Revista Grajaú Edição 14 - Fev/Mar 2020

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Revista

GRAJAÚ Fev/Mar- 2020 | Ano 5 | nº 14 Distribuição Gratuita

Muitas ações e conquistas no projeto Histórias e Memórias do Grajaú

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AFROLAB DELAS

EDIÇÃO ESPECIAL GRAJAÚ

na rua sem wifi O GRAJAÚ QUE SE SUSTENTA DAS ÁGUAS CIA ENCHENDO LAJE REMONTA CARTOGRAFIA DA EXPLORAÇÃO xmlm lança cd são vários II


Quem Somos

Expediente

Coordenação Editorial e Edição Valéria Ribeiro MTB 46.158

Equipe Aécio Magalhães Barbara Terra Gi Barauna Guilherme Zillieg Ricardo Negro Sarah Stephanie Susy Neves Valéria Ribeiro

Arte da Capa: Guilherme Zillieg Projeto Gráfico e Diagramação Valéria Ribeiro

Impressão ECP Gráfica & Serviços Tiragem: 8000 Exemplares E-mail: ecpgrafica@gmail.com Espaço Cultural & Gráfica ECP Rua Boaventura Ferreira, 159 Jardim Reimberg (Grajaú) Cep 04845-160 - São Paulo-SP reportagem@revistagrajau.com.br anuncie@revistagrajau.com.br (11) 95854-6101

REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO

2 REVISTA GRAJAÚ FEV/MAR de 2020 www.revistagrajau.com.br

O Expressão Cultural Periférica, o ECP, é um coletivo de comunicação e cultura que surgiu em 2012 e atua na articulação sociocultural na região do Grajaú, Extremo Sul da cidade de São Paulo. Nosso objetivo é documentar e divulgar ações culturais e sociais que acontecem especialmente na região onde estamos localizados e contribuir com o fortalecimento da identidade do território. Atualmente atuamos em três núcleos: EDUCAÇÃO: Com oficinas de diversas linguagens em espaços parceiros e em nossa sede. PESQUISA: estudo aprofundado e criação do Centro de Identidade do Grajaú, o CIG, e a produção do livro Histórias e Memórias do Grajaú. COMUNICAÇÃO: A publicação de nossa revista, antiga ECP, e agora Revista Grajaú é o projeto com o qual conseguiremos contribuir grandemente para o nosso território. ECP GRÁFICA: criamos a ECP Gráfica em 2016, por necessidade de imprimir nossa própria revista, que nasceu em 2014. Hoje ela funciona para a comunidade em geral e articula fortemente com os coletivos culturais e sociais do Grajaú. ESPAÇO CULTURAL ECP: No ano de 2019 nosso coletivo foi contemplado pelo 3º Edital do Fomento à Periferia, que patrocinou a construção do Espaço Cultural ECP, anexo a nossa gráfica. Nossa sede abriga a Biblioteca Comunitária Aurelina & Elisa e nosso espaço de informática, com computadores com internet a disposição da comunidade gratuitamente. Em nosso Espaço Cultural também acontecem diversos cursos, todos abertos a comunidade.

Missão: Revista Grajaú Nossa missão é difundir informações sobre o Extremo Sul de São Paulo através de um novo olhar, apresentando com nossas matérias possibilidades para melhorar a vida de quem mora na região, incentivando com isso que se sintam parte do bairro em que residem, estimulando a produção cultural, ações sociais, a economia colaborativa, o desenvolvimento local, a tolerâcia à diversidade e o respeito a todas as formas de vida.

VALORES

Qualidade editorial com excelência e inovação; Informações claras, úteis e comprometidas com a realidade dos leitores. Otimismo e afeição pela região, destacando as qualidades e refletindo soluções para os problemas.

Sumário 03 CARTA AO LEITOR Seja Você a Mudança que quer ver no Mundo 04 TRABALHO Afrolab Delas 05 GRAJAÚ, MINHA CIDADE Vamos ao Parque? 06 GRAJAÚ, MINHA CIDADE Navegar é Preciso 07 ADOLESCENTE SAUDÁVEL Álcool, Tabagismo e Drogas 08 NA QUEBRADA Com que roupa eu vou? 09 HISTÓRIAS & MEMÓRIAS O Grajaú que se sustenta das águas 10 CAPA Muitas Ações e conquistas no Projeto Histórias e Memórias do Grjaú 12 CURSOS Espaço Cultural & Gráfica ECP 12 CULTURA Cia Enchendo Laje 14 AÇÃO Na rua Sem Wifi 16 CULTURA Lançamento CD São Vários V. II 17 OLHAR GRAJAÚ Dicampana Foto Coletivo Ilustração Guilherme Zillieg 18 CANTINHO DOS ASTROS Novo Ano Astrológico revistagrajau revistagrajau Expressão Cultural Periférica (11)95854-6101


Carta ao Leitor

“seja você a mudança que quer ver no mundo”

M

ais uma nova edição da Revista Grajaú saindo, e pensando nisso mais uma vez olho pela janela e vejo o Grajaú, vejo a Belmira, o movimento de nossa quebrada e penso na população de meio milhão de habitantes com os quais queremos nos comunicar por meio da Revista. É uma responsabilidade imensa, a cada edição sinto essa consciência, pois podemos contribuir com as pessoas através de nossas reportagens. Pessoas que muitas vezes precisam ouvir uma história sobre alguém que mora aqui e que venceu, seja lá o que isso quer dizer, porque para nós que conhecemos a escassez de perto vencer pode ser ter a família alimentada naquele dia. Aqui sabemos que existem aqueles que sofrem com a falta de recursos, seja alimento, moradia, educação, vestimenta, afeto dentre outras ausências que muitas vezes não percebemos que o outro sente. Nesse ano de 2020 acho que devemos olhar mais para o próximo, tentar contribuir de alguma forma com a melhora da vida coletiva, seja a vida das pessoas, dos animais ou a vida na natureza. As vezes olho e fico indignada com pessoas que ainda prejudicam as outras, e

isso acontece desde o alto escalão, com os políticos que temos, com os patrões e chefes que nos olham atravessado e são abusivos ou um colega de trabalho, vizinho, colega de escola ou no transporte coletivo, que de alguma forma tenta prejudicar o outro, querendo se dar bem. Acredito que precisamos cuidar mais do coletivo, para que a vida melhore e isso não depende só dos outros, depende de cada um de nós. O cuidado com o outro melhora a vida no planeta e isso não depende só de um país menos corrupto, depende de cada ser que habita nesse planeta lindo. Vi uma propaganda uma vez que questionava procurarmos com afinco vida e água fora da terra....afinal, nós temos tudo isso em abundância aqui, mas por que não cuidamos? É um paradoxo isso... Em 2020 devemos cuidar mais, respeitar mais, amar mais. Olhe as pessoas nos olhos, use palavras de afeto, carinho e respeito como muito obrigado, desculpa ou um simples bom dia, tudo isso faz milagres. Cuidemos de nós também, devemos observar como levamos nossa vida, cuidar mais de nossa saúde, comer alimentos mais saudáveis, ouvir músicas melhores, escolher assistir programas e vídeos que nos ajudem a evoluir e ser mais felizes conosco e com o próximo. Vamos sair da zona de conforto e arregassar as mangas pois nosso planeta precisa de nós. Ótimo ano a todos!!!

