REVISTA GERAÇÃO BOOKAHOLIC SEGUNDA EDIÇÃO

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CONTEÚDO 06

LEITOR DIGITAL

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ESTANTES

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CONTRACAPA PÁGINAS AO VENTO

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LETRAS FANTÁSTICAS

19

REDESCOBRINDO O BRASIL

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LOUCOS POR QUOTES Fernanda França

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PRAÇA DO SEBO &

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ABRIL PRO LIVRO LETRAS IMORTAIS Victor Hugo

30

RESENHAS

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MANUSCRITOS

36

CAPÍTULO BÔNUS

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UM DIA EM UMA EDITORA

40 42

CLASSIC BOOKS INSPIRAÇÃO LITERÁRIA

42

ÚLTIMA PRATELEIRA

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MÍDIAS SOCIAIS A FAVOR DA LITERATURA

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LIVROS DE CABECEIRA

CARTA DO EDITOR Viagem de Leitor Começo, meio e fim. Um ciclo que se refaz. O final de um livro pode ser a conclusão de toda a história e, ao mesmo tempo, o início de outra. Quando o leitor chega ao fim de uma história, pode se sentir satisfeito com o desfecho e, ao mesmo tempo, triste, melancólico: acabou. Essas sensações dualistas é que deixam os finais mais emocionantes, e quanto mais nos sentimos deprimidos, como leitores, ao concluir uma história, parece que melhor foi o livro, mais entregues nos colocamos à leitura, à mercê do autor, e assim, ao final de tudo, nos sentimos tristes pois não mais acompanharemos a história daqueles personagens com quem nos identificamos e por quem nos apaixonamos. Sofremos junto. Amamos junto. Sorrimos, nos intrigamos, desconfiamos, concluímos, descobrimos, nos deslumbramos. Assim é a vida do leitor quando se entrega à leitura, e quando o livro o cativa.

Ler é viajar, e concluir um livro ou uma história é aterrissar lentamente, como uma pluma ao sabor do vento, devagar e suave. Passamos ainda um tempo para nos tornarmos hábeis a ler outra história, pois ainda digerimos a última. A conclusão de um ciclo para iniciar outro. Agora, mais um ciclo se inicia, a segunda edição de Geração Bookaholic. Aproveite, tenha uma boa leitura. Este é mais um ciclo que se inicia, com novas resenhas, novas matérias, entrevistas. Viaje nas asas dos anjos de Eduardo Spohr, nas belezas das paisagens diversas dos vários autores entrevistados e das várias matérias preparadas com carinho pela equipe Bookaholic para você.

O Apócrifo dos Nefilins

Ana Macedo

48

COLEÇÕES

50

BAÚ LITERÁRIO

52

DICAS DA ESCRITORA 10 Dicas para uma boa história

54

ESTANTE NERD

54

SALÃO COSPLAY

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LEITURA EM SÉRIE Deixados Para Trás

60

LITERAVÍDEO Perfume – Estimulando os Cinco Sentidos

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ESTRADA ESCRITA

GERAÇÃO BOOKAHOLIC Edição #2

Abril/2015

EDITOR Débora Falcão

Ano 01

COLABORADORES Débora Falcão, Suelane Passavante, Helena Souza, Rebeca Cavalcanti Roberta Costa, Maria Lygia, Márcia Lopes, Giuliana Sperandio Renata Vasconcelos, Claudia Marini Leonardi Juliana Cury, Vanessa Vieira, Pablo Madeira

DIRETORIA ADMINISTRATIVA Débora Falcão REDATOR-CHEFE (Redação) Débora Falcão... redacaobookaholic@gmail.com

DIAGRAMAÇÃO E ARTE Débora Falcão

ERRATA Na edição #1, na seção Estantes, na entrevista com a autora Simone O. Marques, na legenda da primeira foto onde se lê “Editora Tribo das Letras” leia-se “Editora Alfabeto”. Na seção Resenhas, na resenha do livro “Objetos Cortantes”, a autora da resenha é Márcia Lopes; a autora da resenha Eleanor & Park é Rebeca Cavalcanti.

