Revista Elo Edição de janeiro e Fevereiro de 2016

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Ano XXXV - nº 398 - Janeiro/Fevereiro/2016

Distribuição Gratuita. Venda proibida.

A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração


Índice

Apresentação “As funções cessam, mas o amor permanece!” É com esta frase na capa que nossa revista inicia seu curso, em 2016. Esta afirmativa nos revela de imediato duas verdades, a saber: que todo líder deve ter a consciência e a humildade de saber que ninguém é insubstituível, ao mesmo tempo, vem reafirmar que, somente o amor, deve ser a única prerrogativa das ações daqueles que exercem algum cargo na Igreja. Na página A Palavra do Pastor, Dom Redovino, trata de forma convincente desse importante assunto. A revista segue suas páginas nos trazendo mensagens e reflexões, que nos ajudam a formar e fortalecer nossa espiritualidade, para isso, podemos recorrer às páginas Palavra de Vida (p.4) e Testemunho de Vida (p.5). A primeira vem, mais uma vez, apresentar o amor e a unidade como o único caminho a ser percorrido por aqueles que desejam encontrar o sentido e a felicidade cristã. Já, a segunda sessão, acima mencionada, apresenta a pessoa e a vida de Santo Antão, homem de alma sublime e inspiradora, considerado também o pai do monarquismo cristão. Para nos ajudar no entendimento de importantes realidades eclesiais temos à disposição a página A Palavra do Papa (p.6), que especificamente, nesta edição, traz o tema sobre o Sínodo. Também na página A Igreja é Notícia podemos conferir algumas importantes notícias que contemplam a Igreja em âmbito universal. Na tentativa de abrir espaços visanso participações e reflexões que colaborem com nosso senso crítico, político, social e eclesial dispomos da página Opiniões que fazem opiniões (p. 8). Não deixe de conferir! Nossos grupos de Pequenas Comunidades, terão mais uma vez a disposição os bem elaborados e proveitosos subsídios, para os encontros de Círculos Bíblicos (p. 9-12). Para melhor fixarmos o significado e sentido do Ano Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, na sessão Pergunte e Responderemos, o Pe. Alex Gonçalves expõe, de maneira esclarecedora, alguns pontos fundamentais desse importantíssimo evento eclesial. A página Vida em Família (p. 14), apresenta opiniões e orientações, que muito podem contribuir aos pais e esposos que se esforçam para conduzir sua família nos certames de princípios e valores consistentes, maduros e cristãos. Aproveite! Fique por dentro das obras diocesanas que contribuem para a promoção da vida e sua qualidade. Confira na página 15. Fique por dentro de alguns fatos relevantes que aconteceram ou que acontecerão em nossa Diocese, através das páginas 16 e 17, bem como as páginas 18 e 19. Estimado leitor, se você deseja saber um pouco mais da agenda da Diocese e do bispo diocesano, dos religiosos/as, diáconos e sacerdotes aniversariantes veja a página 19. Abraço fraterno e boa leitura!

Pe. Marcos Roberto P. Silva

padremarcosrobertop.silva@gmail.com

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A Palavra do Pastor

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Palavra de vida

Se, na Igreja, ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique! “Vocês são chamados a proclamar as maravilhas do Senhor” (1 Pd 2,9)

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Testemunho de vida

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A Palavra do Papa

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Opiniões que fazem opinião

Santo Antão

Para entender o significado do Sínodo e da reforma da Igreja Nós que sonhávamos mudar todas as coisas...

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Círculos bíblicos

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Pergunte e responderemos

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Vida em Família

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A Igreja em Serviço

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A Diocese em revista

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Fatos em foco

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Fique por Dentro!

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Patrocinadores

O Papa Francisco promulgou o Ano Santo da Misericórdia. Mas, o que é este ano? Qual o sentido para minha fé? A Criança do amanhã não precisa “repetir“ o Adulto de hoje Centro de Promoção da Família e da Vida

Expediente Revista Elo - Janeiro/Fevereiro/2016 - Ano XXXV - nº 398 Diretor: Pe. Marcos Roberto P. Silva Equipe Revista Elo: Dom Redovino Rizzardo; Padre Jander da Silva Santos; Seminarista Éverton F. S. Manari; Estanislau N. Sanabria; Adriana dos Santos Gonçalves; Maria Giovanna Maran; Suzana Sotolani; Ozair Sanabria. Diagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo Caparróz Propriedade: Mitra Diocesana de Dourados Telefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911 Site: www.diocesededourados.com.br Contatos e sugestões: elo@diocesededourados.com.br Impressão: Gráfica Infante Tiragem: 18.230 exemplares


A Palavra do Pastor

Se, na Igreja, ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique! E

m sua ânsia de renovar a Igreja, para que nela transpareça cada vez mais a verdadeira face de Cristo, no dia 3 de julho, num discurso na Praça São Pedro, diante de 30.000 pessoas, o Papa Francisco abordou um assunto espinhoso: quanto tempo um eclesiástico pode ficar no cargo: «Sejamos claros. O único que não pode ser substituído na Igreja é o Espírito Santo. Deveria haver um limite de tempo para os cargos na Igreja que, na verdade, são cargos de serviço». Deixando claro que seus comentários não se restringiam ao clero, mas a todos os fiéis, o Papa acrescentou: «É conveniente que todos os cargos na Igreja tenham um limite de tempo. Na Igreja, não há líderes vitalícios. Isto só ocorre em países onde há ditadura». Francisco, de 79 anos, já deu a entender mais vezes que está pronto a renunciar, ao invés de ficar até o fim da vida, se perceber que não tem condições de continuar liderando a Igreja por razões de saúde ou outras. Foi, aliás, o que fez, em fevereiro de 2013, o antecessor de Francisco, Bento 16. Em uma entrevista à televisão mexicana em março deste ano, Francisco disse que o que Bento fez «não deveria ser considerado uma exceção, mas uma instituição». Dizíamos acima que, «em sua ânsia de renovar a Igreja, para que nela transpareça cada vez mais a verdadeira face de Cristo», o Papa Francisco quer que suas lideranças não se prendam a nada que os impeçam de serem livres e desapegados em seu ministério: livres e desapegados dos bens materiais, mas também – e sobretudo, do poder e do autoritarismo – a exemplo de Cristo que, «sendo Deus, renunciou ao direito de ser tratado como Deus, esvaziou-se de si mesmo e fez-se servo de todos» (Fl 2, 6-7). Para alguns psicólogos, a tentação do poder supera qualquer outra, até mesmo o apego aos bens materiais e ao prazer sexual. Pelo complexo de inferioridade que atinge a maioria das pessoas, busca-se com sofreguidão o poder, pensando que, com ele, nos tornamos importantes, necessários, indispensáveis. Até mesmo na Igreja Católica, quando somos eleitos bispos e párocos (para não falar de outras lideranças religiosas), não poucas vezes ouvimos frases que não sabemos se nos devem fazer rir ou chorar: «A Diocese (a Paróquia, a Congregação, o Movimento, a Pastoral, etc.) não estava bem. Mas, graças a Deus, agora estou eu aqui para dar um jeito». Custa-nos sair da cena. A tentação constan-

