Em Família Marista | RS

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1o Semestre • 2014 | 13a edição

Jovens pesquisadores

Incentivo à busca de conhecimentos reflete em uma educação integral Pág.8

EDUCAR Pág. 22

Sala de aula também é lugar para a Iniciação Científica. Conheça alguns projetos bem sucedidos

COMO FAZER Pág. 40

Quando a questão é o uso da internet, os filhos precisam de acompanhamento


Um amplo conceito de Educação, para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos.

AMPLIANDO FUTUROS O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas de futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas:

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Ampliando Futuros


Às vésperas de completar 200 anos de presença mundial e há mais de 110 anos presente no Rio Grande do Sul, a atuação dos Colégios e das Unidades Sociais da Rede Marista se dá, atu-

Presidente das Mantenedoras Ir. Inácio Nestor Etges

almente, em 13 cidades gaúchas e em Brasília. São 26 colégios e dez centros sociais, que atendem 19 mil estudantes na Educação Básica e 30 mil pessoas nos projetos e nas Unidades Sociais.

Vice-Presidente das Mantenedoras Ir. Deivis Fischer

COLÉGIOS Colégio Marista Aparecida colegiomarista.org.br/aparecida | 54 3449 2600

Colégio Marista São Luís colegiomarista.org.br/saoluis | 51 3713 8500

COLÉGIOS E UNIDADES SOCIAIS

Colégio Marista Assunção colegiomarista.org.br/assuncao | 51 3086 2100

Colégio Marista São Marcelino Champagnat colegiomarista.org.br/ejachampagnat | 51 3584 8000

Superintendente Executivo Rogério Anele

Colégio Marista Champagnat colegiomarista.org.br/champagnat | 51 3320 6200

Colégio Marista São Pedro colegiomarista.org.br/saopedro | 51 3290 8500

Coordenador Jurídico Ir. Rosmar Rissi

Colégio Marista Conceição colegiomarista.org.br/conceicao | 54 3316 2700

Colégio Marista Vettorello colegiomarista.org.br/ejavettorello | 51 3086 2100

Coordenador de Comunicação e Marketing Tiago Rigo

Colégio Marista Graças colegiomarista.org.br/gracas | 51 3492 5500

Escola Marista Santa Marta colegiomarista.org.br/santamarta | 55 3211 5200

Gerente Educacional Ir. Gilberto Zimmermann Costa Gerente Social Ir. Ivonir Imperatori Supervisão editorial e redação de conteúdo local da revista Em Família Katiana Ribeiro, Pablo Furlanetto e Pamela Zottis Redação de conteúdo local – Comunicação e Marketing dos Colégios e das Unidades Sociais Aline Diedrich, Aline Taciana de Castro, Andressa Lemes, Anna Catarina da Fonseca, Bianca Menti, Caroline Costa, Caroline dos Anjos, Caroline Moreira, Catia Brunetto, Eduarda Alcaraz, Emilin Silva, Eriel Brixner, Flavio Pacheco, Jenifer Lasch, Rozecler Bugs, Juli Ana Antunes, Juliana de Matos, Juliana Oliveira, Kamila Baidek, Lara Lima, Maristela Tomazetti, Milene de Bom, Nélson Vidal, Patrícia dos Santos, Renata Fagundes, Sendi Spiazzi, Silvia Medeiros, Tiéle Abreu, Victória Predebon e Virgínia Reginatto Sede Marista Rua. Ir. José Otão, 11 - Bonfim - Porto Alegre/RS cep: 90035-060 Tel.: 51 3314-0300 / 0800 541 1200

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13a Edição | 1o Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT No 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com

Colégio Marista Ipanema colegiomarista.org.br/ipanema | 51 3086 2200 Colégio Marista Irmão Jaime Biazus colegiomarista.org.br/jaimebiazus | 51 3086 2300 Colégio Marista João Paulo II colegiomarista.org.br/joaopauloii | 61 3426 4600 Colégio Marista Maria Imaculada colegiomarista.org.br/imaculada | 54 3278 6100 Colégio Marista Medianeira colegiomarista.org.br/medianeira | 54 3520 2400 Colégio Marista Pio XII colegiomarista.org.br/pioxii | 51 3584 8000 Colégio Marista Roque colegiomarista.org.br/roque | 51 3724 8100 Colégio Marista Rosário colegiomarista.org.br/rosario | 51 3284 1200 Colégio Marista Sant’Ana colegiomarista.org.br/santana | 55 3412 4288 Colégio Marista Santa Maria colegiomarista.org.br/santamaria | 55 3220 6300

EscolaS de Educação Infantil Marista Aparecida das Águas Marista Menino Jesus Marista Renascer Marista Tia Jussara colegiomarista.org.br

Centros Sociais Marista Aparecida das Águas Marista Boa Esperança Marista da Juventude Marista de Formação Tecnológica Marista de Inclusão Digital (Cmid) Marista Ir. Antônio Bortolini Marista Mario Quintana Marista de Porto Alegre (Cesmar) Marista Santa Isabel Marista Santa Marta socialmarista.org.br

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Capa Arthur Gabriel Fauth,

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FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário

estudante do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), e seu pai Marco Túlio Fauth.

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índice

capa

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© Foto: Letícia RenataAkemi Duda

Saiba de que forma o incentivo dos pais à curiosidade do jovem contribui na formação do conhecimento, estimulando o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo.

1a impressão

dia a dia

entrevista

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A busca por novos conhecimentos através de pesquisas e trabalhos científicos é largamente potencializada nos colégios e nas unidades sociais da Rede Marista.

Uma hora, os filhos criam asas e voam para longe do ninho. Uma viagem missionária pode contribuir para esse processo de amadurecimento dos jovens e dos pais.

Nesta edição, um bate-papo com João Wieland, ganhador do XXVI Prêmio Jovem Cientista.

educar

giro

essência

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solidariedade

como fazer

compartilhar

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Conheça mais sobre projetos que aproximam a Iniciação Científica da educação marista.

Confira as iniciativas e as atividades que marcaram o segundo semestre do ano letivo.

Irmãos maristas comentam sobre os desafios da educação na contemporaneidade.

Centro Social Marista de Porto Alegre beneficia mais de mil educandos diariamente. Conheça as histórias colecionadas em 15 anos de atuação.

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Saiba de que forma auxiliar os filhos a encontrar o equilíbrio quando a questão é o uso da internet.

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olhar

curiosidade

diversão

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O escritor e psicólogo Marcos Meier lembra que pais também já foram adolescentes e que é preciso refletir sobre alguns caminhos já percorridos para entender os filhos.

Você sabe como lidar com os medos dos seus filhos? Entenda mais sobre essa forma de reação e como ajudar crianças e adolescentes.

Educadores recomendam livros e filmes sobre diferentes temas para estudantes e famílias.

Já pensou o que fazer nas férias? Veja alguns programas para serem feitos em família.


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Novos horizontes

na educação às novas matrizes, que colocam o estudante como centro da aprendizagem. Crianças e adolescentes, por suas características próprias da idade, são inquietos e têm capacidades múltiplas para buscar o novo. Cabe à escola mediar essa caminhada, oferecendo caminhos, materiais e referências. Até mesmo os problemas a serem investigados nascem das necessidades dos estudantes e das suas percepções da realidade. Nessa proposta, a relação entre os componentes curriculares e o cotidiano não acontece de forma dissociada, facilitando a compreensão e a aplicação prática do conhecimento. Essa é a educação em que acreditamos e muitas iniciativas já estão acontecendo dentro e fora das salas de aulas. Entre elas, o estímulo para a formação continuada dos educadores, por meio de capacitações locais, cursos em parceria com a PUCRS, grupos de estudo, entre outras iniciativas na busca por possibilidades, atentos às tendências e às novas formas de ensinar e aprender. Sendo uma instituição de ensino, educadores e estudantes aprendem de todos os jeitos, em todos os espaços e tempos. Nesse cenário promissor, as famílias, os estudantes e todos os educadores estarão juntos, pesquisando, questionando e construindo novos conhecimentos. A caminhada já começou.

Crianças e adolescentes, por suas características próprias da idade, são inquietos e têm capacidades múltiplas para buscar o novo. Cabe à escola mediar essa caminhada, oferecendo caminhos, materiais e referências.

© Foto: Divulgação/Comunicação e Marketing

A trajetória da educação Marista tem início com o sonho de Marcelino Champagnat. Há quase 200 anos, ele ousou imaginar e concretizar diferentes possibilidades de educar, optando pela pedagogia da presença, do cuidado e do amor, criando novas relações entre educador e estudante. Essas premissas estão presentes até hoje. Fundamentados pela história de Champagnat, os colégios e as unidades sociais maristas reconstroem-se constantemente à luz do nosso tempo, pautando-se pela formação integral, pela afetividade, pela cultura da solidariedade e da paz, percebendo nos estudantes sujeitos potenciais para o aprender. Esse jeito próprio de conceber a educação ganha outros horizontes com a nova proposta de Matrizes Curriculares. Essa expressão vinda da pedagogia traduz a forma como os conteúdos são organizados e desenvolvidos com os estudantes em sala de aula. Os maristas de todo o Brasil estão trilhando essa caminhada, que inclui inovações significativas na forma de ensinar e aprender. Aos poucos, famílias e estudantes já tomam conhecimento dessa novidade, implementada de forma gradual nos colégios Maristas. A busca por novos conhecimentos por meio da iniciação científica é um dos elementos que estão sendo potencializados. O incentivo a essa prática está diretamente ligada

Por Rogério Anele Superintendente dos Colégios e das Unidades Sociais da Rede Marista

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© Foto: Natália Vanelli

dia a dia

Com as

próprias asas

Uma viagem missionária pode ser o ponto de partida para cortar o cordão umbilical com o filho e ainda incentivar o jovem a ter um amadurecimento mais profundo Por Michele Bravos

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Da esquerda para direita, no topo, Natália Vanelli na Missão Jovem Marista, em 2013, na região de Nova Santa Rita (RS).

Enquanto a filha Natália Vanelli, 18 anos, ex-aluna do Colégio Marista Medianeira de Erechim (RS), fazia as malas para embarcar em uma experiência longe de casa por um fim de semana, a mãe Elisete Vanelli, 41 anos, assistia à cena ansiosa e com o coração apertado, mas com a consciência de que é preciso deixar ir. Enquanto aluna marista, Natália participou da Missão Jovem Marista, em 2013, na região de Nova Santa Rita (RS). Ouve-se por aí que filho se cria para o mundo. Quando esse clichê bate à porta, os pais são desafiados a balancear seus sentimentos e pensamentos: de um lado, o instinto protetor, envolto por muitas preocupações decorrentes do mundo atual; de outro, um lado mais racional, que entende que a saída do filho contribuirá para seu amadurecimento. Ter como ponto de partida uma viagem missionária é um desafio positivo, afinal, além de o filho estar fora do ninho, em uma missão, ele se deparará com situações e pessoas muito diferentes do convívio habitual. Em Nova Santa Rita, Natália trabalhou voluntariamente em uma empresa da região. “No começo, eu fiquei perdida. Depois, veio o sentimento de responsabilidade. Afinal, aquele produto que circulava por ali seria comercializado e eu precisava fazer tudo certo”. Para Elisete, são justamente essas diferenças de realidades que tornam saídas como essas tão enriquecedoras e necessárias para os filhos. “Os filhos voltam de experiências assim com uma visão de mundo diferente. Particularmente, eu


© Fotos: Natália Vanelli

fiquei feliz com essa saída temporária, pois a proposta da Missão Jovem Marista é também instrutiva. Entendo que as lições aprendidas durante esse evento não ficam só lá. Podem ser praticadas no dia a dia”, diz. Não dá para negar que é na juventude, quando o filho está gritando por independência, que esse cenário de afastamento dos pais se faz mais presente. Os pais, principalmente as mães, sofrem com essa fase. Apesar desse sentimento protetor, acreditam que para a construção da identidade, anseio que é muito forte nessa faixa etária, deixar que o filho voe com suas próprias asas é fundamental. Emocionalmente, a pessoa só cresce quando assume a própria caminhada. “Minha noção de individualidade mudou muito. Voltei pensando mais no coletivo. Eu vi muitas pessoas desprendidas, desfazendo-se do que tinham para dar para os outros. Isso me mudou”, diz Natália. A convivência nos dias de missão com realidades desconhecidas proporcionou a Natália um amadurecimento imensurável, segundo a mãe. “Deixar que ela tomasse suas próprias decisões contribuiu para a autonomia dela. Ações assim também fazem com que os filhos valorizem o que possuem em casa. As outras realidades precisam, realmente, incomodar para que haja motivação em fazer a mudança em si próprio e ao seu redor”, acredita Elisete.

Na opinião deles Proporcional à ansiedade dos pais é a expectativa dos filhos. Saiba o que os jovens que participaram da Missão Solidária Marista (MSM) – uma iniciativa dos colégios maristas do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, que ocorre durante uma semana – pensam e sentem diante do desafio de sair de casa para uma viagem missionária.