Danielle Steel

66

PLATAFORMAS DE PUBLICAÇÃO ONLINE

68

BOOKAHOLIKIDS

70

HORA DA POESIA

72

HORA DO CONTO

74

PERFIL Eduardo Spohr

FOTOS/CAPA Autor: Divulgação / Grupo Editorial Record / Débora Falcão PUBLICIDADE Para divulgar sua marca, editora, seus livros etc., entre em contato com o Departamento Comercial: comercialbookaholic@gmail.com GERAÇÃO BOOKAHOLIC é uma publicação independente de Débora Falcão, escritora e viciada em livros. Email: redacaobookaholic@gmail.com Blog: www.geracaobookaholic.blogspot.com ISSN Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos editores. Todos os artigos aqui publicados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista.

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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária



ew

LEITORES DIGITAIS e LIVROS FÍSICOS

substituirão o livro físico.

Quem ganha essa disputa?

LEITOR DIGITAL

Por Cláudia Marini Leonardi Confesso que fui muito resistente e demorei para me render aos livros digitais. Só o fiz porque ano passado ganhei um Kobo (leitor de livros digitais) de presente do maridão. E não é que gostei? Gostei muito, inclusive! Em primeiro lugar porque ele é muito, muito prático. Posso carregar muitos livros dentro de um aparelhinho pequenino. Depois porque sempre tenho vários livros para escolher. Eles não pesam, e ainda apresentam estatísticas de leitura. Posso ler com conforto no sol, e à noite sem incomodar o sono do marido, porque a luz dele é ótima. A leitura é bem confortável. Bacana mesmo. Aprovado! Particularmente, uso meu leitor mais na rua, no trabalho, em viagens, na espera do médico, do dentista. Aqui no Brasil, temos três marcas de leitores de livros digitais, como vimos na edição anterior da Geração Bookaholic: Kindle (comercializado pela Amazon), Kobo (comercializado pela Livraria Cultura) e Lev (comercializado pela Livraria Saraiva). Os três são simples de manusear e você carrega a bateria como celular (que costuma durar bastante). Pensando em apresentar nesta edição algo mais interativo para vocês, fiz uma pequena pesquisa sobre o tema com meus amigos e com leitores do meu blog. Os resultados me surpreenderam e divido aqui com vocês. 60 pessoas participaram, respondendo à pesquisa.

Cerca de 88% dos entrevistados são mulheres, mas os homens não ficam de fora da leitura. A maioria está na faixa de 30 a 39 anos, cerca de 40%, mas há uma massa de 30% entre os 20 e 29 anos. A maioria já completou o ensino superior, 25% está no Ensino Médio e 25% na pós graduação. Esse conjunto de leitores bastante eclético respondeu às nossas perguntas a respeito dos leitores digitais, e você confere o resultado agora!

LEITURA DIGITAL JÁ É MAIORIA A maioria dos entrevistados, cerca de 73% deles, costuma ler livros em leitores digitais. Apenas 10% não gosta ou não tem interesse nesse tipo de leitor. Cerca de 11% afirma que não lê, mas tem vontade de adquirir um aparelho de leitura digital.

Ainda assim, 40% prefere ler livros físicos. 50% diz que não tem problemas em ler livros tanto digitais quanto físicos. A preferência por livros digitais ainda é uma minoria, apenas 8,3% diz preferir ler livros dessa forma.

