Em Família | Arquidiocesano

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2ยบ Semestre / 2012

Jovem:

Transformador do mundo




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Expediente Combinação única de bons valores com excelência. O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que diariamente vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos, com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas a ação social está presente com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores com excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Presidente das Mantenedoras: Ir. Delcio Afonso Balestrin Superior Provincial: Ir. Joaquim Sperandio Superintendente Executivo do Grupo: Marco Antõnio B. Cândido Rede de Colégios: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina Michelan Azevedo Comunicação e Marketing ABEC/UCE: Fabiane Campana, Camila Schmid, Bruno Bonamigo, Tiago Ienkot, Fábio Egg Mais, Kelen Y. Azuma, Silvia S. Tateiva, Alexandre L. Cardoso, Denise Neves Machado Comunicação e Marketing Colégios: Bruna F. Gonçalves, Cristiane R. Santos, Eros A. A. Martins, Eziquiel M. Ramos, Fábio

brasília • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400 Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900 CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel PR - 85812-011 - (45) 3036-6000 CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332 CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma SC - 88811-503 - (48) 3437-9122 CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário Curitiba - P1) 3016-2552

S. Aparício, Guilherme F. Neto, Kely C. de Souza, Luana M. D.

Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR 82200-210 (41) 3074-2500

dos Santos, Luiza B. Fleury, Mateus Vitor Tadioto, Mayara A.

goiânia • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440

Haudicho, Raquel A. Bortoloso, Samira D. Dutra, Tatiane Pereira,

St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875

Mayara Gutjahr

JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313 JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC 89600-000 - (49) 3522-1144

Rua Imaculada Conceição, 1155 Prado Velho – Curitiba – PR Prédio Administrativo PUCPR – 8º andar CEP: 80215-901 Tel.: (41)3271-6500 www.colegiosmaristas.com.br

LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600 MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224 PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374 RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

Em Família | 10ª Edição | 2º Semestre 2012 Capa: Gabriel Cauduro, Vagner Vergara, Lucas Jiang, Bruna Braga Luz e Geórgia Furquim, estudantes do Colégio Marista Rosário - Porto Alegre (RS)

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866

Elaboração da arte realizada pela professora Maria Cristina Kersting, do Colégio Marista São Pedro - Porto Alegre (RS) Foto: Wesley Santos

Jornalista Responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 | Supervisão: Maria Fernanda Rocha Redação: Michele Bravos / Julio Cesar Glodzienski / Elizangela Jubanski | Diagramação: Julyana Werneck Revisão: Editora Champagnat | Divisão APC – Grupo Marista R. Amauri Lange Silvério, 270 - Pilarzinho – Curitiba/PR – CEP: 82120-000 – Fone: (41) 3271-4700 www.grupolumen.com.br Periodicidade da publicação: semestral Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo fone (41) 3271-4700 ou pelo site www.grupolumen.com.br Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.


Primeira impressão

A transformação como possibilidade! Por Ir. Paulinho Vogel

P

ara abrilhantar o tema desta edição, permitam-me iniciar nossa reflexão sobre a juventude com duas frases instigantes, uma do escritor francês Albert Camus: “A juventude é sobretudo uma soma de possibilidades”, e a outra, de Franklin Roosevelt: “Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro". Certamente, muitos de nós, assim como os autores citados, acreditamos que a juventude tem um potencial enorme de transformação não só do futuro, como de toda uma sociedade. Mas não há como a juventude, ou qualquer outro grupo social, ser essa mola propulsora de transformação, se não estiver apoiada em valores em que ela própria acredite. O tempo em que vivemos hoje é de transformações e mudanças. Segundo alguns, não apenas uma época de mudança, mas uma mudança de época. A crise de muitas instituições como a família, a escola, o Estado e a Igreja, gerada por esse tempo de modificações, faz os jovens tentarem entrar na sociedade, não mais por essas instituições, mas a partir das relações com seus pares, gerando assim seus próprios modelos culturais de identidade, de formas tão originais e criativas quanto as realidades juvenis que existem em cada cidade.

Quando os valores são vivos na mente e no coração dos jovens, independente de instituições, encontramos uma juventude com vontade de participar da transformação da realidade. São jovens que procuram uma sociedade sustentável, baseada no respeito à natureza, nos direitos humanos universais, na eficiência da justiça econômica e em uma cultura de paz desde uma perspectiva ecológica integral. Muitos deles tratam de promover a mudança a partir de seu compromisso com organizações não governamentais ou políticas, atentos para que os temas pertinentes à juventude sejam discutidos. Podemos dizer, além disso, que a grande maioria dos jovens procura intensamente pela espiritualidade hoje. São novas expressões, não necessariamente ligadas às grandes religiões, mas que manifestam de outra forma a espiritualidade e a transcendência latentes, de um modo que talvez não consigamos descobrir nem entender. Para os jovens, a fase da juventude é uma etapa de magia, porque repleta de alegria, liberdade, vitalidade e energia. É um tempo cheio de curiosidade, com vontade de conhecer, provar e sentir uma infinidade de experiências, mas, em certos momentos, permeado pela solidão, quando carentes de lar e da companhia familiar. O encontro e o protagonismo juvenil podem ser realizados na escola, na

rua, no bar, na balada, nas organizações pastorais, nos movimentos sindicais, nos fóruns de juventude e em outros espaços públicos que propiciem o encontro e permitam que se reconheçam como jovens. Além dos lugares, há também os espaços de encontro: festivais de música, eventos esportivos, internet, reuniões de reflexão, experiências de trabalho ou intercâmbio acadêmico e cultural, bailes, expressões culturais autóctones ou juvenis, manifestações em defesa dos direitos, rebeliões, guerras, prisões etc. Cabe às instituições, ao poder público e aos órgãos governamentais desenvolver nos jovens os valores essenciais à vida humana e propiciar os espaços adequados para que sua atuação esteja garantida. Garantindo formação e espaço adequado, a juventude espontaneamente transformará o mundo à sua volta. Assim, construímos nossa juventude para o futuro, oferecendo a ela todas as possibilidades de ser feliz e fazer os outros felizes, como sonhava Marcelino Champagnat, que acreditava que, fazendo os outros felizes, encontrávamos nossa própria felicidade.

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

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Entrevista


Chamado para

transformar tarefa de contribuir para um futuro ie um mundo melhores é responsabilidade de cada um dos 7 bilhões de habitantes do planeta. O jovem argentino Juan Andrés Mussini, de 29 anos, mestre em Ciência da Computação pela PUCPR, tem feito sua parte a serviço da nação do Timor Leste, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU). Como especialista em tecnologias de informação e comunicação para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Mussini tem aprendido a lidar com frustrações e percebido que sua missão é dar o melhor de si, fazendo o que for possível pelo bem-estar das pessoas.

-se uma reação em cadeia, na qual o usuário do seu produto, por sua vez, fará o mesmo, e assim por diante. Há vários níveis de "ajuda", nenhum mais importante que o outro, com todos trabalhando em harmonia até se formar um produto final. Se todos os membros fizerem um trabalho decente, haverá qualidade equivalente. Na ONU, consigo ajudar outras pessoas mais diretamente, passando meu conhecimento a pessoas que nunca tiveram condições e nunca sonharam estar trabalhando com informática.

na área de informática e gostei muito da ideia. O país era algo secundário, eu me interessei mesmo pela proposta da ONU. Como uma das línguas oficiais do país é o português, já há muitos brasileiros aqui. Esses brasileiros, por sua vez, já aplicam o conhecimento que aprenderam no Brasil desde que chegam aqui – entre eles, o conhecimento sobre informática, particularmente de Linux, que é muito forte no Brasil. Tendo sido educado no Brasil, eu me tornei um especialista nessa tecnologia, o que ajudou no processo de seleção. UNMIT

A

Como foi sua trajetória até chegar à ONU? Era um sonho? Minha chegada à ONU foi resultado de uma busca por um trabalho que me desse um retorno moral completo. Sendo formado na área de Exatas/ Computação, tive dificuldade em unir, ao mesmo tempo, um serviço que me desse garantia econômica e um sentimento de estar fazendo algo que valesse a pena. Já me sentia um pouco assim ao trabalhar em uma faculdade, por muitos anos. Sentia que estava ajudando os professores, estudantes e funcionários da instituição a fazer seu trabalho de forma eficiente. A informática é uma área que não produz nada por si própria, ela serve de base para outros aplicarem suas habilidades ou seu conhecimento. Acredito que, se cada um fizer bem seu trabalho, inicia-

Homens trajados com vestimentas típicas timorenses.

De que forma você acabou sendo enviado para o Timor Leste? A ONU é equivalente a um órgão público, mas em âmbito mundial. Há várias missões e agências da ONU. Cada uma delas tem seu quadro de funcionários, como se fossem empresas normais, e, como tal, publicam vagas e contratam colaboradores. Eu vi a oportunidade de trabalhar para a ONU como voluntário

Como é seu dia a dia nesse país? Meu trabalho é situado diretamente no Ministério da Justiça do Timor Leste, especificamente voltado para os timorenses colaboradores da Procuradoria Geral da República. Todos eles fazem parte da equipe de TI da instituição. Eu dou aula para eles duas manhãs por semana. Depois da aula, temos treinamentos específicos em cada institui-


Entrevista

Qual o maior desafio em estar em missão? Do ponto de vista profissional, é lidar com as frustrações. Do lado pessoal, é a saudade. Sou uma pessoa muito família, com três irmãs e, a partir de dezembro, seis sobrinhos. Estar longe deles é difícil e ver os pequenos crescendo e mudando, também. O dia a dia aqui é seguro, mas instável. No meio do ano, depois do resultado das eleições, houve focos de revoltas, com muitos carros apedrejados e queimados e até pessoas feridas e mortas. Durante aquela semana, o clima ficou tenso, mas por sorte não se agravou. A situação pode mudar rapidamente, por isso temos que sempre estar atentos e ter um bom ponto de segurança, como a própria casa, com mantimentos e provisões básicas. Como é conviver com a frustração de que nem sempre a solução está em suas mãos? O maior desafio é fazer as pessoas entenderem a importância do que está sendo feito. Em outros lugares do mundo, essa formação de capacidade diretamente aplicada ao local de trabalho é algo raro, já que os treinamentos tradicionais são sempre dados em horário diferente do horário do trabalho. As empresas preferem que seus funcionários estejam envolvidos em suas tarefas laborais nesse horário. Aqui, a tarefa laboral deles é aprender. Mas, mesmo assim, muitos deles não dão valor a

isso e acabam por se interessar pouco, perdendo a oportunidade que oferecemos. Para lidar com essa frustração, temos que manter a meta e nos concentrar naquelas pessoas que apreciam isso e que estão mudando com o que nós oferecemos. Ver que estamos melhorando a vida de uma pessoa é uma recompensa extremamente gratificante, que nos dá força pra seguir adiante.

