsáveis pelo desenvolvimento econômico, tecnológico, político e social de um país. É comum associarmos a ciência com a descoberta de curas para algumas doenças, formulação de vacinas, mas ela é mais do que isso. Tudo a nossa volta está relacionado com a ciência, com descobertas e resultados de anos de pesquisas. Com a ciência podemos compreender o mundo ao nosso redor, o nosso organismo, desenvolver novas tecnologias, mas como tudo, ela deve ser regulamentada, investigada e ser responsável. “A ciência tem viabilizado grandes transformações
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vividas pela humanidade, especialmente as tecnológicas. Mas quando a ciência é utilizada em alguma nova aplicação, na criação de alguma indústria, proporcionando novos postos detrabalho e elevando os padrões de vida, ela também perturba o que é. Novas leis e regulamentos precisam ser feitos e novas expressões de maldade contidos”, comenta Kienitz. Kienitz não considera o Brasil, como um todo, sem cultura científica, em particular no estado de São Paulo existe um ambiente relativamente favorável para a ciência, embora a timidez de investimento em pesquisa e desenvolvimento prevalecente na maioria das empresas ainda seja um problema também para o estado paulista. É o que aponta o Programa FAPESP de Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo (2010): em 2008 o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em São Paulo atingiu 1,52% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto no Brasil este percentual ficou em 1,14% do PIB e no Brasil sem considerar São Paulo o percentual representou 0,95% do PIB. O cientista também tem um papel fundamental para o progresso científico. “[o cientista deve] aplicar o método científico com ética e responsabilidade. E é importantíssimo observar que ética e responsabilidade transcendem o método científico”, completa.
PIONEIROS
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Santo Agostinho: a relação entre a fé e a razão
Aurelius Augustinus, mais conhecido como Santo Agostinho, nasceu em Tagaste, norte da África (atual região da Argélia), no dia 13 de novembro de 354. Era o filho primogênito do pagão Patrício e de Mônica, uma fervorosa cristã que procurava ensinar ao filho a doutrina religiosa. É considerado um dos maiores pensadores do cristianismo, sendo um dos pioneiros no diálogo entre a fé e a razão. Agostinho foi educado em Cartago, com muito interesse em ciência e filosofia, tornando-se professor de retórica e crendo na doutrina maniqueísta, que se fundamentava na crença de que o mundo era regido por duas forças, o bem e o mal. A influência de Santo Ambrósio (339 – 374) foi fundamental na conversão de Agostinho ao cristianismo. Após a sua conversão, Agostinho se dedicou ao estudo das Sagradas Escrituras, a teologia e a escrever suas obras, que são consideradas destaques na Filosofia. Ao todo foram 113 obras, sem contar as cartas e os sermões. A maioria de suas obras surgiram em consequência dos problemas que a Igreja de sua época enfrentava, parecendo ultrapassar os limites de seu tempo e exercendo uma grande influência tanto na Idade Média quanto nos dias de hoje.
Para Agostinho, a fé era o caminho da verdade, mas era a razão a melhor maneira de provar a validade das verdades.
"Credo ut intelligam, intelligo ut credam" Segundo o frei Luiz Antonio Pinheiro, da Ordem de Santo Agostinho (OSA), Agostinho construiu um modelo de pensamento em que razão e fé se articulam de maneira estruturalmente mediata, de um modo dinâmico e fecundo, a ponto de constituir um círculo que compreenda as Escrituras, cuja máxima vem sintetizada na expressão "Credo ut intelligam, intelligo ut credam" (Creio para entender e entendo para crer). “A fé é uma espécie de pensamento que assente, ela se traduz como um modo de pensar com assentimento por parte daquele que pensa. O homem pensa e ao fazê-lo se debruça naquilo que está pensando. Sem o pensamento não haveria a fé. Ainda que as verdades da fé não sejam demonstráveis, isto é, que possam ser provadas, é possível demonstrar o acerto de se crer nelas, e essa tarefa cabe à razão”, afirma o frei. O mesmo, Agostinho diz acontecer com a razão, ela não elimina a fé, pelo contrário, fortalece-a e ambas se complementam. Assim o homem não pode acreditar em algo sem ter conhecimento daquilo que o fará crer, da mesma forma que ele
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Credo ut intelligam, intelligo ut credam” (Creio para entender e entendo para crer).
não pode pensar sem crer naquilo em que se crê. “A máxima agostiniana leva o homem a ver o mundo dentro dessas duas realidades que se entrecruzam. Não se pode separar essas duas vertentes do conhecimento”, completa o frei Luiz Antonio Pinheiro. Para o escritor e teólogo, Felipe Aquino, a fé para Agostinho é crer que Deus seja o criador de todas as realidades visíveis e invisíveis e viver segundo as suas leis. “Para Agostinho nossa origem e destino é Deus. Tudo para ele se resumia na primeira frase de sua grande obra ‘Confissões’: ‘Tu nos criastes para Ti e nossa alma não terá descanso enquanto não descansar em Ti’. Para Agostinho a fé era viver com Deus, por Deus, para Deus e em Deus. Para ele ‘estar distante de Deus é estar distante de si mesmo’: sem Deus o homem está alienado de si próprio, e só pode reencontrar-se encontrando-se com Deus. Só em Deus encontra a sua verdadeira identidade”, afirma. E a razão é o uso do intelecto para buscar a verdade objetiva, seja na física (natureza) ou na metafísica (revelação divina). Agostinho conseguiu relacionar a fé e a razão devido ao fato de ambas serem dadas por Deus. “A fé orienta a razão e a razão ajuda a entender a Revelação divina, com a filosofia, as línguas antigas, paleontologia, arqueologia, física, química, etc. Com a sua imensa cultura obtida antes de sua conversão, ele pode unir a fé e a razão de maneiras harmoniosas, onde uma auxilia a outra. Para Agostinho a fé fortalece a razão e a orienta”, ressalta Felipe Aquino. Para o frei Luiz Antonio Pinheiro, Agostinho pensava a frente do seu tempo e não se limitava a respostas prontas, ele procurava dialogar com a sua época, buscando compreendê-la, isso se tornava um
desafio e tanto. Felipe Aquino acredita que outro desafio vivido e vencido por Agostinho era estudar as obras de Platão e conseguir extrair o que harmonizava com a fé católica. “O mesmo fizeram outros santos doutores da Igreja, como Santo Ambrósio, Santo Anselmo, Santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, etc. Certamente foi um desafio poder no século IV fazer uso dos clássicos da Antiguidade, filtrando o que não se coadunava com os Evangelhos”, afirma o escritor. Seus ensinamentos não se detinham a sua época, para o frei Luiz Antonio, se Agostinho vivesse neste século ele entraria em diálogo com o homem contemporâneo e faria suas reflexões sobre as convicções que desenvolveu ao longo de sua vida, sua investigação sobre a fé e a razão encontraria espaço para dialogar nos dias de hoje. O frei Luiz Antonio ressalta que existem perguntas fundamentais que mais cedo ou mais tarde acabamos nos fazendo, como: de onde vim? Qual a origem do universo? A morte é o fim? Quem sou eu? “Talvez nós não concordemos hoje com todas as respostas que Agostinho deu a essas perguntas fundamentais. No entanto, nós concordamos com ele na importância dessas perguntas e na atitude existencial fundamental que é a inquietude e a busca.[...] Num mundo marcado por tantas transformações, mudanças rápidas, que apresenta tantas propostas de verdade, felicidade e beleza para o ser humano, a busca contínua por ‘algo mais’, ajuda a não se deixar manipular pelas ideologias, fundamentalismos, reducionismos antropológicos. Nesse sentido, o pensamento agostiniano tem uma ‘mentalidade fecundante’ para os dias atuais. Não nos dá respostas prontas, mas nos instiga, nos provoca, nos ilumina em nossas buscas”, afirma o frei.
Agostinho foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como “Doutor da Igreja”, em 1292, pelo papa Bonifácio VIII.
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Evolução, criação ou obra de um Designer?
