Minimalismo \ Com Café edition

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Feeds padronizados. Branco prevalecente. PB como referência. “Menos é mais”. Todas essas são características do movimento atual que anda regrando o comportamento das pessoas nas mídias sociais. O minimalismo refere-se a uma série de movimentos artísticos e culturais que surgiu no século passado. Alguns estudiosos estimam que é um movimento que retorna vez ou outra decorrente a crises e períodos de desesperança, como no caso da guerra.

um possível paralelo com as crises econômicas e políticas que sofremos nos últimos anos . “Nadar contra a maré” é algo que constantemente dá resultados quando trata-se de tendência. Apresentar um “novo” estilo de vida em meio ao caos do universo atual, e está sendo a receita do sucesso de vários influencers.

Não podemos excluir as pessoas que realmente adotaram esse estilo para suas vidas. A busca constante por felicidade parece estar relaciona Se buscarmos no dicionário encontraremos da com o seu modo de viver. algo do tipo “Princípio de reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos.” O minimalismo é “Quanto mais simples você é capaz de viver, essa busca incessante pelo básico, pelo necessário, mais espaço você terá para ser feliz.” pelo pouco suficiente.

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Tá, mas e como isso invadiu a mentalidade das pessoas que hoje dedicam suas vidas em padronizar feeds de Instagram? Simples. O século XXI é marcado por “micro revoluções” constantes. A integração gradativa a tecnologia veio ganhando muita força e com ela as marcas se apossaram de mais uma forma de integração com possíveis consumidores. Aí está a receita para as duas palavras que definem nosso período atual. Consumo exacerbado. Consumimos muito o tempo todo, e isso influencia e influenciou diretamente no ressurgimento do minimalismo na cultura, além de

Afirma Camila Silveira, doutora em sociologia pela USP.

Cada vez mais marcas investem em um consumo mais consciente focando na questão da real utilidade de seus produtos e serviços. O Slowfood e Slowfashion, vieram totalmente acoplados nessa onda. É possível notar uma mudança de como o mercado se relaciona com o consumidor, e apesar de não ter se tornado uma regra entendemos que cada vez mais é necessário que as empresas se preocupem realmente com esse bem estar que tanto busca a sociedade de forma geral. Estando ela no minimalismo ou não.


Tá, mas e depois?

ambos é justamente essa “flexbilização” e prol da felicidade ainda sem se prender a elementos materiais e ao consumo em si. Trata-se da apreciação pura e simplesmente de cada momento.

Gostou? Quer saber mais a respeito? Acesse Apesar de muitos desejarem a permanência nosso perfil no Pinterest e acompanhe nossa coleção do movimento minimalista, entende-se que toda ten- de inspirações do estilo. dência é substituída ou aperfeiçoada com o tempo. /revistacomcafe Então você se pergunta, o que vem por ai? Nós respondemos. Já ouviu falar do Hygge? Talvez a princípio soe estranho, mas é muito provável que já tenha se deparado com esse estilo em revistas de decoração, em alguns instagrans e principalmente no Pinterest. O Hygge é uma refêrencia ao estilo de vida escandinavo e principalmente dinamarques que preza pelo aconchego e felicidade acima de tudo. Grandes poltronas, mantas de linho e crochê, e xícaras de café prometem invandir os feeds do instagram e a cabeça de muita gente. Esse estilo é relativamente cognato ao minimalismo em alguns pontos, mas a diferença entre

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O natal é uma época do ano intensa. Para a maior parte das pessoas uma época que representa descanso, família, boa comida, presentes, e aquela sensação de missão comprida.

Claro que há quem prefira outros feriados e não se envolve tanto assim com esse momento “tão mágico”, mas cá entre nós, todo mundo fica (pelo menos um pouquinho) mais doce no natal. É impossível não se envolver com as decorações da cidade, dos shoppings e do instagram. Tudo ganha um ar de conforto, de carinho de “chega mais, cabe mais um”.

Como o minimalismo pode adentrar essa época tão cheia de adereços, cores e exageros? Bom, separamos algumas dicas que podem ser muito úteis para provar que é possível sim usar o estilo e ainda arrasar na decor.

Cores

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neutros? Ou optar por apenas duas tonalidades? Você vai se impressionar com o resultado.

Menos é mais, mesmo no Natal

Se podemos harmonizar as cores, podemos também pensar com mais “cuidado” na disposição dos enfeites. Dosar na medida certa quantos papais noel vão na mesa pode ser um excelente opção para dar mais espaço para aquelas louças novas que comprou.

