Ano XXXV - nº 395 - Outubro/2015
Distribuição Gratuita. Venda proibida.
A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração
Índice
Apresentação Caros amigos leitores, saúde e paz! A Igreja dedica o mês de outubro às missões; e assim nos lembra que é alegria e dever de todo batizado ser um evangelizador. Não é cristão de verdade quem não fala de Cristo e da Igreja. O Batismo, por sua vez, nos faz “membros do Corpo de Cristo” - a Igreja - e assim, participantes de Sua Missão de salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de Jesus. Que responsabilidade não é? Logo no início desta edição, na Palavra do Pastor, nos deparamos com os seguintes questionamentos: Como é que se faz um bispo? Quem o escolhe? Quais os requisitos para ocupar esta posição? Tudo isso nos responde o nosso bispo diocesano, Dom Redovino. Com ele, podemos sanar a sadia curiosidade acerca destas realidades da Igreja. “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). É a este desafio que somos convidados na página “Palavra de Vida”. Ser discípulo de Jesus é antes de tudo, testemunhar com a vida, e pela forca do amor os ensinamentos do Mestre. Neste mesmo contexto, vale a pena conferir o belo testemunho de Santo Antônio de Santana Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro. Aproxima-se a chegada do “Ano Santo da Misericórdia”, e por isso na página “A Palavra do Papa”, temos uma carta escrita por sua Santidade, tendo em vista a proximidade deste ano. Com ela somos preparados para a verdadeira e fecunda vivëncia deste ano. Ainda nesta edição: “A Igreja é notícia”, com algumas das mais relevantes notícias para a Igreja nos últimos dias; “Opinião que fazem opiniões” com a importante carta aberta de Dom Dimas Lara Barbosa (Presidente do Regional Oeste 1 da CNBB e Arcebispo Metropolitano de Campo Grande/MS), à Presidenta da Republica, quanto a questão terra/indígenas. Não deixem de realizar os círculos bíblicos deste mês, cada encontro, quando bem rezado e vivenciado, nos tornam cristãos melhores. Não fiquem com dúvidas, leiam também a página “Pergunte e responderemos” com Pe. Neuton nos orientando quanto à diferença entre padres diocesanos e religiosos. Vale a leitura da mensagem de Dom Redovino aos agricultores católicos da Diocese de Dourados, sobre os conflitos de terra com seus irmãos indígenas. Temos também a “Diocese em Revista”, “Vida em família”, “A Igreja em Serviço”, “Fatos em Foco”. Fique por dentro da agenda diocesana. Fraterno abraço em Cristo Jesus!
Pe. Marcos Roberto P. Silva
padremarcosrobertop.silva@gmail.com
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03
A Palavra do Pastor
04
Palavra de vida
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Testemunho de vida
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A Palavra do Papa
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Opiniões que fazem opinião
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Círculos bíblicos
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Pergunte e responderemos
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A Diocese em revista
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Vida em Família
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Obras em Destaque
Como se faz um bispo...
“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35) Santo Antônio de Santana Galvão
Ano Santo da Misericórdia...
Carta aberta à Presidenta da República
Qual é a diferença entre padres diocesanos e religiosos?
O que tem destruído tantos casais católicos ultimamente? A resposta é surpreendente Centro de Espiritualidade Nossa Senhora Aparecida (C.E.N.S.A.)
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Fatos em foco
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Fique por Dentro!
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Patrocinadores Expediente
Revista Elo - Outubro/2015 - Ano XXXV - nº 395 Diretor: Pe. Marcos Roberto P. Silva Equipe Revista Elo: Dom Redovino Rizzardo; Padre Jander da Silva Santos; Seminarista Éverton F. S. Manari; Estanislau N. Sanabria; Adriana dos Santos Gonçalves; Maria Giovanna Maran; Suzana Sotolani; Ozair Sanabria; Solenyr Araújo. Diagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo Caparróz Propriedade: Mitra Diocesana de Dourados Telefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911 Site: www.diocesededourados.com.br Contatos e sugestões: elo@diocesededourados.com.br Impressão: Gráfica Infante Tiragem: 18.330 exemplares
A Palavra do Pastor
Como se faz um bispo... P
elo momento particular que a Diocese de Dourados atravessa, na expectativa da chegada do novo Pastor, pode ser que algumas pessoas se perguntem: «Como é que se faz um bispo? Quem o escolhe? Quais os requisitos para ocupar esta posição?». Para começo de conversa, convém saber o que são os bispos para a Igreja Católica. A resposta nos é dada pelo “Catecismo da Igreja Católica”: «Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram como sucessores os Bispos, a eles transmitindo seu próprio encargo de magistério. Para que a missão a eles confiada fosse continuada após a sua morte, confiaram a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus» (Nº 77 e 861). Como se percebe, para a Igreja Católica, a figura do bispo tem um significado diferente do que se vê, por exemplo, na Igreja Universal do Reino de Deus, onde, mais do que sucessor dos Apóstolos, ele é líder e administrador, sem uma ordenação especial. Outra pergunta que se pode fazer é: qual o processo para se chegar à escolha dos candidatos? Vejamos o que diz a lei da Igreja, sintetizada no Código de Direito Canônico: «O Sumo Pontífice nomeia os Bispos livremente, ou confirma os que foram legitimamente eleitos. Pelo menos a cada três anos, os Bispos de uma Província eclesiástica façam uma lista de presbíteros, também dos que são membros de Institutos de vida consagrada, mais aptos para o episcopado, e a enviem à Sé Apostólica, mantendo-se o direito de cada Bispo de apresentar à Sé Apostólica os nomes de presbíteros que julgar dignos e idôneos para o múnus episcopal» (Cân. 377, § 1 e 2). Portanto, quem apresenta os candidatos não são as Congregações religiosas, os Movimentos eclesiais, os padres, os diáconos e os leigos, mas os bispos de um Estado ou região, que o fazem coletiva ou individualmente. Uma última pergunta poderia ser: quem é que pode ser bispo? O Código de Direito Canônico indica os seguintes requisitos: «Para a idoneidade dos candidatos ao Episcopado, requer-se que: 1º se destaque pela fé sólida, bons costumes, piedade, zelo pelas almas, sabedoria, prudência e virtudes humanas, bem como de todas as outras qualidades que o tornem ca-
pacitado para o desempenho do ofício em questão; 2º goze de boa reputação; 3º tenha pelo menos 35 anos de idade; 4º seja presbítero ordenado há cinco anos, pelo menos; 5º tenha conseguido a láurea de doutor, ou, pelo menos, a licença em Sagrada Escritura, Teologia ou Direito canônico, num instituto de estudos superiores aprovado pela Sé Apostólica, ou, pelo menos, seja verdadeiramente perito em tais disciplinas» (Cân. 378). Quanto a mim, deixo a Deus julgar se estava ou não preparado para ser bispo de Dourados. De outra parte, somente vários anos depois de ter aqui chegado é que eu soube que, quem me apresentou para esta função, fora Dom José Alves da Costa, bispo de Corumbá, que me conheceu nas visitas que lhe fiz preparando a chegada da Congregação dos Missionários de São Carlos em sua diocese, no biênio 1996/1997. E já que estamos no campo das curiosidades, transcrevo parte da carta que enviei ao Papa Francisco no dia 14 de abril de 2014, dois dias após completar 75 anos de idade: «Meditando sobre o que esses anos significam para mim, lembrei-me mais vezes da resposta dada por Vossa Santidade, no dia 28 de julho de 2013, em sua viagem de retorno do Brasil, ao jornalista espanhol Dario Torres, que lhe perguntava como se sentia em sua missão de Pontífice: “Fazer o trabalho de bispo é bonito. Em Buenos Aires, eu era muito feliz. Deus me assistiu. Mas, já como padre, eu fui feliz. Como bispo, fui feliz. E, como papa, também. Se você faz aquilo que Deus quer, é feliz!”. Eu também, apesar de minhas fraquezas, falhas e limitações, preciso reconhecer que, ao longo dos 48 anos de sacerdócio, Deus me acompanhou com tantas graças, que a minha felicidade foi sempre superior aos aborrecimentos que as contrariedades – quando não estamos em Deus – costumam suscitar. Agora, Santidade, de acordo com o Código de Direito Canônico, com confiança e serenidade, venho colocar em suas mãos o cargo que me foi entregue há 14 anos. Se tivesse mais saúde, ousaria dizer com São Martinho de Tours: “Senhor, se ainda sou necessário a teu povo, não recuso o trabalho. Faça-se a tua vontade!”. Contudo, o que importa é estar na vontade de Deus e colaborar com o seu projeto de amor. Por isso, o que Vossa Santidade decidir a meu respeito, tem, desde já, o meu consentimento e agradecimento».
