REVISTA FOLHA

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25 de Março de 2014 - nº57 folhadoes.com

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[flecha branca]

agersa esconde tarifa

Enquanto a justiça designa um perito para avaliar a planilha para reajuste da tarifa de transporte urbano de Cachoeiro-ES, a Agersa recebeu da COOPPTEC na última quinta (20) estudo técnico com resultado de preço a maior do que proposto pela empresa Flecha Branca. A retaliação da prefeitura é notória.

prefeito vai gastar R$3 milhões em publicidade


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25 de Marรงo de 2014


A Revista FOLHA tem por principio conceder ao leitor o resultado de suas reportagens investigativas. Foi a primeira a dar ciência à sociedade sobre o contrato da Flecha Branca até então nunca divulgado, obrigando a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim a fazer o mesmo. O ponto de divergência colocado em público do litígio entre a Municipalidade e a empresa de transporte coletivo urbano reside em dois pontos. Nunca divulgado, senão, por este veículo: promessa eleitoreira e queda do presidente da Agersa por ato de corrupção, além de audiências públicas induzidas para fundamentar a tese contra a Flecha Branca. A farsa foi desvendada em parte com a revelação do ofício criminoso assinado pelo prefeito e endereçada ao presidente afasta-

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editorial

Foi a primeira a dar ciência à sociedade sobre o contrato da Flecha Branca até então nunca divulgado, obrigando a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim a fazer o mesmo.” do da Agersa, Luiz Carlos Oliveira, recomendando em outubro do ano passado – ou seja, dois anos e meio antes de terminar o contrato – o não interesse

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cidade

política

Garota Folha

Rubens Moreira é o novo presidente da Selita

Carlos Casteglione vai gastar R$3 mi em publicidade

Franciele Ravani é o destaque desta semana

colunistas

Diretor Executivo Marcos Paulo Tristão (marcostristao@folhadoes.com) Conselho Executivo Marcos Tristão Colunistas Pedro Valls Feu Rosa Julio Carlos Amorim Francisca Paris Wilson Márcio Depes Design Gráfico Tamyres Santos Periodicidade Semanal Litoral Sul Fernando Guimarães

Pedro Valls feu rosa Fernando Guimarães Romario vargas Wilson Márcio Depes Cleben garcia

de renovar a concessão sem nenhum pretexto objetivo. A partir de então, a empresa vem sofrendo retaliações e até a negativa de atualização da planilha, visando asfixiar a saúde financeira da empresa e dar curso da tomada de assalto as linhas urbanas e interioranas para conceder há outra que tenha ligação ao governo. Deduz-se. Por último, a empresa luta na justiça para conseguir reajuste na tarifa de 0,25 centavos. O juiz Robson Louzada, da fazenda, designou um perito para apurar valores. Entretanto, a FOLHA vai revelar nesta edição que a Prefeitura já gastou em fevereiro uma pequena fortuna em consultoria técnica com o mesmo objetivo e cujo resultado já foi entregue à Agersa o resultado na quinta-feira com o valor a maior. A edição vai contar essa história.

marcos tristão

jackson rangel

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Está no diário oficial de Cachoeiro que pretende gastar 752.380,00 mil reais com coffee break//E o prefeito diz que está em crise financeira///Vereador Fassarela foi empossado como novo Secretário de Saúde/// Quem conhece sabe que vai fazer politica com a saúde do povo/// Luiz Carlos ex-presidente da Agersa vivendo inferno astral/// Na sexta-feira o senador Ricardo Ferraço terá encontro com os alunos da FDCI para discutir sobre maioridade penal e violência urbana///Segmento da saúde não aprovou a indicação de Fassarela para secretário///O castelo do PT em Cachoeiro está caindo///Não é compreensível como o caso da “Moeda de Troca” ainda não tenha sido julgado em Cachoeiro///Tem coisas que só acontecem aqui///Jornalista Jackson Rangel vai se defender dos ataques que tem sofrido do judiciário utilizando a melhor tática/// Atacando///Celso Costa mudando a forma de gerir a CDL/// Só não muda a diretoria///Em contrapartida a Acisci tem novo presidente///Pedro Sandrini/// Shopping Cachoeiro segue com a revitalização///Vai ficar bonito///Câmara de Cachoeiro está cega, surda e muda///Nunca se viu uma Câmara tão ruim como essa///Cheira corrupção///O ex-contador da Câmara Hélio Grechi está internado///Quadro é grave///Quem ler o diário oficial do município fica boquiaberto com as atrocidades contra o dinheiro público///Estrela do Norte está fazendo uma boa campanha no estadual, mas, quando chegar no quadrangular a história muda completamente/// acesse www.folhadoes.com///é notícia em tempo real///não deixe para amanhã o que pode fazer hoje///concurso Garota Folha está sendo um sucesso//acesse o site e cadastre-se///até breve!

