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5. A HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

Tratamento homeopático de sequelas da Covid-19

Foto: Iqbal Nuril/Pixabay.

Com a chegada da variante Ômicron, o Brasil registrou mais casos de Covid (Sars-CoV-2) no início deste ano do que no segundo semestre de 2021. Atualmente, há três linhas de pesquisa orientando cientistas de todo mundo a encontrar um tratamento efetivo para a doença: uma delas foca no uso de antivirais, a segunda no de anticorpos, e a terceira no de substâncias que modulam o sistema imunológico. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 150 medicamentos sendo testados. Enquanto isso, indivíduos de todas as idades que sobrevivem a Covid-19 precisam lidar com suas sequelas, que podem variar de formas mais leves a mais graves.

As sequelas mais comuns são fadiga, cansaço, fraqueza, mal-estar, falta de ar ou

dificuldade para respirar e fibrose nos pulmões e/ou rins, além de perda de paladar e olfato.

Cássia Regina da Silva Luz, 51 anos, de Goiânia - GO, testou positivo para Covid no ano passado, assim como toda sua família:

“Em 26 de junho de 2021 senti os primeiros sintomas de faringe por volta de 21h”, relembra. “Esses sintomas permaneceram muito sutis por dois dias. Meu filho, Hélio Neto, já vinha apresentando sintomas de nariz entupido e falta de energia há mais de seis dias, sintomas muito semelhantes a sinusite, que era um quadro recorrente no caso dele. Até então, eu já estava no terceiro dia de faringe arranhando, e meu marido, Hélio Júnior, não tinha nenhum sintoma, nem minha filha, Isabela”, relata.

De acordo com o terapeuta homeopata Francisco Marini Júnior, 52 anos, de Cláudio - MG, as sequelas da Covid-19 podem atingir pessoas de todas as faixas etárias:

“As sequelas podem ser de natureza hematológica, cardiológica, neurológica, dermatológica ou psicológica”, assinala. “Podem se manifestar em qualquer pessoa que teve contato com o vírus, mesmo os que não apresentaram sintomas após a infecção.”

Depois que os resultados dos testes de Cássia Luz e seus familiares apontaram diagnóstico positivo para Covid, todos iniciaram tratamento homeopático e passaram a tomar os preparados homeopáticos Arsenicum album, Calcarea phosphorica, Camphora officinalis, Allium sativum e Equinacea angustifolia.

“Todos nós perdemos o olfato e o apetite por volta do sétimo dia”, retoma Luz. “Após o décimo dia, sentimos uma sensação horrível de tristeza, olhos descaídos e pensamentos confusos. Essa sensação permaneceu até o vigésimo-quinto dia. Era difícil trabalhar, concatenar as ideias, escrever um raciocínio lógico com mais de 20 palavras. Após o décimo dia, apareceu uma tosse seca, que permaneceu por uns dez dias”, detalha.

Para a tosse, Luz e sua família tomaram as fórmulas homeopáticas Allium sativum, Equinácia ang., Pulmão e Taraxacum off durante cerca de 30 dias. Depois de algumas semanas, eles passaram a sentir tontura leve e a notar perda de cabelo, e procuraram preparados homeopáticos para tais sintomas.

“Atualmente, continuamos tomando homeopatias repertorizadas para cada um”, esclarece Luz. “Os sintomas que ainda tenho são falhas de memória recente, e esquecimento de palavras no meio de uma frase.”

Já Gerson Neves Guimarães, 50 anos, de Brasília - DF, iniciou tratamento homeopático para conter suas sequelas de Covid assim que saiu da UTI:

“Desenvolvi uma pneumonia muito severa, ficando bastante debilitado, com perda bastante significativa de massa muscular, dificuldade de locomoção e emocional bastante fragilizado”, conta Guimarães. “Tive perda de cabelo, desidratação, perda de peso e refluxo, entre outros sintomas”.

Para auxiliar sua recuperação, a homeopata que cuidava de Gerson recomendou Phosphorus e o composto de Sais de Schussler, durante 2 meses, o que permitiu a ele retomar plenamente suas atividades.