Hoje, trabalhando para o Timor Leste, qual é seu maior desejo?

Quando mais novo, de que for-

Trabalhando na ONU,

Que eu consiga fazer a diferença para mais pessoas. Quando eu for embora, quero olhar para trás e enxergar um trabalho bem-feito, uma diferença clara (para melhor!) entre o momento em que cheguei e o momento em que estiver partindo.

ma você fazia a diferença em sua realidade? Posso dizer que eu nunca fui um rapaz extrovertido e com facilidades sociais, por isso não me envolvia ativamente em causas sociais. Mas, graças à educação que tive, gosto de pensar que sempre diferenciei o bom do mau. Por isso, em tudo que fazia eu tratava de levar sempre em conta isso, perguntando-me quais seriam as consequências de minhas ações. Acho que era algo simples, mas que fazia a diferença em minha realidade.

eu sou um agente de mudanças. eu sinto que as coisas acontecem porque nós fazemos acontecer eu tenho que tratar as pessoas com respeito eu quero ajudar da forma que for possível eu vou fazer muito bem feito o que tenho que fazer

Qual a maior recompensa que o seu trabalho lhe proporciona? Profissionalmente, é ver os colegas aprendendo e mudando. Pessoalmente, é saber que estou fazendo algo pra melhorar a vida de alguém.

Martine Perret/UNMIT

ção, atendendo a suas necessidades e demandas. Aqui, aplica-se o conceito de formação de capacidade, que vai além de aulas normais. É possível se dedicar àqueles que têm mais dificuldades, por exemplo.

Quais características esse trabalho desenvolveu em você? Trabalhar com tecnologia em um país pós-conflito é algo muito desafiante. Tive que aprender a lidar com situações difíceis, como falta de comunicação e de energia durante quase o dia todo. Aprendi a lidar com outras culturas, porque cada pessoa tem uma forma de lidar com as coisas. Estou mais tolerante.

A restauração da independência do Timor Leste, ocorrida em 2002, é motivo de comemoração no país. UNMIT

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Um agente da paz desembarca no Timor Leste, trazendo ajuda para a população.



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Capa

Rebeldes com causa Este século é marcado por jovens transformadores e com irreverência suficiente para causar um impacto positivo no mundo

O

ijeitão despojado e até blasé iengana à primeira vista. Quem vê pode pensar que são jovens perdidos, que não levam nada a sério e que vivem conectados – até demais. O engano vai embora quando esses jovens falam sobre o que pensam, o que creem e como gostariam de colocar em prática suas ideias para melhorar o mundo. Estamos falando dos jovens do século XXI, as chamadas gerações

Y e Z. Jovens com causas, planos e liberdade de sobra para transformar. Segundo o Ir. Evilázio Teixeira, doutor em Filosofia, Teologia e atual vice-reitor da PUCRS, essa é “uma juventude que se nega a simplesmente repetir as gerações anteriores e que busca afirmação”. Diferente de décadas passadas, o jovem da atualidade só se engaja naquilo que realmente lhe faz sentido. A vontade de ver pequenas mudanças os move para grandes conquistas. O sociólogo Cézar Lima, professor de Ciências Sociais da PUCPR, explica

que o jovem atual tem entendimento de que não vai mudar o mundo, mas sabe que tem em mãos a possibilidade de contribuir para um convívio mais harmonioso. Para os estudantes do 2º ano do Ensino Médio, Bruna Luz, do Colégio Marista Rosário (RS), e Alexandre Longo Filho, do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), ajudar uma senhora a atravessar a rua ou ser gentil com alguém já são atos de grande valor. “Com certeza, pensar nas próprias atitudes e acreditar que elas provocam transformações é uma combinação que mudaria o mundo”, diz Alexandre. Para o Ir. Evilázio Teixeira, os jovens estão mais sensíveis por natu-

Além do voluntariado, a estudante Bruna Luz, do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), acredita que atitudes do cotidiano podem fazer a diferença.

Ser gentil com o porteiro ou com uma senhora “ são coisas que, por vezes, não são valorizadas. Mas fazem diferença na vida das pessoas.


reza e querem um mundo melhor para todos. É nesse contexto que as causas específicas ganham força. “A juventude atual está muito sensibilizada perante os problemas das desigualdades sociais, a realidade de marginalização, de ataque ao ecossistema, da pobreza e morte que assediam muitos dos países em desenvolvimento. Muitos deles estão dispostos a dedicar parte de seu tempo, de seu dinheiro, de suas férias e até anos inteiros, a aliviar esses problemas”. Mas tudo isso só dura enquanto o jovem crê na bandeira que levantou. A partir do momento em que ele não acredita mais, ele não insiste e parte para uma nova empreitada. O sociólogo afirma que as manifestações atuais duram menos tempo se comparadas às de 20 ou 30 anos atrás; no entanto, são mais diretas e efetivas.

Minha, sua, nossa causa Atualmente, não se tem mais a noção de mudanças grandiosas, buscam-se mudanças pontuais. Já as décadas de 60, 70 e 80 foram marcadas por um anseio de grandes reformulações. O contexto pedia alteração na estrutura da sociedade, na política ditatorial que sufocava a liberdade dos seres humanos, na economia que não favorecia boas condições de vida. Quando essas conquistas foram alcançadas, a noção de luta que havia

se construído se dispersou e um novo molde surgiu, no formato que tem sido apresentado hoje pelos jovens. O estudante Heitor Fantinatti, do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Marista de Ribeirão Preto (SP), é um exemplo dessa juventude. “Quando nós falamos em mudar o mundo, parece que é uma coisa gigantesca e muito difícil de fazer. Isso se torna realmente difícil se você falar em um contexto global. Mas e se pararmos para pensar e começarmos a mudar o lugar onde vivemos? Primeiro, a escola; depois, o bairro; até chegar a uma cidade inteira”, diz. A partir da década de 90, com o conceito de globalização mais instituído na vida das pessoas, veio também o firmamento do multiculturalismo. Assim, as lutas e causas também se tornaram desterritorializadas, o que contribui para o alcance de conquistas globais. A internet se tornou, e ainda é, uma forte aliada para isso.

Além das ações voluntárias, o estudante Gabriel Cauduro, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), realiza a doação de roupas para pessoas carentes.

Eu gosto de me envolver com outras pessoas, de “ ajudar. A possibilidade de fazer isso no voluntariado me chama a atenção, por isso sou voluntário. ”

Das ruas para as redes socias “Revolução de verdade se faz na rua.” Ou seria "se fez"? Os caras-pintadas, os hippies ganharam a cidade com seus gritos de revolução e passeatas. Hoje, a manifestação é menos alarmante – embora tão ou mais efetiva que – e o ponto de encontro é no mundo virtual. O estudante Gabriel Cauduro, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), conta que o canal de comunicação do grupo de voluntariado do qual participa são as redes sociais. “Pela rede social, organizamos os grupos que vão visitar as instituições que ajudaremos. O grupo da internet também é usado para comentar outras atividades envolvidas com o voluntariado”.


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Capa Para que outras gerações possam entender essa transição de espaços, o questionamento deve ser: as plataformas já conhecidas (cartazes, manifestos nas ruas) ainda são condizentes com a forma de expressão do jovem Y ou Z? Vale lembrar que essa juventude nasceu em outro contexto, cercada pela teia da World Wide Web. Logo, é natural que seus gritos e pensamentos por mudanças sejam explicitados em páginas de redes sociais, por exemplo. Para o Ir. Evilázio Teixeira, “é incontestável que esses avanços tenham facilitado muitos aspectos de nossa vida diária, tornado mais compreensível nosso mundo e aproximado os problemas de todos”. O mundo virtual oferece um espaço de encontro plural para os jovens, onde podem encontrar pessoas com

inquietações similares, o que se torna um incentivo para agirem. “A internet proporciona a mobilização de quem nem se conhece”, completa o sociólogo Cézar Lima.

Do meu jeito Olhando para o passado, o jovem Y e Z reconhece as vitórias alcançadas pelos pais e avós, mas percebe quantas barreiras foram impostas pelas instituições com as quais a velha juventude estava ligada. Por isso, hoje o jovem luta por suas causas por conta própria. Ele não está preocupado se terá o apoio de uma ONG ou de um partido político; pelo contrário, ele não crê nessas instituições. Sendo assim, dá o primeiro passo. No caminho, encontra outros jovens com interesses similares. Juntos, eles vão atrás do que querem.

Por iniciativa própria, a estudante Georgia Furquim, do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), começou a se envolver em atividades voluntárias:

Acho que o Colégio me incentivou, trabalhando isso na minha vida “ desde pequenininha. Eu gosto de ajudar e quando conto histórias para a minha família, eles até sentem vontade de contribuir. ”

O desafio Diante do contexto de jovens engajados em causas mais específicas e descrentes do sistema político e econômico, é preciso encontrar formas para que esses jovens possam tornar suas pautas específicas potentes influenciadoras dos direitos fundamentais. “Ainda não vejo o jovem envolvido em lutas que transcendam os interesses específicos. Esse é o desafio do momento”, diz o sociólogo.

Processo em curso Segundo Cézar Lima, o que vivemos hoje é um reflexo dos anos anteriores e continuará sendo assim. Por isso, é preciso perceber que discussões acerca da juventude e de seus comportamentos não é um ciclo que se fecha, mas que se altera com o passar do tempo. Quando se fala em geração 2000, as percepções são ainda mais incompletas, uma vez que este é um processo em curso.


A juventude atual me parece assim...

E

les viram a minissaia surgir, os hippies pregarem “paz e amor”, o muro de Berlim cair. Alguns participaram ativamente dessas e de outras emblemáticas situações no mundo. Outros, simplesmente, foram espectadores. As gerações nascidas no fim da década de 1950 e durante a de 1960 enxergam que os jovens da atualidade desfrutam de muita liberdade, são mais donos de si que seus pais e avós, mas isso muitas vezes se torna ausência de limites e falta de respeito. O sociólogo explica que a noção de respeito que se tinha nas décadas passadas estava muito ligada à obediência. “As gerações anteriores eram mais obedientes, por uma questão de tradição”. Atualmente, os jovens são mais questionadores, não seguem aquilo que não acreditam e expõem abertamente o que pensam.

