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5. A HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

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EDITORIAL

EDITORIAL

HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR

Traumas físicos e emocionais

Foto: Hanna Kankaanpää/Pixabay.

O tratamento homeopático pode atuar para amenizar ou curar os mais diversos quadros de saúde, dos mais graves aos mais leves. Ainda assim, muitas pessoas continuam associando a Homeopatia a um método terapêutico que demora a mostrar resultados satisfatórios, visto o porquê de a expressão popular “em doses homeopáticas” - que significa “muito lenta e gradualmente” segundo o dicionário Estraviz - continuar em alta. Contudo, a crença de que o tratamento homeopático não é indicado para tratar emergências ou quadros de saúde mais complexos, como traumas físicos e emocionais, não poderia ser mais errada. Segundo a terapeuta homeopata Cássia Regina da Silva Luz, especialista em Homeopatia pela Faculdade Inspirar, não há trauma que o tratamento homeopático não possa tratar:

“A homeopatia não se ocupa do trauma ou da doença, se ocupa do indivíduo em particular e na sua totalidade”, ressalta. “Para um tratamento homeopático analisamos separadamente sintomas físicos, mentais e emocionais de uma pessoa. Vamos sempre descrever cada sintoma separadamente para juntá-los em seguida e formular a estrutura do paciente [...], reconstituindo, através da história da pessoa, sua estrutura mental, emocional e física. Não é possível um tratamento homeopático

analisar separadamente sintomas físicos ou emocionais”, destaca.

O também terapeuta homeopata Gabriel Jorge Habib Filho, formado pela Homeobras e pela Escola Brasileira de Homeopatia, complementa:

“Num atendimento procuramos avaliar, para a correta indicação homeopática, o Miasma, a Causa, Ritmo, a Reatividade particular ao estímulo, o Sentimento básico e o Reino em que a pessoa está vibrando. Isso vai ajudar a afunilar, direcionar e melhor selecionar o medicamento para cada caso”.

Novamente de acordo com Luz, a Homeopatia compreende traumas físicos como lesões que causam danos ao corpo humano, e há uma linha tênue entre estes e traumas emocionais:

“Traumas físicos podem ser um tipo de lesão ou ferida que atinge o organismo a nível somático, como a quebra de um osso ou uma distensão muscular. Já um trauma emocional envolve medo, tristeza, angústia e solidão. Uma agressão pode gerar um trauma físico e emocional ao mesmo tempo, como no caso do estupro ou de uma tentativa de assassinato com ferimento”, explica. “Pode haver cura parcial ou completa, vai depender sempre de cada caso específico, da repertorização bem-feita do homeopata”.

“Para definir traumas físicos e emocionais, primeiro precisamos esclarecer como a homeopatia age”, aponta Filho. “Faz-se necessário conhecer o histórico do cliente e sua ancestralidade. Todo e qualquer fato que vivenciamos na vida, o cérebro registra e cria uma janela de memória no nosso inconsciente. Se o evento é positivo, ele é registrado numa janela de memória “light”, ou se é negativo, uma janela “killer”, que poderá resultar num desequilíbrio emocional e comportamental. Todo e qualquer pensamento corresponde a uma emoção que gera um movimento físico. Então, toda a atitude física provoca uma emoção que também culmina num pensamento. Esses registros, sendo repetitivos ou muito violentos, vão se introjetando na mente inconsciente, criando padrões comportamentais impulsivos ou cristalizados na memória. Criou-se, então, nessa pessoa, uma personalidade comportamental. E é exatamente essa personalidade em desequilíbrio que buscamos tratar na homeopatia”, esclarece.

No caso de Lucimone Maria de Oliveira (52), moradora de Goiânia - GO, o tratamento Homeopático foi um aliado importante para o aliviar dores crônicas associadas a traumas emocionais:

“Em 2017, ao realizar uma microcirurgia da retirada de uma pinta no braço esquerdo, descobri um câncer chamado Melanoma”, relata. “Fiz um tratamento intensivo e agressivo com o medicamento Interferon Alfa por 24 meses. Não tenho ideia de onde surgiu este câncer, pois ninguém de minha família o teve, assim o mesmo me pegou de surpresa. Adquiri dores no corpo inteiro, muita dor nas articulações e insônia. Tomei o medicamento Zolpidem. Depois que

minha mãe contraiu Covid e ficou internada por seis meses, as dores voltaram com tudo e pioraram quando ela veio a óbito. Tive que recorrer ao Zolpidem. Depois da recuperação fiz o desmame e hoje estou usando apenas as homeopatias” explica.

Alguns dos preparados homeopáticos que Oliveira tomou foram a Arnica montana 6CH combinada com o Rhus toxicodendron 6CH; o Aconitum napellus 12CH associado a Passiflora Officinalis 6CH, e os Sais de Schussler. Segundo ela, a Homeopatia foi responsável por lhe devolver qualidade de vida e também diminuir sua dependência com o medicamento para insônia.