Jackson Bortolotti, 17 anos Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC) Nos dias que antecederam a Missão Solidária Marista, estive muito ansioso. Até pensei se poderia ser assaltado enquanto andasse pelas ruas. Pensava também na minha mãe. Como ela ficaria sem mim? Finalmente, de malas prontas, pensei: “É agora!”. Já no primeiro dia lá, veio o choque. Não estávamos lá para mudar, mas para sermos mudados pela cidade e pelo povo dali. Com a MSM, acordei. Voltei de lá pensando em cuidar mais do resto do mundo, do meu prédio, da Pastoral da Juventude Marista, de alguém que está nas ruas. Letícia Pereira Zancanaro, 16 anos Colégio Marista Frei Rogério, de Joaçaba (SC) Durante as visitas aos bairros vulneráveis, fiquei pensando em como aquelas famílias conseguiam viver daquela forma. Vendo as crianças brincarem na sujeira, fiquei inconformada com como a prefeitura não dava importância. Em compensação, eu via nos olhos delas como estavam felizes com a nossa presença. Por mais que todos falassem da violência nessas comunidades, em momento algum eu senti medo. Sair do nosso conforto acende a chama da missão em nós. Sempre que eu me deparar com alguma situação precária, meu instinto missionário irá falar mais alto e eu irei ajudar a melhorá-la. Hercules Vinicius de Moraes, 17 anos Ex-aluno do Centro Social Marista Itapejara, em Itapejara D’Oeste (PR) Eu comecei a trabalhar uma semana antes da Missão Solidária Marista (MSM). Então, fiquei meio sem jeito de pedir para meu chefe se ele me dispensaria, mas daí eu pensei que trabalho eu terei por muito tempo e a MSM, não. E ela ficará marcada para sempre. Eu participo da PJM há sete anos. Minha família admira o trabalho. Mas a primeira vez que fui para uma viagem missionária, eles ficaram meio indecisos sobre a minha ida. No entanto, quando voltei para casa e mostrei vídeos e fotos, eles ficaram impressionados. Este ano, eles me deixaram ir sem nenhuma preocupação. Uma das experiências que mais me marcou foi ter conhecido uma senhora de 116 anos que estava sendo cuidada por sua filha. Foi marcante para mim ter ouvido que o genro dessa senhora havia pedido para que a filha escolhesse entre ele ou a mãe dela. A filha optou pela mãe. Vi ali cuidado e amor. Ana Cássia Ribeiro, 16 anos Colégio Marista de Cascavel (PR) Durante essa Missão, foi muito marcante para mim uma visita que fizemos a um bairro vulnerável. Lá, a gente pôde observar a realidade das famílias. Eram pessoas muito simples e com pouquíssimas condições financeiras. Precisamos ter mais empatia pelos outros. Temos que nos colocar no lugar do próximo para perceber do que as pessoas necessitam. Saí de lá com a sensação de que desperdiçamos demais. Temos tudo em nossa casa e, ainda assim, muitas vezes não damos a devida importância. Estando perto de realidades como essas, acho que a gente também consegue dar mais valor à vida que temos.

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capa

Curiosidade © Fotos: Gilberto do Rosário

que transforma

O incentivo dos pais à curiosidade e à pesquisa contribui na formação de filhos ativos na construção do próprio conhecimento, benefício que reflete durante toda a caminhada deles como estudantes e estimula o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o mundo Por Julio Glodzienski

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Ser curioso é um processo comum da descoberta e da construção da própria identidade. É importante incentivar crianças e jovens a essa curiosidade, pois com ela surge um potencial de construção do conhecimento que pode – e deve – ser explorado. Falar em incentivo à pesquisa é, a princípio, apoiar o desenvolvimento do instinto curioso dos filhos. Na família Fauth,, a curiosidade faz parte do dia a dia. Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2o ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), é interessado em novas tecnologias, hábitos e culturas. “Já participei de campeonatos de robótica e do projeto Grupo de Pesquisa Avançada (GPA), uma oportunidade em que você se confronta com realidades diversas e, depois de um tempo, você enxerga as coisas de uma maneira diferente”, completa. Conta o pai, o bancário Marco Túlio Fauth, que ele próprio também gosta de robótica e, juntos, procuram peças e informações sobre protótipos para colocar em prática as ideias de Arthur. “Em uma viagem ao exterior, toda a família se engajou na busca e depois na negociação de um artigo para o protótipo”.

desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de negociação e de reflexão. Claudia Kochhann de Lima, Coordenadora psicopedagógica do Colégio Marista Criciúma (SC)

Na opinião de Arthur, a pesquisa é também um meio pelo qual se estreitam laços de relacionamento. A potencialização do instinto curioso dos filhos está muito atrelada ao estímulo à pesquisa, o que também contribui e reflete em toda a caminhada deles como estudantes. Arthur confirma: “Ter curiosidade em pesquisar faz com que eu tenha mais facilidade nos meus estudos”. A pesquisa deve ser levada como um princípio do trajeto educativo, em que ocorre a produção dos saberes por meio de participação ativa e reflexiva. A assessora de área de Ciências da Natureza dos colégios da Rede Marista, Lisandra Catalan do Amaral, aponta que pesquisar – de assuntos mais corriqueiros a temáticas complexas – estimula a curiosidade, a autonomia e o desenvolvimento de atividades relacionadas com os objetos que estão sendo estudados. É também o que defende a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Claudia Kochhann de Lima, do Colégio Marista de Criciúma (SC). “Pesquisar demanda capacidade de análise crítica dos problemas do mundo, formulação de perguntas e proposição de respostas, em um processo problematizador sempre passível de confirmação, revisão, modificação e reconstrução”, reforça. Arthur, além de se interessar por assuntos relacionados à tecnologia, também gosta de pesquisar sobre a árvore genealógica da

família. O pai se orgulha do fato: “Foi graças a esse espírito curioso do Arthur que a gente descobriu o registro de um antepassado nosso em um cartório lá na Itália”. Lisandra reforça que o gosto pela pesquisa pode começar pelas percepções intuitivas de cada um até chegar a níveis mais complexos de questionamentos. A exemplo da família Fauth, uma busca pela história dos antepassados pode ser uma boa forma de estimular a curiosidade e a pesquisa, além de integrar pais e filhos. Lisandra ainda complementa que é dessa intuição que decorrem inúmeras vantagens, como a possibilidade de resolução de problemas, o desenvolvimento de habilidades, potencialidades, pensamento lógico e raciocínio. Os filhos, ao serem incentivados a realizar pesquisas a partir de suas curiosidades, ganham um diferencial para toda a vida. O diretor geral do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), José Leão da Cunha Filho, observa que estimular é fundamental para a construção da cidadania em tempos de globalização, gerando “um olhar crítico sobre o mundo, uma autonomia intelectual, criticidade e espírito de inovação”. Ao se tornarem protagonistas do próprio conhecimento, “desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de negociação e de reflexão”, completa Claudia.

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capa VISAndO O FutuRO O bancário Fauth vê nesse incentivo à pesquisa agora uma boa forma de inserção no mercado de trabalho amanhã. Por isso, ele defende a importância do apoio familiar. “O acompanhamento dos pais é fundamental, pois contribui na solidificação do conhecimento. Então, buscamos estimular a curiosidade do Arthur e que ele corra atrás das respostas”. O diretor Cunha define que “os pais devem estar presentes de duas maneiras: sendo exemplo de olhar científico sobre as coisas e escolhendo escolas que favoreçam a formação do espírito científico”. Para o pai de Arthur, na prática, o incentivo acontece com o estímulo a novas leituras e no interesse dos pais em saber o que os filhos estão aprendendo, de modo a impulsioná-lo a aprimorar seus conhecimentos. A coordenadora Cláudia completa, ao descrever o ambiente ideal de incentivo: "Deve-se criar um espaço de diálogo, de escuta na família, deve haver a busca em valorizar os questionamentos e as reflexões dos filhos”, define. “Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento”, explica Fauth.

© Foto: Acervo pessoal

LIçãO dE CASA Sabendo que é na prática que o jovem vai descobrir que aprender é prazeroso, a estudante Isadora Arlaque Flores, do 4o ano do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), é orientada pelos pais para que descubra respostas lendo e pesquisando em diferentes materiais. É a proposta da professora Simone Arlaque Flores, mãe da Isadora: “Aqui em casa, o que a escola solicita é prioridade, sempre acompanhamos e participamos das tarefas de casa e dos eventos no colégio. O processo da pesquisa é muito

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FAMíLIA dA CIênCIA interessante. Mesmo que tenha sido uma solicitação do educador, a busca das respostas gera descobertas importantes”, aponta. Isadora é apaixonada pelo desconhecido e por isso virou pesquisadora, a partir do incentivo dos pais e da escola. “É muito importante, a criança aprende muito e vai levar o conhecimento para a vida toda. Tudo o que pesquisamos e aprendemos com as nossas descobertas é inesquecível”, aponta a pequena curiosa, que vê a pesquisa como uma forma de desenvolvimento escolar. E foi a partir de uma dinâmica em grupo que surgiu o projeto de pesquisa de Isadora. “Eu, Felipe Moscon Salvo, Lucca Do Conto Almada, Octávio Kliar Araújo da Silva e Sérgio Eduardo dos Santos Becker éramos a equipe, e foi daí que saiu a pergunta: 'Professora, como o coração bate?'”, diz a estudante. Foi então que deram início às pesquisas para entender o funcionamento do órgão. A equipe de pequenos pesquisadores conquistou o destaque no Salão de Iniciação Científica da UFRGS, em 2013. “Após essa conquista, vi o quanto é bom ser pesquisador, com o trabalho e as descobertas que fizemos. Ver o reconhecimento das pessoas que aprenderam conosco é um grande incentivo”, completa Isadora.

É sendo valorizado e incentivado que Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, de 14 anos, estudante do 9o ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), sabe a importância de ser pesquisador desde cedo. O apoio dos pais é fundamental, por isso Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai do Gabriel, dá todo o suporte. “Não é só observar a qualidade do ensino que a escola proporciona, mas também incentivar, apoiar e educar para que ele tenha compromisso e responsabilidade para com sua formação”, explica o professor. No caso da família Silva, o exemplo extrapola a teoria e Gabriel coloca a mão na massa atuando, por exemplo, como organizador de duas feiras de ciências regionais, tendo contribuição na avaliação do uso do método científico pelos estudantes no evento. Além disso, já participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira, o que lhe rendeu uma medalha de ouro pelo bom desempenho na avaliação de inscrição do evento, em 2013. Saber pesquisar é explorar novos campos e obter conhecimentos diferenciados: “Por meio das pesquisas, independentemente da facilidade que eu tenha em determinada área, sempre vou aprender algo a mais”, explica Gabriel. Por isso, Silva faz com que o filho se sinta à vontade em pesquisar, incentivando, mas sem pressão: “Procuro sempre destacar a importância da ciência para a evolução do ser humano. Acredito que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional”, completa o pesquisador.


SALA dE AuLA: AMBIEntE dE InVEStIGAçãO

O especialista em Metodologia, Jorge Santos Martins, em seu livro O Trabalho com projetos de pesquisa: do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, define pesquisa como “um instrumento pedagógico destinado a melhorar a qualidade da aprendizagem [...], a romper a monotonia do enfadonho blábláblá diário e a tornar a sala de aula um espaço dinâmico, no qual os alunos sejam participantes ativos da sua própria formação” (2005, p. 75).

aos modos de pensar, de ser, de conhecer e de se relacionar”. Dar condições ao professor para trabalhar é imprescindível, como explica o diretor Cunha: “Sabemos que é fundamental investir na formação para a pesquisa no ensino, por isso oferecemos a eles condições de trabalho adequadas a essa prática”. A mãe da estudante Isadora, Simone Arlaque Flores, defende o papel da escola. “É importante que o colégio tenha todos os materiais para que as crianças aprendam e façam cada vez mais pesquisas, como salas de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca com livros atualizados”.

Aqui em casa, o que a escola solicita é prioridade, sempre acompanhamos e participamos das tarefas de casa e dos eventos no colégio. O processo da pesquisa é muito interessante. Mesmo que tenha sido uma solicitação do educador, a busca das respostas gera descobertas importantes. Simone Arlaque Flores, mãe de Isadora, etudante do 4o ano EF, no Colégio Marista Assunção – Porto Alegre (RS)

VEJA ALGunS PROJEtOS dE InCEntIVO à PESQuISA PROMOVIdOS PELOS COLÉGIOS MARIStAS:

© Foto: Tamíris Domingos

Para que a criança ou o adolescente pegue gosto pelo pesquisar e aprender, é preciso que o benefício seja significativo, com orientação de professores com escutas apuradas e atentas. "Ao assumir a pesquisa na escola, assume-se um perfil de estudante diferenciado que observa, pensa, elabora conceitos e estabelece comparações", explica Lisandra. A escola é o local no qual a pesquisa se consolida como oportunidade para a produção dos saberes. “Ela é fundamental para incentivar, promover e assumir uma proposta pedagógica que contemple a pesquisa. Muitas vezes, é o único espaço onde o estudante tem a oportunidade de experimentar”, conta Lisandra. Ela também defende que é missão do professor ser incentivador. “Cabe ao professor desencadear ações problematizadoras, incentivando o conflito cognitivo para, assim, ocorrer a argumentação, a interpretação, até a resolução do problema". No fazer pedagógico marista, os estudantes são estimulados a realizar pesquisas, como aponta a coordenadora psicopedagógica Cláudia. “São criados ambientes de aprendizagem nos quais o aluno possa se expressar em diversas linguagens e, para estimular a pesquisa, é preciso construir um espaço de diversidade favorável

Estudantes do Colégio Marista de Criciúma (SC) presenciando resultados de pesquisa.

O desenvolvimento de ações didáticas possibilita o contato e a vivência das crianças com situações que ampliam seus conhecimentos sobre determinados temas que as rodeiam no dia a dia. Faz parte de projetos com esse objetivo, por exemplo, o projeto Como nasce o pinto?, desenvolvido com os alunos da Educação Infantil do Colégio Marista de Criciúma (SC). O objetivo era responder ao questionamento que surgiu em sala de aula, em um momento de contação de histórias. Foi quando as professoras identificaram a curiosidade, levantaram com as crianças as hipóteses de resposta ao questionamento e, então, acompanharam o processo do ovo em laboratório, trabalhando com histórias, viagens de estudos e várias outras ações. Depois de concluída a pesquisa, além de os alunos descobrirem como se desenvolve e nasce um pintinho, ainda organizaram uma exposição para toda a comunidade escolar.

