COPA 2014
ENTREVISTA
E MAIS
Os preparativos para a Copa Verde
Projeto Rock Verde da Banda Súbita
Economia Criativa & Energia Fotovoltaica
ANO 1 NÚMERO 2 Setembro\ Outubro de 2012
Casa Verde Ideias para deixar a sua casa mais sustentável
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Carta ao leitor Olá, leitor!
G Ano1 Número 2 Setembro\Outubro de 2012
Editoração gráfica: Beatriz Aguiar Rosângela Menezes Taynara Macedo Arte: Beatriz Aguiar Rosângela Menezes Colaboladores: Beatriz Aguiar Jéssica Sant’Ana Taynara Macedo Edição Rosângela Menezes Capa: Rosângela Menezes Contato: rosangela@brasil21.net @ revistabrasil21
ramas e flores transformam o telhado em jardim, calhas levam a água da chuva para um reservatório, o lixo orgânico vira adubo para as plantas: criatividade e pensamento ecológico se unem para transformar a sua casa em um ambiente mais sustentável. A segunda edição da Brasil 21 traz algumas dessas ideias que deram certo na Europa e outras desenvolvidas na reserva El Nagual, localizada na cidade de Magé, RJ. Ainda no tema sustentabilidade, esta edição fala sobre as mudanças que os estádios de futebol vêm realizando para se adequar ao selo LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) para a Copa de 2014. Outro destaque é o avanço nas pesquisas voltadas à Energia Solar desenvolvidas em algumas universidades brasileiras: a equipe Vento Sul, composta por estudantes e professores da Universidade Federal de Santa Catarina, por exemplo, participou de uma competição com barcos movidos a energia solar na Holanda. Boa leitura. Equipe Brasil 21
Foto: Marina Lisboa / Divulgação
Foto: Elias Aftim / Divulgação
Foto: Hermínio Nunes / Divulgação
Sumário 4
EM FOCO
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ECONOMIA
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As adequações dos estádios brasileiros para a Copa Sustentável de 2014
Economia Criativa movimenta R$ 400 bilhões por ano no Brasil
ECO SHOPPING Novos produtos comprometidos com o Meio Ambiente
CAPA Cresce a procura por residências sustentáveis no Brasil
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ENTREVISTA
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ENERGIA
Banda Súbita: “O Projeto Rock Verde existe desde maio de 2010 e já distribuiu uma média de 5 mil mudas.”
Brasil investe em projetos experimentais com Energia Fotovoltaica
EM FOCO
Copa sustentável em 2014 Brasil segue exemplo europeu e investe em energia solar para o funcionamento dos estádios da próxima copa Por: Jéssica Sant’Ana
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om a realização da Copa em 2014, o legado que o Brasil quer deixar para o mundo é o da construção civil sustentável. Pela primeira vez na história, uma Copa será disputada em estádios com certificação de edifícios verdes. O LEED, sigla em inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental, concedida pelo Conselho Americano de Edifícios Verdes (USGBC), é um selo de reconhecimento internacional que atesta que uma edificação foi construída atendendo aos princípios da sustentabilidade para a construção civil. A certificação foi uma exigência da Fifa e é pré-condição para que os projetos dos estádios acessem o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No ano passado, foi aprovado um financiamento de 3,6 bilhões de reais para construir as arenas de 8 das 12 cidades sedes. Esse ano, o BNDES aprovou os projetos de Curitiba e São Paulo, fornecendo, respectivamente 131 milhões para a reforma da Arena da Baixada e 400 milhões para o estádio do Corinthians. A cidade de Porto Alegre e Brasília ainda aguardam aprovação da linha de crédito. Para que um estádio possa ser considerado “verde”, é necessário que a sua construção atenda as exigências de sustentabilidade estabelecidas pelo USGBC. Os
principais requisitos são: localização ecológica, redução na emissão de gás carbônico, uso racional da água, otimização de materiais e recursos, eficiência energética e limitação na geração de resíduos. O plano ambiental do estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte, inclui a coleta de até seis milhões de litros d’água da chuva para uso nos sanitários e irrigação do gramado. Para reduzir a emissão de gás carbônico, houve preferência para a contratação de fornecedores com empresas próximas ao estádio. Os resíduos que sobraram da demolição do antigo Mineirão foram reaproveitados para a sua própria reforma e aqueles que não puderam ser utilizados foram doados para outras obras. Mas o projeto se destaca por priorizar a geração de energia limpa. Serão instalados seis mil painéis de silício cristalino por cima da cobertura do estádio. Esses painéis fotovoltaicos ao receber a luz do sol são capazes de gerar eletricidade e fornecerão 80% da energia para o funcionamento e manutenção da arena. Nos dias que não houver jogos, a produção abastecerá a cidade, fornecendo energia elétrica para cerca de 1500 casas. O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, também vai converter a energia luminosa dos raios solares em eletricidade. As placas instaladas em toda a superfície que cobre as arquibancadas serão capazes de gerar