Conheça as três teorias que se propõem a estudar a nossa história
A humanidade vem buscando respostas há muito tempo para as perguntas que mais nos intrigam. O que já temos como certo é que a origem e o desenvolvimento da vida envolvem mistérios, descobertas e hipóteses. É um tema que permite muitos estudos, mas que também pode gerar polêmicas entre a fé e a ciência. Deixando os debates de lado e os pontos de vistas pessoais de cada um sobre as diferentes formas de se pensar sobre isso, vamos apresentar as três principais teorias que com dedicação e empenho vêm procurando as respostas e soluções para dúvidas que permeiam a humanidade: Teoria da Evolução, Criacionismo e Design Inteligente.
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Teoria da Evolução
Jean-Baptiste Lamarck, Charles Darwin, Ernst Mayr e Stephen Jay Gould são evolucionistas porque explicam a modificação dos organismos por meio de mecanismos naturais, a despeito de suas divergências teóricas”
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A evolução está relacionada à mudança ou transformação, o naturalista Jean-Baptiste Antoine de Monet, mais conhecido como (cavaleiro de) Lamarck, é considerado por muitos como o precursor da Biologia Evolutiva. Ele publicou o livro Filosofia Zoológica no início do século XIX, mais precisamente em 1809. Esta obra foi bastante influente e antecipou em 50 anos o livro mais importante dessa área: A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Segundo o biólogo e doutorando em filosofia (Universidade Federal do Ceará), Maxwell Morais de Lima Filho, ideias sobre a transformação dos organismos biológicos são bastante antigas, se contrapondo conceitualmente às ideias fixistas – o fixismo propõem na biologia que todas as espécies foram criadas como são pelo poder divino, e assim permaneciam, imutáveis, sem que ocorressem mudanças na sua descendência. “Jean-Baptiste Lamarck, Charles Darwin, Ernst Mayr e Stephen Jay Gould são evolucionistas porque explicam a modificação dos organismos por meio de mecanismos naturais, a despeito de suas divergências teóricas. As concepções evolucionistas de Ernst Mayr e Stephen Jay Gould, por exemplo, levaram em conta conceitos teóricos provenientes da genética, os quais eram desconhecidos por Lamarck e Darwin. Tanto Lamarck quanto Darwin sabiam que as características eram transmitidas de pais para filhos. Entretanto, nem o naturalista francês nem o inglês sabiam explicar quais eram a estrutura e o mecanismo responsáveis pela transmissão hereditária”, comenta. Lamarck e Darwin desconheciam al-
gumas expressões que hoje são familiares a qualquer estudante do Ensino Médio como ácido desoxirribonucleico (DNA), genes, mutação, recombinação gênica, leis de Mendel, etc, isso devido a época e contexto tecnológico/científico que viveram. Para Maxwell Morais existem várias evidências favoráveis a biologia evolutiva, além disso, segundo ele seria essa uma das áreas de maior prestigio na comunidade científica. Uma dessa evidências é que o registro fóssil mostra que o nosso planeta já foi habitado por microrganismos, vegetais e animais que não existem mais. Segundo o biólogo, a quantidade de espécies atuais representa uma fração muito pequena em relação ao número de espécies extintas. “Esse registro mostra, por exemplo, que os ancestrais de golfinhos e baleias possuíam patas traseiras”, afirma. Outra evidência que merece destaque são as estruturas que possuem a mesma função que podem ter evoluído de modo independente (divergência evolutiva), por exemplo, as asas de uma libélula e de um carcará servem para voar, mas como evoluíram independentemente, são órgãos análogos (têm a mesma função em diferentes tipos de seres vivos, mas que possuem origem embrionária e estruturas diferentes). O biólogo ressalta outa evidência muito importante, é que a biologia evolutiva pode explicar e predizer a presença de estruturas atrofiadas e não funcionais como os olhos cegos dos peixes vernícolas (órgãos vestigiais). “É sabido que os ancestrais dos peixes cavernícolas enxergavam. Além disso, temos conhecimento que é evolutivamente desvantajoso possuir olhos em ambientes desprovidos de luz”, afirma o biólogo.
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A verdade é que ninguém pode dizer, por certo, o que ocorreu no passado mais remoto das nossas origens, mas todos podemos”avaliar se as explicações dadas são alicerçadas em fatos e, principalmente, se foram desenvolvidas com a devida isenção” Christiano P. da Silva Neto
Criacionismo Criacionista é qualquer pessoa, que por suas convicções, aceita a ideia da existência de um Ser superior, externo ao universo e que seria a origem, de cada parte do espaço, dos planetas e dos seres vivos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Pesquisa da Criação (ABPC), Christiano P. da Silva Neto, o criacionismo é uma estrutura de pensamento que reúne as pessoas que se consideram criacionistas. O termo “criacionismo” identifica o movimento que teve início na primeira metade do século passado, quando cientistas cristãos se reuniram em uma primeira associação criacionista com o objetivo de investigar cientificamente as origens do universo e da vida. “O criacionismo, tanto quanto o evolucionismo, é uma interpretação de fatos da natureza relacionados com as origens do universo e da vida. Os fatos aqui referidos, ocorreram no passado, de modo que a interpretação correspondente se faz com base nos resultados da pesquisa científica conduzida pelos cientistas, em fatos históricos, quando isso é possível, e em conjecturas (hipóteses) quando esses fatos se mostram inacessíveis”, comenta. O objetivo desses cientistas era produzir uma ciência das origens com boa qualidade, sem definições e conceitos que não condizem com a realidade da natureza, conduzindo essa pesquisa com padrão de investigação científica. “A questão é que, quando se fala no debate CRIAÇÃO X EVOLUÇÃO, muitos inclinam-se a entender isso como RELIGIÃO X CIÊNCIA. O conceito de que ambas são incompatíveis tem sido amplamente apregoado, desde os tempos de Co-
pérnico. Ainda hoje, para a maioria dos cientistas, criacionismo é sinônimo de religião, e religião é algo completamente anticientífico e fora da realidade. Este pensamento os tem mantido alheios e omissos no que diz respeito a examinar e até mesmo tomar conhecimento do que se desenvolve nessa área. Várias críticas têm sido levantadas no sentido de minimizar e ridicularizar o movimento criacionista”, afirma o presidente da ABPC. O presidente da ABPC ressalta que a ciência moderna escolheu o naturalismo como sua estrutura básica. Isso determinou a conclusão de que todos os fenômenos da natureza podem ser explicados naturalmente. “O problema é que não dispomos da menor comprovação de que este seja o cenário correto e isto significa correr o risco de produzir explicações que não correspondem à realidade dos fatos, explicando naturalmente o que possivelmente não pode ser explicado desse modo [...]A verdade é que ninguém pode dizer, por certo, o que ocorreu no passado mais remoto das nossas origens, mas todos podemos avaliar se as explicações dadas são alicerçadas em fatos e, principalmente, se foram desenvolvidas com a devida isenção. Esta observação é muito importante porque, assim como o criacionismo tem forte apelo a quem professa uma religião, o evolucionismo também exerce forte atração aos que professam o ateísmo”, completa. É importante ressaltar que o criacionismo não faz uso de argumentos teológicos ou religiosos para chegar as suas conclusões e nem extrai os seus resultados da narrativa bíblica.