Lucas Jiang, estudante do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), pratica voluntariado desde 2010 e conta com o apoio dos pais nessa atividade:

Meus pais me apoiam. Converso muito com meu pai sobre as atividades do grupo e ele se sente orgulhoso.

Isaura M. Oliveira, 65 anos Aposentada “Os jovens têm em mãos uma coisa muito grande, que se chama liberdade. Muitos deles sabem aproveitar isso.”

Eloir Rosa, 42 anos Cinegrafista “Está cada vez mais difícil educar um filho. Hoje em dia está tudo muito livre. Acredito que um pouco de censura não faria mal. A culpa é da sociedade, a televisão mostra muita coisa que não deveria."

Maria Carvalho, 63 anos Salgadeira “Acredito que a juventude de hoje não está perdida, mas falta respeito dos jovens com os outros. Penso que os pais não querem que os filhos passem pelo que eles passaram e por isso não impõem limites.”

Os pais de Vagner Vergara, do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Rosário (RS), nunca praticaram ações voluntárias, mas isso não impediu o estudante de se engajar:

Comecei no voluntariado “ por influência dos meus amigos. ”

Roseli Silva, 48 anos Doméstica “A educação dos jovens de hoje é bem diferente. Acredito que os pais deixam os adolescentes e as crianças soltas demais, e isso torna alguns jovens rebeldes.”

Euclides S. Pereira, 48 anos Cabeleireiro “Em relação ao comportamento de antigamente, a juventude de hoje tem mais liberdade. Nos meus 40 anos de cabeleireiro, por exemplo, o pai escolhia o corte do filho até os 15 anos de idade; hoje, a criança mais nova corta o cabelo do estilo que quer."


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Capa

Anos 60 l Liberdade Sexual l

Filhos da geração Baby Boom (grande

crescimento populacional ocorrido após as guerras mundiais) l

Pós-guerra

l

Auge do consumismo, que, por sua vez,

Anos 70 l Liberdade de Expressão

Anos 80 l Conformismo

l Perda da inocência e das crenças nos ícones dos anos 60

l Geração Y (nascidos em um momento de grandes avanços tecnológicos. Atualmente, são reconhecidos como aqueles que estão sempre em busca de inovação, além de serem engajados em causas so-

l Aprofundamento das discussões da década anterior l

Combate à censura e ao racismo

ciais)

l

Direito das minorias

l

Época de recente derrubada da ditadura

l Liberdade na moda, na música e no com-

l

Jovem menos ingênuo e mais cínico, mais

l

Juventude mais conformista e mais po-

portamento

contestador

é combatido fortemente pelos jovens

l

Ascensão dos movimentos culturais,

como Op art, Pop art e Nouvelle Vague l l

Movimentos estudantis Ditadura

litizada

l

Aumento da repressão

l

l

Dúvida dessa geração: “Ficar à margem

fluenciarão a próxima década

do sistema ou entregar-se?”

l

Grandes conquistas políticas que in-

Sem protagonismo dos jovens


O jovem na linha do tempo O tempo passou e, com ele, os jovens se transformaram. Os propósitos de vida são outros, assim como seus ídolos, seus sonhos e sua forma de expressão. Há quem diga que são acomodados, menos ativos que outras gerações, que lutam por causas pequenas demais. Na verdade, são apenas diferentes. A equipe da revista Em Família, junto com o sociólogo Cézar Lima, organizaram a linha do tempo abaixo para que você entenda a geração atual, conhecendo mais dos antecedentes desses jovens.

Anos 90 l Defensores l

Alto engajamento político

l

Proliferação de ONGs

l

Há uma necessidade comum em suprir

as necessidades emergenciais da sociedade civil l Jovens unidos para a defesa de uma plu-

ralidade de direitos

Anos 2000 l Individualismo l

Geração Z (nascidos no universo digital,

são indivíduos muito familiarizados com a tecnologia, com a internet e seus recursos) l

Globalização

l

Capitalismo afeta o protagonismo do

jovem l Jovem mais individualista

Anos 2010 l Conectados l

Críticos em relação às instituições e aos

governos l

Noção de Estado, família

l

Intolerante à corrupção

l

Cobra com rigor, exige bons exemplos e

questiona a hierarquia convencional l

Aquilo que se pensa deve

ser aquilo que se faz l

Acredita que é preciso fazer para merecer

l

Luta por causas específicas, crendo que

transformar o pouco traz reflexos para o muito


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Dia a dia

Filhos engajados e pais preocupados Afinal, a insegurança dos pais deve ser recompensada com a experiência dos filhos?

A

criança lidera a turma em causas sociais, promove a igualdade e luta por justiça. Prepare-se: seu filho é um ativista nato e o seu coração ficará dividido entre orgulho e medo. Eles querem conhecer cada canto do mundo e se sujeitar às mais novas experiências. Mas, a bandeira erguida de que o filho deve ser criado para o mundo logo dá espaço à proteção e

ao medo de expô-lo a uma realidade tão dura. E aí, os pais estão preparados para desengatar o laço de proteção? Na tentativa de proteger os filhos, os pais podem perder o controle da situação. O ideal é conversar sobre os riscos e o benefício da atividade que será praticada. Foi assim que, em 2006, Gabriela Howes, ex-aluna Marista e atualmente colaboradora

no Colégio Marista Rosário (RS), no setor de Pastoral, conseguiu a permissão do pai, Mário César Howes, para ir à África com apenas 19 anos. “Foi um impacto muito grande esta decisão dela. Confesso que foi difícil para nós. Diziam que eu estava louco em apoiá-la”, lembra Mário. Gabriela partiu para Moçambique em missão pela ONG Associação


do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol). Ela ficou em terras africanas durante nove meses e passou por situações com as quais jamais teria contato caso não aceitasse a empreitada. Howes sabia que a filha enfrentaria problemas, afinal, ela se depararia com uma realidade muito diferente da de seu país. “Perguntei se ela sabia das dificuldades que ia enfrentar. Vi que estava determinada e apoiei a decisão”. Para a desarmonia da família, a mãe foi totalmente avessa à viagem e até o último instante, antes de embarcar, pediu que a filha não fosse. “Não queria que minha filha ficasse longe de casa. Achava ela muito nova para ficar num país totalmente diferente”, apontou Ivelise Howes.

Test-drive A vontade de ir à África teve capítulos importantes a serem vencidos. Dois anos antes, Gabriela teve a oportunidade de fazer um intercâmbio – o Rondon Internacional. Lá, ela passou três meses vivendo o desprendimento familiar. “Quando eu voltei do Canadá, falei aos meus pais que eu estava preparada para ir a Moçambique”, conta

Experiência Enfim, Gabriela pisou na África, enquanto a mãe ainda sofria por aqui. “Eu não acreditei, até o último instante”. Lá, a ideia inicial da missão de Gabriela tomou outras proporções, e

o que antes era um trabalho voluntário, acabou sendo uma experiência pessoal e intrasferível. “Eu ia ser professora de inglês da 6ª e 7ª série, tanto de ensino regular como na educação de jovens e adultos. Quando cheguei lá, percebi que a demanda era muito maior, eu ia ser mais que uma professora, ia ser uma pessoa de outra cultura que ia aprender muito sobre eles. A sensação que eu tenho, hoje, é que eu não fiz nada, quem fizeram foram eles na minha vida”, disse. Já para Ivelise, a sensação era outra, e a cada dia aguardava a volta da filha. “Durante todos os meses envelheci 50 anos. Passava noites sem dormir, conseguia falar com ela somente por telefone e de madrugada. Às vezes passava 15 dias sem notícias dela”. Gabriela conta que a comunicação era precária e o local onde tinha acesso à internet ficava a pelo menos 30 quilômetros de onde eles estavam. “Não sei nem com qual periodicidade falava com meus pais”, recorda.

Realidade “Eu sentia que a morte estava sempre presente comigo”, revelou Gabriela, que escutava a todo o momento sobre a naturalidade com que os africanos lidavam com esse tema. “Quando alguém não chegava para a aula, eles respondiam ‘morreu, professora’, assim, sem pudor. Diziam que mor-

riam por causa de doença. Então, eu dava aula de inglês, mas sempre que podia falava sobre higiene, prevenção, doença, até mesmo da aids. Coisas que a demanda da realidade faziam com que eu falasse”, revela.

Valeu? O retorno foi alegre e vigoroso. A mãe, que tanto rejeitou a ideia, rendeu-se. “Ela voltou diferente, mais madura”. Mas ressalta a importância de se saber com quem o filho está indo. “Antes de qualquer decisão, verifiquem realmente o lugar para onde irão, com quem vão morar e que tipo de situação vão enfrentar”, aconselha. O pai reforçou a tese do apoio e disse: “precisamos saber criá-los e orientá-los para vida, pois não somos donos dos nossos filhos. Somos simplesmente pais, amigos e companheiros”. Hoje, Gabriela é formada em Psicologia e diz que só consegue se definir e se autoconhecer depois do que viveu em Moçambique. "Tive experiência de vida goela abaixo. Conheci o ser humano na essência, sem bens, sem ter, sem nada. Só ele”, finaliza. Apesar de tudo isso, Gabriela e a mãe tiveram algo bastante significativo em comum. Enquanto a viagem durou nove meses, a sensação para as duas foi de que esse tempo durou anos a fio.


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Olhar

A grande aventura

Para tornar um sonho realidade, às vezes, pode ser preciso se desapegar daquilo que traz segurança. E é aí que se ganha muito mais. Por Roy Rudnick

Michelle Weiss e Roy Rudnick partiram para uma viagem de três anos rumo à realização de um sonho.