te de todos, desde crianças até a velhice, é serem o centro das atenções. Por isso, desapegar-se do poder é atingir o cerne do Evangelho e da santidade: «Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,33). A tendência geral é construir um ninho, onde, devagarzinho, vamos nos sentindo em casa, confortáveis e seguros. E de repente, deixar tudo para iniciar uma nova experiência, às vezes totalmente desconhecida, não é fácil. Mais difícil ainda é a situação dos idosos – o meu caso! Habituados a tomar decisões, a “mandarem”, a serem os “primeiros”, de uma hora para outra se veem relegados a ficarem atrás dos bastidores. Alguns deles, ao alcançarem a tão esperada aposentadoria, definham e morrem. Há pouco tempo recebi um livro escrito pelo monge Anselm Grütt, intitulado: “A sublime arte de envelhecer”. Já que todos precisamos aprender esta arte, pois basta nascer para ir envelhecendo, encerro meu artigo com uma de suas reflexões: «Na velhice, mostra-se com mais clareza e precisão se alguém realmente se aceitou. Algumas pessoas se aceitam enquanto têm sucesso, são requisitadas, são estimadas e são o centro do interesse geral. Mas, quando ninguém mais liga para elas, começam a se lamuriar e queixar. Fica claro, então, que elas mesmas não se aceitaram. Construíram sua vida sobre o reconhecimento dos outros, derivando disso seu sentimento de valor próprio. Na velhice só conseguiremos aceitar a nós mesmos se tivermos construído nossa vida sobre um fundamento mais sólido, isto é, se estiver construído sobre Deus. No profeta Isaías encontramos um belíssimo texto que expressa esta fé de que, apesar da velhice, continuamos vivos e sempre recebemos novas forças de Deus para aceitar nossa vida: «Jovens podem cansar-se e estafar-se, guerreiros de elite podem tropeçar e cair, mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, voam nas alturas como as águias, correm e nãos e fatigam, caminham e não se cansam» (Is 40,30s)». Por isso, novamente, se na Igreja ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique!

Dom Redovino Rizzardo, cs Bispo Diocesano

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Palavra de Vida

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“Vocês são chamados a proclamar as maravilhas do Senhor” (1Pd 2,9)

uando Deus age, realiza grandes feitos. Quando criou o universo, logo “viu que era bom” (Gn 1,25). Mas depois de ter criado o homem e a mulher, confiandolhes toda a criação, “viu que era muito bom” (Gn 1,31). Contudo, o seu feito que supera todos os outros é o que Jesus realizou: com a sua morte e ressurreição criou um mundo novo e um povo novo. Um povo ao qual Jesus deu a vida do Céu, uma fraternidade autêntica na acolhida mútua, na partilha, no dom de si. A carta de Pedro conscientiza os primeiros cristãos sobre o que o amor de Deus fez por eles: “Vocês são gente escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para proclamar as maravilhas daquele que os chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês, que antes não eram povo, agora são povo de Deus. Vocês, que antes não tinham alcançado misericórdia, agora vivem na misericórdia” (1Pd 2,9-10). Se também nós, como os primeiros cristãos, nos conscientizássemos realmente daquilo que somos, de tudo o que a misericórdia de Deus realizou em nós, entre nós e ao nosso redor, ficaríamos deslumbrados, não conseguiríamos conter a alegria e sentiríamos a necessidade de compartilhá-la com os outros, de “proclamar as maravilhas do Senhor”.

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Mas será difícil, quase impossível, testemunhar de maneira eficaz a beleza da nova humanidade que Jesus fez surgir, se ficarmos isolados uns dos outros. Por isso é lógico que o convite de Pedro seja dirigido a todo o povo. Não é possível mostrarmos desavenças e partidarismos, ou mesmo só indiferença de uns para com os outros, e depois proclamarmos: “O Senhor criou um povo novo, libertou-nos do egoísmo, do ódio e dos rancores, deu-nos por lei o amor mútuo, que faz de nós um só coração e uma só alma...”. No nosso povo cristão existem, sim, diferenças nos modos de pensar, nas tradições e culturas. Mas essas diversidades devem ser acolhidas com respeito, reconhecendo a beleza dessa grande variedade, com a consciência de que a unidade não é uniformidade. É esse o caminho a ser percorrido durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que na Europa se celebra de 18 a 25 de janeiro. Mas isso deve ser vivido também durante o ano todo. A Palavra de Vida nos convida a procurar conhecermonos melhor entre os cristãos de Igrejas e comunidades diferentes, a narrar uns aos outros os grandes feitos do Senhor. Então, sim, haverá credibilidade quando “proclamarmos” essas obras: se testemunharmos que estamos

unidos entre nós justamente nessa diversidade e que nos sustentamos concretamente uns aos outros. Chiara Lubich incentivou com força esse caminho: «O amor é a mais poderosa força do mundo. Desencadeia a pacífica revolução cristã em torno de quem o vive, chegando a fazer o cristão de hoje repetir aquilo que diziam os primeiros cristãos, muitos séculos atrás: “Somos de ontem e já estamos espalhados no mundo inteiro”. O amor! Quanta necessidade de amor no mundo! E em nós, cristãos! Todos nós juntos, membros das diversas Igrejas, somos mais de um bilhão. Muitos, portanto; e deveríamos ser bem visíveis. Mas estamos tão divididos entre nós, que muitos não nos enxergam, nem enxergam Cristo através de nós. Ele disse que o mundo haveria de nos reconhecer como discípulos dele e que, através de nós, haveria de reconhecêlo por meio do nosso amor recíproco, da unidade: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). Dessa forma o tempo presente exige de cada um de nós o amor, pede-nos unidade, comunhão, solidariedade. E chama também as Igrejas a recompor a unidade rompida há séculos».

Pe. Fábio Ciardi


Testemunho de Vida

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o ano 313, com o Edito de Milão, o Imperador Constantino autorizou os cristãos a praticarem livremente a própria religião. Com o decreto, terminava o período dos mártires, o “período de ouro da Igreja”, na opinião do bem-aventurado João Batista Scalabrini. Em 380, sob o Imperador Teodósio, o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado, e a Igreja passou a sofrer cada vez mais as consequências desastrosas que a aliança com o poder político e econômico costuma oferecer. Foi exatamente por isso que, num século em que o heroísmo do martírio estava sendo substituído pela mediocridade na vida cristã, surgiram os monges: pessoas que, desejando viver a radicalidade do Evangelho, se retiravam para o deserto ou para as montanhas, onde passavam a viver na oração, no silêncio e na penitência. Na prática, era também uma maneira de protestar contra a cultura do luxo e do comodismo que, com a liberdade religiosa, começara a fazer parte do dia-a-dia dos cristãos. É nesse contexto que se deve compreender a figura de Santo Antão. Membro de uma família que professava a fé cristã, ele nasceu em 251, no Egito. Aos 20 anos, quando seus pais já haviam falecido, ao entrar numa igreja para participar da missa, ouviu a leitura do texto do Evangelho em que Jesus convida um jovem rico a segui-lo, mas que não conseguiu pelo apego dele às riquezas. Uma luz, seguida de uma grande alegria, inundou o coração de Antão, e ele aplicou a si mesmo as palavras de Jesus: «Se você quer ser perfeito, vá, venda seus bens, distribua aos pobres, e terá um tesouro nos céus. Depois,