Sete passos para Copa Verde
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Conservação de Energia e mudanças Climáticas Como diminuir a emissão de Carbono jogada na atmosféra
Água Como promover a conservação da água através da redução do consumo
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Gestão Integrada de Resíduos Como reduzir, reutilizar e reciclar resíduos com o apoio dos catadores de modo a incluílos no processo de gestão
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Transporte mobilidade e acesso Como alcançar a eficiência energética, pelo uso de meios universais e acessíveis de transporte que minimizem a poluição
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Paisagem e biodiversidade natural Como conservar a biodiversidade, por meio da promoção da paisagem natural
Como promover a conscientização e estilo de vida sustentável
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A arquibancada foi construída aproveitando a estrutura acidentada do terreno
Construções sustentáveis Como assegurar a construção sustentável nos processos construtivos e edificações
Fonte: copa2014.gov.br
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Edifícios verdes e estilos de vida sustentáveis
Foto: jmalucellifutebol.com/ Reprodução
518 mil kwh por ano, fornecendo cerca de 20% da energia média utilizada. O investimento de seis milhões de reais evitará o despejo de 2,5 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera. Em Brasília, o destaque fica para a cobertura do estádio Mané Garrincha. A estrutura será revestida com PTFE (politetrafluoretileno) e dióxido de carbono. Essas substâncias, ao entrarem em contato com o sol, são capazes de decompor em oxigênio os óxidos de nitrogênios, emitidos por veículos automotores e prejudiciais a saúde. A cobertura contará ainda com uma membrana autolimpante, reduzindo os custos de manutenção. A alternativa que a cidade de Curitiba encontrou para evitar o desperdício de energia, durante e após a reforma da Arena da Baixada, é a utilização de lâmpadas de baixo consumo. E o uso do ar condicionado deve ser reduzido em 60%. Uma proteção que impede que os raios solares incidam diretamente nas arquibancadas será instalada para garantir a temperatura ambiente no local. A adoção de medidas sustentáveis para a construção de estádios eleva em até 7% o orçamento das obras. Mas, segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), os custos com a manutenção das arenas é menor quando comparado a edifícios sem planejamento ecológico, além da imensa economia de recursos naturais. Para o CBCS, é possível economizar até 40% em energia, 30% na eletricidade e reduzir em 35% a emissão de gás carbônico na atmosfera.
O primeiro ecoestádio brasileiro foi construído na cidade de Curitiba Longe dos holofotes da Copa do Mundo está o primeiro Ecoestádio do Brasil, o Janguito Malucelli, apelidado de Janguitão. Localizado ao lado do Parque Barigui, o estádio se destaca por ser simples e ecologicamente correto. Com uma capacidade para 6 mil pessoas, as estruturas físicas do Janguitão foram construídas com madeira reaproveitada e ferro de dormentes de ferrovias desativadas. Não há concreto no banco de reservas, no placar do jogo e nas escadas de acesso à arquibancada e ao vestiário. Todas essas estruturas têm como matéria-prima apenas a madeira. As arquibancadas foram construídas em cima do morro que existia no terreno. Cadeiras de plásticos foram instaladas e grama foi plantada no local. O placar não é eletrônico para evitar o desperdício de energia. O resultado do jogo é fixado manualmente por um funcionário do clube. Para representar o time local, há o desenho de uma casa e para o time visitante, um ônibus. O estádio Janguito Malucelli foi construído no ano de 2007 e pertence ao Corinthians Paranaense, time fundando após uma parceria entre o Sport Club Corinthians Paulista e o J. Malucelli Futebol. setembro\ outubro 2012
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ECONOMIA
A roda da
CRIATIVIDADE
Conheça a economia criativa, o novo fenômeno que tem chamado a atenção dos empresários e que vem conquistando cada vez mais espaço no mercado brasileiro
