2º Semestre • 2014 | 14ª edição
CURIOSIDADE
Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.
DIA A DIA
Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.
BAGAGEM CHEIA A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.
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Combinação única de bons valores e excelência.
O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da
educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
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14ª Edição | 2º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.
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Capa Débora Gouveia, estudante
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FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário
do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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nos Colégios Maristas os alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.
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dia a dia
entrevista
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Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje, a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.
Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.
essência
solidariedade
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Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral, cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.
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Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.
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Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à nossa volta.
Além de muito divertida, a arte circense pode proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.
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Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.
Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.
A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
seu colégio
Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.
1ª impressão
Educação Marista, formação integral
para a vida
atividades que contribuam com a formação acadêmica, mas também humanista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolongou-se no Ensino Fundamental, é continuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe novos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão importantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista. As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacional do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibulares mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o sucesso almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar cidadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida. E nessa perspectiva de formação integral, estamos cada vez mais preocupados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site circuitoprojetodevida.com.br, os estudantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de
ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como podem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendizagens conectadas com a vida, a Educação Marista quer formar cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho.
[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.
ir. vanderlei Siqueira dos Santos Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
© Foto: João Borges
Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando crescer? Muitas, espontaneamente, nos falam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astronautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir. Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupagem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade recai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bastasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em provas como Enem e aprovação nos vestibulares mais concorridos. O que por si só já parecia complicado, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gerações. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profissão ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras simultaneamente. Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em todas as fases da educação, promovendo
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dia a dia
visita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória para o vestibular.
alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.
Mão na massa Atividades práticas auxiliam o aprendizado e oferecem diversas vantagens para as mais variadas faixas etárias de estudantes Por Mahani Siqueira
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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambientes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportunidades de relaxar um pouco do conteúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelente forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos conteúdos previstos. O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levando os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares relacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.
Batizado de Estudo do Meio, o projeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados sobre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em questões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas atividades práticas. “Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudantes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila. A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se preparam para o vestibular no fim do ano e
© Fotos: Acervo dos Colégios
Viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.
asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez muita diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto esteja presente nas temidas provas. “Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de perto tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fomos a museus, conhecemos o bondinho da cidade e pudemos presenciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colégio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando perguntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo relacionado a Santos, eu já tenho grandes chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante. Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiências práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros. “O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-
O Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do Ensino Médio do Marista Nossa Senhora da Glória.
mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a construção do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socialização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são potencializados”, afirma Marta. A coordenadora pedagógica ressalta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coerente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exigidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estudantes. “É importante que o professor conheça o espaço e as possibilidades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa. No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as atividades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e cidades do litoral paranaense e catarinense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipulação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógica do Colégio, Neiva Pinel, as práticas só têm vantagens a oferecer.
“São experiências muito significativas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de última geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contextos culturais e, por meio da observação, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.
O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento. Marta Gonzatto Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)
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Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas. débora Gouveia Aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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Ensino Médio focado nas provas da vida Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico
© Foto: Gilberto do Rosário
Por Michele Bravos
Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influenciada, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como trabalhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectativas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera. Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”. Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações futuras para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.
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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.
Para a fisioterapeuta Carla Domingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua individualidade quanto como parte da sociedade. A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralelamente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”. Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhecidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja
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semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”. Diante dos muitos anseios e sonhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo. A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de socializar, estudar e aprender mudaram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vivências favoráveis ao espírito decidido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”. Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora associada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Marista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo necessário para seu acesso à universidade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”. Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem intermediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presenciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contratamos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.
A proposta Marista é mediar todas essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivências que desenvolvam outras habilidades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das relações, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento integral”, afirma Márcia. A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como campo de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos resultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.
Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência. Flávio Sandi Diretor-educacional da Rede Marista de Colégios © Foto: Gilberto do Rosário
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PreParaÇÃo Lucca entende que os processos seletivos representam uma pequena fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o cotidiano da vida escolar Marista compreende uma verdadeira gama de valores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter. O professor diz que a 3ª série Marista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno ingresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”. Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em São Paulo (SP).
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A construção de um raciocínio crítico passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atribuir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acerta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador. O professor Celso de Miranda Junior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como professor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passagem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialidade é o vestibular e a revisão de conteúdos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma prova. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituída por um cursinho é um engano. “Toda a diferença está no desenvolvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decoreba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais importante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.
No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de capacitá-lo para a tomada de decisões.
eSCoLha CerTa A fase que sucede o Ensino Médio é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orientação para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também
deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhecendo um pouco mais sobre os desafios de diferentes profissões. A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidiocesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser importante e útil na vida de alguém, de maneira justa”. Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as escolhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tecnológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar sobre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens analisar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.
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ConheCiMenTo na PrÁTiCa A dinâmica em tempos atuais é de mesclar o saber com o fazer, a reflexão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos assegurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia. Adelaide acredita que, hoje, conteúdo já não é “o mais relevante”, por-
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que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o grande desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Marista está em contribuir com a educação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”. A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz. Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a formação do jovem. O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os filhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comunidade vulnerável. O meu filho tem um derança, de articulação espírito de liderança,
de pessoas muito forte. Eles são cidadãos e muito disso é por conta do Marista”.
É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados. Márcia Maria rosa Diretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)
© Foto: Gilberto do Rosário
Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu chegar a essa conclusão do curso”. “Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nosso maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos processos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanhamento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, entre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadurecimento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a ansiedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do futuro”, afirma Márcia. A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Trevisol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e competências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desafios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminhamentos do cotidiano profissional.
o TerCeirÃo MariSTa A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio. Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.
UMa vaGa na USP À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Arquidiocesano. “Eu me lembro de estar andando com o meu pai pela cidade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futuro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista. “Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino. Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu prestar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tempo para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”. O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empresa do segmento, em São Paulo. O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amizade. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esforçar e eu poderia conseguir”.
Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade. Celso de Miranda Jr. Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)
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Projeto de vida
baseado em
valores Por Janaína Fogaça
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nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransferível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pequenas experiências que são fundamentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a
O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diárias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acreditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a formação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, preparamos para a vida. E a vida é a referência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito principal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próximos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.