Para a terapeuta homeopata Sheila da Costa Oliveira, 61 anos, de Águas Claras - DF, até o momento não há sequela que a Homeopatia não possa tratar:

“A regra geral é: existe força vital?”, explica. “A Homeopatia ajuda a fortalecer e equilibrar. Não se pode garantir que tudo ficará 100% para todos, pois os níveis de lesão e sensibilidade são diferentes para cada paciente. Entretanto, com o acompanhamento longitudinal adequado, mesmo que as sequelas não sejam totalmente revertidas, obtém-se muita qualidade de vida e um período de equilíbrio maior no pós-Covid. Creio também que, se houvesse mais abertura no SUS e demais hospitais para a abordagem homeopática, haveria menos sequelas, pois o paciente seria tratado antes de elas se instalarem no corpo”, opina.

Novamente segundo Marini Júnior, existem diversos medicamentos homeopáticos que podem ser indicados para tratar sequelas da Covid, entretanto, vale a pena lembrar que a Homeopatia é diferente da alopatia, ou seja, da medicina convencional:

“A homeopatia não segue a linha de conduta alopática, em que um mesmo medicamento é prescrito para uma série de pessoas que relatam os mesmos sintomas”, destaca. “É preciso fazer a individualização, ouvir cada paciente de maneira minuciosa e atenta. Entender cada particularidade, modus vivendi e história de vida do paciente são fundamentais para a escolha do medicamento.”

Segundo Sheila Oliveira, de forma geral, o similimum - o medicamento que mais se parece com o indivíduo que será tratado - é sempre o melhor remédio para tratar as sequelas da Covid. Porém, quando não há conhecimento dessa informação ou como consegui-la, os homeopatas recorrem aos medicamentos que foram estudados durante a pandemia e considerados como “gênios epidêmicos”. Estes são: Arsenicum album, Phosphorus, Bryonia, Chlo-

rum, Camphora, Nux vomica, Belladona e China, entre outros.

“Todos são policrestos, isto é, remédios que atingem os sistemas corporais e a energia mental e emocional com muita potência, provocando também melhorias sistêmicas”, pondera Oliveira. “Em todos os casos, deve-se buscar a similitude com os sintomas do paciente, já que alguns desenvolvem mais problemas respiratórios; outros, mais cardiovasculares, digestivos, e assim por diante. Além desses, o composto com os Sais de Schussler, que agem no nível celular, também é muito recomendado, já que a Covid afeta diretamente o funcionamento de todas as células corporais, que são usadas pelo vírus como ambientes de autorreprodução”, complementa.

É importante destacar que o tratamento homeopático das sequelas da Covid-19 pode ser feito simultaneamente com o tratamento alopático convencional sem qualquer problema.

“Um exemplo simples dessa situação é uma infecção bacteriana, em que temos o antibiótico agindo para diminuir o número de bactérias existentes, enquanto o medicamento homeopático atua incrementando a imunidade e melhorando o estado geral do paciente”, argumenta Marini Júnior. O tempo de recuperação das sequelas de Covid varia de acordo com o indivíduo, pois, afinal, a Homeopatia trata o doente e não diretamente a doença. Logo, cada pessoa terá uma resposta única e gradual em direção à cura.

“A Homeopatia atua em todos os níveis: corpo, mente, emoção e energia”, aponta Oliveira. “Quando adoecemos, esses níveis estão em desequilíbrio, tanto internamente, quanto entre si. Os medicamentos homeopáticos vão restaurar o equilíbrio de cada nível e dos níveis entre si, trazendo de volta o estado de saúde”, acrescenta.

“O tratamento homeopático contribui visando a uma melhora do estado geral e da vitalidade do paciente”, completa Marini Júnior. “Vale ressaltar que o medicamento homeopático é um estímulo energético, e o sucesso do tratamento está intimamente relacionado com a capacidade do paciente de reagir a esse estímulo. No caso de sequelas da Covid-19, principalmente as sequelas psíquicas, a Homeopatia tem contribuição de grande valia ao provocar um realinhamento mental, físico e emocional, impactando diretamente no reestabelecimento da saúde em todos os níveis na pessoa que ficou com sequelas”, conclui.

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