Santo Antão venha e me siga!» (Mt 19,21). Voltando para casa, vendeu os bens que lhe cabiam, destinou outra parte para o sustento e a formação de sua irmã e foi morar numa caverna no deserto, passando a dedicar o dia e grande parte da noite à oração, que – pode-se dizer – o sustentou não só espiritualmente, mas também fisicamente, já que seu jejum era constante. Aos poucos, sua santidade de vida começou a ser conhecida, atraindo uma multidão de pessoas – inclusive jovens – dispostas a partilhar a mesma experiência de fé. Foi assim que o deserto da Tebaida parecia transformado num imenso convento, formado por centenas de monges que, residindo em cavernas ou choupanas, eram conduzidos por Antão no caminho do Espírito. Uma espiritualidade severa e profunda, mas que gerava paz e alegria em quantos a seguiam. Conta-se que, quando os peregrinos chegavam ao deserto em busca de orientação espiritual e perguntavam: «Onde está Antão?», os demais monges respondiam: «Ande por aí e quando encontrar a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea... é Antão!». Os monges costumavam visitá-lo seguidamente para ouvir seus conselhos e orientações. Numa destas ocasiões, ele revelou outro aspecto de sua espiritualidade: a partilha de dons e a comunicação espiritual: «A Bíblia é suficiente para nos transmitir todos os ensinamentos necessários à vida. Mas é também importante que nos exortemos mutuamente na fé, mantendo-nos abertos às conversações e ao diálogo». Muitas imagens de Santo Antão o representam tendo ao seu lado a figura de um leitão, fazendo com que, em algumas regiões, ele

seja invocado como protetor dos animais... Contudo, o porquinho nada mais é do que a imagem do demônio, que o tentou por longos anos e de todas as maneiras contra a castidade e, sobretudo, contra a fé, pretendendo dar-lhe a entender que tudo o que renunciara e fazia, era tempo perdido, já que Deus e o paraíso não passavam de balelas – ou, se existissem, nada tinham a ver com ele... No final de uma dessas tentações, Antão viu que, do teto da capelinha que construíra perto de sua choupana, um raio de luz descia sobre ele. Respirando aliviado, percebeu que uma grande paz envolvia o seu coração e, junto com ela, a inefável presença de Deus. Perguntou: «Onde estavas, Senhor, quando eu era tentado? Por que não vieste antes para acabar com meu sofrimento?». Ouviu, então, em seu coração, uma Voz ao mesmo tempo suave e firme: «Eu estava aqui, Antão. Fui eu que te ajudei no combate. Já que perseveraste e resististe, serei sempre o teu socorro!». Em outra ocasião, não se sentindo à vontade com a multidão de pessoas que o procuravam, impedindo-o de viver na solidão e no silêncio, decidiu abandonar o local onde residia e adentrar-se no deserto, onde ninguém pudesse encontrá-lo. Novamente, a Voz se fez ouvir: «Para onde vais Antão, e por quê?». Ele respondeu: «As pessoas não me deixa viver como eremita. Quero ir para longe, a fim de evitar tantas importunações, pois me pedem coisas que ultrapassam a minha capacidade». A Voz continuou: «Se queres realmente ser eremita, vai para o deserto interior!» O ascetismo de Santo Antão e sua vida de sacrifícios não o impediram de viver 105 anos! Morreu serenamente no dia 17 de janeiro de 356. É considerado o fundador da vida religiosa na Igreja.

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A Palavra do Papa

Para entender o significado do Sínodo e da reforma da Igreja E

nquanto acompanhava os trabalhos do Sínodo, fiz-me esta pergunta: «O que significa, para a Igreja, encerrar um Sínodo dedicado à família?». Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse. Não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinamo-las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia. Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do matrimônio entre homem e mulher, fundado sobre a unidade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana. Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vieram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro. Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família. Significa que procuramos olhar e ler a realidade, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, econômica, moral e de prevalecente negatividade. Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem “endoutriná-lo” como pedras mortas para as jogar contra os outros. Significa também que sacudimos os corações fechados que, frequentemente, se escondem até mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas. Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou melhor é a Igreja dos justos e dos santos que se sentem pobres e pecadores.

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Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível. Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas. E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procuramos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que “todos os homens sejam salvos”, para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver. A experiência do Sínodo nos fez compreender melhor que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas – são necessárias –, a importância das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia. Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho e dos trabalhadores invejosos. Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os mandamentos, criados para o homem e não vice-versa. O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor. Do Bem-aventurado Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende nele uma chama de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação. Deus, em Cristo, se revela infinitamente bom. Deus é bom. E não apenas em si mesmo. Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera. Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e she dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. O nosso arrependimento se torna a alegria de Deus». (Tópicos do Discurso de Encerramento do Sínodo, 25 de outubro de 2015).


A Igreja é Notícia

Minas, terra de santos?

Matar em nome de Deus é blasfêmia!

«A alegria do Senhor é nossa força. É um tempo de alegria para todos nós», disse o Bispo de Campanha/MG, Dom Diamantino Prata de Carvalho, ao presidir no sábado, dia 14 de novembro, a santa missa de beatificação de Padre Francisco de Paula Victor, conhecido como o Anjo Tutelar de Três Pontas. É a segunda beatificação que acontece na Diocese de Campanha. A primeira foi a da também negra e filha de escravos, Nhá Chica, em 2013. Cerca de 20 mil fiéis participaram da cerimônia, que aconteceu no Campo de Aviação de Três Pontas, cidade onde o sacerdote foi pároco durante 53 anos. A beatificação de Pe. Victor foi autorizada em junho deste ano, após a comprovação do milagre em favor de Maria Isabel de Figueiredo, que embora tivesse problemas de saúde que não lhe permitiam engravidar, o conseguiu após pedir a intercessão do sacerdote mineiro. Foi ela quem, juntamente com o marido e a filha Sofia, de quatro anos, conduziu ao altar as relíquias do novo bem-aventurado. Padre Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha no dia 12 de abril de 1827. Era negro, filho de escravos. Entrou para o seminário em 1848. Foi ordenado sacerdote a 14 de junho de 1851. Após exercer a função de vigário paroquial em Campanha por um ano, foi enviado para Três Pontas, como pároco, onde permaneceu por 53 anos, até sua morte, ocorrida a 23 de setembro de 1905, aos 78 anos de idade. Seu ministério foi marcado pela caridade e proximidade com os últimos da sociedade, e pela instrução do povo, edificando a Escola Sagrada Família para crianças e jovens.

O Papa Francisco expressou sua profunda dor pelos ataques terroristas que durante a noite da sexta-feira, dia 13 de novembro, ensanguentaram a França, causando numerosas vítimas. Ao mesmo tempo, assegurou com determinação que, utilizar o nome de Deus para justificar esse caminho é uma blasfêmia. Foi o que disse após a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no domingo, dia 15: «Tanta barbárie nos deixa a todos chocados e questionando como é possível o coração humano conceber tanto horror, que abalou não somente a França, mas o mundo inteiro. Ao Presidente da República Francesa e a todos os cidadãos ofereço a expressão de minha mais profunda condolência. De maneira particular, estou próximo dos familiares de todos aqueles que faleceram e dos feridos. Diante de tais atos, não se pode deixar de condenar a inqualificável afronta à dignidade da pessoa humana. Quero reafirmar com veemência que o caminho da violência e do ódio não resolve os problemas da humanidade!».

É possível modernizar o Islã? O Patriarca de Bagdá (Iraque), Dom Louis Sako, assinalou que irá aos tribunais internacionais de direitos humanos a fim de evitar que crianças cristãs sejam obrigadas a mudar de religião, quando capturadas pelo Estado Islâmico, de acordo com uma lei que dispõe que crianças devem passar automaticamente ao Islã quando um de seus pais se converter a essa religião. A lei que obriga à conversão tem aproximadamente 20 anos. O Patriarca disse à Rádio Vaticano que «o mundo mudou, existe uma cultura de mais liberdade no Iraque. Antes havia ditadura, hoje podemos manifestar-nos nas ruas, criticar. A Constituição mudou e, portanto, deve mudar tudo. O dever do governo não é pôr barreiras entre as pessoas, mas construir uma sociedade secular, com dignidade e liberdade. Não podemos viver num estado teocrático como no século VII». Em seguida, falando mais especificamente do Islã, acrescentou: «Acredito que existe um movimento extremista religioso no mundo árabe, com um conceito religioso muito fechado. Se os muçulmanos não chegarem a uma explicação regulada, aberta, atualizada, sinto que não terão futuro. O Islã deve ser atualizado. Criar regimes baseados numa única religião é discriminação».