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Por: Beatriz Aguiar
esponsável por 10% da economia mundial e pela movimentação financeira de mais de US$ 3 trilhões ao ano, a economia criativa ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro. O termo é novo: em 2011, o professor e escritor inglês John Howkings definiu economia criativa como uma atividade em que os indivíduos exploram o valor econômico da criatividade pessoal. A área abarca vários setores, entre eles Arquitetura, Publicidade, Design, Moda, Artes Cênicas e Música. O fenômeno chamou a atenção do Ministério da Cultura, que oficializou em 1º de Junho a Secretaria de Economia Criativa 6
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(SEC), com o objetivo de formular, implementar e monitorar políticas públicas para o desenvolvimento de empreendimentos criativos brasileiros. Embora o interesse pela área seja recente, a economia criativa vem rendendo lucros aos empresários do país nos últimos anos. Em 2011, o mercado da moda faturou R$ 130 bilhões, e existem hoje seis vezes mais cursos de nível superior em moda do que há dez anos, quando eram somente 24. As opções de carreira são muitas, e exigem criatividade do profissional: design de sapatos, joias, roupas, ou mesmo lançar a própria marca. As áreas de atuação são diversas, mas as profissões que requerem criatividade começam a ganhar cada vez mais visibilidade e incentivo. A nova moda
Foto: Open Source/Freepik
é o game designer, ou o designer de jogos, que se dedica à criação do conceito e do projeto do jogo para console, mobile ou computador. Com a popularização dos gadgets, ou aparelhos tecnológicos, no Brasil, o mercado nacional de jogos e eletrônicos já é o segundo maior do mundo. Só no ano passado, a produção de aplicativos, movimentou aproximadamente US$ 15 bilhões. “Os temas são muito amplos, mas é difícil acertar alguma coisa legal que ainda não tenha sido pensada por outra pessoa”, diz Nara Vieira (31), que desenvolve aplicativos e jogos para celular há quatro anos. Como o desenvolvimento de aplicativos para celulares era incomum no Brasil até a última década, empresários deixaram de lado a exigência profissional por experiência com mobiles e procuraram por designers com potencial. Os temas dos projetos desenvolvidos variam desde jogos simples até sistemas de operação bancária via aplicativo. “Nós temos um público bem amplo e segmentado”, comenta Nara, que observa o crescimento do interesse do público brasileiro por aplicativos nos últimos anos. Feito à mão - Longe do desenvolvimento de softwares e programas complicados, o artesanato brasileiro ganha força com a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem hoje no Brasil mais de 8,5 milhões de artesãos, sendo 87% deles do sexo feminino. A estimativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é de que o artesanato seja responsável por movimentar apro-
ximadamente R$ 28 bilhões anualmente, ou seja, 2,8% do PIB brasileiro. A fatura se equipara ao ganho da tradicional indústria automobilística brasileira, que domina uma fatia de 3% do PIB. Entre as atividades mais exercidas no artesanato está o bordado, presente em 75,4% dos municípios brasileiros. A tarefa, realizada predomiO artesanato nantemente por mulheres, é ensinada pelas avós e mães da famovimenta mília, repassada como tradição cerca de local. Alguns artesãos já investem na exportação de roupas feitas à R$ 28 bilhões mão, e o resultado têm sido promissor. De acordo com a pesquipor ano, ou sa do Instituto Vox Pupuli, o número de artesãos que venderam seja, 2,8% do produtos para o mercado interPIB do país nacional no ano de 2010 dobrou em relação a 2009. setembro\ outubro 2012
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Seu primeiro trabalho profissional foi aos dezessete anos, quando tocava baixo para uma banda de pop rock. “Depender da criatividade não é um fardo no meu caso, e sim, um desafio saudável”, admite ele. Para muitos músicos, depender somente de uma atividade profissional pode ser um problema. Ao tocar em uma banda, a frequência dos shows varia a cada mês, o que resulta em certa instabilidade financeira. Mas a solução pode ser aliar as atividades em palco com aulas particulares ou outras funções que garantam conforto financeiro ao músico. Assim, as profissões baseadas na criatividade ganham um caráter de realização pessoal. Embora existam ainda muitos empecilhos para quem deseja ingressar nas profissões criativas, o esforço final acaba compensando. “Sempre quando estou um pouco cansado das minhas atividades, paro pra pensar no quanto eu quis isto para mim”, conta Hique, “e isso me conforta e me centraliza novamente”.
