Abril 2015 - BOMBA
Carta ao Leitor Nesta edição da revista Bomba iremos específicar sobre a Primeira Guerra Mundial, que teve seu inicio na Europa.Os principais assuntos que serão tratados como o contexto histórico e político, as causas da Guerra, Belle Époque, Vanguardas e muito mais. A guerra que moldou o mundo para o estado que se encontra nesse momento, um impacto muito grande para a época em que ocorreu.
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Entrevista “A guerra se faz presente em todos os dias, para todas as pessoas. Mas o papel das mentes pensantes é resolver os seus conflitos em paz, para que, as suas guerras pessoais não se tornem as dos outros.” - Jauria Botelho (professora de história do centro educacional 05 de Taguatinga e ex aluna da Faculdade do Noroeste de Minas).
Você acha que, se não ocorresse a primeira guerra, no período em que se desenrolou a segunda, o mundo se encontraria no mesmo estado de desenvolvimento?
Uma das realidades da humanidade é sempre buscar constantemente melhorias em sua forma de vida, contudo, creio que o desenvolvimento seria uma realidade, mas não tão voltado para a indústria bélica, uma vez que, em períodos de paz, a verdadeira paz; que existia antes da guerra, os países não se preocupariam tanto com suas defesas, pois, Abril 2015 - BOMBA
jamais se deparariam com situações como tal, mas sim, o desenvolvimento já seria uma realidade. Talvez, vendo com olhos mais otimistas, caso não ocorresse a primeira guerra, os países se preocupariam muito mais com as benfeitorias em prol da população, do que em brigas por território e buscas de poder.
Em sua opinião, qual foi a imporE para finalizar, qual a sua visão tância da ascensão feminina duran- geral sobre a primeira guerra? te a guerra? Mantendo o foco na dualidade, a guerra Para mim, as mulheres sempre foram tão importantes quanto os homens no meio social, porém, elas não tiveram seu devido reconhecimento desde o princípio. A subida das mulheres para o mercado de trabalho, quebrou um tabu de anos, pois as mulheres só tinham o seu reconhecimento se fossem boas donas de casa com bons casamentos e filhos bem-criado, então, essa independência veio como um presente para elas, para lhes dar o poder da autonomia para seguirem suas vidas por si próprias.
Uma crise como uma guerra, demanda muito mais do que apenas armas e pessoas para lutarem, a situação da saúde dos países envolvidos na guerra, por exemplo, precisa suportar os estragos causados por ela. Você acredita que as condições dos países eram favoráveis para os seus respectivos restabelecimentos? A resposta é muito clara, absolutamente não. Se fossem evoluídos o bastante, sua visão de mundo seria muito mais ampla e não fariam guerra por motivos banais, aliás, por motivo algum, afinal, nada se resolve matando pessoas. Um país chamado de vencedor, disso não tem nada, até mesmo porque se fosse ganhar, ninguém morreria e ainda fariam alianças de paz.
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não foi de todo ruim, ainda com todas as mortes, danos e deficiências que a guerra deixou, ela trouxe grande evolução para o mundo, em absolutamente todas as áreas. A administração do poder na Europa, que se detia na maioria dos países nas mãos de reis, após a guerra, perderam esse sistema de governo. A saúde evoluiu, as pesquisas científicas, as melhorias na vida da população, pois, as nações precisavam se reconstruir; as mulheres assumindo o mercado de trabalho, enfim, mesmo que a guerra tenha trazido danos irreversíveis, como a morte de milhares de pessoas, ela também trouxe muitas melhorias.
Contexto geopolítico e histórico da Primeira Guerra Mundial
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O período compreendido entre 1871 e 1914 foi definido por alguns historiadores como um momento de “Paz Armada”. Pode não parecer, mas isso significava um certo otimismo, marcado pela crença de que a humanidade atingira a maturidade necessária para a resolução pacífica dos conflitos internacionais, apesar de dispor de uma grande quantidade de armas e soldados. No entanto, a configuração da economia europeia originada do desenvolvimento industrial e da expansão imperialista, confrontos na disputa entre as potências industrializadas por territórios, principalmente na Ásia e na África, apontava para um clima de instabilidade e insegurança. Assassinato de Francisco Ferdinando foi estopim do conflito. No período entre 1905 e 1914, ocorreram vários incidentes diplomáticos, que contribuíram para abalar a relação entre os países europeus, culminando com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, possível herdeiro do Império Austro-húngaro. O incidente, ocorrido em Sarajevo, capital da Bósnia, teve como autor um ativista sérvio, Gravilo
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Princip. Gerou uma crise entre a Áustria-Hungria e a Sérvia, que culminou com a entrega de um ultimato à esta última, em 23 de julho de 1914. Dois dias depois, a Sérvia respondeu ao ultimato, recusando a oferta de colaboração de oficiais austríacos para suprimir os movimentos subversivos e para investigar o crime. A resposta sérvia desencadeou o rompimento das relações diplomáticas entre as duas nações e, em 28 de julho, a Áustria declarou guerra à Sérvia. No dia seguinte, a Rússia mobilizou seus exércitos em apoio à Sérvia, o que gerou, por sua vez, uma resposta da Alemanha, em favor da Áustria-Hungria. Em decorrência do sistema de alianças já mencionado, acabou se configurando um quadro de guerra geral.
A Tríplice Aliança e a Tríplice Entente Depois do ano de 1905, começou a se configurar um sistema de alianças entre as nações da Europa, que acabaram se dividindo em dois blocos: Alemanha, Áustriavliança, e Inglaterra, França e Rússia, que compunham a Tríplice Entente.
Exacerbação do nacionalismo O período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial foi marcado por uma exacerbação do nacionalismo. As potências, de modo geral, cultivavam um discurso e uma mentalidade baseados em suas glórias militares, no poder bélico e na supremacia nacional. Ao mesmo tempo, ocorre uma expansão da indústria bélica e um desenvolvimento tecnológico que aumenta a eficácia das máquinas de guerra. A essa conjuntura acrescentou-se uma série de disputas em regiões fronteiriças, com
populações formadas por mais de uma nacionalidade, como na Alsácia e na Lorena (entre a Alemanha e a França), na Trentina e proximidades de Trieste (Itália e Império Austríaco), e na península Balcânica (disputada pela Rússia e pela Áustria).
Explode o conflito Nesse contexto, foi elaborado o “Plano Schliefen”, que previa um ataque concentrado da Alemanha à França, avançando através da Bélgica. A invasão desta, por outro lado, sensibilizou o Parlamento e a opinião pública na Inglaterra, que já tinha desentendimentos com a Alemanha em razão de várias disputas comerciais. A guerra ganhou proporções nunca vistas anteriormente, envolvendo 27 nações, um contingente de 40 milhões de soldados aliados e 21 milhões de combatentes dos Impérios Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria), com um número de mortes superior a 15 milhões. Ao contrário das guerras tradicionais, cujos resultados dependiam principalmente do tamanho dos exércitos, a Primeira Guerra Mundial caracterizou-se pela luta de trincheiras, bombardeios e pelo emprego das novas tecnologias: aviões, submarinos, tanques e metralhadoras, fruto do desenvolvimento industrial.
Uso da propaganda A capacidade técnico-industrial foi, portanto, um fator fundamental para dar suporte a uma guerra que os estadistas não esperavam que durasse tanto. Outra característica marcante foi o uso da propaganda pelos governos envolvidos. A publicidade foi fundamental para garantir o apoio popular e estrangeiro. A Inglaterra teve uma participação fundamental através do emprego de sua poderosa marinha no cerco à Alemanha que, por sua vez, recorreu ao uso de submarinos para romper o
bloqueio que lhe foi imposto. Após o bombardeio de um navio por um submarino alemão, o que provocou a morte de 1.200 pessoas, dentre os quais cidadãos americanos, os Estados Unidos se posicionam contra os alemães e, em abril de 1917, entraram na guerra.