Helder Caldeira marioeugenio@folhadoes.com

Teatro de Desavergonhados Há um demônio rondando o sacrossanto universo político brasileiro. No início da tarde de um dia (in)útil, deitado no velho sofá de molas da sala sem reboco, um desdentado macunaímico fecha a enciclopédia messiânica e liga a TV LCD de 32 polegadas comprada em 60 prestações — das quais só pagou as duas primeiras, deixando as demais à esculhambação do SPC e Serasa e crente na prescrição pós cinco anos —, onde pretende assistir a 856ª reprise do clássico “A Lagoa Azul”. Apesar de seu quase meio século, ainda adora a jovem Brooke Shields seminua, passeando pela praia. Hipocrisia inata, reserva apenas o soslaio às curvas e cachos dourados de Christopher Atkins. Entre o desejo por uma e a pecadora excitação pelo outro, mergulha em sua mais gloriosa digressão na última década: como comprar o Playstation para o filho, agora com 15 anos e da geração “Nem-Nem-Nem” — nem trabalha, nem estuda, nem joga futebol —, e alimentar seus dois netos, concebidos após o baile da garotada? Talvez fosse necessário fundar um sindicato de beneficiários ao lado daquela senhora que virou hit na internet após protestar contra a miséria do Bolsa Família que não lhe permite ultrapassar a fronteira das desigualdades sociais e comprar uma calça de R$ 300 pra filha. “É mais de trezentos reais… é mais de trezentos reais… ‘Tô’ com mais de oito ‘anu’ que eu recebo Bolsa ‘Famía’, não tá ‘danu’ pra ‘comprá’ nem

Hipocrisia inata, reserva apenas o soslaio às curvas uma calça pra minha ‘fia’. Porque uma calça pra uma jovem de 16 anos é mais de trezentos reais… é mais de trezentos reais… uma calça pra uma jovem 16 anos é mais de trezentos reais… meu dinheiro nunca… nunca… nunca ‘aumentô’. Quando se aproximava de casa, avistou um jovem uniformizado e com uma tabuleta nas mãos, aguardando-o ao portão.“Pesquisa de opinião. Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria?”, perguntou o rapaz. “Na Dilma, claro! Ou no Lula. Qualquer um dos dois!” Voltou a deitar-se no velho sofá e foi curtir o último bloco de “A Lagoa Azul”. Sobre a improvisada estante de tijolos jazia, impoluto, seu cartão verde-e-amarelo do Bolsa Macunaíma. “Ai, que preguiça!”, bocejou enquanto Richard, Emmeline e o pequeno Paddy comiam sementinhas de Prozac. Viva a #BananeiraJeitinho!

Entre o desejo por uma e a pecadora excitação pelo outro, mergulha em sua mais gloriosa digressão na última década...” 25 de Março de 2014 FOLHA

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Sinopse politica

Clima esquentou

O clima de campanha politica já começou na Assembléia Legislativa do Espirito Santo. Apesar de ainda faltarem quatro meses, deputados tentam aumentar seus redutos eleitorais e entram em conflito no Sul do Estado.O principal alvo é o deputado Glauber Coelho (PSB) que é acusado pelos demais deputados de obter informações privilegiadas e invadir o reduto eleitoral dos demais.

Politica

Morre o deputado Sérgio Guerra

As agremiações carnavalescas Unidos do Zumbi e Explosão do Novo Parque são as campeãs do desfile de Carnaval de Cachoeiro de Itapemirim. Em seguida, ficou a Independentes do Aquidabã. Elas empolgaram o público no desfile de sábado (1º), quando seis blocos se apresentaram na Linha Vermelha. politica

O deputado federal pernambucano Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, morreu aos 66 anos em São Paulo, na manhã de quinta-feira (6), informou a assessoria do partido. Ele estava internado havia cerca de 15 dias no hospital Sírio-Libanês. Guerra tinha câncer de pulmão, e uma pneumonia agravou seu estado de saúde.

Deputado quer policia 24h nos hospitais

Com o objetivo de aumentar a segurança em instituições públicas de saúde do Estado, o deputado estadual Doutor Hércules (PMDB) apresentou a Indicação 59/2014. Por meio dela, solicita ao governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), a presença da Polícia Militar (PMES) durante 24 horas nessas instituições. 06 > FOLHA,

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“Eu não estou propondo redução pura e simples da maioridade. Somente em casos excepcionais, quando o adolescente cometa crime hediondo, o juiz da infância e da adolescência pode aplicar a lei penal”, Senador Aloysio Nunes, sobre a proposta de redução da maioridade penal


entrevista

marcos feliciano – deputado federal (PSC) O senhor não acha que os homossexuais sofrem perseguição? Quando homossexuais são feridos, mortos ou quando sofrem qualquer tipo de preconceito, aí é uma questão de direitos humanos. Mas também me preocupo, por exemplo, com os brasileiros presos no exterior por estarem ilegais. Ninguém pergunta pelos direitos deles.

Pastor da Assembléia de Deus, Feliciano não é um homem de meias palavras. Mesmo após deixar a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputado, ainda carrega o peso de ter se levantado em opinião contrária em temas polêmicos. Provocou confusão ao afirmar que os africanos carregam uma maldição desde os tempos de Noé. Também ganhou a pecha de homofóbico ao apresentar um projeto para tentar derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a união entre pessoas do mesmo sexo. Confira a entrevista: O senhor disse viver um “tempo de caça às bruxas” sobre questões homossexuais. Acha que o Congresso representa todos os setores da sociedade brasileira? Não temos democracia aqui. A democracia só funciona para uma parte desse grupo que se diz minoria. Minoria, entretanto, é quem não tem vez, não tem voz, não tem acesso a trabalho, não consegue estudar. Onde o grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) se encaixa nisso? Eles se escondem atrás de um rótulo de minoria, não para buscar direitos, mas privilégios. O senhor já foi acusado de racismo. Houve uma polêmica com a cantora Preta Gil, que não fui eu que comecei [o deputado Jair Bolsonaro disse ao programa humorístico CQC que seus filhos não namorariam negros porque não haviam sido criados em um “ambiente de promiscuidade”]. Um ativista do movimento negro me provocou e perguntou o que eu achava. Disse que repousava sobre o continente africano, até na África do Sul, com

A comissão discutiu exatamente como garantir melhores condições para setores considerados excluídos

população branca, uma maldição patriarcal. Mas repare no meu cabelo. Somos todos descendentes de negros.