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Foto: Ann Izzle/Deviantart
Foto: Platinum Girl/Deviantart
O ganho do artesão ao exportar é maior: um faturamento anual de R$ 12 mil em relação aos R$ 8,5 de quem comercializa para o mercado nacional. Fazendo música - A indústria musical brasileira anda em alta nos últimos anos, e a expectativa da Associação Brasileira de Música (Abemusica) é de que a receita do mercado musical no Brasil gire em torno de R$ 700 milhões este ano. Para um músico, as áreas de atuação são imensas: pode-se ocupar cargos de rede pública e particular, ministrar workshops, aulas particulares e oficinas, tocar em bandas, orquestras ou administrar o próprio estúdio para ensaios e gravações. “Sendo um bom profissional os resultados virão independente da área em que você estiver trabalhando”, afirma o músico Henrique d’Avila, ou Hique, como é conhecido no meio artístico. Hique é formado em Licenciatura em Música, pela UDESC, e seu interesse pelo ramo musical começou cedo, por influência do irmão mais velho.
O varejo de instrumentos musicais no Brasil fatura cerca de R$ 1 bilhão ao ano
ECOSHOPPING
Tempo movido à agua
Dinheiro Sustentável O Banco Imobiliário, um dos jogos mais famosos do mundo, ganhou uma versão mais verde - o Banco Imobiliário Sustentável. O sistema de troca substituiu o dinheiro por crédito de carbono; as ruas e bairros foram trocadas por reservas naturais, como o Pantanal, Rio São Francisco, Chapada dos Veadeiros e Serra da Mantiqueira. Na versão sustentável, ao invés do jogador ser presidente de um banco, ele pode ser dono de Companhias de Reciclagem Energética, Reflorestamento e Agricultura Orgânica. As peças plásticas foram produzidas com polietileno verde (fabricado com bagaço de cana). A embalagem, cartas e tabuleiro também foram confeccionadas inteiramente com papel reciclado.
Os relógios vendidos na loja virtual Greenvana (http://www.greenvana.com/), não utilizam baterias e componentes tóxicos como o chumbo, cádmio e mercúrio. O aparelho funciona apenas com água da torneira: os eletrodos do relógio transformam os íons da água em energia para manter o relógio funcionando por até 12 semanas com a mesma água. Na hora da troca, não é necessário ajustar o relógio novamente. Além disso, alguns modelos possuem despertador e medidor de temperatura.
Velocidade Verde A Nike lançou no mês passado a chuteira sustentável, apelidada pela empresa de Green Speed (velocidade verde). O calçado foi produzido na Itália, utilizando energia renovável em todo o processo e fabricado com materiais orgânicos e reclicados - a placa de tração é feita com uma mistura de mamona e plástico, a língua e o cadarço foram confeccionados com, pelo menos, 70% de material reciclado setembro\ outubro 2012
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De bem com a NATUREZA Casas ecologicamente sustentáveis são a nova moda em alguns países da Europa e prometem trazer benefícios ao meio-ambiente e ao bolso do morador
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Por: Beatriz Aguiar
princípio, parece só mais uma casa comum: paredes construídas com blocos de concreto, um quintal extenso e bem-cuidado e janelas com persianas para controlar a luz que incide sobre os cômodos. Muitos se espantariam ao saber que esta é na realidade uma casa sustentável, não muito diferente de uma residência convencional, exceto pelos materiais certificados e pelos cuidados redobrados com o meio-ambiente. As soluções são simples, e, por incrível que pareça, podem contar no bolso, apesar do investimento inicial. A longo prazo, as casas verdes, como são conhecidas, podem representar uma economia de 30% a 40% nos gastos de energia elétrica, água, gás e calefação. Hoje, o planeta conta com quase 3 bilhões de habitantes em áreas urbanas e são coletados 11,2 bilhões de toneladas de lixo sólido anualmente, o que revive a preocupação com a natureza e o bem-estar nas cidades. Os benefícios são muitos: diferenciação e valorização, redução dos custos para manter a casa e dos impactos causados ao meio-ambiente. Em muitos países, as casas verdes têm se mostrado como alternativas econômicas para os moradores. Nos jardins, árvores frutíferas e plantas diversas podem oferecer alimento e criar um ambiente agradável para descansar. Nos telhados, técnicas permitem a