Dom Redovino Rizzardo, cs Bispo Diocesano
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Palavra de Vida
“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35)
É
esse o distintivo, o sinal de reconhecimento, a característica típica dos cristãos. Ou, pelo menos, é o que deveria ser, porque foi assim que Jesus imaginou a sua comunidade. Um fascinante escrito dos primeiros séculos do cristianismo, a Carta a Diogneto, dá conta de que “os cristãos não se distinguem dos outros homens nem pelo território, nem pelo modo de falar, nem pelo modo de vestir. Com efeito, não moram em cidades diferentes, não usam alguma língua estranha, nem adotam um modo de vida especial”. São pessoas normais, como todas as outras. No entanto, possuem um segredo que as faz influir profundamente na sociedade, fazendo-as ser como que a sua alma. É um segredo que Jesus confiou aos seus discípulos pouco antes de morrer. Ele, Mestre de sabedoria, deixou como herança a arte do saber viver, do viver bem, que é a reciprocidade do amor. É esta a última vontade de Jesus, o seu testamento: a vida do Céu que Ele trouxe à terra. Ele quer que seja esta a identidade dos seus discípulos, que eles sejam reconhecidos como discípulos pelo amor mútuo: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. Mas os discípulos de Jesus são mesmo reconhecidos pelo amor recíproco? “A história da Igreja é uma história de santidade”, escreveu João Paulo II. “No entanto, ela registra também numerosos episódios que constituem um contratestemunho para o cristianismo”. Durante séculos os cristãos se combateram em nome de Jesus, e persistem na divisão entre si. Ainda hoje há pessoas que identificam os cristãos com as Cruzadas, com os tribunais da Inquisição, ou os veem como defensores
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ferrenhos de uma moral antiquada que se opõem ao progresso da ciência. Em Jerusalém, as pessoas ficavam admiradas pela comunhão dos bens entre os primeiros cristãos, pela unidade, pela sua “alegria e simplicidade de coração” (At 2,46). “O povo estimava-os muito”, e por isso a cada dia “crescia sempre mais o número dos que pela fé aderiam ao Senhor” (At 5,13-14). O testemunho de vida da comunidade exercia uma forte atração. Hoje, por que não nos conhecem como aqueles que se distinguem pelo amor? O que fizemos do mandamento de Jesus? No mês de outubro lembramos que Jesus mandou anunciar o Evangelho em todo o mundo. Esta Palavra de Vida nos ajuda a focalizar a dimensão fundamental do anúncio cristão. Não é a imposição de uma fé, nem proselitismo, nem ajuda interesseira aos pobres para convertê-los. Não é sequer uma defesa exigente dos valores morais ou um posicionamento firme diante das injustiças e das guerras, embora o cristão não possa deixar de tomar essas atitudes obrigatórias. O anúncio cristão é acima de tudo um testemunho de vida de cada discípulo de Jesus. O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres. Até mesmo quem é contrário à Igreja muitas vezes fica tocado pelo exemplo dos que dedicam a vida aos doentes e aos pobres, ou deixam a pátria para oferecer ajuda nos focos de guerra e miséria. Mas Jesus pede sobretudo o testemunho de uma comunidade que mostra a veracidade do Evangelho, que gera uma sociedade nova, que vive uma autêntica fraternidade de ajuda e serviço
mútuo, de uma atenção coletiva às pessoas mais frágeis e necessitadas. A Igreja já mostrou esse tipo de testemunhos, como as aldeias construídas pelos franciscanos ou jesuítas para os índios na América do Sul (as Reduções), ou os mosteiros com os povoados que surgiam ao seu redor. Também hoje surgem pequenas cidades de testemunho (as Mariápolis permanentes) onde se podem ver os sinais de uma sociedade nova, fruto da vida evangélica, do amor mútuo. Se vivermos entre nós a unidade pela qual Jesus deu a vida, poderemos criar um estilo alternativo e semear esperança e vida nova ao redor. Uma família que renova a cada dia o desejo de viver no amor mútuo pode ser um raio de luz na indiferença existente no condomínio ou na vizinhança. Uma “célula de ambiente”, ou seja, pessoas que vivem com radicalismo o Evangelho no próprio trabalho, na escola, na sede do sindicato, nos gabinetes administrativos, numa prisão, poderão romper a lógica da luta pelo poder, criar um clima de colaboração e gerar uma fraternidade inesperada. Não era isso que faziam os primeiros cristãos? Não foi assim que eles difundiram a novidade transformadora do cristianismo? Sejamos hoje nós “os primeiros cristãos”, chamados, como eles, a nos perdoarmos, a nos vermos sempre novos, a nos ajudarmos; numa palavra, a nos amarmos intensamente como Jesus amou, na certeza de que a sua presença em nosso meio tem a força de envolver também os outros na lógica divina do amor.
Pe. Fábio Ciardi
Testemunho de Vida
Santo Antônio de Santana Galvão
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ntônio de Santana Galvão, o primeiro brasileiro a ser declarado santo pela Igreja, nasceu em Guaratinguetá, a 10 de maio de 1739, 22 anos depois do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nos arredores da mesma cidade. Quarto filho de Antônio Galvão de França e de Isabel Leite de Barros, o menino cresceu, juntamente com seus dez irmãos, num ambiente familiar sadio e religioso. A casa era grande e confortável, pois seus pais gozavam de prestígio social e de influência política. Em 1752, quando completou 13 anos, foi enviado por seus pais para Cachoeira, na Bahia, a fim de estudar no Colégio Belém, administrado pela Companhia de Jesus. Sentindo-se desde pequeno atraído para Deus na vida religiosa, seu primeiro impulso foi de fazer parte do Instituto que o acolhera, mas a perseguição desencadeada pelo Marquês de Pombal contra os Jesuítas, fez com que se decidisse pela Ordem Franciscana. Aos 21 anos, no dia 15 de abril de 1760, iniciou o noviciado no Convento São Boaventura, em Cachoeira do Macacu, Rio de Janeiro. Ali também fez sua profissão solene, a 16 de abril do ano seguinte, e começou os estudos de filosofia e teologia. Recebeu a ordenação sacerdotal no dia 11 de julho de 1762, quando mal completara 23 anos. Logo em seguida, foi transferido para o Convento São Francisco, em São Paulo, onde exerceu as tarefas de confessor, pregador e porteiro da casa religiosa.
Escritor e orador renomado, em 1770 foi convidado a fazer parte da Academia Paulista de Letras, então denominada “Academia dos Felizes”. Em fevereiro de 1774, fundou o “Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência”, denominação que, mais tarde, foi simplificada em “Mosteiro da Luz”, dirigido por uma Congregação religiosa feminina, dedicada à educação de meninas e à acolhida de doentes e pobres. De sua parte, graças à santidade de vida e ao amor com que se aproximava de quantos dele precisassem, Frei Antônio acabou se tornando uma das personalidades mais influentes da cidade, tanto que a Câmara de São Paulo o definiu “homem da paz e da caridade”. É o que demonstram, entre outros, estes dois exemplos. Certo dia, o capitão-mor sentenciou à morte um soldado por ter ofendido a um de seus filhos. Julgando a decisão descabida e desumana, Frei Galvão tomou a defesa do infeliz. Humilhado em sua arrogância, o capitão o expulsou da cidade. Mas a medida não chegou a ser efetivada, porque o povo se amotinou e obrigou o militar a revogar o decreto. Algo semelhante aconteceu em 1781, quando o Frade foi nomeado mestre de noviços em Cachoeiras do Macacu. Na ocasião, o próprio bispo de São Paulo, Dom Manuel da Ressurreição, recorreu ao Superior dos Franciscanos, asseverando-lhe que «nenhum dos habitantes desta cidade será capaz de suportar, por um só momento, a ausência de um religioso tão santo».