Mas o senhor fala em medo da causa gay? Nosso medo é só esse: união homossexual não é normal. O reto não foi feito para ser penetrado. Não haveria condição de dar sequência à nossa raça. Agora, o que se faz dentro de quatro paredes não me diz respeito.

Não acha que suas posições religiosas comprometeram suas funções na Comissão de Direitos Humanos? A comissão discutiu exatamente como garantir melhores condições para setores considerados excluídos. Existe um protecionismo exacerbado com o movimento LGBT. O medo deles era que eu começasse a revirar a caixa de Pandora e ver onde as verbas foram investidas, se houve direcionamento.

Por que o senhor apresentou um projeto para sustar a decisão do STF favorável à união civil de homossexuais? O casamento gay fere os direitos da Igreja. Apresentei uma proposta de plebiscito sobre a união civil. Pergunte se o grupo de direitos dos gays aceitou. Por que não posso defender o meu plebiscito? Falo por parábolas: certa vez havia animais correndo de um fogo na floresta e um beija-flor trazia uma gota d’água no bico e ia tentar apagar o fogo. Faço a minha parte. Nosso país é conservador. 25 de Março de 2014 FOLHA

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artigo Pedro Valls Feu Rosa

Rabo abanando o cachorro

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osé foi assaltado. Levaram o carro dele. Ao chegar em casa de táxi, ele imediatamente assumiu a culpa pelo roubo: “eu dei bobeira, não deveria ter parado naquele semáforo”. Maria foi estuprada, e quase morreu. Ao prestar depoimento, ela deixou bem clara sua responsabilidade pelo episódio: “eu vacilei, não deveria ter ido comprar pão sozinha”. Um ladrão arrancou o telefone celular das mãos de João enquanto ele atendia uma ligação. Ele – o João, e não o ladrão – assumiu total culpa pelo crime: “eu não sei onde estava com a cabeça quando fui atender uma ligação no meio da rua”. Maria foi morta durante um assalto. Ela gritou e acabou levando um tiro. Por ocasião de seu enterro, Maria foi condenada por todos os presentes: “que estupidez dela ter gritado, todo mundo sabe que durante um assalto o melhor é ficar em silêncio”. Mário, um dedicado Policial Militar, foi morto a tiros por traficantes do morro no qual morava. Seus familiares, entrevistados por um jornalista, o recriminaram duramente: “ele sempre foi cabeça-dura, nunca quis esconder a farda quando voltava para casa”. No mesmo morro Paulo, um líder comunitário, foi esfaqueado até a morte pelos mesmos traficantes. Seus amigos o criticaram ferozmente: “que falta de juízo, procurar a Polícia para denunciar que o crime estava dominando o morro”. Marcos teve sua loja assaltada, e quase levou um tiro. Seus empregados reclamaram dele: “que estupidez, deixar aquele monte de mercadoria exposta na vitrina”. Marcos passou a deixar tudo trancado em um cofre. Mas a loja foi assaltada de novo, e um de seus funcionários, após quase levar um tiro por ter demorado a abrir o cofre, 08 > FOLHA,

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agrediu-o violentamente: “seu miserável, fica trancando tudo, mais preocupado com as mercadorias do que com a gente, e quase levamos um tiro por sua causa”. Carlos estava jantando com sua namorada em um movimentado restaurante quando uma quadrilha armada saqueou todos os clientes. Seu futuro sogro não gostou: “este rapaz é um irresponsável, ele sabe muito bem que não estamos em época de ficar bestando por aí, jantando fora, e acabou passando por um assalto e traumatizando minha filha”. Joel entrou em um subúrbio com o caminhão da empresa para entregar pacotes de biscoito nos bares de lá. Após ter tido os produtos e o caminhão roubados, e quase ter sido morto, foi despedido por seu chefe: “que sujeito burro, ir com o caminhão lá naquele bairro sem pedir licença para o líder do tráfico local”. Patrícia viajou a negócios. Desembarcou no aeroporto com seu “notebook” e tomou um táxi. Não conseguiu andar dois quarteirões – foi assaltada em um semáforo. Na empresa, foi imediatamente repreendida: “você não poderia ter desembarcado sem antes esconder o “notebook”, deste jeito você pediu para ser assaltada”. E é assim, de exemplo em exemplo, todos já parte do nosso cotidiano, que vamos chegando a uma verdadeira “rotina do absurdo”. Aqui no Brasil é tão normal um cidadão ter medo de andar pelas ruas, é tão comum um policial ter que esconder sua profissão para não morrer, é tão usual pessoas terem que pedir permissão a traficantes para subir em morros e é tão rotineiro abrir-se mão da cidadania mais básica que já não causa surpresa as vítimas estarem se transformando em culpadas pelos crimes. Diante desta tenebrosa realidade, patrocinada pela fraqueza e falta de firmeza das nossas instituições, talvez já não nos cause surpresa ver um rabo abanando um cachorro... *O autor é presidente do Tribunal de Justiça do ES