aplicação de solo e vegetação como um tapete verde, de maneira a proteger as telhas de chuvas fortes, ventos e sol constante. Tal artifício é conhecido como telhado verde, e já faz sucesso na Europa. Comuns desde o século XIX nos Estados Unidos, os telhados verdes começaram a ser aplicados em edifícios na Alemanha pela década de 1960, com o intuito de diminuir as variações térmicas, reduzir as ilhas de calor nas cidades, absorver a água da chuva, economizar energia e fazer um isolamento acústico ante a poluição sonora das cidades. De acordo com uma pesquisa realizada pelo arquiteto alemão Jörg Spangenberg no Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da Faculdade de Arquiterua e Urbanismo da USP, a utilização de telhados verdes em larga escala nas grandes cidades poderia reduzir a temperatura em 1º C ou 2º C. A redução de temperatura nas lajes após a instalação dos telhados verdes é de cerca de 15º C, o que também influencia no gasto energético da residência. Considerando a vegetação utilizada, a área e o sombreamento, a redução da carga térmica para um ar-condicionado pode ser de 240 kWh/ m². Além da redução dos gastos energéticos, os telhados verdes ainda contribuiriam para a diminuição da poluição das cidades, o que torna a alternativa ideal para grandes aglomerados urbanos como São Paulo, Campinas, Cubatão e Rio de Janeiro. setembro\ outubro 2012
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bambaryllo/deviantart
A tecnologia que torna possíveis as casas sustentáveis já é utilizada em várias cidades do mundo. Na Cidade do Cabo, o Green Building, ou edifício verde, foi construído com madeira de reflorestamento, tijolos reciclados de cimento da região e projetado de maneira a eliminar o uso de ar-condicionado. Desenvolvido pelo arquiteto Mike Schroeder, em 2003, o Green Building utiliza painéis solares para produzir eletricidade e também para aquecer a água da cozinha e dos banheiros - inclusive de chuveiros, para os funcionários que pedalam até o local de trabalho. Já no Brasil, a reserva El Nagual vem botando em prática o desenvolvimento de uma ecovila com soluções criativas e sustentáveis desde abril deste ano. Criada em 1989 por Eraldo Kaloch e Mariana Devoto, a RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural - abriga vestígios da vegetação típica da Mata Atlântica, no município de Magé, no Rio de Janeiro. Os planos para o futuro são construir uma casa modelo no terreno
utilizando práticas sustentáveis e ecológicas. Para fornecer eletricidade às residências que já existem na reserva, foi instalado um gerador hidráulico, que desvia água da cachoeira no terreno e gera 800W/ hora. Quanto ao abastecimento de água, os moradores utilizam a água da nascente; em períodos de estiagem, também utiliza-se a água para regar as plantas do jardim. “Aqui
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chove muito e a melhor maneira de captar água é aumentando o volume de absorção do solo via sistemas agroflorestais e nivelamento corretivo”, comenta Eraldo. Os sistemas agroflorestais são práticas que consistem na combinação de espécies arbóreas e cultivos agrícolas, promovendo uma série de benefícios econômicos e ecológicos. Tal método também
Os telhados verdes dão um colorido especial às construções, e ainda ajudam a regular a temperatura do ambiente contribui para o controle de ervas daninhas, a recuperação da fertilidade do solo e o fornecimento de adubos, usados nas plantações. Na fazenda, as soluções são das mais variadas e criativas: painéis solares com termotanques são utilizados para aquecer a água e um biossistema integrado foi instalado para o tratamento de dejetos de forma simples e ecológica. O
processo de tratamento ainda gera Metano, que é utilizado no Atelier de Velas (rende cerca de 2 ou 3 horas de uso por dia). Com tanto investimento e criatividade, será que compensa ter uma casa sustentável? Para Eraldo, sem dúvidas. “Melhor qualidade climática e de vida, sem alergias nem veneno”, responde ele, que não perdeu os traços do alemão,
sua língua mãe. Ao optarmos por uma vida sustentável, passamos a valorizar o respeito e a preservação da natureza; em troca, ganhamos qualidade de vida e mudanças de hábito. Novas tecnologias para o uso sustentável de materiais são desenvolvidas a cada dia no mundo, e assim a escolha cabe a cada um de nós. E você, já realizou alguma prática sustentável hoje?