Além destes dados, apuramos que a média de leitura dos participantes é de 4 a 10 livros mensais. A maioria, cerca de 43%, utiliza o Kindle como leitor digital, seguida pela leitura através de celular (cerca de 33%) e pelo computador/notebook (cerca de 20%). Percebemos que os participantes aceitam bem a presença de livros digitais, mas estes não excluem os livros físicos. Acompanhe alguns comentários de leitores: “Acredito que as editoras vão precisar melhorar as edições para que se tornem mais atrativas e mais baratas ao mesmo tempo.” “Gosto de leitores digitais pela possibilidade de baixar textos em PDF, tanto livros quanto materiais de estudo, e, mesmo o Kindle, ainda não me habituei completamente.” “Creio que os ebooks nunca substituirão o prazer de ter um livro físico ao seu lado, de admirar a capa, sentir o cheirinho de livro novo.”

A maioria ainda lê mais livros físicos do que livros digitais, apesar de vivermos uma era digital, onde os produtos físicos estão sendo substituídos por suas versões digitais, como os CDs, por exemplo. Apenas 26% dos entrevistados lê livros apenas na forma digital.

Apesar de as tecnologias estarem avançando cada vez mais, os leitores são categóricos quanto ao futuro dos li-vros. 80% afirma que os leitores digitais não irão substituir os livros físicos, e que esse tipo de leitura seria apenas uma op-ção, não uma substituição futura, como aconteceu com a música, em que os arquivos mp3 em pequenos aparelhos e celulares, com grande memória em cartão SD, substituem inúmeros CDs, e é possível comportar milhares de músicas num único cartão. Os leitores acreditam que os livros físicos são insubstituíveis. Apenas 8,3% dos leitores acreditam que num futuro próximo os leitores digitais subs

“O leitor digital é mais prático para o dia a dia, para carregar de um lado a outro, mas para ler em casa prefiro os livros físicos.” “Adoraria que os livros no Brasil ficassem mais baratos, para aumentar o número de leitores.” “Amo meu leitor, a leitura é agradável, confortável, não amassa como um livro, posso levar cerca de 4000 livros sem carregar peso comigo. Mas, ainda assim, tenho minha estante de livros e tenho muito carinho por ela. Com menos frequência ainda compro livros. Acho que o importante é ler, não importa onde.” “Sinceramente, não há como saber se substituirão ou não. Acredito que estamos vivendo um momento único, em que apesar de tudo estar sendo substituído pelos digitais (música, cinema, TV, estudos etc), os leitores estão indo na contramão e preferindo, em sua maioria, livros físicos. Talvez isso seja uma moda e seja passageiro, talvez não. Talvez teremos algo único e a literatura sobreviva ao mundo digital. Só o tempo dirá.” “Eu acho que todos os livros são ótimos, tanto digitais quanto físicos.” “Amo os livros, tanto físicos como digitais, leio muito mais livros digitais pela praticidade e comodidade destes.” “Gosto de adquirir o físico quando são corporativos, que consultarei periodicamente.” “Mais livros, de valores que possamos comprar.” E você? O que acha deste tipo de leitura? ■

Esta seção vai trazer para você, em todas as edições da Geração Bookaholic, tudo sobre leitores digitais e livros digitais, e o que tiver de informações sobre o mundo digital para a leitura. Sugestões de matérias e reclamações, envie para redacaobookaholic@gmail.com

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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária



HUGO DALMON: RESPIRANDO LITERATURA Por Helena Souza Fluminense, nascido em Volta Redonda, Hugo Dalmon publicou o livro “Babilônia Encantada” no ano de 2012, e o livro “Quero me lembrar de você, Amy Winehouse” em 2014. Comanda o blog Espaaço Zeero desde 2008 e, por causa dele, recebeu o prêmio “Olho Vivo” na indicação de blog do ano nos anos 2013 e 2014. Hugo tirou um pouco do seu tempo para conversar com a Geração Bookaholic, e o resultado você confere a seguir. A pergunta básica: você tem formação acadêmica? Hugo Dalmon: Sim, sou formado em Letras. Atuante na área? Hugo: Basicamente, sim. Dei aula de Língua Portuguesa desde que me formei. Esse ano fui demitido – indevidamente, diga-se de passagem. Comecei a trabalhar, ainda sutilmente, com leitura crítica.