Frei Antônio faleceu em dezembro de 1822 – poucos meses após a independência do Brasil –, com quase 84 anos de idade. Sobre o seu sepulcro foi colocada esta inscrição: “Aqui jaz Frei Antônio de Santana Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente adormeceu no Senhor no dia 23 de dezembro de 1822″. «Tendo a sua alma sempre em suas mãos», sem buscar nada que não fossem a glória de Deus e o bem das pessoas. Talvez seja esta uma das mais belas descrições de seu agir. Seu contato com o sobrenatural era tão profundo, que lhe foram atribuídos diversos fenômenos místicos. Segundo relatos que se difundiram ainda durante a sua vida, por mais vezes ele se fez presente em dois lugares diferentes ao mesmo tempo para cuidar de doentes e moribundos que solicitavam a sua ajuda. Estava sempre disponível para ir ao encontro de quem quer que pedisse a sua presença, mesmo que, para isso, tivesse que fazer longas caminhadas, de dia e de noite. Para que ninguém atribuísse a ele as graças alcançadas e as curas realizadas, passou distribuir rolinhos de papel, com uma invocação a Nossa Senhora. As “pílulas de Frei Galvão” produziram resultados imediatos. Uma jovem sofria de cólicas renais tão agudas, que parecia correr risco de vida. Depois de tomar a pílula, a dor cessou e ela expeliu uma grande quantidade de cálculos. Em outra ocasião, um homem pediu ao Frei que socorresse a esposa, que passava por um parto difícil. O frade lhe ofereceu a pílula, e a criança nasceu sem maiores problemas. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 25 de outubro.
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A Palavra do Papa
Ano Santo da Misericórdia... A
proximidade do Jubileu Extraordinário da Misericórdia permite-me focar alguns pontos sobre os quais considero importante intervir para consentir que a celebração do Ano Santo seja para todos um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus. Desejo que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore e, assim, o testemunho se torne cada vez mais eficaz. O meu pensamento se dirige, em primeiro lugar, a todos os fiéis que, em cada Diocese, ou como peregrinos em Roma, viverem a graça do Jubileu. Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação à Porta Santa, aberta em cada Catedral – ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano – e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao sacramento da Reconciliação e à celebração da Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro. Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor que, no mistério da sua paixão, morte e ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar. O meu pensamento se dirige também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O Jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A
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todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai, que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Eu pedi que a Igreja redescubra, neste tempo jubilar, a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais. De fato, a experiência da misericórdia se torna visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus ensinou. Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai, que não exclui ninguém. Um dos graves problemas do nosso tempo é a alterada relação com a vida. Uma mentalidade muito difundida fez perder a necessária sensibilidade pessoal e social pela acolhida de uma nova vida. O drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer. Penso, de maneira particular, em todas as mulheres que recorreram ao aborto. Conheço bem os condicionamentos que as levaram a tomar esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que traziam no seu coração a cicatriz causada por esta escolha sofrida e dolorosa. O que aconteceu é profundamente injusto; contudo, só a sua verdadeira compreensão pode impedir que se perca a esperança. O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando, com coração sincero, se aproxima do sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai. Por este motivo, não obstante qualquer disposição em contrário, decidi conceder a todos os sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto a quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado. Os sacerdotes se preparem para esta grande tarefa sabendo conjugar palavras de acolhida genuína com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido e indicar um percurso de conversão autêntica, para conseguir entender o verdadeiro e generoso perdão do Pai, que tudo renova com a sua presença. Vaticano, 1º de setembro de 2015 Francisco
A Igreja é Notícia
É permitido divergir num estado laico?
Transexual pode ser padrinho de batismo?
Sob a acusação de “ultraje ao Tribunal”, acabou presa, no dia 2 de outubro, Kim Davis, uma funcionária de Kentucky, nos Estados Unidos. Ela havia decidido ignorar a sentença do Supremo Tribunal de Justiça que, em junho, havia reconhecido como direito constitucional o casamento gay. Afirmando ser cristã, ela recorreu à “objeção de consciência” para não realizar um casamento desse tipo. Davis deverá permanecer no cárcere até se decidir a aceitar a sentença do juiz David Brunning, que explicou: «O Tribunal não pode perdoar a desobediência obstinada a uma ordem emanada de acordo com a lei. A ideia de um direito natural superior à autoridade de um Tribunal seria um precedente perigoso». Algo semelhante aconteceu em alguns municípios do Alabama. O mesmo juiz deu razão aos casais gays e impôs à chanceler de «cumprir com as próprias obrigações, apesar de suas convicções religiosas».
No dia 6 de agosto, a diocese de Cádiz (Espanha) admitiu a transexual Álex Salinas como padrinho de batismo de seu sobrinho. Devido à polêmica que o fato gerou, Dom Rafael Zorzona Boy, bispo local, consultou o Vaticano e recebeu a seguinte resposta: «Respondendo ao caso apresentado, comunico-lhe que não é possível a admissão. O próprio comportamento transexual revela de maneira pública uma atitude oposta à exigência moral de resolver o problema de identidade sexual de acordo com a verdade do próprio sexo. Portanto, é evidente que esta pessoa não possui o requisito de levar uma vida conforme à fé e ao cargo de padrinho, não podendo, portanto, ser admitido ao cargo nem de madrinha nem de padrinho. Não é uma discriminação, mas somente o reconhecimento de uma objetiva falta dos requisitos que, por sua natureza, são necessários para assumir a responsabilidade de ser padrinho». Através de uma nota, Dom Rafael lembrou que o papel que os padrinhos assumem no sacramento do batismo é «de colaborar com os pais na formação cristã do afilhado, procurando que leve uma vida coerente com a fé batismal e cumpra fielmente as obrigações inerentes». E acrescentou: «De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, os padrinhos devem ser pessoas de fé, capazes e dispostos a ajudar o novo batizado no seu caminho da vida cristã». O bispo aproveitou a ocasião para recordar o que o Papa Francisco escreveu na Encíclica “Louvado sejas”: «A transexualidade é um comportamento contrário à natureza do homem. A valorização do próprio corpo em sua feminilidade ou masculinidade é indispensável para se reconhecer a si mesmo no encontro com o diferente. Deste modo é possível aceitar gozosamente o dom específico do outro ou da outra e enriquecer-se reciprocamente. Portanto, não é adequada uma atitude que pretenda cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com a mesma». «Apesar disso – concluiu Dom Rafael – a Igreja acolhe a todas as pessoas com caridade, querendo ajudar a cada uma em sua situação concreta, mas sem negar a verdade que prega, a todos propondo um caminho de fé que leve a uma verdadeira liberdade interior».
Papa Francisco facilita o processo sobre nulidade matrimonial No dia 8 de setembro, o Papa Francisco estabeleceu algumas reformas nos processos que visam a solução dos casamentos nulos, para que possam ser feitos com maior brevidade. Em sua introdução, o Santo Padre reconhece que esta reforma pode gerar preocupação sobre o ensinamento da Igreja a respeito da indissolubilidade do matrimônio: “Sei que um julgamento abreviado pode pôr em risco a indissolubilidade do matrimônio. Por esta razão, eu quis que, neste processo, o juiz seja o Bispo, porque a força de seu ministério pastoral é, com Pedro, a melhor garantia da unidade católica na fé e na disciplina”. Entre as mudanças mais significativos, o Papa Francisco decidiu retirar a apelação que se gerava logo depois de tomar decisão de nulidade; e dar aos bispos o poder de decidir diretamente quando os casos de nulidade são particularmente evidentes. Com a reforma, será necessária apenas uma única sentença, a não ser que se parta para uma apelação. Nesse caso, ela pode ser feita na arquidiocese mais próxima, sem precisar dirigir-se a Roma. O Pontífice estabeleceu que cada diocese deve nomear um juiz ou um tribunal para processar os casos. Cada bispo local pode ser o juiz ou estabelecer um tribunal de três membros. Nesse caso, pelo menos um deles deve ser do clero e os outros dois podem ser leigos. O Papa também declarou que o processo de nulidade será gratuito.