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A ideia da existência de design na natureza não é algo recente, proposta desde os antigos filósofos gregos (Platão e Aristóteles)” Everton Fernando Alves
Teoria do Design Inteligente (TDI) Essa é a mais recente entre as três teorias que abordamos nessa edição, a TDI é conhecida como uma teoria de detecção de design. A TDI tem como proposta analisar um objeto de estudo e verificar se ele possui informação que lhe confere as características de um design intencional ou se é produto do acaso, resultado de forças ou leis naturais. Everton Fernando Alves, mestre em Ciências da Saúde (Universidade Estadual de Maringá) e autor do e-book “Teoria do Design Inteligente: evidências científicas no campo das Ciências Biológicas e da Saúde”, ressalta que a TDI não se compromete com os estudos da Cosmogonia, ou seja, essa teoria não se preocupa em estudar a origem da vida e do universo, mas em analisar as estruturas biológicas complexas existentes no tempo presente. “A ideia da existência de design na natureza não é algo recente, proposta desde os antigos filósofos gregos (Platão e Aristóteles). Mas o argumento de design se tornou popular através da famosa tese de William Paley, publicada em 1802, conhecida como a ‘tese do relojoeiro’. Entretanto, o design inteligente, como uma teoria científica,
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surgiu oficialmente em 1993 em Pajaro Dunes, Califórnia (EUA) em uma reunião - coordenada pelo fundador do movimento do design inteligente Dr. Phillip Johnson - com alguns dissidentes da ciência evolucionista tida como paradigma pela ciência atual”, comenta Everton Alves. Ao contrário das outras teorias, a TDI se limita a área das ciências biológicas, deixando de lado as outras áreas das ciências naturais. Ao contrário da teoria da evolução, a TDI se apoia em lei científica da biologia (lei da biogênese), que afirma que a vida somente provém de vida. “Isso vai contra a proposta da biologia evolutiva histórica (naturalismo filosófico) a qual defende, sem nenhum fundamento científico, que o primeiro ser vivo se originou de matéria inorgânica (abiogênese)”, afirma Everton Alves. Diferente do criacionismo, a TDI não pretende identificar a fonte de inteligência e nem a origem do universo. O foco principal da TDI é detectar informação existente na natureza e não buscar a origem dessa informação, no sentindo de um projetista (designer). O papel do desig-
ner poderia ser atribuído ao Deus judaico-cristão, a uma raça humana vinda do futuro, aos extraterrestres, a TDI defende a inclusão de possiblidades. “Embora a informação complexa e específica por si só aponte para a existência de uma mente inteligente, pois indica um propósito intencional. É apenas nesse argumento teológico de design (componente filosófico) que o criacionismo e o design inteligente convergem”, comenta Everton Alves. A TDI é uma teoria ainda muito jovem, com pouco mais de 20 anos e ainda não é aceita pela comunidade científica, razão pela qual os próprios teóricos que a defendem são contra seu ensino nas escolas. Segundo Everton Alves, a TDI possui todas as características necessárias para ser considerada uma teoria originalmente “científica”, conforme a definição de teoria proposta pela Academia Nacional de Ciências dos EUA (National Academy of Sciences, NAS). Alguns cientistas dizem que crer em um planejador é “pseudociência”, pois para eles nada indica a intervenção desse ser. Para Everton Alves, esse argumento se deve ao fato da ciência ter adotado a teoria da evolução como paradigma na academia. “Há 150 anos a ciência baniu a possibilidade de que exista algo além de matéria e energia nesse universo. Não é fácil combater e descontruir uma crença profundamente enraizada na ciência como é o caso do naturalismo filosófico, a propósito, cheio de lacunas e hipóteses imaginativas que não podem ser testadas em laboratório. O que é curioso, visto que os pais da ciência não tinham essa percepção como Galileu Galilei, Jahannes Kepler, Isaac Newton, Gregor Mendel, Louis Pasteur, entre muitos outros. A ciência na verdade foi criada e baseada na percepção da existência de um ser inteligente que regia as leis e a ordem do universo e da vida. E desde aquela época até hoje as evidências de um ser inteligente sempre existiram. Principalmente nas últimas décadas, período em que a ciência acumulou uma quantidade imensa de dados, e a maior parte deles corrobora a ideia de design, embora a mídia tente blindar o darwinismo a todo custo”, ressalta.
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Essas são algumas das teorias que procuram compreender e dar sentido a nossa história. Cada uma com seu ponto de vista, peculiaridades e argumentos. São as diferenças que as tornam tão importantes para quem acredita e as defende como ponto de vista. Aceitar a evolução, a criação ou a influência de um Designer é opção e direito de cada um, porém o respeito deve ser a base de qualquer discussão.
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SER CIENTISTA
É possível ser cientista e cristão? Crer em Deus e na ciência?
Conheça a história de três cientistas que creem em Deus
É comum ouvir que ciência e fé não podem caminhar juntas, que não é possível ser cientista e acreditar em Deus, ser cristão e trabalhar em laboratórios, lidar com pesquisas. Por que um cientista iria crer em Deus? Por que um cristão iria se envolver com a ciência, crendo que Deus tem as respostas para tudo? Grandes nomes da ciência foram capazes de conviver com a sua crença sem deixar de trabalhar com o que ama, como Isaac Newton (matemático e físico), Alessandro Volta (físico), Louis Pasteur (microbiólogo e químico), Maria Gaetana Agnesi (linguista, filósofa e matemática), Michael Faraday (físico e químico), entre muitos outros. Conheça um pouco da história de algumas pessoas que se sentem tão à vontade em uma igreja quanto em um laboratório.
Agrinaldo Jacinto do Nascimento Junior - Licenciado e Bacharelado em Química (Universidade Estadual de Maringá). Mestre e Doutor na área de Físico-Química (Universidade Federal do Pernambuco). “Os Céus proclamam a Glória de Deus
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e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Salmos 19: 1) Decidiu seguir a carreira científica na quinta série, depois que sua mãe disse que ser paraquedista “não era profissão”. Depois de considerar tantas profissões, no terceiro ano do ensino médio, eleoptou por ser químico sob a influência do professor João Edson Ferro. “Eu costumava me dar bem na disciplina de Química e realizar experimentos me parecia ser bem divertido e desafiador. Gosto de desafios, ainda mais quando dizem que ninguém fez ainda”, comenta. Agrinaldo nasceu em um lar cristão. Cresceu escutando as histórias da Bíblia e sempre foi muito sincero em escutar e tentar entender as vontades e as ideias de outras pessoas, independente da fé.“Assim, eu sempre coloquei a minha fé em prova, principalmente ao analisar outras possibilidades de crenças, entretanto, até hoje a minha fé tem sido confirmada. Deste modo, penso que desde criança não apenas tive influência dos meus pais, mas possuía uma inclinação natural em acreditar no Deus bíblico”, afirma o químico. Ele diz não sentir nenhuma dificuldade em ser um cientista cristão no Brasil.
“Sinto dificuldade de ser cientista no Brasil, pois aqui cientista não é considerado profissão, embora trabalhemos na maioria das vezes mais do que 8 horas por dia. [...] Os meus colegas de carreira sempre me respeitaram, independente da orientação religiosa deles. Eu gostaria de enfatizar que sou da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Digo isso, pois, os meus professores poderiam implicar com a minha crença ao tentar me forçar a trabalhar aos sábados (dia que considero sagrado segundo a interpretação bíblica), entretanto foram compreensíveis e sempre consegui modificar meus horários de disciplinas, remarcar avaliações ou outras atividades. Além disso, pude conviver com muitos outros colegas e professores brilhantes que também compartilhavam da fé em Cristo e inclusive colegas ateus que me inspiraram muito na minha formação como cientista”, afirma.
Paulo Afonso Pavani Júnior – Engenheiro químico (Universidade Metodista de São Paulo) e Mestre em Ciências pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Quando abro a porta de uma nova
BERESHIT | 2015
descoberta já encontro Deus lá dentro” (Albert Einstein) Sua história com a ciência começou desde criança, quando ele se interessava pelas estrelas, pelos planetas, adorava assistir filmes de ficção científica, entre os heróis o seu favorito era o Mac Gyver. Com uma deficiência física na perna esquerda, Pavani conta que desde pequeno precisou de cuidados especiais para locomoção. “Eu precisei fazer 14 cirurgias e sou alérgico a vários remédios. Entrei em coma 3 vezes, então, eu penso que sou uma pessoa muito especial e Deus tem um propósito muito grande para mim, senão eu já estaria morto há muito tempo”, comenta. Sobre ser cientista e cristão, Pavani diz se sentir muito a vontade com isso. “Quando eu tinha uns 20 anos e começava a minha vida universitária eu tive uns momentos de ateísmo em minha vida. Chegava a me calar quando o assunto era religião, nessa época eu tinha um certo constrangimento em falar de Deus.Mas era porque eu estava muito triste com a Igreja, pela manipulação, corrupção e pela distorção das ideias que ela implantava (e ainda implanta) nas cabeças das pessoas. Mas uma nova etapa chegou,
minha esposa apareceu, vieram os filhos, vieram meus alunos, tudo isso foi acontecendo para meu amadurecimento como filho de Deus”, afirma.