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Opiniões que fazem opinião

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Nós que sonhávamos mudar todas as coisas...

ada mais frustrante do que ver um belo sonho virar pesadelo. É o que aconteceu conosco que sonhávamos mudar todas as coisas e embarcamos na canoa do PT. Ocorre que, de canoa, o PT tornou-se barco, depois, transatlântico e, enfim, Titanic. Isso ocorreu sobretudo a partir da eleição de Lula a presidente, em 2002. No poder, um tanto deslumbrado, ele proclamou: “Não tem dificuldade que me assuste, que me acanhe”. E, mais: “Neste país de 180 milhões de brasileiros, pode ter igual, mas não pensem que tem nem mulher nem homem que tem a coragem, de me dar lição de ética, moral e honestidade”. E, talvez, por ninguém ter tido tal coragem – e teria adiantado? – o PT (Partido Titanic), tornou-se um TP (Titanic Partido) ao se chocar contra o iceberg da corrupção. Já há algum tempo, quando o PT ainda era simples barco, ao perceber que enquanto alguns remavam e outros se refestelavam, desembarquei do partido. Restaram, no entanto, recordações. Após passar anos no seminário, meu irmão Nélson e eu desistimos do sacerdócio, mas não do ideal de tentar mudar, senão todas as coisas, ao menos algumas delas. Esse é o ideal que, ao lado dos valores morais, nos foi incutido no seminário e que, como professores, procurávamos cultivar e transmitir aos alunos. E, sobretudo, acreditávamos poder realizá-lo através do PT. Por isso, logo após deixar o seminário, o meu irmão saiu do Rio Grande do Sul para participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na cidade de Ibiúna, em São Paulo, onde foi preso. Por coincidência, mais tarde, meu irmão e eu passamos a residir em Ibiúna, onde fundamos o PT e um jornal local do partido. O Nélson, inclusive, foi candidato a prefeito da cidade pelo PT, e minha esposa candidatou-se a vereadora. Para tentar ele-

gê-los, saímos em busca de recursos vendendo estrelinhas do PT, enquanto isso, os dois iam de casa em casa pedindo votos. Mas, apesar dos esforços, receberam poucos votos. E não é pra menos. Em Ibiúna, onde Fernando Henrique Cardoso e outros importantes políticos do PSDB têm sítio, localizase o ninho dos tucanos. Assim, nós petistas, éramos estranhos no ninho. Estranho no ninho é o que, com o tempo e à medida que o PT crescia, passei a me sentir no partido. Após a eleição do Lula, muitos que nada tinham a ver com ideais defendidos pelo PT, foram admitidos no partido. No âmbito nacional, o PT passou a se preocupar em se perpetuar no poder a qualquer custo. E o custo chegou com a Operação Lava Jato, que colocou na prisão vários petistas importantes. Mas, nós que sonhávamos mudar todas as coisas através do PT, não desistimos do sonho. Aprendemos, no entanto, que não é possível mudar as coisas sem mudar as pessoas. No dia em que as pessoas forem honestas e justas, as coisas mudarão, através do PT ou de outro partido. E, a melhor forma de mudar as pessoas, é através da educação. Assim, diante da atual crise econômica, política, social e ética que o país atravessa, só nos resta levar a sério o que afirmou o escritor inglês H.G.Wells (1866-1944): “Entramos numa corrida entre educação e catástrofe”. Se os petistas tivessem melhor nível de educação, sobretudo ética, talvez o PT fosse, hoje, o grande partido não só do Brasil, mas do Ocidente. O problema não foi o PT, mas os petistas. Lembro que, ao falar de socialismo, o escritor irlandês George Bernard Shaw (1856-1950), Prêmio Nobel, afirmou: “Já poderíamos ter o socialismo, se não fosse pelos socialistas”. Talvez possamos dizer: “Já poderíamos ter o PT, se não fosse pelos petistas”.

Claudino Piletti

Professor e escritor

Observação: a secção “Opiniões que fazem opinião” foi criada para ajudar a conhecer, avaliar e discernir a realidade eclesial, social e política. Todos podem participar e escrever, contanto, que o façam, como queria São João XXIII, buscando o que nos une, não o que nos coloca em margens opostas. Ademais, advertimos que o conteúdo da secção pode não representar a opinião da Direção da Revista.

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1º Encontro

Círculos Bíblicos

Movidos pela Misericórdia Acolhida: preparar Bíblia, vela, flores e imagens de pessoas que mostram misericórdia. Animador/a: Bem vindos para o nosso encontro! É o próprio Deus que nos acolhe. “Que a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco!” Todos: E contigo também! Canto: “O povo de Deus...” ABRINDO OS OLHOS PARA VER

Animador/a: O Ano Santo da Misericórdia foi solenemente aberto pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. O tema deste Ano Santo é: Todos: “Misericordiosos como o Pai!” Leitor/a 1: Misericórdia significa: ter um coração compassivo e sensível à miséria, à dor, material ou espiritual, do outro. Tudo em Jesus fala de misericórdia. Em todas as circunstâncias, o que O movia era a compaixão com a dor humana; mostrou-nos o rosto misericordioso de Deus Pai. Todos: “Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso!”(Lc 6, 36) Leitor/a 2: A Misericórdia do PAI é sempre maior do que qualquer fraqueza humana. Ninguém pode pôr limites ao amor misericordioso de Deus, que perdoa. Suas portas estão sempre abertas. Ele não exclui ninguém! Misericórdia é graça; é dom de Deus! Todos: “Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia!” (Mt 5, 7).

ORAÇÃO: Salmo 146 Animador/a: Com o olhar fixo em Jesus misericordioso, rezemos: Todos: Nosso Deus é o Deus, que - faz justiça aos oprimidos; - dá o pão aos famintos; - abre os olhos aos cegos; - ampara o órfão e a viúva; - liberta os prisioneiros; - ama os justos, - levanta os abatidos; - reanima os corações atribulados; - trata das feridas doloridas; - reabilita os humilhados; - abriga os marginalizados; - mas entrava o caminho dos maus! Meu povo, este é o nosso Deus! Vamos louvá-lo! ESCUTANDO A PALAVRA

Animador/a: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo (a Igreja) prefere usar mais o remédio da misericórdia, que o da severidade. Deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos separados e afastados!” (Papa João 23) Deus não se cansa de estender a mão! “Eterna é a sua misericórdia!” Canto de Aclamação: à escolha Leitor/a 3: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9, 9 - 13 a) O que chamou mais sua atenção neste Evangelho? b) O que significa para você: “Eu quero a misericórdia e não o sacrifício!”? ASSUMINDO A PALAVRA

Animador/a: Papa Francisco nos lembra as sete Obras de Miseri-

córdia Corporal: Leitor/a: 1) Dar de comer aos famintos; 2) Dar de beber aos sedentos; 3) Vestir os nus; 4) Acolher os peregrinos; 5) Dar assistência aos enfermos; 6) Visitar os presos; 7) Enterrar os mortos. O que eu posso fazer de concreto neste “Ano Santo da Misericórdia”? REZANDO A PALAVRA

Todos: Senhor Deus, Pai de misericórdia, Jesus nos pediu a sermos misericordiosos, como Vós sois misericordioso. Que tenhamos compaixão por aquelas pessoas que vivem na miséria, na dor e no erro. Que elas se sintam acolhidas, amadas e perdoadas por Vós e por nós. Que este “Ano Santo da Misericórdia” seja um ano de graça do Senhor! Que vossa Igreja, com renovado entusiasmo, anuncie a Boa Notícia aos pobres; proclame a libertação aos presos e oprimidos; recupere a vista aos cegos; cure os corações feridos; e console todos os aflitos! Isso Vos pedimos em nome de Jesus, manso e misericordioso de coração! Amém. Pai Nosso, Ave Maria, Gloria ao Pai. BÊNÇÃO

Animador/a: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das Misericórdias e Deus de toda Consolação!” (2 Cor 1, 3). Que Deus nos proteja, nos guie, nos anime, nos guarde na palma de sua mão e nos abençoe: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém! Canto final e abraço da paz.