ESTANTES

E trabalhava com adolescentes? Hugo: Trabalhei, sim, dando aulas para adolescentes entre 12 e 17 anos.

08

Durante esse tempo, você procurou incentivar o gosto pela leitura e escrita em seus alunos? Ter um professor que é escritor deve animar muito! Hugo: Ah, sim! Fiz isso sim! Trabalhava leitura com eles da forma mais leve que eu encontrava. Tentei mostrar a cara da literatura contemporânea. E comentava muito com eles sobre a construção de trama e construção de personagens. Inclusive, há poucos dias, uma aluna me mandou uma mensagem dizendo que começou a escrever. Também sempre incentivava os que já escreviam e me levavam textos para eu analisar. Que bonito! Isso é recompensador! Qual foi a coisa mais gratificante que a carreira de escritor já te proporcionou? Hugo: As mensagens e comentários que recebi depois, de pessoas dizendo que riram ao ler um dos meus livros. Nada melhor que saber que cumpri um objetivo. Também, já recebi muitas mensagens sobre textos publicados em sites e revistas, de pessoas agradecendo por terem analisado melhor um tema e evoluído através de um texto meu. Nada é mais gratificante do que quando percebo que atingi de maneira positiva pelo menos a uma pessoa, com um trabalho que tenho feito.

Tudo isso começou com um blog, né? Como que você se sente ao lembrar do Hugo que começou com o Hugo que até mesmo ganhou em uma categoria do prêmio Olho Vivo? Hugo: Menina! Isso é a maior loucura! Quando penso que comecei com um blog só por diversão e de repente estive em frente a um teatro lotado agradecendo ao prêmio, percebo que amadureci muito. O Hugo de 2008 era um adolescente apaixonado, que vislumbrava o amor e as histórias que queria viver... O Hugo de agora é mais Ágape, mais preparado, embora ainda cheio de áreas para polir em sua pedra. O Hugo de agora sabe que a comédia é magia, entende que a linguagem transforma e tem um papel importante. Ou seja, deixei de aaa Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

vomitar palavras e passei a tecer palavras. Agora, pretendo aprimorar e estudar cada vez mais. Também, a cada livro que passa, mais o autor tem esse amadurecimento, mais ele aprende, não é mesmo? Seu romance, por exemplo, “Quero me lembrar de você, Amy Winehouse” teve uma boa recepção. Como você se sentiu ao ver essa resposta do público leitor? Hugo: Sim! A cada livro o autor está bem mais maduro. Consegue visualizar erros e usar técnicas com mais maturidade. Sem dúvidas. Eu fiquei extremamente surpreso com o “Quero me lembrar de você, Amy Winehouse”. Porque inicialmente ele era direcionado ao público adolescente, porém, leitores adultos rasgaram elogios e críticas positivas e

e disseram que é um livro para todas as idades. Então o meu sentimento foi de gratidão, por ter atingido mais pessoas do que eu pretendia. Você sente mais responsabilidade com essa repercussão? Como se nas próximas obras você tivesse que quebrar mais barreiras, superar algum aaa

desafio? Hugo: Na verdade, eu sempre encontro pontos em que preciso melhorar. Então, a única responsabilidade que sinto de fato com a repercussão é a de ser um ‘serviço’, tentar escrever algo que seja bom. Quais são seus projetos atuais? Hugo: Atualmente, estou trabalhando com um site focado em cultura Nerd direcionada para o público gay, o Gay Nerd Brasil. E comecei a contribuir para a Obvious. Além de sempre manter meu blog para expor textos mais pessoais, ou mesmo textos experimentais. Ainda, estou na produção de meu terceiro livro. Fase de pesquisa e construção de trama ainda. Talvez este mês eu volte com uma série de contos online que fiz a primeira parte ano passado: Armani, agora, é o novo preto. Pode falar sobre o novo livro? Hugo: Prefiro falar quando está mais palpável, mas posso dizer que ele foge dos estilos dos anteriores. Digo em relação ao enredo. Um universo bem distante de nossa realidade. ■