Por Valéria Ribeiro

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REVISTA GRAJAÚ 3 www.revistagrajau.com.br


TRABALHO

Por Gi Barauna

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AFROLAB DELAS EDIÇÃO ESPECIAL GRAJAÚ

m Outubro o Grajaú recebeu a última edição do AFRO LAB para Elas de 2019 promovido pela Preta Hub a agência aceleradora de empreendedorismo negras no Brasil e Feira Preta o maior evento de cultura e empreendedorismo negro da América Latina.O AFROLAB para Elas tem o objetivo de promover e impulsionar o afroempreendedorismo no Brasil. O projeto reúne diferentes iniciativas com atividades de auto conhecimento, ciclos de imersão criativa, workshops, com aspectos técnicos fundamentais para criar e gerenciar seu negócio, sem deixar de lado o cuidado “Delas” com a afetividade e o sagrado do seu empreendimento. Qual compreensão que cada uma delas trazia dentro de si sobre o caminho realizado até aqui? Essa pergunta foi respondida a cada uma no decorrer de todo o processo. A imersão contou com o apoio da Rede Nóis por Nóis que promove o maior encontro de empreendedoras do Distrito e essa união promoveu a integração de mulheres de diferentes projetos, idades, crenças, histórias que foram conduzidos por cinco dias em um misto de sorrisos e lágrimas, troca, partilha e afeto, onde surgiram novas parcerias, compartilhado momentos de extrema emoção guardadas há tempos, comoção na descoberta da força, da garra existente dentro da mulher que não se via produtiva. O AfroLab “traz essa possibilidade da rede, essa possibilidade de você conseguir encontrar pessoas da mesma região que passam por realidade muito próximas a unir forças e fazer com que esse projeto aconteça. Eu venho pra cá com a expectativa de fazer o meu projeto dar certo e eu saio daqui com a certeza de que eu preciso ampliar o meu olhar, entender a minha 4 REVISTA GRAJAÚ FEV/MAR de 2020 www.revistagrajau.com.br

realidade, justamente para fazer com que, esse dar certo, aconteça um passo de cada vez e atinja tudo o que eu havia imaginado antes” Afirma Jeni Silva. Surpresas também foram proporcionadas nesse último AFROLAB de 2019, foi realizado um passeio náutico pela represa Billings, ação realizada pelo “Navegando nas Artes” que promove vivência náutica utilizando barcos à vela, com foco no estímulo de reflexão, sensibilização e mobilização das comunidades que vivem às margens da Represa. Visitaram o Mocamba Ateliê, espaço criado por Gabi Bazílio para desenvolver e customizar peças para a comunidade afrodescendente. Após tantas novidades, almoço saudável, elas conheceram o Museu Afro Brasil no Parque do Ibirapuera o que as fez entender mais sobre sua ancestralidade o que fez fortalecer sua escolha empreendedora e reafirmando a potência feminina nessa caminhada. Após, a troca de saberes as empreendedoras foram as primeiras a integrar a exposição de produtos e serviços na Feira de Empreendedoras do Programa Com+Soma, da Rede Nóis por Nóis no SESC Interlagos. Para fechar o ano com chave de ouro o AFROLAB para Elas Grajaú unidas a outras empreendedoras desfrutaram o Stand AFROLAB SÃO PAULO na 18º Edição da Feira Preta que nos dias 08 e 09 de Dezembro de 2019 recebeu mais de 35 mil pessoas no Memorial da América latina. “A estrutura da sociedade quem segura é a mulher, então, se essa mulher com a força que ela já tem, consegue perceber e se perceber nesse meio e se levantar e conseguir falar isso de forma aberta para ela e para outras mulheres com certeza a transformação social esta em nossas mãos”. conclui Jeni Silva.


Grajaú, Minha Cidade

VAMOS AO PARQUE?

Por Michelle Marques

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Áreas verdes de lazer acessíveis a população grajauense

ão só das águas da represa vive o lazer no Grajaú, existe uma demanda crescente por lazer e contato com a natureza, uma busca por espaços públicos ou privados que sejam acessíveis a comunidade local. Com o objetivo de divulgar as áreas verdes e os parques que podem ser visitados, a reportagem da Revista Grajaú esteve presente em dois pontos do distrito: Parque Prainha – às margens da Billings e o SESC Interlagos, uma instituição privada de preservação ambiental que concede acesso às suas dependências e mantém ações socioeducativas com a população do entorno.. São Paulo abriga vários parques famosos, modelos de cartão postal, como o Ibirapuera, por exemplo, um “pulmão verde” em meio a tanto asfalto, mas como vivem as comunidades periféricas às margens da cidade? Que opções de esporte, lazer e contemplação a quebrada tem? De acordo com o mapa de parques públicos do site da prefeitura, o Grajaú possui alguns espaços verdes em seu território sendo os mais conhecidos: os Lineares – Ribeirão Cocaia e Cantinho do Céu, o Shangrilá e o Prainha. Como dito no início da reportagem, a Revista Grajaú foi conferir dois espaços verdes da Sul.

ter segurança era sujo e abandonado. A revitalização do espaço veio em boa hora para a população grajauense tão carente de locais com infraestrutura adequada ao lazer e a prática de atividades físicas. O parque conta com um playground logo na entrada, uma quadra poliesportiva e trilhas que dão acesso à Represa. Do mirante é possível avistar ao longe o Rodoanel e pássaros sobrevoando a a imensidão das águas, ótimo local para contemplação e relaxamento. Há banheiros junto a portaria e uma equipe de segurança cuida do local. Segundo um dos vigias, “muita gente que mora aqui não conhece este local, não sabe que pode entrar de graça, por isso é importante divulgar”. Funcionamento: De Segunda a Domingo das 06h00 às 22h:00 End.: Rua Mafranz, 100 – Jd. Prainha – Grajaú

sesc interlagos

Esta área verde privada inaugurada na década de 1970 como sendo uma Unidade Campestre do SESC (Serviço Social do Comércio), foi um projeto pioneiro no quesito preservação da vegetação nativa. Desde de sua abertura, as atividades oferecidas sempre buscam dialogar com as questões ambientais e a coexistência humana. Instalado no bairro Parque Colonial, fica acessível à população do Grajaú que pode frequentar gratuitamente as dependências (com exceção das piscinas, estas apenas para matriculados no SESC, consulte regulamento) e passear em seu bosque e trilhas, uma ótima opção para piqueniques com os pequenos. Além do contato com a natureza, o Sesc Interlagos busca desenvolver ações que envolvam a comunidade do entorno como feiras, rodas de conversas e shows (sujeito a lotação) em sua maioria gratuitos ou a preços populares. Serviço: De Quarta a Domingo das 09h00 às 17h00 End.: Av. Manoel Alves Soares , 1100 – Pq. Colonial - SP