Para quem o projeto é direcionado?
A princípio, ele é direcionado aos jovens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Colégios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que envolvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.
Onde o projeto já foi implantado e está acontecendo efetivamente?
O piloto do Circuito está acontecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que terão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.
© Foto: Gilberto do Rosário
O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?
distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio destino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte. Em entrevista para a revista Em Família Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colégios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.
© Foto: Elaine Cezaro | Colégio Marista São Francisco
Ter um projeto de vida e mantê-lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais ampla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pessoas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Diante de tantas possibilidades oferecidas
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© Foto: Gilberto do Rosário
entrevista
Como o projeto funciona na prática?
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Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas unidades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o projeto em sala de aula. Cada aluno receberá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas didáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cumprida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas estão: ficar 24 horas sem celular, para fortalecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nanoatitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alunos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em momentos específicos.
Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Quais as temáticas abrangidas como projetos de vida?
De que forma o aplicativo está dividido?
O Circuito Projeto de Vida propõe reflexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a solidariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresentará os conteúdos relacionados à temática escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.
O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os temas estão: profissional, afeto, interrogações, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sentimentos mais significativos, criando, assim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pessoas que, com seus projetos de vida, fazem a diferença na sociedade.
índice
POR keLLy erdMann
destaque
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Participação do Colégio Marista São Luís em olimpíada brasileira amplia os conhecimentos dos alunos sobre astronomia e astronáutica.
com a palavra
ed. infantil
ens. fundamental
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Alimentação é tema de sequência didática que envolve alunos da Educação Infantil do Colégio.
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Ensino dos idiomas inglês e espanhol oferece inúmeros benefícios para os estudantes.
ens. médio
diz aí
caleidoscópio
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O que pensa a Direção-Geral.
Conheça o projeto que ajuda os estudantes a escolher a profissão do futuro.
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“O que eu quero ser quando crescer?”. Saiba o que seu filho pensa sobre isso.
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você sabia?
gente nossa
ser melhor
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Eventos realizados oportunizam momentos únicos de amizade entre alunos, familiares e colaboradores.
O interesse pela música surgiu na infância. De lá para cá, o ex-aluno Douglas Gutjahr percorreu uma trajetória dedicada à música.
Relembre os principais acontecimentos do Colégio.
Conheça algumas ações da Pastoral.
com a palavra
A escola contemporânea
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em sala de aula. É preciso que a escola esteja onde o estudante está, oferecendo a ele o conteúdo que se acostumou a consumir. Nesse sentido, a inserção das redes sociais no processo educacional pode intervir positivamente na educação. As redes sociais quebraram a casca de todas as facetas da sociedade, exceto em relação ao ensino. As escolas não evoluíram da mesma maneira que outras camadas da sociedade. Um dos responsáveis por esse cenário é o fato de os professores ainda serem, em muitos casos, imigrantes digitais, ao passo que os estudantes são nativos dessa cultura – estão nascendo e crescendo permeados por esses artifícios. Nós, dos Colégios Maristas, entendemos a necessidade de um reposicionamento pedagógico neste novo cenário e, por meio do Grupo Marista, introduziremos, em breve, a utilização de uma nova plataforma de ensino que permitirá aos alunos e mestres uma verdadeira revolução na forma de ensinar e aprender por meio da interatividade, porém mantendo sempre o foco na essência da formação do indivíduo, ou seja, nos valores que nos caracterizam como seres humanos.
Um dos responsáveis por esse cenário é o fato de os professores ainda serem, em muitos casos, imigrantes digitais, ao passo que os estudantes são nativos dessa cultura – estão nascendo e crescendo permeados por esses artifícios.
* Texto baseado nas ideias do cientista americano Robert Kadel, Ph.D.
Colégio Marista São Luís
nilton João Preveda Diretor-Geral
© Foto: Acervo pessoal
O perfil do aluno está mudando. A sociedade está mudando. Tudo muito rapidamente. Novos costumes e novas formas de pensar e agir estão nascendo. O modelo de ensino oferecido àqueles que nos antecederam – ou até mesmo a muitos de nós – agoniza e assim urgem transformações no universo educacional. O que nós, enquanto escola, devemos fazer para nos adaptarmos a esse novo cenário? Primeiramente, devemos (família e escola) ter bem claro que o estudante contemporâneo ganhou autonomia nos últimos tempos e, por isso, precisamos estar preparados para pensar formas de ensino condizentes com esse panorama. O que está mudando todo o cenário é a tecnologia, mas não só ela. Essa transformação passa também por uma alteração de paradigmas, uma verdadeira inversão de papéis. O modelo educacional baseado na centralidade do professor está ultrapassado, porque o protagonista agora é o aluno. A forma clássica de ensino se tornou ineficiente a partir do momento em que deixou de falar a mesma língua do estudante que, hoje, inserido no universo tecnológico, estuda por conta própria e consegue, por meio da tela de um computador, assimilar conteúdos muito mais aprofundados e interessantes do que aqueles passados
©Imagem: Giuseppe Arcimboldo [Rudolf II]
ed. infantil
Colorido, saboroso, divertido e saudável! Hábitos saudáveis precisam de incentivo para fazer parte do dia a dia de qualquer pessoa. E no caso das crianças, não é diferente. Para os pequenos incluírem frutas, verduras e legumes na alimentação, nada melhor do que envolvê-los na rotina doméstica e também escolar. Foi pensando nisso que o Colégio Marista São Luís deu forma a uma sequência didática inovadora, divertida e muito saborosa. Para mostrar aos alunos da Educação Infantil o quanto é saudável e interessante se alimentar bem, a Instituição levou o tema para dentro das salas de aula. Durante o ano letivo, os estudantes participam
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Inspirados pelo artista Giuseppe Arcimboldo, os estudantes elaboram criações próprias com frutas, legumes, flores e raízes.