Rodolfo de Paula Vieira – graduado em Educação Física e Mestrado em Ciências Biológicas (Univap), Doutorado em Patologia e Pós-doutorado em Atividade Física e Imunopatologia Pulmonar (Faculdade de Medicina USP), Pós-doutorado em Imunologia da Asma (Albert-Ludwigs Universityof Freiburg, Alemanha), Pós-doutorado em Atividade Física e Imunopatologia Pulmonar (Bolsa Prêmio da European Respiratory Society/Marie Curie Foundation/European Union). “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”(João 3:16) Devido a alguns problemas pessoais, Rodolfo começou a sua história com a fé ainda muito novo, aos 11 anos de idade. Sua vida com a ciência começou no primeiro ano do ensino médio, quando realizou um curso para formação de técnico da Confederação Brasileira de Culturismo e Musculação. “Aprendi a reali-
zar pesquisa bibliográfica em literatura científica internacional, e desde então comecei a estudar com bases nos artigos científicos muito mais do que em livros. Isso se intensificou muito, quando estava fazendo o segundo ano da graduação em Educação Física, comecei a realizar iniciação científica e me apaixonei pela pesquisa”, comenta. Rodolfo, que já teve experiências internacionais, acredita que ser cientista cristão no Brasil é bem mais tranquilo do em outros países, pois aqui já existe uma abertura maior para se falar e discutir a respeito de fé. Segundo ele, em seu trabalho, fé e ciência nunca entraram em conflito. “Posso afirmar explicitamente que boa parte de toda a pesquisa que tenho realizado, o início, as ideias são inspiradas pela fé em Deus e embora muitos de meus colegas pesquisadores achem isso ‘muito louco’, eles respeitam bastante, pois veem os resultados que tenho obtido”, comenta. Para Rodolfo a Bíblia é a revelação da vontade de Deus para sua vida. “Uma carta de amor de um Pai Amoroso que deseja ensinar seus filhos a viverem nessa vida e após a morte física”, afirma.
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PERFIL
Karl Heinz / Arquivo Pessoal
Cientista que crê: Karl Heinz Kienitz Karl Heinz Kienitz, cristão, 54 anos, nasceu em São Paulo (SP), em uma família cristã. Em 1990, Karl concluiu o doutorado em Engenharia Elétrica na Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (ETHZ), Suíça. Atualmente, é professor titular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e coordena o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Eletrônica e Computação do ITA. Além disso, ele foi bolsista da Fundação Humboldt e pesquisador visitante do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) nos anos 1996/1997 e 2004/2005, e da Universidade Técnica de Berlim entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. Karl é membro da Coordenação de Engenharia I da FAPESP. Atua nas áreas de Engenharia Elétrica e Engenharia Aeroespacial, com ênfase em Sistemas e Controle. Sua história com a fé cristã começou durante sua adolescência, quando ele aceitou o amor de Deus, conforme descrito em João 3.16-18, e suas consequências na vida pessoal. Já sua história com a ciência começou na escola, Karl conta que sempre gostou de matemática e das ciências naturais, especialmente física e química. Toda a sua formação foi em engenharia elétrica. Hoje, ele trabalha com engenharia de controle e de sistemas, mas também tem atuado pontualmente em pesquisa operacional e engenharia biomédica. Karl mantém um site, Fé e Ciência, onde ele compartilha conteúdos que colaboram para uma reflexão objetiva sobre ciência e fé cristã. Para ele, a ciência não versa sobre Deus, e sim sobre as coisas que Ele criou. Como você relaciona a fé e a ciência? Vejo fé e ciência como complementares. É pela fé que encontro respostas a perguntas existenciais. É com o método científico que entendo como funcionam as coisas
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BERESHIT | 2015 criadas. É com uma combinação de ambas que exerço minha profissão de engenheiro: ciência permite obter alternativas de solução para problemas de engenharia; minha fé dá suporte à solução de dilemas motivacionais, éticos, morais e relacionais. E há ainda nuances mais sutis em minha percepção da relação entre fé e ciência. Há coisas que encontro na Bíblia que me ajudam a confiar no método científico como uma ferramenta útil. Entre outras, a Bíblia nos revela que Deus é consistente em seu governo da criação, e não cheio de caprichos, por exemplo em Romanos 1.20: “Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis”. Assim, de antemão espero descobrir padrões regulares no estudo da natureza, e é a isso que se propõe o método científico.
de que justamente os maiores cientistas de todos os tempos, homens como Kepler, Newton, Leibniz, foram cristãos. Mas alguns cientistas e alguns teólogos estiveram em conflito em várias ocasiões ao longo da história por motivos que precisam ser estudados e entendidos, para que aprendamos as lições pertinentes. E como explicar a ciência crendo em Deus? Ciência depende de certos pressupostos devidamente organizados acerca do mundo. Foi na cultura europeia do final da Idade Média, permeada pelo Cristianismo, que condições adequadas a esse respeito se apresentaram propiciando o desenvolvimento do método experimental da ciência como o conhecemos. Cristãos como Robert Grosseteste e o seu aluno Roger Bacon (século XIII) estiveram entre os primeiros a enfatizar o uso da experimentação para aferir afirmações sobre fenômenos naturais, e deixaram clara uma sólida motivação para tal, enraizada numa visão de mundo cristã. Foram seguidos pelos primeiros cientistas modernos propriamente ditos, cristãos como Agricola, Kepler, Pascal e Boyle. Séculos mais tarde, o cristão James Joule continuaria enfatizando a ligação positiva entre fé cristã e ciência ao dizer que "após conhecer e obedecer à vontade de Deus, o próximo alvo deve ser conhecer algo dos Seus atributos de sabedoria, poder e bondade evidenciados nas obras de Suas mãos”.
É pela fé que encontro respostas a perguntas existenciais. É com o método científico que entendo como funcionam as coisas criadas.
Como é ser um cientista cristão no Brasil? Um cristão pode trabalhar normalmente como cientista no Brasil. Não me lembro de ter sido discriminado pela minha fé embora já tenha ouvido histórias de discriminação contadas por outros. A discriminação de cristãos no meio acadêmico foi comum, por exemplo, no leste europeu durante a hegemonia soviética. Quais são as suas maiores dificuldades? Minha maior dificuldade é ouvir com paciência discursos ideologicamente contaminados acerca de da relação entre fé e ciência e da relação entre tecnologia e sociedade. Em algum momento as duas entraram em conflito? Ciência natural não conflita com a fé cristã; a segunda favoreceu o surgimento da primeira. Como disse Max Planck, a prova mais imediata da compatibilidade entre fé cristã e ciência natural, mesmo sob análise detalhada e crítica, é o fato histórico
Criacionismo, evolucionismo, design inteligente, em qual dessas teorias o senhor acredita? A pergunta pressupõe que “criacionismo”, “evolucionismo” e “design inteligente” são termos bem definidos. Não concordo com o pressuposto, pois há várias formas de criacionismo, um número significativo de variantes da teoria da evolução, e os defensores do design inteligente também não são unânimes em vários aspectos do seu entendimento. Tanto detalhes quanto pontos importantes de todas essas teorias
têm sido alteradas inúmeras vezes ao longo das últimas quinze décadas. Portanto deixo o debate aos especialistas. Estou convicto de que Deus criou todas as coisas; reconheço também que estamos em condições pouco favoráveis para discutir – especialmente em nível de pormenores de processo – a questão das origens, nossas e daquilo que nos rodeia. Por que alguns cientistas e religiosos insistem em crer em um conflito entre fé e ciência? Há pessoas que alegam conflito entre ciência e fé cristã porque elas: não possuem conceitos consistentes de fé e ciência; ou possuem motivos ideológicos para dogmatizar uma incompatibilidade entre fé cristã e ciência, que de fato não existe, nesse grupo se enquadram muitos aderentes do materialismo e do naturalismo. Francis Collins, geneticista e ex-diretor do Projeto Genoma Humano, diz que “a noção de que você deve escolher entre um e outro [ciência e fé] é um mito terrível que tem sido proposto, e que muitas pessoas têm aceito sem real oportunidade de examinar a evidência”. Como isso pode ser mudado? Adotando conceitos consistentes de fé e ciência, e removendo ideologia e dogmatismo da discussão. Tenho buscado fazer isso na página Internet de “Fé e Ciência”. Sendo um cientista, o que a Bíblia representa para o senhor? Como cientista, faço coro a Arthur Schawlow, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1981, que nos considera “afortunados em termos a Bíblia, e especialmente o Novo Testamento, que nos fala de Deus em termos humanos muito acessíveis, embora também nos deixe algumas coisas difíceis de entender”. O que o senhor diria a um jovem cientista que crê em Deus e que ama a ciência? Eu diria que ele (a) escolheu a profissão certa.