A COLINA ESCARLATE

ANA NUNES: UM TANTO DE COISAS! Por Juliana Cury

rante esse tempo aproveitei para organizar e escrever alguns textos. A ideia Baiana, natural de Simões Filho, era transformar diálogos e desejos em Ana Nunes é psicóloga, escritora, auto- crônicas, intituladas de receitas. ra do livro “Um Tanto de Coisas” (selo Castiçal, Editora Penalux), mãe e Você lançou o seu livro pelo selo de esposa. Atualmente mora em Belo Hori- Crônicas, da Penalux. Qual a sua zonte, de onde não pretende mais sair! maior dificuldade ou facilidade para Cacheada, não abre mão de seus ca- escrever uma crônica? chos nem para ir em casamentos. Ama cantar e finge que toca violão. Ama escrever e espera que seus leitores fiquem por perto sempre, “pro meu coração ficar aquecido e agradecido”, diz a autora em suas redes sociais. E é com ela que a Geração Bookaholic conversou. Conheça “Um Tanto de Coisas”!

com alguma experiência, publicaria totalmente independente. Como é a relação com os leitores? Ana: Eu amo estar perto das leitoras e leitores. Procuro responder a todos os mimos e comentários, retorno as mensagens, procuro dar toda atenção que merecem!

Ana: A maior dificuldade é começar. Escolher como abordar o assunto. O texto escorrega pelos dedos depois da primeira frase.

Primeiramente, você pode nos contar um pouco sobre você e seu livro? Ana Nunes: Eu fiquei um ano em casa, após o nascimento de minha filha, e dura

Quem foram suas maiores inspirações? Ana: Me inspirei muitas vezes em histórias de amigos, experiências próVocê começou a escrever com al- prias, histórias que ouvi de várias pessoas e até em possibilidades, os gum outro gênero literário? Qual? Ana: Sim! Tentei escrever poesia com famosos “e se”. rima, haikai, cartas. E só quando escrevi a primeira crônica me encontrei com Você se identifica com seu público a escrita; a crônica reflexiva faz com alvo? Por que escolheu escrever que eu me perceba e melhore pontos para essas pessoas? Ana: Sim, muito! Não foi escolha, aem mim. conteceu e me vesti completamente Como foi a sua relação de autor inici- pela escrita reflexiva. Acredito que faça ante com a editora? bem para mim e para quem lê! Ana: Foi tranquila, apesar de hoje, ■ aaaa

Para quem gostou bastante do filme, “A Colina Escarlate”, de Guillermo Del Toro foi adaptada para livro. A nova onda de fazer o caminho inverso das adaptações, transformando em livros os filmes de sucesso, também chegou para este filme moderno, com cara de livro clássico. Este filme já tinha a cara de uma adaptação de romances góticos clássicos, e ser transformado em livro acabou sendo um processo natural e, até mesmo, ansiado pelos fãs. “O amor faz de todos nós monstros”. Quando seu coração é roubado por um estranho sedutor, uma jovem é levada para uma casa no topo de uma colina de argila vermelha, um lugar com muitos segredos, que vão assombrá-la para sempre. Entre o desejo e a escuridão, entre o mistério e a loucura, vive a verdade da Colina Escarlate. Da imaginação do mesmo diretor de “O Labirinto do Fauno”, surge uma gótica obra-prima romântica, que você vai adorar ter em sua estante.

SELO CASTIÇAL: CRÔNICAS DA PENALUX A Editora Penalux tem vários selos de publicação de suas obras. Um deles, o selo Castiçal, é um selo destinado exclusivamente à publicação dos gêneros contos, crônicas e romances. Finalmente, na área editorial foi acesa uma luz sobre estes gêneros tão pouco explorados pelas editoras tradicionais brasileiras. Mas, o que um selo como o Castiçal muda no cenário literário nacional?

