![](https://assets.isu.pub/document-structure/211209223613-c78f456a71457149f1c15edf6349b199/v1/49a989fc1296a66c24d42697943c2b46.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
3 minute read
8. CURANDO COM
Foto: Ornithogalum Umbellatum - Reprodução/Wikipédia.
CURANDO COM …Ornithogalum Umbellatum
O Ornithogalum Umbellatum, também conhecido como Estrela-de-Belém e Lírio-do-Mato, é uma planta de folhas lineares basais, que produz flores brancas conspícuas, em formato estrelado, e é pertencente à família Asparagaceae. Já foi retratado na arte por artistas como Leonardo da Vinci, e lendas folclóricas sugerem que este cresceu a partir de fragmentos da estrela de Belém, daí seu nome.
Famosa por ser utilizada nos Florais de Bach, mais especificamente para a produção da essência Star of Bethlehem que o Dr. Bach chamava de “o grande consolador da alma”, a planta é nativa em quase todo o sul e centro da Europa e no noroeste da África. Já na América do Norte, por exemplo, pode ser encontrada em muitas áreas, tornando-se uma erva daninha invasora e nociva.
Partes do Ornithogalum Umbellatum são consideradas venenosas, mas outras são utilizadas em algumas cozinhas regionais. Além disso, suas essências também costumam ser transformadas em medicamentos, como os preparados homeopáticos.
Segundo a terapeuta homeopata Virginia Goulart Barbosa Stefanichen, o Ornithogalum costuma ser mais indicado para tratar problemas digestivos, como flatulência com distensão abdominal, eructações frequentes e fétidas, e vômitos e dores estomacais, que pioram à noite e com bebidas ou alimentos frios:
“Geralmente, a pessoa relata melhorar por tomar chás, ou que sente a necessidade de tomar alguma coisa quente. Também podemos observar isso nos animais que entram dentro de casa, com vontade de entrar no box para lamber a água morna do chão assim que saímos do banho, em busca desse conforto ao beber água quente”, explica Stefanichen.
Ainda segundo a terapeuta homeopata, o indivíduo que costuma precisar do medicamento Ornithogalum umbellatum pode apresentar vômitos de sangue com aspecto de borra de café, além de fraqueza com emagrecimento, e sente dores que se agravam com a passagem dos alimentos pela região do piloro, provocando grande mal-estar.
“Piloro é um esfíncter que regula a passagem dos alimentos do final do estômago para o início do intestino [duodeno]. [O Ornithogalum] é uma homeopatia de grande valor para estenose de piloro e
também um dos medicamentos mais importantes no câncer de piloro e duodeno”, complementa.
Para a terapeuta homeopata Sheila Gutierrez, o preparado homeopático Ornithogalum também é receitado para tratar sintomas psicológicos e emocionais:
“Ele é muito semelhante à nossa Arnica Montana no que se refere a traumas emocionais”, relata a especialista. “É usado em situações de choques diante de notícias desagradáveis, repentinas, por susto e desengano. Traz conforto diante de penas e dores, que comumente os acompanha e que se produz diante de toda má notícia e notícias repentinas. É o confortador e suavizador de penas e dores”, ressalta, acrescentando que é necessário lembrar que, pelos princípios da Homeopatia, a doença começa no emocional e no mental. “E é no físico a última instância de atuação da doença”.
Completando essa linha de pensamento, a também terapeuta homeopata Karla de Souza Silva confirma que há um perfil emocional para indivíduos que costumam ser medicados com o Ornithogalum:
“São pessoas que sofreram traumas emocionais recentes ou antigos, choques por notícias ruins e desenganos. Essa energia é sentida com maior intensidade na região do estômago. Pertencente ao miasma cancerínico, o indivíduo é depressivo com tendências suicidas, debilitado e prostrado, e pode sentir inquietação que leva à insônia, além de formigamento constante nos pés e a sensação de plenitude no estômago, como se um tijolo de ferro fosse forçado pelo estômago e peito”, destaca Silva. Na farmácia homeopática, o Ornithogalum pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto em glóbulos.
“Todas as formas são eficazes, mas em minha prática clínica tenho preferência pela forma líquida, pelo simples motivo de podermos agitar o frasco antes de cada tomada, como recomendava o Dr. Hahnemann”, opina Stefanichen.
Gutierrez concorda:
“Prefiro a forma líquida pois permite fazer modificações ao succionar o vidro, o que promove um maior dinamismo e eficiência nas doses”.
Ainda segundo a terapeuta homeopata, é bom lembrar que as dinamizações normalmente encontradas nas farmácias são: TM - Tintura mãe; na Centesimal ou CH; na Decimal ou D, Fluxo contínuo; K (Korsacoviano; LM (Cinquenta milesimal) e no Método Plus.
De acordo com Souza, o Ornithogalum também é encontrado nos formatos de pastilhas e tabletes: “Independentemente da forma, o mais importante é a escolha correta do medicamento, baseada na lei de similitude e utilização de doses mínimas e potências adequadas ao caso”, aponta. “Todas as formas podem ser administradas, puras ou diluídas em água, tomadas em doses únicas ou seriadas, de acordo com a necessidade do caso, cujo tratamento deve ser sempre individualizado, conforme o grau de acometimento da doença, o nível de saúde da pessoa, se o quadro é agudo ou crônico”, conclui.