PARQUE prainha Situado às margens da represa Billings, no bairro Jd. Prainha Pabreu, com uma área de 92.092 m² este parque foi criado por meio de decreto em 2008 e passou por reformas no ano de 2014, pois não possuía água e nem energia elétrica o que fazia com que os próprios moradores do entorno não frequentassem o local, porque além de não REVISTA GRAJAÚ 5 FEV/MAR de 2020 www.revistagrajau.com.br


Grajaú, Minha Cidade

NAVEGAR É PRECISO POR GI BARAUNA á alguns anos jovens do Jardim Gaivotas descobriram que podiam navegar pelas águas da Represa Billings, muitos participaram por anos do projeto “Vento em Popa” iniciativa de Frederico Rizzo ex-atleta e competidor de esporte náutico a vela que de 2001 até 2011 coordenava o projeto no bairro, um item muito importante da sua missão além do desenvolvimento local era formar jovens “multiplicadores”. O projeto ficou parado por 5 anos e em 2016 após encontros e discussões acerca do quanto a iniciativa do competidor foi importante para eles e principalmente para a comunidade, alguns desses multiplicadores se unem para reocupar o espaço da “casinha” e desenvolver um novo conceito. Escrevem o projeto intitulado “Navegando nas Artes”, para o Edital de 2016 do Programa VAI (Valorização de Iniciativas Culturais-PMSP) e nele unem a experiência com a vivência náutica, as artes e ações culturais, grafite à conscientização ambiental e o desenvolvimento local. A iniciativa partiu de Franz Thomas, Fabiano Sousa e Wellington Neri e um ano depois Lais Guimarães adentrou esse barco navegando não somente entre as águas que margeiam o distrito e também por terra ensinando e orientando àqueles que os buscam para falar do navegar na represa e do cuidado com o nosso “quintal”. Atualmente, contam com uma equipe fixa de navegação: Ingrid Ribeiro, Yuri Gabriel, Naldinho Lima e Fernando Ferreira, amigos que voluntariamente auxiliam aos alunos e visitantes nos passeios. Lais acrescenta que a resposta é positiva por parte da comunidade e sempre perguntam quando serão os próximos eventos: “Tia, quando vai ter de novo a oficina aula de pintura? Quando eu vou poder velejar? Eles querem mesmo estar no espaço. É uma sementinha que você vai plantando e vai vendo que uma semana vem cinco, na próxima vem dez e no próximo evento já tem 40 crianças, então a gente vê que o que estamos fazendo está dando um bom resultado. Os pais

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OFICINA

DE

BONECOS

também mandam mensagem dizendo: Nossa! O meu filho foi (pra oficina) e agora ele está pintando em casa ele está fazendo as coisas diferentes. O foco do projeto é a criança, ensinar a elas que podem fazer algo diferente do cotidiano, essa resposta é muito gratificante”. A “casinha” é a sede do Navegando nas Artes no Jardim Gaivotas e permanece aberta de segunda a sexta–feira, oferecendo oficinas para as crianças no contra turno escolar como arte e educação realizada por Ana Paula Resende e oficina de bonecos por Caio Timoneiro. Uma vez ao mês exibe um filme para toda a comunidade. O dia do Hot Dog é proporcionado pela voluntária Dona Shirley que faz toda a mobilização com os comerciantes locais e todo o mês retira as doações para realizar essa ação tão esperada pelas crianças. Os finais de semana são reservados para os eventos na beira da represa, mais ligada ao barco a vela, com o meio ambiente. A parceria para todas as ações é muito importante, a Casa EcoAtiva realiza junto as crianças as ações de plantio e permacultura. O projeto Imargem está sempre presente realizando ações de grafite e artes. O Samba da Clarice a cada mês realiza o evento no Jardim Eliana e recolhe roupas e alimentos para doar na comunidade. “Toda ação oferecida na casinha tem como foco oferecer experiência as pessoas, aos moradores, para gente tentar fisgar um pouquinho para a gente refletir junto, para olhar para o nosso

POR

CAIO

TIMONEIRO

bairro, olhar para a represa, para termos espaço para que nossos filhos, netos tenham referencia de espaço educativo, lazer, espaço formativo que no nosso bairro tem pouquíssimo” Finaliza Franz. O navegando está com as portas abertas para novas ações voluntárias, novas parcerias e integrantes da comunidade que queiram participar desse processo. Nesse ano vão inaugurar a Biblioteca comunitária, estão com oficinas abertas para o público da terceira (melhor) idade, também aulas de reforço aos sábados. E com grande ímpeto de promover formações fora do espaço e de receber novos formadores educativos de áreas diversas para somar, sem contar na busca por mulheres grafiteiras para somar com Lais e Ingrid esse time feminino. O navegando nas Artes é muito mais do que minhas palavras possam descrever. Finalizo com a resposta do Franz, coordenador desse lindo projeto, que nos diz que o que querem é: “Democratizar o acesso da vela, que a galera tenha essa experiência. Somos um dos únicos (coletivo) a ter essa exclusividade da navegação na Bilings de falar sobre barco a vela, de falar sobre vida na represa, de preservação... pra gente é muito gratificante, a ideia é mudar o olhar dos moradores sobre ela,

Mais informações: @navegandonasartes

www.navegandonasartes.com.br/


Adolescente Saudável O consumo de bebidas faz parte da realidade de todos, inclusive de adolescentes, mas será que o uso de bebidas por menores aumenta no fim de ano? E quais os efeitos físicos e psicológicos para jovens que bebem ou Por Barbaraseriam Terra usam drogas lícitas? Então vamos ver como é essa convivência dos jovens com o álcool e as drogas aqui no Grajaú.

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m adolescente morador do Grajaú comentou sua experiência com álcool e drogas. Seu primeiro contato foi como o da maioria das pessoas: dentro do ambiente familiar. Tudo começa como uma “brincadeira”, só um golinho, e mais um, até ele começar a sentir os efeitos do álcool, o que pode se tornar um hábito. Mas além do primeiro contato, devemos reconhecer em quais ocasiões bebemos. “Eu costumo beber quando estou estressado ou quero esquecer alguma coisa de ruim, ou em uma festa para me soltar”, diz ele. Ou seja, normalmente se vê a bebida como uma forma de fugir dos problemas. É importante lembrarmos que as bebidas alcoólicas possuem um efeito psicoativo nas pessoas que consomem, ou seja, causa um efeito depressor no sistema nervoso podendo diminuir o reflexo e a coordenação motora. É muito fácil para adolescentes comprarem bebidas ou drogas, já que não há nenhum tipo de fiscalização ou impedimento por parte dos vendedores. Fizemos o teste, como menores de idade, e compramos bebidas em bares, sem a menor dificuldade. Perguntamos o porquê de venderem para menores e a maioria dos comerciantes respondeu que seria por conta da demanda, pois ficaria inviável fiscalizar todos que entrassem, ou ainda que era necessário para poderem lucrar mais. Beber e fumar cigarro ou narguilé é uma escolha pessoal, mas é importante saber dos danos que podem causar à saúde física e mental. É como o jovem do Grajaú que já faz o uso de bebidas disse, “não beba exageradamente, se for pra beber, que seja só socialmente”. Mas além da prevenção e de ter conhecimento dos riscos do consumo de álcool e drogas, também é necessário oferecer ajuda para quem já consome excessivamente, e necessita de apoio para parar. Existem espaços para isso e um deles