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CIÊNCIA NA BÍBLIA
O que o livro mais vendido no mundo tem a nos dizer A Bíblia é uma coleção de livros que nos contam histórias, revelações, e quem sabe, até ciência
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Há pouco mais de 50 anos a Bíblia é considerada o livro mais vendido, e consequentemente o mais lido, do mundo. São aproximadamente 3,9 bilhões de cópias espalhadas pelos continentes, podendo ser encontrada – completa ou em partes – em mais de 2 mil línguas diferentes. No Brasil não seria diferente. Em 2012, uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro sobre os hábitos de leitura da população apontou que a Bíblia continua sendo o livro mais lido por brasileiros, mesmo resultado da edição anterior (2007). A pesquisa questionou os participantes sobre os gêneros que costumavam ler, a Bíblia foi citada por 42%, cada entrevistado selecionou em média três gêneros. Falar da Bíblia é falar de uma coleção de livros. A palavra Bíblia se originou primeiro no latim bíblia, com origem no grego biblos – era uma folha de papiro, usada no século XI a.C. para a escrita. Um pequeno rolo de papiro era chamado de biblione vários deste eram conhecidos como uma Bíblia, ou seja, Bíblia significa uma coleção de vários livros. Ao todo são 66 livros reunidos e divididos em duas partes: são 39 livros escritos antes de Cristo, na Antiga Aliança (ou Antigo Testamento), e 27 livros escritos depois de Cristo, na Nova Aliança (ou Novo Testamento). Para os cristãos, a Bíblia é um livro único, que foi inspirado por Deus e escrita por diversos sacerdotes, reis, profetas, poetas, escribas que registraram suas histórias, seus relacionamentos com Deus e mensagens/revelações que receberam do autor de sua fé. Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, com o passar dos anos esses relatos foram reunidos em três grupos de livros, conhecidos em hebraico como: Torah (Lei), são os primeiros cinco livros da Bíblia, conhecido como Pentateuco; Neviim (Profetas) inclui os profetas anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os outros profetas posteriores (Isaias, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores); Ketubim (Escritos) reúne os outros livros, entre os quais Salmos, Provérbios, Jó, Eclesiastes e também Esdras e Neemias, Daniel, e os livros de Crônicas, que aparecem em última posição no cânone hebraico. Durante muito tempo os críticos questionaram a veracidade e autenticidade dos textos bíblicos, devido a quantidade de cópias e qual seria o risco de o conteú-
BERESHIT | 2015 do ter sido modificado durante os séculos que se passaram. Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, no que diz respeito a Bíblia, a maior descoberta arqueológica do século XX são os “rolos do mar Morto” ou “documentos de Qumran”. Foi preciso uma década (de 1947 até 1956) para reunir esses documentos que foram encontrados na região conhecida como deserto da Judeia, aos arredores do mar Morto, em Israel. Entre o que foi encontrado, o destaque é para o Primeiro Rolo de Isaías, uma cópia completa do texto de Isaías, estima-se que foi escrito no segundo século a.C.. Próximo de outro rolo de Isaías, foi encontrado um comentário sobre Habacuque e vários fragmentos de outros livros da
Antiga Aliança. Segundo os historiadores, essas são as cópias mais antigas do texto hebraico que já foram descobertas. Para o mestre em teologia, Michelson Borges, essa descoberta representou uma comprovação de que os textos bíblicos não perderam a sua essência e nem veracidade ao longo dos séculos. “Até essa descoberta dos manuscritos do mar Morto, a versão bíblica mais antiga datava de 900 d.C., ou seja, essa descoberta era de uma versão bíblica 1000 anos mais antiga do que a versão mais antiga que tinham até então. Ao comparar as versões, depois de muita pesquisa, pode se perceber que os manuscritos do mar Morto provaram que o texto bíblico foi preservado ao longo dos séculos”, afirma.
Michelson reforça que se essa Bíblia era de 250 a.C. significa que era a versão usada no tempo de Jesus. “Jesus falou muitas vezes: ‘errais por não conheceis as Escrituras... examinai as Escrituras’, Cristo estava autorizando aquela versão e se aquela versão corresponde a versão que temos hoje podemos dizer que a Bíblia que estudamos hoje é compatível, é a mesma que Jesus leu, estudou e recomendou no tempo dele”, comenta.
A Bíblia pode ter antecipado descobertas científicas? Segundo o mestre em teologia, Michelson Borges, a Bíblia não é um livro científico, mas quando ela aborda ciência ela se antecipou em milênios. Um exemplo disso está registrado no livro de Jó 26:7, texto escrito por volta de 1600 a.C., há mais de 3500 anos: “Ele estende o norte sobre o caos e suspende a Terra sobre o nada” (Versão Bíblia Judaica Completa). De acordo com pesquisas, quem escreveu o livro de Jó teria sido Moisés, que foi criado pela filha do faraó, estudou nas melhores escolas da época e aprendeu a ciência egípcia. “Hoje esse ‘nada’ chamamos de vácuo. Moisés estudou em que universidade? Na ‘Federal do Egito’, a teoria vigente sobre a Terra dizia que ela era plana e sustentada por cinco colunas. Por que Moisés quando escreve o início do Antigo Testamento ele não registra a teoria científica mais conhecida na época? Ele descarta essa tese e escreve que a Terra, estranhamente para um egípcio daquele tempo, seria suspensa no nada. Seria loucura para um egípcio daquele tempo, para os cientistas da época. No entanto Moisés escreve aquilo que Deus revelou a ele”, afirma Michelson Borges. Ainda no livro de Jó, no capitulo 28:25 encontramos outra possível referência a algo que a ciência só desenvolveria muitos anos depois, o barômetro: “Quando Ele determinou a força do vento e parcelou as águas por medidas”(Versão Bíblia Judaica Completa). Michelson ressalta que
esse instrumento só foi criado em 1643 pelo físico e matemático italiano Evangelista Torricelli. “Naquela época dizer que o ar teria peso seria uma coisa um tanto estranha. No entanto o barômetro pode demonstrar que o ar exerce uma pressão sobre nós, isso já estava na Bíblia”, completa Michelson. No livro de Isaías 40:22 encontramos que “Ele, o que se assenta acima do círculo da Terra [...]”, sugere que a Terra possa ser redonda, se essa hipótese for real, o texto se antecipa em 2500 anos a Cristóvão Colombo, Copérnico e Galileu Galilei. Muito antes do surgimento do telescópio, por volta do século 7 d.C., os cientistas da época acreditavam que sabiam o número exato de estrelas no Universo. Ptolomeu pensava que existiam 1056 estrelas, enquanto Kepler, mais tarde, contou 1005. Hoje sabemos que existem mais de 100 bilhões de estrelas, isso só na nossa galáxia. O consenso entre os astrônomos é que é impossível contar as estrelas. A Bíblia já dizia isso em Jeremias 33:22 “Como é impossível contar as estrelas do céu ou os grãos de areia das praias, assim será impossível contar a família de Davi, meu servo, e os levitas, que me servem”. Um dos textos que mais chama a atenção está em Gênesis 17:11-22, ele relata um pacto entre Deus e Abraão. O pacto seria firmado e demonstrado através da circuncisão nos homens que deveria ser realizada no oitavo dia de vida ainda bebê. Emmett
Holt e Rustin Mcintosh, fisiologistas americanos, afirmam que um bebê recém-nascido corre muitos riscos de hemorragias entre o 2° e o 5° dia de vida. Eles observaram que devido ao fato de que um importante coagulador do sangue, a vitamina K, ser produzido em menor quantidade entre o 5° e 7° dia, o risco aumenta. Um outro é fundamental para a coagulação do sangue: a protombina. No terceiro dia de vida, a protombina disponível no corpo é de 30%, mas no oitavo dia de vida, ela se eleva a uma taxa superior ao normal: 110%. Nos outros dias ela volta ao normal de 100%, isso significa, que no oitavo dia de vida um bebê tem mais protombina do que qualquer outro momento de sua vida. “Abraão não questionou a Deus. Se questionasse Deus teria que explicar algo que ele não entenderia naqueles dias, primeiro ele não tinha a mínima ideia do que era a circulação sanguínea. Do ponto de vista da coagulação, naquele tempo não tinha anestesia nem recursos médicos e contavam apenas com o poder de cicatrização natural do corpo, no oitavo dia esse recurso funcionaria muito melhor que nos dias anteriores. Como Abraão podia saber disso? Foi uma revelação do criador da protrombina”, ressalta Michelson.
