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Bárbara Moira SOBRE O MEDO DE ME ENTREGAR EM TUDO AO MAR T-e-x-t-o L-i-v-r-e

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CADERNO ESPECIAL

CADERNO ESPECIAL

sobre o medo de me entregar

bárbara moira

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Que as ondas arrancassem-na das minhas entranhas Que as ondas fizessem-na afundar ao léu Tentei me sair No entanto, me ancorei mais e mais em meio ao caos Me afoguei entre ondas de sentimentos Tentando me segurar em meias verdades Depois vomitei toda água amarga Quando no porto pisei e terra firme eu encontrei Enquanto eu vagava e boiava Rodeada de espuma branca Me encontrei; Mas não me reconheci assim, logo de cara Meu rosto ainda está queimado Meu corpo ainda está quente Minha boca'inda anseia por água As mãos agora eram ainda mais trêmulas Em minha voz não há mais firmeza Entretanto, sinto em meu âmago uma pontada de esperança No cais onde me encontro o dia já começa a raiar E eu serenei

Bárbara Moira é uma ex-futura bióloga que não aguentou o não ser artista. Experimenta o fazer artístico através da fotografia, da performance, do bordado e da instalação. Suas pesquisas são permeadas com questões de impermanência, violência, gênero, afetividades e seus desdobramentos. Atualmente é licencianda em Artes Visuais no IFCE e integra o grupo de arte e pesquisa LOCAL, sob tutoria de Waleria Americo. Já expôs nas exposições Arrimo (Porto Iracema das Artes), Escorpo (Casa Vândala), Gesto-Tempo (Galeria Leonilson) e Contrastes (Multigaleria - Dragão do Mar). Também compôs as mostras dos seguintes festivais: Fotofestival Solar (Dragão do Mar), Festival Verbo Ver e Festival NOIA (SESC).

richard: um ensaio acerca das imagens contemporâneas

RESUMO: O espetáculo e o aplauso só existem devido ao Richard. Sua responsabilidade é estar em tudo e em todos. O ímpeto de propiciar o prazer instantâneo no entretenimento absorvidos nos corpos “humanos”. Richard é o motor dos órgãos eletrônicos, aqueles acoplados e expandidos ao corpo. A natureza das coisas morre e tudo no fim é fruto de criação. Os tempos ditam suas necessidades explicativas dessa tal criação: arte, deus, ciência, tecnologia. Nossos corpos não são naturais, são corpos acima de tudo e com as definições são sustentadas e posteriormente destruídas. Richard invade os organismos como vírus e assim todos buscam olhar naquilo que os alimenta. A imagem é semelhança da própria imagem. Palavras-chave: imagem; consumo; corpos humanos; entretenimento

1.

Hahahahahahahahahahaha (risada de plateia)

Em nossos castelos ilhados somos reis e rainhas de nossa geração. Um em cada nada surge explodindo em cores e todos dançam com pés e braços. Rodopiando somos a pura essência do aplauso. Onde a luz bate mais forte. Eu preciso do meu corpo em completo estado de êxtase pelo brilho superficial da plateia do mundo. E novamente me pergunto... Somos livres?

Não há liberdade, há contorção e vidas de coisas que correm e param, e batuque de coisa no chão. Eu na verdade não sei o que nada disso significa, só sei que eu nasci nesse lugar e não sei como que é e não sei como ser aqui. O que sou aqui? Ahhhh não sei falar, pois sou recém-nascido e não sei nada do que é falar e paro agora. Não paro. Corro. Corro em palavras visíveis no cérebro que corre e não para. Não sei o significado de nada e bato bato bato bato em tecla de muro fresco e não sai nada. Só

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