Os EUA entram na 1ª Guerra Mundial Antes da guerra, os Estados Unidos defendiam a política de “portas abertas” como a melhor solução para a forte concorrência imperialista. Nesse âmbito, as autoridades do governo dos EUA acreditavam que todos os imperialistas tinham direitos iguais na exploração dos territórios afro-asiáticos. Apesar dessa premissa conciliadora, os países europeus preferiam a guerra como solução. Nesse novo contexto, os Estados Unidos passaram a lucrar à custa da Primeira Guerra Mundial. Em um curto espaço do tempo, as nações europeias necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que permanecendo neutro, por uma questão de interesse e afinidade, o governo norte-americano exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente. O comportamento solidário dos EUA logo se aprofundou, principalmente quando observamos o empréstimo de recursos financeiros para a guerra na Europa. Até esse momento, o conflito se transformava em um evento bastante lucrativo e benéfico para a economia norte-americana. No âmbito político, os Estados Unidos esperavam que a nação pudesse se fortalecer ainda mais ao possivelmente assumir a condição de intermediadora dos tratados de paz. Tais projeções mudariam de rumo no ano de 1917. Naquele ano, os russos abandonaram a Tríplice Entente com o desenvolvimento da Revolução Russa. Para as potências centrais,
essa seria a oportunidade ideal para vencer o conflito. Não por acaso, os alemães puseram em ação um ousado plano de atacar as embarcações que fornecessem mantimentos e armas para a Inglaterra. Nesse contexto, navios norte-americanos foram alvejados pelos submarinos da Alemanha. Nesse momento a neutralidade norte-americana se tornava insustentável por duas razões fundamentais. Primeiramente, porque a perda das embarcações representava uma clara provocação que exigia uma resposta mais incisiva do governo americano. Além disso, a saída dos russos aumentava o risco da Tríplice Entente ser derrotada e, consequentemente, dos banqueiros estadunidenses não receberem as enormes quantidades de dinheiro emprestado aos países em guerra. No dia 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra contra os alemães e seus aliados. Um grande volume de soldados, tanques, navios e aviões de guerra foram utilizados para que a vitória da Entente fosse assegurada. Em pouco tempo, as tropas alemãs e austríacas foram derrotadas. Em novembro de 1918, o armistício de Compiègne acertou a retirada dos alemães e a rápida vitória da Tríplice Entente.
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O Tratado de Versalhes Os aliados, por seu lado, investiram sobre os espólios dos vencidos: a França reivindicava a devolução da Alsácia-Lorena, a Inglaterra tencionava eliminar o poderio naval alemão, a Itália queria a anexação da “Italia irredenta” (Região de Trento), as nações balcânicas reivindicavam independência e o Japão empenhava-se em empenhar seu poder no Pacífico. O presidente Wilson apresentou ao Congresso Norte-americano 14 pontos que julgava importantes para o estabelecimento da paz, dentre os quais a criação de uma associação de nações para garantir a independência dos países, que resultou na criação da Liga das Nações, em 16 de janeiro de 1920, com sede em Genebra, na Suíça. Em 28 de junho de 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, que formalizava o término da Primeira Guerra Mundial. O Tratado de Versalhes, bem como os outros que vieram a seguir, determinaram severas medidas de reparação de guerra contra os países vencidos, que implicavam a dilapidação do patrimônio nacional, perda de direitos comerciais e de exploração de territórios colonizados. Além de um endividamento absurdo, a título de indenização para os países vencedores, estabeleceram-se restrições pesadas à soberania política e militar aos derrotados.
Causas da Primeira Guerra Mundial Causas Há várias causas prováveis para a primeira guerra mundial. O evento principal que marcou o início da guerra, foi o assassinato de Francisco Ferdinando , herdeiro do trono Austro-Húngaro. O assassino foi Gavrilo Princip, que era integrante de um grupo nacionalista chamado Mão Negra, que visava unir os territórios que continham sérvios. Mas este ocorrido é o de menos, foi apenas o estopim. Na década de 20, a explicação mais usada para a guerra foi a de que a Alemanha começou atacando e invadindo a Bélgica no dia 3 de agosto de 1914, e os Austro-Húngaros invadiram a Sérvia dia 29 de Julho do mesmo ano. Por terem sido os primeiros a atacar, os alemães e austro-húngaros foram considerados os culpados pela guerra, tendo de pagar uma quantia enorme de dinheiro para reparar danos da Tríplice Entente. O valor era o correspondente á aproximadamente 20 bilhões de dólares hoje. Em 1931 essa dívida foi extinta.
Rivalidades A rivalidade entre Alemanha e Inglaterra também é uma das causas. Os Ingleses sempre do-
Militarismo e Aristocracia Já os americanos, culpam a aristocracia da Alemanha, Rússia e do Império Austro-Húngaro, que mandava nesses países. Eram militaristas, deixando de lado a democracia. Os americanos, com essa desculpa, entraram na primeira guerra mundial, e os Russos saíram da Tríplice Entente.
Nacionalismo O nacionalismo que se expandia rapidamente pela Europa na época, alimentado pelas guerras perdidas, rivalidades, e a mídia, contribuiu bastante para a Guerra. Os cidadãos da Sérvia e do Império Austro-Hungaro clamavam por uma guerra, para defender a sua honra.
minaram os mares da Europa (desde a época do Revanchismo descobrimento do Brasil!), e os alemães, claro, Os alemães dominavam uma região chamada não gostavam nada disso. Iniciou-se uma corrida armamentista, desenvolvimento de navios Alsácia e Lorena, que, inicialmente era mesmo de guerra, etc. A tensão aumentou quando a In- do povo alemão, mas foi tomado por Luís XIV da glaterra construiu o revolucionário encouraçado França, em 1648. Os franceses devolveram o território aos alemães, devido ao Tratado de HMS Dreadnought: Frankfurt (guerra franco-prussiana). Com isso, surgiu um sentimento de revanchismo nos franceses.
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A Bellé Époque
A Belle Époque é conhecida como um momento na trajetória histórica francesa que teve seu início no final do século XIX, mais ou menos por volta de 1880, se estendeu até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Mas, na verdade, não é possível demarcar tão rigorosamente seus limites, uma vez que ela é mais um estado espiritual do que algo mais preciso e concreto. Esta era e é até hoje relembrada como uma época de florescimento total do belo, de transformações, avanços e paz entre o território francês, onde este movimento se centralizou, e os países europeus mais próximos. Surgem novas descobertas e tecnologias, e o cenário cultural fervilha com o aparecimento dos cabarés, do cancan, do cinema. A face artística é subvertida com o nascimento do Impressionismo e da Art Nouveau. Em outras terras a arte e a arquitetura nascentes neste momento são conhecidas como obras de estilo ‘Belle Époque’. No Brasil este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento modernista, a Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais
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“Felizes décadas entre 1870 e 1914: a Bela Época!’ Período histórico que num primeiro momento, desperta na consciência de todos a imagem de um mundo marcado pela estabilidade, paz valores seguros. Na realidade esta sociedade paradisíaca existiu somente para os estratos superiores das classes privilegiadas. A grande burguesia, sem dúvida tinha razões de sobra para seu otimismo: as revoluções científica e tecnológica, extremamente aceleradas ao longo do século XIX, haviam aberto perspectivas de fortuna e poder até pouco antes nem sequer imagináveis. [...] faltando apenas levar os ‘miraculosos’ produtos da civilização ocidental aos pobres e retardados povos dos continentes periféricos. [...] Esta sociedade feliz terminaria de forma explosiva nas sangrentas trincheiras da Grande Guerra de 1914. As proporções catastróficas assumidas pelo primeiro conflito mundial levantaram, inevitavelmente, uma questão: como um evento tão absolutamente trágico, pode ter sido gerado no interior da ‘Bela Época’ [...]?.” RODRIGUES, Luiz Cezar B. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Atual, 1994. p.5.
Vanguardas Europeias As vanguardas europeias foram manifestações artístico-literárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas do Século XX, e vieram provocar uma ruptura da arte moderna com a tradição cultural do século anterior. Com o advento da tecnologia, as consequências da Revolução Industrial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu um sentimento nacionalista, um progresso espantoso das grandes potências mundiais, e uma disputa pelo poder. Várias correntes ideológicas foram criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, e também surgiram os movimentos artísticos chamados de vanguardas. Todos pautavam-se no mesmo objetivo, que era o questionamento, a quebra dos padrões, o protesto contra a arte conservadora, a criação de novos padrões estéticos, que fossem mais coerentes com a realidade histórica e social do século em que surgiam. Estas manifestações se destacaram-se por sua radicalidade, a qual proporcionou que influenciassem a arte em todo o mundo.
Impressionismo
O impressionismo é um movimento francês, abrangendo, a partir do século XVIII, toda a espécie de mestres e revoluções muito importantes: depois do romantismo, do naturalismo
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e do realismo aparece o impressionismo, que se situa como um episódio no interior de uma evolução, de uma revolução dentro de uma série de revoluções.” ( Jean Cassou - escritor francês, ensaísta, crítico e sociólogo da arte ). Influenciados pelos físicos que estudavam a luz e seus fenômenos, os impressionistas ocuparam-se da divisão de tons, da oposição e combinação das tonalidades, vendo a cor não como uma mera coloração de uma superfície, não como uma qualidade do objeto e o objeto não como sendo preto, verde, amarelo ou vermelho. Atingir a expressão direta da luz e da cor sobre o objeto, jogando com eles, como um jogo de prisma. A pintura torna-se não uma cópia da natureza, mas um artifício mediante o qual se representa o efeito geral da natureza. Reproduzir, o mais fielmente possível, a rica intensidade visual que o olho humano transmite para a mente. “Tudo o que é pintado diretamente e no local tem uma força, um vigor e uma vivacidade de toque que jamais poderão ser obtidos no estúdio; três pinceladas da natureza valem mais do que dois dias de trabalho no estúdio, sobre o cavalete. “( Eugène Boudin ). São características da pintura impressionista a sutileza e a evanescência ( não há traços fortes, marcantes ), a expressão do lirismo, a beleza que vem e vai com a flutuações da luz A união de tons difusos que busca inspiração no movimento e na profunda substância das coisas.