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capa Ao assumir a pesquisa na escola, assume-se um perfil de estudante diferenciado que observa, pensa, elabora conceitos e estabelece comparações.

© Foto: João Borges

Lisandra Catalan, assessora de área de Ciências da Natureza dos colégios da Rede Marista

Com o objetivo de estimular o interesse pela pesquisa, incentivando os jovens a desenvolver projetos com o uso de métodos científicos e oferecer a possibilidade de integração com colegas de outras instituições de ensino, de modo a ampliar suas relações e sua visão, o Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), criou a Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências (PioTeC). A partir do projeto, os estudantes têm a oportunidade de se familiarizar com os processos investigativos por meio de categorias de pesquisa como Ciência da Computação, Matemática, Física, Ciências Especiais e Terrestres, Engenharia, Mecânica, Medicina, Meio Ambiente e Reciclagem. E é sabendo da importância para a formação das crianças e dos jovens que o projeto é voltado para a difusão e a promoção da investigação e da pesquisa científica em todos os níveis de ensino.

Estudantes do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF) em debate promovido pelo Programa Maristão Faz Ciência.

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Participação dos estudantes do Colégio Marista Pio XII (RS) na Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências (PioTeC).

© Foto: Acervo Colégio Marista Pio XII (RS)

Fazer Iniciação Científica ainda na escola é preparar os estudantes para o Ensino Superior e para o aproveitamento de iniciativas governamentais de estímulo à pesquisa e inovação. Por isso, o Programa Maristão Faz Ciência, do Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), tem como objetivos fortalecer o ideal de formação de pesquisadores, estimular e produzir trabalhos científicos compatíveis com as possibilidades de estudantes do Ensino Médio. O incentivo acontece no âmbito de uma linha de pesquisa ou de um observatório, como também nas variadas interfaces, dependendo do objeto da curiosidade dos jovens. Entre os 143 estudantes envolvidos, desde que o projeto foi criado, em 2011, surgiram 28 produções acadêmicas e dez publicações, mostrando o resultado do projeto de incentivo que pretende ampliar o interesse pela pesquisa em consonância com o Projeto Educativo Marista, que enfatiza a pesquisa como um dos pilares de sua proposta pedagógica.


Quando um estudante levou uma bola para a sala de aula, começaram a surgir vários questionamentos sobre sua cor, sua forma, de que material era feita, entre outros. Durante as pesquisas, as turmas mostraram o interesse pela Copa do Mundo. Foi quando deram início ao projeto A Copa do Mundo é Nossa, e uma investigação, com a interação dos pais, começou no Colégio Marista Pio XII, em Ponta Grossa (PR). Para enriquecer a pesquisa, os estudantes trouxeram bandeiras, reportagens, fotos, chuteiras, uniformes da seleção, mapas e objetos de torcida. A sala de aula já não conseguia conter tanta informação e vontade de descobrir mais. Os estudantes realizaram uma experiência na qual visitaram o estádio da cidade, Germano Kruger, e pôde-se perceber o quanto o projeto foi significativo, pois eles demonstraram muita curiosidade durante o processo. A pesquisa proporcionou às crianças a oportunidade de serem protagonistas da construção de novos conhecimentos.

© Foto: Acervo Colégio Marista Assunção (RS)

Estudantes do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), são estimulados a desenvolver pesquisas científicas.

© Foto: Gilberto do Rosário

Com o objetivo de trabalhar com a construção do conhecimento a partir do questionamento, da argumentação, do aprofundamento de informações e da coleta de dados, os estudantes do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), participaram de um projeto de Iniciação Científica. Os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio foram divididos em grupos e escolheram as linhas de pesquisa para realizarem o trabalho. Ética, consumo, diversidade, qualidade de vida e movimentos sociais foram algumas das temáticas propostas. Além de três encontros de orientação e dos plantões de dúvidas ao longo do primeiro e segundo trimestres, os grupos participaram da banca de defesa do projeto e da Mostra de Iniciação Científica. Encerrando o projeto, no terceiro trimestre, os jovens elaborarão o relatório final. Os estudantes ainda terão a possibilidade de apresentar suas pesquisas em universidades como PUCRS e UFRGS. Um dos diferenciais da iniciativa é que cada grupo tem um professor orientador que acompanha o trabalho ao longo do ano. A iniciativa não se restringe à área das Ciências da Natureza, mas se destaca provocando reflexões atuais e ampliando os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Estudantes do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), recebem visita dos jogadores do time da cidade.

Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um agente indutor dos estudos, e que contribui de forma expressiva para seu crescimento e amadurecimento. Marco Túlio Fauth, bancário, pai de Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2o ano do Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR).

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© Foto: Divulgação

entrevista

Sou pesquisador, Quem disse que para ser pesquisador é preciso ser adulto ou cursar uma universidade? Ser pesquisador desde cedo já é uma realidade para as crianças e os adolescentes, uma oportunidade que só tem a agregar para a vida estudantil e, posteriormente, acadêmica e profissional do estudante Por Julio Glodzienski

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sim! Ser pesquisador ainda quando jovem – período em que várias dúvidas, questionamentos e curiosidades surgem – contribui para a formação e o desenvolvimento do senso crítico. A revista Em Família entrevistou o primeiro colocado da categoria Ensino Médio do XXVI Prêmio Jovem Cientista, em 2012, João Pedro Vital Brasil Wieland, de 16 anos, e que atualmente é estagiário do Laboratório de Bioquímica de Proteínas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), trabalhando na área de ciência esportiva. O jovem pesquisador fala sobre a sua experiência, quais os benefícios e da oportunidade de desenvolver pesquisas que podem ir se aprimorando ao longo da vida.


Qual foi a pesquisa que você desenvolveu que lhe rendeu o Prêmio Jovem Cientista?

Investiguei a influência da música na velocidade de uma corrida e comecei a desenvolver uma pesquisa em 2014. O projeto pode ajudar atletas de alto desempenho ou pessoas que correm para se manterem saudáveis e terem uma melhora significativa de rendimento. Por isso, desenvolvi um aplicativo de celular que ajuda as pessoas a escolher as melhores músicas para correr. Ainda não criei um nome, mas a ideia é disponibilizá-lo para download gratuitamente.

Por que desenvolver pesquisas? Desde quando você tem essa curiosidade em aprimorar o lado pesquisador?

Atualmente, estou no 3o ano do Ensino Médio no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desenvolvo pesquisas desde 2012, quando comecei a atuar como pesquisador do Laboratório de Palinologia da própria UFRJ, por meio do processo de seleção do núcleo de Iniciação Científica Júnior. Lá, desenvolvia pesquisas com o pólen de várias plantas. Gosto de fazer pesquisas porque sempre aprendo coisas novas em áreas de que eu gosto.

Ser pesquisador é encontrar as respostas para todos os questionamentos. [...] Pesquisar faz com que eu evolua muito na escrita e no desenvolvimento do pensamento científico.

Baseado na sua experiência, você vê a pesquisa como uma forma de abrir portas ao conhecimento e estimular a buscar sempre mais?

Com certeza, por vezes as repostas para algumas pesquisas não estão na mesma área de conhecimento. Por exemplo, vivo lendo artigos sobre descobertas de novos mecanismos biológicos, pois sempre me inspiram na minha área de pesquisa. Essa oportunidade me rende facilidade em sala de aula, é muito mais fácil aprender e descobrir novas coisas na prática. Julgo que esse é um dos motivos da pesquisa ser importante para estudantes: o desenvolvimento próprio.

Então, o fato de ser pesquisador ainda no colégio contribui para o seu desenvolvimento escolar?

Ser pesquisador é encontrar as respostas para todos os questionamentos. Aprendo muito mais desenvolvendo pesquisas do que no dia a dia na própria escola. Porém, reconheço que a escola é o canal por onde eu ganhei interesse por determinados assuntos, como Química, Biologia e Física, por exemplo. Sei que desenvolver pesquisas ainda no colégio, no Ensino Médio, no meu caso, vai contribuir para que eu tenha uma melhor colocação em uma universidade. Pesquisar faz com que eu evolua muito na escrita e no desenvolvimento do pensamento científico.

O que é o Prêmio Jovem Cientista? A premiação é considerada um dos principais reconhecimentos na área de Ciências no Brasil, e foi instituída pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 1981. Os objetivos são revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram inovar na solução dos desafios da sociedade. O prêmio é atribuído a quatro categorias: mestres e doutores; estudantes do Ensino Superior; estudantes do Ensino Médio; e mérito institucional. Na categoria “Estudante do Ensino Médio”, podem concorrer alunos regularmente matriculados em escolas públicas ou privadas de Ensino Médio e em escolas técnicas. Fonte: Portal Jovem Cientista / CNPq

Quer saber mais? Acesse: www.jovemcientista.cnpq.br

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entrevista

Incentivos como o Prêmio Jovem Cientista são importantes para o desenvolvimento e o surgimento de novos pesquisadores mirins?

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Primeiramente, eu observo. A partir disso, eu tenho uma ideia e, então, busco leituras, como livros e artigos, busco na internet, para saber se minha ideia é viável. Ao descobrir que sim, me dedico. Além disso, trabalho no Laboratório de Bioquímica de Proteínas da Unirio e participo do Núcleo de Atividades de Física do meu colégio, o Colégio de Aplicação (UFRJ). Por meio dessas oportunidades, acabo me envolvendo nas feiras de Ciências, que são ótimas para o conhecimento. Essa pesquisa que desenvolvo é por meio da bolsa que recebi do Prêmio Jovem Cientista, que é uma iniciação científica. Esses são benefícios e incentivos que podem mudar a realidade de muitos jovens, abrindo as portas para que se insiram na universidade. No meu caso, já decidi que vou ser pesquisador, porém, ainda não escolhi a área de atuação.

O Prêmio Jovem Cientista é um grande incentivo para os jovens. E até hoje recebo oportunidades e reconhecimento por conta do prêmio, que conquistei em 2012, são iniciativas que podem levar mais pessoas a se envolverem com pesquisas. Esse desenvolvimento de pesquisas científicas em escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio é extremamente importante para formar novos pesquisadores que podem e devem desenvolver novas tecnologias, um benefício revertido para a própria sociedade mais tarde. Uma coisa que eu aprendi no laboratório é que as ideias brilhantes normalmente surgem com as ideias mais estúpidas, ou seja, um pesquisador tem que expor tudo que passa pela cabeça, pois, assim, o melhor de cada ideia pode ser aproveitado e testado.

Como os seus pais o acompanham e o incentivam a ser pesquisador?

O apoio dos meus pais é muito importante para mim, a curiosidade e o interesse deles sobre o que eu faço e pesquiso é fundamental para que eu continue empenhado. Como estou no 3o ano do Ensino Médio, eu não tenho mais parado em casa, devido aos estudos e até às minhas pesquisas. O fato de eles serem compreensivos comigo e estarem me ajudando sempre naquilo que preciso para os estudos e as pesquisas é muito importante. Ter suporte, não só no colégio, mas também em casa, é primordial.

Como fica o lazer em meio a esta vida de pesquisador, é importante saber ponderar pesquisa e lazer?

No dia a dia, tento absorver o máximo de conteúdo na aula e faço minhas anotações. Quando chego em casa, escrevo um texto com o que eu entendi da matéria do dia, adicionando e desenvolvendo as anotações feitas. Acho que cada um tem um maneira de estudo e de aprendizado. Isso ajuda, pois não consigo estudar sob pressão, aí é válido ter um tempo de descanso. Sempre reservo um ou duas horas por dia durante a semana para ver um filme, assistir a um seriado ou fazer algo de que eu goste, já os finais de semana são reservados para eu sair e me divertir mesmo. Pesquisa requer que haja um trabalho grande em equipe e eu tento levar isso para as relações que eu tenho dentro e fora da escola.

dICA dO EntREVIStAdO "Seria bacana que os pais assistissem com seus filhos ao filme O Óleo de Lorenzo. É um filme que me inspirou para me tornar pesquisador, pois vi que seria possível tendo força de vontade."

© Foto: Divulgação

Qual sua metodologia de pesquisa e de que modo você se envolve em projetos?

O drama lançado em 1992 retrata a história de um garoto que levava uma vida normal até ser diagnosticado com problemas de ordem mental, ALD, uma doença rara e que provoca uma incurável degeneração do cérebro. Diante do fracasso dos médicos e da falta de medicamentos para uma doença dessa natureza, os pais do menino, que tinha apenas seis anos, começaram a estudar e pesquisar, sozinhos, algo que pudesse deter o avanço da doença do filho.


© Foto: Acervo dos Colégios

marista em rede

Afinal, Afinal o que é educação integral? integral Contemplar as diferentes dimensões da pessoa é diferencial na preparação de nossos estudantes para o mundo Educar para além da sala de aula é o grande mote da nossa missão. No último planejamento estratégico isso ficou claro, já que a educação integral foi a pauta mais debatida. O principal objetivo da Rede de Colégios e Unidades Sociais é ser referência na formação integral da pessoa e, para alcançar tal propósito, é necessário o entendimento, por parte de toda a família marista, da importância do nosso trabalho. Logo, saber no que consiste o conceito de educação integral é bem importante. Por vezes confundida com escola de tempo integral, a educação integral transcende o tempo que o estudante passa na instituição de ensino. Intimamente ligada ao jeito marista de educar, essa metodologia contempla a interligação entre as diferentes dimensões do sujeito – corpo, mente, coração e espírito – e considera a integralidade e a integridade de cada um, numa harmonia de fé,

cultura e vida. As subjetividades individuais não são esquecidas. Nesse nosso jeito próprio de formar, a parceria e a corresponsabilidade da comunidade na educação das crianças e dos jovens são primordiais, já que procuramos integrar um espaço/território não apenas como mera estrutura física, e sim como um lugar de vida, de relações e de experiências. “É uma educação crítico-emancipatória, pautada na participação e no exercício da democracia, na qual o tempo é vivido de modo significativo e contextualizado. Nessa perspectiva, a aprendizagem é resultado de um processo singular. Os espaços e os tempos são pensados atravessando a temporalidade cotidiana, pois é um tempo de vivência que revela a concepção pedagógica vigente naquele ambiente”, explica o Ir. Manuir José Mentges, da Gerência Educacional.

