Revista
GRAJAÚ Mar/Abr - 2019 | Ano 4 | nº 10 |
Lago Azul, Natureza que encanta em meio ao descaso 07 NA QUEBRADA Primeira Perifacon: Da Favela Para o Mundo
09 HISTÓRIAS & MEMÓRIAS Quem pode contar a história do Grajaú, o mais populoso distrito da cidade de São Paulo?
15 CUIDANDO DO PLANETA Do Lixo Nasce a Esperança
Carta ao Leitor
GRAJAÚ, UM NOVO OLHAR
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epois de uma pausa de exatamente dois anos voltamos a lançar mais uma edição de nossa revista. A 9 ª edição foi lançada em abril de 2017, ainda como Revista ECP, Expressão Cultural Periférica, nome de nosso coletivo cultural surgido em junho de 2012. Foram 7 anos de muito aprendizado, em uma caminhada que se iniciou em uma salinha pequena da escola Maria Juvenal, no Jd. Castro Alves, onde atuávamos como educadores em uma ONG. Daí nasceu a centelha da chama que a cada ano que passa só cresce. Percorremos ruas e vielas, conhecendo, aprendendo e desvendando esse vasto território chamado Grajaú. Território imenso, cheio de contrastes, muita carência, mas ao mesmo tempo muito rico. Primeiramente o povo que aqui habita, veio em busca de uma vida melhor, em sua maioria migrantes nordestinos, que desse pedaço de terra construíram seu lar. Migração essa muito intensa a partir dos anos 70, com a industrialização forte da região de Santo Amaro. O Grajaú, como toda periferia de cidade brasileira, foi crescendo desordenadamente, sem políticas públicas, que até hoje são escassas por aqui. Nosso território foi crescendo assim, da necessidade de moradia, de emprego, de novas terras onde os filhos pudessem ser criados, ter um futuro, ter moradia, estudo...
Tudo isso foi sendo construído, com muito suor, muita luta, tendo de matar um leão por dia, como dizem por aí. No decorrer desses últimos 50 anos nem tudo foram flores por aqui. A mídia tradicional sempre nos viu de forma distorcida, sem notar a grande riqueza que existe nesta terra, apesar das mazelas. Nós, grajauenses, somos um povo digno, com fartura cultural, com imenso coração, sempre buscando ajudar o próximo. Com natureza exuberante, cercados por represas e cachoeiras próximas. Infelizmente muitos de nossos moradores ainda não conhecem esse Grajaú, rico e com imenso potencial para crescer. A mudança no nome da revista foi necessária para que pudéssemos ampliar nosso alcance para além do ciclo cultural de nossa região. Queremos que o maior número de pessoas possíveis sejam beneficiadas com as informações dessas páginas. Serão edições bimestrais, com 8000 exemplares circulando. Continuaremos na luta diária, por nossa vida, por nossos direitos, por nossas riquezas. Um novo olhar sobre o Grajaú começa conosco, filhos dessa terra diversa e rica. VALÉRIA RIBEIRO COORDENADORA GERAL revistagrajau revistagrajau
Expressão Cultural Periférica
(11)95854-6101 MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 3 www.revistagrajau.com.br
Expediente Expressão Cultural Periférica
Coordenação Editorial Valéria Ribeiro MTB 46.158
Equipe Aécio Magalhães Barbara Terra Diego Novaes Gi Barauna Gisele Ramos Guilherme Zillieg Jonathan Alves Keidson Oliveira Michelle Marques Ricardo Negro Susy Neves Valéria Ribeiro Vanderelei Ribeiro Will Mangraff Coletivos Parceiros Nóis por Nóis, Salve Selva e Ateliê Aguila Foto de Capa: Gi Barauna Projeto Navegando Nas Artes em Virada Sustentável em 2016 Projeto Gráfico e Diagramação Valéria Ribeiro e Keidson Oliveira Impressão ECP Gráfica & Serviços Tiragem: 8000 Exemplares E-mail: ecpgrafica@gmail.com Espaço Cultural & Gráfica ECP Rua Boaventura Ferreira, 159 - Jardim Reimberg (Grajaú) - Cep 04845-160 - São Paulo-SP reportagem@revistagrajau.com.br anuncie@revistagrajau.com.br (11) 95854-6101
QUEM SOMOS O Expressão Cultural Periférica, conhecido como ECP, é um coletivo de comunicação que surgiu em 2012 e atua na articulação sociocultural na região do Grajaú, Extremo Sul da cidade de São Paulo. Nosso objetivo é documentar e divulgar ações culturais e sociais que acontecem especialmente na região onde estamos localizados e contribuir com o fortalecimento da identidade do território. Atualmente atuamos em três núcleos: EDUCAÇÃO: Com oficinas de diversas linguagens em espaços parceiros e em nossa sede. PESQUISA: estudo aprofundado e criação do Centro de Identidade do Grajaú, o CIG, e a produção do livro Histórias e Memórias do Grajaú. COMUNICAÇÃO: A publicação de nossa revista, antiga ECP, e agora Revista Grajaú é o projeto com o qual conseguiremos contribuir grandemente para o nosso território. ECP GRÁFICA: criamos a ECP Gráfica em 2016, por necessidade de imprimir nossa própria revista, que nasceu em 2014. Hoje ela funciona para a comunidade em geral e articula fortemente com os coletivos culturais e sociais do Grajaú. ESPAÇO CULTURAL ECP: No ano de 2019 nosso coletivo foi contemplado pelo 3º Edital do Fomento à periferia, que está patrocinando a construção do Espaço Cultural ECP, que será anexo a gráfica. Nossa sede abrigará uma biblioteca e sala de informática, onde acontecerão diversos cursos, todos abertos a comunidade. O Espaço será inaugurado juntamente com o lançamento dessa edição da Revista Grajaú, em 06.04.2019.
