Catástrofe, crise, desaparecimento, extinção, ameaça, medos, riscos, descrença, colapso, desastres.
Com a intensificação da ocorrência de eventos extremos e alterações climáticas, vivemos a disseminação
de enunciados niilistas marcados pelo fim e pela vontade de nada, trazendo novo fôlego para o velho
catastrofismo. Proliferam distopias em torno de uma ausência de futuro à qual estaríamos condenados.
A sensação de que “não há saída”, por vezes, coloca-nos diante da impotência do pensamento para
avaliar situações que se tornaram impensáveis em relação ao modo com o qual estamos habituados
a lidar com o tempo, o humano, a natureza, o corpo, o espaço, a cultura, a tecnologia, a política… A
contemporaneidade lança-nos o desafio do enfrentamento da extinção de espécies animais e vegetais, da erosão do solo, da elevação do nível da água, das modificações extremas de ambientes e paisagens,do colapso dos recursos hídricos, mas também e, conjuntamente, do desaparecimento, erosão e colapso
das existências singulares,