É

agora ou nunca. Agora! Este é o subtítulo do primeiro capítulo do livro Mundo por Terra – uma fascinante volta ao mundo de carro, que trata de uma viagem, feita em um veículo automotor, por 60 países, 5 continentes, 1.033 dias e mais de 160 mil quilômetros. Viajar por tanto tempo sempre foi um paradigma para mim e para Michelle Weiss, minha namorada e companheira de viagem. Aliás, tudo que extrapolasse o período de férias – 30 dias – era algo impossível, mas bastou um “nós vamos” e tudo mudou. Tudo passou a convergir em favor do que havíamos decidido: ir à busca de nosso sonho. Por mais que essa decisão aparentemente tenha sido difícil, durou menos que um segundo. Foi como num passe de mágica. Antes dela, seguíamos uma vida regida por rotinas e regras e, depois, os dias passaram a ser diferentes um do

outro, com acontecimentos marcantes que jamais experimentaríamos em casa. Um segundo que acarretou uma grande mudança de vida, mas que teve sucesso por termos nos deixado levar por um fator que é muito discutido nos dias atuais: o desapego. Saímos de uma casa confortável e embarcamos em um veículo com um pequeno motorhome de 4 m² para morar nele por três anos. Ali carregávamos somente o essencial – uma cozinha, uma boa cama, espaço para se ficar em pé e armários para os mantimentos –, tudo feito para oferecer o mínimo de segurança e conforto. As estradas do mundo e os quintais de nossos acampamentos passaram a ser nosso patrimônio, pelo qual jamais tivemos que recolher o IPTU. Éramos livres para seguir sempre que tivéssemos vontade, livres das atribuições que nossos próprios bens materiais nos incumbem. Agora, claro que adversidades também faziam parte do nosso dia a dia e o acúmulo delas é que era duro de suportar. Estar em lugares desconhecidos, comunicação difícil, adaptação a novas culturas, comidas exóticas, problemas mecânicos, lugares inóspitos, aduanas, dificuldades para achar lugar para dormir, dias sem

banho, falta de privacidade em países populosos, estradas ruins e saudade eram apenas algumas delas. Mas a recompensa era sempre superior e, percebendo isso, o ato de “desistir” nunca foi parte de nossos planos. Além disso, o que nos manteve foi ter metas claras e definidas. Nós partimos, vivemos o mundo, cumprimos o planejado e voltamos para casa, certamente enriquecidos de alma. Aprendemos que a vida é muito mais do que ter uma boa conta bancária. Aprendemos a viver com menos e nos tornamos muito mais simples. O livro Mundo por Terra – uma fascinante volta ao mundo de carro é um relato da viagem do casal Roy e Michelle. Essa narrativa descreve com detalhes todos os assuntos relacionados à viagem. As histórias seguem o itinerário realizado e são traduzidas de forma simples e informal – uma conversa entre o leitor e os viajantes. Site: www.mundoporterra.com.br E-mail: expedicao@mundoporterra.com.br.


Crianças e jovens são os grandes agentes transforma-

valores fundamentais, a escola desempenha papel primor-

dores do mundo. Por meio de gestos e atitudes diárias,

dial nesta formação de jovens engajados.

eles comprovam, a cada dia, que estão aptos a mudar a

Nesta parte da Em Família leia histórias, projetos e

realidade com vistas a futuro melhor. O protagonismo da

ideais de alunos em trecho exclusivo do Colégio Marista

juventude se torna diariamente mais forte e consolidado.

Arquidiocesano, de São Paulo, que tem participação fun-

E para que isso seja exercido de maneira solidária e com

damental na construção de um futuro melhor para todos.


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Com a palavra

Ascânio João (Chico) Sedrez – Diretor-Geral

"Já pensou, tudo sempre igual? Ser mais do mesmo, o tempo todo, não é tão legal Já pensou, sempre tão igual? Tá na hora de ir em frente:

Ser diferente é normal " Q

uando pensamos em educação escolar, na maioria das vezes, vem-nos à mente a imagem de filas, lousa, processos iguais para pessoas diferentes. Em um mundo que busca “customizar” quase tudo, mesmo as produções em grande escala, é impensável que nossa relação educativa, no Colégio Marista, possa se manter de maneira ética e qualificada sem o respeito às maravilhosas características que cada ser humano tem. São esses singulares aspectos que nos tornam únicos e inéditos. Juntar seres ou coisas iguais em coleções ou bandos deve ser bem fácil – apesar de um tanto enfadonho. Trabalhar juntas, e de maneira eficaz, as pessoas que compõem uma complexa comunidade educativa como a nos-

sa é muito mais desafiador – mesmo que muito mais humano e ético. Estamos aprendendo a viver juntos, superando a pretensão das verdades prontas, dos axiomas dados, dos conceitos já terminados. Temos valores que nos sustentam cotidianamente, porém a outra boa parte de nossa aprendizagem deve ter abertura, pesquisa, comunicação, solidariedade, acolhida. Convido todos a olharem um pouco para nosso Marista Arquidiocesano, com seus profissionais, seus alunos e ex-alunos, suas famílias, como uma nave tripulada por gente que quer ser feliz, que busca aprender sempre, que não se cansa de encontrar razões para viver hoje com os olhos num futuro melhor para todos(as).

Quero agradecer muito:

aos estudantes que transformaram empenho em aprendizagem l aos queridos professores, por seu trabalho com estudantes e famílias l ao corpo técnicoadministrativo do Colégio, o qual se desdobrou para garantir tudo o que precisamos para “educar do jeito de Maria” l às famílias Maristas: razão e apoio para nossa missão de educar. l

Nos corações de Maria e de Champagnat,

Ascânio João Sedrez



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Educa�

Educação Infantil

“O pão nosso de cada dia” Um projeto para o desenvolvimento da alimentação saudável Por Professoras da Educação Infantil e do 1º ano e Silvana Garuti*

C

onhecer as necessidades alimentares do corpo é uma atividade que instiga as crianças pequenas. O tema tem relevância também ao considerarmos a faixa etária e suas principais características. Por volta dos 4 ou 5 anos, as crianças já começam a recusar alimentos que antes aceitavam. Alguns pediatras chamam isso de “a idade da dieta branca”, ou seja, é aquela fase em que muitas delas querem “abolir” da mesa tudo que é mais colorido.

Segundo Marlene Menino Alvarez, membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD, é “a partir dos 2 ou 3 anos que a criança inicia, efetivamente, suas preferências alimentares. Nessa ocasião, é importante o fortalecimento dos hábitos saudáveis. A educação alimentar é um processo que deve ser iniciado o mais precocemente possível e ser mantido e fortificado ao longo da vida”. Sabemos que nessa idade as crianças conseguem se envolver totalmente nas temáticas abordadas, são curiosas e investigativas e demonstram motivação para mergulhar nos desafios propostos.

Enfim, são verdadeiros pesquisadores. Nesse sentido, criamos, há alguns anos, o Projeto da Alimentação Saudável, com o qual cenouras e pepinos, por exemplo, já ganharam espaço no cardápio das crianças. A escola lançou uma proposta de ação coletiva para a reflexão e a formação de hábitos saudáveis na alimentação de crianças e adultos. Os pequenos são muito concretos e visuais, por isso, uma das ações mais eficientes é, de fato, a degustação de alimentos. A proposta é simples: por meio de sorteio, são escolhidos uma criança e um grupo de alimentos, sendo que as

*Coordenadora Psicopedagógica.


verduras ganham o mesmo espaço que as frutas, por exemplo. Dividimos os alimentos em quatro grandes grupos, e, para cada um deles, existe uma caderneta, que é explorada individualmente a cada mês, sendo dividida em:

s Fr ut as ou fru ta s se ca Ve rd ur as s Le gu m es e tu bé rcu lo as Ce re ai s e/ ou ca sta nh A criança sorteada pode escolher o que mais gosta de comer da lista que compõe cada grupo e deve levar para a sala porções desse alimento, para que todos possam provar. A função dessas cadernetas, que são levadas às casas das crianças, é registrar e informar os pais sobre os alimentos trazidos à escola, garantindo, assim, a variedade de sabores. O mais interessante tem sido a criatividade das famílias e a forma como elas aderiram ao projeto: chegam à escola tortas de espinafre, bolinhos de arroz, frutas picadas em pequenos potes como se fossem doces, fazendo que a criatividade dos adultos também seja instigada. Os resultados do projeto já aparecem. Veja o que alguns familiares dizem:

"Há alguns anos, o colégio incentiva a alimentação saudável. Graças a esse projeto, meu filho de 8 anos, Felipe, aprendeu a comer manga com ‘palitinho’, quando estava na Educação Infantil. Até hoje, preciso cortá-la em cubos e oferecer palitos de dente. É uma diversão! O caçula Guilherme, de 4 anos, que possui um paladar mais seletivo, após participar das degustações em sala de aula, mudou seu discurso: ‘Mãe, minha professora disse que tenho que experimentar as comidas’. Agora, tudo ele quer provar! Com os amigos, tudo se torna divertido e desafiador. É um trabalho maravilhoso, que reforça o discurso familiar." Catherine, mãe de Felipe e Guilherme “Minha filha adora os momentos em que esse projeto é trabalhado. Ela fica ansiosa para chegar logo o dia em que poderá mostrar aos colegas seus alimentos prediletos e se diverte experimentando os alimentos trazidos por outras crianças. Diversas vezes precisei conversar com outras mães, pedindo a receita do prato enviado, que fora muito apreciado pela minha pequena. Acho extremamente válido, principalmente para os pequenos.” Vanessa, mãe de Gabriela e Mariana Com esse projeto, conseguimos fazer com que nossos pequenos sejam protagonistas de algumas mudanças de hábitos alimentares em suas casas.

Os pais agradecem!