Missão e VALORES Revista Grajaú
Nossa missão é difundir informações sobre o Extremo Sul de São Paulo através de um novo olhar, apresentando com nossas matérias possibilidades para melhorar a vida de quem mora na região, incentivando com isso que se sintam parte do bairro em que residem, estimulando a produção cultural, ações sociais, a economia colaborativa, o desenvolvimento local, a tolerâcia à diversidade e o respeito a todas as formas de vida.
VALORES REALIZAÇÃO
4 REVISTA GRAJAÚ MAR/ABR de 2019 www.revistagrajau.com.br
PATROCÍNIO
Qualidade editorial com excelência e inovação; Informações claras, úteis e comprometidas com a realidade dos leitores; Otimismo e afeição pela região, destacando as qualidades e refletindo soluções para os problemas.
Sumário 03 EDITORIAL Grajaú, Um Novo Olhar 06 GRAJAÚ, MINHA CIDADE “Onde você mora? Ah, moro perto de Interlagos... 07 NA QUEBRADA Primeira Perifacon: Da Favela Para o Mundo
08 MEU TRABALHO Conheça o Nóis Por Nóis, coletivo que está mudando o destino da Economia Local do Grajaú
09 HISTÓRIAS & MEMÓRIAS Quem pode contar a história do Grajaú, o mais populoso distrito da cidade de São Paulo?
10 CAPA Lago Azul, Natureza que encanta em meio ao descaso 12 VIDA SAUDÁVEL Saberes Populares
14 ELAS SÃO BÁRBARAS
15 CUIDANDO DO PLANETA Do Lixo Nasce a Esperança 16 ESPORTES Superando Barreiras
Foto: Guilherme Zillieg
13 AÇÃO Projeto Atalaia: Há 12 anos resgatando vidas das ruas
Minha Opinião
18 PASSATEMPO
Grajaú é forte, é cultura é “poder”
Um distrito da Zona Sul de São Paulo que ganhou visibilidade nos últimos anos, e nada melhor que a Revista Grajaú para ampliar nossa visão da periferia mostrando os talentos que temos nela. Hoje em dia, com o avanço das redes sociais muitas informações descontextualizadas chegam até
Danila Costa
nós podendo refletir negativamente a nossa volta. A Revista Grajaú nos aproxima dos artistas, músicos, artesãos, professores, de pessoas comuns que trilham seus sonhos todos os dias, que lutam contra os obstáculos, assim como nós! Deixando-nos próximo ao entrevistado e nos colocando como espectadores desses tantos talentos que temos na periferia.
Envie sua opinião para nosso e-mail: reportagem@revistagrajau.com.br MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 5 www.revistagrajau.com.br
Grajaú, Minha Cidade Ilustração Jhenivan Silva
“Onde você mora? Ah, moro perto de Interlagos...”
Jonathan Alves
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ou te contar a velha história de “a grama do vizinho sempre é mais verde”, e peço que reflita para que em algum momento seja possível rir disso e afirmar que bem verde e bonita é a nossa grama. Afinal, não é coisa do passado ouvir pessoas do Grajaú dizendo que moram perto de Interlagos, como se essa referência trouxesse um quê de chique, ou um tom de mais civilizado do que dizer a real: dos extremos da Sul, eu moro em um bairro do Grajaú! Na era da informação digital em que quase tudo está registrado online, encontramos diversos textos sobre “Grajaú” na rede. Ao acessá-los através de um site de pesquisas, a moradora e o morador do distrito mais populoso da Cidade de São Paulo vai estranhar porque... não falam do nosso Grajaú! E sim de um bairro na capital do Rio de Janeiro e uma cidade do Maranhão com o mesmo nome. Esses têm pesquisas, fotos e informações privilegiadas. Sobre o Grajaú da nossa SP encontramos textos diferentes e em menor número que em geral usam palavras como “perigo”, “criminalidade”, “tráfico” e expressões recorrentes de “esgoto a céu aberto”, “um dos piores lugares pra se viver”, “frequente nas páginas de jornais”... para descrever a região. Coisas assim somadas ao processo social de tornar lugares centrais “bonitos”, “culturais”, “de lazer” e sempre cheios de novidade inspiradas em cidades estrangeiras bem-sucedidas, fazem com que muitas pessoas prefiram dormir no Grajaú e viver na “cidade gran6 REVISTA GRAJAÚ MAR/ABR de 2019 www.revistagrajau.com.br
de”. Isso quando o maior sonho das novas gerações não é se mudar o mais rápido possível para um bairro central. Sabemos que nossos bairros e histórias são afetados pela desigualdade social que na formação da cidade marginalizou as terras do extremo Sul como área para trabalhadores da base do mercado morarem como uma região “dormitório”, e para isso não precisamos de um site de pesquisas. Basta atentar para quem mora aqui, suas origens e motivos de vinda que passam por situações de sobrevivência, resistência, enfim a nova oportunidade de vida. Faça o exercício de tirar os óculos de distorção que a elite usa e vende em cada esquina central para olhar com afeto ao seu redor ao pegar a Belmira Marin a caminho de casa, descobrirá novos horizontes. Aqui no território do Grajaú temos riquezas privilegiadas que em geral não se vê nas periferias. Nascemos margeados pela Represa Billings, vizinhos da Guarapiranga e das cachoeiras do Marsilac, tem mais verde e flores por aqui do que nos parques do centro da cidade. Uma das melhores coisas do Grajaú é a esperança no coração das pessoas que sabem amá-lo e procuram fazer dele um lugar mais seguro, alegre e preservado. Patrimônio tombado na Ilha do Bororé, Escola de samba, samba nas praças, bailes e forrós, pontos de cultura e leitura, centro cultural, culinária variada, grupos de esporte, e na mesma rua um terreiro, uma igreja e um bar. Diversidade. Não queremos pôr debaixo do tapete o que precisamos melhorar, e sim afirmar que com o muito que temos, ajustar o que não está bom é mais que possível!