PROtAGOnIStA dE SuA HIStÓRIA Hoje, a sociedade passa por inúmeros problemas. Poder contar com cidadãos conscientes do seu papel no mundo e que desejam um lugar melhor para viver, além de ajudar na mudança desse quadro, é combustível para que outros sigam o mesmo caminho. É isso o que o jeito marista de educar busca, pois acreditamos na capacidade de intervenção e trans-

formação das problemáticas emergentes com base em novos olhares, inspirados em princípios éticos e morais. “Considerando que a educação integral tem como finalidade a formação de sujeitos reflexivos, críticos e que se interroguem sobre o mundo, as pessoas são convidadas, continuamente, a repensar sua relação e seus modos de inserção e participação nos contextos sociais mais diversos, preparadas para uma vida plena”, destaca o Ir. Manuir.

Por vezes confundida com escola de tempo integral, a educação integral transcende o tempo que o estudante passa na instituição de ensino.

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ponto de vista

A investigação a serviço do

conhecimento Vanderlei Guerreiro Junior Professor de Biologia do Colégio Marista Rosário e do Colégio de Marista São Pedro, de Porto Alegre (RS)

O cenário educativo atual enfrenta diversos desafios na tentativa de tornar os ambientes, as aulas e os processos de aprendizado mais significativos e interessantes para os estudantes. Na busca daquilo que denominamos atualmente como excelência, aliar as novas tecnologias e as próprias realidades culturais e sociais à identidade dos jovens pode auxiliar os docentes tanto na mediação, como na eficácia do aprender. Nessa mesma direção, propostas de trabalho que despertem a investiga-

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ção, por muitas escolas chamada de Iniciação Científica, busca através de diferentes estratégias aproximar de um conjunto de etapas que auxiliem formalmente os estudantes a responder suas inquietações. Despertar nos jovens um espírito empreendedor, que propõe intervenções, busca soluções práticas aliadas às necessidades reais, a questões ou problemáticas cotidianas é uma das diversas habilidades que podem ser exploradas com essa dinâmica de trabalho. O uso do método científico para se alcançar as possíveis respostas é um dos caminhos muitas vezes utilizados nessas propostas de trabalho, que priorizam potencializar nos estudantes uma nova forma de perceber e internalizar os conteúdos, conceitos e processos estudados em sala de aula, que, muitas vezes, são enxergados sob a ótica dos jovens como conhecimentos sem aplicação direta ou mesmo desconectados, fragmentados. Nesse sentido, o desenvolvimento de atividades ou projetos que concebam a educação científica em sua essência é a mudança de percepção dos estudantes na maneira como o conhecimento é produzido, comunicado, mediado e validado perante a sociedade. Incentivar os estudantes a buscar resoluções de questões usando um método investigativo como instrumento que responda às suas demandas de trabalho, com etapas sequenciais e estratégias metodológicas próprias, faz com que o próprio jovem estabeleça uma outra forma de refletir sobre o domínio conceitual, potencializando ações de responsabilidade e autoavaliação sobre a si mesmo, seu papel individual e coletivo na sociedade. Em especial, essa demanda, que denota um senso ético-valorativo, deve emergir como um dos pilares fundamentais nesse tipo de proposta de trabalho, e encontra na pedagogia marista uma intencionalidade muito clara, em consonân-

cia a missão marista de formação integral. Exemplos de ações positivas ocorrem todos os anos letivos nos colégios maristas, em suas feiras e mostras científico-culturais. Fomentar nos professores e estudantes ações que permitam o desenvolvimento do aprender pela pesquisa tem ganhado cada vez mais espaço, reflexão e prática nos ambientes escolares. Por essa razão, assim como muitas ações pedagógicas que rompem com o tradicional, esse tipo de abordagem nos traz diversos desafios. Dosar o nível de encantamento dos estudantes com suas propostas de investigação é um dos mais comuns. Há alguns anos desenvolvendo a educação científica, vejo muitos jovens buscando resolver grandes dilemas da sociedade. Ponderar e aproximar o desejo dos jovens da resolução de questões práticas com rigor e método nem sempre é tarefa fácil, embora seja necessário estar claro ao estudante onde se quer chegar, com cada um deles, desenvolvendo esse tipo de ação pedagógica. Não é incomum estudantes e até mesmo professores terem por senso comum que somente com instrumentos e insumos arrojados podem realizar projetos que tenham confiabilidade suficiente para transpor

os muros da escola. A capacidade de inovação é, sim, uma grande busca da educação científica, mas não pode ser sua principal finalidade. O docente deve perceber que outras habilidades e competências podem ser desenvolvidas ou potencializadas com a realização desse trabalho. Partilhar com os estudantes suas pesquisas, organizar bancas avaliativas multidisciplinares, nos quais os variados segmentos escolares, professores, pais e funcionários participam dos projetos, caracteriza e dimensiona a importância da educação científica aos alunos. Dar voz e vez aos estudantes é bastante gratificante. Perceber a postura, a maneira de comunicar suas ideias faz com que o próprio jovem sinta a necessidade de fazer uso dos artefatos articulados em diferentes componentes curriculares. Estar atento a essas minúcias é fundamental ao professor que se adere a essa proposta de trabalho, estimulando os estudantes a mobilizar, aplicar, contextualizar conceitos e conhecimentos das mais variadas áreas do saber humano na abordagem do seu objeto de investigação, buscando fazer com que o próprio estudante perceba a relação entre os saberes já existentes e sua problemática de trabalho.

Despertar nos jovens um espírito empreendedor, que propõe intervenções, busca soluções práticas aliadas às necessidades reais, a questões ou problemáticas cotidianas é uma das diversas habilidades que podem ser exploradas com essa dinâmica de trabalho.

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diz aí

O que você pensa

dos seus pais

{ou parentes mais próximos}

? © Fotos: Acervo dos Colégios

estarem nas redes sociais

GABRIELA REuS dE SOuZA tORBES 8a série do Ensino Fundamental Colégio Marista Champagnat Porto Alegre (RS)

CECíLIA tORMEn 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Medianeira Erechim (RS)

ALICE GIBEkE SIQuEIRA dALMOLIn 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Graças Viamão (RS)

"Acredito que seja bom para os pai e as mãe estarem por dentro do que faz parte da vida de seus filhos. As redes sociais também representam uma fonte para muitas informações. Eu interajo com meus pais, mas prefiro pessoalmente, até acho engraçado falar com eles por esse meio."

"É bem legar ter a minha mãe nas redes sociais porque, dessa forma, ela conhece mais o meu mundo e as pessoas com quem me relaciono. Conversamos muito por mensagem no Facebook e no WhatsApp quando estamos distantes. Isso tudo nos aproxima e fortalece nossa relação."

"Nos dias de hoje, a juventude está cada vez mais conectada às redes sociais, por isso considero importante o acompanhamento dos pais. A participação deles também é legal para a troca de informações e para manter pais e filhos mais unidos."

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Valentina Soares M. Barreto 1o ano do Ensino Médio Colégio Marista Santa Maria Santa Maria (RS)

William Storqui 2o ano do Ensino Médio Colégio Marista Irmão Jaime Biazus Porto Alegre (RS)

Helena V. Fernandes e Silva 2o ano do Ensino Médio Colégio Marista João Paulo II Brasília (DF)

"O fato de meus pais sempre estarem presentes nas redes sociais é muito bom para mim. Por mais que, às vezes, tenham comentários um pouco vergonhosos, gosto muito de compartilhar tudo com eles!"

"Considero bem interessante porque em diversas circunstâncias pode facilitar muito a comunicação com familiares distantes. De modo geral, tenho pouca interação com meus pais, pois eles não usam muito."

"Acho muito legal meu pai estar conectado às redes sociais. Ele compartilha desde coisas engraçadas a interessantes. Às vezes, ele posta algumas mensagens que só eu entendo, e eu adoro isso!"

Opinião dO EducadoR Há um tempo nos perguntavam se tínhamos e-mail ou celular, hoje, nos perguntam: “Tem Facebook?”. Com a internet mais presente em nossa rotina, as redes sociais têm ganhado evidência. Além da conectividade, os ambientes virtuais proporcionaram a humanização da internet, aproximando, criando novas amizades e fortalecendo laços. O uso das redes sociais também é uma boa estratégia para os pais, pois a partir das atualizações é possível acompanhar a rotina dos filhos. Contudo, quando a interação ganha o espaço online, alguns cuidados são essenciais. Por exemplo, o discernimento nas postagens é

fundamental, porque muitas vezes, com a intenção de serem divertidos, os pais são inconvenientes aos olhos dos filhos. Por isso, é importante conversar e saber como o filho se sente a respeito das interações nas redes sociais. Outro aspecto a ponderar é se, na opinião dos filhos, é oportuno adicionar os amigos deles. Acredito que deixar que os amigos do seu filho o adicionem é a decisão mais adequada.

Domênica Faria Martí Graduada em Pedagogia e especialista em Orientação Educacional Orientadora Educacional dos Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)

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educar

A construção do

saber científico

Problemas, hipóteses e métodos científicos estão cada vez mais presentes no cotidiano escolar e a Iniciação Científica surge como uma proposta de ensino capaz de despertar o interesse dos estudantes para novas descobertas 22

No cenário atual, a escola enfrenta o desafio de aproximar ainda mais o conteúdo da experiência real de vida dos estudantes. Mas como tornar as aulas mais atrativas e práticas sem perder o foco da proposta pedagógica? Em resposta a essa questão, a pesquisa científica tem se revelado uma solução recorrente e eficaz. Isso porque envolve crianças e jovens em um processo de aprendizado multidisciplinar e instigante, que vai muito além da sala de aula. O prazer da descoberta e da experimentação que a construção do conhecimento científico proporciona desperta um cidadão questionador e crítico, capaz de relacionar saberes e redescobrir a aplicação das teorias na realidade cotidiana. Para adquirir essa vivência, o primeiro passo é dar início à pesquisa a partir de uma pergunta sobre algum fato, fenômeno ou teoria pelo qual os estudantes demonstrem interesse. Depois de escolher o tema e a pergunta guia, vem a etapa de busca e seleção de informações relacionadas ao problema. Preenchidas essas lacunas, é possível analisar os dados e chegar à conclusão do trabalho. Além de atuar como mediador desse processo de ensino e aprendizagem, o educador estabelece uma relação de parceria e confiança com o estudante em busca do saber científico. Juntos, tornam-se aprendizes e companheiros. Os colégios e unidades sociais da Rede Marista incentivam essa prática diariamente. As mostras, feiras de Ciências, entre outros eventos, abrem espaço para que os estudantes partilhem seus projetos e exercitem a oralidade, bem como outras habilidades. Tudo isso acompanhado de perto pelos professores. Nas próximas páginas, o leitor também poderá exercitar a observação e o pensamento reflexivo a partir das imersões no campo científico relatadas por aqueles que são os protagonistas do seu conhecimento: os estudantes.


Com dois pés na Universidade

No Colégio Marista São Pedro, de Porto Alegre, a Iniciação Científica começa no Ensino Fundamental. A partir dos Anos Finais, os estudantes já aprendem como realizar pesquisas científicas e continuam aprimorando essas técnicas até o Ensino Médio. Os professores promovem um ambiente propício para a busca de informações, incentivando o trabalho interdisciplinar. Com essa organização, os estudantes se sentem inseridos no mundo da pesquisa e motivados a descobrir novos desafios. Destaque na 1a Mostra de Iniciação Científica do colégio, Fernanda Venzke Zardin, 8a série EF, conta como foi a experiência de desenvolver o seu projeto.

Estar no Ensino Médio e já ter vivido em laboratórios e participado de pesquisas que podem salvar vidas. Essa foi a experiência da estudante Gabriela Petry, que, em 2013, passou três meses auxiliando em pesquisas dentro da PUCRS. Após finalizar sua participação no Programa de Pré-Graduação da universidade (Pré-Grad), Gabriela apresentou interesse em seguir no projeto. Escreveu uma carta contando suas habilidades e suas notas do colégio, e foi convidada para atuar no laboratório da Faculdade de Biologia da universidade.

© Fotos: Acervo dos Colégios

Incentivo à pesquisa

Trabalho Científico: Efeitos da inflamação no período neonatal sobre o perfil inflamatório e oxidativo na sepse experimental na vida adulta

O ano de 2013 foi marcante para a minha vivência como "cientista". Junto com a minha colega Luísa Rocha, realizei o trabalho AIDS: uma síndrome que ameaça toda a população. Recebemos o destaque da 1ª Mostra de Iniciação Científica do Colégio Marista São Pedro e a distinção na área de ciências naturais no XII Fórum Fapa. Por meio do incentivo e do exemplo do nosso professor de Ciências, Sinuê Quadrado, começamos a pesquisar assuntos interessantes e atuais que nos levaram à construção do trabalho. O tema AIDS foi escolhido porque é uma doença que ainda acomete muitas pessoas de diferentes idades. Na fase de preparação, entrevistamos profissionais da área da saúde com experiência nesse assunto. Conseguimos medicamentos usados para melhorar a imunidade dos portadores e nos apropriamos das técnicas e dos tratamentos inovadores para essa doença. Eu não imaginava chegar tão longe. Junto com a Luísa, me dediquei muito para a elaboração do trabalho, e esse esforço foi reconhecido por meio das premiações que recebemos. Despertei para a área da pesquisa e agora quero mais. Meu objetivo é apresentar para a comunidade outros assuntos interessantes e, quem sabe, ganhar ainda mais premiações.