é o Narcóticos Anônimos (NA). O programa auxilia as pessoas a se livrarem de seus vícios por meio de reuniões com duração de até duas horas. O Narcóticos Anônimos usa um método chamado “só por hoje” que se baseia em viver um dia de cada vez. “Nas reuniões existem pessoas de diversas idades, classes sociais e religiões. Para nós, nada disso importa, o que importa é que a pessoa queira parar, e se ela praticar o programa corretamente vai conseguir”, relata Gerson, coordenador do NA. Para participar o único requisito é a vontade de parar. Aqui no Grajaú a unidade dos Narcóticos Anônimos fica localizada na Rua Ana Reimberg Hemmel, n°16, no Jardim São Bernardo. Gabrielly e Thiago Educadores Pares do Programa Adolescente Saudável no Grajaú FEV/MAR de 2020 REVISTA GRAJAÚ 7 www.revistagrajau.com.br


Na Quebrada Foto Gi Barauna

Jessica Paixão Coletivo Chita

Com que roupa eu vou?

Por Gi Barauna

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cabamos de iniciar mais uma década e vivemos um momento de representatividade mundial, ‘quebrando regras’, ‘destruindo padrões’ e a história da moda apresenta diversos momentos no que diz respeito à mudança de paradigmas, e o Grajaú, que é palco da arte popular e militância ativa, não ficou de fora desse papel, estamos com o pezinho lá, ou melhor, o “corpo todo”, desfilando por aí com nossas marcas e conceitos desenhados, criados e/ou customizados por nós o que nos leva a pensar e repensar o que nos representa e como queremos ser representados, a maneira que nos vemos e com o qual nos vestimos é o molde que nos cai muito bem. A Revista Grajaú entrevistou três pretas empoderadas motivadas por um solo fértil, ancestralidade, articulação artística, faz com que desenhem, costurem e eduquem a partir dessa rica inspiração, mulheres que desde criança “inventam moda” e que bom que foi lhes permitido essa diversão porque cada uma com o seu projeto dialogam entre linhas e tecidos, reinventando a maneira como se portar perante esse mundo capitalista e burocrático. Cada uma a seu modo foi se percebendo arteira e tudo o que querem é “desenvolver” peças que dialogue com a forma como veem e atuam no mundo. Gabi Bazilio idealizadora da marca afro Mocamba diz que “no início eu pensei em trabalhar transformando roupas de brechó em outras peças, como eu já fazia pra mim mesma, era uma saia que virava turbante, blusa que virava cropped e assim ia, até que eu me deparei com os tecidos africanos e me apaixonei pela história que eles contavam, com as formas e cores”. Já Milena que assina a marca MileLab, “Desde muito nova, enxergava nos desenhos, nas pinturas um meio de me expressar. E dentro disso comecei umas tentativas de fazer roupinhas, e daí veio àquela frase de criança, quando crescer o que quero ser, astronauta, cozinheira, veterinária... Estilista! E desde então não tirei FEV/MAR de 2020 8 REVISTA GRAJAÚ www.revistagrajau.com.br

isso da cabeça haha comecei a me aprimorar com os desenhos e me joguei para os tecidos, com 16 anos comprei minha primeira máquina com meu primeiro salário”. Jessica Paixão encontrou na moda a forma de se expressar e dialogar com o mundo e também uma maneira de manifestar sua arte e produzir linguagens, oferecendo aos jovens oportunidades do protagonismo e diferentemente das estilistas ela integra o Coletivo Chita que com Daiane, José Ricardo e Dani Vieira desenvolve oficinas e diversas ações na troca de saberes sobre moda educação “Eu não conhecia nenhum coletivo ou nenhum projeto que falasse sobre moda e nem sobre moda educação, achei que era uma necessidade trazer essa outra visão da moda como forma de dialogar com as pessoas... Enfim, então foi por isso essa escolha do Grajaú e eles (o coletivo) concordaram também, e está dando super certo, “A gente pretende fazer muitas coisas por aqui ainda”. Com esse desejo de criar e compartilhar com o próximo e pelo próximo o que hoje ainda é semente, daqui a alguns anos tornará forma e as veremos criando seus espaços onde o jovem periférico é o protagonista onde trabalharão para a Moda sem precisar ser empregado, conquistando o mundo. “O corre de cada dia, é o milagre de todas as manhãs, onde a periferia está erguida. É a esperança de um futuro de mudanças, de melhorias, onde a arte seja o meio pelo qual a gente retrate transformações positivas, que a gente retrate a leveza com que viveremos nossos dias, e meu maior desejo, é ajudar nesse processo. O que faço hoje, é o que eu almejo para o amanhã e para o Grajaú, é esse lugar que me dá o fôlego de conquistar o mundo, mas sempre voltar pra cá e devolver tudo isso da melhor forma saca? Conclui Mile. Fica a reflexão sobre a importância do consumo consciente, consumir de nossos empreendedores locais, que assim como elas, aprenderam e escolheram o Grajaú para desenvolver sua arte, oferecendo produtos com mão de obra qualificada, fortalecendo pessoas, famílias e nossa comunidade.


Histórias & Memórias do Grajaú

O GRAJAÚ QUE SE SUSTENTA DAS ÁGUAS

Como a pesca movimenta a economia grajauense e contribui na preservação do meio ambiente. Foto: Michelle Marques

Por Michelle Marques

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Foto: Michelle Marques

m pleno século XXI, 2020, São Paulo a “metrópole que nunca dorme” abriga em sua extremidade sul, ladeada pelas águas da represa Billings pessoas que sobrevivem da pesca e que fazem deste ofício um modo de vida aliando a sobrevivência a preservação da natureza. O distrito do Grajaú possui grande parte de seu território às margens da represa e seus moradores estão acostumados a vislumbrar a imensidão de suas águas, porém, o que muitos não sabem é que existem homens e mulheres que sustentam suas famílias por meio da pesca como é o caso aposentado Cosmo de Assis Aragão, 64, pescador profissional há quase três décadas. Pernambucano, da cidadezinha de São José do Egito, veio para capital paulista ainda menino juntamente com seus oito irmãos, o pai e a madrasta. Seu Cosmo, conhecido na vizinhança do Monte Verde como “Cocó”, recorda o espanto ao desembarcar em terras paulistas e visualizar a quantidade de automóveis sendo que em sua terra natal carros era uma raridade. Sua famí-