Na Quebrada
Primeira Perifacon: da favela para o mundo
O universo nerd desembarca na periferia de SP de graça
Mônica Aiub e César Mendes da Costa Foto Equipe Revista Grajaú
Michelle Marques
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omingo, vinte e quatro de março de 2019, a zona sul de São Paulo, mais precisamente no distrito do Capão Redondo na Fábrica de Cultura, se transformou no palco do primeiro evento nerd gratuito da cidade; a Perifacon - a Comic Con da favela. Inspirada na já tradicional, porém não tão acessível, Comic Con Experience (CCXP), evento que acontece anualmente e traz as novidades do mundo dos quadrinhos, séries, filmes e games, além dos já conhecidos cosplays (pessoas que usam fantasias de personagens a caráter), a Perifacon veio com uma proposta inovadora de acessibilidade a qualquer um que
tenha interesse no mundo geek, com o diferencial de não cobrar ingresso, pois na CCXP, os valores de entrada no evento do ano passado, custavam cerca de R$90,00 os mais em conta. A iniciativa da Perifacon aparece como pioneira na democratização de acesso à cultura pop. Das inúmeras atrações, foram realizados painéis com nomes importantes do universo das produções de entretenimento, apresentações de bandas ao vivo, sala de jogos com RPG (jogo no qual os participantes assumem o papel de personagens imaginários), salão de games com jogos de temática indígena além da presença de ilustradores e editoras independentes. Para Monica Aiub, da Livraria & Editora FiloCzar, que estava expondo no evento, esse tipo
de ação é muito importante pois conecta pessoas com interesses variados, e coloca o público em contato com autores periféricos fortalecendo e amplificando a produção literária da quebrada. A primeira Perifacon, brilhou como um projeto ousado e de muita coragem, contrapondo o sistema de exclusão existente, fornecendo acesso e entretenimento a população periférica, ganhando a atenção de vários veículos de comunicação e da mídia em geral. Para quem quiser acompanhar as fotos e saber mais sobre tudo que aconteceu durante o evento, basta acessar a página oficial do Perifacon no facebook.
perifaconoficial MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 7 www.revistagrajau.com.br
Meu Trabalho
CONHEÇA O NÓIS POR NÓIS, COLETIVO QUE ESTÁ MUDANDO O DESTINO DA ECONOMIA LOCAL DO GRAJAÚ Barbara Terra Lorena Carvalho e Barbara Terra
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Feira de Empreendendores do Grajaú, Nóis por Nóis, surgiu de uma inquetação sobre a maneira como tratamos a economia e valorizamos as pessoas que produzem seus empreendimentos e serviços no território do Grajaú. O coletivo é composto, em sua maioria, por mulheres pretas ativistas e articuladoras culturais. Barbara Terra, Lorena Carvalho, Mara Luiza, Thais Silva, Paulo Rogério, Andrus Santana e Fernando Souza, é o time que compõem o Nóis por Nóis, equipe potente e bem articulada. Visto que o desejo de consumo da população periférica, sempre, remete as grandes marcas midiáticas, e como a taxa de consumo do bairro é uma das maiorias das periferias de São Paulo, o objetivo da feira é fomentar a rede de consumo periférico, potencializando o que já existe no território, para valorizar os saberes, produtos e marcas locais. Criando possibilidades de experimentações entre os coletivos com a comunidade em geral, expandindo o laço entre consumidores e empreendedores. O Nóis por Nóis se destaca por promover um espaço de fortalecimento, gerando renda, autonomia, autoestima e com muita diversão e alto astral, ambiente para nos conhecer e nos apoiar mutualmente, ampliando assim, a Rede de Economica Periférica, a REP. Com a proposta itinerante, a feira movimenta mais de 500 pessoas pelos espaços por onde transita, atinge todos os públicos, de todas as idades, classes e gêneros. Conta com diversas barracas: Artesanato,
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Beleza e Estética, Literatura, Moda, Alimentação e bem-estar, onde você encontra a Tenda da Terapia, ambiente para vivenciar práticas corporais, aplicação de massagens, acupuntura, reiki e outras técnicas. Já na parte gastronômica, tem opções de alimentos vegetarianos e veganos, pensando na importância do acesso a alimentação de qualidade e bem-estar para periferia. A programação é composta por oficinas,música ao vivo, contação de história, dentre outras atividades com preços acessíveis e possibilidades de escambos e trocas. O principal interesse é redesenhar relações, aproximar pessoas, construir junto, compartilhando ideias, sonhos e, claro, gerando renda! Tem muita gente boa, produzindo muita coisa boa por aí... Bora se conectar, compartilhar e nos fortalecer! projetonoispnois @ noispnois_oficial
Histórias & Memórias
QUEM PODE CONTAR A HISTÓRIA DO GRAJAÚ, O MAIS POPULOSO DISTRITO DA CIDADE DE SÃO PAULO? JONATHAN ALVES
Uma