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Círculos Bíblicos

2º Encontro Em defesa da casa comum

Acolhida: Preparar um altar com a Bíblia em destaque, um crucifixo e se possível um cartaz com a frase deste encontro. Animador/a: Irmãos e irmãs, sejam bem vindos! A Graça e a Paz de nosso Deus Santíssima Trindade estejam com todos vocês. Estamos alegres por mais um encontro como família, o segundo deste ano. Saudemo-nos uns aos outros dando boas vindas com um forte abraço e façamos o sinal da cruz, que nos identifica como cristãos. Em nome do Pai... Canto: HINO DA CF 2016 Eis, ó meu povo o tempo favorável da conversão que te faz mais feliz; da construção de um mundo sustentável, “Casa Comum” é teu Senhor quem diz: Quero ver, como fonte o direito a brotar, a gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito, dar mais vida pra vida do povo. ABRINDO OS OLHOS PARA VER Animador/a: O tema deste nosso encontro é bastante pertinente, porque é inspirado na própria Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é: “Casa comum,

nossa responsabilidade”. Leitor/a 1: O Papa Francisco na sua carta sobre a casa comum nos diz que: “o crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres” (LAUDATO SI 220). Oração da CF 2016. Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos. No seguimento de Jesus, com Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres. Amém! ESCUTANDO A PALAVRA Animador/a: Quando falamos “em casa comum”, a própria definição já nos leva a pensar num bem que é de todos, e não apenas propriedade particular de alguém, de algum grupo, ou de uma única nação, ou ainda apenas de uma geração.

Leitor/a 2: A pessoa humana cresce, amadurece e santifica-se tanto mais, quanto mais se relaciona, sai de si mesma para viver em comunhão com Deus, com os outros e com todas as criaturas. (LS 240) Canto: Eu vim para escutar. Tua Palavra tua Palavra tua Palavra. Eu gosto de escutar... Leitor/a 3: Leitura do Livro do Gênesis 2, 8-16. PARTILHANDO A PALAVRA a) O texto, que acabamos de ouvir, narra a história do Eden, um paraíso. O que Deus pediu ao ho-

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mem ao colocá-lo nesse jardim? b) Nós cuidamos da natureza, da ecologia, do meio ambiente, dos animais, das pessoas, conforme o pensamento divino? ASSUMINDO A PALAVRA Animador/a: Deus realizou sua obra criando o jardim, o paraíso e por último colocou a pessoa humana para que cultivasse e guardasse os bens criados, e pudesse viver de seus frutos.

c) O nosso estilo de vida e os nossos ideais comtemplam o Criador e Sua obra? REZANDO A PALAVRA Oração de S. Francisco de Assis Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz; Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvidas, que eu leve a fé; Onde houver erros, que eu leve a verdade; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado; Pois é dando que se recebe; É perdoando, que se é perdoado; E é morrendo que se vive para a vida eterna BÊNÇÃO FINAL Em círculo, colocar a mão na cabeça da pessoa que está ao lado e juntos, repetir: Deus te abençoe, Deus te proteja, Deus te dê a paz. Pai, Filho e Espírito Santo...

Canto Final: Cristo quero ser instrumento...


Círculos Bíblicos

3º Encontro A ganância provoca destruição Acolhida: Dispor sobre a mesa um crucifixo, a Bíblia, um globo terrestre e, diante destes, figuras de desastres naturais ou agressões à natureza, provocadas pelo homem. Animador/a: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos ao nosso encontro. A todo instante somos “bombardeados” com um turbilhão de notícias ruins: catástrofes naturais de toda espécie, violência, agressões, destruição, corrupção, enfim, são tantos males que ficamos paralisados, atemorizados. Por isso tudo, uma atitude positiva e, necessária, é nos unirmos em oração, por nós, nosso país e pelo mundo inteiro. Iniciemos, invocando a Trindade Santa, cantando: Em nome do Pai... ABRINDO OS OLHOS PARA VER Animador/a: Se por um lado não há dúvidas de que o pecado original é a causa de tantos males que acontecem, por outro, é bom refletirmos na falta de responsabilidade do ser humano, em relação ao meio ambiente, sobretudo, por causa da ambição desenfreada, o consumismo e o descaso com a natureza, de modo geral. Tudo isso, são fatores que geram as tragédias, e assim, não estamos isentos de uma parcela de culpa, tanto na destruição da natureza, quanto no sofrimento do próximo, em virtudes dos desastres naturais.

Leitor/a 1: Rezemos com o Salmo 8 Todos: Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Homens: Quando contemplo o firmamento, obras de vossas mãos, a lua e as estrelas que fixastes, eu digo: Que é o homem, para

pensardes nele?

mundo?

Mulheres: O que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizeste quase igual aos anjos, de honra e glória o coroastes.

REZANDO A PALAVRA Animador/a: A Palavra de Deus, o magistério da Igreja, nossa Igreja particular, através da CF 2016, e, todos os males que vemos e vivemos, nos alertam acerca do perigo da ganância, do desejo de ter, do poder e do egoísmo que, de modo irracional, contrariam as Leis Divinas e os planos de amor de Deus, por nós e por todas as criaturas. Pedindo a mudança de coração e de atitude rezemos:

Homens: Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, lhe submetestes todo o universo: rebanhos e gados, e até os animais bravios. Mulheres: Pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Canto: Obrigado, Senhor / Porque És meu amigo / Porque sempre comigo / Tu Estás a Falar No perfume das flores / Na harmonia das cores / E no mar que murmura / Teu Nome a Rezar Escondido tu estás / No verde das florestas / Nas aves em festa / E no sol a brilhar. ESCUTANDO A PALAVRA Animador/a: A Palavra de Deus nos exorta, nos conscientiza da necessidade em sermos responsáveis, pela vida de todo ser humano e de todo ser vivo que povoa a Terra, obra de Suas mãos. Canto: É como a chuva que lava...

Oração da CF 2016 Deus da vida, da justiça e do amor,Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos. No seguimento de Jesus, Com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres. Amém! ASSUMINDO A PALAVRA c) Na sua opinião, as tragédias naturais são fruto da ira de Deus ou consequências da ação do homem?

Leitor 2: Ouçamos Deus que nos fala através de Oséias 4,1-3 PARTILHANDO A PALAVRA Leitor 3: Com base no texto de Oséias, no salmo 8 e nas realidades que vivemos hoje, vamos refletir e partilhar. a) As causas, os pecados pelos quais Deus declara que a terra está de luto, ainda acontecem hoje? b) Podemos afirmar que a ganância leva à destruição! Temos exemplos disso no Brasil e no

BÊNÇÃO FINAL Animador/a: Pela intercessão de Nossa Senhora, a nova Eva, mãe de todas as criaturas, peçamos que nos abençoe, nosso Deus misericordioso. Pai...

Canto: Erguei as mãos...

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Círculos Bíblicos

4º Encontro

O clima: um bem de todos, para todos

Acolhida: Preparar ambiente: mesa com Bíblia, vela e jarro com flores e se possível um globo terrestre.