Tive a oportunidade de escolher a pesquisa em que gostaria de trabalhar mais a fundo. Não fiz nenhum projeto sozinha, porque essas pesquisas são longas, duram mais de ano, e eu só tinha três meses. O professor responsável pelo laboratório, Jarbas Rodrigues de Oliveira, pediu que eu escolhesse um dos projetos que os bolsistas estavam realizando e os ajudasse. Foi aí que eu conheci a Carolina Luft, que desenvolvia um projeto sobre a desnutrição neonatal em ratos adultos. Utilizamos dois grupos de amostra. Tinha o Grupo Controle, que se alimentava bem, e tinha o Grupo Teste, que tinha deficiência de vitaminas e minerais. Quando os ratos atingiam a fase adulta, a gente aplicava a mesma dosagem de um vírus nos ratinhos. Muitos do grupo debilitado não resistiam. No exame de sangue, notava a baixa das plaquetas e que eles ficavam bem mais abatidos; já o grupo que tinha uma alimentação correta, pouco se abalava. Então, comprovamos que a alimentação correta durante a gestação e a infância pode evitar doenças imunológicas e crônicas, por exemplo. Apresentamos nosso projeto em diversas feiras científicas e ele também foi publicado em revistas internacionais. Hoje, consigo ver a prática na hora que leio um texto. Agora, teoria e prática estão juntas. Além de melhorar meu desempenho escolar, essa experiência também auxiliou na minha escolha profissional. Quero cursar Medicina e me especializar em Oncologia.

Fernanda Venzke Zardin, 8a série EF do Colégio Marista São Pedro, de Porto Alegre

Gabriela Petry 3o ano EM do Marista Champagnat, de Porto Alegre

Trabalho Científico: AIDS: uma síndrome que ameaça toda a população

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educar ROBÓtICA ALIAdA A OutRAS ÁREAS dO COnHECIMEntO

A Escola Marista Santa Marta, de Santa Maria, trabalha com a metodologia de projetos pedagógicos em sala de aula. Com isso, no início de cada semestre os professores programam o que irão desenvolver durante o processo. No segundo semestre de 2013, uma das ações propostas pelas três turmas do 5o ano do Ensino Fundamental foi a construção de um artefato de robótica livre que envolvesse os conteúdos trabalhados em sala de aula. Vitória Zancan, do 6o ano EF, esteve envolvida com a elaboração do robô que apresenta os três principais sistemas do corpo do humano e revela como foi esse processo.

Durante 2013, o 3o ano do Ensino Médio do Colégio Marista Santo Ângelo, de Santo Ângelo, desenvolveu trabalhos em diferentes áreas do conhecimento para incentivar a pesquisa científica. Os estudantes receberam orientações sobre produção científica e apresentaram os trabalhos para a banca composta por seus professores e durante a 14a Multifeira Pedagógica da escola. Entre as pesquisas, teve destaque o Projeto Arduino: uma segunda alternativa, que uniu teoria e prática com conhecimentos de Física, Química, Informática, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Desenvolvido pelos estudantes Gabriel Bellinaso, Henrique Ellwanger e Rômulo Sehn, teve orientação dos professores Marilei Kovatli e Fernando Pinheiro. O projeto foi apresentado no Salão do Conhecimento 2013, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). © Fotos: Acervo dos Colégios

tECnOLOGIA PARA SIMuLAR SIStEMAS dO CORPO HuMAnO

trabalho Científico: ABC Robótica Tudo começou nas primeiras aulas de Robótica, quando nos foi contada a história Coração de Robô, logo depois assistimos ao filme Wall-E. A partir disso, criamos uma parceria com as aulas de Ciências, aprendemos os três principais sistemas do corpo humano, que são: circulatório, digestivo e respiratório. Combinamos que cada turma seria responsável por um sistema e, assim, projetamos o robô referente ao sistema respiratório. Com os conhecimentos adquiridos, tiramos os moldes e unimos as ideias do que poderia ser utilizado em cada um dos sistemas. Concluímos e batizamos o nosso robô de Zétec. O nosso projeto foi tão satisfatório que conseguimos que ele fosse exposto em uma feira de tecnologias, a Mostratec, em Novo Hamburgo (RS). E isso foi muito gratificante para nós, poder participar de uma convenção tecnológica visitada por pessoas de vários países. Nós tivemos a experiência de conhecer inúmeros projetos científicos e mostrar algo feito pelas turmas de 5o ano do EF fora da nossa cidade. O Zétec também foi exposto na Mostra Científica e Pedagógica, que ocorre anualmente na escola. VItÓRIA ZAnCAn 6o ano EF da Escola Marista Santa Marta, de Santa Maria

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trabalho Científico: Projeto Arduino: uma segunda alternativa Escolhemos um tema que ainda não havia sido trabalhado no colégio para realizar a pesquisa. Para desenvolver o projeto, tivemos algumas aulas com um professor da área que nos passou conhecimentos sobre programação e robótica. Nossa pesquisa demonstrou o funcionamento de um bafômetro, a partir da construção de uma plataforma de hardware open source, conhecido como arduino. Durante o projeto, ocorreram dificuldades, pois era um assunto novo para nós e o equipamento era desconhecido. Também durante o desenvolvimento, houve problemas técnicos, como a queima de sensores e LEDs. Com o projeto, tivemos a noção de como é a construção de um artigo científico e a apresentação para uma banca de professores, o que nos preparou para a vida acadêmica. Também tivemos a oportunidade de participar do Salão do Conhecimento 2013 da Unijuí e, assim, já contamos com uma publicação. Foi uma experiência relevante, pois com o desenvolvimento do projeto, iniciamos a vida acadêmica com um breve conhecimento sobre pesquisa científica. RÔMuLO SEHn ex-aluno do Marista Santo Ângelo, de Santo Ângelo, e acadêmico de Administração no Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (Iesa)


Lidar com o estresse nos dias de hoje No Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre, o Programa de Iniciação Científica: Formando Pesquisadores visa contribuir com formação crítica e a capacidade de identificar e resolver problemas utilizando metodologia científica. As atividades são desenvolvidas de acordo com o nível de ensino. Na Educação Infantil, as crianças têm contato com as ciências e os experimentos, aprendem a investigar e explorar os ambientes e reúnem-se uma vez

por mês no Laboratório de Ciências para aulas práticas. Já nos Anos Iniciais, os estudantes são estimulados a resolver atividades investigativas em grupo, a partir de pesquisas e experimentos no laboratório. Nos Anos Finais e no Ensino Médio, as turmas passam a frequentar semanalmente os Laboratórios de Química, Física e Biologia e desenvolvem projetos orientados pelos professores para exposição na Mostra do Saber, evento anual que busca mobilizar

os estudantes em torno de temas e atividades relacionados à ciência e à tecnologia. O envolvimento em outras feiras externas de Ciências e em projetos em parceria com a PUCRS também é incentivado na escola. Selecionada para participar da Feira de Ciências e Inovação da PUCRS e do Salão Jovem UFRGS, Patrícia Eduarda Carvalho da Silva, da 8a série do EF, teve como desafio aprofundar aspectos comportamentais da sociedade atual em sua pesquisa.

Trabalho Científico: Males do século: os principais problemas retratados na vida das pessoas hoje em dia Sempre ouvi falar sobre a depressão, pela televisão, em livros e até conversando com meus pais. E o que percebi pesquisando é que muitas vezes ela aparece na vida de uma pessoa sem um motivo aparente, o que dificulta o tratamento. Não foi fácil deixar o trabalho interessante e com uma linguagem que não fosse cansativa. Também recorri a livros e pesquisas com psicólogos, evitando ao máximo o uso da internet para que eu pudesse me aprofundar mais no assunto. Em 2013, fui destaque na Mostra do Saber, na Feira de Ciências e Inovação da PUCRS e no Salão Jovem UFRGS. Fiquei muito honrada em ter conquistado o destaque – em meio a tantos trabalhos bons, o meu sobressaiu. Tenho muito interesse nessa área neurológica, sempre quis Engenharia Química, mas acho que vou acabar escolhendo Medicina.

O prazer da descoberta e da experimentação que a construção do conhecimento científico proporciona desperta um cidadão questionador e crítico, capaz de relacionar saberes e redescobrir a aplicação das teorias na realidade cotidiana.

© Foto: Divulgação

Patrícia Eduarda Carvalho da Silva 8a série EF do Marista Rosário, de Porto Alegre

Produção bibliográfica assinada pelos próprios estudantes No segundo semestre, o Colégio Marista Rosário lança a segunda edição da revista científica O Saber em Mostra. A publicação reúne os destaques da Mostra do Saber do ano anterior. O objetivo é registrar os trabalhos científicos desenvolvidos pelas turmas dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio que foram apresentados durante a Feira de Ciências da escola. Nos textos, assinados pelos próprios estudantes, são relatados as pesquisas e os procedimentos adotados. Além de revelar talentos e motivar inovações, por meio da experimentação, a revista incentiva a construção de novos conhecimentos. Assim, essa publicação busca despertar nos estudantes o interesse e o entusiasmo pela ciência.

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Além dos

você sabia?

muros da escola

© Fotos: Acervo dos Colégios

Hoje em dia, as pessoas acabam conhecendo mais as outras por suas preferências e relatos compartilhados nas redes sociais do que pessoalmente. Mesmo estando perto de tantos educadores, por vezes não se tem ideia de seus talentos e detalhes sobre a sua trajetória de vida. Nesta página, você confere as peculiaridades de alguns educadores maristas Há 36 anos atuando como auxiliar de serviços gerais no Marista São Pedro, Gessi da Costa, mais conhecida como Dona Gessi, é considerada uma mãezona na escola. Os chás preparados por ela curam desde dor de cabeça até as preocupações de adolescentes. Para quem fica curioso, ela conta o segredo: “Faço questão de fazer o melhor e, com isso, deixar um pouquinho do meu carinho e cuidado para todos os estudantes e funcionários”.

O educador Cesar Desimon atua no Marista Champagnat desde 1980 e foi um dos responsáveis pela inserção das tecnologias como ferramenta a serviço da educação. O diretor na época, Ir. Nadir Bonini Rodrigues, o convidou para transformar a informática num componente curricular. Desde então, as tecnologias passaram a ser legitimadas dentro do processo de aprendizado em toda a Rede Marista.

Além dos pincéis, tintas e lápis de cores, o professor de Artes do Marista Maria Imaculada, Jacques Dahlke, também se arrisca em outras áreas artísticas. Ele toca bateria, baixo, guitarra e agora está se dedicando a aprender gaita de fole. A fotografia há muito deixou de ser apenas um hobby e passou a ser mais uma de suas profissões. Ainda nas horas vagas, reúne suas habilidades e as coloca em prática junto à ONG Parceiros Voluntários.

Buscando o bem-estar, a vice-diretora do Colégio Marista Assunção, Simone Martins, escolheu a corrida para exercitar o corpo e a mente. Há quatro anos, concilia suas atividades com treinos e competições. “A cada novo percurso, um desafio a ser conquistado. Para iniciar, é recomendável buscar orientação com um profissional, usar tênis e roupas adequadas. Depois, é só correr e curtir todos os benefícios que o esporte pode proporcionar”, aconselha.

A professora de Língua Portuguesa do Marista Rosário, Renata Portz, veste a camiseta de voluntária nos meses de recesso escolar. Através de ONGs, já esteve em Cuba, na África do Sul, nas Ilhas Maurício e no Maranhão. Ao concluir o curso de Psicologia, sua segunda graduação, ela pretende se inscrever no programa Médico Sem Fronteiras e levar adiante o seu trabalho voluntário.

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destaque

Liderança a favor da

solidariedade

e do

voluntariado

Com apenas 12 anos, Luiza Picoli Zilio, do 7o ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Maria Imaculada, de Canela (RS), já dá exemplo de liderança e protagonismo. Quando estava no 5o ano, foi eleita pelos colegas do turno da tarde como presidente-mirim do Grêmio Estudantil da escola. Na mesma época, formou com alguns colegas um grupo participante da ONG Parceiros Voluntários. No 6o ano, ingressou na Pastoral Juvenil Marista (PJM) e, no final de 2013, foi convidada para compor, como secretária, a chapa vencedora das eleições do Grêmio. Em 2014, por indicação da equipe diretiva e dos professores, foi convidada a concorrer a uma vaga no Governo Mirim, projeto criado e orientado pela Prefeitura Municipal de Canela. Após apresentação de suas propostas de campanha, foi escolhida prefeita-mirim do município, em uma eleição que envolveu estudantes de escolas municipais, estaduais e particulares. Com o sonho de poder um dia viajar e prestar serviço voluntário em outro país, Luiza terá, como prefeita-mirim, a oportunidade de colocar muitas de suas ideias em prática em sua própria comunidade. De início, pretende mobilizar os membros do seu governo para arrecadar livros, que serão doados para as escolas que ainda não possuem biblioteca. “Quero levar minha percepção enquanto estudante marista sobre aspectos importantes para as outras crianças, como educação de qualidade, esporte e lazer. Quero conhecer o cotidiano das outras escolas para ver de qual forma posso auxiliar, e apresentar propostas coerentes com as suas necessidades”, comenta.

© Fotos: Acervo dos Colégios

Luiza Zilio (centro), do 7o ano EF, é dedicada às atividades solidárias.

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Participante da Pastoral Juvenil Marista, Mariana Batista acumula experiências em sua trajetória no grupo.