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NA MÍDIA
A temática fé e ciência já ganhou espaço em blogs Conheça duas páginas consideradas referências na área
Com o avanço da internet e a facilidade
instituições acadêmicas. Destes, de mil a
de comunicação que ela proporciona, os
1,2 mil são escritos por estudantes de pós-
blogs surgiram como uma das ferramen-
-graduação, pós-doutores, professores de
tas mais populares no meio digital para
ciências ou universitários e alguns por jor-
compartilhar conteúdos específicos sobre
nalistas especialistas.
determinado tema.
Geralmente, esses blogs oferecem
De acordo com um dos maiores diretó-
opiniões sobre temas atuais nas mais
rios de blogs do mundo, o Technorati, en-
diferentes áreas do conhecimento ou
tre os milhões de blogs já criados, existem
procuram atrair a opinião de cientistas
cerca de 2,5 mil com conteúdos científicos
em assuntos relacionados a literatura ou
em ciências da saúde e aproximadamente
política científica.
20 mil com perfil “pseudocientífico”, pois
No Brasil, dois dos mais conhecidos blo-
não são mantidos necessariamente por
gs que abordam a temática “fé e ciência”
Michelson Borges / Arquivo Pessoal
são: Criacionismo e o Darwin e Deus.
Criacionismo Michelson Borges é jornalista, formado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É Mestre em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), foi professor de História em Florianópolis e editor do jornal da Rádio Novo Tempo daquela cidade, lugar em que ele também apresentava um programa de divulgação científica. É editor da revista Vida e Saúde, da Casa Publicadora Brasileira, e autor dos livros A História da Vida, Por Que Creio, Nos Bastidores da Mídia (publicado em espanhol, com o título Detrás de los Medios), Esperança
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Para Você, da Série Grandes Impérios e Civilizações, composta de seis volumes, e do livro A Descoberta (em coautoria). Michelson é membro da Sociedade Criacionista Brasileira, participa de seminários criacionistas em diversos lugares. Michelson conta que o blog Criacionismo surgiu em 2005, quando os blogs estavam começando no Brasil. “Resolvi experimentar o recurso, pensando em divulgar e arquivar minhas pesquisas e minhas ideias relacionadas com ciência e religião”, afirma. Segundo ele, o blog chega a alcançar nove mil acessos diários, as pessoas que acessam uma vez voltam mais vezes por terem encontrado o que buscavam. O público do blog é composto por uma maioria adventistas do Sétimo Dia, mas também atrai leitores de diversas religiões, ateus, agnósticos. Como jornalista, Michelson sabe que precisa se manter atualizado sobre os assuntos que aborda em seu blog, ele conta que esse é o seu maior desafio. “Manter-me bem informado, mesmo com o pouco tenho de que disponho para esse trabalho voluntário. Além disso, enfrento uma verdadeira batalha contra o tempo na tentativa de responder aos muitos e-mails que
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LEIA MAIS Criacionismo Quem escreve: Michelson Borges – jornalista e mestre em Teologia
Darwin e Deus
O que aborda: criacionismo bíblico, ciência, comportamento (ligados a princípios bíblicos), temas que promovam debate e/ou diálogo sobre fé ou ausência dela, entre outros. Onde ler: http://www.criacionismo.com.br/
Quem escreve: Reinaldo José Lopes – jornalista, mestre e doutor em estudos linguísticos e literários em inglês O que aborda: estudos sobre evolução, arqueologia, psicologia, história, diálogo entre cientistas e líderes religiosos, entre outros. Onde ler: http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/ recebo diariamente”, comenta.
mecei a escrever de forma regular sobre
que gera tantos debates, existem desafios
Entre todos os assuntos que ele trata
esses temas em 2007, quando eu trabalha-
a serem vencidos. “Quase tudo é desafia-
no blog, seus preferidos são as evidên-
va no G1 [portal de notícias] e fiz uma sé-
dor, mas talvez o mais difícil seja conven-
cias de Design Inteligente na natureza
rie de reportagens chamada Ciência da Fé,
cer os leitores ou alguns deles que eu não
e as maravilhas da criação que apontam
cuja proposta era mais dizer o que a ciên-
tenho uma agenda oculta, um plano para
para o Criador.
cia revelava sobre a história das religiões
converter as pessoas, quero apenas discu-
e o fenômeno religioso de maneira geral.
tir fatos e ideias da maneira mais honesta
Darwin e Deus
Quando voltei pra Folha não tive muito es-
possível”, ressalta.
Reinaldo José Lopes é jornalista de
paço para continuar falando disso, até que
Reinaldo acredita que a fé a ciência
ciência, formado na Universidade de
apareceu a oportunidade e a receptividade
podem caminhar juntas, uma vez que a
São Paulo (SP), católico, nasceu em São
em 2013”, afirma.
ciência nos ajuda a pensar com clareza e
Carlos (SP), atualmente colabora com a
Analisando os comentários escritos nas
rigor sobre as leis da natureza, enquanto
Folha de SP em sua cidade natal, após
matérias, Reinaldo acredita que tanto reli-
a fé é crucial para nosso senso de certo e
passar quase três anos como editor de
giosos quanto ateus acessam seu blog.
errado e na nossa busca de significado.
“Ciência+Saúde” na capital paulista.
Sua história com a fé começou quando
Entre os temas das matérias que escre-
Reinaldo é mestre e doutor também pela
ele ainda era criança, Reinaldo se conside-
ve, os seus favoritos são evolução huma-
USP em Estudos Linguísticos e Literá-
ra um católico fervoroso e acredita que é
na e origens da Bíblia.
rios em Inglês, com trabalhos sobre a
importante escrever sobre a fé. “Escrever
obra de J. R. R. Tolkien. Reinaldo é au-
sobre isso é importante porque, para o
tor dos livros Os 11 maiores mistérios do
bem e para o mal, a fé religiosa é uma for-
Universo, Além de Darwin e Deus como
ça transformadora no mundo e precisa ser
Ele nasceu. O jornalista está preparando
bem compreendida”, comenta.
um livro sobre a pré-história do Brasil.
O seu interesse pela ciência é da mesma
Segundo Reinaldo, o blog Darwin e Deus
forma que com a fé, vem desde pequeno.
surgiu quando ele deixou o cargo de edi-
Reinaldo conta que queria ser biólogo,
tor de Ciência na Folha de SP e estava com
mas acabou optando pelo jornalismo,
vontade de fazer algo mais pessoal, não era
acredita que a ciência tem um tremendo
fácil encontrar material em português so-
impacto no mundo e na maneira como as
bre o diálogo entre ciência e religião, Rei-
pessoas pensam.
naldo se propôs a fazer algo inovador. “Co-
Não é fácil escrever sobre um assunto
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HISTÓRIA DA TERRA
Dinossauros,
lenda ou realidade?