Alimentação é tema de sequência didática que envolve alunos da Educação Infantil do Colégio Marista São Luís
de diversas atividades relacionadas e, assim, aprendem a saborear pratos que, além de belos, oferecem doses extras de saúde. De acordo com a professora do 1° ano do Ensino Fundamental, Zeneide de Lima, a proposta oferece um colorido especial aos olhos e ao paladar, com sensações, sabores e intenções que resultam em descobertas, conhecimentos e aprendizagens. “Por ser um projeto de cunho investigativo, as construções partem dos desejos, das ideias e das curiosidades das crianças. É visível o encantamento com a possibilidade de realizar pesquisas e conhecer obras de arte elaboradas
Colégio Marista São Luís
com frutos, flores e outros elementos da natureza”, explica. Já Tércia Millnitz Demathé, coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do 1° ano do Ensino Fundamental, enfatiza que as crianças trazem de casa hábitos saudáveis de alimentação, porém, o espaço educacional deve intensificar essa prática e despertar para novas descobertas. Nessa lista de novas sensações, podem surgir sabores como os de uma fruta, de uma sopa de legumes nunca preparada e de infinitas possibilidades gastronômicas. “Eles percebem, por exemplo, que é possível realizar um piquenique bem
crianças já encararam com naturalidade o consumo de alimentos saudáveis ao invés de refrigerantes e doces variados. “Percebemos que os alunos se mostram muito felizes com suas lancheiras recheadas de frutas, lanches naturais, sucos e água”, enfatiza. A professora Zeneide de Lima complementa que o intuito é a vivência de aprendizagens integrando a alimentação saudável ao desenvolvimento dos pequenos. “Como o trabalho vem sendo desenvolvido com ênfase nos últimos três anos, a cada ano letivo precisamos aprimorar as experiências oferecidas aos alunos, de forma a não tornar repetitivo e, sim, cada vez mais envolvente e significativo”, destaca Tércia. Ela enfatiza que a sequência didática envolve a dimensão da criação e das relações solidárias, além das linguagens oral e escrita e da matemática, realizando, assim, um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar.
© Fotos: Acervo do Colégio
divertido somente com alimentos saudáveis. É evidente que o projeto, em cada nova proposta, intensifica a prática desses hábitos saudáveis no espaço educacional e familiar”, comenta. Para isso, a sequência didática do 1° ano do Ensino Fundamental conta com uma ajuda muito especial. Antes de prepararem deliciosas receitas, os alunos, juntamente com as famílias, são convidados a pesquisar a obra do artista Giuseppe Arcimboldo. Reconhecido por utilizar frutas, legumes, flores e raízes de árvores em suas composições, ele instiga a criatividade e o imaginário visual por meio de formas, cores, sabores e odores. Depois, inspirados pelo repertório de Arcimboldo, os estudantes elaboram criações próprias com as matérias-primas usadas pelo artista. Na continuidade do projeto, eles ainda participam de atividades de cozinha experimental, onde preparam salada de frutas, sopa de legumes e um delicioso bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Nas demais etapas, a sequência didática também oferece ensinamentos pessoais. Segundo a professora, em determinada fase as crianças são incumbidas de pesquisar informações sobre as frutas e partilhá-las com os amigos. Outro desafio apresentado é o de desenhar e escrever o nome da fruta preferida. Por fim, elas chegam à conclusão de que apreciam uma infinidade de itens antes nem imaginados. Celebrando essa novidade, os estudantes fazem um piquenique desafiador, no qual devem consumir exclusivamente alimentos saudáveis. Fechando o projeto, ainda constroem obras de arte envolvendo a temática e as expõem na Semana Cultural, realizada no mês de setembro. Os resultados da iniciativa são inúmeros e podem ser percebidos no passar dos meses e anos. Segundo a coordenadora psicopedagógica, as
É evidente que o projeto, em cada nova proposta, intensifica a prática desses hábitos saudáveis no espaço educacional e familiar. Tércia Millnitz Demathé Coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do 1° ano do Ensino Fundamental
Colégio Marista São Luís
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Portas para mundos desconhecidos Independência, versatilidade, comunicabilidade, conhecimento de mundo e empregabilidade. Os benefícios do estudo de vários idiomas são muitos. Por isso, no Colégio Marista São Luís, os estudantes têm acesso a esse aprendizado adicional desde cedo. Único do município a ofertar as línguas inglesa e espanhola de maneira concomitante a partir do Ensino Fundamental II, o Colégio incentiva os estudantes a desbravar as diferentes culturas por meio da fala e da escrita. O idioma inglês, por exemplo, começa a fazer parte da rotina das crianças a partir do Infantil 4. Já o espanhol entra no
cotidiano quando eles chegam ao 6º ano do Ensino Fundamental. “É na infância que a criança aprende melhor, pois está mais aberta a novos aprendizados e, por meio de inúmeros estímulos, relaciona, interpreta, compreende e assimila conteúdos”, esclarece a professora de Inglês, Marisa Becker Barbosa. Além de uma análise mais ampla sobre as particularidades dos diferentes países do globo, o acesso a um segundo idioma aumenta o poder de inteligência do cérebro, segundo recente pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. Paralelamente, ainda há acréscimos significativos na fluência verbal e de leitura. © Fotos: Acervo do Colégio
Ensino dos idiomas inglês e espanhol oferece inúmeros benefícios para os estudantes do Colégio Marista São Luís
Os estudantes da turma 191, na aula de Espanhol da professora Daniela Brocca, aproveitaram o momento de sol para fazer a leitura sobre a biografia de Frida Kahlo, pintora mexicana conhecida pelos seus trabalhos de autorretrato.