Seu Cosmo pescando na Represa Billings

o paraíso do Seu Cosmo nas margens da Represa Billings lia se estabeleceu primeiramente no bairro do Jabaquara, migrando depois para o Jd. Eliana onde vive hoje, por opção própria, na simplicidade de uma cabana às margens da represa com seus cães fiéis protetores e o canto dos pássaros. Perguntado se trocaria esta vida por outra, declara de imediato: “Se existe o paraíso, este lugar é aqui, não troco esta vida por luxo nenhum”. Descendente de ancestrais pescadores, seu Cosmo tece suas redes de pescaria artesanalmente e usa materiais recicláveis que além de possuírem maior durabilidade contribuem para que a atividade da pesca seja feita de modo sustentável. Ele relata que o reconhecimento do ofício de pescador só veio a partir de meados de 1998 e que apenas de dez anos para cá foi oficializada a existência de pontos de pesca na cidade de São Paulo. Mesmo que a pescaria seja sua fonte de sustento, seu Cosmo está sempre preocupado com a “saúde” da represa e com a sua sabedoria da vida constata a necessidade de se educar as pessoas, principalmente as crianças sobre a necessidade de descartar o lixo em local apropriado para que não acabem nas águas porque além de contaminar o espaço acabam ma-

tando os peixes destruindo aquele ecossistema. Seu Cocó já sofreu ameaças por denunciar irregularidades como o despejo de lixo na Billings. Questionado se não tem medo de represálias, ele responde com firmeza: “não tenho medo de falar a verdade, pois Deus me protege porque só estou trazendo à tona algo que é para preservar um bem que é de todos”, finaliza. Para Cosmo, a maioria da população ainda está apática a essas questões e ele entende que é necessário um despertar no sentido de proteger essas águas, pois parte do volume da Billings é direcionado a represa Guarapiranga responsável em grande parte pelo abastecimento de água da capital paulista e se essas águas forem contaminadas, os paulistanos correm sérios riscos de “morrer de sede”, desabafa. Como pratica a pesca susten

tável, em época de defeso (período de reprodução dos peixes), aproveita essa pausa para organizar com os demais pescadores, mutirões de limpeza para recolher o lixo que fica acumulado nas margens ajudando na proteção de seu território de trabalho e contribuindo para a manutenção do equilíbrio ecológico firmando o ideal de coexistência entre o homem e a natureza. FEV/MAR de 2020

9 REVISTA GRAJAÚ www.revistagrajau.com.br


Capa

Muitas ações e conquistas no projeto Histórias e Memórias do Grajaú Fotos: Coletivo ECP

Por Aécio Magalhães

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fa! 2019 foi um ano de trabalho duro e conquistas imensuráveis para a comunidade do Jd. Reimberg, para o Grajaú e para os integrantes do coletivo Expressão Cultural Periférica, o ECP, que realiza o projeto Histórias e Memórias do Grajaú, patroninado pela prefeitura de São Paulo por meio do 3º Edital do Fomento à Cultura da Periferia. O projeto, que já vinha sendo idealizado há algum tempo, finalmente saiu do papel e com o trabalho duro de toda a equipe finalmente pode se tornar realidade. São pessoas com os mesmos ideais que se uniram e buscaram contribuir com a comunidade do Grajaú. O projeto se iniciou em janeiro de 2019 com duas frentes, a construção do Espaço Cultural ECP, no Jd Reimberg, e com a produção da Revista Grajaú. Uma força tarefa dia após dia com brilhos nos olhos trabalhava duro com a certeza de que além da realização de um sonho seria um espaço que a comunidade pudesse desfrutar. Inauguramos nosso espaço cultural em 06/04/2019, foi um dia memorável com apresentações, exposições, graffiti e contação de histórias. Foi o dia do lançamento da Revista Gra-

Comunidade Leitora no Espaço Cultural e Gráfica ECP 10 REVISTA GRAJAÚ

FEV/MAR de 2020 www.revistagrajau.com.br

Oficina Smarthphone na 3ª idade, no recém inaugurado Espaço Cultural e Gráfica ECP

jaú, antiga revista ECP, que tinha crescido em quantidade e qualidade. Dado o pontapé inicial o espaço foi mostrando pra que veio: abrigar a Biblioteca Comunitária Aurelina & Elisa, com um acervo interessante e bastante rico, disponível para comunidade, um incentivo à leitura.

No Espaço também é possível ter acesso a internet e cursos gratuitamente. A criançada começou a se apropriar do Espaço e tivemos de criar uma oficina direcionada a esse público, a Fábrica de Brinquedos, que reunia a criançada do bairro. Tudo acontecendo juntamente ao Espaço da Gráfica ECP, que nasceu junto com o projeto em 2016 quando o coletivo foi contemplado pelo Edital do Programa VAI 2. A ideia de juntar a Gráfica com o Espaço Cultural deu super certo, pois conseguimos ficar abertos diariamente em horário comercial e ao sábados com as ações culturais. O mais

impactante é que muitas pessoas que procuram os serviços da gráfica e lan house nunca entrariam em uma Espaço Cultural ou em uma biblioteca se não fossem procurar esses serviços. Essa ação conjunta é um intenso incentivo à cultura. O projeto Histórias e Memórias do Grajaú atuou em 2019 e continua atuando em 2020 em três núcleos: NA EDUCAÇÃO: foram aplicados cursos gratuitos de computação, smartphones para idosos, imagens e edição de vídeos, desenho, escrita de textos e bate papos filosóficos. Os cursos aconteceram no Espaço Cultural e Gráfica ECP e em espaços parceiros e abrangeu diversas linguagens. PESQUISA: nosso bairro possui diversas histórias que precisam ser contadas e documentadas. Em 2019 foram pesquisados diversos fatores do bairro e a pretensão é produzir, em 2020, o livro Histórias e Memó-


Histórias & Memórias do Grajaú rias do Grajaú, pra isso foi criado o Centro de Identidade do Grajaú (CIG). As pesquisas continuam e você grajauense, nos ajude a realizar o resgate de nossa história. Contribua com fotos antigas da região, informe se conhece publicações ou pesquisas de universidade ou outras instituições que tenham nosso território como foco. Entre em contato conosco que vamos até vocês para realizar uma entrevista. Nós e a região do Grajaú agradecemos. COMUNICAÇÃO: Surge a publicação, em março-abril/2019 a revista Grajaú, uma revista bimestral que relata as ações que ocorrem aqui no distrito do Grajaú. No ano de 2019 lançamos 4 edições da Revista Grajaú, .Foram diversas matérias reflexivas e sociais. Nossa tiragem bimestral é de 8.000 mil exemplares, ou seja, foram distribuídas este ano, na região do Grajaú, 32 mil revistas. Por fim, criamos nosso site www.revistagrajau.com.br,que traz informações de todo o projeto, notícias sobre o Grajaú e sobre diversos coletivos e projetos que aqui acontecem.