O que acabou com esses “grandões”, segundo a ciência e a religião
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Os dinossauros foram criaturas enormes que podiam chegar até 20 metros de altura, como o Argentinossauro (Argentinosaurus huinculensis) a maior espécie já encontrada, e que segundo os cientistas viveram na Terra há milhões de anos. A origem da palavra “dinossauro” é grega e significa “lagarto terrível”, foi em 1842 que o inglês Richard Owen propôs o uso do termo Dinosauria para classificar os grandes esqueletos de répteis extintos que haviam sido recém descobertos no Reino Unido. O primeiro a ser catalogado foi o Megalossauro, em grego: lagarto grande. Segundo o pesquisador Cahue Sbrana, os dinossauros surgiram há cerca de 225 milhões de anos, no período Triássico, viveram durante o Jurássico e foram extintos no fim do último período da Era Mesozóica, o Cretáceo (há 65 milhões de anos). “O planeta Terra era mais quente e úmido, os teores de oxigênio na atmosfera eram mais elevados, todos estes fatores favoreciam o desenvolvimento dos répteis”, afirma o pesquisador. O mestre em geotecnia e diretor da sub-sede brasileira do Geoscience Research Institute, Nahor Neves de Souza Júnior, acrescenta que estudos mostram que a época em que os dinossauros viveram, foi um período de grandes transformações no nosso planeta. “O estudo das rochas fanerozóicas em geral, e das mesozóicas em particular (contém fósseis de dinossauros), nos permite reconhecer possíveis fenômenos geológicos globais cataclísmi-
cos e contínuos (impactos de meteoritos, mortandade em massa, ação devastadora de megatsunamis, erupções vulcânicas de amplitude global, etc.). Portanto, as rochas que contém dinossauros, bem como as demais rochas fanerozóicas, apontam para um planeta em convulsão (destruição dos ecossistemas)”, afirma. No Brasil já foram registradas 21 espécies de dinossauros, registros são encontrados principalmente nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Ceará. “Provavelmente, o maior já identificado refere-se ao Titanossauro (grupo dos saurópodes), que atingiram mais de 12 metros de comprimento, pesando em torno de 9 toneladas, superior ao peso de um elefante africano adulto”, comenta Nahor Neves. Uma das teorias mais aceitas para a extinção dos dinossauros é que um meteoro tenha atingido a Terra e com isso dizimado essas espécies. O impacto teria sido tão intenso que exterminou as formas de vida atingidas de maneira imediata, em curto prazo matou os animais e as plantas em regiões mais distantes e a longo prazo afetou toda a Terra. Como consequência, provocou fenômenos como chuvas ácidas, cobrindo a atmosfera com poeira, assim dificultando a entrada de luz solar. “A principal evidência desse evento é um fino extrato de argila rica em irídio (metal de transição, duro, frágil, pesado, de cor branco prateado). O irídio não é encontrado com facilidade na crosta da Terra, contudo é abundante em meteoros. No interior da Terra também existem concentrações de irídio mais elevadas do que na superfície, porém em menores teores que em meteoritos”, afirma o
BERESHIT | 2015
pesquisador Cahue Sbrana. Outra teoria que busca responder a essa questão, abrange o dilúvio bíblico. “No campo da geologia, as evidências parecem apontar para uma história fanerozóica marcada por eventos cataclísmicos, contínuos e de abrangência global – A Grande Catástrofe, que é perfeitamente compatível com a narrativa bíblica do Dilúvio”, ressalta Nahor Neves.
E a Bíblia, o que diz sobre os tre as obras de Deus. Somente seu criador pode ser aproximar dele com sua espada. dinossauros? “Agora considere Behemot, a quem eu fiz junto com você. Ele come grama como um boi. Que força tem em seus lombos! Que poder, nos músculos de seu ventre! Ele pode fazer sua cauda ser dura como um cedro, os músculos em suas coxas são como cordas, seus ossos são como canos de bronze e seus membros, como traves de ferro. Ele é classificado como primeiro en-
As montanhas produzem alimento para ele, ali, onde todos os animais selvagens brincam.” Jó 40. 15 – 20 (versão: Bíblia Judaica Completa) Segundo o mestre em teologia, Michelson Borges, neste trecho bíblico a palavra Behemot foi traduzida como crocodilo ou hipopótamo, por mencionar um animal muito grande, poderoso, cuja cauda se er-
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gue como o cedro – árvore que pode medir 15 metros de circunferência e ter quase 30 metros de altura, os poetas hebreus consideravam o cedro-do-líbano como símbolo de poder e majestade – esse animal possui músculos poderosos e se alimenta de vegetais. “Parece que essa descrição não se encaixa para a tradução de hipopótamo ou crocodilo, alguns pesquisadores acreditam que essa poderia ser uma descrição de um Braquiossauro. A Bíblia não mencionar a palavra ‘dinossauro’ não quer dizer que eles não existiram, a palavra ‘gato’ também não está na Bíblia isso não quer dizer que ela não reconheça que os gatos existam”, afirma. A Bíblia não poderia citar esses animais usando a palavra dinossauros, já que ela só foi criada em 1842, pelo inglês Richard Owen. A Bíblia pode descrever animais que podem ser ou não os dinossauros, mas sem usar essa palavra relativamente tão nova que Moisés não poderia ter utilizado em sua época para escrever o livro de Jó. Deus criou os dinossauros? Essa é outra pergunta que gerações buscam respostas. “O dinossauro é um animal incrível, mas suas características como predador feroz com dentes gigantescos parecem não combinar muito com a visão de que se tem de um Deus amoroso que, segundo a Bíblia, teria criado todos os seres. Será que Deus também criou os tubarões para serem o que são hoje? Ou Deus criou os tubarões originais que não eram máquinas de matar e eram pacíficos? Mas houve algo chamado pecado que trouxe grandes problemas para a criação, não apenas para o ser humano e alguns animais, não todos, acabaram se transformando, adaptando-se as situações se tornando predadores carnívoros”, comenta Michelson Borges.
Além do meteoro... A teoria mais aceita para a extinção é que um cometa teria atingindo nosso planeta, levantando uma grande quantidade de poeira, impedindo a penetração de luz solar e assim criando uma era glacial. Em 1978, uma equipe de engenheiros da companhia estatal de petróleo do México, iniciou uma extensa pesquisa na costa norte da província mexicana de Yucatán, a expedição se deparou com algo que não imaginavam encontrar. Esses pesquisadores encontraram uma cratera com quase 180 km de diâmetro, o
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que mais tarde seria suposto é que meteoritos e asteróides tenham a aberto na nossa superfície e assim levado os dinossauros e tantas outras espécies à extinção. A dúvida é se essa hipótese poderia explicar a enorme quantidade e variedade de fósseis encontrados em todos os demais continentes, inclusive na Antártida. Segundo Michelson Borges, a explicação mais comum entre os evolucionistas seria que tanto os dinossauros quanto os outros animais teriam morrido próximos a riachos e que em algum momento tenham sofrido uma enchente e transbordado. Com o passar do tempo, sedimentos cobertos dessas carcaças teriam se fossilizado. Entretanto, isso é encontrado em todos as partes do planeta, em todos os continentes. Uma reportagem no jornal Folha de São Paulo (09/01/15) mostra uma pesquisa que diz que os “dinossauros tiveram morte em agonia”, pois, geralmente, nos fósseis eles estão com as bocas semiabertas, a cabeça para trás e a cauda em curva. Por essas razões paleontólogos acreditam que os dinossauros morreram na água e as correntes deixaram os ossos nessa posição. “Tudo indica que eles morreram instantaneamente, foram sepultados ali vivos e não sua carcaça depois de terem sido mortos por fome, doença ou coisa parecida. Há fosseis que mostram alguns peixes no momento que estavam devorando outros, haviam seres vivos dando à luz no momento em que foram sepultados. Tudo indica que a catástrofe foi repentina. Quanto sedimento seria necessário para sepultar animais dessas dimensões?”, ressalta Michelson Borges. Uma outra pesquisa realizada por arqueólogos chineses mostra que foram encontradas mais de 3 mil pegadas de dinossauros, um detalhe: todas apontando para a mesma direção. Os cientistas acreditam que as mar-
cas sejam de seis tipos diferentes de dinossauros, isso há mais de 100 milhões de anos. As pegadas foram encontradas na província de Shandong, no leste do país chinês, variam de 10 cm a 80 cm e pertencem a várias espécies como o tiranossauro, o hadrossauro e o celurosauro. Segundo a agência de notícias oficias da China, Xinhua, os arqueólogos acreditam que as pegadas apontam uma migração ou uma tentativa em pânico de escapar dos predadores. “Que predador seria esse capaz de colocar em fuga dinossauros como hadrossauro, tiranossauro, animais carnívoros e herbívoros que não conviviam, todos fugindo juntos na mesma direção, centenas deles, parece que isso não corresponde aos fatos. Que predador seria esse? Tinha que ser algo muito espantoso muito grande”, reforça Michelson Borges. Michelson Borges cita um trecho do livro “Origens”, do doutor Ariel Roth, um renomado cientista suíço “quase todas as trilhas de pegadas, no Coconino, indicam que os animais estavam caminhando morro acima, e essa mesma situação se percebe para o leste do Arenito De Chelly (...). Além disso, há forte evidência de que os animais produziram essas trilhas sob a água, ao invés de sobre as dunas do deserto, como sugere a interpretação evolucionista. Não seria possível todas essas pegadas morro acima terem sido deixadas por animais fugindo das águas do dilúvio?”(Origens, p.215). Analisando as possibilidades, esse cenário pode parecer favorável, são vários animais de espécies distintas fugindo na mesma direção. “As pegadas indicam que eles estavam subindo e foram impressas na lama, isso sugere a catástrofe hídrica que varreu esses animais para longe e só temos hoje as pegadas reveladas depois de muito tempo”, completa Michelson.