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Opiniões que fazem opinião
Carta aberta à Presidenta da República Campo Grande, 31 de agosto de 2015. Em primeiro lugar, espero encontrá-la em plena saúde e paz! No dia 22 de novembro de 2013, escrevi uma Carta Aberta às Autoridades com o mesmo subtítulo que agora utilizo. Na ocasião, tal Carta foi enviada a Vossa Excelência, ao Ministro da Justiça, ao então Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, dentre outras autoridades. Tive notícias de que a mesma teria sido lida em reunião do Ministro da Justiça com diversas lideranças indígenas de nosso Estado. Após dois anos, o Mato Grosso do Sul continua a ser palco de situações dolorosas. Isso se verifica, em nossos dias, particularmente no município de Antônio João, onde já ocorreu a morte de um indígena e há notícias de várias pessoas feridas. De tanto esperar por uma resposta do Estado – entenda-se da União –, os ânimos mais uma vez se acirraram. A violência, o medo, a revolta se misturam com a indignação pela demora das autoridades competentes em apresentar uma solução concreta para as situações de conflito que, como vulcões prontos para a erupção, se manifestam também em diversos outros de nossos Municípios. De fato, a insegurança jurídica que estamos vivendo no Estado tem gerado muitos conflitos. Por um lado, várias comunidades indígenas reivindicam terras que consideram suas por direito originário e constitucional. Por outro lado, produtores rurais, com títulos de propriedade concedidos pelo próprio Estado, também atravessam momentos difíceis, sendo que muitos são obrigados a paralisar suas atividades produtivas e, em algumas situações, são até mesmo levados a deixar suas propriedades por causa das tantas incertezas que afetam boa parte de seus investimentos e iniciativas. Diante dessa situação que já se arrasta por décadas, alguns querem encontrar um bode expiatório. O Bispo de Dourados, Dom Redovino Rizzardo, a CNBB, o CIMI são literalmente demonizados por alguns órgãos da imprensa, nas redes sociais e em outros meios de comunicação. Sei que a Polícia Federal investiga essa situação há tempos. Tais investigações são muito bem-vindas. Que sejam apuradas as responsabilidades pelas violências e pelo desrespeito às leis, venham de onde vierem. No entanto, Senhora Presidenta, é preciso dizer em alto e bom som, que o verdadeiro culpado não se encontra entre os missionários do CIMI ou na Igreja Católica. Quem está na raiz de to-
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das essas décadas de violência e de desrespeito pelos direitos básicos da pessoa humana é o Poder Público, particularmente o Federal, único competente na matéria, e que parece não demonstrar interesse político para encontrar uma solução efetiva. Afinal, foi o Estado, ainda unificado, do Mato Grosso, que titulou terras indígenas a pecuaristas e agricultores de boa vontade, titulação que o mesmo Estado não tinha direito de efetivar. Bem sei que é inconstitucional indenizar terras nuas quando, através de estudos circunstanciados, são identificadas como terras indígenas e, portanto, da União. Mas, com isso, os produtores rurais instalados em áreas consideradas indígenas teriam que deixar suas terras, contentando-se apenas com uma pífia indenização das benfeitorias, não incluindo, portanto, o valor de mercado da própria terra, pela qual eles pagaram aos cofres públicos. Cabe à União, de comum acordo com os Estados – já que o problema não se restringe ao Mato Grosso do Sul – encontrar uma solução justa para um erro que não pode ser atribuído nem aos povos indígenas, nem aos ruralistas e menos ainda à CNBB ou ao CIMI. Nas negociações entabuladas nos últimos dois anos, foram apontados caminhos concretos e legais para solucionar esse problema. O Estado de Mato Grosso do Sul, com a aprovação da Assembleia Legislativa, chegou a criar um fundo para fins de indenização, como veículo para uma indenização justa dos ruralistas a preço de mercado. Infelizmente, as negociações foram suspensas. Com isso, a insegurança e o descrédito tomam conta tanto de índios quanto de produtores rurais. A pergunta que não quer calar é: “Até quando? Quantas pessoas ainda terão que morrer, para que se chegue à conclusão de que é preciso fazer algo de concreto para que a paz, o respeito pelos direitos e pela justiça sejam assegurados a todos?” É urgente que as negociações sejam retomadas, com o envolvimento de todas as partes interessadas. Senhora Presidenta, escrevo-lhe com o aval de todos os Bispos de nosso Estado. Já passou, e muito, da hora de reparar erros e evitar novas injustiças! Que o Cristo Senhor, o Príncipe da Paz (Is 9,5), que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10) nos inspire nos caminhos da vida, da justiça e paz! Dom Dimas Lara Barbosa Presidente do Regional Oeste 1 da CNBB Arcebispo Metropolitano de Campo Grande/MS
1º Encontro
Círculos Bíblicos
A Missão da Igreja na Sociedade Acolhida: Preparar a mesa com Bíblia, cruz, globo, recortes de notícias e fotos que retratem a Missão da Igreja em diversos contextos, cartaz do Mês Missionário. Animador/a: Caríssimos irmãos e irmãs sejam todos bem-vindos! Começamos hoje o ciclo de Encontros do Mês Missionário. Queremos rezar em comunhão com toda a Igreja, lembrando todos os povos da terra, todos os missionários que dedicaram e dedicam sua vida para anunciar a Boa Nova, até os confins do mundo. Começamos juntos cantando: Em nome do Pai... ABRINDO OS OLHOS PARA VER Animador/a: O Papa Francisco na exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho” afirma: “Na doação a vida se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no isolamento. Os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem para comunicar vida aos demais”. O Papa Francisco pede uma Igreja “em saída”, com as portas abertas, despojadas para servir. Por isso cantemos juntos o Hino da Campanha da Fraternidade deste ano:
Canto: Em meio às angústias, vitórias e lidas, no palco do mundo, onde a história se faz, sonhei uma Igreja a serviço da vida, eu fiz do meu povo os autores da paz! (2x) Quero uma Igreja solidária, servidora e missionária, que anuncia e saiba ouvir. A lutar por dignidade, por justiça e igualdade, pois “Eu vim para servir”. ORAÇÃO INICIAL
Animador/a: Segundo o exemplo de Jesus, que lavou os pés dos discípulos, assim nós cristãos somos enviados ao encontro das pessoas, acolhendo-as em suas dores e sofrimentos.
Canto: Eu vim para que todos tenham vida, que todos tenham vida plenamente (2x).
vida para defender os pobres.
ESCUTANDO A PALAVRA DE DEUS
a) De que maneira, em nossa sociedade, manipula-se a fé e a política em proveito de determinados grupos? b) Diante desta manipulação, qual é nossa missão a serviço do povo? Comentem em peque-
Animador/a: O texto nos mostra a equipe missionária formada por Paulo, Silas e Timóteo em missão na cidade de Filipos. Havia na cidade uma jovem escrava, que tinha um espírito de adivinhação. Aclamação: Fala Senhor, fala Senhor, palavras de fraternidade(2x). Leitor/a 1: Leitura dos Atos dos Apóstolos (Atos 16, 16-24) Leitor/a 2: Segundo a mentalidade da época a jovem tinha um dom especial, dado por alguma divindade, pelo qual ela poderia trazer mensagens divinas para resolver os problemas das pessoas. O patrão desta moça, aproveitando a crença popular, fez da jovem uma fonte de lucro para si mesmo. Era um duplo crime: explorar a mulher escravizada e aproveitar-se da religiosidade do povo para obter lucro. Leitor/a 1: Paulo com uma ação missionária liberta a moça, ordena ao espírito que saia dela, mas priva o patrão do lucro que lhe dava. O patrão para vingar-se desta situação arma uma revolta contra os missionários. Animador/a: O patrão manipula a fé do povo com o poder político da sociedade, em busca de manter seus privilégios. Ainda hoje encontramos estas situações: cristãos que são perseguidos, ameaçados, mortos por anunciar a verdade e a liberdade. Irmãos que arriscam a
PARTILHANDO A PALAVRA
nos grupos.