Para fazer

diferença no mundo Estudante do 1o ano do Ensino Médio do Colégio Marista Roque, de Cachoeira do Sul, Mariana Batista Carlos da Silva sabe bem o sentido de ser estudante marista. Por meio das atividades pedagógicas e pastorais desenvolvidas na escola, ela foi descobrindo que é possível fazer diferença no mundo. Uma das atividades que possibilitaram essa descoberta foi a Pastoral Juvenil Marista (PJM), na qual está há dois anos e atualmente é animadora. Durante a sua caminhada na PJM, um dos momentos mais marcantes foram as visitas ao Lar Transitório, espaço que abriga crianças e adolescentes que, por decisão judicial, não podem ficar com os pais, e à Escola Municipal de Educação Infantil Renato Tonon. Nos dois lugares, o grupo realizou brincadeiras, cantou músicas e deu às crianças o que elas mais gostam: atenção e carinho.

Para Mariana, que estuda há nove anos no colégio, a atividade trouxe satisfação. “É legal poder dar alegria às pessoas que não têm a presença da família, como é caso dos que moram no Lar Transitório”, afirmou. A jovem de 14 anos assegura que pretende continuar participando de projetos assim porque considera fundamental ter a consciência de que pode ajudar ao próximo. A participação na Pastoral Juvenil Marista permanece nos planos futuros de Mariana, que acredita na amizade como principal vínculo proporcionado pelo grupo. “A PJM faz muita diferença na minha vida porque lá aprendemos que não podemos pensar somente em nós mesmos. Além disso, compartilhamos juntos muitos momentos bons e marcantes”, reconhece.

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giro tALEntO à MOStRA Um momento para a troca de vivências. É com esse objetivo que o Colégio Marista São Marcelino Champagnat, de Novo Hamburgo (RS), promove regularmente o Recreio Cultural. O projeto, uma verdadeira mostra de talentos da comunidade escolar, oferece espaço para que os estudantes compartilhem habilidades artísticas e conhecimentos adquiridos dentro e fora da sala de aula. A atividade traz diferentes benefícios para quem participa, como a interdisciplinaridade e a integração, além, é claro, da descontração.

dAndO ASAS à IMAGInAçãO Para estimular a criatividade, a imaginação, a percepção e habilidades de compreensão e interpretação, o Colégio Marista Conceição, de Passo Fundo (RS), desenvolveu o Projeto de Literatura. Nas turmas do 1o ao 5o ano do EF, a iniciativa conta com três grandes eixos. Na Festa da Literatura, cada turma recebe uma caixa de livros, que serão lidos durante o ano. Semanalmente, na Biblioteca Infantil, as crianças ouvem histórias ligadas aos projetos que estão desenvolvendo e podem retirar um livro de sua escolha. Além disso, cada obra lida possui uma atividade prática, presente no portfólio de Literatura do estudante.

duAS dÉCAdAS dE SOLIdARIEdAdE Estudantes e famílias do Colégio Marista Aparecida, de Bento Gonçalves (RS), têm o espírito solidário em seu DNA. Há 20 anos, a comunidade escolar promove a Páscoa Fraterna, projeto solidário que arrecada doces e realiza atividades recreativas para alunos de outras instituições de ensino do município, no período que antecede a Páscoa. Em 2014, quatro escolas foram atendidas e mais de 700 crianças beneficiadas. As turmas da 8a série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio foram nas instituições, onde desenvolveram atividades recreativas e a entrega dos doces.

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ORIGEM dA VIdA Várias são as indagações a respeito da origem da vida, dos seres humanos, dos planetas e das plantas. Pensando nisso, os professores do 6o ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Sant’Ana, de Uruguaiana (RS), realizaram o projeto Origens. A iniciativa propõe tornar significativa a relação entre o ensinar e o aprender. O projeto envolve o desenvolvimento de conteúdos de todas as áreas do conhecimento e tem ênfase entre a mediação e a aprendizagem. Foram promovidas mostras dos trabalhos, com exposições, quadros vivos, maquetes e objetos que fazem parte da história da humanidade.

© Fotos: Acervo dos Colégios

EduCAçãO FíSICA nO BOSQuE As aulas de Educação Física do Colégio Marista Ipanema, de Porto Alegre (RS), estão ocorrendo em novo local. Com o objetivo de diversificar a prática de exercícios físicos, as turmas têm a oportunidade de se exercitar no bosque do colégio. Os estudantes realizam diferentes atividades em meio à natureza, explorando o que o espaço tem a oferecer. Além das práticas tradicionais, os jovens fazem slackline, que é um exercício no qual se anda em uma foita de nylon presa entre duas árvores. A modalidade prioriza a concentração, o equilíbrio e a resistência.

InCLuSãO dIGItAL MARIStA Pela 15a vez, Porto Alegre (RS) sediou o maior encontro de comunidades de software livre no mundo. Em Maio ocorreu o Fórum Internacional Software Livre (FISL), evento reconhecido por promover debates emergentes sobre tecnologia e liberdade. E os Colégios e as Unidades Sociais da Rede Marista, mais uma vez, participam das atividades. Protagonista da história da inclusão digital e da robótica educacional no Brasil, a Rede Marista, por meio de suas unidades sociais, expôs diferentes iniciativas, que são desenvolvidas e utilizadas em sala de aula e oficinas.

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caleidoscópio Os preparativos para o Enem e o vestibular começam cedo nas turmas do 3o ano EM do Marista Assunção. Com foco na interdisciplinaridade, o projeto Aula Enem propõe atividades dinâmicas com a problematização de questões do Enem e da UFRGS. (Porto Alegre)

No Marista São Francisco, a tecnologia torna as aulas mais dinâmicas e estimula os estudantes a aprender de uma forma lúdica, facilitando a interação de educadores e estudantes. (Rio Grande)

2014

Parte do calendário escolar do Marista Maria Imaculada, a Hora do Planeta é um movimento global que une as pessoas para proteger o meio ambiente. Para lembrar a data, no final de março o colégio promoveu uma oficina de skate para os estudantes. (Canela)

INICIATIVAS

Os estudantes do Marista Graças estão desenvolvendo vários projetos. Entre os assuntos trabalhados, saúde, lixo, família e tráfico humano. A metodologia do colégio prevê a resolução de uma situação-problema, criada para cada nível de ensino. (Viamão)

O projeto Hábitos de Estudos, do Marista Vettorello, proporciona caminhos que auxiliam o estudante na sua organização pessoal diante das demandas que surgem em sala de aula, despertando o prazer por aprender. (Porto Alegre)

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Os estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Marista São Luís participaram do Curso de Liderança Marista (Clima) e receberam certificados. (Santa Cruz do Sul)

Em abril, o time de robótica do Marista Pio XII participou da fase mundial da First Robotics Competition, considerado o Super Bowl dos inteligentes, em St. Louis, nos Estados Unidos. (Novo Hamburgo)

© Fotos: Acervo dos Colégios

CONQUISTAS

O projeto Maristas em Arte (MArte), do Marista Santa Maria, surgiu como parte do componente curricular de Artes e leva os estudantes do 1o ano EM à experimentação da dramaturgia. (Santa Maria)

Em sua 16a edição, a pesquisa Marcas de Quem Decide divulgou, em março, os resultados do levantamento de lembrança e preferência de marca. Na categoria Ensino Médio, os colégios maristas foram a marca preferida dos gaúchos. (Porto Alegre)

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gente nossa

Pesquisador do

universo

© Foto: Divulgação

Natural de Passo Fundo, o astrofísico Rodrigo Nemmen foi o primeiro brasileiro a conquistar uma das bolsas de pós-doutorado mais concorridas da Nasa

Desde a infância, Rodrigo Nemmen sempre demonstrou interesse em explorar os fenômenos espaciais. “Quando eu tinha uns 8 anos, peguei a imagem de uma galáxia num livro e perguntei para os meus pais o que era aquilo, onde terminava o universo, o que eram os buracos negros, entre outros questionamentos”, lembra. Hoje, aos 32 anos de idade, ele acumula aprendizados como astrofísico. Ao longo de quatro anos, atuou como pesquisador da Nasa e fez importantes contribuições na área científica. Nemmen se especializou no estudo dos buracos negros, imensas distorções de espaço e tempo que ainda são grandes mistérios para os astrônomos. Em 2012, descobriu uma simetria na maneira como esses objetos produzem jatos de partículas movendo-se próximos à velocidade da luz. Isso significa que, independentemente da sua massa e idade, eles se comportam de uma maneira muito parecida nos mais variados ambientes no universo. “É como se tivéssemos descoberto que uma pessoa de baixa renda e um bilionário gastam sempre a mesma percentagem da sua renda na conta de luz”, compara. Os resultados da pesquisa tiveram repercussão internacional e foram publicados na revista Science, uma das publicações científicas mais conceituadas do mundo. O sucesso alcançado pelo cientista é fruto de muito empenho. Sua formação superior iniciou com o bacharelado em Física pela UFRGS, onde fez também pós-graduação, mestrado e doutorado em Astrofísica. Como pretendia seguir a carreira acadêmica, buscou por diferentes oportunidades em outros países. “Mandei o meu currículo

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para várias instituições e recebi algumas ofertas na Europa e nos Estados Unidos, de onde veio a melhor delas: a Nasa Postdoctoral Program, que me ofereceu uma ‘bolsa-prêmio’ bastante concorrida. Fui o primeiro brasileiro a conquistá-la”, ressalta. Natural de Passo Fundo, Nemmen ingressou no Colégio Marista Conceição em 1987, onde estudou até 1998. “Foram anos muito bons na minha vida. Tenho muitas lembranças que guardo com muito carinho até hoje, dos amigos que fiz na época do colégio e dos professores, que forneceram uma formação sólida que me permitiu alcançar meus objetivos”. Ele também destaca os momentos de espiritualidade. “As manhãs de formação eram muito divertidas devido à confraternização e à interação que proporcionavam com os colegas de classe”, revela. Como professor da Universidade de São Paulo (USP), no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, o ex-aluno marista segue com suas investigações e busca despertar nos jovens cientistas o gosto pela pesquisa. “Planejo estabelecer novas colaborações científicas com pesquisadores na USP, com o propósito de aumentar a participação e o destaque da astronomia brasileira no cenário internacional”. Nas horas vagas de estudo e trabalho, ele gosta de tocar violão e ukulele (instrumento musical oriundo do cavaquinho), de correr, nadar e de jogar videogames, além de ser um leitor ávido. “Costumo ler um livro de ficção e não-ficção ao mesmo tempo”, diz. Para aqueles que buscam novos desafios, Nemmen deixa a sua mensagem: “Com disciplina e perseverança nós podemos chegar muito longe”.



essência

© Foto: Acervo pessoal

Ir. Virgílio Balestro Irmão Marista Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR)

O desafio e a provocação

no ensino atual “A tua convicção é que te impele, porque escolha prepara escolha”, reitera o filósofo Epicteto (50-130). Se a falha está na vontade, cabe à inteligência apontar o caminho; quando é a inteligência que desconhece o caminho, cumpre haver alguma força externa que aponte a via e a solução. Zeferino Vaz ceifou o canavial, em Campinas, e implantou a Unicamp, a mais austera e competente das nossas universidades. Perguntado sobre a sua prioridade, respondeu que era o professor, e o repetiu três vezes. A sua prioridade constitui o trio do pódio: primeiro, segundo e terceiro lugares. Antes, porém, preveniu-se e preveniu as autoridades: se a política entra pela porta, a ciência foge pela janela. Há, acima do mestre, o comando, o diretor, o reitor, o dirigente, o coach. O comando precisa de liderança, cultura, responsabilidade e proficiência. Precisa de QI, mas nunca QI de “quem indica”. Mudando o que cumpre mudar, as ideias de Zeferino Vaz e Epicteto valem tanto para a escola pública quanto para a escola particular. Por quê? Justamente porque a corrida e o jogo substancialmente dependem

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de criteriosas escolhas sempre, com o seguinte dramático adendo: os alunos fazem o principal e o decisivo em sumo grau, e eles não pertencem propriamente ao exterior do comando e da escolha. Alunos são pessoas; são moral e intelectivamente atletas profissionais. Precisam mais de disciplina que os demais atletas pelo peso imenso da transformação que devem produzir em si próprios; na conta do bom resultado, só aprende quem quer; todos a todos educam; todo o bom ensino educa e toda a boa educação ensina. Se na escola Y nenhum mestre, nenhum funcionário e nenhum aluno atira papelucho no chão sagrado da escola e do pátio por um ano inteiro, o visitante sabe que aquela escola é excelente. Há países cujas escolas fazem literalmente isso: aí as escolas são excelentes e as poucas nações que lograram a proeza estão na primeira fila. Cumpre responder bem ao desafio revolucionário: “A quem vamos entregar a inteligência, a mente e o coração dos 50 milhões de crianças e jovens se não for aos 2% do melhor alunado em liderança, notas e habilidades escolares, tudo criteriosamente

comprovado?”, que Gustavo Ioschpe, que sabe tudo da educação do Brasil e do mundo, colocou na capa do livro “Que Quer o Brasil Quando Crescer?”. O leitor sabido percebe que não faltam peritos que conhecem a realidade profunda e apontam a solução. Nenhum deles prioriza o mero aumento do salário, sempre importante, mas nunca decisivo. Mais que profissão, o magistério é missão e apostolado.