ARTIGO
BERESHIT | 2015
EINSTEIN E = m.c² Por Cypriano Marques Filho
Eu poderia qualificar de infantis, ou outro qualificativo pouco elegante, as pessoas que ficam discutindo sobre o tema “o homem veio do macaco”. Ao contrário, desejo transmitir a alegria que tenho, quando afirmo que tanto o homem quanto o macaco, ambas as espécies foram criadas (como aliás todas as espécies animadas existentes no universo), nasceram da decisão do Criador, de criar tudo que existe. Como você deseja chamar o Criador do universo? Tem gente que não gosta da palavra “Deus”, porque ele é o princípio de tudo, em tudo e em todos. Eu acho mais fácil chamá-lo de “É”. Mistério – o homem sempre procurou e ainda procura explicar o mistério do universo. Quem tem fé? Aceita o mistério, o milagre, por fé. Trata-se de uma dádiva, um dom outorgado pelo “É”. Alguns cientistas já aceitam esse milagre por fé; enquanto alguns “cientistas” chamam o milagre de “acaso” ou campo predisposto a explodir. Pergunta: e o que explodiu, foi feito, criado por quem? Pelo “professor acaso”? Existem cientistas como Richard Hawkins, que mostrou ter ódio à palavra de Deus. Paralelas: duas linhas que caminham lado a lado na mesma direção, mantendo sempre a mesma distância entre si. Visual-
mente, entretanto, acontece uma deformação, e.... no infinito elas acabam se encontrando, superpondo-se, sobrepondo-se, dando a impressão de uma só linha.
Água = 2 átomos de hidrogênio, agregado a 1 átomo de oxigênio. Água = 80% do universo e também do corpo humano.
Fé e ciência são paralelas Gostamos de comparar: falando em fé, tomamos a Bíblia Sagrada como base. Falando em ciência, tomamos a direção dada por Albert Einstein, considerado “o grande” da ciência (aquele que foi informado sobre a “big-bang” - a grande explosão ocorrida quando Deus decidiu criar tudo que existe). Estamos escrevendo em linguagem “telegráfica” para que não se transforme em livro, este pequeno artigo.
No princípio o Espírito Santo (energia) movia-se sobre a face das águas (matéria). Com a velocidade (c²) dos prótons, elétrons, fótons, neutrinos e demais componentes do átomo, houve luz.
Estudar e crer no mistério divino, é preciso. Prótons, nêutrons, neutrinos, elétrons, fótons, quarks, glúons, são partículas que compõem os átomos. A matéria é composta de átomos, moléculas, células, que vão se agregando, formando estruturas, organismos, seres vivos aos milhões, cada um com as suas próprias características. Tais palavras pertencem ao vocabulário científico, mas também pertencem, ou estão na Bíblia em forma de parábolas. A palavra “vida” pertence as duas categorias: na ciência e na Bíblia, em Gênesis 1:20, o ensinamento é o mesmo: a vida começou na água:
Einstein recebeu sua famosa fórmula E=mc², onde: E= energia m= matéria c²= quadrado da velocidade da luz A astrofísica explicando a criação do universo. Compare na “Septuaginta”, com os três primeiros versos de Gênesis no capítulo 1°, e veja que 300 anos antes de Cristo, os três primeiros versos escreveram a fórmula do “big-bang”. Ainda nos 1° e 2° capítulos de Gênesis, temos o homem completo, descendendo do hominídeo, do homem de neanderthal, etc. A cada tempo, o homem consegue “descobrir” um pouco mais sobre a criação, o universo, mas na realidade, nada sabe, porque o finito jamais conseguirá explicar o infinito. O objetivo deste artigo, é despertar no leitor a vontade de conhecer mais.
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SAIBA + “A linguagem de Deus - Um cientista apresenta evidências de que Ele existe” (Francis S. Collins) Neste livro, Francis Collins, ex-diretor do instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (EUA), procura esclarecer o dilema existente entre a fé em Deus e a fé na ciência. Collins apresenta evidências, expõe que a religião e os conhecimentos científicos não são incompatíveis, mas sim complementares. Para o pesquisador é nosso dever levar em consideração todo o poder das perspectivas científica e espiritual para entendermos tanto aquilo que enxergamos quanto aquilo que não enxergamos.
“O teste da fé – os cientistas também creem” (Rute Bancewicz) Dez cientistas reconhecidos internacionalmente como pesquisadores notáveis contam suas histórias de vida e como relacionam a sua fé com a atividade científica. Por que escolheram ser cientistas? Por que abraçaram o cristianismo? Alguns eram ateus; outros, agnósticos; e ainda outros foram apresentados ao cristianismo quando crianças. Todos, em algum momento, mudaram de opinião ou reafirmaram o que creem. Mas por que “O Teste da Fé”? O desafio levantado é, muitas vezes, o de que Deus é uma ilusão e que a ciência removeu a necessidade da fé em qualquer coisa que seja. Como os cientistas cristãos respondem a isso? Todos eles foram treinados para pensar e testar ideias até o limite. Se tanto a sua fé, quanto a sua ciência forem buscas genuínas pela verdade, precisamos ouvir o que eles têm a dizer.
“Teoria do Design Inteligente: evidências científicas no campo das Ciências Biológicas e da Saúde” (Everton Fernando Alves) Atualmente, tem havido um grande questionamento se a origem da vida é mais bem explicada pelo acaso ou design. A Teoria do Design Inteligente tem tido crescente atenção, tornando-se um tema de debate e investigação principalmente no campo das Ciências Biológicas e da Saúde. Este livro te apresentará uma perspectiva científica ainda pouco explorada. Aqui, você encontrará evidências da assinatura de um projeto intencional nas estruturas biológicas complexas presentes na natureza e nos seres vivos.
“Bíblia em linguagem científica” (Cypriano Marques Filho) A Bíblia pode ser lida nas mais diferentes versões e interpretações, seja para homens de negócios, empresários, mulheres, adolescentes, crianças. E agora, chega algo para os estudiosos e cientistas.
“Fé e ciências são paralelas” (Cypriano Marques Filho) Este livro veio para “fincar bandeira” no território onde alguns vem operando, tentando colocar em oposição a fé e a ciência. Este livro chega em tempo oportuno às mãos de professores, alunos, cientistas, enfim, de homens e mulheres que tem o dever de formar a opinião de toda uma geração. Cypriano traz um ponto de vista bíblico e científico.
“Deus não está morto” (filme dirigido por Harold Cronk) Quando o jovem Josh Wheaton (Shane Harper) entra na universidade, ele conhece um arrogante professor de filosofia (Kevin Sorbo) que não acredita em Deus. O aluno reafirma sua fé, e é desafiado pelo professor a comprovar a existência de Deus. Começa uma batalha entre os dois homens, que estão dispostos a tudo para justificar o seu ponto de vista - até se afastar das pessoas mais importantes para eles.
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