história sempre tem um narrador. Muitos narradores não vivem o que narram, apenas juntam informações e contam uma história, apagam o que não querem que as pessoas saibam e distorcem o que lhes convém. Nesse caso, a história fica marcada pela visão de mundo de quem narrou e nem sempre contempla o todo. Para que uma história real seja verdadeira e justa, é bom que seu narrador seja o protagonista, aquela pessoa que viveu tudo que vai contar. Desse jeito podemos preservar os detalhes mais preciosos e fazer do conto uma memória viva de cada acontecimento, passando a visão da realidade, sem manipulações, sem apagar momentos importantes e sérios, nem os afetos e relações existentes. Quem já conta no dia a dia a real história do Grajaú e recon-
tará agora em papel para que fique registrado são as moradoras e os moradores daqui que formaram os bairros com as suas identidades, e que com sua superação diária dizem à São Paulo dos prédios e negócios a que vieram: buscar fartura de VIDA! O projeto “Histórias e Memórias do Grajaú” é um marco para conhecermos a identidade de nosso povo, que construiu e contrói diariamente essa região. Uma iniciativa do coletivo Expressão Cultural Periférica, o ECP, fomentada pela Secretaria Municipal de Cultura através do Programa de Fomento à Cultura da Periferia. Esse projeto tem o objetivo de contribuir para o fortalecimento cultural e composição da identidade histórica de sua população. Isso se dará através de núcleos: Pesquisa, Educação e Comunicação. O projeto nos brinda também com a ampliação do espaço e das ações da ECP Gráfica, como mais um ponto de cultura para uma população tão grande.
Pesquisa: Criação do Centro de Identidade do Grajaú, o CIG, e a publicação do livro Histórias e Memórias do Grajaú.
Educação: Realização de di-
versas oficinas em todo o território, articulando com coletivos, ONGs e outros projetos.
comunicação: Publicação de
nossa revista, antiga ECP, atual Grajaú e por meio da ECP Gráfica.
Obras
de
Jhenivan
Silva
VENHA CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE! Você, morador ou ex morador do Grajaú, que tem ou conhece alguém que tenha: Fotos antigas, Livros, TCCs, Monografias ou outras publicações sobre o distrito do Grajaú ou conheça moradores antigos que tem histórias para contar entre em contato conosco!
(11) 95854-6101 cig@revistagrajau.com.br
MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 9 www.revistagrajau.com.br
Capa
Lago Azul, Natureza que encanta em meio ao descaso VALÉRIA RIBEIRO E JONATHAN ALVES
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Ferruge no Espaço Meninos da Billings, no Lago Azul
Foto: Equipe RG
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lago azul é um dos lugares mais lindos e emblemáticos do distrito do Grajaú, contrastando beleza e pobreza, em um espaço em que o urbano convive com o rural, são carros e cavalos lado a lado dividindo as ruas estreitas. O distrito do Grajaú faz parte da prefeitura regional da Capela do Socorro, no extremo sul da cidade de São Paulo. Sua população é imensa, meio milhão de habitantes, maior do que 97% das cidades brasileiras, inclusive algumas capitais. É um universo a se desbravar. Muitos só conhecem o que as grandes mídias divulgam: Local violento, com trânsito caótico na famosa Av. Belmira Marin, problemas e problemas. Temos tudo isso, mas temos muito além disso. Somos um celeiro artístico, e não só o Criolo, temos muitos, inclusive a própria mãe do rapper, Maria Vilani, escritora genial, articuladora sociocultural desde quando ainda não existia Internet, na era dos orelhões e suas fichas, quem lembra? Murais lindos em nossas ruas, cantoras fabulosas, mulheres corajosas e lutadoras que criam seus filhos muitas vezes sozinhas e ainda arrumam tempo pra cantar. Esse é o Grajaú, lugar de gente lutadora, sofrida e honrada, cheia de garra e delicadeza. No lago azul, um lugar que muitos grajauenses não conhecem, existe o Parque Linear Cantinho do Céu, um equipamento público a céu aberto com área para lazer e esporte. Alguns coletivos tem desenvolvido projetos no Parque, aproveitando a represa, como o Navegando Nas Artes, (Foto da Capa), e o Menin@s da Billings, cujo o responsável é Adolfo Duarte, mais conhecido como Ferruge. “A represa é um mistério, uma grande sala de aula”, diz ele, que também é o gestor do parque. “Hoje o Menin@s da Billings tem uma função social muito forte que é trazer consciência do uso da água, “a gente trabalha as matérias do currículo escolar, nós damos aula de história, geografia, biologia, marcenaria...”, nos contou Ferruge em entrevista. Além do percurso pedagógico do projeto, a molecada e todos que dele participam aprendem sobre a
história do Grajaú, da Represa Billings, conhecendo a razão de existirem e os motivos de se preservar, antes mesmo de ter contato com os barcos e a água. “A náutica hoje na represa vai na contramão do que as pessoas acreditam”, afirma Ferruge, “pensam que náutica é coisa de rico, stand-up puddle, caiaque, jetski, barco. E na verdade não é, precisa desmistificar essa história”. E ainda ressalta a importância de seguir os requisitos de segurança, conhecer e estudar sobre a atividade na água, usar coletes salva vidas seja nas vivências do projeto ou no lazer do dia a dia. Assim é o Grajaú, lugar de contrastes, mas cheio de história e atitude.