REZANDO A PALAVRA Animador/a: Com espírito de missão e solidariedade, rezemos por todos os missionários que no mundo inteiro dedicam suas vidas a serviço da Missão:
Todos: Guiai-nos Senhor, em nossa missão. (preces espontâneas) ASSUMINDO A PALAVRA c) Motivar outras pessoas para participarem do Círculo Bíblico. d) Conhecer melhor os problemas da minha Sociedade. BÊNÇÃO FINAL Animador/a: Em comunhão com toda a Igreja rezemos juntos a Oração do Mês Missionário: Pai de infinita bondade, que enviaste Jesus Cristo para servir, ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e, com a proteção de Maria servidora, manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória. Animador/a: Enviai o vosso Espírito e abençoai-nos, Pai, Filho e Espírito Santo. Canto final: Vai, vai missionário.
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Círculos Bíblicos
2º Encontro Missão em tempo integral
Acolhida: Preparar o ambiente com símbolos missionários, dando destaque à Palavra e à pessoa de Jesus. Dar boas vindas a todos! Animador/a: A história da evangelização no Brasil contou com inúmeros missionários e missionárias, vindos principalmente da Europa. Os primeiros a chegarem ao Brasil foram os padres Jesuítas. Aqui, doaram suas vidas na evangelização dos nativos, e no fortalecimento da fé dos colonizadores, que já professavam a fé católica. Com confiança, iniciemos nosso encontro: Em nome do Pai... Canto: Senhor se tu me chamas/ Eu quero te ouvir / Se queres que eu te siga/ Respondo eis-me aqui (2x) Profetas Te ouviram/ E seguiram tua voz. Andaram mundo afora/ E pregaram sem temor. Seus passos tu firmastes/ Sustentando seu vigor. Profeta tu me chamas/ Vê, Senhor, aqui estou ABRINDO OS OLHOS PARA VER Animador/a: Após a morte e ressurreição de Jesus, os primeiros cristãos, fugindo das perseguições do Império Romano, espalharam o anúncio da Boa Nova até os confins da Terra. A missão inicial não pode parar! Hoje, muitos são os filhos de Deus que desconhecem a mensagem salvífica de Cristo e é nossa missão levá-la a todos. ORAÇÃO INICIAL Leitor/a 1: Neste mês missionário peçamos ao Espírito Santo que nos envolva com a força do alto, para que sejamos anunciadores do Reino, através da vivência autêntica da Palavra, em casa, no trabalho, na escola, no lazer ou
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onde quer que estejamos. Por isso rezemos: Todos: Vem Espírito Santo. Renova em mim a chama ardente do Teu amor. Enche-me de fé, de confiança e de ardor missionário. Liberta-me de todo comodismo, egoísmo e da indiferença ao apelo do Pai, a fim de anunciar e proclamar a salvação. Capacita-me a viver a Palavra em toda a sua profundidade. Dá-me teus dons, Espírito Santo, para que possa melhor servir ao Reino de Deus, amando e servindo meus irmãos e assim, com os anjos e santos, participar um dia da glória eterna. Amém. ESCUTANDO A PALAVRA Leitor/a 2: Dentre os povos latino-americanos, podemos agradecer a Deus, pelo privilégio de ouvir por primeiro a mensagem de Cristo. Lançando as redes por águas mais profundas, muitos apóstolos chegaram até nós e nos anunciaram a Palavra. Canto: Vai falar o Evangelho Jesus Cristo, aleluia! Sua Palavra é alimento que dá vida, aleluia! Glória a Ti Senhor, toda graça e louvor (2x) Leitor/a 3: Leitura dos Atos dos Apóstolos (8, 1-8) PARTILHANDO A PALAVRA a) Nem a morte, a perseguição ou sofrimentos diversos paralisaram os cristãos no início da evangelização. E quanto a mim, o que tem me impedido de anunciar o Reino de Deus? b) Anunciar não significa apenas usar um microfone e um púlpito. Como podemos, então, evangelizar?
REZANDO A PALAVRA Animador/a: É louvável a generosidade dos missionários e missionárias que deixam sua pátria para servir. Rezemos por eles e por nós: Todos: Senhor tua vida é nossa vida, tua missão é nossa missão. Leitor/a 1: Pelos que vivem sem rumo, presos às coisas que não satisfazem, para que, libertos das amarras do egoísmo, encontrem felicidade e alegria na missão de servir. Leitor/a 2: Para que despertem, nas famílias e comunidades cristãs, vocações missionárias com o coração universal, dispostas a anunciar a boa nova do Reino além-fronteiras. (outras preces) Oração do Mês Missionário Pai de infinita bondade, que enviaste Jesus Cristo para servir, ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e, com a proteção de Maria servidora, manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém. ASSUMINDO A PALAVRA c) Que compromisso “missionário” podemos assumir nesta semana, individualmente ou em grupo? Animador/a: Peçamos a Nossa Senhora, Estrela da Evangelização, que nos impulsione na missão de amar e servir a Deus, na pessoa do próximo (1 dezena do terço) BÊNÇÃO FINAL Animador/a: Que sejamos autênticos discípulos missionários de Cristo em tempo integral, com a graça da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém! Canto: Pelas estradas da vida...
Círculos Bíblicos
3º Encontro A Igreja que envia Acolhida: Preparar ambiente com Bíblia, vela, flores e globo. Animador/a: Amados irmãos, estamos vivendo o mês das missões. Missão é envio: Deus Pai envia o Filho. O Filho envia a Igreja, a Igreja nos envia. Iniciemos o nosso encontro: Em nome do Pai... (pode ser cantado) Canto: Aonde mandar eu irei, seu amor eu não posso ocultar. Quero anunciar, para o mundo ouvir, que Jesus é o nosso Salvador. ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: Irmãos, a missão é uma dádiva divina que nos questiona e nos impulsiona à ação mais importante e necessária para a sociedade: o anúncio da Boa Nova. Leitor/a 1: O Papa João Paulo II nos diz que “Evangelizar não é apenas transmitir uma mensagem, é prestar ao mundo o serviço da salvação”, mais que nunca a sociedade atual está necessitando urgentemente desse serviço. Leitor/a 2: O Papa Paulo VI diz que “Evangelizar é a razão de ser da Igreja”, que é anunciar a Pessoa de Jesus, ser sinal da sua presença, tarefa de todos nós cristãos. Todos: Ide, portanto, e fazei com que todas as nações se tornem discípulos! (Mt 28, 19) ORAÇÃO INICIAL
Animador/a: Desejando sentir o ardor missionário abrasando nosso coração, rezemos: Leitor/a 1: Pai, quantos irmãos espalhados pelo mundo ainda não receberam a graça da tua Palavra e por isso vivem, como se não fossem teus filhos. Todos: Senhor dai-nos um coração mis-
sionário! Leitor/a 2: Senhor, desperta em nós o desejo ardente de anunciar tua Palavra que salva e levar a todos os corações o testemunho da tua presença. Leitor 3: Senhor, perdoa-nos pela falta de empenho em levar a todos os irmãos a Boa Nova do teu Reino de Amor. Canto: Alma Missionária ESCUTANDO A PALAVRA
Animador/a: Vamos abrir o nosso coração para acolher a Santa Palavra que é origem, meio e base de toda missão. Nela Cristo se faz presente. Canto: O Senhor me chamou a trabalhar... Leitor/a 1: Leitura dos Atos dos Apóstolos (13, 1-5) Animador/a: Os apóstolos foram enviados, com a orientação do Espírito Santo. Por isso sua missão produziu frutos. Enviam-se em missão pessoas preparadas. Os missionários são enviados pela comunidade. Façamos um minuto de reflexão. PARTILHANDO A PALAVRA a) Temos uma missão: como estamos concretizando esse apelo de Jesus, que expressou claramente o seu desejo de ser conhecido e amado por todos?