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Ser melhor

A experiência que ensina Por Cleber Alves Araujo*

U

m dos desafios da educação, no contexto atual, é aliar o discurso das práticas educativas a atividades de cunho social. Em outras palavras, a escola de hoje não pode negligenciar o conteúdo social presente nas diversas disciplinas, o qual, por vezes, é trazido ao contexto escolar com um distanciamento da própria realidade abordada. Dessa forma, quando ensinamos aos alunos sobre a segregação social no Brasil – situação que ainda atinge milhares de pessoas –, devemos mostrar-lhes os diversos lugares onde tal problema ocorre, as pessoas afetadas, os humanos segregados. Nesse sentido, a tarefa educativa hoje emerge da potencialidade do educador em elencar tais problemas e, ainda mais, favorecer a experiência dos educandos com essas realidades, para que eles possam “tocá-las”. Não adianta apenas discursar em sala

de aula sobre as realidades que reificam a pessoa humana e que a empobrecem, que lhe negam as condições adequadas de vida, o tempo para os seus, a liberdade e a festa. É preciso sair do reducionismo fantasioso da realidade social, principalmente quando tais temas são expostos apenas formalmente em sala de aula, sem verdadeiro compromisso com a vida de todos. Com esse espírito, o Colégio Marista Arquidiocesano possibilita aos educandos a vivência de diversos contextos que compõem nossa sociedade, em especial os lugares mais afetados pela exclusão e pela marginalização. Os temas sociais trazidos para a sala de aula são conhecidos pelos estudantes com base na experiência concreta desses contextos. Durante o ano letivo, os alunos são motivados a participar das mais diversas ações de voluntariado, que incluem a construção de casas para pessoas em

situação de vulnerabilidade – destaque desta edição –, bem como visitas a casas de repouso, creches e outras ONGs. Eles protagonizam diversas ações para ajudar aqueles que estão em condições menos favoráveis e, além disso, reconhecem nessas pessoas uma humanidade muitas vezes negada, mas possível, da qual todos nós somos corresponsáveis. Como escola católica, acreditamos na pessoa humana, apesar das inúmeras condições que bloqueiam uma vida mais justa. Acreditamos, sobretudo, nos ideais de nosso fundador São Marcelino Champagnat, que nos deixou um legado de educação integralizante, compreendendo todas as dimensões humanas. Com ele, somos impelidos a educar coerentemente nossos alunos, levando-os a uma profunda experiência da cotidianidade daqueles que estão à margem e, mais, sensibilizando-os para a mudança possível. *Agente de Pastoral.


Destaque

Transformar ou transformar-se Por Laura Rydlewski*

A

ONG Teto – Brasil é uma organização sem fins lucrativos que trabalha por uma sociedade justa e sem pobreza, na qual todas as pessoas tenham oportunidades para desenvolver suas capacidades e exercer plenamente seus direitos. Isso acontece por meio de trabalho conjunto de jovens voluntários e moradores de comunidades pobres. A Pastoral do Arqui realiza um trabalho com a Teto, dando aos alunos do Ensino Médio, como eu, a oportunidade incrível de conhecer e poder ajudar aqueles que não têm as mesmas condições que nós. Nosso primeiro contato com a ONG foi durante uma Enquete Massiva, quando visitamos favelas e conversamos os moradores, fazendo uma espécie de "peneira" para aqueles que seriam beneficiados com a construção das casas – infelizmente, os recursos não são suficientes para ajudar a todos. Foi a primeira vez que entrei em uma favela e, confesso, o processo de "sair da bolha" me chocou mais do que o previsto. Entrevistei a

Dona Ana, que compartilha a casa, em condições deploráveis – com goteiras, fendas na parede e a visita constante de ratos e baratas –, com mais 13 familiares e 30 animais de rua. Uma mulher guerreira, que não resiste ao impulso de ajudar aos outros, mesmo não tendo quase nada a oferecer. Já nesse dia, apaixonei-me pelo projeto, entrando nessa de cabeça, afinal, "começou, não para". Durante o mês de abril, participei, com outras três alunas do Arqui e dois representantes da Pastoral, de uma construção da ONG na comunidade Spama, em Pirituba, e o que eu senti não cabe em palavras. Nunca havia participado de nada parecido com uma construção. Na verdade, nunca tinha pregado um prego, e minha primeira experiência foi inesquecível. Em dois dias, tínhamos finalizado o trabalho. E que trabalho: carregamos madeira, pregamos, cavamos pilotis, enfim, suamos a camisa e demos não só um lar, mas esperança, a uma família maravilhosa. Dois dias que mudaram não só a vida da

família, mas a minha também. Durante a construção, almoçávamos com a comunidade e tivemos a oportunidade de ouvir histórias marcantes, como a de Dona Ana. Foi quando eu percebi o quanto a desigualdade e a injustiça social brasileira são “isolantes” e como o trabalho voluntário é essencial para a construção de um Brasil mais justo, afinal, deveríamos ser todos iguais. Saí da comunidade ainda mais grata pela vida que tenho e pela sorte de nascer em uma família estruturada, já com um teto sobre minha cabeça. Aguardo ansiosamente pela próxima construção, quando construiremos outro lar e mudaremos outras histórias.

"(...) confesso, o processo de 'sair da bolha' me chocou mais do que o previsto." *Aluna da 3ª série do Ensino Médio.

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Caleidoscópi�

Festival Champagnat 2012 Uma mistura de cores e sons, numa festa que deixou saudade! Jogos, cultura, gincanas e ação solidária, em um momento marcado por possibilidades criativas. É tempo de infâncias e juventudes visíveis!

Festival Champagnat 2012

Fórum de Profissões O Fórum de Profissões, ponto alto de nosso Programa de Orientação Profissional, mostra que a informação facilita a escolha. Um dia de encontro com universitários, especialistas e profissionais.



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Diz aí

Qual é a sua causa?

Fernanda Martins Coêlho – 7º Ano do Ensino

Pedro Karam Gomara – 8º Ano do Ensino

Pedro Felipe de Carvalho Fermanian – 1ª Série

Fundamental

Fundamental

do Ensino Médio

Eu lutaria para que o governo não gastasse nosso dinheiro com Copa e Olimpíadas. Existe muita gente com fome e sem abrigo, então eu acho que a gente podia usar esse dinheiro melhor para fazer a diferença.

Eu lutaria contra a discriminação social. Todos têm o seu valor, não importa a classe social da pessoa.

Minha causa é a redução da desigualdade social. Não é possível aceitar um mundo onde milhões não têm o que comer e onde a gente vive no mais alto luxo. Luto por uma sociedade mais justa e igualitária.

Naira Sathiyo Ferreira Silva – 2ª Série do Ensi-

Nicole KaissarGhorayeb – 3ª Série do Ensino

Clara Paulino Pelizon – 3ª Série do Ensino

no Médio

Médio

Médio

Lutaria para um mundo com mais humanidade. Um mundo onde as pessoas pudessem viver em harmonia, sem guerras e sem destruição.

Pela redução de crianças e adolescentes sem abrigos. Participar de movimentos que lutem contra o abandono de crianças nas ruas.

Lutaria para que as pessoas pudessem ter liberdade de seguir o caminho que as fizessem felizes. Não só meus amigos e familiares, mas futuramente, quem sabe, até aquelas pessoas que não conheço.



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Educa�

Ensino Fundamental

Aprender melhor e

sempre Por Prof. Marcelo Pereira

A

transição da cultura do ensino para a da aprendizagem é um processo lento, descontínuo e que não pode ser levado a cabo individualmente. Essa passagem requer trabalho coletivo, reflexão, avaliação e renovação das ações didáticas.

Na cultura do ensino, a proposta e as práticas pedagógicas concebem os conteúdos escolares das diferentes disciplinas desconectados entre si e, muitas vezes, desconectados do contexto sociocultural no qual são ensinados. Além disso, na maioria das

vezes, encerram-se em si mesmos e não são associados a um projeto mais amplo de formação cultural e social. Na cultura da aprendizagem, pautada na definição prévia de competências e habilidades a serem adquiridas pelo aluno, há uma redefinição


do tratamento didático dado aos conteúdos escolares das disciplinas que compõem o currículo formal. Esses conteúdos continuam sendo fundamentais no processo pedagógico, porém, o foco deixa de estar centrado neles e é desviado para a aprendizagem do aluno. Os conteúdos passam a estar a serviço dela. Desse modo, um currículo pautado no paradigma da aprendizagem pressupõe que aceitemos um novo desafio: o de tentar promover os conhecimentos específicos de cada disciplina articuladamente às competências e às habilidades dos alunos. E uma aprendizagem significativa é resultado apenas de conteúdos contextualizados e tratados pela equipe escolar com base no princípio da interdisciplinaridade. Se, por um lado, essa transição das concepções e práticas pedagógicas é lenta e descontínua, por outro, vivemos em um tempo de aceleração, um tempo de mudanças tecnológicas vertiginosas que nos obrigam a repensar continuadamente as linguagens, bem como a incorporação das novas tecnologias nas práticas didáticas. Certamente, esse processo nos coloca diante de um enorme desafio: tornar a aprendizagem efetivamente significativa sem perder de vista as novas formas de comunicação e de produção do conhecimento. Nesse novo cenário, o que menos interessa é a quantidade de conteúdos. O objetivo maior é a qualidade da aprendizagem. Assim, apropriar-se das diferentes linguagens torna-se chave fundamental no processo educativo. Linguagens são entendidas aqui como sistemas simbólicos, instrumentos de conhecimento, de

compreensão, de leitura e de construção do mundo. Apropriar-se das múltiplas linguagens é compreender suas especificidades, fazer uso delas para ler e entender o mundo; delas utilizar-se para expressar ideias e realizar intervenções. Os conteúdos de História, Matemática, Português, Geografia precisam dialogar a partir de problemas e temas significativos para a comunidade escolar, mobilizando o desejo de investigação e pesquisa, sem nunca perder de vista o trabalho efetivo com as diferentes linguagens (escrita, oral, visual, corporal, tecnológica). É importante ressaltar que o domínio dessas linguagens representa um fator fundamental para a edificação da autonomia, a chave para o acesso a informações, permitindo não apenas a comunicação de ideias, mas, também, a leitura crítica sobre as questões socioeconômicas, políticas, culturais e ambientais que afetam o mundo contemporâneo. Em última análise, conteúdos isolados contribuem unicamente para fragmentar a compreensão dos fenômenos. Apenas um indivíduo que domina as especificidades das múltiplas linguagens e faz uso de conteúdos contextualizados e significativos é capaz de garantir sua aprendizagem continuada. É tempo de experenciar, de ressignificar. É tempo de rever e redefinir percursos e práticas. Não há receitas, não há dogmas. Há possibilidades. Assim, o diálogo permanente entre as disciplinas do currículo escolar tornou-se aspecto indispensável para enfrentar os novos desafios que se apresentam e para garantir uma aprendizagem efetivamente significativa.

(...) vivemos em um tempo de aceleração, um tempo de mudanças tecnológicas vertiginosas que nos obrigam a repensar continuadamente as linguagens, bem como a incorporação das novas tecnologias nas práticas didáticas.