Cubismo
cia lógica, pautado por uma desordem proposital na apresentação de seus elementos e por uma enumeração aleatória de fragmentação da realidade, na qual passado e futuro parecem se fundir. Outra característica marcante se atém à desvalorização da estrofe e, consequentemente, da pontuação, métrica e rima.
Surrealismo
O Cubismo surgiu em 1907, quando o pintor espanhol Pablo Picasso (1881 -1973) expôs sua criação Demoiselles, de Pablo Picasso – figuras geométricas que fogem ao convencionalismo (representada na imagem acima) em Paris. Após este momento, outros representantes também se destacaram. Entre os quais destacamos: Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges Braque; e na literatura, Apollinaire e Cendras . Seu propósito era decompor, fragmentar as formas geométricas. Investia na subjetividade de interpretação das obras, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos . As manifestações que revelam a arte cubista são baseadas na decomposição da realidade em fragmentos que se entrecortam entre si. Tal pressuposto rompeu com os preceitos ideológicos instituídos pelo Realismo, no intento de mostrar que existem outras maneiras de perceber e interpretar o real.
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Na literatura, sua manifestação se dá por meio da realidade aparente em oposição à realidade pensada, interpretada. O discurso apresenta-se como desprovido de uma sequên-
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O movimento surrealista nasceu no início do século XX, em Paris, fruto das teses de Sigmund Freud, criador da Psicanálise, e do contexto político indefinido que marcou este período, especialmente a década de 20. Esta escola artística e literária se insinua no interior dos movimentos de vanguarda modernistas, englobando antigos adeptos do Dadaísmo – linhagem cultural nascida em Zurique, em 1916, que primava pela irracionalidade, pela censura a toda atitude moderada e era marcada por uma descrença total e um negativismo radical. Os surrealistas deslizam pelas águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e mergulhando na esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana da psique. Os adeptos do Surrealismo se valem dos mesmos instrumentos que a Psicanálise, o método da livre associação e a investigação profunda dos impulsos oníricos, embora se esforcem para adaptar este manancial de recursos aos seus próprios fins. O marco oficial da instituição deste movimento
é o lançamento do Manifesto do Surrealismo, em outubro de 1924, por André Breton, que também o subscreveu. Este documento tinha o propósito de criar uma nova expressão artística acessível através do resgate das emoções e do impulso humano. O Surrealismo – expressão que foi apresentada inicialmente pelo poeta cubista Guillaume Apolinaire, em 1917 – contava em suas fileiras com nomes famosos como os de Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí, nas artes plásticas; André Breton, no campo da literatura; e Buñuel, no cinema. Eles lançam, em 1929, o Segundo Manifesto Surrealista, publicando ao mesmo tempo o periódico O Surrealismo a Serviço da Revolução.
Futurismo
O futurismo foi um movimento artístico que ocorreu na Itália de 1909 a 1916. De grande repercussão social, seus princípios foram o ponto de partida para a modernização da cultura italiana. Em 20 de fevereiro de 1909, o jornal parisiense Le Figaro publicou o primeiro manifesto futurista, assinado pelo poeta italiano Filippo Tomaso Marinetti. Suas bases eram totalmente revolucionárias, e ele foi o primeiro grito exigindo uma arte contemporânea. O poeta propunha a destruição de um mundo representado pelo governo, academias de arte e Vaticano, para fazer a sociedade italiana despertar para a nascente modernidade. Seu programa político abordava o divórcio, a distribuição de riquezas e a igualdade entre homem
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e mulher. Além disso, defendia a guerra como o único meio de mudar um mundo antiquado e decadente e o militarismo, como revalorização do sentido de pátria. Para conseguir pôr essas idéias em prática, não foi difícil para Marinetti contar com o apoio incondicional dos pintores mais jovens da Itália, do início do século: Balla, Boccioni, Carrà, Russolo e Severini. Eles também, cheios de entusiasmo revolucionário, redigiram seus próprios manifestos, nos quais assentavam as bases do que viria a ser a arte futurista: a máquina como única expressão do dinamismo e a velocidade como o novo sinal dos tempos. Também se unia a esta nova corrente o arquiteto Sant’Elia, que teorizava sobre uma arquitetura caduca e transitória, que não sobrevivesse ao homem. O verdadeiro desafio para os futuristas foi encontrar um estilo que não tivesse nada em comum com as formas de arte tradicionais. Surgiram assim seus quadros de planos fragmentados e cores expandidas, nos quais as formas se repetiam, amontoando-se umas sobre as outras, para transmitir uma sensação de movimento contínuo.
A Pintura do Futurismo Em linhas gerais, os futuristas tentaram plasmar em suas pinturas a idéia de dinamismo, entendido como a deformação e desmaterialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação.Pode parecer algo muito simples, mas não é. De fato, os futuristas, que tão bem souberam expressar suas teorias nos manifestos, tiveram muito trabalho para as materializar sem cair nas antigas representações artísticas que tanto abominavam. Uma de suas propostas foi a divisão da cor. É mais do que sabido que, qualquer objeto em movimento, um automóvel por exemplo, é visto pelo observador como uma sucessão de linhas coloridas fugazes. Esta teoria pode parecer
familiar quando se pensa nos esforços que os impressionistas fizeram para captar a luz ou as cores num momento determinado. Mas é exatamente aí que está a diferença na proposição dos futuristas... ... é que os futuristas aspiram à captação de um instante preciso na tela, sem a soma de momentos que, em conjunto, constroem a ação. Além disso, como um objeto em movimento também perde sua forma original, é necessário fragmentar volumes e linhas. Não bastasse isso, os futuristas ousaram ainda mais. Repetiram essas fragmentações até saturar o plano, com o que conseguiram alcançar um de seus maiores objetivos: a simultaneidade. Diante das obras futuristas, o espectador, estático, só consegue se deixar envolver por essas telas velozes e movediças, que, mais do que um prazer visual, transmitem a sensação de vertigem dos novos tempos. O pintor Boccioni, um dos maiores expoentes do movimento, fez suas incursões pela escultura, aprofundando a busca do dinamismo, embora se possa afirmar sem dúvida que, nas artes plásticas, o futurismo foi uma arte eminentemente pictórica.
O Pós Impressionismo A expressão Pós Impressionismo foi usada para designar a pintura que se desenvolveu de 1886, a partir da última exposição impressionista, até o surgimento do Cubismo, com Pablo Picasso e Georges Braque, entre 1907 a 1908. Ela abrange pintores de tendências bem diversas, como Gauguin, Cézanne, Van Gogh e Seurat, que apenas no início de suas carreiras identificaram-se com o Impressionismo. Além desses artistas, não podemos deixar de referir, nesse período, á obra de Toulouse- Lautrec, que documentou a vida paraisiense do fim do século XIX de um ponto de vista muito pessoa e , portanto, impossível de ser enquadrado em algum movimento artístico.
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Expressionismo
O expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. Manifestou-se inicialmente através da pintura, coincidindo com o aparecimento do fauvismo francês, o que tornaria ambos os movimentos artísticos os primeiros representantes das chamadas “vanguardas históricas”. Mais do que meramente um estilo com características em comum, o Expressionismo é sinónimo de um amplo movimento heterogéneo, de uma atitude e de uma nova forma de entender a arte, que aglutinou diversos artistas de várias tendências, formações e níveis intelectuais. O movimento surge como uma reacção ao positivismo associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista – a “expressão” – em oposição à mera observação da realidade – a “impressão”. O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de forma subjectiva a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo não tem uma época ou um espaço geográfico definido, e pode mesmo classificar-se como expressionista a obra de autores tão diversos como o holandês Piet Zwiers, Matthias Grünewald, Pieter
Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, de forma a estabelecer uma distinção entre termos, preferem o uso de “expressionismo” – em minúsculas – como termo genérico, e “Expressionismo” – com inicial maiúscula – para o movimento alemão. Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, o expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e que se prolongaria até ao fim do período entre-guerras (1918-1939). Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística. O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da subjectividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. Pretendeu ser o reflexo de uma visão subjectiva e emocional da realidade, materializada através da expressividade dos meios plásticos, que adquiriram uma dimensão metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Muitas vezes vista como genuína expressão da alma alemã, o seu carácter existencialista, o seu anseio metafísico e a sua visão trágica do ser humano são características inerentes a uma concepção existencial aberta ao mundo espiritual e às questões da vida e da morte. Fruto das peculiares circunstâncias históricas em que surge, o expressionismo veio revelar o lado pessimista da vida e a angústia existencialista do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, se vê alienado e isolado. O expressionismo não foi um movimento homogéneo, coexistindo vários polos artísticos com uma grande diversidade estilística, como a corrente modernista(Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die Brücke), surrealis-
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ta (Klee), ou a abstracta (Kandinsky). Embora o seu maior polo de difusão se encontrasse na Alemanha, o expressionismo manifestou-se também por meio de artistas provenientes de outras partes da Europa como Modigliani, Chagall, Soutine ou Permeke, e no continente americano como, por exemplo, os mexicanos Orozco, Rivera, Siqueiros e o brasileiro Portinari. Na Alemanha existiram dois grupos dominantes: Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter(fundado em 1911), embora tenha havido artistas independentes e não afiliados com nenhum dos grupos. Depois da Primeira Guerra Mundial surge a Nova Objetividade que, embora tenha sido uma reação ao individualismo expressionista e procurasse a função social na arte, a sua distorção das formas e o seu intenso colorido fazem do grupo um herdeiro direto da primeira geração expressionista. Fränzi perante uma cadeira talhada(1910), de Ernst Ludwig Kirchner, Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid.