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Colégio Marista São Luís
Os jovens adoram tudo que é novo. Eles liberam a imaginação, criam, inovam, buscam diferentes formas de brincar e conseguem se comunicar utilizando o novo idioma com facilidade. É cativante vêlos brincando em inglês e espanhol. Daniela Brocca Professora de Inglês e Espanhol do Colégio Marista São Luís
Com tantos resultados positivos, as línguas estrangeiras merecem atenção redobrada. De acordo com a professora de Inglês e Espanhol Daniela Brocca, poucas pessoas sabem, porém, é fato que aprender a escrever e conversar em qualquer idioma mantém a mente em forma. “Assim, colocamos o cérebro para funcionar, exercitando-o e retardando o envelhecimento. Também tornamos mais aguçado o poder de dedução e observação”, destaca. As professoras explicam que, no estudo de idiomas, não ficam em evidência apenas a gramática e o vocabulário. “Vamos além. Nós estudamos geografia, história, artes, matemática, português e até física e química. No Colégio Marista, envolvemos praticamente todas as disciplinas e, muitas vezes, os alunos nem percebem”, afirmam. Dessa forma, as atividades despertam nas crianças e nos adolescentes o interesse pela pesquisa e pela investigação. Daniela também comenta que isso é possível graças à evidente curiosidade presente no dia a dia dos alunos. “Os jovens adoram tudo que é novo. Eles liberam a imaginação, criam, inovam, buscam diferentes formas de brincar e conseguem se comunicar utilizando o novo idioma com facilidade. É cativante vê-los brincando em inglês e espanhol”, conta.
Para deixar os estudantes ainda mais envolvidos com o aprendizado, os idiomas são apresentados de maneira lúdica e didática. Tudo isso é proporcionado por uma multiplicidade de atividades, incluindo jogos, brincadeiras, músicas, aulas de culinária, filmes e aplicativos. Complementando a parte pedagógica, aparecem momentos de integração, desenvolvimento do ser humano e prática dos valores Maristas, o que contribui para a formação do educando como um todo. Conforme Daniela e Marisa, oferecer atividades variadas leva o aluno ao conhecimento de si mesmo e de suas capacidades e dificuldades. “Para o desenvolvimento de uma criança, quanto mais cedo ela estudar as línguas estrangeiras, mais facilmente aprenderá”, enfatizam. As professoras alertam, ainda, que se debruçar sobre os idiomas na infância é um diferencial para toda a vida. “O sotaque se torna mais autêntico, pois a audição está mais aguçada nessa fase e o processo de aprendizagem para uma criança é natural”, esclarecem. Nesse sentido, a professora Marisa explica que na Educação Infantil o aprendizado da língua inglesa inicia com uma aula semanal de forma lúdica, cujo objetivo é enfatizar a oralidade. Segue-se, posteriormente, uma sequência didática, pois o aprendizado deve ser gradativo. “A repetição é essencial nesse processo de memorização. Tudo o que ensinamos para as crianças deve ser feito com responsabilidade e assertividade, porque elas percebem com clareza os sons e as articulações pronunciando as palavras da forma como são expostas. Portanto, a pronúncia deve ser correta. A forma como aprendem será seu aprendizado para toda uma vida”, alerta. Outro benefício apontado pelas professoras é o aprendizado de novas culturas, o que proporciona maior compreensão das diferenças
presentes no planeta. Já no âmbito profissional, elas lembram que a atual sociedade globalizada exige que as pessoas sejam multilíngues. “Saber se comunicar em diversos idiomas é um requisito básico para o sucesso em qualquer área”, destacam, sinalizando que a melhoria do currículo é evidente para quem conhece diversas línguas estrangeiras. “Nós temos o inglês como o principal idioma falado no mundo e, em segundo lugar, o espanhol, que está em constante crescimento. Oficialmente, 21 países o utilizam e o Brasil está rodeado de hispanohablantes, ou seja, vizinhos que o têm como língua materna”, completa Daniela. Por fim, a professora Daniela também lembra que, além das vantagens mencionadas, estudar idiomas melhora a autoestima. Isso porque adquirindo conhecimento e cultura, ampliando os horizontes e os interesses, é possível criar perspectivas diferentes em relação à própria realidade.
Professoras de idiomas do Colégio Marista São Luís proporcionam uma multiplicidade de atividades, incluindo jogos, brincadeiras, músicas, aulas de culinária, filmes e aplicativos.
Colégio Marista São Luís
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Para amenizar
as dúvidas
© Fotos: Acervo pessoal
Escolher a profissão do futuro suscita inúmeras dúvidas e apreensões entre os jovens. Por isso, o Colégio Marista São Luís oferece aos alunos atividades que buscam facilitar essa decisão por meio do conhecimento acerca das carreiras disponíveis no mercado de trabalho e também das vocações de cada pessoa. Destinado aos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e a todos os matriculados no Ensino Médio, o projeto promove o desenvolvimento humano por meio da orientação profissional. Para isso, diversas atividades acontecem ao longo do ano letivo. De acordo com Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, os estudantes têm acesso a exercícios vocacionais, palestras com profissionais, participações em feiras de profissões e visitas a universidades. Além disso, também são realizadas pesquisas sobre as ocupações existentes no contexto familiar, bem como reflexões e entrevistas com a psicóloga Kelly de Moraes. “O
foco é falar sobre todas as iniciativas que envolvem a disciplina de DAPS (Desenvolvimento Acadêmico, Pessoal e Social)”, explica a especialista, que também ministra a matéria. Segundo Kelly, os educadores ocupam o papel de mediadores no processo de descoberta vocacional e afirmação da profissão. “É sempre muito gratificante verificar que após uma visita à feira de profissões, uma conversa com profissionais e, até mesmo, uma conversa individual comigo, eles acabam definindo com segurança sua escolha”, destaca. Levando em consideração as opiniões dos alunos e também dos familiares, a equipe auxilia no diálogo entre ambos. “Sempre que acontece um impasse, eles nos procuram e, com muita calma e resgatando a identidade do aluno e suas preferências, conseguimos encontrar a melhor resposta às dúvidas e o entendimento”, complementa a psicóloga. Conforme a coordenadora do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, a iniciativa comprova o favorecimento do exercício da autonomia da escolha e proporciona oportunida-
Os alunos da 2ª e da 3ª séries do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís participaram, em Curitiba, do XI Seminário de Profissões. O evento é promovido pelos Colégios Maristas Paranaense e Santa Maria.