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Educa�

Ensino Médio

As Juventudes:

construção e protagonismo! Por Rafael Parente*

A

Pastoral Juvenil Marista (PJM) do Colégio Marista Arquidiocesano tem desenvolvido algumas ações já direcionadas ao ano de 2013, quando acontecerão o Encontro Internacional Marista de Jovens, a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, assim como a Campanha da Fraternidade 2013, que abordará a questão da Juventude. Para os jovens do Ensino Médio, que participam dos grupos do terceiro e do quarto momentos da PJM, um processo de fomento foi realizado tendo em vista as atividades do ano de 2013. É evidente a importância da visibilidade juvenil para o próprio processo pastoral que construímos em nosso Colégio, com foco na divulgação da PJM e no fortalecimento da espiritualidade juvenil e dos grupos – entendendo que esses são espaçotempos de partilha de vida e de construção dos projetos de vida. Esses estudantes, com os jovens das outras unidades do Grupo Marista da cidade de São Paulo, foram os res-

ponsáveis pela organização do Fórum de Juventudes, que aconteceu no dia 2 de setembro de 2012, no Arqui. Essa atividade teve como objetivo a discussão e a produção de materiais acerca da realidade juvenil de nossa cidade, subsidiando as publicações e os estudos posteriores sobre o tema “Juventudes” para o ano de 2013. A partir da problematização sobre a solidariedade e a missionariedade, realizada nos encontros com os grupos da PJM, temos refletido sobre a importância do serviço e do desejo dos jovens na participação da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Também problematizamos a participação juvenil nos espaços de organização do evento. Contamos, ainda, com a participação dos estudantes nas reuniões de articulação da Semana Missionária, promovida pela Igreja de São Paulo, bem como nos encontros da Região Episcopal Ipiranga e da Arquidiocese de São Paulo. A participação dos estudantes nes-

ses diferentes espaços de preparo e de organização dos peregrinos para a Jornada Mundial da Juventude favorece a apropriação de informações e o desenvolvimento de mecanismos para o engajamento dos próprios jovens. Vale destacar que nosso Colégio sediará a Vigília da Juventude da Região Ipiranga, em julho de 2013, a qual contará com a presença de centenas de jovens peregrinos de todo o mundo. Com a Associação Nacional de Escolas Católicas (ANEC), temos realizado encontros de pastoralistas e jovens sobre a temática da Juventude, os quais contribuem para o aprofundamento de propostas e metodologias de trabalho, assim como para a responsabilidade e o compromisso com a Evangelização. É gratificante ver o protagonismo dos jovens do Colégio, sua vontade de abraçar a ideia e seu orgulho de ser Marista e ser Igreja! Sem dúvida, chegaremos ao ano de 2013 com uma PJM mais organizada e estruturada. * Agente da Pastoral.



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Gente noss�

Educação Marista: com você por toda a vida! O que representa o Marista Arquidiocesano na sua vida?

G

ustavo Santini Teodoro, 39 anos, teve uma longa trajetória como estudante Marista. Começou a estudar no Arquidiocesano, em 1979, no pré-primário, depois de ter passado pelo jardim de infância no interior do Estado. Concluiu o Ensino Médio em 1990 e, no ano seguinte, dedicou-se ao Ensino Superior na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Gustavo se formou em 1995 e advogou por dois anos, até ingressar, por concurso público, na magistratura do Estado de São Paulo. Hoje, pai de alunos Maristas, Gustavo leva os valores cultivados ao longo de sua vida, na família e na escola, para seu trabalho no Judiciário. Sua família enriquece a família Marista do Arquidiocesano.

Os 12 anos de estudos no Arqui foram muito importantes, não só pelo tempo que representaram em minha vida estudantil, como, também, por terem sido determinantes em minha formação e nas escolhas de vida familiar e profissional.

De suas memórias como estudante Marista, quais o marcaram mais? Que pessoas e atitudes foram especiais para você? As memórias são muitas e envolvem sempre tantas pessoas que, ao tentar nominá-las, com certeza cometeria injustiça com as não mencionadas. Porém, não há como deixar de falar do Ir. Leão, exemplo de pessoa e educador, norte não só para os alunos, como também para os professores. Deles recebi não apenas conhecimento, mas, especialmente, a consciência da necessidade de sempre aprender. O convívio com os colegas resultou em amizades das quais guardo boas lembranças, que se compõem também dos eventos esportivos,

da Semana Champagnat, dos recreios no pátio central e nos campões de areia (onde hoje estão as quadras), das aulas de natação (a piscina era descoberta e sem aquecimento), dos encontros na Chácara do Arqui, para mencionar somente alguns dos muitos fatos que permearam aquela fase.

Escolher o Arqui para os seus filhos estudarem representou o que para sua família? Representou a oportunidade de lhes assegurar educação e formação integrais, em conformidade com valores que minha esposa e eu consideramos importantes, como o espírito de família e a simplicidade.

Dos valores Maristas, qual se destaca em sua vida profissional e como cidadão brasileiro? Cada um dos valores Maristas traz diferenciais para minha vida profissional e como cidadão. Mas, tendo que escolher um deles, certamente o que se faz presente com mais força é o amor ao trabalho.


Acesse: www.grupolumen.com.br


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Essência

Toda geração de jovens encontra seu modo de

mudar o mundo Por Ir. Adriano Brollo

N

os últimos anos temos visto uma variedade de estudos e pesquisas sobre o fenômeno juvenil. Muitas dessas pesquisas objetivam apenas avaliar padrões de comportamento e consumo. Outras são extraordinariamente inusitadas e esclarecedoras, como os estudos geracionais comparativos, os estudos sobre protagonismo juvenil, as experiências de voluntariado juvenil, os mapas da violência, as escutas abertas sobre as expectativas e sonhos dos adolescentes e jovens da geração atual. O Grupo Marista − cujo carisma é o trabalho e a presença evangelizadora entre crianças e jovens − não poderia perder esse bonde da história. Sendo assim, em 2010 decidimos efetuar uma ampla pesquisa denominada Aspectos Culturais e Crenças da Juventude Marista, abrangendo jovens com mais de 13 anos, representativos de todos os colégios e centros sociais Maristas do Brasil. No total, foram 11.509 respondentes que opinaram sobre afetividade, relacionamentos, família, educação, visão de sociedade, consumo, mídias, religião, valores pessoais e outros assuntos importantes. O resultado foi compilado no vídeo Dossiê da Juventude Marista, já disponibilizado no YouTube (em cinco blocos, iniciados a partir de (www.youtube.com/watch?v=v9fphYI5H9M). O material vem servindo como um recurso importante para revermos concepções enraizadas e nos reposicionarmos em alguns processos pedagógicos, sociais e de evangelização – sem dizer dos inúmeros insights e provocações oriundas dessa experiência. Pois bem, fechado esse parêntesis, merece um

destaque elogioso a pesquisa realizada pela agência BOX 1824: O Sonho Brasileiro Manifesto (osonhobrasileiro.com.br). Quem ainda não viu nem participou, está perdendo a chance de conhecer um novo Brasil e uma nova geração de jovens protagonistas. Num mundo em constantes mudanças, nossos jovens passam a questionar e ressignificar muitos modelos até então estabelecidos. Os jovens atuais avaliam que os sonhos de seus pais foram grandes e ideológicos demais, que por isso acabaram nunca acontecendo e geraram frustração. Sendo assim, preferem sonhar com os pés no chão, operando microrrevoluções a partir daquilo que é possível ser realizado. Noventa e dois por cento dos jovens brasileiros concordam que a soma das pequenas ações do dia a dia pode melhorar a sociedade. Quem está agindo pelo sonho coletivo? São jovens anônimos, porém influentes, que a pesquisa da Box convencionou chamar de “jovens-ponte”. É possível reconhecê-los atuando em vários espaços com características bem interessantes: é o jovem com bom relacionamento interpessoal, que, ao invés de fechar-se num grupo de identidade homogênea, prefere transitar por muitos grupos. O jovem-ponte funciona como um catalisador de ideias, gerando um novo tipo de influência, que se dá pela transversalidade e pelo contágio das pessoas por causas altruístas. A participação cidadã ganha novos significados a partir do jovem-ponte, pois na medida em que esse conecta e promove a troca com otimismo pragmático, esses jovens

promovem a construção do novo Brasil e, por que não, de um novo mundo. Esse jovem-ponte é simultaneamente local e global, conectado a novas maneiras de pensar, agir e se localizar no mundo. Mais do que um meio de entretenimento, os jovens usam a internet para mobilizar as pessoas e fazer política. As manifestações no mundo árabe iniciadas na Tunísia em 2010, também conhecidas como “Primavera Árabe”, são prova irrefutável disso. Os protestos que se espalharam pelo Oriente Médio têm compartilhado técnicas de resistência civil, envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, mas, sobretudo, a articulação com o uso das mídias sociais, como Facebook, Twitter e YouTube. A internet tem sido utilizada para organizar, comunicar e sensibilizar as pessoas. A maioria dos manifestantes é jovem – o que fez com que os protestos no Egito recebessem também o nome de “Revolução da Juventude”. Com telefones celulares e computadores, os jovens protagonistas da Primavera Árabe mudaram a maneira como a história falará das mobilizações populares e da mobilização juvenil. É fato que as macrorrevoluções nascem da soma dessas microrrevoluções cotidianas. Num mundo tão plural como o nosso, somos desafiados a derrubar “muros de preconceito” para construir “pontes de diálogo”. E se, em nosso trabalho, em nossa Igreja, no dia a dia, agíssemos como os jovens-ponte? Essas são algumas, dentre tantas outras coisas boas, que podemos aprender com as juventudes que nos cercam em toda a sua diversidade.


Juventudes:

“Curtir e Compartilhar”

Por Ir. Manuir José Mentges

A

o vivermos uma mudança de época, com influências das mídias e da interatividade, resultados do avanço científico e tecnológico, encontramo-nos num mundo caracterizado pela multiculturalidade e por diferentes formas de compartilhar este mundo. Nesse universo de possibilidades, as Juventudes, organizadas por grupos, redes ou tribos, encontram-se marcadas pelo dinamismo, pelo acesso variado às informações, pela comunicação e pela exposição de si com inúmeras possibilidades de (re)inventar-se. Consequentemente, as mudanças nas relações interpessoais compuseram uma realidade que vai além das tradicionais fronteiras de espaço/tempo. As manifestações públicas, paralisações, greves dão espaço e lugar a manifestações livres nas redes sociais, com posicionamentos que, em pouco tempo, atraem adeptos, consolidam pontos de vista e interesses comuns.