www.meninosdabillings.org polodeecoturismosp/
Grajaú na Cena Literária JONATHAN ALVES
A
conteceu a primeira edição da Festa Literária do Grajaú - FLIG entre 19 e 23 de março, sediada em Centros Educacionais Unificados (CEUs) do extremo Sul e no Centro Cultural Grajaú. A programação ofereceu mesas de debates, oficinas, saraus, exposições, shows e vivências com escritores locais, tudo gratuitamente. A FLIG surgiu como uma forma de celebrar a cultura de livros e leitura e evidenciar o protagonismo de pessoas periféricas na cena literária. Nessa primeira edição foi homenageada Adélia Prates, ativista local no combate à violência contra a mulher e defesa de direitos. O grupo que organizou a festa é composto por bibliotecárias dos CEUs, articuladores de cultura da região e integrantes de saraus.
Lucimeire Juventino conduzindo oficina de turbantes na Flig
IinaUGURAÇÃO ESPAÇO CULTURAL ECP VALÉRIA RIBEIRO
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imenso Grajaú carece de espaços de incentivo à cultura. Seus meio milhão de habitantes sempre tiveram dificuldades de acesso aos bens culturais, pois tudo sempre foi muito distante, o marco zero da cidade fica a 30 km daqui. Muitos dos que sempre viveram no Graja, como essa por trás dessas linhas, tiveram de se locomover até Santo Amaro para fazer simples trabalhos de escola, nas bibliotecas chamadas Kennedy e Infantil, pelos idos dos anos 90. Hoje, na era da Internet, qualquer pesquisa pode ser feita em um aparelhinho que até crianças com dois anos de idade possui. Nos mesmos idos dos anos 90, na época dos New Kids on the Block, hoje BTS....minha paixão pelos livros começou, impulsionada pela coleção vagalume, que possuía uma lista de títulos que estimula-
ilustração: Guilherme Zillieg
va minha imaginação juvenil, A Ilha Perdida, Sozinha no Mundo, Um cadáver Ouve Rádio, O Mistério do Cinco Estrelas dentre tantos outros. COHAB Assim, aos pouquinhos fui me entregando ao universo literário e aos poucos adquirindo livros e livros. Minha biblioteca cresceu, assim como eu, que continuei com minha paixão na vida adulta, o que possibilitou que na jornada da minha vida os livros sempre estivessem presentes. Hoje tenho uma biblioteca particular, que com a inauguração do Espaço Cultural ECP compartilho com toda a comunidade. Minha jornada ao universo cultural na qual estou envolvida até hoje se iniciou com A Cigarra e a Formiga, livro que ganhei aos 8 anos de minha professora Dinorah, na segunda série, livro que tenho até hoje. Venha conhecer o Espaço Cultural ECP e se adentrar nessa jornada de vida. MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 11 www.revistagrajau.com.br
Vida Saudável
Saberes populares GI BARAUNA
Ao pedir licença para chegar, Romária Sam-
paio, 26 anos, mulher preta, periférica e como ela mesma diz, “cria do Grajaú” nos conduz ao universo dos saberes populares. Nos apresenta a Receitas da Vó, união de conhecimentos ancestrais, de estudos acadêmicos que agregados ao amor ao próximo leva orientação a pessoas no cuidado com o corpo, mente e alma. Receitas da Vó proporciona o retorno às raízes, atendimentos de saúde para 4 pessoas com rodas de conversa para dividir o saber popular adquirido por todos os participantes em algum momento de sua vida, lembranças da cura ofertada em um chá para tosse preparado em casa por um ente querido mais velho ou um macerado de ervas que te livrou de uma infecção. Ouvir, aprender, agregar, compartilhar conhecimento, levando a todos os envolvidos não somente o cuidado em preparar um chá caseiro, mas, o diálogo, carinho, atenção. Propor que dentro da rotina diária é possível ressignificar, ter um olhar diferenciado para a saúde e ter consciência de que existe diferentes ferramentas para acessar o uso das ervas na cidade grande. A estratégia utilizada até o momento para conseguir acessar o público são as mídias sociais, e compreendem que elas (pessoas) estão por aí, espalhadas por São Paulo, aguardando ler um cartaz na calçada escrito: “Vamos falar de plantas”? Para iniciar uma conversa e a partir disso resignificar na vida de mais alguém, conduzindo a acessar as memórias afetivas e trocas.