As mudanças na educação Essa frase nunca me fez tanto sentido como agora que trabalhamos e convivemos com essas novas gerações. Para bem educarmos, é preciso conhecer a subjetividade do nosso estudante, sua historicidade e seus anseios e sonhos, para que, assim, em um processo diário de ambiente escolar, consigamos, apoiados por ferramentas pedagógicas, estimular o conhecimento das ciências peculiares à educação. Poderíamos parafrasear esse conceito com o universo tecnológico em que vivemos, onde nossas crianças e nossos jovens são nativos digitais e têm pouco presentes os conceitos nos quais seus atuais educadores foram educados e ensinados. Todo esse histórico no universo escolar faz com que nos adaptemos diariamente ao novo que chega. Contudo, nós, adultos e educadores, não nos esqueçamos de que nossos estudantes estão vivenciando um processo educativo, no qual a escola é um “laboratório”, permitindo acertos e erros, fazendo com que os ajudemos a serem melhores quando estiverem no mundo do trabalho e na vida adulta. Para reforçar o que temos trabalhado, vou me valer de um dos grandes pensadores brasileiros da área educacional, Paulo Freire, que afirmou: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Portanto, meus caros, para cativar é preciso conhecer, ir a fundo e ser apaixonado por aquilo que se faz, caso

contrário, se tornaria rotina e uma mera necessidade. O educador tem o papel de mediador e estimulador, contudo, o artífice e o protagonista é o estudante! Içami Tiba, nos seus vários escritos, nos fala da parceria que devemos ter entre família e escola, usando a metáfora das seis mãos: as da família, as do estudante e as da escola. Assim sendo, faremos um processo de construção no qual todos compreenderão o que é educativo e que temos um papel a cumprir.

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Paulo Freire

© Foto: Acervo pessoal

© Foto: Sxc.hu

Vivemos a pós-modernidade e, com ela, seus desafios. O fundador do Instituto Marista, São Marcelino Champagnat, tinha como um dos seus lemas que, para bem educarmos uma criança, é preciso, antes de tudo, amá-la! Esta máxima faz muito sentido nos dias de hoje. Somente amamos verdadeiramente aquilo que conhecemos, portanto, o papel de educar é conhecer o seu interlocutor, seu estudante!

Ir. Gérson dresch Diretor do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)

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solidariedade

15 anos de transformação

social

Matéria veiculada no jornal Zero Hora destacou a inauguração do Cesmar, em agosto de 1999.

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No evento que marcou o início das celebrações de 15 anos da unidade, educadoras foram homenageadas por seus mais de dez anos de contribuição à Instituição.

Todos os dias, mais de mil educandos são beneficiados pelos projetos, programas e cursos desenvolvidos no Cesmar, em Porto Alegre

Reescrever histórias de vida faz parte da trajetória do Centro Social Marista de Porto Alegre, o Cesmar. Localizada numa região de alta vulnerabilidade social, a instituição atende mais de mil educandos, que são beneficiados, diariamente, pelos projetos, programas e cursos realizados pelos educadores. Neste ano, a unidade completa 15 anos de atuação e celebra essa data com todos aqueles que integram a sua caminhada. A unidade surgiu a partir da necessidade de implantar um projeto significativo de presença marista junto a crianças e jovens sem perspectivas de um futuro melhor. Em 1996, a presença do Irmão Jaime Biazus no bairro Mario Quintana, que, na época, era denominado como Rubem Berta, fez com que os olhos de Irmãos e leigos se voltassem para a comunidade. A criação de uma obra social na região seria o canal que tornaria esse sonho possível. No mês de abril de 1997, o terreno adquirido de mais de 9 hectares recebeu

uma casa que abrigaria a mais nova comunidade de Irmãos Maristas em Porto Alegre. Os Irmãos Jaime Biazus, Dante Brugali e Valdir Andrade foram os primeiros moradores da residência. Além de habitação para os Irmãos, o lar foi o primeiro espaço de ensino do Cesmar. Na garagem da residência, além das reuniões com a comunidade, iniciaram as primeiras oficinas de artesanato, corte e costura e alfabetização oferecidas às famílias do bairro. No final dos anos 90, o Cesmar atingia cerca de 330 educandos beneficiados, com 20 oficinas em andamento e oferecendo atendimento de saúde que cuidaria de quase 7 mil pessoas da comunidade. Nos dias 6 e 7 de agosto de 1999, foi então oficializada a inauguração do centro, com a presença de autoridades, educadores e comunidade em geral. Todos juntos com o propósito de transformar a realidade social de moradores de vilas como Timbaúva, Wenceslau Fontoura, União e Batista Flores.


Aliança com a comunidade Parceiros do Cesmar desde seu início, a Creche Marista Renascer e o Galpão de Reciclagem, que mais tarde se tornaria a Associação de Reciclagem Rubem Berta, foram grandes aliados na consolidação do centro. A auxiliar de cozinha Valéria Campos, moradora da comunidade, trabalhava no galpão e viu sua vida passar por grandes mudanças com a presença do centro na comunidade. “Fui convidada para trabalhar como auxiliar de limpeza no Cesmar e há 11 anos faço parte dessa grande família. Estar aqui me deu oportunidade de ter carteira assinada e progredir como ser humano”, conta Valéria. Ela também destaca a importância do centro em mudar o rumo da vida de jovens. “Perdi muitos sobrinhos por causa das drogas e gostaria que eles tivessem passado pelo Cesmar, para serem preparados para o futuro, como meus filhos foram”, explica.

Novos horizontes Apesar de, em 2014, o Cesmar relembrar o passado e celebrar os 15 anos da data de inauguração, a palavra "futuro" é termo recorrente no centro. Desde 2 de dezembro de 1996, data de idealização do Cesmar, até o início de 2014, muitas coisas mudaram na unidade. Além das atividades no turno inverso para crianças e jovens, novos projetos foram desenvolvidos no centro e novas áreas do saber passaram a ser contempladas.

idade. Participou de oficinas e diversos projetos e integra o grupo de primeiros estudantes do Marista Irmão Jaime Biazus em 2012. Hoje, Dênis é presidente do Grêmio Estudantil e destaca que fazer o Ensino Médio no colégio transformou sua maneira de enxergar a si e, principalmente, seu futuro. “Estar no Cesmar me ensinou a levar as coisas a sério, ser responsável. Antes de entrar no escola, por exemplo, eu nem sabia o que era faculdade. Hoje em dia, meu sonho é ser engenheiro químico”, salienta o estudante.

Tempo de comemorar

Denis Brum frequenta o Cesmar desde os 6 anos de idade e faz parte da primeira turma a concluir o Ensino Médio no Marista Irmão Jaime Biazus.

Já o Colégio Marista Irmão Jaime Biazus, também localizado dentro do Cesmar, foi inaugurado em 2012. Sua missão era trazer para a região a possibilidade de formação em um Ensino Médio com qualidade de colégios particulares. Jovens que estudam entre o 1o e o 3o anos do EM recebem bolsas de estudo durante o período da manhã e, à tarde, possuem tempo livre para estagiar ou reforçar os estudos com aulas complementares. “Essas oportunidades que oferecemos fazem com que eles percebam um novo mundo. Tudo o que promovemos trabalha a autonomia, a organização e a continuação nos estudos”, sinaliza Cláudia Marise, coordenadora pedagógica do Colégio. O estudante Dênis Brum frequenta o Cesmar desde seus 6 anos de

Ao longo de 2014, diversas iniciativas marcam a celebração dos 15 anos do Cesmar. No primeiro semestre, uma solenidade reuniu educadores, parceiros do centro, gestores da Rede Marista e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati. Na ocasião, sete educadoras receberam um certificado de homenagem por seus dez anos ou mais dedicados à transformação social junto ao centro. São elas, Tania Moreira, Rose Canabarro, Tania dos Santos, Sueli Gomes, Maria Terezinha Govinatzki, Isabel da Rosa e Maria Deloí Cardoso. O encontro também contou com apresentação do Grupo de Percussão da unidade e do Grupo de Pastoral em parceria com o Movimento Cênico. Ainda entre as atividades, ocorreu o Torneio de Futebol Cesmar 15 anos. Mais de 200 crianças e jovens entraram em campo para defender suas equipes e promover a integração por meio do esporte. Estiveram presentes no torneio as unidades: Centro Social Marista Aparecida das Águas, Centro Social Marista da Juventude, Escola Marista Santa Marta, Centro Social Marista de Porto Alegre (Cesmar), Polo Marista de Formação Tecnológica e Centro Social Marista Irmão Antônio Bortolini. No segundo semestre, outras ações irão compor a programação de aniversário do Cesmar.

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© Fotos: Acervo dos Colégios

Há mais de 11 anos, a auxiliar de cozinha Valéria Campos desempenha com orgulho as suas atividades no Cesmar.

No ano de 2006, por exemplo, a inauguração do Polo Marista de Formação Tecnológica foi um marco para a região. “Foi excelente para tirar a gurizada da rua e promover inclusão digital efetiva na nossa comunidade”, ressalta Maria Deloí, líder comunitária e moradora da região. A unidade social, localizada dentro do Cesmar, oferece formação tecnológica por meio de diversos projetos, capacitando jovens com conhecimentos técnicos em informática e robótica para atuação no mercado de trabalho.


© Foto: Renata Salles

como fazer

Acompanhamento é diferente de intromissão

As redes sociais já fazem parte da rotina dos adolescentes, mas todo esse universo de postagens, fotos e muito bate-papo deve ser acompanhado pelos pais. A tarefa não é fácil, mas a revista Em Família traz algumas dicas para que os pais consigam monitorar as interações dos filhos sem que pareça intromissão Por Elizangela Jubanski

As redes sociais tomaram conta da rotina dos adolescentes. Em casa, no celular ou na escola, acessar perfis on-line tornou-se “febre” entre esses internautas, que muitas vezes precisam de certo direcionamento no mundo virtual. E cabe aos pais executar essa empreitada com muita conversa e acompanhamento. O que deve acontecer – sem medo de parecer intruso – é um monitoramento mesmo. Ficar atento a postagens do filho, fotos, amizades recentes e até mesmo à superexposição na rede. Afinal, ninguém conhece tão bem a rotina desses internautas quanto os próprios pais. A advogada e pedagoga Cristina Sleiman é especialista em Direito Digital e alerta que os pais devem conversar com os filhos sobre a maneira de se comportar nas redes sociais. “Essa verificação nos perfis

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não deve ser negligenciada de forma alguma. É preciso explicar aos filhos que qualquer rede social deve ser entendida como a extensão da vida presencial, ou seja, nada de outro mundo ou coisa parecida. Tudo que se faz em uma rede social deve ser pensado e analisado exatamente como acontece em uma relação interpessoal na escola, por exemplo”. É exatamente assim que a família Magalhães media as publicações nas redes sociais. A escritora Cláudia Magalhães, mãe dos adolescentes João Pedro, 14 anos, 9o ano, e Alice, 12, 7o ano, ambos do Colégio Marista Paranaense, acredita que confiança e supervisão são elementos indispensáveis nessa relação. “Nada deve acontecer de maneira que sufoque a confiança que a gente deposita neles, mas, mesmo assim, pode ter certa inocência nas

postagens e nossa outra visão é que deve auxiliar nisso”, garante. Os irmãos adoram redes sociais. Embora, para eles, o Facebook já não seja tão acessado assim, outras redes como Instagram, Twitter e WhatsApp continuam fazendo parte das atividades do dia a dia. “Eles levam o celular para a escola, mas fica desligado: isso é regra. Em casa, Alice acessa mais pelo celular, já o João Pedro gosta mais do computador para jogos online”. Para as postagens, algumas recomendações da mãe. "A roupa tem que estar legal, nada muito chamativo, fotos de viagens só algumas, nada de ficar postando tudo que faz no dia”, esclarece. Cláudia não tem perfil em rede social e mesmo assim acompanha as postagens. Outra regra – na verdade chamada de “combinado” na família Magalhães – é quanto ao horário dedicado


O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações.

Quem responde? O que os pais não podem esquecer é que qualquer postagem que tenha cunho ofensivo ou que fira a integridade de alguém pode ser levada à justiça. “É primordial entender que as leis regulamentam nossa conduta independentemente do meio, portanto, crimes contra a honra, por exemplo, independem do meio utilizado para sua configuração”, explica a advogada e pedagoga Cristina.

na rede. “Eles já têm horários com aulas em diversos dias da semana, acaba sobrando pouco tempo para fazer nada, mas, mesmo assim, hora de rede social é quando eles já fizeram tudo que tinham para fazer, ou pelo menos parte”, destaca. Na visão dos adolescentes, a preocupação é válida. João Pedro conta que esporadicamente aparecem pessoas de fora para interagir nas redes sociais. “A gente conversa bastante sobre isso e até mostro os vídeos que recebo para minha mãe, mas às vezes aparecem umas pessoas que eu nunca vi na vida”, reclama. Já Alice diz que também não se incomodar com as “investidas” da mãe. “Como eu já sei que ela gosta de ver e dar uns palpites, já mostro a foto que quero compartilhar e pronto”, brinca. Esses “combinados” que acontecem na família Magalhães são atitudes com as quais a especialista Cristina concor-

da. “O pais precisam ficar atentos com o excesso de exposição e manter os perfis dos filhos de um modo restrito, para que apenas os conhecidos tenham acesso a fotos ou informações”, alerta. O mesmo olhar atento, segundo ela, deve ser transferido quanto a postagens de viagens e tudo que possa chamar a atenção de pessoas que estão fora do contexto da família ou dos amigos. “A gente nunca sabe quem está por trás de um computador vendo fotos da nossa família”, diz a advogada. O pai dos adolescentes, o engenheiro José Magalhães, concorda com a especialista e acredita que a internet, assim como as rede sociais, tem muito a agregar, mas com regras. “A tecnologia tem que vir a nosso favor. Como tudo em excesso faz mal, assim é com as redes sociais. Não adianta proibir, principalmente porque, hoje, elas também são uma boa ferramenta para se informar”, defende.