Projeto ajuda os estudantes a conhecer e escolher a profissão do futuro des para os estudantes despertarem e desenvolverem suas potencialidades. A disciplina também os ajuda a superar as dificuldades e os temores de assumir um projeto concreto de vida e promove a adaptação à escolha pessoal e profissional no meio social e consigo mesmo.
É sempre muito gratificante verificar que após uma visita à feira de profissões, uma conversa com profissionais e, até mesmo, uma conversa individual comigo, eles acabam definindo com segurança sua escolha. Kelly de Moraes Psicóloga e professora do Colégio Marista São Luís
Os estudantes das turmas 211 e 221 assistiram à palestra com o advogado Luiz Cerutti, pai da aluna Ana Caroline Fonseca Cerutti. Os alunos da turma 211 participaram de um encontro com a psicóloga Ângela Bachmann, tia da aluna Heloisa Cardoso.
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Colégio Marista São Luís
?
diz aí
Qual é a
profissão dos seus
© Fotos: School Picture | Mayara Gutjahr
sonhos
BrUno rinCaWeSki Turma 211
MaTheUS daLLaZen BoiCo Turma 231
Leda CriSTina ZiMMerMann Turma 231
“O meu sonho é ser engenheiro químico, pois poderei trabalhar com substâncias e reações químicas. É uma escolha que eu já fiz há muito tempo e sei que só vou conseguir me realizar profissionalmente se seguir essa profissão.”
“Engenharia Civil – eu tenho planos de abrir uma construtora e trabalhar com o meu pai. Assim, poderemos estar sempre juntos e eu terei a oportunidade de continuar aprendendo e me aperfeiçoando com ele.”
“Quero fazer Pedagogia porque me identifico com a profissão. Além disso, tenho como referência a minha mãe, as minhas tias e os meus avós, que são professores. Não me vejo fazendo outra coisa.”
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Colégio Marista São Luís
Daniella Eloá Pradi Turma 231
Gabriella Stein Turma 231
Vitor Silveira Frank Turma 221
“Medicina – desde pequena é a profissão dos meus sonhos e eu sei que é dessa forma que vou conseguir contribuir com a sociedade. Tenho como referência os meus padrinhos, porque eu os vejo realizados pessoal e profissionalmente.”
“Desde criança, sempre me identifiquei com a área da saúde e me apaixonei pela odontologia quando uma amiga me apresentou o dia a dia de um dentista. Sempre que penso na realização profissional, me emociono, porque não me imagino exercendo outra profissão”.
“Quero cursar Biomedicina, porque é uma área que envolve as disciplinas de que mais gosto e com que me identifico: Química e Biologia. Eu me imagino trabalhando com pesquisa para ajudar no desenvolvimento de vacinas”.
Opinião da psicóloga "Atualmente, a construção da escolha profissional é delicada, pois existe um leque enorme de possibilidades – enquanto escola, a contribuição está na fundamentação da base dessa importante decisão. Muitas vezes, o que o jovem sonha é apenas um desejo e quando conhece a realidade da atuação profissional, acaba não sentindo a mesma identificação. Auxiliar o estudante nesse processo empenha em fazer com que ele descubra o universo profissional, ensinando-o a diferenciar o que gosta do que se identifica, ou seja, o que é apenas um hobby e o que é de fato aquilo que sabe fazer bem ou aquilo que deseja profundamente aprender mais. E, por fim, o jovem precisa, independentemente de estar seguro da escolha, de um projeto de vida, um plano que permita a ele vislumbrar o futuro a curto, médio e longo prazo, bem como as ações que serão necessárias para tornar os seus sonhos uma realidade bem sucedida."
Kelly de Moraes
Professora e psicóloga do Colégio Marista São Luís
Colégio Marista São Luís
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© Fotos: Cristian Diego Holz
caleidoscópio
ACONTECIMENTOS
O grupo de dança do Ensino Fundamental II se apresentou no Encontro Educacional da Diretoria Executiva da Rede de Colégios, em Curitiba.
A posse da nova diretoria da APP – gestão 2014/2016 aconteceu em março. Luiz Carlos Buzzarello é o presidente e Marcos Mario Wasch é o vice.
© Fotos: Acervo do Colégio
2014
O Dia de Integração Família e Escola foi marcado por momentos de muita alegria e união entre colaboradores, pais e estudantes.
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Colégio Marista São Luís
© Fotos: Mayara Gutjahr
O professor Jean Prette organizou para os alunos do 9º ano e do Ensino Médio a palestra Tráfico Humano e Uso Consciente da Internet, com o advogado Romeo Piazera Júnior.
Os colaboradores Cristiano Amaro da Silva, Gisele Mendes e Dilson Luiz Franceschi participaram do curso de Brigadista de Emergência Voluntário.
Os alunos do Terceirão estudam muito, mas tudo fica mais fácil quando tem diversão. Mensalmente, eles participam, com o incentivo da professora titular Marisa, do Dia Locco.
CAPACITAÇÃO
© Fotos: Tiba
aprendizado
Uma formação completa disciplina a mente, o corpo e o espírito. Por isso, o Colégio Marista São Luís realiza o Projeto Champagnat, que prevê uma série de atividades culturais, religiosas e esportivas para os estudantes.
Colégio Marista São Luís
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destaque
descobrindo o céu Participação do Colégio Marista São Luís em Olimpíada Brasileira amplia os conhecimentos dos alunos sobre astronomia e astronáutica
e seus segredos
Com o objetivo de fomentar o interesse dos jovens pelas ciências que, literalmente, direcionam o olhar do ser humano para o céu, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) é um sucesso entre os alunos do Colégio Marista São Luís. Ano após ano, o desempenho da Instituição vem melhorando e os estudantes, aprendendo mais sobre a temática. Na primeira participação, por exemplo, a conquista foi de medalhas de bronze e prata. Na segunda, os jovens já acumularam exemplares de ouro e, em 2014, a representação trouxe novo orgulho devido à tamanha dedicação. Entre os participantes estão Leandra Stoinski Bogo e Bruno Silveira Camillo, ambos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e admiradores
© Foto: Acervo pessoal
Os estudantes ganham medalhas e certificados de participação na OBA.