artigo

Ricardo Ferraço Afronta ao Parlamento e à Constituição

I

ndependência e harmonia. Essa é a relação básica entre os três poderes da República, consagrada por Montesquieu em O Espírito das Leis e reafirmada como princípio fundamental da República Federativa do Brasil no segundo artigo da Constituição. O equilíbrio entre intervenção e autonomia é garantido pelo sistema de freios e contrapesos, de forma a evitar possíveis abusos ou autoritarismo por parte de qualquer um dos três poderes. A teoria política dá razões de sobra para frear, na prática, o abuso cometido pelo Tribunal Superior Eleitoral ao editar a resolução 23.396/2013, no final do ano passado. A resolução, que retira do Ministério Público e da Polícia Federal a possibilidade de requerer, sem autorização da Justiça Eleitoral, a instauração de inquérito para apuração de crimes eleitorais, é flagrantemente ilegal e inconstitucional. Ultrapassa, em muito, as atribuições normativas do tribunal. Qual é a justificativa para, justo agora, às vésperas das eleições, alterar resoluções anteriores e limitar os poderes de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público em matéria eleitoral? Mais que isso: como podem os ministros do TSE se julgar no direito de limitar os poderes da Polícia Federal e do Ministério Público, a despeito da Constituição e do Congresso Nacional? Uma resolução vale mais do que a

Isso inclui, evidentemente, questões eleitorais

lei? Mais do que a Constituição? Não cabe ao TSE, nessa matéria ou em qualquer outra, substituir o Parlamento. Vale ressaltar que, ao rejeitar a PEC 37, meses atrás, o Congresso já havia deixado bastante claro que o Ministério Público tem a função institucional de investigar irregularidades qualquer que seja a área de investigação. Isso inclui, evidentemente, questões eleitorais. Além de ser uma afronta à competência legislativa do Parlamento e à Constituição, a resolução 23.396/2013 representa um retrocesso democrático sem tamanho. Um retrocesso que o Congresso por certo haverá de evitar, aprovando projeto de decreto legislativo por mim apresentado para suspender a resolução do TSE. As eleições são o instrumento mais importante da democracia brasileira. Por isso mesmo, a fiscalização do processo eleitoral deve ser feita da maneira mais independente possível. Nunca é demais lembrar que o Ministério Público atua justamente como fiscal da aplicação da lei e precisa de liberdade para poder agir. Como legítimos representantes do povo brasileiro, deputados e senadores não podem se curvar a decisões arbitrárias de outros Poderes. Montesquieu, com seu sistema de pesos e contrapesos do século XVIII, continua mais atual do que nunca. *Ricardo Ferraço é senador pelo PMDB/ES e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. 25 de Março de 2014 FOLHA

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artigo Wilson Márcio Depes Cachoeiro, um ponto de interrogação?

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uem acompanha de perto – e faz uma comparação – entre Cachoeiro da década de 70 e de hoje – sabe quanto seria importante um Governador que pudesse olhar de perto e com compreensão técnica e histórica nosso município. Tenho lido declarações do prefeito Casteglione sobre o estágio que chegou nossas finanças e, sobretudo, a nossa participação no bolo tributário. É de estarrecer. Não é admissível, em hipótese alguma, que em condições normais a Prefeitura feche suas portas uma parte do dia com apenas um expediente. Passo ali pelo “Palácio da Cidade” e vejo a que ponto chegou a situação. Todas as portas e janelas fechadas na parte da tarde, enquanto os contribuintes trabalhando de sol a sol. Não quero aqui escrever uma crônica aprofundada. Pelo contrário. Estou transitando apenas na superficialidade dos fatos. Mas, mesmo assim, não posso fugir de uma lógica irrefutável: a candidatura do senador Ricardo Ferraço seria muito importante para nosso município. Independente de qualquer conjectura política, Ricardo, com atuação brilhante no Senado, há de ter uma visão mais profunda – e mesmo comparativa – dos problemas de Cachoeiro. Aliás, um município com uma economia bem sólida que se deixou abater por falta de um planejamento estratégico de médio e longo prazo. Não sei – porque não tenho acom10 > FOLHA,

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“O fato é que não podemos ficar esperando oscilantes “ajudas”

panhado de perto as injunções políticas - mas acredito que o cachoeirense teria que cerrar fileiras, como diria o professor Deusdedit Baptista, em torno de eventual candidatura de Ricardo ou, sei lá, outro candidato, não sei. O fato é que não podemos ficar esperando oscilantes “ajudas” financeiras dos poderes maiores. Há que se apresentar um projeto com caminhos definidos, sem improvisação. Os tempos já não permitem soluções sem respaldo técnico. O trânsito, por exemplo, alguém se contentará apenas com algumas mudanças ocasionais? Elas duraram apenas alguns meses, mas logo estaremos enfrentando o caos. Mas qual é o foro desse debate? Eu não sei. E você, leitor, sabe? Entendo, e falo isso como cachoeirense que já atuou na administração pública, que a candidatura de Ricardo deve ser defendida por nós, a não ser que o caro leitor, democraticamente, vislumbre uma alternativa melhor. O momento é propício para uma reflexão. As coisas acontecem e a espera é perda de tempo, pois não representa paciência, mas sim o irreversível passar do tempo. O tema, superficialmente tratado, exige que seja absorvido não só como um momento político precioso, mas, sobretudo, como a necessidade de traçar caminhos futuros para um município que vive sob a tutela de um ponto de interrogação.