FAUVISMO
Fauvismo é uma tendência estética da pintura, surgida no final do século XIX e desenvolvida no início do século XX, que tinha por características principais o uso exacerbado de cores fortes e o teor dramático nas obras. O movimento foi tipicamente francês, iniciou-se por parte dos artistas da época que se opunham a seguir a regra da estética impressionista, em vigor na época. A tendência foi conside-
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rada movimento artístico apenas em 1905. O Fauvismo, ou Fovismo, tinha temática leve, baseada na alegria de viver e nas emoções, e não tinha fundamentação ou intenção crítica nem política. A gradiente de cores é consideravelmente reduzida nestas obras, mas o papel das cores é extremamente importante nelas, pois eram responsáveis pela noção de limites, volume, relevo e perspectiva. Além disso, as cores não tinham relação direta com a realidade, não correspondiam à cor real do objeto representado. O início do movimento, no final do século XIX, teve como representantes precursores Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Os estilos destes dois renomados artistas exerceram forte influência sobre os adeptos do Movimento Fauvista. O Fauvismo influenciou muito a ruptura da arte moderna com a antiga estética vigente, além disso, modificou a idéia de utilização das cores nas artes plásticas. O termo surgiu de uma expressão pejorativa, utilizada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles ao ver uma obra de Henry Matisse, em 1905, no Salão de Outono, em Paris. A expressão utilizada pelo crítico, “Les Fauves”, significa “os selvagens”. Apesar dos artistas seguidores e dos adeptos do movimento renegarem a nomenclatura, esta acabou ficando na história da arte. Para o movimento Fauvista, as criações artísticas não possuem relação com intelecto ou sentimentos, ou seja, a criação artística deve ser livre e espontânea, baseada no instinto, nos impulsos primários. Também as cores, era levada amplamente em consideração a larga preferência por cores puras, elas são exaltadas no Fauvismo, e linhas e cores não possuem uma ordem predeterminada, são empregadas nas obras da mesma forma primária e instintiva que fazem crianças e selvagens, como diziam os próprios artistas. Algumas das características físicas da pintura fauvista são o colorido brutal, as pinceladas
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violentas e definitivas, irrealidade na correspondência das cores da realidade com a representação e a pintura por manchas largas, na formação de grandes planos. Os principais nomes do Fauvismo foram Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Georges Braque, Andre Derain, Jean Puy, Paul Cézanne, Henri Matisse, Kees van Dongen, Raoul Dufy e Georges Roualt. La Danseuse jaune (1912) de Alexis Mérodack-Jeanneau (1873-1919). Musée des Beaux-Arts d’Angers.
Abstracionismo
O abstracionismo refere-se às formas de arte não administradas pela figuração e pela imitação do mundo, ou seja, não representam objetos próprios da realidade concreta. Ao contrário, se utiliza das relações formais entre cores, linhas e superfícies para produzir a realidade da obra. Seu surgimento deve-se às experiências das vanguardas européias, que rejeitaram a herança renascentista das academias de arte. A arte abstrata existiu desde o princípio da civilização, passando por algumas fases de maior ou menor aceitação. Hoje a expressão é mais usada para nomear a produção artística do século XX, produzida por determinados movimentos e escolas inseridos na arte moderna. Grande parte dos movimentos desse século
concedia valor à subjetividade na arte, admitindo distorções de forma que se defrontava com a idéia do renascentista Giorgio Vasari e sua opinião a respeito do valor do artista. Ele acreditava que este valor devia-se a capacidade de representar a natureza com rigor. No começo do século XX, antes que os artistas atingissem a abstração absoluta, o termo foi utilizado para se referir a escolas como o cubismo e o futurismo. O abstracionismo divide-se em duas tendências: abstracionismo lírico; abstracionismo geométrico. O abstracionismo lírico aparece como uma reação a Primeira Guerra Mundial. Para compor uma arte imaginária, inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição. As características da arte não figurativa são: o jogo de formas orgânicas, as cores vibrantes e a linha de contorno. A pretensão do abstracionismo lírico é transformar manchas de cor e linhas em ideais e simbolismos subjetivos. O abstracionismo geométrico recebeu influência do cubismo e do futurismo. Ao contrário do abstracionismo lírico, foca a racionalização que depende da análise intelectual e científica. No Brasil, o abstracionismo teve suas primeiras representações na década de 40.
Dadaísmo O Dadaísmo surge em meio à guerra, em 1916, do encontro de um grupo de refugiados (escritores e artistas plásticos) com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época. Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das conseqüências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial: o sentimento de revolta, de agressividade, de indignação, de instabilidade.
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O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas européias anteriores: o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Os artistas desse período eram contra o capitalismo burguês e a guerra promovida com motivação capitalista. A intenção desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a arte tradicional. A literatura tem como características: a agressividade verbalizada, a desordem das palavras, a incoerência, a banalização da rima, da lógica, do raciocínio. Faz uso do nonsense, ou seja, da falta de sentido da linguagem, as palavras são dispostas conforme surgem no pensamento, a fim de ridicularizar o tradicionalismo. O próprio nome “Dadaísmo” não tem significado nenhum, provavelmente tem o intuito de remeter à linguagem da criança que ainda não fala. Um dos principais autores e também fundador do Dadaísmo é Tristan Tzara, o qual ensina o seguinte a respeito do movimento: Para fazer um poema dadaísta Pegue um jornal Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
O BATALHÃO DE FUTEBOLISTAS
A formação do batalhão fez com que a pressão da opinião pública diminuísse. Era um dos momentos mais críticos do esporte desde sua popularização.
Trégua de natal
Os futebolistas britânicos foram muito criticados no início da guerra, pois, enquanto muitos voluntários seguiam com o exército para a luta na Bélgica e na França, as partidas de futebol continuavam a todo vapor. Pessoas influentes da sociedade começaram a questionar por que tantas pessoas aptas a servir o país estavam num campo de futebol, seja jogando ou observando. Campanhas começaram a ser criadas. Um dos cartazes mostrava um político dizendo a um jogador: “Você pode ganhar dinheiro aqui, mas só há outro campo no qual você pode adquirir honra!”. Pressionada, a Federação Inglesa de Futebol concordou em suspender as atividades e envolveu-se ativamente na captação de recrutas para o exército. Em dezembro de 1914, surgiu o Batalhão dos Futebolistas, formado não só por atletas, mas também torcedores das equipes.
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No dia 25 de dezembro de 1914, algo total-
mente inesperado aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. E o esporte, mais uma vez, teve papel importante. Uma confraternização entre inimigos terminou em uma “pelada” de futebol em pleno campo de batalha. Tudo começou quando um alemão disse ao inimigo: “Inglês, por que você não vem aqui?”. Um soldado britânico deixou a arma para trás e começou a caminhada no campo de batalha. Aos poucos, mais integrantes dos dois lados fizeram o mesmo e logo estavam se cumprimentando. Trocaram cigarros, comida, rum e água quente, até beberam vinho. Foi quando um inglês teve a ideia de organizar um jogo ali mesmo. A vitória foi da Inglaterra, por 3 a 2. Os dois lados cantaram músicas de Natal, mesclando canções em inglês e alemão.
Ao fim do dia, as tropas voltaram para suas respectivas trincheiras e fizeram um acordo: nenhum tiro seria disparado até a meia-noite. A batalha só recomeçaria no primeiro minuto do dia 26.
VOLEI NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
O voleibol foi criado em 1895 por William Morgan, diretor do departamento de educação física da Associação Cristã de Moços de Holyoke, Massachusetts, Estados Unidos, para incentivar a prática de atividades físicas em quadras cobertas. George Fisher, secretário do Escritório de Guerra da ACM incluiu o voleibol no programa de recreação e educação para as Forças Armadas americanas.O número de jogadores em quadra mais uma vez torna-se variável, de 2 a 6 para cada equipe. O tempo oficial de jogo é introduzido e é decidido que o time que perder um jogo tem o direito de começar a servir no próximo jogo. George Fisher, secretário do Escritório de Guerra da ACM incluiu o voleibol no programa de recreação e educação para as Forças Armadas americanas. Na Europa o voleibol chegou às praias francesas da Normadia e da Grã-Breta-
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nha com os soldados americanos que lutavam na Primeira Guerra Mundial. Sua popularidade cresceu rapidamente, mas o jogo criou raízes nos países do Leste, onde o clima frio faz com que os ginásios esportivos se tornem mais atraentes. Os primeiros dias da Primeira Guerra Mundial levaram o voleibol à África. O primeiro país a aprender as regras foi o Egito. Muitas novas regras seriam estabelecidas. A pontuação atribuída a um “game” cai de 21 a 15 e é determinado que, para ganhar uma partida, uma equipe tem que vencer dois dos três “games”. A bola agora pode ser batida com os pés de um jogador. A altura da rede sobe para 8 pés, aproximadamente 2,43 metros, enquanto que o peso bola sobe de 8 para 10 onças. É decidido que segurar a bola é uma falta e o jogador não pode ter contato com a bola uma segunda vez até depois de ter sido jogada por outro atleta. Na base aérea das Forças Aliadas em Porto Corsini, onde hoje está localizado o Palácio de Esportes de Ravenna, os aviadores americanos introduziram o voleibol na Itália.