Devolutiva da comunidade Este ano foi de desafio para todos os integrantes do projeto, mas apesar de todo o trabalho que tivemos, é sempre gratificante quando nos deparamos com alguns relatos que mostram que sim,

Oficina de Computação para adultos no Espaço Cultural e Gráfica ECP

que estamos no caminho certo: Na edição de maio/junho da nossa revista falamos da acessibilidade na região do Grajaú e na oportunidade entrevistamos uma cadeirante, a senhora Eurides Brito. Após a publicação da matéria essa senhora conseguiu um emprego na própria região do Grajaú. Diversos e-mails foram recebidos, mensagens nas redes sociais e conversas pessoalmente nos fortalecem mostrando que estamos no caminho certo, contribuindo de alguma forma com a melhora da comunidade onde vivemos. Nas oficinas não foi diferente, posso dizer que alguns participantes do curso de smartphones, que ensina idosos a se conectar com o mundo tecnológico, ficaram extasiados com algo que parece simples para nós. Maria José,

Crianças na Oficina Fábrica de Brinquedos no Espaço Cultural e Gráfica ECP

moradora da região era uma das alunas mais divertidas, no término do curso, saiu contente, pois já conseguia ligar para seu filho via WhatsApp. Uma emoção que só! “eu gostei muito desse lugar que vocês abriram aqui e desse curso, aprendi muita coisa, só tenho a agradecer” disse no último dia de aula. Michele Marques é jornalista e integrante do projeto e para ela participar das ações em 2019 foi de muito aprendizado: “Esse ano foi de luta, conquistas, descobertas e aprendizado, tanto no lado pessoal, como profissional. Sem dúvida houve um crescimento significativo, nos envolvemos e aprendemos mais com a comunidade e o coletivo consegue alcançar visibilidade das ações o que é legal e surgem diversas parcerias. Espaço cultural ECP & Gráfica ECP Rua Boaventura Ferreira, nº 159 Jd Reimberg (Grajaú) E-mail: ecpgrafica@gmail.com Whatsapp (11) 5854-6101

FEV/MAR de 2020 REVISTA GRAJAÚ 11 www.revistagrajau.com.br


12 REVISTA GRAJAÚ

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FEV/MAR de 2020


CULTURA

CIA ENCHENDO LAJE REMONTA CARTOGRAFIA DA EXPLORAÇÃO

Acervo

Por Valéria Ribeiro

E

m uma tarde de bate-papo deliciosa, em uma entrevista cheia de causos, conversei com a galera da Cia teatral Enchendo Laje e Soltando Pipa, que há mais de 15 anos se debruça sobre a vida e as histórias da comunidade do Grajaú, fazendo arte e vivenciando o cotidiano intenso dessa terra de migrantes. A Cia Enchendo Laje surgiu em 2004 e a princípio ocupava o programa Escola da Família, na Escola Estadual Levi Carneiro, no Jd. Mirna. Quando surgiram os CEUs, migraram para o Três Lagos. Os atores que hoje estão na Cia não estavam na criação do grupo. A formação atual vem com Fernanda Nunes, que entrou na Cia em 2006, Samara Monteiro, que entrou em 2007, Daniel Silva, que entrou em 2008 e Fábio Cupertino que entrou em 2011. Amanda Andrade faz a produção. O nome criativo do grupo foi proposto por Alessandra Moreira, uma das idealizadoras da Enchendo e que não está mais no grupo. “Ela fez uma alusão ao teatro coletivo, sem hierarquia, como quando se enche uma laje na periferia e chama os amigos e está todo mundo junto se ajudando. E o soltar pipa porque geralmente é uma das brincadeiras que rolam na periferia, é o trabalho junto com a brincadeira, assim como a Cia pensa o teatro”, explica Fernanda. A Enchendo sempre foi crítica e militante em seus trabalhos, como quase todas as Cias que fazem teatro na periferia. Sua história é cheia de desafios e conquistas. Durante anos ensaiou no CEU Três lagos, e era desafiador, pois apesar de atuarem no espaço há muito tempo, muitas vezes eram barrados na portaria por conta das catracas, o que gerava muitos transtornos. Mesmo conseguindo entrar no espaço frequentemente não tinham lugar para ensaiar, chegaram a ensaiar nos corredores, embaixo da escada, mas mesmo assim lá estavam todos os domingos. O Programa Vocacional também ajudou na caminhada da trupe, que trabalhou com orientadores como Aline Ferraz, Caco Mattos, Fábio Resende e Juliana Monteiro, que a partir do que a Cia estava pensando no teatro eles somavam. Foram contemplados pelo edital Programa VAI, da prefeitura de São Paulo, em 2011 e 2012 e que ajudou no crescimento do grupo. Conseguem fazer diversas apresentações pelos CEUs da região e depois a Cia começa a ir para a rua. Fazem pesquisas, intervenções e cortejo com instrumentos, onde passam a ter contato direto com o público. Ficaram no CEU de 2006 a 2015, quando saem de vez. Com as pesquisas externas nasce o experimento “Seleção”, de 2013 pra 2014, uma alusão a copa do mundo. Estudaram sobre o mito fundador e o que acontece quando rola a copa, quais são as mudanças que acontecem no país. Nesse experimento o time adversário era composto por várias empresas que prejudicaram o país como a Odebrecht, a Vale, a Monsanto dentre outras. Fizeram também o experimento cênico “A Ocupação”, quando aconteceu o boom de ocupações aqui na região. Depois desses dois veio o espetáculo Jd. Progresso: Via Três Lagos, que era um teatro itine-

rante, onde desenvolveram mais a escuta para entender ao seu redor e refletir sobre a ideia de progresso na periferia. “Havia muita troca na rua”, lembra Cupertino. “Eram as crianças nas sacadas brincando com o grupo, era um senhor que tinha uma venda e a gente deixava as coisas na hora da peça. Essa relação trouxe uma sensibilidade, uma responsabilidade de saber tanto nosso papel político quanto nosso papel social de construção e a importância que o teatro tem dentro da periferia. O teatro é militância é vida é desenvolvimento, é meta de vida, é tudo, é diálogo”, reflete Cupertino. Hoje a Cia, contemplada pelo Edital Fomento a Cultura da Periferia, está no Espaço Lajêro, no Jd. Shangri-lá e desenvolve diversas ações. Nesse novo espaço, que foi inaugurado em março de 2019, vem desenvolvendo o estudo iniciado quando ganharam o edital VAI 2 em 2017, e entram no processo do espetáculo Uma Cartografia da Exploração. Pesquisam o território por meio de seus pais, suas mães, famílias, como vieram, como encontraram o lugar, pensando na migração. Atualmente estão trabalhando para fazer a remontagem da Cartografia, que terá direção de cena de Rafaela Carneiro, do Madeirite Rosa e direção musical de Valquíria Rosa que dá aula na Escola Livre de teatro, que estréia entre outubro e novembro de 2020. Estão oferecendo também oficinas, que contribuem para que grupos não fomentados por editais possam continuar seus estudos. No projeto Balaio de Errância: Possíveis formas de girar pela experiência Balaio giratório de figurino e marcenaria: “Com os Balaios resgataremos a partilha e memória de construção daqui, com este projeto faremos empréstimos das ferramentas básicas para a produção de cenário e figurino que estão dentro do balaio giratórios, serão disponibilizadas para empréstimos aos coletivos que tiverem necessidade de uso delas.” Tem também o 3 dedos de prosa, uma forma de se aprofundar nas questões periféricas e sociais com gente que está no cerne da causa. Vai acontecer também Deriva, que é um processo de andar pelo bairro, e a partir disso colher material para o processo de remontagem da Cartografia. O ano promete e o Espaço Lajêro está de portas abertas pra receber sua visita. Espaço Lajêro - Rua Viela Onze, 03 - Altura nº5585 da Av. Belmira Marin - Jd. Shangrilá Horário de Funcionamento: Quarta e Quinta – das 9h às 14h Sexta das 11h30 às 17h30. producaociaenchendolaje@gmail.com FEV/MAR de 2020

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Ação

Ei, topa largar o smartphone e ir brincar na rua?