Adornos diferentes

O Pinterest está cheio de ideias de como fazer enfeites com itens inusitados. Os galhos estão em primeiro lugar na lista. Vale tentar inovar e criar uma proposta diferenciada (e única) este ano.

*** Se quiser mais inspirações de como de Todo mundo sabe que o natal é recheado de corar sua casa dentro do estilo Minimalista você cor. Vermelho, Verde Dourado, muito glitter. E para pode acessar nosso perfil do Pinterest e conferir investir na decor minimalista não precisa se privar nossa coleção. de usa-las, mas que tal harmonizar com tons mais /revistacomcafe


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São Paulo, Brasil


Lisboa, Portugal



Lisboa, Portugal


Frankfurt, Alemanha


Púcon, Chile



São Paulo, Brasil


O Fotográfo Para fugir do clichê da fotografia minimalista comum, aquela com muita área “negativa” e poucos ou únicos pontos focais, isto é grandes espaços vazios e poucos objetos, gosto de optar por traços e pontos que tornem a fotográfia única, simples e suficientemente objetiva. Nem de longe acredito que esse tipo de fotografia seja simples de capturar, pelo contrário. Como gosto de não interferir na cena, é difícil encontrar contextos que rendam fotos simples e marcantes ao mesmo tempo. Desta forma, a solução para trabalhar dentro desse formato é buscar por ângulos diferenciados. Nesses caso, você consegue resultados incríveis pensando em valorizar linhas e arquitetura em geral.

Entender o cenário e perder um pouco de tempo o analisando pode render ideias diferentes e pontos de vista inexplorados. Vale a pena. Sobre os equipamentos, é bem difícil selecionar um material preciso para esse estilo. Eu diria que uma lente 50mm faz um ótimo trabalho na grande maioria dos casos, porém vale avaliar sua proposta. Fotos macro, pedem lentes grande angulares, fotos de paisagem podem existir câmeras com grandes distâncias focais, por isso é essêncial conhecer o ambiente que vai fotografar. Investir em fotografia noturna dentro do contexto minimalista pode ser também uma opção incrível e acredito que pouco explorada por outros fotográfos. Nesse caso o ideal é ter uma câmera com um grande ISO e/ou lentes com maior abertura de diafragma.

Minha indicação do mês é o fotográfo Mike Hollman, que trabalha exclusivamente com linha e formas. Para conferir seu trabalho é só acessar www.mikehollman.com.

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Jessé Ricardo Rodrigues www.ape22.net



A produção em massa na indústria fashion ganhou um poder indescritível. Lojas gigantescas de departamento com milhões de “blusinhas” iguais que são distribuidas para o mundo todo. A grande questão é a qualidade e a sustentabilidade de lojas como essas. O preço pode ser até tentador e a quantidade de peças e coleções é interminável, mas o passado dessas peças que chegam ao seu guarda-roupa, além de desconhecida pode não ser “correta”.

Rotinas apertadas e prazos inflexivéis nos tornam seres humanos imediatistas, práticos e pouco empaticos. Visando puramente o consumo lojas e empresas se esforçam para provocar sensações e estímulos para nos induzir a comprar cada vez mais pensando apenas no prazer momentaneo que é sair de uma loja cheio de sacolas. Esse consumo que pode parecer inofensivo traz consigo uma série de problemas que devem ser questionados por nós, consumidores: • A descartabilidade produtos e itens comprados causam impactos ambientais.

• A durabilidade das peças e produtos, a

longo prazo nos faz gastar muito mais do que se investissemos (mesmo que por um valor mais alto) em peças de boa qualidade.

• Identidade fragilizada. Em um mundo tão insensível, tão númerico e pouco nominal, temos milhões de pessoas usando as mesmas peças de roupa. Com essa preocupação, surge o movimento “Slow” que visa justamente o consumo lento e progressivo, de forma que você entenda principalmente o processo de produção daquele item e, apesar de mais caro, compre algo duravél e altamente sustentável. O conceito foi muito aceito pela sociedade em geral, e não demorou muito para que esse modelo de negócio invadisse o mercado buscando consumidores que escolhessem produtos com uma cadeia de produção consicente e sustentável e com durabilidade garantida, mesmo que isso representa-se um custo de compra maior. Atualmente é possível encontrar o “Slow” nas mais diversas áreas. E cá estamos para apresentar a vocês algumas possibilidades interessantes para se tornar adepto desse novo modelo de cultura.