GRANDES INVENÇÕES E APERFEIÇOAMENTOS Submarinos, tanques, encouraçados e capacetes.
Os dois lados tinham desenvolvido os tanques, mas os alemães não acreditaram nos blindados, ao contrário dos franceses, que se equiparam rapidamente com ágeis tanques Renault. Pelo mar, a guerra naval ganhou o aço, dando início à nova categoria de navios de combate: encouraçados. Os alemães, que não quiseram competir com o domínio britânico no mar, construíram, em vez disso, submarinos- chamados de ‘’ U-Boot’, abreviação de Unterseeboot, em grande escala. Enquanto os antigos rifles, espingardas e pistolas ganhavam reforço de modernas armas automáticas de repetição chamadas de metralhadoras, os soldados precisavam melhorar sua proteção a essa chuva de balas e muralha de projeteis. A guerra de trincheira os deixava menos expostos, mas era preciso protegê-los lá dentro. O capacete de metal generaliza-se por todos os exércitos em 1915, assim como o uso do arame farpado, para impedir o avanço dos inimigos, que matou milhares de soldados.
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Armas químicas, gases tóxicos e máscara de gás.
Hoje banido, o uso de armas químicas começou com as forças armadas alemãs, mas afetou profundamente as pessoas. Os gases aterrorizaram os combatentes. Tomados pelo pânico, cegos ou asfixiados, milhares morreram em sofrimentos. Os dois lados aperfeiçoaram as armas químicas durante o conflito, mas sempre com o receio de sua técnica ser usada contra eles mesmos. Para se defenderem, os soldados usavam óculos e mascaras de proteção ou improvisavam, cobrindo os rostos com panos molhados. E com o tempo, os britânicos desenvolveram as máscaras de gás para se defenderem, que hoje são fundamentais na indústria e em laboratórios.
Aviões e zepelins
de comunicação com pessoas no solo era por meio de gestos com bandeiras ou luzes. Porém, isso mudou com a ajuda do Exército Americano, que instalou o primeiro rádio de comunicação em duas vias em um avião durante a Primeira Guerra Mundial.
Granadas
Os aviões fizeram sua estreia na arena de combate em várias frentes de batalha, eles faziam reconhecimento aéreo de áreas inimigas, realizavam bombardeios intensos, lançavam armas químicas e também combatiam os aviões do inimigo. O famoso Barão Vermelho, o alemão Manfred Von Richthofen, virou uma lenda ao perseguir aviões de reconhecimento britânico. Outra ameaça mortífera do ar, eram os zepelins, que viraram bombardeiros formidáveis numa época em que não havia ainda bactérias antiaéreas.
Controle de tráfego aéreo
Durante os primeiros dias de voo, os pilotos ficavam completamente isolados do ambiente terrestre assim que decolavam. A única forma
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Embora as primeiras granadas de mão remontem ao século VII, à época do Império Bizantino, na época elas eram pouco mais do que hoje chamaríamos de coquetel molotov. A partir daí, o artefato passou por evolução, e mesmo no começo da Primeira Guerra, as chamadas granadas eram meramente bombas atiradas em vidro de geleira. O atual formato oval, parecido a um abacaxi e dotado de um pino, foi desenvolvido por britânicos na Primeira Guerra. Especificamente, este design é atribuído a William Mills. Na época, eram chamadas bombas de Mills.
Pilates Inteligência e espionagem
O uso das transmissões criptografadas dos alemães incentivou uma contraofensiva britânica para quebra de códigos. O avanço dessas técnicas levou a criação de um serviço de inteligência que recrutava voluntários de vários países da aliança. O serviço secreto britânico já tinha sido criado em 1906, quando as relações com a Alemanha pioraram. Uma lenda da espionagem se fez na Primeira Guerra Mundial: Mata Hari (foto), uma dançarina holandesa exótica fuzilada, acusada de ser espiã. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo de ousadia feminina.
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Joseph H. Pilates nasceu na Alemanha, raquítico e asmático, mas não desistiu de praticar esportes. Emigrou para Grã-Bretanha em 1912, e quando a guerra estourou, ele foi para um campo de prisioneiros. La incentivava os colegas da prisão a se exercitarem. Usando molas de colchão e faixas das camas, ele desenvolveu o método hoje mundialmente famoso. Mais tarde, ele imigrou para os Estados Unidos.
Triagem de pacientes
O atendimento médico de emergência instituiu a triagem (do francês triage, seleção) de pacientes, priorizando os casos mais graves em detrimentos aos pequenos ferimentos para dar
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conta da demanda. Em um determinado ponto, feridos menos graves ajudavam a tratar os casos críticos.
Ambulância
Preocupados com a integridade física de seus soldados, o Exército Espanhol contava com ambulâncias para buscar seus soldados. Os veículos tinham corpo de carroças e carruagens montado em chassis. O escritor Ernest Hemingway foi condutor de uma ambulância durante o conflito.
Cirurgia plástica
Banco de sangue
Embora transfusão de sangue não fosse desconhecida no início do século XX, geralmente era feita diretamente de uma pessoa para a outra. Um médico militar americano, Oswald Robertson, estabeleceu o primeiro banco de sangue no front quando, em 1917, usou citrato trissódico para prevenir a coagulação. O sangue era mantido no gelo por até 28 dias.
Síndrome pós-traumática
Estilhaços eram causas de muitos ferimentos no rosto. Diferentes dos ferimentos à bala, os pedaços de metal retorcido podiam desfigurar rostos e membros. O cirurgião neozelandês Harold Gillies se horrorizou com o estado dos soldados e foi um pioneiro das técnicas de reconstrução facial.
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“Choque de bomba” (shell shock) era o termo que os soldados usavam para descrever colegas que sofreram múltiplos sintomas após se verem em meio a um bombardeio. O estudo
saiu publicado na revista médica especializada “ The Lancet’’ em 1915. Ao fim da guerra, só a Inglaterra tratou 80 mil casos. França e Alemanha sofreram com casos semelhantes. Um dos médicos relatou que, ao contrário do que se especulava, os sintomas também apareciam em soldados que não estavam envolvidos com bombardeios. ‘’ A doença surge da extrapolação de limites controláveis de horror, medo e ansiedade ‘’, escreveu o médico. Os militares se recusaram a aceitar que tal doença existisse, comportamento que pendurou até a Primeira Guerra do Golfo, em 1991.
Aço inox
Invenções do dia a dia Calças Femininas
Hoje ele tem uma infinidade de usos, que vão desde instrumentos médicos ou de cozinha à arquitetura. No entanto, essa liga metálica veio da necessidade de se encontrar um material que fosse mais resistente ao calor, impedindo que armas e canhões entortassem ou travassem quando superaquecidos.
Lenço de papel
Os homens estavam na guerra, as mulheres tiveram que ocupar o lugar deles nas fábricas. Com isso, precisaram adotar um vestuário mais prático e confortável. Foi assim que as calças entraram de forma permanente no guarda-roupa feminino.
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Com a Falta de Algodão no mercado durante a Primeira Guerra Mundial, a fabricante de papel Kimberly-Clark criou o substituto cellucotton. O
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produto foi usado como filtro para mascaras de gás nos hospitais e prontos-socorros.
Horário de verão
Um horário temporário feito para economizar energia foi uma medida trazida pela Primeira Guerra. A primeira nação a usa-la foi o Império Alemão, em 1916, mas logo se seguiram França, Inglaterra e Estados Unidos. Contudo, a ideia original sempre ficou em disputa, entre um inglês chamado William Willet, em 1906, ou Benjamin Franklin, bem antes dele.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os militares precisavam de uma forma mais eficaz para cobrir feridas e fazer a bandagem de soldados, ainda mais em um período em que o algodão se tornava escasso. Em 1914 a companhia norte-americana Kimberly Clark descobriu que a polpa da celulose da madeira poderia virar mais do que simples papel, mas um material cinco vezes mais absorvente que o algodão, e significativamente mais barato, o cellucotton. Em um tempo em que as mulheres usavam panos e objetos similares para a sua menstruarão, não demorou muito para as enfermeiras perceberem que o novo papel-absorvente da Kimberly poderia também ser usado com esta finalidade. A empresa redesenhou o produto, transformando-o no absorvente que as mulheres usam hoje.
