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ECONOMIA

O PROVÁVEL COMPORTAMENTO DO DÓLAR NO INÍCIO DO GOVERNO BIDEN

A moeda passou a se enfraquecer desde a vitória de Joe Biden

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VERNAN W. AURÉLIO

Economista

@vernanjonas POR VERNAN W. AURÉLIO

Ocomportamento do dólar no governo de Joe Biden é uma das principais questões que interessam a investidores. No que depender da futura secretária do Tesouro, Janet Yellen, essa será uma decisão que caberá às forças de mercado, e não a uma vontade deliberada do governo da maior economia do mundo. Essa foi a posição que Yellen defendeu na sabatina a que foi submetida no Congresso americano na terça-feira, 19, em Washington. A ex-presidente do Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) deve deixar claro que não terá como política buscar enfraquecer o dólar para favorecer a competitividade de produtos americanos exportados, uma posição defendida e cobrada com veemência pelo atual presidente Donald Trump ao longo do seu mandato.

Para Yellen, a cotação do dólar deverá ser determinada pelas forças de mercado, como acontece em economias de livre mercado. A moeda passou a se enfraquecer desde a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, diante da expectativa de que o próximo presidente dos Estados Unidos vai acelerar os gastos fiscais para tentar estimular a

ainda cambaleante economia.

“O valor do dólar americano e de outras moedas deveria ser determinado pelos mercados. Os mercados se ajustam para refletir variações no desempennho econômico e em geral facilitam ajustes na economia global”, disse Yellen de acordo com informações do WSJ.

A fraqueza do dólar tende a beneficiar mercados emergentes como o brasileiro, na medida em que valoriza ativos denominados em moeda estrangeira, é correlacionado com a alta nas cotações de commodities e favorece a captação de empresas no mercado global.

Os EUA adotaram a política de favorecer um dólar “forte” em 1995, com o fim dos pedidos para outros países valorizarem suas moedas. Embora o mantra tenha evoluído de um secretário do Tesouro para outro, nenhum governo até os anos de Trump comunicou, como o presidente o fez em 2017, que o dólar estava “ficando forte demais”. Embora às vezes endossassem um dólar forte – sempre a partir de uma perspectiva de longo prazo -, Trump e o secretário do Tesouro de seu governo, Steven Mnuchin, disseram que uma moeda mais fraca ajudaria as exportações americanas. Mnuchin também disse que um “dólar excessivamente forte” poderia ter efeitos negativos de curto prazo na economia dos EUA.

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