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Para ir de encontro com a cultura do “fast” vários SlowFashion movimentos foram criados em prol do desenvolvimento saudavel de seu consumo. O Slow Fashion incentiva a consciência dos procedimentos necessários para produção de roupas. O olhar holístico para os impactos que uma Slowfood simples compra terá no meio ambiente e na vida É um movimento desenvolvido por uma de pessoas é vital. Questionando o comportamenorganização não governamental fundada por Car- to de comprar por um preço menor a maior quanlo Petrini em 1986, tendo como objetivo promover tidade de peças possível e comprar diversas vezes uma maior apreciação da comida, melhorar a qua- da mesma peça, o Slow Fashion traz a seguinte delidade das refeições e uma produção que valorize fesa:”Por que não procurar fazer manutenção de peças que já temos?” e até “Por que não pagar um o produto, o produtor e o meio ambiente. pouco mais caro em uma coisa que me dá oportunidade de usá-la por muito mais tempo?”. Batendo Adepta: naquela tecla de “menos é mais”. Ana Luiza Trajano, chefe e fundadora do instituto Brasil A Gosto, têm como objetivo promover a Exemplo: gastronomia local como um agente importante de mudanças que une preservação de identidade cul A Orna, é uma marca de bolsas curitibana tural a impactos sociais. que traz esse conceito muito inerente em cada um de seus modelos. Além de um processo que valoriza a mão de obra local, as bolsas tem uma vida útil SlowDesing longa e duradoura. Em geral, as pessoas associam o termo tendência, quando aplicado ao design, aos traços sofisticados das peças que desfilam por salões de móveis como o de Milão, na Itália. Mal sabem que a última moda em mobiliário pode estar dentro de suas próprias casas, talvez abandonada em um reles quartinho dos fundos. Aquela cadeira de balanço herdada da vovó, por exemplo. Como a base do conceito geral, o “SlowDesing” também compreende como chave a longevide, atemporalidade e a sustentabilidade. Pragmático é a Palavra de ordem.

Para conhecer mais: www.orna.com.br

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´Percebi que o modo que eu construía o meu trabalho é bem semelhante a outros tantos processos de outros criadores e que este processo é chamado de “Slow”. Esse processo é distinto de modismo, não vem de gosto ou vontade, ele é uma forma de viver e de se relacionar com o mundo. Um leque se abriu e a poesia da construção de cada peça, dessa forma, é o combustível e a razão da execução do trabalho.” Alexandre Linhares formado em Design de Produto pela UFPR

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O minimalismo na moda teve como precursor o espanhol Cristóbal Balenciaga, mas foi o estilista austríaco Helmut Lang que, no início da década de 90, apostou numa estética mais lapidada, com o uso de poucas cores, tecidos e formas mais rígidas. Na época, suas criações exalavam rigor e austeridade. Independente da marca ou estilo, o desejo da simplicidade surge da aversão ao exagero. O estilo minimalista está cada vez mais conectado ao movimento slow fashion e ao consumo consciente. O estilo – que está mais para estilo de vida e não só de moda – procura otimizar as peças do guarda-roupa e transformá-lo em algo mais atemporal e versátil

Os adeptos do estilo minimalista fogem das tendências, mas quando compram algo que está em alta, levam em consideração se a peça vai ou não perdurar por muitos e muitos anos. Por isso, um dos “lemas” minimalistas é ter poucos e bons produtos, justamente aqueles que são essenciais, versáteis e de qualidade para durar pra sempre.

Um ponto que vale ressaltar: a ideia do minimalismo não é ir “contra” a moda, mas ser mais consciente sobre ela, algo defendido pelo movimento slow fashion. Mas embora o minimalismo preze por peças funcionais, elas ainda mantém uma elegância atemporal. O bacana do estilo é que ele abrange tanto looks formais quanto informais, e que são versáteis a ponto de serem usados durante todas as estações.