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Foto: Elias Aftim / Divulgação
ENTREVISTA
Os integrantes da Banda Súbita no estúdio, durante a gravação do vídeoclipe da música Mais Perto
Banda Súbita Músicos criam projeto que associa rock, Meio Ambiente e sustentabilidade Por: Rosângela Menezes
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banda formada pelos paulistas Fernando Palmeira (guitarra) e Thiago Oliveira (baixo) e pelos amazonenses, Altamy Monteiro (voz e guitarra) e Altiery Monteiro (bateria) lançou o primeiro CD oficial – Nebulosa interface: o encontro dos mundos – em 2010 e no mesmo ano estreou o videoclipe da música Menininha na programação da MTV Brasil. A banda desenvolve um projeto chamado Súbita Rock Verde, em que distribui mudas de árvores nos shows
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durante a apresentação da música Parallelas. Em cada muda existe uma etiqueta contendo a espécie, dicas de como plantá-la e o tamanho que ela atinge. A espécie varia com a região onde o show é apresentado. Os músicos também apoiam a ONG Reflorestar é Viver, que já distribuiu mais de 140 mil mudas de árvores pelo Brasil. No ano passado, a Súbita realizou shows na Semana de Meio Ambiente do Sesc-SP e em vários eventos com a temática ambiental e sustentabilidade, em escolas e universidades nos estados de São Paulo e Amazonas.
Fotos: Elias Aftim / Divulgação
Brasil 21 - A Banda Súbita ficou conhecida por distribuir mudas de plantas durante os seus shows. Como surgiu a ideia do Projeto Rock Verde? Banda Súbita - A distribuição das mudas é um dos momentos marcantes durante o show, não temos um público grande porém temos público em vários lugares do país com a divulgação boca a boca e via internet. O Projeto Rock Verde iniciou por termos a ideia de subir ao palco não só pra tocar e sim pra passar algo a mais para o público que está ali nos assistindo. O fato de sermos do Amazonas influenciou na criação do Rock Verde e poder citar a importância do verde na vida de cada um, também é um momento marcante pra gente. B. 21 - Há quanto tempo a banda Súbita distribui mudas durante os shows? Quantas foram distribuídas até hoje? B. S. - O Projeto Rock Verde existe desde maio de 2010 já distribuimos uma média de 5 mil mudas. B. 21 - Quais tipos des mudas são distribuídas? E onde são cultivadas? B. S. - São distribuídas diversas espécies de acordo com cada região, por exemplo, em Manaus-AM, distribuímos mudas de Seringueira, Flambioã e Pau Pretinho. Também são distribuídas mudas de porte pequeno para quem vai plantar em casa ou em lugar onde há pouco espaço. Já distribuímos mudas de Eucalipi-
“O Projeto Rock Verde iniciou por termos a ideia de subir ao palco não só para tocar e sim para passar algo a mais para o público.” to, Areca Bambú (Palmeira), Murta, Pingo de Ouro, Sibipiruna, Jaboticaba, Pata de vaca, Serissa e Pinus (Pinheiro). Um número pequeno é cultivado em casa, outra parte um amigo biólogo cultiva em sua casa, apoiando o projeto. Compramos algumas e outra parte recebemos da ONG Reflorestar é Viver. Nós costumamos citar o nome da ONG durante o show e divulgamos o grande trabalho do Ativista Luíz Betoni que distribui mudas há mais de 10 anos em vários lugares do país. B. 21 - A Banda já participou de Semanas do Meio Ambiente e fez show em várias Universidades. A distribuição das mudas acontece em todos os shows ou se limitam ao ambiente acadêmico?
B. S. - A distibuição acontece em todos os shows, a diferença é que no ambiente acadêmico distribuímos um número maior de mudas. B. 21 - Qual a reação do público diante do Projeto Rock Verde? As pessoas costumam levar todas as mudas para casa? B. S. - A reação do público é sempre muito bacana e toda muda adotada tem uma etiqueta dizendo sua espécie, como cultivar, altura que atinge e e-mail para envio de foto, assim temos respostas sobre nosso projeto. B. 21 - A distribuição das mudas acontece geralmente durante a música Paralelas. Por que a Banda escolheu esse momento do show? B. S. - Por ser uma música emocionante, é o momente onde tentamos atingir a consciência de cada um. Mais informações podem ser encontradas no www.subita.com.br.