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Colégio Marista São Luís
© Fotos: Mayara Gutjahr
Leandra Stoinski Bogo e Bruno Silveira Camillo, ambos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, participam da OBA e se envolvem com os estudos de astronomia e astronáutica.
da iniciativa. Segundo Bruno, além de explorar temas desconhecidos, a OBA propicia momentos divertidos. “Como são assuntos legais, estudar para a olimpíada não fica pesado, nem chato”, confessa. Entre as temáticas preferidas, estão aquelas que abrangem a matemática, disciplina na qual o aluno diz ter facilidade de aprendizado. Aberta à participação de escolas públicas e privadas, a OBA envolve estudantes da Educação Fundamental e do Ensino Médio. Com todas as atividades desenvolvidas dentro do ambiente escolar, a Olimpíada de Astronomia e Astronáutica é uma oportunidade de promover a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e cooperativa. De acordo com a professora Ana Karolina Rucks, que acompanha e auxilia os estudantes durante toda a olimpíada, o intuito principal é aperfeiçoar os conhecimentos apreendidos em sala de aula e agregar novos saberes. “Como a astronáutica não é um conteúdo da grade curricular dos estudantes e percebe-se um grande interesse por parte deles, a participação na OBA propicia essas descobertas, fazendo com que os participantes estejam mais preparados que os demais”, explica. Ela lembra que a aceitação por parte dos jovens é excelente, pois a temática incentiva o desafio e a busca de novos conhecimentos na área. “A cada ano, a participação vem aumentando e estabelecendo uma relação mais estreita entre eles, conteúdo e professor”, comenta, lem-
brando que o interesse tem partido dos próprios estudantes. Além de medalhas e certificados, a olimpíada costuma promover uma dedicação maior aos estudos e, conforme Ana Karolina, ainda pode influenciar os jovens a seguir carreira na área científica. “Quando eles estudam o que gostam ou o que os motiva, sabemos que a aprendizagem e o resultado são mais efetivos”, acrescenta. Outra vantagem, conforme a professora, é o fato de até mesmo os docentes serem estimulados a procurar novos conhecimentos para responder às indagações e dúvidas dos estudantes.
A cada ano, a participação vem aumentando e estabelecendo uma relação mais estreita entre eles, conteúdo e professor.
pois possibilitam o aprofundamento em uma matéria de maior interesse e o conhecimento de pessoas novas, que podem se tornar amigas”, afirma. Ela também esclarece que essas oportunidades trazem certo diferencial aos envolvidos e melhoram o rendimento escolar. A OBA ocorre em única fase e é realizada durante o ano letivo. Ao final, os alunos recebem um certificado de participação, além de possíveis medalhas. A Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica é resultado de uma mobilização nacional, envolvendo alunos, professores, coordenadores pedagógicos, diretores, pais e escolas. Também são abrangidos planetários, observatórios municipais e particulares, espaços, centros e museus de ciência, associações e clubes de astronomia, astrônomos profissionais e amadores e instituições voltadas às atividades aeroespaciais.
Ana Karolina Rucks Professora do Colégio Marista São Luís
Para a coordenadora do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio, Maira Bachmann Wroblewski, a participação é de suma importância para educadores e educandos. “As olimpíadas são desafiadoras e desafios são divertidos e estimulantes,
A aluna Leandra Stoinski Bogo exibe as medalhas conquistadas em 2013 e 2014.
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você sabia?
integração, diversão e
aprendizado
Eventos realizados pelo Marista São Luís oportunizam momentos únicos de amizade entre alunos, familiares e colaboradores A sala de aula é o ambiente mais propício para a troca de conhecimentos. Mas não o único! No processo de ensino-aprendizagem, ambientes paralelos também proporcionam situações que agregam informações à vivência dos alunos. Por isso, o Colégio Marista São Luís organiza diversos eventos ao longo do ano que servem como meio de integração para estudantes, familiares e colaboradores. Conheça três deles.
dia de inTeGraÇÃo FaMÍLia e eSCoLa Realizado no mês de maio, o Dia de Integração Família e Escola é uma oportunidade para que pais e alunos possam se divertir juntos no ambiente escolar. De acordo com Andréa Gomes Gomes Cardoso, Cardoso, Diretora diretora Educacional educacional do Colégio Marista São Luís, a ação, que acontece sempre em uma manhã de sábado, conta com oficinas recreativas, além de jogos educativos e esportivos para incentivar a troca de carinho e conhecimento entre as famílias.
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No mês de junho, em homenagem ao fundador São Marcelino Champagnat, o Marista São Luís conta com o envolvimento de toda a comunidade escolar em torno do Projeto Champagnat, que engloba gincana, Olichamp e jogos entre ex-alunos. Resgatando valores como solidariedade, respeito e companheirismo, as atividades são diferentes para alunos da Educação Infantil e dos Ensinos Fundamental e Médio. Para as crianças, são oferecidas oficinas com jogos e brincadeiras. Já para os estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, há competições de modalidades esportivas, como futsal, vôlei, basquete, xadrez e tênis de mesa.
PaSSeio CiCLÍSTiCo Em agosto, pais, alunos e educadores voltam a se encontrar para, juntos, se divertirem no Passeio Ci-
Colégio Marista São Luís
clístico do Marista São Luís. Realizado em um domingo, ele incentiva a qualidade de vida e o pensamento acerca da mobilidade urbana. “Em eventos como esse – como também no Projeto Champagnat e no Dia de Integração Família e Escola – aprendemos o conceito de comunidade, a dividir objetos e espaços, a ceder em nossas opiniões e posições, a aprender com o outro, enfim, a ampliar nossos horizontes de relacionamentos interpessoais”, afirma Andréa.