Animador/a: Amados irmãos, estamos iniciando um novo ano. A Campanha da Fraternidade nos faz olhar para o nosso planeta, como olhamos para nossa casa e nos convidará a assumir compromissos em defesa do clima, da natureza. Cantemos invocando a Santíssima Trindade. Em nome do Pai... ABRINDO OS OLHOS PARA VER

Animador/a: Deus, em sua infinita misericórdia, criou a vida, e deu-lhe tudo o necessário para a sua subsistência. Leitor/a 1: Para as plantas, providenciou a terra, os minerais, a seiva, para que pudesse lançar suas raízes, firmar-se, crescer e frutificar, dar sombra e abrigar. Leitor/a 2: Para a terra providenciou a água para regar, fertilizar, purificar e refrescar e formar os rios, os lagos, os mares e os oceanos. Todos: O Senhor é Rei, e se revestiu de majestade, a terra que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada! (Salmo 92, 1) ORAÇÃO INICIAL

Animador/a: Por causa da falta de amor a Deus, o Criador, a humanidade está se autodestruindo, ao usar de forma desequilibrada os recursos naturais deixados por Deus, para nossa sobrevivência. Reconheçamos nossa falta de cuidado para com a criação e peçamos perdão. Leitor/a 1: Deus criador, te agradecemos por todos os bens da natureza e te pedimos perdão, pela

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destruição que causamos, usando a terra que nos destes, de forma injusta e sem amor aos irmãos. Todos: Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão poderosa!

casa de Deus que nos acolhe?

Leitor/a 2: Senhor, Te agradecemos pelo ar que nos permite continuar vivos e te pedimos perdão pelo egoísmo que nos torna insensíveis ao grito de socorro do nosso planeta

Animador/a: “O clima é um bem comum, um bem de todos e por isso as mudanças climáticas são um problema global que requerem o empenho responsável de todos para o seu melhoramento”, palavras do Papa Francisco na ONU, diante das autoridades do mundo. Devemos tratar do nosso lixo, cuidar e economizar a nossa água, e tomar providências para melhorar a qualidade do ar que respiramos.

Leitor/a 3: Senhor, Te agradecemos pelas condições climáticas adequadas à nossa sobrevivência e te pedimos perdão pelas muitas vezes que provocamos o desequilíbrio climático, ensejando tragédias que ceifam tantas vidas inocentes. Canto à escolha ESCUTANDO A PALAVRA

Animador/a: A Palavra de Deus também nos orienta a respeito do cuidado e do zelo que devemos ter, por tudo o que Deus colocou à nossa disposição. Canto: Fala Senhor... Leitor/a 1: Isaias 65, 17-23 PARTILHANDO A PALAVRA

Animador/a: Deus propõe “novos céus e uma nova terra”. Como essa promessa e esse desejo do Criador chegam ao nosso coração? Leitor/a 2: «Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra pertence-Me, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes» (Lv 25, 23). Estamos todos em uma mesma casa, que se chama planeta e nele somos hóspedes do Divino Anfitrião, que nos acolhe com amor. Como estamos cuidado da

Leitor/a 3: Os versículos 20 e 21 definem claramente a vontade do Senhor. Como podemos executar e tornar realidade essa vontade do Criador?

Canto: Irmão sol com irmã lua (Padre Zezinho) REZANDO A PALAVRA

Oração da CF 2016 Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos. No seguimento de Jesus, Com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres. Amém! ASSUMINDO A PALAVRA

Animador/a: Irmãos, que a nossa vida seja um contínuo ato de amor à natureza, defendendo-a e através dela louvando e adorando ao seu Criador, nosso Deus. Rezemos uma dezena do Terço, pedindo a intercessão de Nossa Senhora por nós e pela natureza. BENÇÃO FINAL

Canto Final e abraço da paz.


Pergunte e Responderemos

O Papa Francisco promulgou o Ano Santo da Misericórdia. Mas, o que é este ano? Qual o sentido dele para a minha fé?

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“ ecidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia.” Papa Francisco Foi com estas palavras que o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, no dia 13 de Março de 2015, segundo aniversário de sua eleição ao Pontificado, durante a celebração penitencial presidida na basílica de São Pedro. Conforme observamos, em dezembro do mesmo ano, diversas foram as festividades e atividades que marcaram o início do Ano Santo, como a abertura solene da Porta Santa da basílica de São Pedro, no Vaticano e a abertura das Portas da Misericórdia em todas as dioceses, numa uníssona comunhão com a Igreja de Roma. Na diocese de Dourados, a Catedral Imaculada Conceição e o Santuário de Nossa senhora Aparecida, na vila São Pedro, foram os lugares estabelecidos para acolher os fiéis peregrinos, que desejam passar pela porta e receber indulgências. Depois de atravessar a Porta Santa ou a Porta da Misericórdia, ou ainda que se tenha verificado uma das outras circunstâncias que o Papa Francisco concedeu, para que se possa obter a indulgência, (por exemplo, para os doentes, para os presos e para quem realizar uma obra de misericórdia), além das habituais condições que exigem um coração disponível, para que a graça possa trazer os frutos desejados, os fiéis deverão deter-se em oração, para realizar os últimos atos necessários: a profissão de fé e a oração pelo Papa e pelas suas intenções. Segundo o desejo enraizado no coração do santo Padre, as celebrações deste Ano Santo, devem proporcionar a todos os crentes, um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus. Em carta dirigida a Dom Rino Fisichella, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, em setembro passado, contendo indicações sobre o perdão dos pecados graves, como o aborto, as indulgências plenárias e outros temas de interesse para todos os católicos, em virtude do Ano Santo, o papa afirmou: “Que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore, e assim, o testemunho se torne cada vez mais eficaz”. O papa pede que os fiéis, em cada diocese, ou como peregrinos de Roma, vivam a graça do Jubileu. O Jubileu, como sabemos, é o ano da grande reconciliação com Deus e com os irmãos, do perdão

dos pecados, da penitência, da conversão. Sua origem prática vem do Antigo Testamento. Em Levítico, Deus dá a Moisés a ordem para fazer ressoar o chifre do cordeiro a cada 50 anos, declarando santo este ano e proclamando a remissão de todo o povo. (Lv 25) No Jubileu os escravos eram libertos, as dívidas canceladas, as terras vendidas voltavam para o primeiro dono. A terra não podia ser cultivada, e aquilo que se produzia espontaneamente era para todos. No início do seu ministério, Jesus dá ao Jubileu um novo e mais profundo significado. Depois de ter vencido as tentações no deserto, Ele vai à sinagoga de Nazaré e lê Is 61,1ss: “O espírito do senhor está sobre mim, porque me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor”.(Lc 4, 18-19) O ano da graça se manifesta pela presença de Jesus, enviado para dar o perdão de Deus a todos os homens e mulheres de boa vontade. O mais importante é anunciar que não existe pecado que não possa ser perdoado, quando for acompanhado pelo arrependimento e pelo desejo de começar uma vida nova. O Jubileu se chama Ano Santo, porque é o chamado de Deus para que a Igreja, isto é, todo o povo de Deus, busque de um modo maior a santidade de vida. “Um Ano Santo para sentirmos intensamente em nós a alegria de termos sido reencontrados por Jesus, que veio, como o Bom Pastor. Um Jubileu para darmos conta do calor do seu amor, quando nos carrega em seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai. Um Ano em que sejamos tocados pelo Senhor Jesus e transformados pela sua misericórdia, tornando-nos, também nós, testemunhas da misericórdia”, afirmou o pontífice. Assim sendo, todo homem e mulher de boa vontade é convidado a viver bem este ano santo, de modo que a intimidade com Deus e a maturidade de fé o conduza sempre mais a uma vida de santidade. Pe. Alex Dias

Paróquia São Francisco - Dourados

Envie sua pergunta para: pergunteeresponderemoselo@hotmail.com

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Vida em família

A Criança do amanhã não precisa “repetir” o Adulto de hoje

E

“Educador por vocação, educando disciplinado sem domesticação...”