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ENERGIA
ENERGIA FOTOVOLTAICA
Brasil investe em pesquisas
Universidades brasileiras desenvolvem experimentos com usinas solares conectadas na rede de energia elétrica em sete estados Por: Rosângela Menezes
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energia fotovoltaica é o resultado da interação da luz solar com os materiais semicondutores de uma célula fotovoltaica, geralmente produzida com silício. No interior das células, os fótons provenientes da luz solar despertam os elétrons do material semicondutor, o que gera eletricidade – ou seja, quanto maior a intensidade da luz, maior será a eletricidade gerada. No Brasil, institutos de pesquisas como o Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, Laboratórios de Sistemas Fotovoltaicos da Universidade Federal de São Paulo e Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre outros, desenvolvem instalações experimentais conectadas em rede, com o objetivo de testar novas tecnologias para a popularização da Energia Solar. Uma Pesquisa realizada pelo professor Roberto Zilles, do Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos da USP, e revisado pela equipe de Laboratório de Energia Solar da UFSC, aponta que no Brasil existem 38
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usinas nucleares conectadas em rede: apenas no estado de São Paulo, existem 11 sistemas fotovoltaicos em operação, enquanto em Santa Catarina existem 10. O projeto experimental com maior capacidade de geração de energia solar fica no Centro de Pesquisas em Energia Elétrica, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. A usina existe há dez anos e possui 16,3 kWp de potência. A região menos ensolarada no Brasil – Santa Catarina e Paraná – tem 40% a mais de insolação diária do que a região mais ensolarada da Alemanha, país líder na produção mundial de energia solar: são mais de 1 milhão de geradores fotovoltaicos, a maioria em casas ligadas às redes de baixa tensão. A fórmula do sucesso da Alemanha, Japão, Estados Unidos e Espanha está no incentivo concedido pelo governo para ampliar a utilização de sistemas fotovoltaicos. O governo alemão, por exemplo, disponibilizou empréstimos para a população através do programa 100 mil telhados. Já no Japão, o governo subsidiou o custo da instalação de sistemas fotovoltaicos residenciais. O subsídio em 2004 foi de 387 US$/kW, enquanto em 2005 foi de 172 US$/kW. Em abril, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou as regras para instalação de sistemas fotovoltaicos de pequeno porte conectados às redes de energia elétrica no Brasil. A norma cria o sistema de compensação energética, em que a energia produzida pelas células fotovoltaicas que não for utilizada pelo consumidor é injetada na rede de distribuição e transformada em créditos para os meses seguintes. O saldo poderá ser utilizado em até três anos e as informações sobre a quantidade de crédito de energia será informada na fatura. No entanto, ao contrário do que aconteceu na Alemanha e Japão, aqui o consumidor será responsável pelos custos da instalação e adequação ao sistema de compensação energética. Até abril a legislação brasileira não permitia que o consumidor residencial operasse um gerador solar fotovoltaico conectado a rede de energia.