*A autor é advogado


artigo Luiz Flávio Gomes Magistratura oprimida

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rimeiro foi o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que disse que os juízes são tendencialmente adeptos da impunidade (o que, evidentemente, não é verdade – daí a reação das associações de juízes). Em palestra proferida no curso Iniciação Funcional de Magistrados, o delegado Josélio Azevedo de Souza, do Serviço de Repressão a Desvios Públicos do Departamento da Polícia Federal (PF), pediu uma atuação “mais firme” da magistratura para diminuir a impunidade nos casos de corrupção no Brasil. Esses discursos políticos opressivos contra os juízes (a pena é um ato político, dizia Tobias Barreto) estão se tornando unanimidade no nosso país (mas toda unanidade é burra, dizia Nelson Rodrigues). Uma das mais nefastas consequências do populismo penal consiste na pressão que se faz contra a magistratura para que haja maior rigor penal, sob a crença mágica de que isso resolve o problema da criminalidade (veja nosso livro Populismo penal midiático, Gomes e Souza, Saraiva, 2013). Nada mais incorreto. Desde 1940 o legislador brasileiro tornou-se adepto do rigorismo penal (Luís W. Gazoto). A criminalidade, até hoje, com essa equivocada política criminal, só aumentou. A política puramente repressiva é enganosa. Aliás, é um engodo do regime democrático. Há um grande equívoco discursivo sobre o papel do juiz no Estado Democrático de Direito. Quem conta com o poder punitivo (quem o exerce verdadeiramente) são os órgãos do executivo (polícia, sobretudo). O discurso jurídico-formal (nos livros e nas academias) afirma algo

“A impunidade é inerente ao poder punitivo.”

irreal. Ele diz: “Os legisladores manipulam o poder punitivo (em razão doprincípio da legalidade penal), os juízes aplicam a lei penal e os policiais fazem o que os juízes ordenam” (Zaffaroni, 2012, p. 433). Nada mais enganoso. A dinâmica do real poder punitivo é exatamente o contrário, ou seja, os legisladores procuram demarcar o poder punitivo sem ter a mínima ideia sobre quem ele irá recair (e quando), porque é a polícia que faz a seleção criminalizadora. Quem exerce efetivamente o poder punitivo é a polícia (primordialmente). Quem escolhe a clientela (pobre ou rica) da Justiça criminal é a polícia. O juiz, que não tem o poder de seleção dos casos, fica sempre subordinado ao que lhe é posto sobre a mesa. Julga pouquíssimos casos criminais, porque são pouquíssimos os casos investigados (com sucesso) e denunciados (algo que não passa de 3 ou 4% de todos os crimes cometidos). A impunidade é inerente ao poder punitivo. Não existe poder punitivo no mundo que alcance 100% dos casos. O tolerância zero é uma utopia reacionária (Ferrajoli) que faz parte do engodo do populismo penal. O poder punitivo só consegue alcançar (seja rico ou pobre o criminoso, mas sempre maior é a última categoria) alguns casos esparsos. São amostras. O criminoso já conta antecipadamente com essa impunidade generalizada. Falta no nosso país uma política de prevenção, que é a única solução correta para o problema da criminalidade. *O autor é Jurista 25 de Março de 2014 FOLHA

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Moda & Consultoria por Cláudia Manhães

dicas preciosas para atualizar o jeans

O jeans nunca perde o posto de maior curinga do guarda-roupa. Nesta temporada, ele surge em peças e looks despojados, mas também assume ares formais e até glamourosos. Use e abuse - sempre!

Os melhores momentos das semanas de moda internacionais

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Nova York, Londres, Milão e, enfim, Paris! Nessa quarta-feira (05) encerrou-se a temporada internacional de inverno 2015. Para você que estava mais preocupada com a fantasia de Carnaval, nós elegemos os melhores momentos dentro e fora das passarelas.


Semanas de moda Bolsas de grife estão de fato bem cotadas no mercado das capitais mais fashion do mundo. Para sonhar. E também para avaliar se os rendimentos (em looks do dia, claro!) serão ainda maiores que o investimento inicial.

Lindsey Wixson

Apartamentos compactos e charmosos

Se você gosta de ler sobre decoração ou está procurando um lugar para morar em São Paulo, provavelmente já ficou sabendo dos novos modelos de apartamentos disponíveis por aí: os chamados estúdios, com um dormitório só e cômodos bem reduzidos. Mesmo com valores nada convidativos, a venda desses apês se multiplicou nos últimos anos, trazendo à tona a realidade: os imóveis compactos são um caminho sem volta. Cada vez mais o “m²” vai se transformar em artigo de luxo — algo para poucos. E o pior é que o preço dos apartamentos parece subir na mesma velocidade com que a metragem diminui, criando uma balança beeem desregulada. 25 de Março de 2014 FOLHA

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Garota FOLHA DA SEMANA

Franciele Ravani

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saúde

vacina contra vírus HPV para os jovens

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ma campanha de vacinação, que começou na segunda-feira, quer prevenir um tipo de câncer muito perigoso para as mulheres: o câncer de colo de útero. As pré-adolescentes são o alvo da campanha. Para eles, namoro ainda é coisa de ouvir falar. E tem cada história! Meninas, de 11 a 13 anos, é o foco da campanha nacional de vacinação contra o vírus HPV, que provoca alguns tipos de câncer, entre eles o de colo de útero. Mas porque vacinar garotas tão novas? “Elas têm uma resposta em termos de produção de anticorpos melhor, mais alta, do que numa faixa etária um pouco mais pra frente”, diz Rosana Richtmann, representante da Soc. Bras. de Infectologia. O câncer de colo de útero é o quarto que mais mata as brasileiras. A campanha que começou na última segunda-feira e vem com uma mensagem muito clara. Para proteger mesmo as nossas meninas, as nossas pré-adolescentes é preciso tomar sim as três doses da vacina. A primeira agora, a segunda daqui a seis meses. E a terceira em 5 anos. A meta do Ministério da Saúde é ousada: vacinar 80% do público-alvo. Ou seja mais de cinco milhões de meninas. Para isso a campanha de vacinação não vai ficar restrita aos postos de saúde. E deve chegar também às escolas públicas. Claro, com muita conversa. “Os pais podem ficar absolutamente tranquilos que falar sobre sexualidade não

incentiva. Da mesma forma que quando você fala sobre violência, você não incentiva a violência. Você previne. Então falar sobre a sexualidade é prevenção a situações de risco com a sexualidade”, afirma Albertina Duarte Takiuti, coord. Prog. de Saú-

de do Adolescente. E tem que conversar mesmo porque eles querem saber. “Se, por exemplo, eu não aprender agora, eu aprender depois, eu posso pegar doenças antes de eu saber isso há muito tempo”, comenta Kaylane da Silva Paixão, de 11 anos.