© Fotos: Mayara Gutjahr | Tiba
ProJeTo ChaMPaGnaT
gente nossa
O interesse pela música surgiu quando ele descobriu que tampas de panela tinham som. De lá para cá, Douglas Gutjahr, 31, percorreu uma trajetória dedicada à música: formouse em percussão, foi o único percussionista brasileiro que acompanhou a Orquestra Jovem Mundial em duas turnês pela Europa e, hoje, além de integrar diversas orquestras, também se dedica a projetos sociais Como foi a sua trajetória na música? Com oito anos eu já participava de fanfarras em Jaraguá do Sul. Durante quatro anos, a música foi apenas um hobby, mas, a partir dos 12, a minha vocação começou a falar mais alto e, em 1996, já integrava quatro bandas marciais, entre elas a do Marista São Luís. Em 2001, ingressei no Bacharelado em Música – opção Percussão – da Universidade Federal de Santa Maria. Entre os anos de 2001 e 2004, integrei o Grupo de Percussão da UFSM, a Orquestra Sinfônica de Santa Maria e o Quarteto de Percussão Íncobus. Em 2005, fui para Porto Alegre, onde resido até hoje. Entre 2004 e 2009, integrei a Orquestra Sinfônica da PUCRS e tive o privilégio de ser selecionado para a Orquestra Jovem Mundial em duas turnês (2007/2008), passando por algumas das principais salas de concerto da Europa. Atualmente, atuo como percussionista principal da Orquestra
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© Fotos: Acervo pessoal
Trajetória musical Atualmente, Douglas atua como percussionista principal da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul e professor de percussão dos projetos sociais Vida com Arte e Orquestra Villa-Lobos.
Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul e professor de percussão dos projetos sociais Vida com Arte e Orquestra Villa-Lobos, que têm como foco principal proporcionar a inclusão social por meio da música. Também participo como músico convidado nos concertos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), da Orquestra Unisinos Anchieta e da Orquestra do Theatro São Pedro. Como baterista, acompanhei grandes nomes do cenário musical brasileiro, como Fafá de Belém, Jair Rodrigues, Kleiton e Kledir e o grupo Os Fagundes. você estudou no São Luís durante o ensino Médio. Como a missão Marista contribuiu na sua vida? Ingressei no Colégio por meio de uma bolsa de estudos, que ganhava em troca das aulas de percussão que dava aos alunos da banda marcial. Estudar no Marista São Luís foi fundamental, principalmente pela qualidade no ensino, indispensável para a minha entrada em uma universidade federal. Também levei para a minha vida pessoal e profissional a disciplina e o profissionalismo. Tento passar isso para os mais de 80 alunos que tenho nos projetos sociais – não espero que sejam músicos profissionais, mas que sejam pessoas do bem.
Colégio Marista São Luís
Quais são as melhores lembranças do período em que você participou da Banda de Metais e Percussão do Colégio Marista São Luís? Foi um período de muitas descobertas e de grandes amizades, muitas que duram até hoje. A banda era a minha segunda casa. Ganhamos praticamente todos os concursos de que participamos em dois anos. Foi nessa época que decidi me tornar músico profissional. Sempre imaginei que depois de formado retornaria a Jaraguá para dar aulas na banda do Colégio São Luís. Infelizmente, ela encerrou as atividades um ano após a minha ida para a UFSM, mas guardo um carinho enorme dessa fase da minha vida. Qual é o caminho que deve ser percorrido para se alcançar a realização pessoal e profissional na música? O caminho para se tornar um músico profissional não é fácil – talvez, a música seja uma das profissões em que o estudo estará presente do primeiro ao último dia da carreira profissional. Para os jovens que têm interesse em estudar música fica a principal dica: procurem uma boa instituição de ensino. Hoje, no Brasil, existem excelentes conservatórios e escolas de nível superior.
© Fotos: Acervo pessoal
ser melhor
Ação em benefício de quem precisa É quando uma situação inesperada acomete toda a cidade que os moradores se unem em prol da mesma causa para, juntos, amenizarem as perdas. E foi exatamente com esse propósito que os alunos do Colégio Marista São Luís se envolveram de forma empolgante na Gincana Champagnat. Entre os dias 10 e 12 de junho, os estudantes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio realizaram diversas provas, mas uma delas teve importância ainda mais significativa. Por trás da disputa pelo primeiro lugar estava a intenção de ajudar as famílias atingidas por uma das maiores enchentes da história da microrregião. Ao longo da gincana, foram arrecadadas mais de duas toneladas de mantimentos, como arroz, leite, açúcar, trigo, feijão, sal, óleo e macarrão, além de centenas de agasalhos. Depois, os donativos auxiliaram a Defesa Civil de Jaraguá do Sul e Guaramirim a amenizar as perdas sofridas pelas vítimas da enxurrada. De acordo com Lucas Augusto Vieira, assistente de Pastoral, a ação
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Donativos foram repassados à Defesa Civil, que os distribuiu às famílias prejudicadas pela enxurrada.
Durante a Gincana Champagnat, alunos arrecadaram alimentos para moradores atingidos pela enchente
de proteção e reação deu a Jaraguá do Sul uma resposta jovem e audaciosa. “Em meio à tamanha turbulência causada pelas enchentes que atingiram a região, uma luz chamada solidariedade surgiu para dizer que juntos somos mais”, destaca. Ele também enfatiza que a arrecadação foi mais que uma simples gincana, podendo ser considerada uma ação transformadora liderada pela juventude Marista. Para os participantes, como Letícia Ruda Fusinato, da 3ª série do Ensino Médio, a oportunidade de colaborar foi inesquecível. "A arrecadação veio na hora certa, em meio à competitividade, despertar esse clima solidário foi uma ideia que deu certo e muitas pessoas foram auxiliadas com a gincana, o que foi o mais importante”, comenta. Já a professora Ana Karolina Rucks lembra que o envolvimento dos estudantes é determinante para o sucesso de qualquer iniciativa desse tipo. "Quando a escola propicia uma prática social, digna do idealismo do jovem, ele, sem dúvida, empenha-se
Colégio Marista São Luís
nela, realizando a dimensão de sociabilidade”, complementa. A arrecadação contribuiu na reestruturação pós-enchentes de moradores da região, bem como de colaboradores e educandos do Marista São Luís. Estiveram envolvidos no projeto as Direções Geral e Educacional, a Coordenação Psicopedagógica, a Pastoral Marista, o Núcleo das Atividades Complementares e os atletas da Olichamp.