b) A Igreja nos envia com uma proposta definida: fazer conhecer Jesus, que morreu, ressuscitou e foi glorificado. Ele aguarda que o apresentemos como o Senhor, Salvador e Messias para todos, em todos os tempos. Animador/a: Ser missionário compreende a realização plena e a con-
cretização do desejo de Jesus. “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28, 19). Como estamos vivendo o nosso ser missionário? Partilha entre os participantes do grupo. Oração de São Francisco (Senhor, fazei de mim, um instrumento de vossa paz) REZANDO A PALAVRA Animador/a: Senhor a tua missão foi consumada na Cruz. Dai-nos a coragem de enfrentar os desafios modernos, para realizarmos a nossa missão; Todos: Senhor, faz-nos missionários do teu Amor!
Leitor 1: A Missão é dinâmica e precisa ser eficaz. Peçamos a proteção e a assistência, a ação e a unção do Espírito Santo, para que sejamos missionários fiéis da Santa Palavra: Orações espontâneas... ASSUMINDO A PALAVRA Animador/a: A ordem de Jesus ressoa ao longo dos séculos: “Ide”. O tempo passa e essa ordem torna-se ainda mais urgente e imperativa. Ser missionário é sair de si e colocar-se a serviço da Igreja e dos irmãos.
Todos: Pai de infinita bondade, que enviaste Jesus Cristo para servir, ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e, com a proteção de Maria servidora, manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém. BÊNÇÃO FINAL Rezemos uma dezena do Terço para todos os povos e os missionários do mundo. Canto Final e abraço da paz.
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Círculos Bíblicos
4º Encontro
“Alcançar todas as periferias” de sua Palavra. sionária de Pedro nas cidades
Acolhida: Preparar o altar com a Bíblia, Terço, Vela e se possível o cartaz da Campanha Missionária. Fazer uma acolhida a todos dando boas-vindas.
Animador/a: “Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos ‘discípulos’ e ‘missionários’, mas sempre que somos ‘discípulos missionários’. (EG) Leitor/a 1: Se não estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: ‘Encontramos o Messias’ (Jo 1, 41, EG). Cantemos invocando a Trindade Santa: Em nome do Pai... Canto: Um dia escutei teu chamado, divino recado batendo no coração. Deixei deste mundo as promessas e fui bem depressa, no rumo de tua mão. Tu és a razão da jornada, Tu és minha estrada, Meu guia e meu fim. No grito que vem do meu povo te escuto de novo chamando por mim. Animador/a: “Alcançar todas as periferias”, sugestão do tema de hoje, é ter em mente que devemos ir ao encontro dos novos rostos, em realidades nas quais a Igreja é chamada a evangelizar, “antigas” e “novas pobrezas” como nos coloca o Documento de Aparecida. Migrantes, moradores de rua, enfermos, dependentes químicos, detidos em prisões, excluídos, famintos, etc. ORAÇÃO INICIAL
Animador/a: Peçamos a luz do Espírito Santo de Deus na escuta
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Todos: Vinde, Espírito Santo! Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da Sua consolação. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ABRINDO OS OLHOS PARA VER
Animador/a: Uma vez tendo encontrado o amor de Deus em Cristo Jesus, como fala o Papa Francisco, somos destinados pelo Mestre Divino a exalar o cheiro de um compromisso missionário prático, que é anunciar a Boa Nova do Cristo libertador em “todas as periferias”, na transformação do mundo. Canto: Palavra de salvação somente o céu tem pra dar. Por isso meu coração se abre para escutar. Por mais difícil que seja seguir tua palavra queremos ouvir. Por mais difícil, de se praticar, tua palavra queremos guardar. Leitor/a 2: Leitura dos Atos dos Apóstolos 9, 32-43. PARTILHANDO A PALAVRA
a) Conforme o texto de hoje, por onde Pedro procurava desenvolver sua missão, ela estava em função de que / quem? b) Quem estava sempre em evidência na missão de Pedro? ASSUMINDO A PALAVRA
Leitor/a 3: “Em todos esses encontros que relata a ação mis-
de Lida e Jope, perto da faixa de Gaza, ele leva a vida que vem do Ressuscitado. E mostra que tudo faz parte da missão: acolhida, hospedagem, visitas aos doentes, trabalhos comunitários, orações, curas, celebrações, tensões, morte, tristeza, alegria, paz. São situações que pedem esforço solidário e comunhão fraterna” (novena Campanha Missionária). c) A missão de Pedro foi envolvida por uma realidade diversa, como fazer para atingir as periferias de hoje com nossa missão? REZANDO A PALAVRA
Oração do Mês Missionário Todos: Pai de infinita bondade, que enviaste Jesus Cristo para servir, ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e, com a proteção de Maria servidora, manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém. Animador/a: Rezemos uma dezena do terço pedindo a intercessão da Virgem e Mãe Maria, pela missão da Igreja e nossa missão. BÊNÇÃO FINAL
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde, que ele mostre a sua face e tenha compaixão, que ele volva o seu rosto e nos dê a paz. Pai, Filho, Espírito Santo. Amém! Canto: Maria, cheia de graça e consolo, vem caminhar com teu povo, nossa Mãe sempre serás! (2x)
Pergunte e Responderemos
Q
Qual é a diferença entre padres diocesanos e religiosos?
uerido Adolfo Eduardo, muito obrigado por sua contribuição, tão presente em nosso meio. Antes de qualquer coisa, é preciso compreender que a Igreja Católica, presente no mundo inteiro, é formada por comunidades que habituamos chamar de Dioceses ou Igrejas Particulares, sendo cada uma delas confiadas a um Bispo. O Bispo Diocesano é o “pastor, mestre e guia que foi chamado e escolhido pela Igreja para ser sucessor dos Apóstolos” (cf. Lumen Gentium, 20). Para melhor realizar esta missão recebida por Cristo, ordenam colaboradores para este serviço, os presbíteros, que nós costumamos chamar de padres. Transmitem-lhes os poderes sacerdotais recebidos de Jesus (cf. LG 28). O padre é, por sua vez, o homem de Deus que, unido ao presbitério da Diocese (o conjunto dos presbíteros), está nas paróquias, comunidades eclesiais, pastorais específicas, seminários, hospitais, escolas e faculdades, meios de comunicação sociais e, principalmente, entre os mais pobres e marginalizados. Em outras palavras, estão inseridos no mundo. A estes padres chamamos seculares, ou diocesanos. A vida religiosa, por sua vez, é uma consagração feita a Deus pelos três votos de obediência, castidade e pobreza, vividos numa comunidade e seguindo o carisma suscitado pelo Espírito Santo no (a) fundador (a). Este modo de vida pode ser assumido por homens ou mulheres, os frades e as freiras, que chamamos religiosos ou religiosas. Entre estes, alguns também recebem o sacramento da ordem, isto é, tornam-se sacerdotes. A estes padres chamamos religiosos. Nesse sentido, tanto os padres diocesanos como os religiosos são presbíteros (sacerdotes, padres). Mas onde se encontra a diferença? Esta a observamos precisamente no modo de viver o sacerdócio, vejamos a seguir: O padre diocesano vive a serviço de uma dio-
cese, de acordo com as necessidades do Bispo Diocesano. É um íntimo colaborador do seu Bispo no pastoreio da Diocese. Vive no dia-a-dia “as alegrias e as tristezas, os sofrimentos e as esperanças” (cf. GS 1) de toda a sua comunidade diocesana. Também se caracteriza pela “caridade pastoral”, ou seja, vivência seu ministério a partir da espiritualidade do Cristo Bom Pastor, “que dá a vida pelas ovelhas” (cf. Jo 10,11). Os padres religiosos, por sua vez, vivem o carisma da congregação a que pertencem, após a profissão solene dos três votos. Normalmente, vivem numa comunidade religiosa, e dependem diretamente do Superior da congregação. Além do mais, o padre religioso está a serviço da Igreja Universal, pronto a viver a missionariedade em qualquer ambiente, cultura e nação. No entanto, cabe ao Bispo Diocesano orientá-los em questões pastorais e disciplinares em sua Igreja Particular. Assim, tanto a vida diocesana como a vida religiosa, querem contribuir para o anúncio do Reino de Deus, de acordo com o carisma recebido pelo próprio Senhor da Messe e Pastor do Rebanho. Tais modos de vida sacerdotal correspondem, portanto, com o desejo de “Cristo nosso Senhor que, com o fim de apascentar o povo de Deus e aumentá-lo sempre mais, instituiu na sua Igreja vários ministérios que se destinam ao bem de todo o povo de Deus” (cf. LG 18). Pergunta enviada via e-mail por: Adolfo Eduardo Noia de Queiroz (Membro do Ministério Agnus Dei – Paróquia Nossa Senhora de Fátima).