É muito simples. Quando temos um selo editorial específico para um determinado gênero, a Editora acaba por dedicar-se melhor àquele gênero. Profissionais são destinados às áreas de editoração para trabalhar especificamente com aquelas obras, sem desperdiçar tempo e energia com várias obras de gêneros diferentes. Uma editora que publica vários gêneros ao mesmo tempo precisa dedic

car-se às várias etapas de publicação de modo a atender a todos os autores diferentes, tentando atingir satisfatoriamente todos os públicos-alvo de suas obras. Por isso é comum às editoras criarem vários selos diferenciados para atender à demanda de variados gêneros publicados. A Editora Penalux tem vários selos, aos quais ela chama de “Segmentos Iluminados”, e são eles: Candeeiro, destinado à publicação de poesias; Lampejos, destinado à publicação de autores iniciantes; Lustre, destinado à publicação acadêmica (pesquisas, ensaios, biografias etc); Microlux, destinado à publicação de microficção; e, é claro, Castiçal, específico para contos, crônicas e romances. Se você ama esse estilo de criação e literatura, e gostaria de publicarse ou de encontrar novos livros neste gênero, visite o site da Penalux e se informe sobre os autores da editora, e os livros disponíveis para compra – além de onde poder comprar: sites, lojas virtuais, livrarias por todo o Brasil. Com certeza existe um caminho iluminado para cada um de nós, leitores, escritores e aventureiros da literatura! ■

O filme foi estrelado por Tom Hiddleston, Jessica Chastain, Mia Wasikowska e Charlie Hunnam. “A Colina Escarlate é uma obra autoral e visualmente deslumbrante, que tem pretensões claras e um texto direto, ainda que rico do ponto de vista temático” (Cinepop). Transpondo para livro, a história traz novidades do texto original de Del Toro, com passagens que não foram encenadas. Uma história de amor que todos os fãs de literatura gótica, que mistura terror, romance e mistério, vão devorar rapidamente. Não só a leitura é totalmente recomendada pela Geração Bookaholic, como o filme. ■

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ESTANTES

F. P. TROTTA: INTERGALACTICA Por Roberta Costa

CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO Thati Machado – Poder Extra G Estilhaça-me – Tahereh Mafi Lembranças da Meia-Noite –

Sidney Sheldon

Isla e o Final Feliz – Stephanie

Perkins Não Pare! – FML Pepper Jogos Vorazes – Suzanne Collins

regra conseguindo alguns leitores que não dariam chance antes se Se você ainda não ouviu falar de- soubessem que o autor era nacional – le, com certeza está perdendo de co- o que é completamente insano. nhecer um grande escritor. Ainda mais se você gosta de ficção científica e fan- Para você, qual a importância das tasia. E se você gostar de quadrinhos, parcerias entre autores e blogs então está mais do que na hora de dar literários? uma chance a Intergalactica, de F.P. Trotta: Extremamente importantes. CoTrotta, um escritor que vem chamando mo falei, autores nacionais penam para a atenção dos leitores com sua escrita conseguir o mesmo nível de divulgação fácil, empolgante e com muitos ele- que autores internacionais. Os blogueimentos da cultura jovem atual, e está ros acabam sendo toda a janela de um sendo lançado também em mangá. Dá autor nacional para isso – e apesar de só uma olhada nesta entrevista que o muitos brasileiros não terem o hábito de autor deu exclusivamente para a seção leitura, o Brasil é imenso – então o merEstantes da Geração Bookaholic! cado acaba sendo infinitamente maior que para muitos outros países de Nos conte como se deu sua entrada menor porte. no mundo literário. Lembra da primeira leitura que realmente chamou sua atenção? Sempre teve vontade de se tornar escritor? Trotta: Sempre, desde criança. Engraçado que minha tia vive me lembrando da minha formatura no C. A., quando saí falando que ia ser escritor. (risos) Minha primeira leitura, que me chamou muito atenção, foi a Biblioteca Mágica, de Bibbi Boken. Qual o seu gênero literário favorito? E em relação aos autores, há algum que te inspira? Trotta: Fantasia e ficção científica empatados, certamente. Gosto muito de Philip Pullman.

CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO Débora Falcão – Guerra Negra O Símbolo Perdido – Dan Brown Assassinato no Expresso do Oriente – Agatha Christie A Incendiária – Stephen King Esfinge – Robin Cook A Filha da Floresta – Juliet

Marillier

CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO Vinícius Grossos – O Garoto Quase Atropelado Eu sou o mensageiro – Markus

Como surgiu o Intergalactica? Trotta: Por precisar ler algo que não fosse tão inóspito no gênero sci-fi. São poucos os livros do gênero em que o alien não é um predador assassino que mata todos os personagens em algum planeta deserto ou de gelo. Fale um pouco sobre o Intergalactica em Quadrinhos. Trotta: O primeiro livro será lançado em quatro edições, pela mesma editora, a partir do segundo semestre, pouquinho tempo depois do segundo livro, Interdimensional, sair. O traço é em estilo mangá, porém o modo de leitura é ocidental, e a Raiane de Almeida é uma amiga desenhista bastante talentosa! Estou animadíssimo! Teremos mais novidades em 2016? O que pode nos falar sobre Interdimensional, continuação de Intergalactica? Trotta: Acho que até o final de 2016 duas edições da HQ terão saído, junto com Interdimensional, claro. Então, será um ano cheio. Interdimensional é ainda maior, mais ambicioso, mais épico e com mais reviravoltas. Intergaláctica era só a introdução, essencialmente.

O que você acha do mercado literário brasileiro? Na sua percepção os autores nacionais têm tido muitas O apanhador do campo de centeio – J.D. Salinger dificuldades para conseguir espaço Harry Potter – J.K. Rowling e reconhecimento? As vantagens de ser invisível – Trotta: Muitas! Fora o constante preStephen Chbosky conceito com autores nacionais. Pelo liPor lugares incríveis – Jennifer vro ter sido escrito originalmente em inNiven glês, sinto que burlei um pouco essa regra 10 Geração Bookaholic – Sua Revista Literária Zusak

Para finalizarmos, deixe um recado para os leitores que acompanham seu trabalho! Trotta: Muita gente está animada para Interdimensional, mas vem falar comigo com medo de que as reviravoltas não aa

continuem – parece que o ritmo insaciável de “tiros” do livro Intergalactica foi o que mais conquistou os leitores que vem falar comigo. E, para estas pessoas, digo: podem ficar tranquilos. O show mal começou! ■


AIMEE OLIVEIRA: PELA JANELA INDISCRETA Por Márcia Lopes Aimee Oliveira tem 26 anos, formada em Design de Moda, mora em São Gonçalo-RJ, e é autora do livro “Pela Janela Indiscreta”, um chick-lit, gênero que vem conquistando cada vez mais espaço nas prateleiras dos leitores, misturando comédia e romance. O livro fala sobre os encontros de Frederick e suas observações sobre sua vizinha do prédio ao lado, Louise. E, principalmente, os desencontros entre os dois. É o primeiro livro publicado da autora, porém não o primeiro livro escrito. Aimee escreve desde criança, e já participou do projeto “Papel, Caneta e Ação”, com Clara Savelli e Thati Machado. A autora é uma simpatia, e antes de tudo, quero deixar registrado aqui minha gratidão pela gentileza e atenção. Muito obrigada e vamos à entrevista! Aimee por Aimee. Aimee: Alguém que não sabe direito o que quer da vida, exceto pela certeza de que quer continuar escrevendo. E que todo dia torce um pouquinho para que isso dê certo. Uma pessoa que ama café, músicas com gritos e vê o mesmo filme/série mil vezes seguidas até saber todas as falas. Quando foi que você percebeu que seu destino era ser escritora? Quando ocorreu seu contato inicial com a literatura? Aimee: Na verdade, eu não tenho um momento específico na minha memória de quando foi que eu tive certeza de que era isso que eu queria continuar fazendo para sempre, até porque sou bem ruim, com certeza! Mas me lembro de muitas vezes pensar que seria muito ruim se eu fosse qualquer coisa que não fosse escritora, porque escrever é a coisa que eu mais gosto de fazer! Num primeiro momento o que me levou a sentar e escrever uma história foi o tédio. O primeiro livro que escrevi, que se chama “Agridoce” e está disponível no Wattpad, foi iniciado no meu primeiro dia de faculdade, quando eu cheguei muito cedo para a aula e tinha uma hora e meia de tempo para matar. Como eu tinha lido