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especial

A verdade: Estudos da Agersa apresentam tarifa a maior

Os usuários estão sendo prejudicados com a omissão da r Prefeitura em omiti tarifa de reajuste.

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om o objetivo de protelar o reajuste da tarifa de transporte urbano de Cachoeiro de Itapemirim-ES, a Agersa esconde o resultado de estudo realizado pela empresa COOPPTEC. A tarifa deveria ser de R$ 2,51 (dois reais e cinqüenta e um centavos) conforme os estudos técnicos apresentados por esta empresa que em três anos seguidos foi indicada 24 > FOLHA,

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como parâmetro para estabelecer preços e auditar planilhas. Contudo, em flagrante retaliação a empresa Flecha Branca, o prefeito Carlos Casteglione e sua equipe não respondem aos anseios de direito da empresa. O objetivo deduz-se seja de asfixiar as finanças da viação. Este drama que afeta diretamente o usuário teve inicio quando o prefeito foi à televisão para prometer o fim do monopólio no período

eleitoral. Mesmo contratando a empresa COOPPTEC sem licitação no mês de fevereiro deste ano, o prefeito havia emitido um oficio em outubro de 2013 determinando o presidente da Agersa tomar providencias para por fim ao contrato que só vence em março de 2015. O presidente afastado da Agersa, Luiz Carlos Oliveira, por atos de corrupção, a mando, promoveu audiências públicas em uma farra com o


especial dinheiro público para respaldar a decisão do prefeito, sem transparência. Nos encontros, que podem ser considerados propaganda eleitoral antecipada, não se mostrava e omitia-se de revelar o conteúdo do contrato que só vence em março de 2015. Daqui há um ano. A farsa Pelo Diário Oficial do dia 12 de fevereiro de 2014, depois do ofício do prefeito pedindo o rompimento com as empresas de transporte urbano, o engodo é notório.

Um extrato de inexigibilidade de licitação da Agersa contratou a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos – COOPPTEC – para elaborar estudos de atualização de tarifa média calculada para linhas urbanas e distritais do transporte de Cachoeiro de Itapemirim, pela “bagatela” de R$ 59.625,00 (cinqüenta e nove mil, seiscentos e vinte e cinco reais). Na quinta-feira (21), a empresa contrata apresentou o resultado de R$ 2,51 (dois reais e cinquenta e um centavos), maior do que a Viação

Flecha Branca está pleiteando. Os números estão gerando confusão dentro da autarquia. A farsa continua, porque o juiz Robson Louzada, a quem recorreu à empresa, solicitou um perito para a mesma finalidade, estudos da planilha para encontrar o valor ideal da tarifa, enquanto a Prefeitura já tem esse resultado. A Agersa conta com a morosidade da justiça, visando o processo de retaliação e de criar dificuldade à empresa. A prefeitura sempre utilizou da mesma fórmula de contratação em todos os anos para

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especial fixar a tarifa. Só que desta vez procrastinou e não mais atendeu as solicitações da empresa, pelos motivos narrados de origem. O juiz Robson Louzada, involuntariamente, passou a figurar como personagem desta farsa por não conhecer os estudos técnicos já prontos. Se em outubro de 2013 e na campanha eleitoral de 2012 o prefeito se manifestou de modo autoritário o fim da concessão, porque contratar em fevereiro deste ano por cerca de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) uma empresa sem licitação para apresentar estudos de quanto seria o valor da tarifa das empresas operadoras do transporte coletivo municipal? Depois das denúncias da FOLHA, imediatamente a empresa sofreu abordagens próprias de uma “gangue mafiosa”. Contudo, a empresa decidiu reagir, principalmente, buscando na justiça seus direitos usurpados por conta de política eleitoreira. Nossa Opinião A FOLHA defende a legitimidade de uma discussão ampla e transparente, até com pesquisa cientifica, sobre a necessidade do rompimento da concessão ou sua continuidade. Mas, completamente contra audiências fraudulentas com objetivos de tomar de assalto as linhas urbanas em beneficio de outra empresa ligada ao governo. A Agersa está praticando atos criminosos para implantar a filosofia de um governo muito mais mal avaliado do que qualquer outro segmento da atividade empresarial, ressaltando os incontáveis escândalos de corrupção. O usuário está acima das questões políticas e do submundo dessa proposital crise entre a prefeitura e a empresa. 26 > FOLHA,