Nesses casos, os adolescentes (menores de 18 anos) podem até mesmo cumprir medidas socioeducativas, enquanto os pais respondem processo civil. “Cada caso é analisado de maneira diferente, mas uma simples brincadeira, se mal interpretada, pode causar muita dor de cabeça e prejuízo financeiro”.

Na prática Poucas e boas atitudes já fazem a diferença: l Monitorar as postagens (textos, imagens e outros compartilhamentos). l Ver de que grupo de conversas o filho participa. l Ficar atentos aos horários que ele está online. l Estipular períodos de acesso às redes sociais.

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compartilhar

O dOSSIê PELICAnO John Grisham, editora Rocco, 1996

É um livro para quem realmente gosta de aventura. Tem um final surpreendente! Na trama, dois ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos são assassinados. Todavia, não há pistas de quem foi o autor e/ou mandante desse crime. É nesse momento que Darby Shaw, uma estudante de Direito de Nova Orleans, pesquisa minuciosamente os pareceres e processos da Suprema Corte, preparando um dossiê contendo as suas opiniões e seus estudos sobre os autores e as motivações desses crimes. Ela chega a uma surpreendente conclusão e, nas mãos erradas, as informações daquele documento significariam uma revolta na política do país. Joelma Oliveira, secretária da direção do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília/DF

O PEQuEnO PRínCIPE

Antoine de Saint-Exupéry, editora Agir, 2006

Peterson Luiz Oliveira da Silva, professor de Literatura, do Colégio Marista Sant’Ana, de Uruguaiana/RS

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© Fotos: Divulgação

A leitura é um momento de crescimento intelectual e espiritual. A obra O Pequeno Príncipe proporciona uma reflexão que nos torna mais inteligentes emocionalmente e nos envolve em uma atmosfera de empatia. Representa uma oportunidade para aprender sobre humildade tanto para crianças quanto para adultos. Além disso, também possibilita a chance de reavivar a criança que mora em cada um de nós.


IMAGInAERuM Stobe Harju, 2012

O filme Imaginaerum é uma obra finlandesa que traz uma profunda análise psicológica e familiar entre pai e filha, por meio da fuga da realidade que leva Tom, o protagonista, a refletir sobre toda sua vida. Elementos simbólicos, situações cotidianas, possibilidade de interpretações sobre o enredo e nossa própria vida estão neste filme repleto de musicalidade e fotografia impecável. É uma lição de vida, de amor e de muitos conhecimentos que se podem analisar na literatura. Lucas de Melo Bonez, professor de Literatura do Colégio Marista Vettorello, de Porto Alegre/RS

OS CROOdS Chris Sanders e Kirk De Micco, 2013

Os Croods é uma ótima pedida para um programa em família e também para as aulas de História. O enredo se passa na préhistória e mostra a rotina de uma família que sobrevive à falta de alimentos e aos perigos escondidos em uma caverna. Até que, um dia, graças aos jovens Eep e Goy, tudo muda. Uma história divertida, que mostra a importância de vencer o medo e que valoriza a inteligência e a amizade. Viviane Inês Weschenfelder, professora de História e Filosofia, do Colégio Marista São Luís, de Santa Cruz do Sul/RS

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© Foto: Estúdio Cafeína

olhar

Você já teve

a minha idade

“Calma, isso vai passar! Já tive sua idade”. Quem nunca ouviu isso? Não era fácil ouvir, dava uma sensação de que a gente era incompetente, ingênuo, uma verdadeira “anta”. Mas o que ninguém dizia era que, exatamente por passar pela situação, nos tornaríamos mais maduros e experientes. Faz parte do crescimento. Como diria o Rei Leão, é “o interminável ciclo da vida”. Na opinião dos nossos filhos adolescentes, nós somos muito chatos e exigimos demais. Não compreendemos que é difícil desligar o celular na hora do jantar, que é quase impossível ir dormir na hora certa e deixar de lado aquelas conversas superimportantes, que é uma experiência de quase-morte não poder ir àquela festa sei lá onde com sei lá quem. Somos realmente insuportáveis. Talvez queiram nos dizer: “Se você já teve minha idade, por que não me compreende?”. É verdade. Já fomos adolescentes e já esquecemos as dores de cabeça que demos aos nossos pais. Só que, aos olhos maternos e paternos, nenhum dos nossos pecados era tão grande e nossas chatices eram “normais”, pois a “corujice” só consegue ver a “maravilha” na qual nos tornamos. Entretanto, não podemos deixar de lado nossa “pegação no pé”, pois as intermináveis orientações e correções de rumo são necessárias. Certa vez, uma adolescente me disse: “Minha mãe devia me proibir de ir àquela

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festa, pois vou perder aula no dia seguinte e depois vou me ferrar estudando sozinha”. Admirado com a reação, perguntei por que ela iria à festa mesmo sabendo das consequências. A resposta me fez lembrar das aulas de psicologia do adolescente: “É que eu não posso dizer aos meus amigos que eu não vou pra ficar estudando. Você não entende. Eu sei que era isso que eu deveria fazer, mas eu ia ficar mal com a galera”. Os amigos são mais importantes que a escola. Além disso, o futuro profissional está longe demais para ser alvo de preocupação agora. O tempo corre diferente para eles. O que fazer? Vamos parar de sofrer com as inconstâncias e ser totalmente compreensivos? Não. Esse não é o caminho. Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase. Afastar as figuras de autoridade, incluindo pai e mãe, com discussões, teimosia e outras posturas imaturas é próprio de quem está descobrindo um jeito particular de ser. Cópias são desnecessárias, cada um tem que assumir seu jeito especial de existir no mundo. E isso só ocorre com os confrontos entre pais e filhos. Resumindo tudo na linguagem adolescente: “É melhor ser chato agora e realizado depois, do que ser ‘legalzão’ agora e arrependido depois”.

Marcos Meier é psicólogo, escritor e palestrante. Seu próximo lançamento, Desligue Isso e Vá Estudar – Orientações Práticas para Pais traz orientações preciosas sobre educação de crianças e adolescentes.

Temos que sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase.


curiosidade Antes de tudo, é preciso entender: o que é medo? Medo significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender, ainda, o medo enquanto um estado de apreensão, de atenção, esperando que algo ruim vá acontecer. Ele interfere no modo de viver, pois causa reações quando estamos em estado de alerta.

E será que ele é de todo ruim? O medo é uma reação de alerta muito importante para a sobrevivência dos seres humanos, por isso pode ser considerado bom. Em muitos casos, faz com que as pessoas tenham cautela, pensem antes de agir. Uma pessoa que não tem medo de nada muitas vezes passa por situações que colocam sua vida em risco. Portanto, sentir medo pode ser algo positivo, quando gera reflexão, planejamento antes da tomada de qualquer atitude, protege vidas e evita consequências trágicas.

Já nascemos com medo? Não necessariamente, mas toda e qualquer emoção ou sentimento são construídos desde o instante da concepção, então, tudo aquilo que é vivenciado pela mãe durante a gestação afeta o bebê de algum modo, mesmo que inconscientemente.

Por que o medo do desconhecido? Todos os medos e traumas da mãe devem ser levados em consideração, mas lugares, sons e pessoas diferentes podem causar medo à criança, justamente como uma reação do organismo de alerta a possíveis situações de ameaça. Por isso, é comum a criança pequena ter medo de pessoas fantasiadas e de lugares barulhentos.

Até que momento o medo é saudável? O medo só pode ser considerado tolerável quando ele não modifica a rotina do indivíduo. Há situações em que a pessoa, diante daquilo que a ameaça, paralisa, perde as condições de reagir, por exemplo. Pode-se chamar isso de fobia ou trauma. Nesses casos, a solução é procurar ajuda psicoterapêutica para tratamento, para que a pessoa possa falar e pensar sobre o assunto, além de, em alguns casos, vivenciar simulações com o objetivo de aumentar o enfrentamento diante da dificuldade.

O que fazer ao identificar que a criança ou o jovem tem determinado medo? Na família, sempre que a criança sente medo ou está assustada por alguma razão, é necessário acolher a criança e o seu medo, fazendo com que ela se sinta segura. Na escola, os professores devem tomar conhecimento de casos em que a criança tenha medo de algo e tentar amenizar, pois ele pode gerar insegurança e desestabilizar a criança, que deixará de ter foco na aprendizagem. Mas o acompanhamento de um profissional, quando o medo se torna excessivo, é fundamental, para que, desse modo, se evite que ele se intensifique e evolua para outros quadros.

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diversão

cultura nas férias Por Julio Glodzienski

O calendário indica dois períodos de férias por ano, momentos em que é preciso programação e, acima de tudo, manter os filhos envolvidos e ativos. Eles querem ir a todos os lugares possíveis, experimentar um pouco de tudo, e cabe aos pais cuidar desse cronograma tão apertado que os pequenos possuem nas horas vagas. Que tal propor alguns passeios além de shoppings e compras?

CASA dE CuLtuRA MÁRIO QuIntAnA A Casa de Cultura Mário Quintana é referência cultural em Porto Alegre. No local funcionava o antigo hotel Majestic, onde o poeta que deu nome ao espaço viveu por muitos anos. Após uma reforma, a casa abriga 14 espaços dedicados a espetáculos de arte, livraria, cafés, restaurantes, biblioteca infanto-juvenil, salas de cinema, galeria de arte, e muitas outras atrações culturais. Uma das mais recentes é a reprodução original do quarto de Mario Quintana. A visita com os filhos vale a pena. Já para os mais curiosos, uma visita ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS é o programa ideal. Suas coleções abrigam um vasto acervo de fósseis, espécimes representantes de nossa biodiversidade e peças provenientes de escavações arqueológicas.

Uma boa aula cultural é uma visita ao Theatro São Pedro, inaugurado em 1858, que reserva também, em suas paredes, muita história. O local carrega a reputação de ser uma das mais belas casas de espetáculos do mundo, e recebe milhares de visitantes que prestigiam as atrações que o local apresenta de teatro, dança, música, exposições e demais manifestações culturais, além de ser aberta à visitação, vale a pena conferir. Uma visita à Catedral Metropolitana pode ser incluída no roteiro. Construída entre 1921 e 1986, projeto do arquiteto italiano João Batista Giovenale, possui 65 metros de altura e aproximadamente 18 metros de diâmetro interno, com um interior sacro. Visitas que vão impressionar os pequenos.

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© Fotos: Divulgação

tHEAtRO SãO PEdRO


Catedral Metropolitana Quem tal conhecer um pouco mais do lado cultural de Brasília? A Catedral Metropolitana, na Esplanada dos Ministérios, foi construída em 1967 por Niemeyer e possui obras de Di Cavalcanti. Além do colorido dos vitrais ligados por pontos claros, eles mudam conforme a luz do sol, nos arcos de 18 metros de altura, no Santuário de Dom Bosco. Outra dica é conhecer o Memorial JK, local em que se encontra enterrado o corpo do presidente Juscelino Kubitscheck e onde há uma exposição permanente de documentos e fotos que contam a história da construção da capital, além da biblioteca com mais de 3 mil exemplares. Conhecer o Museu de Valores do Banco Central é roteiro obrigatório, lá encontrase a maior pepita de ouro encontrada no Brasil, em Serra Pelada, de 62 Kg, além de um total de 125 mil peças de moedas e cédulas nacionais e estrangeiras. Aliado a isso, o local abriga a maior coleção do mundo das obras de Portinari. Fica a dica!

Museu Educativo Gama d`Eça Outra dica é o Museu Educativo Gama d`Eça, em Santa Maria. Criado em 1968, o museu tem cunho educativo e, por isso, exposições temporárias visam salientar fatos que se destacam e preocupam a comunidade, além de desenvolver pesquisas relacionadas a personalidades históricas, promovendo mostras. Para completar o passeio, encontra-se junto a uma unidade militar o Museu Histórico e Mausoléu do Marechal Mallet, que reserva em seu acervo exposições temporárias e permanentes. Dentre elas, documentos, armamentos e uniformes usados em vários momentos históricos, como a Revolução Farroupilha, a Guerra da Tríplice Aliança (Paraguai), revoluções internas no Brasil (Federalista, Tenentismo), Segunda Guerra Mundial, a conquista do Acre, e muitos outros recortes da história.

Parque Municipal da Gruta dos Índios

Em Santa Cruz do Sul, um passeio pelo Parque Municipal da Gruta dos Índios oferece uma boa aula de cultura. É um dos locais mais acolhedores da região, tendo grande parte de mata nativa, e é de origem natural, resultado de um processo de erosão fluvio-pluvial em que foram encontrados vestígios de indígenas. Para uma boa aula de história, vale a pena uma visita ao prédio da antiga Estação Férrea, inaugurado em 1905, que foi tombado patrimônio histórico e, atualmente, abriga o Centro de Cultura Jornalista Fancisco José Fanz, local onde comunidade e escolas podem divulgar seus trabalhos através de exposições.

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Algumas coisas não têm preço. A LIBERDADE é uma delas. O tema da Campanha da Fraternidade de 2014 é Fraternidade e Tráfico Humano. E a FTD entende que é fundamental ler, conversar e conscientizar os alunos sobre este tema tão importante, que infelizmente faz parte da nossa sociedade.

Confira as opções de leitura que oferecemos para você discutir este assunto na escola: Sumiço no Estádio Quando jogava bola, Dedê não prestava atenção em mais nada. Em uma tarde, enquanto acompanhava o pai, vendedor de pipocas na porta de um estádio, o garoto recebe um convite e... desaparece... O desfecho você fica sabendo em Estádio. Sumiço no Estádio Recomendado para o Ensino Fundamental I

0800 772 2300

De Olho no Tráfico Humano Ao ler este livro desafiador, o leitor conhece mais sobre o que é tráfico humano e por que muitos jovens, especialmente mulheres, caem nessa terrível cilada.

Recomendado para o Ensino Fundamental II

www.ftd.com.br


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