Em meio à tamanha turbulência causada pelas enchentes que atingiram a região, uma luz chamada solidariedade surgiu para dizer que juntos somos mais. Lucas augusto vieira Assistente de Pastoral do Marista São Luís
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essência
Formar jovens atuantes e comprometidos com o
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conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o presente e o futuro. Isso tudo é um compromisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida. Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, encontramos o mesmo amor e empenho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envolvendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Irmãos e professores que têm orientado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e vocacional.
Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primeiros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. Assim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, contarem e escreverem sua própria experiência de formação integral e seu significado para a vida.
irmão onorino Moresco Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)
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© Foto: Acervo pessoal
Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Marista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproximo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual passei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após contemplar parte de sua trajetória. Esse e tantos outros relatos e vivências com que nos deparamos diariamente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do
maristas
2017
um novo começo
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maristas maristas
um um novo novo começo começo
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solidariedade
Crianças encarceradas
© Fotos: João Borges
e uma casa de direitos
Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná. Formação pautada em valores e amor é o foco dessa mudança Por Michele Bravos
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Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciárias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode permanecer até os 6 anos de idade. A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo-se que liberdade é poder ir e vir, conviver em ambiente familiar e comunitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.
Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localizada dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa. Viviane da Silva, gerente educacional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnerabilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – período determinante para o desenvolvimento cognitivo e social do indi-
víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência. O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vínculos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da instituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetivação de direitos”, afirma Viviane.
Parceria O projeto da RMS é uma consequência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Transcendência: Educação, Profissionalização e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordenado pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vínculo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras. Cristiane conta o quanto é admirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos. A maioria das detentas mães verbaliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova perspectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos. Em um primeiro momento, atuarão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assistente social, além de dois educado-
res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importância de um planejamento que pondera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Outro ponto de atenção é ampliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusive extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuidade desse vínculo”, explica a gerente educacional. Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das políticas públicas, fragilizadas pela realidade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para discussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contexto prisional. Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.
É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Viviane da Silva Gerente educacional das unidades da RMS
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© Foto: 123rf.com
como fazer
De olho no
Apesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta? Por Mahani Siqueira
Não faz muito tempo que o termo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, existem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valentão, em inglês) incorporou-se ao vocabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao comportamento de seus filhos na escola. Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sendo vítimas de bullying é uma tarefa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia familiar e parceira dos Colégios Maristas, são vários os sinais que os
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filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos estejam com o radar em pleno funcionamento. “A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de dores psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a escola, por exemplo), evitando atividades relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os amigos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.
Marilisa Fraga, psicóloga e psicanalista infantil, entende que é importante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a generalização é um perigo constante quando se trata desse tema. “Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o filho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Outra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-
Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
bullying Juliana Potter Psicóloga
É importante manter um bom contato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga. De acordo com Marilisa, a investigação detalhada e a identificação precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitude mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a coordenação da escola e checar informações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele ambiente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois determina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, complementa. Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verdade, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo também se faz fundamental, assim como a
aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana. “É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conversar com o filho sobre a responsabilidade e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e supervisionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvolvam comportamentos mais empáticos. A ajuda de um profissional também pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga. © Foto: Acervo pessoal
do com clichês pela criança. É preciso ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa. A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta imprescindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Juliana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quando frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying. “Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.
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CoMPanheiroS de viaGeM No livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos. Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)
o QUe QUero Ser QUando CreSCer? A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.
© Fotos: Divulgação
Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)
CanaL do enSino Vivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada. Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)
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o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiS Com a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras. Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros. nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)
Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões. Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)
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diversão
Arte circense que se aprende na escola Atividade extracurricular privilegia o contato com a arte do circo, proporcionado aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe Por Janaína Fogaça
Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legítimo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo. Há cerca de 3 anos, a unidade oferece aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas
aulas de circo deu tão certo que, atualmente, além dos 45 alunos matriculados, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki. Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acontecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.
a neCeSSidade de Ser CriaTivo Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem. Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses. Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.
A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia. Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.
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© Fotos: Gilberto do Rosário
FoCo no deSenvoLviMenTo
Companheiras de acrobacia A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante. Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia. Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia. A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora. No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia. Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.
Investimento A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens: l l l l
Calça legging Camiseta Colant para apresentações Sapatilha de ginástica rítmica desportiva
Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.
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olhar
Questionamentos sobre a © Fotos: Divulgação
Lei da Palmada
Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o bater com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que tenha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil encontrar um exemplo. Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e esgotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado. Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazendo algo errado e deve parar imediatamente. Você contará até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo advertida verbalmente e tem a chance de evitar um possível castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar. Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aquelas que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los. Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comportamento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmissível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, deixando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corporal” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações. Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que provavelmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator? Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem rotineiramente em grande parte das famílias brasileiras. Marina vasconcellos é psicóloga pela PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae; psicodramatista didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar e de casais pela Unifesp.
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Aprendizado
virtual
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades Por Mahani Siqueira
Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau comportamento, incitadores de atos violentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, podem ser poderosos instrumentos no processo educativo. A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empresa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferramentas para saúde com foco na educação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e internacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicólogo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick. “Todos os games exigem o desempenho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,
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atenção, memória, controle do impulso, tomada de decisão, gerenciamento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimulação das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e características individuais de cada um”, comenta Rivero. “Crianças e adolescentes entendem a linguagem simbólica e profunda dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, negociar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jogam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sentido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, complementa o psicólogo da NeuroGames.
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as opções corretas e que os pais acompanhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sempre em mente qual é o interesse do jovem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana. Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca revela que a empresa já enxerga as plataformas digitais e os momentos de lazer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integradas com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazeroso. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais motivadora para todos, capaz de obter resultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estratégias”, finaliza Fonseca.
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