Para tanto, os diálogos, as imagens, os recados, os depoimentos, as interações entre os sujeitos, as comunidades e as metrópoles são aspectos que manifestam múltiplos posicionamentos, seguidos, na maioria das vezes, pela adesão por reconhecimento, identificação com as mais diferentes causas nas quais as Juventudes se sintam engajadas. Na interação com os outros, constroem-se saberes que dão sentido às múltiplas expressões do sentimento coletivo. Tendemos para um mundo em rede. Por mais que pertençamos a grupos diferentes na sociedade, compartilhamos algo em comum com ela, sendo essa a forma, o modo, a maneira como interagimos com o outro.

Uma nova Ir. Manuir Mentges

geração J

Ir. Adriano Brollo

ovens reinventados, engajados com causas que nem faziam sentido algumas décadas atrás. A juventude atual ressignifica a própria realidade e os sonhos de gerações passadas. Para se aprender com as gerações Y e Z, é preciso parar e refletir sobre o que eles pensam e como têm se expressado. Os Irmãos Manuir Mentges, diretor do Instituto Marista Graças, e Adriano Brollo, diretor do Setor de Pastoral do Grupo Marista, compartilharam aqui suas reflexões sobre a temática.


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Como fazer

Pequenos gestos,

grandes mudanças Como os pais podem incentivar os pequenos a desenvolver o voluntariado, e como essa ação pode contribuir para o desenvolvimento da criança

E

stimular as crianças para que sejam voluntárias, mostrando a importância disso para elas e para quem recebe a ação, não é uma missão fácil. É importante que, entre os afazeres do dia a dia, os pais incentivem os pequenos, de algum modo, a praticarem alguma ação social, desenvolvendo nos filhos essa capacidade, para que eles, futuramente, tornem-se cidadãos ativos. Mas nem tudo é um mar de rosas, e as crianças preferem cuidar dos seus games e redes sociais, a desenvolver alguma atividade para benefício de um terceiro. E que desafio: como ensinar uma criança quanto à importância da sua participação em atividades voluntárias e fazê-la entender que toda a carga de conhecimento e estudos que ela adquire na escola é aplicável, muitas vezes, às comunidades, e que esse envolvimento contribui para o seu desenvolvimento e formação humana?

A missão é árdua para os pais: mostrar para os pequeninos que a vivência de gestos concretos e a prática da solidariedade é o termômetro para a boa vivência cidadã. É o trabalho voluntário que vai possibilitar esse contato com a realidade, e ele tem muito a ver com os valores. A psicopedagoga e professora de Pedagogia da PUCPR Evelise Portilho aponta que é em casa que tudo começa: “exemplos que a família pode e deve dar, vivenciando no seu dia a dia o voluntariado, por que, como valor, não é do dia para noite que a criança vai perceber essa prática em casa. Com essa prática, ao longo do tempo ela vai efetivamente valorizar isso”.

Qual a importância do incentivo familiar? A própria ação em si é a razão de ser do propósito. Logo isso não pode ser algo mecânico, e nem isso pode

ser feito por moda, muito menos a criança deve fazê-lo por obrigação ou para ganhar status de boa gente. “Essa é uma ação para as pessoas que querem viver numa sociedade mais justa, mais ética, mais sustentável, é preciso trabalhar com isso”, aponta o antropólogo, educador popular, idealizador e presidente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, Tião Rocha, ao expor que a criança deve estar ciente de que não receberá nenhum prêmio pelo ato, mas sim de que proporcionará o benefício a alguém. Portanto, os pais têm que ser também parte importante na vida do próprio filho, que se integra nesse processo de missão, pois o que se vive na escola não é toda a realidade. “Os pais, juntamente com as crianças, devem ter a humildade de reconhecer que a própria escola não é todo mundo, mas todo mundo pode aproveitar aquilo que se aprende na escola”, como explica o responsável


pelo Secretariado de Colaboração Missionária Internacional (CMI), Ir. Chris Wills. Além dos benefícios éticos e morais que a criança desenvolve, há um benefício no seu desenvolvimento pessoal, uma formação integral. A criança passa a desenvolver a aquisição de um conhecimento quando ela começa a problematizar a realidade, relacionando os conteúdos que a escola passa, ou seja, ela passa a ser alguém que já interfere, de algum modo, mesmo que em pequenos gestos, na sociedade. Além da relação emocional, pois a proximidade de realidades que não necessariamente comunguem com as mesmas questões que ela vive provoca a reflexão.

“É muito importante ela ir se dando conta, desde muito cedo, de que ela vive em uma realidade diferente de muitas outras”, explica a psicopedagoga Evelise, ao indicar que essa aprendizagem envolve a questão sociocultural. Desse modo, existe um favorecimento para que os pequenos tenham esse desenvolvimento e percebam a sociedade do jeito que ela é, e não do modo que um livro aponta ou como as experiências que a família lhe proporcionam. “São práticas que ajudam sem sombra de dúvidas, mas sempre tendo um ambiente que potencialize isso, que evidencie e que faça intervenções em relação a isso”, completa Evelise.

A criança passa a desenvolver a aquisição de um conhecimento quando ela começa a problematizar a realidade.


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Como fazer Missão: Como incentivar? É claro que o incentivo é importante, que o desenvolvimento de ações voluntárias vai ajudar a criança a construir um senso crítico, e ela será um cidadão mais comprometido. Mas como fazer isso? Segundo Tião, “ela tem, como criança, no seu ritmo, na sua idade, um monte de possibilidades de ações umas com as outras, de brincar, de construir, sempre em grupo”. Para os educadores, uma atividade possível que as crianças podem realizar é um bazar no próprio condomínio, vendendo objetos para ajudar outras pessoas. Outros simples gestos são fundamentais. As crianças pequenas podem começar a aprender e saber fazer coisas do voluntariado, por exemplo, em contato com os estudantes maiores, com os adultos que já tiveram essa experiência. “Ao haver essa transmissão, nasce na criança a vontade justamente de fazer qualquer coisa”, completa o Ir. Chris Wills. A imagem dos pais é extremamente importante nessa fase. Como a criança não tem autonomia para ir e vir, ela vai ter que estar junto de alguém, e é alguém que já tenha isso como uma prática e que acredita nisso. “A criança não tem condições de, por ela mesma, tomar posição e sair a fazer coisas, mas ela tem que ter o adulto que a leve. Desde pequenininha ela vendo um pai e uma mãe atendendo bem essas pessoas que estão ao seu redor, isso já faz parte das primeiras noções da prática social”, pontua Evelise, ao revelar que a melhor receita está dentro de casa. Por fim, o melhor exemplo ao incentivo é mais simples do que parecem: “o que os pais podem dar para os filhos é serem uma referência”, conta Tião. Afinal, os filhos olham

ão tem "A criança n por ela condições de, ição s o p r a m o t , mesma isas, o c r e z a f a e sair ter o e u q m e t la mas e Desde . e v le a e u q adulto ndo um e v la e a h n i n pequeni tendendo a e ã m a m u pai e s que a o s s e p s a s s bem e redor, estão ao seu das e t r a p z a f isso já ões da ç o n s a r i e m i r p al." prática soci

para os pais como um espelho e eles refletem atitudes dos pais. Se os pais têm uma atitude de solidariedade, de desenvolver ações voluntárias, se tiverem compromisso social, os filhos vão observar, acompanhar e vão aprender. Vão assimilar primeiro pela observação, pela imitação, pelo reconhecimento e pelo exemplo. Isso incorpora como valor; o que é valor para o pai vai passar a ser valor para o filho.



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Ser voluntário é A correria e as preocupações do dia a dia por vezes impedem muitas pessoas de serem voluntárias, e isso não significa apenas plantar árvores, coletar lixo ou contar histórias. Atualmente, existem várias formas de desenvolvimento das mais diferentes atividades para ajudar o próximo.

fácil Voluntário Online Essa opção permite que aqueles que não têm tempo de sair de casa para praticar uma boa ação coloquem em prática seus conhecimentos, em qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer local. Isso facilita a participação, como voluntário, em diferentes organizações, de qualquer Estado. Onde: voluntariosonline.org.br

Logo ao lado Que tal ir até o orfanato mais próximo, ou ao asilo, ou a qualquer outro lugar que necessite de ajuda, e saber de que forma você pode ajudá-los? Se você possui habilidades de trabalho online, a construção de sites de divulgação e campanhas é uma boa pedida. Mas, se você gosta de ler, quem sabe pode ajudar a construir uma minibiblioteca. Ou, então, se faz algum trabalho artesanal, que tal dedicar parte de seu tempo, em casa mesmo, para a confecção de produtos que possam ser vendidos, revertendo o lucro em benefício da instituição? Fica a dica.

Livros e Jogos Você pode ajudar as organizações pesquisando e propondo livros para leitura, auxiliando na implementação de oficinas, jogos e dinâmicas, que podem contribuir para a formação de crianças e/ou adolescentes. São vários temas de estímulo, como educação ambiental, cidadania e respeito.