Por Aécio Magalhães uem nasceu nos anos 80 e 90 sabe o quanto brincar nas ruas era divertido e sem dúvida marcou a infância. Pique esconde, pega-pega, amarelinha, passa o anel, bolinhas de gude, pula elástico... são algumas das famosas brincadeiras da época. E que época! Não existia a era digital e as crianças, os jovens e adultos se socializavam, trocavam informações e se divertiam ali mesmo: nas ruas onde moravam. Infelizmente nos tempos atuais e com a tecnologia cada vez mais presente em nossas vidas, foi se perdendo essa cultura de sair às ruas para se divertir. Essa nova geração parece que já nasce conectada, hoje em dias as ruas foram substituídas pelos smartphones. Com a proposta de resgatar as antigas brincadeiras de ruas e outros passatempos clássicos da infância, surgiu o projeto Na Rua Sem Wifi. Criado por Anderson Costa, o Goiaba, (idealizador do projeto) que em um bate papo entre amigos pensaram em criar algo de entretenimento da natureza lúdica e que não precisasse disputar espaço com a tecnologia, pois o “wifi” já faz parte dessa geração. Em março de 2017, Anderson Costa conversava com Bárbara Luz (integrante do projeto) que tinha a pretensão de fechar a rua onde morava para brincar com os filhos das mesmas brincadeiras que um dia se divertiram. Bárbara Luz fala o quão incrível foi o dia que iniciaram as brincadeiras nas ruas: “foi um dia memorável. Todo mundo brincando na rua. Os adultos (nós) e as crianças. E os avós e tios. Todo mundo. As crianças se divertiram como nunca e no final no dia perguntavam quando teria outro dia desses.” A Revista Grajaú entrevistou a integrante Bárbara Luz, que nos conta mais detalhes desse projeto fantástico:

Q

Revista Grajaú - Qual o objetivo do Na Rua Sem Wifi? Na Rua Sem Wifi - Desatar nós e formar laços. Proporcionar bons momentos ao lado dos amigos, estreitar e fortalecer vínculos familiares, remetendo-os a situações semelhantes àquelas vividas durante a infância de quem já passou dos trinta. 14 REVISTA GRAJAÚ FEV/MAR de 2020 www.revistagrajau.com.br

Fotos: divulgação

Revista Grajaú - Quanto tempo esse projeto existe e quais pessoas fazem parte? Na Rua Sem Wifi - Oficialmente desde abril/2018, quando fizemos o evento na Praça Daniel Jose Teixeira, perto da Estação Primavera-Interlagos. Mas foi idealizado em março/2017. E tem uma galera que faz tudo acontecer, nessa rede de apoio, mas a base é o Anderson Costa, o Goiaba, visionário na minha opinião, a ideia e o projeto/empresa em si são dele; Bárbara Luz (essa que vos escreve), jornalista, das redes, #faztudo, Yuri Salvador, sócio, fotógrafo e filmaker, responsável pelas edições mais tops do projeto; Isis, esposa do Anderson, nosso financeiro, André, irmão do Anderson, Fabricio Pavani, Murilo Gomes, Piê, Angélica, Tatiane, Binho, Cristina, Igor.. tem mais, porém são essas pessoas que estão sempre com a gente. Revista Grajaú – Por onde passa esse projeto? Na Rua Sem Wifi - Podemos ir para qualquer lugar. Não engessamos o evento, fazemos de acordo com o local. Vamos para ruas, praças, parques, empresas, qualquer lugar que dê para brincar. Recentemente entramos para o “Rua da Gente”, programa da Prefeitura que estimula a ocupação dos espaços públicos com atividades esportivas, culturais e brincadeiras gratuitas, sempre aos sábados e domingos, e acontece em diversas ruas da capital. Estamos sempre na


Feira do Bem, uma feira de economia criativa e DIY que acontece uma vez ao mês geralmente na Praça Cidade de Milão, perto do Parque Ibirapuera. Fazemos o Festival Pinheiros, que acontece duas vezes por ano, nos meses de maio e setembro, em Pinheiros. No Jardim Myrna, na Praça do Mirna, fazemos o “Dia do Trabalhador”, todo 1º de maio. Este ano estivemos nos três dias do Kids Festival, evento Francês que aconteceu pela primeira vez no Brasil, em outubro desde de 2019, dentro do São Paulo Expo, na Rod. dos Imigrantes. E tem algumas empresas onde fizemos festas da família e de confraternização. Revista Grajaú – te resgatar as

Por que é importanbrincadeiras de ruas?

Na Rua Sem Wifi - Nascidos nos anos 80 e 90 são a última geração que brincou na rua. Existem 2 fatores importantes em resgatar as brincadeiras de rua. Em primeiro lugar, temos a era digital que hoje consome a nova geração, perdendo assim momentos preciosos de infância, em segundo com uma cidade que cresceu muito, perdemos muito o espaço na rua, e hoje é necessário ocuparmos espaços públicos para resgate de grandes valores propostos nas brincadeiras de rua. Revista Grajaú – O que melhorou na vida das crianças/jovens com o surgimento desse projeto? Na Rua Sem Wifi - As pessoas nos procuram dizendo que seus filhos querem piões, bolinhas de gude, querem soltar pipa, andar de rolimã, perguntam sobre a nossa agenda, onde estaremos. As crianças optam por deixar o celular de lado para pular corda e isso faz com que elas interajam com outras pessoas, fomenta o convívio social, estimula a interação. Ver

os pais/avós brincando com seus filhos e netos, resgatando brincadeiras que a pouco eram saudosas lembranças, não tem preço. Eles ficam muito felizes. Nos vemos isso estampado no rosto das pessoas. A aceitação tem sido muito positiva! As pessoas querem se sentir felizes e nós conseguimos com que elas tenham momentos únicos de diversão e que, ainda por cima, são nostálgicos. Adultos ficam encantados. Param nos eventos para nos contar suas histórias com brinquedo x ou y; nos ensinam novas formas de brincar. Cada vez mais surgem parceiros e pessoas interessadas no que fazemos, no projeto, na ideia. Isso é muito gratificante! É notório como o projeto Na Rua Sem Wifi sabe resgatar brincadeiras que foram se perdendo, devido a chegada da tecnologia. Saber que as crianças, adolescentes, adultos e avós estão participando e em alguns casos relembrando o sabor doce da infância é fantástico. A era tecnológica tem seu papel fundamental no mundo, mas vamos aproveitar o melhor da vida: socializando e se divertido e claro, nas ruas!

Siga o Na Rua Sem Wifi nas redes sociais e descubra onde ocorrem os eventos: naruasemwifi @naruasemwifi Contatos: E-mail: naruasemwifi@gmail.com FEV/MAR de 2020 REVISTA GRAJAÚ 15 www.revistagrajau.com.br


CULTURA

cd são vários vol. ii celebra a música e a amizade Acervo

Ficha técnica. - Produção Geral - Xemalami e 1° Andar Studio & Produções.

