Como seguir diante da finitude? O que resta de infinito em um mundo finito? Como as ciências, as artes e a filosofia podem potencializar os modos de conceber o finito e o ilimitado? Neste dossiê da revista ClimaCom, tais questões se impõem como um desafio para pensar, sentir e expressar as mudanças climáticas, numa época em que a geoengenharia e o
desenvolvimento tecnológico são cada vez mais apresentados como possíveis soluções capazes de suprir, de maneira ilimitada, a finitude de recursos, numa espécie de redenção propiciada pelas tecnociências, numa busca por capitalizar a própria catástrofe e utilizar a crise ambiental como oportunidade de negócios. Problemas que emergem, neste número da ClimaCom, e que nos colocam diante da urgência de combater aquilo que nos torna fracos e impotentes quando a catástrofe é apresentada como fim único e inexorável a justificar qualquer saída
em seu nome.