Chá em saquinhos
Absorventes Íntimos Descobertos por acaso em 1908 por um distribuidor americano que não soube usar corretamente a amostra de chá enviado por um importador inglês, os saquinhos de chá se popularizaram durante a Primeira Guerra Mundial a ponto de fazerem parte da ração dos soldados. A Inglaterra dominava a seda na qual eram feitos os saquinhos e o chá vinha de suas colônias orientais. A apresentação de fibra de papel, porém, não surgiu antes de 1930.
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Champanhe
Aperfeiçoamento de Passaportes
O vinho espumante da região de Champanhe, na França, obviamente já existia antes da Primeira Guerra. Mas ele era adocicado, quase totalmente voltado ao mercado russo. Com a guerra, a região de vinhedos como Taittinger e Veuve Cliquot foi bombardeada durante três anos, mas a produção foi feita internamente, em casas de champanhe, sem alterar a qualidade. Então explodiu a Revolução Russa, os franceses tiveram que procurar novos mercados. O gosto mais seco dos britânicos favoreceu a produção de vinhos Brut, que até hoje dominam a região. Além disso, o vinho ganhou nome de champanhe e se popularizou por outros locais da Europa.
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O mundo antes de 1914 era bem permeável, e os cidadãos de diferentes países podiam cruzar fronteiras sem a burocracia e formalidade de permissões de viagem. Embora passaportes não fossem invenções novas, não eram unificados nem fiscalizados, de maneira que tinham valor quase nulo. A invenção do trem, na segunda metade do século XIX, começou a espalhar populações por toda a Europa. Pouco antes de a guerra estourar, a maior parte dos visitantes simplesmente ia e vinha para onde queria sem documentos. A Liga das Nações começou a fazer exigências para reforçar a segurança e controle de emigração, incluindo o formato de caderneta usado ate hoje. Com o tempo, os requerimentos foram aperfeiçoados.
Trench coats
Casacos do estilo trench até hoje são usados sinônimo de elegância, mas nem todos se dão conta que a palavra “trench”, em inglês, literalmente quer dizer trincheira. O sobretudo característico era item essencial para oficiais militares britânicos. Uniformes militares vinham mudando desde a Guerra de Crimeia por um motivo simples: até então, quanto mais alta a patente, mais vistoso era o uniforme do soldado. Assim, marechais podiam ser vistos de longe no campo de batalha, tornando-se alvos mais fáceis. Os trench coats foram desenvolvidos para resistir à chuva, com dragonas para colocar as insígnias argolas parar pendurar equipamento e bolso interno para arma de mão.
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Comida Enlatada
A indústria de comida industrializada foi uma das que mais progrediram na Primeira Guerra. A fome era constante. Devido ao conflito, lavouras se perdiam, e a comida fresca era escassa. As grandes potências dependiam da comida de suas colônias, mas isso não era suficiente para alimentar população civil e as tropas. Comida enlatada era relativamente fácil de produzir e entregar.
Zíper
Desde meados do século XIX, muitos vinham usando combinações de colchetes, fivelas e fechos para encontrar uma forma simples e fácil de evitar o frio. Mas foi Gideon Sundback, um sueco que migrou para os Estados Unidos, quem achou a solução perfeita. Chefe de design da Universal Fastener Company, ele criou o “fecho sem ganchos”, que deslizava e prendia duas fileiras de dentes metálicos uma à outra. Os militares americanos incorporaram o mecanismo em uniformes e botas, particularmente a Marinha. Depois da guerra, a novidade passou a ser utilizada pela população civil.
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Relógio de Pulso
O relógio de pulso não foi inventado especificamente para a Primeira Guerra Mundial, mas seu uso, especialmente por homens, se alastrou dramaticamente durante o conflito. E depois da guerra, o relógio de pulso havia se tornado o meio mais comum para se saber a hora. No final do século XIX e início do século XX, homens que tinham posses usavam relógios de bolso. As mulheres foram as pioneiras na adoção do relógio de pulso: a rainha inglesa Elizabeth Primeira, por exemplo, tinha um relógio que podia ser atado ao seu braço. Na guerra, no entanto, saber a hora era essencial. Por exemplo, para que ações militares pudessem ser sincronizadas. Por isso, fabricantes desenvolveram relógios que permitiam ao usuário ter as duas mãos livres durante as batalhas e ao pilotar aviões , ou seja, relógios de pulso.
Bronzeamento artificial
No fim da guerra, em 1918, a destruição estava por toda parte. Quase metade das crianças de Berlim sofria de raquitismo, causado pela falta de vitamina D. A vitamina pode ser adquirida através de alimentos, mas também pela exposição ao sol. Para tratar do problema em pleno inverno, o médico Kurt Huldschinsky resolveu expor as crianças à luz ultravioleta.
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A primeira grande guerra fotográfica
Acenderam velas, cantaram canções, e os soldados alemães convidaram os britânicos das trincheiras inimigas a se aproximar. E os combates foram suspensos por um dia. Na terra de ninguém, os adversários trocaram felicitações e tabaco e fotografaram uns aos outros. Essas imagens, nem heroicas, nem triunfalistas, trouxeram à tona o lado mais desanimador e nobre do conflito: os rostos desses jovens que passavam um bom tempo juntos, mas que, não obstante, estavam ali para se matarem. Aqueles instantâneos foram a prova irrefutável de que a mítica trégua da noite de Natal de 1914 aconteceu de fato. Os governos não o puderam negar e não demoraram a entender que o controle sobre as máquinas fotográficas dos soldados deveria ser ainda mais férreo. “Esses suvenires pessoais acabaram nas páginas da imprensa internacional, e o Governo decidiu intensificar a censura”, diz Hilary Roberts, conservadora chefe de fotografia do Imperial War Museum de Londres. Aquele foi um grande momento na história da
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fotografia de guerra, mas está longe de ter sido o único no conflito de 1914. A revolução técnica na captação de imagens havia apenas começado, e as novas ferramentas foram empregadas para a inteligência militar, mas também provocaram uma incontrolável e fascinante explosão popular, com milhões de soldados armados com objetivos, dispostos a captar sua experiência pessoal da Grande Guerra. Os milhões de imagens que eles deixaram formam uma história tão diversa, pessoal e complexa quanto a própria guerra, um relato que ainda hoje continua a ser revelado e pesquisado.
te nas trincheiras. “Os álbuns reuniam fotos de procedência distinta – não apenas as que eles próprios tinham feito, mas também outras que eles compravam ou que lhes eram dadas de presente”, explica Robert, co-autora, com Mark Holborn, do livro fotográfico sobre o conflito The Great War A Photographic Narrative (Random House), elaborado com recursos do museu.
Propaganda da câmera Kodak Vest Pocket Camera. O enfoque de cada país aos regulamentos fotográficos aos quais os soldados estavam sujeitos variou muito, mas o que se manteve como constante em ambos os lados no conflito foi a presença de câmaras entre os combatentes. A mecanização da guerra naquele conflito brutal passa não apenas pelas metralhadoras, mas também pelos quase dois milhões de máquinas fotográficas de bolso que a Kodak já tinha vendido até 1918. A Vest Pocket Camera, ficou conhecida como “a câmera dos soldados”. De tamanho reduzido e com estojo ajustável ao cinto, o modelo Autograph permitia escrever diretamente sobre o negativo e era anunciado como “o melhor presente de despedida” que um soldado podia receber, uma ferramenta que lhe permitiria aliviar o tédio da rotina e, no futuro, “ter o livro mais interessante de todos: seu álbum Kodak”. Os soldados de ambas as frentes mergulharam na fotografia com entusiasmo, como comprovam os milhões de instantâneos que fizeram, mandaram para casa e, em muitos casos, guardaram em álbuns. Nessas páginas encontra-se a incômoda justaposição entre a confraternização da tropa e a destruição e mor-
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Na época e hoje, a experiência bélica inclui também o horror e a brutalidade convertidos em rotina: fotos ásperas de soldados posando com inimigos mortos. Nas imagens feitas na I Guerra Mundial de execuções de espiões ou de cadáveres cercados de soldados sorridentes nas trincheiras inimigas vê-se um antecedente claro das fotos da soldado Lynddie England na prisão iraquiana de Abu Ghraib em 2004 (foto). Todas se enquadram na categoria das chamadas “fotos-troféu”, tão antigas quanto a presença de câmeras no front. Na Grande Guerra, esse tipo de foto teve popularidade inacreditável, convertendo-se em algo semelhante ao que é conhecido no ciberespaço como fenômeno viral. Desde o início da Grande Guerra, as autoridades britânicas não tiveram dúvidas quanto ao potencial perigo representado por tantas câmeras soltas. Não era permitido, sob perigo de prisão, fazer fotos, mandar cópias de fotos para casa, nem, é claro, enviar rolos de filme. Mas as câmeras estavam ali, e os soldados,
também; e, em casa, a imprensa – sujeita a controle governamental rígido, graças ao Oficial Press Bureau, fundado por Churchill – esperava ansiosamente por imagens do front. Em 1915 surgiram os concursos de fotografia amadora de guerra no Daily Mirror, disposto a pagar mil libras da época pela melhor foto enviada por um soldado. O nome de quem a enviasse não seria divulgado, e o jornal cobriria os gastos de revelação.