Anisio Borges / Divulgação
Na sede da Eletrosul, em Florianópolis, SC, a Casa Eficiente tem seu funcionamento a partir de fontes renováveis
Projeto de casa em Santa Catarina é modelo em Energia Fotovoltaica Por: Taynara Macedo
Inaugurada em 2006 no pátio da Eletrosul Cen- com o objetivo de gerar eletricidade. Os painéis
trais Elétricas, em Florianópolis, SC, em parceria são dois ou mais módulos fotovoltaicos interligacom a Universidade Federal de Santa Catarina dos eletricamente, montados de modo a formar (UFSC), a Casa Eficiente é uma vitrine de tecno- uma única estrutura. logia de ponta. A construção aproveita as condiPesquisadores do LabEEE (Laboratório de ções climáticas locais, como Eficiência Energética de Edifia radiação solar e os ventos, cações/UFSC), que elaboraram O valor gasto para gerar energia. o projeto da casa compõem a Os materiais (madeira, na construção da equipe do LMBEE (Laboratóbambu, tijolos e telhas) forio de Monitoramento Bioclicasa foi de ram extraídos de fontes remático e Eficiência Energética), nováveis das redondezas, aproximadamente responsável pelo desenvolvireduzindo o gasto com commento de pesquisas científicas R$ 477 mil bustível, enquanto as esquana Casa Eficiente a cada quinze drias e telhados garantem dias. Para o grupo, os módulos conforto térmico de maneira natural, eliminando fotovoltaicos da residência possuem eficiência de a necessidade de aquecimento elétrico. Para en- 14 %, valor considerado bom, uma vez que a métender como a energia solar é captada numa re- dia mundial para esta tecnologia é em torno de sidência é preciso saber a diferença entre célula, 11 a 12 %. O valor total gasto na construção foi módulo e painel. A célula fotovoltaica é a unida- de aproximadamente 477 mil reais. O custo deste de básica desenvolvida para realizar a conversão tipo de projeto ainda é elevado para o consumidireta de energia solar em elétrica. O módulo é a dor, com esse valor é possível comprar um aparunidade formada por um conjunto de células so- tamento com três quartos e uma vaga na garagem, lares, interligadas eletricamente e encapsuladas, na mesma região da Casa Eficiente. setembro\ outubro 2012
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Estudantes da UFSC participam de competição internacional com Barco Solar No projeto do barco os alunos testam novas tecnologias para a melhor captação da Energia Por: Taynara Macedo
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inte alunos, quatro barcos e um objetivo. A equipe Vento Sul de Barcos Solares, formada por alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção Elétrica, Engenharia Civil, Jornalismo e Nutrição, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tem como propósito desenvolver embarcações movidas à energia solar fotovoltaica. A equipe existe desde 2009, quando foi convidada por alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para participar do Desafio Solar Brasil – maior rali de barcos solares do país – , a partir daí foi vitoriosa e hoje é tricampeã invicta com o barco Guarapuvu I. O projeto, coordenado pelo Prof. Dr. Orestes Alarcon, chefe do departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, visa desenvolver e testar novas tecnologias para um melhor aproveitamento da energia solar. Para que os barcos sejam produzidos em escala industrial, basta que alguma empresa aproveite os estudos desenvolvidos pelos estudantes. O investimento necessário 18
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para a construção de um barco como os da equipe Vento Sul, varia de 40 a 60 mil reais. Os barcos Vento Sul e Guarapuvu I foram produzidos para o Desafio Solar Brasil, competição nacional que acontece duas vezes ao ano, uma em Florianópolis, SC, e outra em Paraty, RJ. Para a competição considerada mundial, DONG Energy Solar Challenge, realizada na Frísia, ao norte da Holanda, foram produzidos os barcos Guarapuvu II, que pesa 20 kg a menos que a versão anterior, e o Oxum, que alcança até 22 km/h. Na competição as equipes devem desenvolver embarcações movidas exclusivamente por energia solar fotovoltaica e utilizá-la de forma eficiente durante a prova. Isso porque a potência obtida nos módulos que geram a energia é igual para todos os barcos de cada classe, e as baterias, que servem para complementar os módulos, também têm um limite de armazenamento indicado pela competição. A equipe Vento Sul se classificou em 13° lugar no ranking de barco solar mais rápido do mundo, na competição mundial que aconteceu entre os dias 8 e 14 de julho.
setembro\ outubro 2012
O estudante e capitão da equipe Vento Sul, Pedro Rocha, pilota o barco Oxum em competição na Holanda
A equipe formada por estudantes dos cursos de engenharia elétrica, civil, mecânica, produção e do curso de arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), coordenada pelo professor Ricardo Rüther trabalham para concluir o barco movido a energia solar, que irá transportar crianças ribeirinhas da comunidade de Santa Rosa, no município de Barcarena, no Pará. O barco foi apresentado durante a Rio+20 e tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Eletrobrás, Weg e Instituto Ideal .
Rogério Ferraz / Divulgação
Equipe Fotovoltaica projeta barco para alunos do Pará
A embarcação contará com módulos solares no teto com potência de 4 kWp (quilowatt-pico), conjunto de baterias para até cincos horas de navegação à noite e capacidade para 22 estudantes sentados. Atualmente, o transporte dos alunos até a escola é realizados através de barcos contratos pela prefeitura do local. setembro\ outubro
O barco solar tem capacidade de percorrer o rios da Amazônia durante cinco horas
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