Pe. Neuton César Vieira
Vigário da Paróquia Santa Teresinha
Envie sua pergunta para: pergunteeresponderemoselo@hotmail.com
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A Diocese em Revista
Mensagem do bispo diocesano aos agricultores católicos da Diocese de Dourados, sobre os conflitos de terra com seus irmãos indígenas
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os 17 municípios que formam a Diocese de Dourados vivem em torno de 70.000 produtores rurais. Pessoas habituadas a cultivar a terra, que aqui chegaram de vários Estados do Brasil a partir de 1950 e que adquiriram legalmente suas propriedades. E delas precisam para sobreviver e para construir a riqueza do país. Muitos deles são sulistas e gaúchos, como eu. Evidentemente, há outros fazendeiros – e filhos de fazendeiros – que vieram muito antes, de cuja legitimidade na posse ou ocupação da terra hoje reclamadas pelos indígenas nada posso dizer, porque desconheço a história, os fatos e a realidade. Juntamente com os 70.000 produtores rurais, a Diocese de Dourados conta com a presença de aproximadamente 35.000 indígenas, ansiosos por recuperar algumas das terras que outrora lhes pertenceram e, como os agricultores, delas precisam para sobreviver. Índios e agricultores, justamente revoltados ante uma situação de conflito, que se prolonga indefinidamente – pois as autoridades políticas e judiciárias não tomam providências – são levados a se colocar cada vez mais em margens opostas, envenenados pelo ódio que a luta de classes costuma suscitar. Ao longo dos quinze anos em que tenho a alegria de residir no Mato Grosso do Sul, foram inúmeras as vezes em que os Bispos do Estado nos manifestamos a respeito dessa questão. Fizemos nossa uma proposta levantada por fazendeiros e indígenas, nos parecia a única viável: a indenização justa das terras identificadas como indígenas pelo Governo Central, a fim de que também os índios – do jeito que seus costumes e sua cultura pedem – tirem seu sustento, assim como fazem os demais agricultores do Estado. Diante de uma situação que mantém a popu-
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lação em constante sobressalto, peço aos agricultores católicos da Diocese de Dourados que não se deixem contaminar pelas mentiras e pelo ódio de quem parece “sujar as águas para melhor pescar”. Sei que essas críticas se dirigem, em grande parte, contra o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), acusado de incentivar as ocupações. Pelo que o conheço, custa-me acreditar nessas informações. Mas, se alguém tiver provas concretas, pode procurar-me, tentarei fazer tudo o que puder para esclarecer a situação. Quanto aos meus irmãos indígenas – não tenho autoridade para lhes falar e orientar, pois a maioria deles não participa de nossa Igreja –, eu me solidarizo com suas dores, seus problemas e sua exclusão, que os faz vítimas de humilhações e de preconceitos. Mas, já que a corda tende a rebentar sempre do lado mais fraco, pergunto se as “retomadas” não devam ser vistas como medidas extremas, depois de esgotados todos os demais recursos?! Para terminar, agradeço aos produtores rurais católicos que, diante dos fatos dolorosos que nos entristecem quase diariamente, não ficam de braços cruzados, e recorrem aos meios legais para encontrar uma solução justa e pacífica para todos: para vocês e para seus irmãos, índios. Pois, se «a fé se manifesta e cresce através das obras» (Tg 2,17) e se, em nosso país, nada se consegue senão pela pressão, sejam vocês os primeiros a buscar a paz, o diálogo e a união de forças para reclamar, junto ao Governo Federal, a solução do conflito. Por esse gesto de amor a Deus, à Igreja e à sociedade, aceitem o meu “muito obrigado!”. Dourados, 29 de agosto de 2015 Dom Redovino Rizzardo, cs Bispo diocesano de Dourados
A Diocese em Revista
População da Diocese de Dourados Dourados Ponta Porã Maracaju Amambai Rio Brilhante Caarapó Itaporã Nova Alvorada do Sul Fátima do Sul Coronel Sapucaia Deodápolis Aral Moreira Glória de Dourados Antônio João Laguna Carapã Vicentina Douradina Total
212.870 86.717 43.078 37.590 34.776 28.437 22.896 19.656 19.220 14.815 12.650 11.399 9.992 8.679 7.017 6.027 5.723 581.542
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Vida em família
O que tem destruído tantos casais católicos ultimamente? A resposta é surpreendente Entre os numerosos casais católicos que che- O primeiro passo é decidir se vale a pena ficar zangagam no consultório do sacerdote P. T.G Morrow, em do. Washington D.C (Estados Unidos), a fim de começar a terapia familiar, dois casos impressionaram de maneira especial o presbítero. Em relação a muitos temas, esses casais eram perfeitos: estavam abertos à vida, educavam os seus filhos na fé e normalmente recebiam os sacramentos. Mas ambos os matrimônios acabaram gerando a separação. O culpado? As irritações. “As irritações são um veneno”, assegurou ao Grupo ACI o Pe. Morrow, teólogo moral e autor de Overcoming Sinful anger (Superando a ira pecaminosa). “Se um esposo constantemente fica zangado com sua mulher, isso destrói a relação. Acaba tornando-a dolorosa até chegar ao ponto de uma separação”. A experiência desta irritação é universal. É natural, pode ser incontrolável e é uma resposta ao comportamento de outros, afirmou Pe. Morrow. Muitas vezes as irritações podem ser corretas, Santo Tomás de Aquino disse que se a irritação se unisse à razão era digna de louvor; mas, na maioria das vezes, estão encaminhados à ira pecaminosa, motivada pelo desejo de vingança, explicou. E a ira como pecado tem efeitos devastadores nas relações. “É extremamente importante que as pessoas sejam conscientes de que a ira e as irritações podem ser algo sério, especialmente se estão unidos à arrebatamentos maiores que machucam as outras pessoas”, afirmou o Pe. Morrow. A ira destrói, por isso muitos peritos matrimoniais recomendam aos casais ter cinco reações positivas por uma de irritação. “A irritação, quando expressada de forma incorreta, é um veneno para as relações”, afirmou o sacerdote. “Os esposos precisam ser especialmente cuidadosos com isto e trabalhar para superá-la”. Apesar de o sentimento de ira ser natural e impossível de evitá-lo, o Pe. Morrow assegurou que é importante conhecer como expressar a irritação e a desconformidade de uma maneira efetiva e positiva.