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artigo

Jackson Rangel jacksonrangelvieira@folhadoes.com

Faltou conhecimento a Joaquim Barbosa O presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ) e do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, tem a admiração da maioria dos brasileiros pelos relevantes serviços prestados à nação no caso mais conhecido como Mensalão, em que atuou com vigor e saber jurídico. Mas, ao denunciar o jornalista Ricardo Noblat por injúria, difamação e preconceito racial, demonstrou desconhecimento da técnica jornalística. Barbosa denunciou ao Ministério Público Federal uma análise do jornalista na sua liberdade de informar como o bastidor político, na era Lula, tratou sua indicação. Noblat não expressou o conteúdo histórico como seu pensamento. A Imprensa tratou de fato daquela forma: “Lula indica primeiro negro para a maior Corte” . E as manchetes se sucederam nesses termos, sem entrar no mérito do conhecimento jurídico. Fato. Saber jurídico muitos têm pelo País afora. Agora, o primeiro negro para o STF tem mais peso técnico jornalístico. O inédito é notícia. O comum não é notícia. Simples assim! Noblat nunca negaria sua própria origem de miscigenação negra. Este jornalista - só o conheço de ler - não tem nenhum histórico de preconceito de qualquer segmento humano, muito menos racial. Creio no ímpeto errôneo do ministro, assim como o fez quando chamou publicamente um jornalista de “palhaço”, pedindo desculpas em seguida pela sua assessoria pela injúria, calúnia e difamação. O caso de Noblat nem se aproxima disso. Nós jornalistas já sofremos com os juízes que acatam liminares cautelares de corruptos de colarinho branco, em censura velada com prestação de serviços contra o direito da população de ser informada. Eu poderia citar neste arrazoado dezenas de manchetes da grande mídia imprensa, falada, televisada e “internetizada” colocando Joaquim Barbosa na definição relatada por Noblat, enfatizando a cor, sem vício de xenofobia ou algo que o valha. Seria como, hipote30 > FOLHA,

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ticamente, o mundo anunciar: “Eleito o primeiro Papa negro”, como foi sobressaltado o “Primeiro Presidente negro dos EUA, Barack Obama”, cuja origem de nascimento fora até questionada. Ninguém se sente ofendido pelo pioneirismo, nem o ministro na época da indicação quando elevado em primeiro degrau a cor, pelo ineditismo. Sobre conhecimentos jurídicos, óbvio, o jornalista não desmereceu e nem desqualificou. Apenas, trouxe à história do critério da escolha por Lula e seus asseclas da intenção de que o jurista fosse negro. O ministro faltou, digo eu, com a exegese, neste caso por desconhecer a técnica jornalística, hoje menos factual e mais analítica com o advento da era digital em tempo real. Noblat, com certeza, não deve ter Barbosa como seu leitor assíduo. Os elogios ao ministro nos textos anteriores são em grande escala, sem censura, até com adjetivação acima da média. Ministro, Noblat nunca atacou sua honra pela cor e pela força menor de conhecimento jurídico. Se fosse criticá-lo, por ser figura pública, faria-o com propriedade, talvez, dentro do contexto democrático de afirma ser Vossa Excelência uma personagem emblemática em provocação ao sistema, chegando em momentos épicos atacar seus colegas, alguns, de praticarem ‘chicana”. Todos agentes públicos são criticáveis. Nenhuma autoridade está acima do cidadão no direito e no dever. Se bem, no Brasil, alguns são mais iguais do que outros. Não tenho procuração para defender Ricardo Noblat e nem se trata de corporativismo. Tão somente a observação de outro jornalista sobre um texto, perfeitamente, legítimo. Contudo, se o ministro foi levado pela assessoria a denunciá-lo, sem levar em conta a racionabilidade de aplicar a hermenêutica no texto jornalístico simplório até no contexto criminalizado, fica o demérito no currículo de Vossa Excelência de não conviver bem com realidades opostas, advindas não do jornalista, mas de seus desafetos declarados e da intenção politizada do Lula na indicação. E aqui para nós: Executivo indicar ministros de Poderes diferentes é o fim da picada! Montesquieu deve remover do túmulo com essa farra no Brasil em todo estado federativo. Antes de encerrar: sou de origem negra. *Jackson Rangel Vieira é jornalista e advogado


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Notas por Marcos Tristão

heci

Litoral

Moradores do litoral e veranistas elogiando o atendimento prestado pelo Hospital Santa Helena, hoje administrado pelo HECI. Ponto positivo para o reprovado sistema de saúde capixaba. suplente

Câmara

Leitores ligando para a coluna dizendo que o suplente de vereador Elias de Souza, o Elias do PT não tem condições de falar em moralidade pública ao votar pela cassação de Terere, pois está condenado pelo STF. iate

Marataízes

O antigo Iate Club em Marataízes hoje em ruinas poderá servir de espaço para abrigar uma escola técnica. A Secretaria Estadual da Educação precisa ir de encontro ao anseio da população de Piúma a Kennedy

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Na noite de quarta-feira (12), o Deputado Estadual Hércules Silveira (PMDB) foi homenageado pelo Conselho Regional de Farmácia com a medalha do Mérito Farmacêutico Gastão Roubach. A solenidade aconteceu no Itamaraty Hall, em Vitória.

registro O publicitário Vanderson Liberatore durante a edição 2014 da Vitória Stone Fair.


DER

Obras

O DER está devendo uma explicação sobre o andamento das obras de duplicação da estrada BNH\Coutinho pelo monumental desmonte de terra e agressão ambiental. Qual será o custo final da faraônica construção. salgada

Apresentação

A orquestra que se apresentou no último dia 20 no Mercado Municipal recebeu nada mais nada menos que R$ 28.000,00. O palhaço Beleza recebeu R$ 4.000,00 para se apresentar. E o prefeito tem coragem de dizer que a prefeitura está sem recurso. No mínimo uma contradição!