Doe uma árvore Ajude o mundo Já pensou em ajudar o mundo com um clique? Você pode apoiar a causa do Greenpeace como ciberativista. Essa participação online é uma forma de mobilizar empresas e governantes a protegerem o planeta. Onde: greenpeace.org

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Vidágua possuem o clikarvore, site por meio do qual qualquer pessoa pode doar árvores para recuperar a Mata Atlântica. O programa só funciona se as pessoas plantarem as árvores com seus clicks, e o internauta pode fazer uma nova doação a cada 24 horas. Onde: clickarvore.com.br


Prateleira livro

O GUARANI José de Alencar, Editora Ática, 2011 Os clássicos da literatura brasileira agora podem ser encontrados no formato de histórias em quadrinhos. A linguagem é adequada aos estudantes, e as ilustrações são bem divertidas. Pela arte dos quadrinhos, os livros dessa série levam o leitor a se envolver com os grandes clássicos brasileiros. Quem indica: R oberta Dannemann, bibliotecária do Colégio Marista João

Paulo II, Distrito Federal

MÚSICA

Capital Inicial Ao Vivo Multishow Capital Inicial, SONY BMG, 2008 Mesmo com anos de estrada, a banda Capital Inicial conquista novos fãs a todo momento. Isso acontece por conta das músicas empolgantes e do carisma de seus integrantes, principalmente do vocalista Dinho Ouro Preto. Esse álbum se destaca por reunir as melhores músicas da carreira do grupo, incluindo "Não olhe pra trás" e "Natasha". Vale a pena conferir! Quem indica: Sandra Inês Limberger, auxiliar de biblioteca do Colégio

Marista São Luís, de Santa Cruz do Sul

VÍDEO

Cyberbully Charles Binamé, 2011 Recomendo o filme Cyberbully para ser assistido com toda a família, pois ele mostra que o cyberbullying está presente em nosso cotidiano mais do que podemos imaginar. Esse longa-metragem, se trabalhado nas séries finais do Ensino Fundamental, pode alertar sobre como as ferramentas da internet e de outras tecnologias de comunicação e informação podem ser utilizadas com o propósito de maltratar, humilhar, ofender, constranger, intimidar e até excluir pessoas inocentes. Quem indica: I donês Rossin Lucatelli, professora de Língua Portuguesa e

Literatura do Colégio Marista Aparecida, de Bento Gonçalves


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Solidariedade


Você brinca com seu filho? Por Viviane Aparecida da Silva

ido? ança que cresce tão ráp po todo, com a cri tem o am ista inc br um ns as co rianç Em uma sociedade No . ce an alc u se a er gatar a com o que estiv a nossa, é preciso res mo co rio óp pr o é do ar espontâneo início da vida, o brinque importância do brinc m co em ert div se s o estrucorpo; depois, ela ância, com materiais nã inf na m co s, ido tec o esconde-esconde de os pelo adulto. tas, jogando turad ve ga de ade humana o abrir e fechar O brincar é uma ativid uras que sso va m co , ão ch incar, a criança tudo no imprescindível. Ao br em es qu tu ba m co a e psicoviram cavalos ou uma elaboração cognitiv faz ru ba is ma s da de representar panelas, que ganham lógica profunda, além k. roc de as nd ba de vive, danlhentas baterias uações sociais em que sit as até e do lin o do. Ao brincar, No início, achamos tud do a elas novo significa aup oc as m co s, ma uz a cultura brincamos junto, criança também prod a ar nc bri de po ções do dia a dia, o tem indo significados e a- infantil, constru tic fis so a e , sso ca es cia no munjunto vai ficando erpretando sua existên int ramp co o nic a criatividade ção do brinquedo eletrô do. O brincar facilita um os jet ob s do ar lug o sem obstádo vai ocupando pode se desenvolver e qu da ão siç po dis estado de espírito criativos que estão à - culos, por causa do ue nq bri O ar. lug r ue ser por isso criança, em qualq m que se brinca. Deve co até o, um ns co do torna-se o objeto de direito da criança, da que brincar é um ain ja se nto me ça lan da ONU sobre que o próximo rantido na Convenção ga da an ag op pr a (1989). mais atrativo, com um os Direitos da Criança te. Marista de mais convincen Desenvolvido pela Rede , eo tân tan ins Nesse jogo do desejo m parceiros como a do Solidariedade, co to, jun ar nc bri do ar Infância, o onde fica o lug de Nacional Primeira Re e qu s no pa de construir uma cabana é um programa que is, Direito ao Brincar po de ra, pa , rco ba a vir ecer o tema daqui a pouco sca disseminar e fortal bu o a fic de On ? virar uma ilha deserta ização da sociedade is por meio da mobil ma s õe raç ge as ar sin espaço para en r público. adeiras de e do pode inc br m co ar inc br a novas po de conviver nossa infância? E o tem

C

Conheça as 10 iniciativas

pelo

Direito ao Brincar. Acesse solmarista.org.br/b

rincar


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Solidariedade

Reflexões e práticas para a

produção de sentidos

Obra traz a imagem de criança ativa, competente, capaz de participar ativamente na construção de sua vida e na produção de cultura Por Cíntia Gomes

R

esultado do Programa de Formação Contínua e das ações desenvolvidas na Rede Marista de Solidariedade, o livro Educação Infantil: Reflexões e práticas para a produção de sentidos apresenta experiências e estudos de educadores relacionados às suas iniciativas diárias na Educação Infantil Marista, tendo como ponto de referência aspectos fundamentais da atualidade. Publicada pela Editora Universitária Champagnat e lançada no dia 11 de agosto, na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a obra reúne material elaborado por 32 educadores e visa dialogar com outros atores da sociedade sobre o papel da educação na defesa e na promoção dos direitos da criança. “É o resultado do que pensamos como proposta de Educação Infantil,

não só para a Rede Marista, mas também para a escola pública. Defendemos que toda criança tem o direito de estudar em uma boa instituição de ensino, com professores que primam pela excelência e com uma proposta pedagógica que atenda às necessidades de hoje e de amanhã”, enfatiza Viviane Aparecida da Silva, uma das organizadoras do título e assessora da Rede Marista de Solidariedade. Composta de relatos de práticas desenvolvidas nas Unidades Sociais e nos Colégios Maristas, a publicação provoca a reflexão do leitor ao abordar temas como formação de professores, participação infantil, inclusão, transição para o Ensino Fundamental, entre outros. Além de contar com ilustrações e frases das crianças, há também o prefácio escrito por Vital Didonet, profes-

sor e especialista em Educação Infantil. Segundo ele, “Crianças são livres. Dançam a liberdade de seus corpos e a leveza de suas mentes, em busca de sentidos para o mundo que as cerca. Crianças têm ritmos – não um, mas tão vários quanto é o número delas. Cada uma é única, não repetível, original. Por isso, crianças são diversas” (p. 11). A pedagoga e educadora social infantil do Centro Social Marista Itaquera, Cristiane de Novais, foi uma das colaboradoras do livro. Ela conta a trajetória de Gabriel, uma criança com encefalopatia crônica não progressiva (ECNP) que ensinou a todos sobre solidariedade, espera e compreensão da diversidade. “A obra é importante, pois ajuda a capturar um universo único e nos traz o desafio de nos aprimorar”, afirma Cristiane.

Interessados na obra podem adquiri-la pelo e-mail vendaslivraria@pucpr.br



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Diversão

Diversão em

família É hora de soltar a criatividade Por Paulo Zaniol

O

que era bom, vai ficar ainda melhor. Se passar o fim de semana em família é motivo de diversão, agora a festa está completa. O professor Paulo d’Assumpção Zaniol, do curso de Design da PUCPR, preparou um passo a passo de três instrumentos para serem confeccionados por toda a família. A criatividade é a peça-chave para a produção. Inclusive, o professor deixa claro que o material e a quantidade usada para preencher os potes são fatores que diferenciam o som de cada um deles. A diversão será em dose dupla – a preparação e a brincadeira.


ho Chocal

De que precisa: • 1 garrafa pet • 5 tampinhas plásticas • Fita crepe para acabamento • Fitas adesivas coloridas • Tesoura

Como faz: • Corte o fundo e a parte superior da garrafa pet • Coloque as tampas plásticas • Encaixe a parte debaixo dentro da parte de cima • Coloque fita colorida na junção dos potes

Sopro

D´água

De que precisa: • Cano conduíte de 26 cm para instalação elétrica ou mangueira • Lixa para usar no corte onde vai colocar a boca • Tesoura

Como faz:

• 1 bexiga • Fita adesiva colorida

• Tirar as rebarbas das pontas cortadas e lixar bem a borda para não machucar a

• Grão (arroz, sagu, feijão)

boca

De que precisa:

• Torcer o arame enrolando até formar uma

• 6 copinhos de iogurte

bola de arame com vãos, colocar 6 bolinhas

• 1 copo de grão (sagu, arroz, feijão)

uma para cada pote

• Tesoura • Alicate

• Colocar os potes fechados nas pontas, para

• Arame

evitar que os grãos caiam para fora. Colocar

• Fita adesiva

fita crepe na borda

• Fita crepe • Colocar as bolinhas de arame em cada

Chuva e d u Pa

Como faz:

pote, ocupando o espaço vazio entre eles; eles não podem ficar soltos

• Cortar o fundo de 4 copos e um arame de 60 cm

• Montar 3 pares


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Inspiração

É possível ser

solidário no colégio? Aluno Marista mostra que, para ajudar quem precisa, basta fazer uso de suas próprias habilidades

N

inguém melhor para ensinar algo senão aquele bom e velho amigo da escola. Ele conhece e entende as dúvidas em particular e pode usar de exemplos próprios para ajudar o colega com dificuldade. Essa facilidade em entender as matérias quando explicadas por quem está no mesmo nível hierárquico se deve à comunicação horizontal, na qual é empregada uma mesma linguagem e existe troca mútua de conhecimento. Ainda quando pequeno, Leonir João Lavratti Marcon, 14 anos, aluno do 9º ano do Colégio Marista Frei Rogério, de Santa Catarina, percebeu que era importante ajudar aos outros. Diante do incentivo dos pais, e como tinha facilidade em aprender, Leonir passou a ajudar os colegas, ensinando a eles os assuntos em que apresentavam dificuldades de aprendizado. Para o sempre solícito aluno, a caridade e a amizade que desenvolve são virtudes básicas do bom convívio. “Percebi que queria ser diferente dos outros; algumas pessoas apenas falam que é preciso ser solidário e não fazem nada, mas, para mim, é preciso ação”, afirma. Para a assistente psico-

pedagógica do Colégio, Ivete Rosso, Leonir “tem um grau de solidariedade que é fabuloso”, pois, quando alguém solicita sua ajuda, ele dificilmente nega. “Ser solidário não é necessariamente dar dinheiro, mas, sim, ajudar como se pode”, conta o aluno, ao afirmar que ajudar outros estudantes o faz se sentir melhor, pois “o conhecimento foi feito para todo mundo”, completa. Sua busca é pelo aprendizado efetivo. Para o jovem solidário, “se a pessoa não absorver o conhecimento, é importante que depois absorva, pois o que se aprende na escola se leva a vida toda”. O aluno dedicado, que realiza monitoria em Matemática e Inglês, “tem paixão por ajudar os colegas”, afirma Ivete, e “se relaciona bem com os colegas”, completa ela. Para ele, o prazer em ajudar, e ver que aqueles que ajuda realmente aprenderam, é uma realização, além de um aprendizado mútuo. “Para mim, é um bônus duplo: ajudo os outros e aprendo junto, acabo estudando e aprendendo ainda mais”, explica o estudante sempre pronto a ajudar.

"Percebi que queria ser diferente dos outros; algumas pessoas apenas falam que é preciso ser solidário e não fazem nada, mas, para mim, é preciso ação." Leonir João Lavratti Marcon




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