A controvertida proposta não pretendia exaltar a arte fotográfica, apenas obter as melhores fotos possíveis, e logo foi copiada pela concorrência. “Nosso esquema era simples e direto. Queremos fotos sobre o tema da guerra e as queremos todos os dias”, explicava o Daily Sketch em suas páginas. Esta corrida para obter as fotos dos protagonistas do combate não se deteve nem sequer com a chegada ao front de combate dos dois fotógrafos oficiais, Ernest Brooks e John Warwick Brooke. Milhares de instantâneos inundaram as redações. “A proibição de tirar fotos foi ignorada, porque estas imagens eram o vínculo entre o front e o lar e mantinham o moral alto”, diz Struk.
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Na Alemanha, pelo contrário, tanto civis quanto militares animaram-se desde o início a documentar graficamente o conflito. “Havia um sentimento eufórico e entusiasta por parte dos combatentes e suas famílias. Todos colecionavam
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fotos porque queriam conservar recordações de um momento que acreditavam que seria único e triunfal”, explica o doutor Bodo Von Dewitz, colecionador e especialista no legado fotográfico desta guerra. “Não havia censura e até 1916 os alemães possuíam uma atitude quase naif sobre a fotografia. Havia um elemento turístico em torno do novo hobby e isto se manteve, porque muitos soldados viajaram e em seus diários e instantâneos ressoa este eco entusiasta. Os britânicos, entretanto, tinham muito claro o valor propagandístico desde o princípio, e eram conscientes de que podiam ser uma fonte para a espionagem inimiga”.
Foto da execução do patriota italiano Cesare Battisti em 16 de junho de 1916, em Trento, no norte da Itália. / COLEÇÃO DR. BODO VON DEWITZ
No front alemão, a maioria dos instantâneos foram feitos em placa de cristal e havia uma grande infraestrutura para poder revela-las, fazer postais e manda-las para casa. As câmaras escuras eram muito mais controladas no lado aliado. Das clássicas fotos posadas se passou às trincheiras, para o enfrentamento cara a cara com a morte.
Ainda que a Guerra dos Bôeres tenha sido a primeira vez em que soldados levaram câmeras para o front, a Grande Guerra foi a “primeira grande guerra fotográfica”, como mostra Janina Struk. Segundo Anne Wilkes Tucker “Nesta guerra havia soldados profissionais, fez-se uma cobertura extensa do conflito. As imagens chegavam com rapidez aos meios de imprensa. As fotos não demoravam três semanas como ocorreu com as de James Fenton na Crimeia”. Os instantâneos, além disso, mostravam a vida normal dos soldados, não a dos oficiais, como era costume no século XIX, quando os corpos e cadáveres eram retirados antes de retratar o campo de batalha. A experiência real do que é uma guerra, ia colando-se na imagem daqueles que a combatiam. “Aquela foi a primeira guerra dos meios de comunicação de massa, e ainda que a técnica fosse rudimentar, neste momento ficaram estabelecidos os princípios e as dificuldades enfrentadas pelos fotógrafos de guerra desde então”, acrescenta Hilary Roberts.
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MULHERES
trabalhavam nos estaleiros da marinha, faziam Com o início da guerra, todos os homens que estavam em boas condições físicas foram convocados para participar desta batalha, não esquecendo que houve países que alistaram até adolescentes. Sendo assim, as cidades não poderiam parar de funcionar, de produzir. Foi então que apareceram para as mulheres, possibilidades inesperadas... Ocupar o lugar dos homens nos diferentes tipos de trabalhos! A mulher no decorrer da história da Humanidade sempre foi preocupada com a manutenção da família, como muitos homens fora de casa e morrendo nos campos de batalha, ela era a mão de obra necessária para dar segmento à vida local do país. Pensar nesta questão é bem fácil nos dias atuais, pois hoje em dia é comum ver milhares de mulheres em diferentes funções. Contudo, para o período era uma novidade, uma mudança que mudaria as relações sociais, os costumes e o papel que as mulheres passariam a desempenhar a partir daquele momento. Elas trabalhavam nas fábricas de munições e armamentos de guerra que seriam usados nos campos de batalha. Depois conduziam metrô, ônibus, executavam reparos em navios,
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serviços de eletricistas, encanadoras e empreiteiras. Ao final da guerra no retorno dos homens à vida em sociedade e ao lar, a situação era bem diferente, agora teriam concorrência no trabalho. Havia surgido uma nova forma de pensar, agir e de ser mulher, isso influenciaria o mundo e chegaria à situação que temos nos dias atuais: mulheres conseguindo mais e mais espaços.
Pós-Guerra Foi calculado 9 milhões de mortos e 30 milhões de feridos ao final da Primeira Guerra Mundial. As nações envolvidas estavam devastadas. Ao término da luta, o nacionalismo agressivo e o imperialismo, que provocavam a guerra, continuavam latentes. Para piorar a situação, uma grave crise econômica ameaçava a estabilidade de diversos países. A Primeira Guerra Mundial causou profundas transformações no cenário político, social e econômico mundial. Segundo algumas estimativas, os diversos confrontos ocorridos ao longo desses quatro anos foram responsáveis pela morte de cerca de nove milhões de pessoas. Além disso, cerca de 20 milhões sofreram algum tipo de sequela em consequência do conflito. Paralelamente, os prejuízos econômicos trazidos aos países envolvidos foram enormes.
retamente no confronto também ganharam com a Primeira Guerra. Os países não industrializados ampliaram as exportações de gêneros agrícolas e matéria-prima. Além disso, a retração econômica europeia serviu para que algumas dessas nações pudessem ampliar suas atividades industriais substituindo internamente os mercados outrora controlados pelas nações europeias. No Oriente, o Japão lucrou com o domínio sobre os mercados do Pacífico e no incremento de sua produção de algodão e aço. No plano político, a Europa começou a sofrer uma verdadeira crise de valores. Em meio às desilusões de um continente destruído, as tendências comunistas e fascistas começaram a atrair boa parte da população. Ao mesmo tempo, tendo caráter extremamente punitivo, os tratados que deram fim à Primeira Guerra incitaram um sentimento de ódio e revanche que, algumas décadas mais tarde, prepararam o palco de uma nova guerra.
Cerca de um terço das riquezas acumuladas pela Inglaterra e pela França foram perdidas com a Primeira Guerra. O parque industrial europeu foi quase reduzido pela metade e o potencial agrícola sofreu uma Um novo panorama queda de 30%. A Europa deixava de ser o mundial grande símbolo da prosperidade capitalista, Com o término da guerra, houve uma estando atolada em dívidas e observando a desvalorização de suas moedas. Foi a partir mudança substancial no panorama da economia de então que os Estados Unidos alcançaram a mundial. Os países europeus, que ocupavam lugar de destaque, sofreram um esgotamento de condição de grande potência. suas economias, em razão dos gastos com a Apesar de também ter sofrido com guerra. Duas nações passaram a ocupar o lugar um significativo número de baixas e gastar privilegiado que antes era dos países europeus, aproximadamente 36 bilhões de dólares, os EUA emergindo como novas potências: Estados Unitiveram suas compensações. No ano posterior dos e Japão. à guerra, o país triplicou suas exportações em comparação ao ano de 1913 e a renda nacional atingiu um valor duas vezes maior. Ao mesmo tempo, outras nações que não se envolveram di-
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Após a devastação causada pela Primeira Guerra Mundial, as potências vencedoras, através dos tratados de paz, impuseram uma
série de rigorosas exigências aos países derrotados. Através daqueles acordos, os perdedores - a Alemanha, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, e a Bulgária -- tiveram que ceder grandes partes de seus territórios e ainda tiveram que pagar reparações financeiras significativas aos países vencedores. A humilhação a que foram submetidos os perdedores, principalmente a Alemanha, contribuiu para um clima de revolta, cujas consequências seriam sentidas poucas décadas depois, quando da eclosão da Segunda Guerra Mundial. Em poucas ocasiões o mapa político da Europa foi tão alterado quanto o foi ao fim da Primeira Guerra. Como consequência imediata do fim conflito, os impérios alemão, austro-húngaro, russo e otomano deixaram de existir.