As cores que predominam no minimalismo são as neutras: branco, preto, cinza, azul-marinho e marrom. As listras são uma boa pedida, justamente por serem clássicas. As estampas, por outro lado, quando aparecem são bem discretas. Os acessórios, por sua vez, também são poucos e discretos, como um relógio, por exemplo. Nos pés, vale optar por um tênis branco, que além de versátil e atemporal, ainda dá um toque divertido ao look. Separamos alguns looks minimalistas para você se inspirar: /revistacomcafe


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Esse estilo de vida é marcado por intencionalidade, clareza e propósito. Em essência, se destina a promover as coisas que valorizamos e remover qualquer coisa que nos distraia. Como resultado, ele força melhorar quase todos os aspectos de sua vida.

“Ter uma vida minimalista não é ter menos do que precisa. É ter o suficiente.”

É não se deixar levar pela correnteza. É comprar sem culpa, mas com consciência, sabendo que aquilo que está adquirindo é realmente útil e necessário. É saber que tudo o que temos em casa, há uma finalidade. É não deixar objetos e roupas estagnadas num canto, acumulando poeira, enquanto há tantos que precisam. É viver com menos preocupações. Uma vida minimalista te dá às rédeas de sua própria vida, sabendo, no entanto, que nada é permanente. É estar satisfeito com o presente, mas preparado para mudanças futuras. Uma vida minimalista jamais deve nos causar dor, mas sim, felicidade. É viver de uma forma mais simples independente de quantos objetos temos. Não é uma autopunição, não é castigo. É valorizar os pequenos momentos, valorizar o que conquistamos, seja material ou não.

É saber que não importa o que fala a publicidade, pois aquela nova propaganda quer vender uma sensação de vitória, algo subjetivo associado a um produto material que provavelmente você não precisa. Uma vida minimalista nos faz abrir os olhos e estar conscientes de que, se vamos entrar no jogo dos outros, do consumo, das compras, é porque escolhemos, naquele momento, entrar. Ter uma vida minimalista não é, jamais, estar preso a regras e normas ditatoriais. Muito pelo contrário, é você criar suas próprias regras, as que melhor se enquadram em você. Ser livre é disso que se trata. Quanto mais obtemos conhecimento, mais nos libertamos. Minimalista é aquele que vive uma vida ampla, com menos preocupações e repleta de realizações.

Há tantas definições que poderiam ser citadas, mas o intuito não é pontua-lás, é entender como você pode se encaixar nisso tudo, afinal nem sempre o que serve para você irá servir para todo mundo. E o que se encaixa hoje, amanhã pode não mais funcionar. Seja livre para criar suas próprias regras e inspire-se com exemplos de vida, teste, experimente. Se não gostar, abandone, mude, adapte. Pois a beleza da vida está justamente no diferente que há em cada um de nós.

Tatiely Freitas

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O Minimalismo no resgate daquilo que realmente importa. Definição esta dada por Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus autores e fundadores do site The Mimalists. Inspirado nessa história o documentário Minimalism: A Documentary About the Important Things‘, realizado por Matt D’Avella faz uma profunda reflexão sobre o papel do consumo em nossas vidas.

feliz em um universo onde o status quo é a única referencia relevante de perfeição torna a experiencia mais rica e mais próxima da relidade em que vivemos. O documentário de cerca de uma hora de duração busca ilustrar como a sociedade está lidando com o excesso de informação e publicidade e quais os efeitos negativos disso tudo.

Pensar que a mídia possuí um papel mui Em qual momento nos perdemos? Como to negativo neste contexto nos faz refletir também fomos convencidos a comprar produtos que são sobre nossa vontade de mudar. Será que é tão simlançados e relançados dia após? Qual o limite? Há ples assim mudar? Será que você enxerga que prelimite? cisa mudar? O que está disposto a abrir mão pela felicidade? Esse gasto de energia em cima das inúmeras possibilidades de produtos e serviços que o Esse resgate de uma qualidade de vida que mercado oferece gera, quase que contínuamente se difere totalmente da vida quantitativa que levaum desgaste emocional que pode ser facilmente mos é discutida de forma muito eficaz e profunda, relacionado com as mais diversas crises psicológi- criando paralelos com as mais diversas áreas de cas que vivemos no século XXI. nossas vidas. A busca pela felicidade se baseia nas coisas que você é capaz de comprar e quão “na moda” você está. É uma perseguição incessante por um sentimento que nunca pode ser mensurado ou quantificado.

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Através da perspectiva única de alguns personagens que, em algum momento de suas vidas se questionaram sobre qual rumo suas vidas estavam tomando, e o quão frustrante era não se sentir

“Ame as pessoas e use as coisas, porque o oposto nunca dá certo.” Ryan Nicodemus


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