Romária Sampaio
RECEITA POPULAR PARA GRIPE Ingredientes: 3 copos de água 3 dentes de alho 2 pedaços de gengibre Modo de preparo: Deixar a mistura ferver até reduzir a um copo. Tomar o chá quente e se agasalhar, evitando friagem. RECEITA POPULAR PARA TRATAR TOSSE Ingredientes: 2 colheres de açúcar 1 copo de água Folhas de guaco Modo de preparo: Queimar o açúcar e logo em seguida, acrescentar a água e folhas de guaco. Vai virar um melado e deverá ser tomado em 1 colher de sopa várias vezes ao dia. RECEITA POPULAR PARA PÉS CANSADOS Ingredientes: 2 colheres de sopa de alecrim ½ litro de água ou 500 ml de água 1 Recipiente para por os pés Modo de preparo: Aquecer a água (não pode ferver, deve ficar morna) Acrescentar o alecrim. Em seguida usar um recipiente para colocar os pés no preparado e relaxar. @receitasdavo.art receitas da vó
12 REVISTA GRAJAÚ MAR/ABR de 2019 www.revistagrajau.com.br
11 9 6060 4830 Romária 11 9 7467 7677 Gabriela
Ação
Projeto Atalaia: há 12 anos resgatando vidas das ruas e devolvendo para a sociedade AÉCIO MAGALHÃES
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projeto Atalaia foi fundado há 12 anos pelos integrantes, e também casal, Paulo Rogério e Mara Luiza, que têm foco principal nas vidas que habitam as ruas de São Paulo. O intuito é abraçar as pessoas que por diversas razões entraram para o mundo das drogas, uma realidade que infelizmente está presente nos dias atuais e assola todas as classes, como diz a própria Mara: a droga atinge qualquer ser, do planalto a planície. Geralmente os acolhidos chegam por recolhimento das ruas ou através dos telefonemas de pessoas que pedem ajuda para um familiar e são seres que muitas vezes não são ouvidos, não tem voz na sociedade e estão em estado de abandono. Mara sempre os recebe com um gesto bonito “eu os recebo com um abraço, pois o abraço cura, liberta e acaba trans-
formando eles”. As vidas que passam pelo Atalaia geralmente ficam internadas no período de 6 a 9 meses e fazem atividades lúdicas e até acompanhamentos de profissionais da área da saúde como psicólogos, por exemplo, que são parceiros. O projeto também tem parceria com casas de recuperação e recentemente adquiriu sua sede, que está situada no jardim Marilda. Agora o que lhes faltam é realizar todas as instalações, porém necessitam de recursos. Cerca de 200 pessoas já foram beneficiadas pelo projeto. A Mara e o Paulo têm paixão pelo que fazem e pelas vidas que passaram e ainda passam pelos seus braços e sabem o quão gratificante é verem o progresso desses seres humanos que acabam voltando para as famílias, atingindo posições estratégicas, trabalhando e constituindo suas próprias famílias. O projeto Atalaia está presente no Grajaú, e sem dú-
vida pode ajudar mais pessoas que enfrentam esse problema e também está aberto para novas parcerias, recursos e doações. Sua divulgação está presente em meios de transportes públicos como trens e ônibus. Vale muito apena conhecer o projeto e a maneira que é conduzida. Atalaia significa soldado: a Mara e o Paulo sem dúvidas realizam o resgate desses soldados da guerra das ruas, que é o mundo das drogas, e os devolve para a sociedade. Nota-se que esse casal é contaminador do bem e acreditam na fé e na mudança do ser humano. contato.projetoatalaia@gmail.com (11) 96081-0014
MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 13 www.revistagrajau.com.br
Elas São Bárbaras Acervo Nois por Nois
Barbara Terra
@barbaraterra_
Elas São Bárbaras, nasce com a proposta de resgatar o espaço de fala de cada mulher dentro do território do Grajaú. São histórias reais, de mulheres reais, invisibilizadas pela grande mídia. Preservar e transcrever essas histórias se tornou missão pra mim! São histórias valiosamente grandiosas, que tem muito a contribuir e fortalecer com atual/ancestral processo do desenvolvimento do nosso bairro e da sociedade como um todo. Vivenciamos no aqui e agora, uma experiencia coletiva de reparação do equilíbrio universal, energia essa, que nos aproxima do poder feminino e da sutileza da Mãe Terra. Essa força está sendo restaurada, graças, as histórias de grandiosas mulheres, que deixaram sua marca impressa e nos influenciaram de alguma maneira em nossas vidas, ampliando nossa autoestima e noções de pertencimento. Acredito no poder da oralidade como ferramenta primordial para transformação pessoal ou coletiva. Manifestar o que sentimentos dentro de uma sociedade, que a todo momento nos silencia e nos oprime, se torna um ato de resistência! Quanto mais mulheres acessarem outras mulheres, através de suas próprias histórias, iremos interromper esse ciclo que nos foi imposto. Que possamos daqui em diante preservar mais nossas lembranças, zelar nossas memórias e buscar cada vez mais a nossa essência. 14 REVISTA GRAJAÚ MAR/ABR de 2019 www.revistagrajau.com.br