ducar sem vocação é o mesmo que tentar ler com o livro fechado... Se uma criança aprende através da imitação, logo ela precisa de um exemplo prático para que seja capaz de reproduzir. Isto é, um ou vários espelhos para se guiar, e destes, finalmente, vai tirar aquilo que de acordo com suas tendências ou não, servirão como gabarito, tutorial, para construir sua própria personalidade. Não há outra maneira, mas existem muitas formas de como tudo isso irá entrar na sua vida como força indutora. Elas não poderão gostar das coisas lá de fora, se já não tiverem uma predisposição psicológica, uma força sugestiva, para que tais influências acabem por inspirá-las. Não se trata de atração involuntária, ou necessidade física por uma ou outra coisa do mundo, pois o que existe de concreto, é uma mente, um cérebro a deduzir, a avaliar, tudo aquilo que pode lhe proporcionar alguma vantagem, alguma compensação ou prazer. Criança não é burra, apenas ingênua. No cérebro, é lá dentro que estão suas memórias, suas lembranças, tudo aquilo que aprendeu a odiar ou preferir, a rejeitar ou idolatrar, e tudo isso, num primeiro momento, é incorporado de acordo com suas tendências inatas. No entanto, num segundo momento, isso ocorre à revelia do seu temperamento. E isso se aprende; tudo isso é efeito do condicionamento externo, ali não há nada sem uma origem. Há de existir um mestre, qualificado ou não, seja o que for. E tais influências não são coisas inatas, nem uma condição física que não esteja sob o domínio da vontade, como acontece, por exemplo, com uma corrente sanguínea, que flui, sem depender do nosso desejo, credo ou opinião. A questão que fica então é essa: Como surgem as predisposições, não os traços de tendências inatas e inconscientes, mas os conscientes, tais como os desejos lúcidos, as preferências, as antipatias ou empatias que darão lastro a personalidade dos nossos filhos? Afinal de

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contas, eles não nascem com nada disso. Será então coisa instintiva, como é a capacidade de sentir fome e frio; ou ao contrário, isso se aprende através da imitação, de um modelo que lhes sirva de exemplo? Para diferenciar uma coisa instintiva de outra adquirida através do hábito, é simples, basta separar aquilo que é movido pelo desejo, pela vontade, daquilo que não é. Por exemplo, sentir fome, sentir dor, chorar no berço ao sentir desconforto, e assim por diante, isso não depende de nossa vontade, ocorre à revelia do nosso querer, logo aí não há a interferência do pensamento, isso é instinto, coisa irracional, dotes da natureza primata. No entanto, se somos capazes de escolher ou comparar, preferir ou rejeitar, então é coisa do pensamento, faz parte das memórias adquiridas, acumuladas através de nossa experiência pessoal. E essa experiência inclui as influências que assimilamos e copiamos, para usar como modelo de conduta. Perceber que os vícios do mundo, a cada geração, são repassados para seus residentes, que nesse caso são nossos herdeiros, esse deveria ser o primeiro passo. Aceitar que esse é o modo usado como gabarito para condicionar as futuras gerações é compreender a coisa, por ter constatado um fato. Feito isso, como educadores, assim como o agricultor que pretende separar os grãos incapazes de germinar, daqueles que não são, devemos avaliar e refletir sobre tudo aquilo que não mais nos serve. Aliás, até que serve, mas apenas como exemplo; exemplo de tudo aquilo que não deve mais ser replicado, ou presenteado como espólio para nossos descendentes, como até hoje o temos feito. Não podemos mudar o mundo, e isso é tão óbvio quando o ar que respiramos, mas podemos sim, transformar o indivíduo que está sob nossos cuidados. Ele é uma entidade que irá viver nesse mundo, com todas suas distorções, e poderá ser um multiplicador de toda essa confusão, ou não. Trata-se de um processo individual, lento, mas necessário, se quisermos que, ao menos para ele, sua trajetória existencial tenha um desdobramento profícuo. Jon Talber


A Igreja em serviço

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Centro de Promoção da Família e da Vida

ara entendermos o histórico do Centro de Promoção da Família e Vida, é preciso que eu adentre um pouco em minha história pessoal de vida. O ano era 1990, quando começamos a participar da Pastoral Familiar. Éramos, jovens e sentimos a necessidade de estar ligados a Igreja, pois queríamos que a nossa família estivesse alicerçada sobre a rocha que é Jesus (cf. Mateus 7,24). Partindo desse desejo começamos a formação de família e Igreja, e já naquela época percebíamos como as famílias passavam por muitas dificuldades, especialmente nos relacionamentos. Através dos encontros em grupos de casais, participação na Eucaristia e retiros de formação, fortalecíamos o nosso matrimônio e, a partir daí, casais nos procuravam, e pediam ajuda, muitos conseguíamos ajudar, mas fomos percebendo que precisavam muitas vezes de uma ajuda profissional e por isso não íamos ao cerne de toda a situação. Frei João Maria, na época, já percebia a necessidade de um local e de mais pessoas para atender a demanda, o tempo foi passando e fomos amadurecendo essa ideia, nos fortalecendo como casal cristão, nossos filhos foram crescendo e assim notamos que estávamos prontos para começar aquele trabalho sonhado lá no início da nossa vida matrimonial. Padre Wilson Cardoso de Sá, pároco da Catedral diocesana na época, também tinha esse desejo, e em uma conversa com Dom Redovino nasceu a ideia de começarem os atendimentos; a Catedral tinha o espaço e o Padre sabia que era um projeto muito sonhado por nós. Começamos imediatamente a reforma do local (abril de 2005) e em dois meses iniciamos os atendimentos, (junho de 2005) contando com o apoio do novo pároco Padre Rubens José dos Santos.

Abrimos as atividades com um pequeno grupo, faziam parte da equipe: Roberto Pina e sua esposa Miriam Pina, que participam do movimento Focolares, alguns casais voluntários da RCC (especialmente da Paróquia São João Batista) e as três psicólogas Joice Marques, Silvia Mara Pagliuzo Muraki, Rosemeire Martins, e meu esposo Ângelo Ximenes. Além destes já citados, um funcionário, que era mantido pela Mitra Diocesana. Hoje, o Centro de Promoção da Família e da Vida, conta com mais de 50 voluntários, entre eles psicólogos, assistentes sociais e advogados. Contamos também com três locais de atendimento, sendo eles: Catedral, Paróquia São Carlos e São José Operário. Os atendimentos são realizados da seguinte maneira: as pessoas se dirigem ao Centro de Promoção, deixam os seus dados pessoais e relatam os seus problemas, passam por uma triagem e logo após, são encaminhados para os profissionais segundo a necessidade. Atualmente são realizados cerca de 50 atendimentos mensais. Todos os que já passaram por este Centro agradecem a acolhida e se declaram satisfeitos. Assim reafirmamos as sábias palavras de São João Paulo II, que a família é o “santuário da vida” e por isso merece tamanho cuidado e dignidade.

Maria do Carmo Alves Ximenes

Coordenadora do Centro de Promoção da Família e da Vida

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A Diocese em Revista

Saudação da CNBB ao novo Bispo de Dourados A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB congratula-se com o Revmº. Pe. Henrique Aparecido de Lima, CSSR, nomeado pelo Papa Francisco, Bispo da Diocese de Dourados – MS. Nascido aos 28 de julho de 1964, em Assis Chateaubriand – PR, ingressou no Seminário de Santo Afonso da Congregação do Santíssimo Redentor, emitiu os votos solenes em maio de 1999, sendo ordenado presbítero aos 21 de novembro do mesmo ano. Em 2017, foi eleito Vigário da Província e, em 2014, assumiu como Provincial dos Redentoristas de Campo Grande-MS. Ao mesmo tempo em que agradecemos a Dom Redovino Rizzardo, CS pela dedicação generosa à Igreja Particular de Dourados, acolhemos o Revmº. Pe. Henrique como novo membro da CNBB, desejando que o seu ministério episcopal seja vivido na incansável doação, especialmente aos mais pobres e necessitados. Suplicamos a Deus, pela intercessão da Virgem Maria, as bênçãos necessárias para um frutuoso serviço, nesta nova missão. Unidos pela mesma missão,

Aconteceu...