Situação do Brasil A participação do Brasil na guerra possibilitou que o governo brasileiro ocupasse uma cadeira na Conferência de Paz de Paris, que originou o Tratado de Versalhes, e, assim, foi possível receber o pagamento de indenização por parte da Alemanha por ter prejudicado o comércio de café brasileiro. O Brasil também foi um dos fundadores da Liga das Nações.
produtos importados. A Guerra e a compreensão das novas realidades causadas pelo conflito facilitaram muito a implantação do recrutamento obrigatório no Brasil. Esta era uma campanha que vinha sendo desenvolvida há vários anos pela Liga de Defesa Nacional, e por alguns expoentes de nossa cultura, o maior de todos sendo o poeta Olavo Bilac. Entretanto, essa proposta não tinha tido muito sucesso. Durante a Guerra, todos os grandes exércitos passaram a ser compostos de recrutas conscritos, sendo que alguns dos grandes exércitos já antes da Guerra eram compostos de cidadãos que tinham recebido o treinamento básico durante a paz (54% dos homens franceses em idade militar antes de 1914 tinham recebido esse treinamento). Os antigos exércitos profissionais, de pequenos efetivos, não tinham mais lugar na nova guerra de massa, e isso forçou o Brasil a adotar o recrutamento em 1917 – um fato de grande efeito, pois até hoje nosso exército é formado por um grande número de conscritos que recebem treinamento básico, formando as reservas mobilizáveis em caso de guerra. Os beligerantes também prestaram apoio às forças nacionais, com o envio de missões militares e material de guerra. Os franceses cederam, por exemplo, trinta aviões, base de nossa incipiente aviação militar. Mais tarde, o Brasil contrataria uma missão militar francesa, para treinar o corpo de oficiais, fato que teria profundas implicações, já que duas gerações de oficiais foram treinadas e instruídas pelos Franceses, entre 1921 e 1934.
Inicialmente, o Brasil foi impactado pela Primeira Guerra Mundial por reduzir drasticamente o comércio de seu principal produto de exportação, o café. Com o fim do conflito armado, houve uma grande demanda por diversos gêneros alimentícios, o que permitiu uma dinamização da economia brasileira e reaquecimento da economia. Além disso, o estrago feito pela Do ponto de vista da paz, o Brasil enPrimeira Guerra Mundial no continente europeu possibilitou que o Brasil passasse por um surto viou uma imensa comitiva para participar da de industrialização, influenciando ainda mais na conferência de Versalhes, chefiada pelo futudinamização da economia e na diminuição de ro presidente Epitácio Pessoa. Esta comitiva
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conseguiu incluir dois parágrafos no acordo de paz, um relativo à indenização de sacas de café apreendidas em portos alemães quando houve declaração da Guerra e outro relativo a venda dos navios alemães apresados (menos dois, apreendidos pelos Franceses). O Brasil também foi um dos fundadores da Liga das Nações, órgão que antecedeu as Nações Unidas e na qual nossos diplomatas colocaram grandes esperanças, pelo menos inicialmente. A decisão norte-americana de não participar da Liga, e medidas posteriores tomadas por esta, nos desiludiram, fazendo com que o Brasil abandonasse a Liga alguns anos depois, sendo a saída Brasileira considerada por muitos como um símbolo do fracasso daquela organização. A Guerra implicou em uma transformação interna mais profunda. A necessidade de substituir importações tinha levado ao surgimento de um núcleo industrial maior e este tinha sido financiado, basicamente, por capitais norte-americanos, já que a Inglaterra, antiga financiadora primordial, não era mais capaz de fazê-lo, marcando uma mudança de orientação na formação de nossa dependência econômica, situação que só viria a se acentuar ao longo das décadas seguintes. De um ponto de vista econômico imediato, a crise da Guerra não seria totalmente solucionada com o término do conflito. A isso somava a visão de diversos setores – interessados na modernização do país – de que uma economia dependente de apenas um único produto agrícola não era aceitável, o Brasil precisava de reformas econômicas e sociais. Esta visão de que reformas eram necessárias era claramente representada pelos oficiais mais jovens das forças armadas. Os Tenentes fizeram com que o período que se seguiu a Guerra fosse marcado por revoltas internas, como o movimento dos “18
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do Forte” e a coluna Prestes – todo o mandato de Epitácio Pessoa (1922 a 1926) foi passado com o país em Estado de Sítio devido a estes movimentos e o problema só se resolveria em 1930, com a ascensão ao poder de Vargas e a queda do poder dos cafeicultores de São Paulo. Desta forma, mesmo que a participação brasileira no conflito tenha sido restrita, a 1ª Guerra teve profundas e duradouras consequências, tanto militares, como sociais e econômicas.
Benefícios Econômicos para o Brasil Durante os quatro anos da Primeira Guerra, os países europeus envolvidos no conflito voltaram a produção de suas indústrias para a fabricação de armamentos e equipamentos para os soldados. Desta forma, O Brasil ficou sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos cafeicultores brasileiros aproveitaram o momento e investiram capital acumulado nas indústrias, favorecendo assim a industrialização do Brasil. O Brasil também lucrou muito exportando matérias-primas para os países em guerra como, por exemplo, a borracha. Também exportou muitos produtos agrícolas (café, cacau e açúcar).
DOENÇAS Na Alemanha, as mortes de civis foram 474 mil, em grande parte devido à escassez de alimentos e desnutrição que enfraqueceu a resistência à doenças. Muitas doenças floresceram nas condições caóticas da guerra. Apenas em 1914, piolhos infectados pelo tifo epidêmico mataram
200 mil pessoas na Sérvia. Entre 1918 e 1922, a Rússia tinha cerca de 25 milhões de infecções e 3 milhões de mortes por tifo. Considerando que antes da Primeira Guerra Mundial a Rússia registrava cerca 3,5 milhão de casos da malária, após o conflito seu povo sofreu com mais de 13 milhões de casos em 1923. Além disso, a grande epidemia de gripe em 1918 se espalhou pelo mundo. No geral, a pandemia de gripe espanhola matou pelo menos 50 milhões de pessoas. Gripe espanhola : A epidemia de gripe alcançou quase todo o globo terrestre com exceção de alguns locais no Polo Norte (Sibéria) e Oceania. Foi causada por uma virulência incomum e frequentemente mortal de uma estirpe do vírus Influenza A do subtipo H1N1 .Todos os exércitos estacionados na Europa foram severamente infectados pela doença, calculando-se que cerca de 80% das mortes da armada dos EUA se deveram à gripe. No Brasil, a epidemia chegou ao final de setembro de 1918: marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, que era então a capital do país. Tifo: As medidas higiênicas militares, hoje parte importante da disciplina de todos os exércitos, foram introduzidas pelos franceses em reação à mortalidade pelo tifo. A obrigatoriedade de raspar a barba e cortar o cabelo rente foram medidas inicialmente introduzidas nos soldados de forma a erradicar os piolhos transportadores da infecção. Antes de se descobrir que a higiene e a limpeza das roupas reduziam as mortes por tifo, a higiene não era grande preocupação para os oficiais. Devido a estas medidas, durante a
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primeira guerra mundial na frente ocidental quase não houve mortes de tifo, enquanto na frente oriental, após a quebra de autoridade que se seguiu à Revolução de Outubro na Rússia czarista, três milhões de pessoas morreram da doença.
Cavalo de Guerra (Resenha Crítica )
O filme dirigido por Steven Spielberg com duração de 146 minutos relata o sofrimento de Albert Narracot e seu cavalo Joey. Quando seu pai, Ted Narracot, compra Joey sem ter como pagar e o vende a um general inglês em um ato de desespero. Quando esse general morre e deixa uma carta para Albert, este se alista no exército na esperança de encontrar seu animal um dia. O cenário é a Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial, nas batalhas contra os alemães. O diretor fez uso de tons naturais e pastéis para deixar o clima tenso. O enredo vai do drama a guerra sem agredir a história. O cavalo Joey passa por diversas situações. Primeiro com o exército inglês, depois com o alemão. O ponto alto é momento em que soldado alemão e
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soldado inglês unem-se em meio as trincheiras para libertar o animal, que estava enrolado em arame farpado. Um enredo fantástico que faz o espectador passar por todas as emoções até o final. Em algumas horas passava-se a impressão de que o cavalo possuía inteligência, tamanho instinto de sobrevivência mostrado. Também se nota a preocupação do autor em ser fiel ao que acontecia no país na época. Possui boa narrativa e personagens cativantes.
Referências Bibliográficas http://www.objetivomaceio.com.br/index.php/artigo/53/qual-o-contexto-geopolitico-da-primeira-guerra-mundial http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/primeira-guerra-mundial-estopim-foi-assassinato-de-arquiduque.htm http://www.brasilescola.com/historiag/os-eua-na-primeira-guerra-mundial.htm http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/185928-22-coisas-que-nao-teriamos-hoje-sem-a-pri meira-guerra-mundial.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Belle_Époque Livro - História das cavernas ao terceiro milênio 3- Patricia Ramos Braick/ Myriam Becho Mota http://www.ogol.com.br/text.php?id=5362 http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2014/07/futebol-e-1-guerra-batalhao -proprio-tregua-e-um-prototipo-da-champions.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_voleibol http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=68 http://www.suapesquisa.com/primeiraguerra/brasil_primeira_guerra.htm# http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10007428 http://www.mundoeducacao.com/literatura/dadaismo.htm http://www.pitoresco.com.br/art_data/fauvismo/index.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Fovismo
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