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ethicia Souza, 20 anos, conhecida como Mestiça, cria das ruas do BNH, bairro que faz parte da COHAB do Grajaú, é hoje, uma das maiores afroempreendedoras da região. Com uma sensibilidade artística apurada, despertou para o empreendedorismo através de um curso de produção de moda. Foi lá que aprendeu a costurar suas próprias roupas e a criar acessórios com matérias recicláveis. “Quando entrei no curso, ampliei mais meus horizontes, aprendi a respeitar meus processos e me entender como empreendedora.”, diz Mestiça. Começou a vender seus produtos, criando joias e expondo para amigas e abordando as pessoas nas praças que frequentava. Em sua identidade artística fica evidenciado sua busca em ressignificar o sentido do lixo, a repensar a importância como lidamos com ele e como reutilizar esses objetos, podendo gerar renda. Hoje seu atual empreendimento é o Soul Galeria e Mestiça Trançista. “Meus empreendimentos fazem parte do que eu acredito quanto ser humano, é a junção da arte, com autocuidado e o respeito ao meio ambiente. Tem outra aborda-
gem, mas eles se complementam.” A proposta do Soul Galeria, que é um coletivo, é transformar o lixo em arte. A pegada é bem sustentável, criam desde joias até canteiro de plantas com casco de orelhão achado na rua. É genial! O coletivo é composto por Lethicia, Samuel Sato, Dimas e Estela. Já Mestiça Trancista, o foco é enaltecer a beleza da estética preta periférica. Amparar a autoestima, que por muitas vezes, se encontra ferida, pelo contexto histórico que a população preta esteve inserida por longo período de tempo. “As pessoas saem da minha casa, com mais autoestima e muita gratidão pelo meu trabalho. A valorização da beleza natural pra gente é fundamental”. Empreendedora parceira da Feira Nóis por Nóis, desde a primeira edição, Lethicia também comentou a importância que a Feira teve em sua construção, como alavancou suas vendas, ampliou seus contatos e criou mais um espaço de oportunidade e fortalecimento da REP, Rede de Economia Periférica. Seu objetivo é ter um espaço onde possa unificar seus empreendimentos e propagar melhor seu trabalho.
@em.narnia lethiciatrancista
DO LIXO NASCE A ESPERANÇA
Helena da Silva N.Oliveira
Cooperpac Grajaú atua na separação de materiais recicláveis e contribui para a conservação do meio ambiente. Reportagem e Foto: Michelle Marques
Nunca se falou tanto a respeito de sustentabilidade e ações que podem preservar a natureza. O descarte de resíduos de modo inadequado aparece como fator de preocupação para ambientalistas ao redor do mundo. Mas afinal, qual a relação entre as pessoas e o lixo que produzem? Criada em 2007, a Cooperpac Grajaú (Cooperativa de Catadores (as) Seletivos (as) Parque Cocaia de São Paulo – SP), atua na separação desses materiais para a reciclagem promovendo a redução do lixo e ainda gera renda para seus membros. Contando hoje com 17 catadores, a Cooperativa é presidida por Helena da Silva Novaes Oliveira, baiana radicada em São Paulo há 18 anos e participa da Cooperpac desde o final de 2010. Sua caminhada com reciclagem já é antiga e se iniciou lá pelo ano de 2005 quando visualizou na coleta uma chance de prover renda e sustentar a família, porém, destaca que ainda é uma tarefa a que poucos se sujeitam: “Se não tiver coragem, não trabalha nesse serviço”, declara. Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo IBOPE no ano passado a pedido de uma empresa de bebidas, cada brasileiro produz em média 1 kg de lixo por dia e apenas 1 em cada 4 realiza a separação entre recicláveis e resíduos orgânicos o que ocasiona uma sobrecarga de rejeitos nos aterros das cidades e faz do lixo um problema de saúde pública. Para Helena, a população ainda carece de conscientização a respeito da reciclagem, pois muita
Cuidando do Planeta gente acaba descartando produtos que podem ser reutilizados, finaliza. A presidente diz que a quantidade de material para trabalhar caiu bastante do ano passado até agora e pode ser reflexo da falta de informação da população a respeito desta questão. A prefeitura de São Paulo, em seu portal na internet, informa que são produzidos em média 18 mil toneladas de lixo por dia só na cidade e que desse total, os resíduos domiciliares somam 10 mil toneladas. A subprefeitura da Capela do Socorro, responsável pela região do Grajau, destaca que oferece o serviço de coleta seletiva em dias e horários específicos, basta o morador consultar se seu endereço é atendido diretamente pelo site (https://www. ecourbis.com.br/coleta/index.html) e para participar, só é necessário reservar artigos como papel (não guardanapo ou de higiene pessoal), plástico, vidro e metais, deixando-os acondicionados e preparados para a chegada da coleta que posteriormente encaminha os itens aos centros de reciclagem. Helena acredita que o trabalho da Cooperpac e das demais cooperativas é muito importante não só para o Grajaú e que a ideia deve ser espalhada por outros bairros e cidades, pois essa ação contribui na conservação do meio ambiente: “Esse trabalho é muito importante e eu levanto feliz para vir pra cá”, encerra. Ela acredita que a conscientização é o melhor caminho para a preservação do planeta.