Encontro fraterno dos bispos em Coxim

Brasília, 21 de outubro de 2015 Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília-DF Secretário-Geral da CNBB

Acontecerá... 18/10 - Visita aos padres e à Igreja Matriz de São Gabriel do Oeste

19/10 - Passeio pelo Rio Taquari, em Coxim.

Celebração da Santa Missa, em Rio Verde

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A Diocese em Revista Dourados, 18 de outubro: Missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt (CMPS) de Dourados comemoram os 101 anos da Aliança de Amor.

Dourados, 25 de outubro: Crismas na Paróquia São João Batista.

Dourados, 31 de outubro: Crismas na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Glória de Dourados,1º de novembro: Crismas.

Dourados, 9 de novembro: Inauguração da Casa Jão José (para padres e bispos idosos e doentes)

Dourados, 14 de novembro: Escola Catequética Diocesana, no IPAD

Maracaju, 8 de novembro: Jornada Diocesana da Juventude

Dourados, 14 de novembro: 1ª Eucaristia, na Capela Santa Cruz.

Dourados, 20 de novembro: Assembleia Regional do COMIRE.

Dourados, 15 de novembro: Inauguração do memorial do Padre Manoel Farinha Costa, primeiro pároco da paróquia São João Batista

Dourados, 21 de novembro: Encontro do Caminho Neocatecumenal.

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Fatos em foco

Indápolis, 22 de novembro: Crismas.

Dourados, 22 de novembro: Missa de despedida do Pe. Alberto Wiese na paróquia São João Batista. Dourados, 23 de novembro: Missa de confraternização do Cursilho, presidida por Monsenhor Henrique e concelebrada por Dom Redovino.

Dourados, 23 de novembro: Visita de Dom Redovino e Monsenhor Henrique ao CEIA.

Dourados, 28 de novembro: Confraternização de encerramento das atividades da CRB.

Dourados, 29 de novembro: Primeira Eucaristia na Comunidade Católica São Jorge, Paroquia Bom Jesus. Caarapó, 29 de novembro: Criação da paróquia São Francisco de Assis. Caarapó, 29 de novembro: Posse do Pe. Alberto na paróquia Paróquia Senhor Bom Jesus.

Caarapó, 29 de novembro: Posse do Pe. Paulino na paróquia São Francisco de Assis.

Dourados, 29 de novembro: Posse do Pe. Pedro A. Mendes na paróquia São João Batista.

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Implantação de hortas “familiares” na Reserva Indígena de Dourados, projeto das Irmãs Missionárias da Consolata.


Fique por dentro!

Agenda Diocesana Janeiro:

25/29 – Escola Teológica para Leigos, no IPAD 30 – Ordenação episcopal e posse de Dom Henrique Aparecido de Lima, CSsR

Fevereiro:

11 – Aniversário da Dedicação da Catedral Diocesana 14 – Abertura Diocesana da Campanha da Fraternidade 19/20 – Assembleia Diocesana de Pastoral, no IPAD

Datas Significativas

Janeiro:

01 – Solenidade da Santa Mãe de Deus – Dia da Paz e da Confraternização Universal 03 – Epifania do Senhor: Santos Reis 10 – Batismo de Jesus 16 – Aniversário de morte de Dom Carlos Schmitt, 2° bispo de Dourados (2006) 17 – 2º Domingo do Tempo Comum 24 – 3º Domingo do Tempo Comum 28 – Santo Tomás de Aquino 31 – 4º Domingo do Tempo Comum

Religiosos/as Nascimento Janeiro 05. Ir. Olga Manosso, isj 19. Ir. Mª Beatriz de C. Rei, ocs 27. Ir. Álison H. Furlan, Maristas Fevereiro 03. Ir. Rafka Sacerdote, fpss 03. Ir. Maria V. Menina, ssvm 05. Ir. Adiles Schäfer, mesc 05. Ir. Aurora Tormen, isj 09. Ir. Meire de C. Bem, fpss 12. Ir. Iolanda dos Santos, icmes 12. Ir. Graciema M. Parizoto, isj 14. Ir. Elisa Maria Bisol, sts 19. Ir. Iraci Petry, ufcc 22. Ir. Nelsa de J. Alves, ufcc 23. Ir. Lúcia da Silva, isvpg Profissão Religiosa Janeiro 06. Ir. Mª Jesuína Espírito, ocs 20. Ir. Teresinha Schlindwein, cifsj 22. Ir. Claudete Boldori, iascj 25. Ir. Marlene Thomazini, iascj 26. Ir. Maria de Oliveira, iascj 26. Ir. Teresinha Felipe, iascj

29. Ir. Clemência A. Siculpira, imc Fevereiro 01. Ir. Janete R. Rojek, ufcc 02. Ir. Rita B. Röhsler, ufcc 02. Ir. Salete Conte, ufcc 02. Ir. Anete Sens, cifsj 02. Ir. Elita Kuhnen, cifsj 02. Ir. Mª C. Munhoz, Orionita 02. Ir. Severina de Lima, sts 02. Ir. Maria José Silva, isna 02. Ir. Nair F. de Brites, isvpg 02. Ir. Antônio M. Teles, Maristas 03. Ir. Lúcia Wolfart, ufcc 03. Ir. Maria A. Betoni, ufcc 03. Ir. Nelsa de J. Alves, ufcc 03. Ir. Olga Biss 06. Ir. Cristina Souza, cicaf 09. Ir. Ivani Bislin 11. Ir. Clarice Romagna, iascj 11. Ir. Terezinha Pessini, iascj 11. Ir. Maria Kathamokya, ufcc 12. Ir. Iraci Petry, ufcc 14. Ir. Anari Nantes, isj 14. Ir. Mª do Nascimento, isj 16. Ir. Lúcia da Silva, isvpg 17. Ir. Adriana A. do Rosário, sjs 18. Ir. Míriam Spezia, cicaf

Fevereiro:

02 – Apresentação do Senhor – Encerramento do “Ano da Vida Consagrada” 07 – 5º Domingo do Tempo Comum 08 – Carnaval 09 – Quarta-feira de cinzas – Início da Quaresma 11 – Nossa Senhora de Lourdes – Dia Mundial do Enfermo 14 – 1º Domingo da Quaresma 21 – 2º Domingo da Quaresma 28 – 3º Domingo da Quaresma – Aniversário de falecimento de Dom Teodardo Leitz, 3° bispo de Dourados (1999).

Aniversariantes Padres e Diáconos

Nascimento Janeiro 01. Pe. João B. Ferreira, mps 04. Pe. Alberto Wiese 07. Pe. Pedro Wegmann, sac 23. Diác. Antônio B. do Amaral 23. Pe. Aldoir Ceolin, sac 31. Diác. Vilson Buzzio Hernandes

Ordenação Janeiro 05. Pe. Josué Ruivo, mps 23. Pe. Paulino C. de Oliveira

Fevereiro 02. Pe. Wilson Cardoso de Sá 07. Pe. Adriano Van de Ven, svd 10. Pe. Tiago G. de Oliveira, Fevereiro sjs 05. Pe. Martinho A. de 23. Pe. Ademir Luiz Fontana Sousa, sjs 13. Pe. Crispim Guimarães dos Santos 14. Pe. Vilmo N. de Souza 19. Pe. Rubens José dos Santos 22. Pe. Leão Pedro Kolbe de Lima 29. Diác. Alcides Martins Salviano

Jan/Fev de 2016 19



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