Destaque

Arthur Wernersbach (C), secretário de comunicação de Anchieta, recebeu amigos e familiares para comemorar nova idade. Na foto, com o senador Ricardo Ferraço (PMDB) e Hedjaz Giurzatto.

avião

Camilo Cola

O Deputado Federal Camilo Cola dizer que não há sucessor para o mandato não caiu bem. Utilizar do artificio que possui um avião particular para ir a Brasília e que isso facilita, foi uma péssima estratégia de marketing do Alberto Moreira e Alexandre Gasparini.

O lindo sorriso do pequeno Pedro Henrique.

luciano cortez

PSB

O presidente do PSB de Cachoeiro Luciano Cortez está perdendo os poucos cabelos que ainda tem na cabeça com o vereador Rodrigo Enfermeiro (PSB). É que o parlamentar está andando na contramão do partido na cidade e se abrigou debaixo da asa do prefeito para obter as regalias palacianas. Enquanto isso, o outro vereador, Alexandre Bastos, vai sobrevivendo com as migalhas que cai da mesa.

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rubens moreira

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cidade

novo presidente da cooperativa selita

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m uma eleição disputada, o atual diretor do Sicoob Sul, Rubens Moreira, foi eleito pela maioria dos votos para ser o novo gestor da maior Cooperativa de Laticinios do Espirito Santo, a Selita. Rubens Moreira obteve 419 votos contra 409 do segundo colocado Henri-

que Pacine que representava a sucessão do atual presidente Zito. Rubens Moreira assume a cooperativa a partir do dia 1 de abril e tem pela frente inúmeros desafios para manter o crescimento da cooperativa e apresentar resultado aos cooperados. Sem dúvidas, a experiência do novo presidente eleito diante do sistema cooperati-

vo foi fundamental para conquistar a confiança dos cooperados da Selita. Rubens Moreira possui perfil executivo, que adquiriu desde a época em que era gerente do Banco do Brasil. Conhece o setor dará uma grande contribuição à Selita como vem acontecendo com o Sicoob Sul, quando apresentou um resultado expressivo de lucratividade aos cooperados.

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cidade

Negligencia mata mais um no Paulo Pereira

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aria Aparecida Gomes, de 46 anosUma Mulher procurou socorro no PA Paulo Pereira Gomes na noite de quinta-feira (20), em Cachoeiro de Itapemirim (ES), por volta das 23 horas, segundo sua filha, ao chegar no pronto atendimento ela explicou que a mãe estava sentindo fortes dores no peito. Maria Aparecida Gomes, de 46 anos, sentiu fortes dores no peito e por já ter um histórico de problemas cardíacos, logo procurou socorro. Segundo a filha, a cabelereira Maria Aparecida já havia infartado outras vezes e avisou durante o atendimento que era cardíaca e chegou a mostrar o laudo médico que indica complicações, mas, com tudo isso ela ainda foi mandada embora de volta para casa. “Ela estava sentindo fortes dores, levei ela no Paulo Pereira, ela foi medicada com um remédio de dor, fomos para casa e disse vamos aguardar o remédio fazer efeito’ a mãe respondeu “não vai, eu estou sentindo muita dor e não passa a, me leva no médico”. relata a filha. Logo após, Maria Aparecida, foi levada as pressas para o Hospital Evangélico de Cachoeiro (ES), mas, foi tarde de mais. Ela já havia infartado, e o coração parado. Filha de Maria Aparecida Gomes”Eu acho que se eles tivessem dado um pouco mais de atenção para a minha mãe, ela estaria aqui agora” Segundo informações da secretaria de Cachoeiro (ES) , eles investigam o caso. 36 > FOLHA,

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a: A filha de Aparecides el “Eu acho que se tivessem dado um ção pouco mais de atena para minha mãe, el ainda estaria aqui”

Maria Aparecida Gomes possuia mas histórico de proble cardiovasculares


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folha de ocorrência

Acidente com vitima fatal

Um acidente aconteceu na tarde da última quinta-feira (6), na localidade de independência, no quilômetro 417, ás margens do BR101. Três pessoas foram atingidas por um caminhão e socorridas em estado grave para Santa Casa de Cachoeiro-ES. Duas pessoas não tiveram a mesma sorte, foram atropeladas e morreram no local.

PM prende traficantes O Grupo de Apoio Operacional (GAO) prendeu na madrugada de domingo (2), Elielson da Silva Matias, 25 anos, Leonardo Lopes Ferreira, 20, conhecido como ‘Japinha’, na rua Aguilar Ferreira de Athaide, no bairro Monte Belo, em Cachoeiro-ES. Na ação foram apreendidos drogas e dinheiro proveniente do tráfico.

Preso em Vargem Alta A equipe de militares do Grupo de Apoio Operacional (GAO) de Vargem Alta-ES prenderammais um envolvido com o tráfico de drogas na localidade de Jaciguá, distrito de Vargem Alta-ES. A prisão de Fabricio Costa de Almeida, 19 anos, ocorreu no final de semana do carnaval. 38 > FOLHA,

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“Racha” termina em morte Um homem morador de Rio Novo morreu em acidente na tarde de quinta-feira (6), na ES488 (próximo ao Posto Dantas) em Cachoeiro-ES. A vítima colidiu de frente com um caminhão que trafegava sentido Posto Dantas.

Serrador é esmagado

O cortador de pedras Wagner Rubi, 42, morreu na manhã de hoje (6), após ser atingido por chapas de granito, na localidade de Santa Luzia em Conceição do Castelo-ES. Segundo informações, o trabalhador estava sozinho quando ocorreu o acidente.



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