Por Valéria Ribeiro

E

m uma noite chuvosa de quinta-feira de Fevereiro estava reunida uma galera potente no 1º Andar Studio e Produções, um espaço de cultura independe no Jd. Das Imbuias, pra fazer e falar de música. Dentre eles estavam Drezz e Hyt, do coletivo Xemalami, (Xeque Mate La Misión) e Kléber Luis, produtor. O papo empolgado era sobre o lançamento nesse mês de março do CD São Vários Volume II, produzido no 1º Andar Studio. O projeto se iníciou em 2010, e a ideia era reunir MC’s que já faziam parte do convívio do XMLM, mas que nunca tinham gravado junto. Drezz conta que conheceu toda a galera na rua, quando ia fazer a divulgação e colar os panfletos do Xadrez Sem Muros, projeto do coletivo. O projeto deu tão certo que pensaram em fazer o Volume 2, e em 2015 em um encontro no circo escola deram o ponta pé inicial para o projeto. Nessa época entrou o Kléber e Lili Souza do 1º Andar Studio, com a ideia de gravar o disco pelo selo Esquema Noise. No desafio de conseguir recursos para desenvolver o projeto a primeira ação foi lançar um financiamento coletivo pelo site catarse. A adesão foi bem pequena, mas ajudou na produção do 8º festival Esquema Noise que rolou no galpão Humbalada, onde a galera trocou uma ideia sobre o projeto. A pro-

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dução começou mesmo sem grana, sabiam que ia ser um processo mais lento por conta da questão financeira e porque envolve muitas pessoas, quase 40. Tem gente de todos os lugares de São Paulo, do nordeste e até mesmo de fora do país. A conexão com o nordeste rolou por conta do M.Cacto. O CD é eclético, uma celebração a amizade e a música, passando por estilos como o forró. Que foi uma experiência totalmente diferente, conta Drezz. “Isso ai é XMLM mano?! ”A ideia foi experimentar e ver o que saia. Kléber diz que metade do disco é orgânico, metade instrumental e metade tocado. Várias músicas com a banda Resistência Pugnaz. Fizeram tipo um “rapcore”. Tem a representatividade feminina, com três meninas, dentre elas a Abigail do Santa Mala da Bolívia. Tem também a participação do MC Delapaz. São 9 faixas e uma faixa bônus, tudo feito no 1 º andar. Segundo Kléber foi uma produção meio anárquica, pois não tinham um cronograma, mas por conta da falta de recursos foram produzindo da forma que conseguiram. A produção foi instintiva, de acordo com o processo. O XMLM sempre teve essa pegada de compartilhar e misturar cultura, que surgiu ainda com o Pacto Latino, grupo que existiu antes do XMLM. A ideia do projeto também é romper com o ego, sair do eu e ir pro coletivo. “Hoje todo mundo quer ser MC solo, não quer compartilhar muito e o XMLM foi na contra mão disso.” Fala Drezz.

Estúdio de Gravação - 1° Andar Studio & Produções. . captação, edição, mixagem e masterizacão por Kleber Luis. . Produção Visual - Qui.rec por Marcelo Galdino. 01 - RAPCORE part. Banda Resistência Pugnaz prod. Banda Resistência Pugnaz 02 - DEITA O REI part. Cado, M.Cactu, Grixan e Dj Alan 45 prod. DJ JOH 03 - ORGULHO LATINO part. Delapaz e Abigail ( Santa Mala ) prod. DJ NEEW 04 - ÓCIOS DO OFÍCIO part. Neyller ( Beatbox ), Nagô Man e Márcio da Base 05 - HERMANOS DE MI QUIEBRA part. Pezê, Mads e Chegado U-Clãn prod. Pezê 06 - UM MINUTO PARA MIM part. Ó do Forró e Dj Alan 45 Prod. Ó do Forró 07 - DESTRONANDO FALSOS REIS part. Tubarão Dulixo Prod. - Felipe Oliveria e Kleber Luis 08 - INSPIRAÇÃO part. Wash ( ZNPE ), Jah Renan e Dj Alan 45 Prod. Tulio Matozzo 09 - QUER PRA CHAPAR ? part. Kisobro, Bruxo MC, Boloko, ChocoPanters, Ant-Ratos, Yara Kassandra, Esther MC e Dj Éffi Prod. KLÉBER LUIS e FELIPE OLIVEIRA


Olhar Grajaú CULTURA

Ilustração: Guilherme Zillieg

DiCampana Foto Coletivo

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Cantinho dos Astros

Você sabia que no universo astrológico, o ano só começa em março? Descubra o por que.

@barbaraterra_

Por Barbara Terra

S

im, para os desavisados, no calendário astrológico o novo ano se inicia agora com as influências do Sol na constelação de Áries, com a duração de 30 dias, iniciando no dia 20 ou 21 de março e permanecendo até o dia 19 ou 20 de abril. As datas de início podem sofrer alterações devido às influências de rotações cósmicas (como por exemplo, se o ano será bissexto ou não). Outro fator bem importante nessa época, é a entrada do Equinócio ou Solstício, marcando a virada de cada estação, neste caso, do Outono no hemisfério sul e Primavera no hemisfério norte. As viradas das estações sempre ocorrem em signos de modalidade cardinal. Aqui no hemisfério sul ocorrem da seguinte forma: Áries - Outono, Cancer - Inverno, Libra - Primavera e Capricórnio - Verão. Esses signos representam a força que dá impulso para iniciar alguma coisa, e mais que isso, disposição para atingir um objetivo. Dito isso, me aprofundo pontuando que uma das maiores influências que vamos sentir nesse ano, a conjunção de três planetas muito importantes para o universo astrológico, que são: Saturno (estrutura), Plutão (renascimento) e Júpiter (expansão). Uma conjunção como esta demora séculos para acontecer novamente, e acredite, nada será como antes! Essa conjunção tem uma configuração especial no que se refere à reestruturação planetária e desequilíbrios ecológicos, evidenciando uma reciclagem emergencial no cosmo que irá reverberar para a terra de forma mais latente nesse novo ano, mas que será essencial para nossa sobrevivência

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FEV/MAR de 2020

na terra. Podemos chamar isso de “Limpeza energética”. Coisas muito sérias irão acontecer a olho nu, abalando as estruturas da sociedade como um todo e trazendo a tona coisas que já estão desgastadas e precisam se regenerar. Pra ontem! Dito isso, quais são as considerações importantes para absorver nesse novo ano astrológico?

Reflexões: O que está estagnado na sua vida e precisa ser regenerado? O que você não deixa morrer, ou não quer que morra? No que você se apega? Como você lida com seus recursos internos e externos? Quais são as ações práticas de autocuidado na sua vida ? Que essas reflexões possam reverberar em você e promover mudanças significavas para esse novo ciclo.

Viva o Ano Novo Astrológico! Ciclos da Lua 09/03 Cheia Virgem 16/03 Minguante Sagitário 24/03 Nova Áries 01/04 Crescente Câncer 07/04 Cheia Libra 14/04 Minguante Capricórnio 22/04 Nova Touro


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