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“As pessoas ficam zangadas por pequenos motivos, coisas sem importância”, afirmou. “Devemos pensar: ‘vale a pena ficar chateado por isso?’ Se a resposta for negativa. Simplesmente devemos esquecer”. Se o teu aborrecimento é justificado e a confrontação terminará sendo algo positivo para o outro, utilize o humor e a diplomacia para expressálo. Se a confrontação ajudará que o outro seja melhor, então, apontou Pe. Morrow, pode ser uma boa ideia oferecer seu aborrecimento ao Senhor, como sacrifício por seus pecados e pelos pecados do mundo. “A raiva não vai embora automaticamente na primeira tentativa”, explicou. “Devemos continuar oferecendo-lhe a Deus como sacrifício”. O Pe. Morrow assegurou ainda que essa atitude ante os aborrecimentos não significa que as pessoas devam converter-se em “covardes incapazes” de expressar sua insatisfação com as ações dos outros. Por isso, menciona o exemplo de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho de Hipona. Muitos dos homens de Tagaste, nessa época, tinham atitudes violentas e o esposo de Santa Mônica não era uma exceção. Quando voltava para casa e gritava com Santa Mônica, dizia-lhe que se acalmasse. Algumas vezes, depois da explosão de raiva do seu marido, a santa se aproximava dele tranquilamente e com calma lhe explicava suas reclamações. “Santa Mônica não era covarde. Tinha um objetivo concreto, queria ser santa e queria a conversão do seu filho. Perseverou em seus objetivos com entusiasmo e, como consequência disto, o seu violento marido e o seu filho Agostinho se converteram”. Para mais informação, consulte o livro do Pe. Morrow, Overcoming Sinful Anger, que inclui um manual desenvolvido pelo sacerdote após anos como mediador matrimonial e diretor espiritual, além de ter realizado sua tese doutoral sobre a Teologia do Corpo de São João Paulo II, no Instituto para Estudos sobre Matrimônio e Família. Fonte: www.acidigital.com
A Igreja em serviço
Centro de Espiritualidade Nossa Senhora Aparecida (C.E.N.S.A.) O Centro De Espiritualidade Nossa Senho-
ra Aparecida (C.E.N.S.A.), foi construído por volta de 1965, ou seja, a mais ou menos 40 anos. Primeiramente como Hospital Nossa Senhora de Fátima (muitas pessoas da região nasceram aqui) para atender a população carente, através das Irmãs Vicentinas, que naquela época eram as responsáveis pelo local. Com a construção de novos centros de saúde nas proximidades o prédio passou, então, a ser utilizado como Casa de Retiro e até hoje cumpre essa função. O C.E.N.S.A. localiza-se no Distrito da Vila São Pedro na BR 163 e ao seu redor habita uma comunidade que sobrevive da fabricação e venda de produtos artesanais. Pertencente à Mitra Diocesana de Dourados, há oito anos é administrado por nós, Irmãs Salvistas, do Instituto Missionário Servas de Jesus Salvador, que a convite do Bispo Diocesano Dom Redovino
Rizardo,cs estamos atuando nesta missão e desenvolvendo um trabalho missionário, evangelizador e de assistência à Paróquia São Pedro e suas comunidades, e o Santuário Nossa Senhora Aparecida. Temos como objetivo, favorecer e promover o crescimento espiritual, humano e social nos variados grupos que nos procuram: famílias carentes, encontristas de diversos movimentos, pastoral da terra, pastoral da criança, pastoral da juventude, etc, por meio de um ambiente favorável para resgatar valores e o encontro com Deus. Além dos trabalhos administrativos prestados ao C.E.N.S.A., nossa família Religiosa Salvista presente na Diocese de Dourados está disponível a todo apostolado solicitado pela Igreja Particular, e a ação apostólica do Instituto é o resultado da vida religiosa e fraterna do Instituto e acontece de maneira especial na assistência social (pobres, crianças, doentes e idosos), trabalhos pastorais, evangelização (pregações, retiros, formações...), como era o desejo de nosso Fundador, estamos abertas a todas as necessidades da Igreja. (Const. 49).
Ir. Cristina Sousa Silva, sjs
Priora local e responsável pela administração da Casa de Retiro
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Fatos em foco Dourados, 15 de agosto: Encontro de Canto Pastoral.
Nova Alvorada do Sul, 16 de agosto: Crismas.
Dourados, 20 de agosto: Acolhida da imagem da Sagrada Família na Comunidade São Jorge, Paróquia Bom Jesus.
Fátima do Sul, 23 de agosto: Crisma.
Dourados, 23 de agosto: Encontro Diocesano de Líderes da Pastoral da Pessoa Idosa.
Dourados, 28 de agosto: Celebração da Páscoa Militar, em Dourados
Dourados, 30 de agosto: Missa de instituição dos ministérios de leitor e acolito a Erismar Roberto Pittarello.
Dourados, 5/7 de setembro: Mariápolis, no IPAD
Itamaraty, 8 de setembro: chuva e vendaval destroem casa paroquial.
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Dourados, 7 de setembro: Pela passagem dos 80 anos de Dourados, Dom Redovino desfilou entre os pioneiros e as crianças.
Fique por dentro!
Agenda Diocesana 01 – Missa do bispo diocesano na Paróquia Santa Teresinha, pela passagem do dia da Padroeira. 02/04 – Cursilho de Jovens, no IPAD 03 – Missa do bispo diocesano na catedral, pela passagem dos 80 anos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição 04 – Jornada Diocesana da Família – Missa do bispo diocesano na Fazenda da Esperança, em Rio Brilhante 11 – Crismas em Dourados (Paróquia Nossa Senhora do Carmo) – Benção da pedra fundamental da Igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Dourados – Missa do bispo diocesano na Catedral pelos 10 anos da Rádio Coração 12 – Romaria ao Santuário Diocesano de Nossa Senhora Aparecida, na Vila São Pedro
16/17 – Escola Catequética Diocesana, no IPAD. 16/18 – Assembleia Regional de Pastoral, em Campo Grande 17 – Encontro sobre Pastoral da Saúde, na Paróquia Santo André, em Dourados. 19/21 – Encontro fraterno dos Bispos em Coxim 24 – Crismas em Glória de Dourados – Encontro de Ministros atuantes em Dourados (Forania Oeste), na Paróquia São José Operário. 25 – Crismas em Caarapó e em Dourados (Paróquia São João Batista). 30/31 – DeColores, no IPAD 31 – Crismas em Dourados (Paróquia Sagrado Coração de Jesus).
Datas Significativas 01 – Santa Teresa do Menino Jesus 02 – Anjos da Guarda 04 – 27° Domingo do Tempo Comum 07 – Nossa Senhora do Rosário 08 – Dia Nacional da Vida 11 – 28° Domingo do Tempo Comum 12 – Nossa Senhora Aparecida – Dia da Criança
Religiosos/as Nascimento 05. Ir. Laís Maria de Nossa Senhora dos Anjos, ocs 06. Ir. Maria de Fátima da SS. Trindade, ocs 13. Ir. Maria Jesuína do Divino Espírito, ocs 13. Ir. Míriam Spezia, cicaf 17. Ir. Maria Cristina da V. Imaculada e São José, ocs 20. Ir. Ellen Maria do Coração de Jesus, fpss 27. Ir. Adriana Aparecida do Rosário, sjs 27. Ir. Maria José Silva, isna 31. Ir. Mirian Terezinha Beuren, mesc Profissão Religiosa 12. Ir. Jadilma de Amorim, icmes 13. Ir. Mariana da E. do Verbo, fpss
15 – Santa Teresa de Ávila 18 – 29° Domingo do Tempo Comum – Dia das Missões e da Santa Infância – Coleta para as Missões 25 – 30° Domingo do Tempo Comum 28 – São Simão e São Judas
Aniversariantes Padres e Diáconos
Nascimento 01. Pe. Fábio Ferreira da Silva 13. Pe. Alexsandro da Silva Lima 20. Pe. Clarindo Redin, sac 20. Pe. Neuton C. L. Vieira 28. Pe. Flávio Silveira de Alencar 30. Pe. Pe. Alex Gonçalves Dias 30. Pe. Tiago Gonçalo de Oliveira, sjs Ordenação 01. Diác. Nélson Carniel 02. Pe. Valmor Domingos Righi, sac 11. Frei Rogério Viterbo de Souza, ofm 22. Diác. Leonildo Bigatão Outubro de 2015 19