Cooperpac Criada em
2007 conta com
17 catadores atualmente
Av. Carlos Barbosa Santos, 1501- Jd. Novo Jaú - São Paulo
São Produzidos 18 Mil toneladas de lixo por dia na capital. Desse total,
10 mil são lixo domiciliar
Cada brasileiro produz
1 kg lixo por dia 1 em cada 4 pessoas recicla
Coleta Seletiva da prefeitura em seu bairro, saiba mais em : (https://www.ecourbis.com.br/ coleta/index.html)
MAR/ABR de 2019 REVISTA GRAJAÚ 15 www.revistagrajau.com.br
Esportes
O ESPORTE SUPERANDO BARREIRAS O Santa Fé Hunters conta com as categorias: MASCULINO: Escolinha de 7 - 10 anos Sub 12, 15, 17, 19, 22 Adultos + 22 anos FEMININO: Escolinha de 7 - 10 anos Sub 12, 14 e 17 Adulto Livre
Gi Barauna
E
m 2003 nasce o time de basquete Santa Fé Hunters localizado no Jardim Santa Fé, bairro de Maickon Jhons Ferreira, “o tio Mike”. Após alguns anos, tio Mike, o único da formação original do time, incomodado com a condição de vida de sua comunidade decidiu fazer algo por ela, principalmente pelas crianças. Por anos ouviu dos amigos e conhecidos que o que pretendia era difícil. O que para alguns poderia ser cômodo, para ele, foi a engrenagem que faltava para nunca deixar de sonhar. “Difícil não! Se eu iniciar o trabalho e conseguir mudar a vida de uma criança e depois disso não conseguir fazer mais, já realizei meu sonho”. Disse ele diante do pensamento dos amigos. Em 2011, no primeiro semestre da faculdade de Educação Física ingressou no projeto Escola da Família, na Escola Estadual Doutor Christiano Altenfelder Silva, escola que também foi a de formação do atleta. O projeto dava bolsa de estudos para quem fazia atividades nos 16 REVISTA GRAJAÚ MAR/ABR de 2019 www.revistagrajau.com.br
finais de semana nas escolas. Lá, divulgou o novo projeto de basquete, enfatizando que também atuaria com meninas, porque havia uma dificuldade de participação de meninas nas atividades esportivas. Passados alguns finais de semana estavam lá na quadra 3 meninas e 2 meninos que aguardavam para participar de outro esporte. Foi assim, com 5 crianças, que o Santa Fé Hunters deixa de ser somente um time de basquete e passa a se tornar o sonho realizado do atleta que há 8 anos inspira crianças, adolescentes e adultos e prova que a dificuldade está na mente de quem a cria. Hoje, como uma Organização Não Governamental (ONG), o Santa Fé permanece em ascensão e além do projeto com diversas turmas de basquete, a cada dia cresce as parcerias e consequentemente as ações, todas voltadas para o próximo. Contato: (11) 96682-9834 Inscrições: Rua Júlia Mameia, 45 Jd. Santa Fé @santaféhunters Santa Fé Hunters
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o nosso endereço cósmico, residimos no planeta Terra. Um organismo vivo flutuando pelo espaço, composto em sua maioria por água, terra e seres vivos. É aqui na Terra que escolhemos viver e experienciar uma jornada humana, compartilhando com outros seres o mesmo espaço-vida, compartilhando da mesma fonte de sustento. É de extrema importância despertar para esse entendimento nos tempos atuais. Afinal, não é a toa esse forte interesse das pessoas por assuntos astrológicos de uns anos pra cá. Hoje em qualquer rodinha, as pessoas perguntam primeiro seu signo, para depois perguntarem seu nome. Tô mentindo? Com o avanço da tecnologia e inspirações holísticas, hoje mais pessoas tem acesso ao seu mapa astrológico. O que acho maravilhoso e urgente, porém, a astrologia não serve para adivinhações, e muitos menos, para apontamento de falhas alheias, como muitos podem pensar, ela é uma forte aliada para o avanço da humanidade, e uma grande ferramenta no desdobramento do autoconhecimento pessoal e coletivo. Está muito presente em nosso cotidiano, como: No relógio de parede que acompanha o ciclo do Sol durante o dia inteiro, na nossa data de aniversário que é celebrada exatamente quando a Terra faz seu giro completo em torno do Sol, na influência da Lua no oceano, nas marés e em nossas emoções, enfim, ela é viva e presente! Ela existe, pessoas acreditando ou não! O que nos falta é um pouco de percepção para compreender o local que habitamos e quais inclinações temos ao nosso favor. Será um prazer compartilhar com vocês esse saber milenar.
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