“As dores ainda estão presentes, mas com menos intensidade”, ressalta. “Hoje posso dizer que tenho controle sobre ela. Enfrentei a ansiedade, o medo, a raiva, os pensamentos acelerados e tenho feito as pazes comigo mesma. [A Homeopatia] trabalhou minha centralidade, memória, dores, e hoje tenho motivação e criatividade, tenho paciência comigo. Estou mais equilibrada, menos explosiva e há muito tempo não uso medicamentos para depressão. Aos poucos, tenho dado um salto na minha saúde e desenvolvido a vontade de existir”, completa.

Segundo Luz, que foi responsável pelo tratamento de Lucimone, a maioria dos casos de traumas que ela atende como homeopata envolvem sintomas físicos que foram originados por situações vivenciadas de medo, angústia, tristeza ou de agressões:

“Vamos pegar o caso da Lucimone, onde estamos tratando o trauma da morte da mãe”, pede Luz. “Sua mãe pegou Covid e ficou internada 111 dias, entubada, antes de vir a óbito. Após a morte de sua mãe, ela voltou a ter sintomas físicos que tinham melhorado, e todos os sintomas estavam mais fortes, como dores no corpo todo, sintomas da menopausa como insônia e fogachos, falta de ar, opressão torácica e taquicardia. Os exames cardiológicos não apresentaram nenhum distúrbio. Tratamos com homeopatias essa mesma pessoa, cerca de quatro anos atrás, de um câncer que apareceu no braço. Conseguimos voltar às memórias difíceis da infância após um ano de tratamento homeopático, porque ela não se abria completamente. Ela conseguiu verbalizar que o câncer apareceu exatamente no braço que seu pai a segurou, quando ela tinha 4 anos de idade, e gritou com ela no momento em que estava indo embora de casa, brigando com sua mãe. Ela ficou 20 anos sem ver o pai. Aos 40 anos apareceu o câncer no braço, exatamente onde o pai havia segurado e gritado com ela. Esta é uma das mais ricas experiências sobre trauma emocional que se manifestou no físico que já tratei”, destaca.

O terapeuta homeopata Gabriel Jorge Habib Filho reforça e complementa:

“Sim, o trauma físico pode ser o resultado de um padrão ou agressão externa. A Homeopatia tem a capacidade de liberar aquele quadro somático que gerou aquele desequilíbrio físico ou de auxiliar o corpo a se recompor de uma pancada ou acidente”.

Ainda de acordo com Filho, o tratamento homeopático pode amenizar sintomas e também alcançar a recuperação completa de um quadro de trauma:

“Se conseguirmos atingir a equivalência de similitude daquele desequilíbrio emocional ou daquela doença física, atuando sobre o Tema Central ou Núcleo Temático, conseguiremos verdadeiramente reequilibrar os campos energéticos e restaurar o fluxo natural”, acredita. “Nossas células têm memória de saúde e esta, quando reativada, libera tanto a doença física quanto a emocional, tais como: paranoias, desequilíbrios psíquicos, medos, fobias e padrões de culpa. Com essa liberação, é possível trazer o cliente ao equilíbrio. A homeopatia considera uma pessoa completamente recuperada daquela camada em questão quando ela não apresenta mais os sintomas do desequilíbrio por no mínimo um ano e meio ou dois anos”, acrescenta.

“A Homeopatia é um medicamento vibracional”, opina Filho. “Em suma, um vidro de Homeopatia, é uma “doença artificial”, que ao ser ministrada irá sobrepor-se àquele contexto em desequilíbrio. [...] Muitas vezes o nosso princípio vital por si só consegue liberar esses traumas, mas quando ele é muito recorrente, vai se condensando e fica fixado dentro do corpo de memória. Então a Homeopatia, ao estimular nosso princípio vital, o tirará desse ‘falso equilíbrio inerte’”.

E ele continua:

“É como se você desse uma “pancada” na sua energia vital e ela é deslocada e movimenta-se em ida e retorno. A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade em sentido contrário [Lei da Ação e Reação de Newton]. Quando o princípio vital faz esse movimento de retorno, expulsa e expurga a doença ou desequilíbrio natural. A liberação é percebida nas exonerações homeopáticas. Continuamos a usar esse medicamento, muitas vezes subindo dinamizações, conforme a necessidade de cada um, observando o tempo de ação deste medicamento, até que essa personalidade distorcida seja completamente eliminada, ou transformada, permitindo que o nosso melhor potencial essencial seja restabelecido. Quando isso ocorre, paramos o medicamento e por ser esse uma “doença artificial”, se dissipa e passamos a ter um novo nível de equilíbrio e de consciência, muito mais próximo da nossa verdadeira essência de Alma. A Homeopatia nos auxilia a redespertar, potencializar e realizar o melhor de nós. Assim funciona a Homeopatia”, conclui.

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