eu passo a conhecê-los melhor, começo a fazer algumas re-lações entre o mundo da minha imaginação e o mundo real. Foi como aconteceu com o “Pela Janela Indiscreta”. Acredito que a ideia da janela tenha vindo de algum lugar do meu subconsciente. Moro em edifícios desde que nasci e faz parte do meu cotidiano entreouvir conversas acidentalmente. Um belo dia me perguntei como seria ver tudo o que acontecia nas outras casas e assim surgiu a trama principal do livro. Quais seus autores favoritos? Te influenciaram de alguma forma? Aimee: São muitos! Mas de longe a que eu mais admiro é a Marian Keyes, que recentemente tive a oportunidade de conhecer. Ela é irlandesa e escreve lindos romances que lido muito naquelas férias, tudo o que são, ao mesmo tempo, muito engraeu pensava era em romances, logo, çados e emocionantes. Mas nossos peguei a caneta e o papel para es- es crever um livro que eu gostaria de ler. Fale um pouco sobre “Pela Janela Indiscreta” e a razão de ser sob uma perspectiva masculina. Aimee: É meu primeiro trabalho publicado e é uma comédia romântica narrada pelo Frederick, um garanhão que não acredita ser nada romântico. Mas todos os seus conceitos começam a mudar a partir do momento que ele encontra com Louise, a vizinha do apartamento da frente. Ele vigia a vida dela frequentemente pela janela, mas sem nunca encontrá-la na vida real. A partir daí tudo começa a caminhar entre os dois, independente da vontade particular de cada um. Escrever sob a perspectiva masculina na época em que o escrevi, em 2009, foi muito natural para mim, pois vivia cercada de homens. Meus irmãos e os amigos deles viviam aqui em casa e eu passava dias ouvindo suas conversas, vivendo a realidade deles e esquecendo um pouco da minha própria voz, me sentindo mais confortável na pele deles do que na minha. O que foi ótimo para o livro.

estilos de escrita são muito diferentes, sua influência em mim é muito mais pessoal do que literária. Ela é uma pessoa maravilhosa e eu queria ser amiga dela (risos). O que você quis passar para o lei-tor? Que compromisso tem o livro?

Aimee: Meu compromisso foi simplesmente o entretenimento. Se quem leu o “Pela Janela Indiscreta” riu e suspirou ao longo das páginas, De onde vem seus personagens; fez de mim uma vitoriosa. são inspirados em pessoas ou em Quais são seus projetos literários fatos? Aimee: Acho que surgem do nada na atuais e futuros? Pretende contiminha cabeça, mais ou menos como nuar com chick-lit? amigos imaginários, mas, geralmen- Aimee: Agora estou escrevendo um te, depois de um tempo, depois que livro chamado “O Mundo Dá Voltas”, postando os capítulos na plataforma aa Wattpad, que tem sido minha grande amiga desde o ano passado, onde conheci pessoas incríveis. Tenho dois romances completos postados lá, e um deles, intitulado “Invisível”, ganhou o prêmio Wattys 2015, o que foi uma honra tremenda! Espero conseguir publicá-lo em formato físico ainda este ano. Estou de dedos cruzados desde já. Obrigada, e muito sucesso com seus escritos! Aimee: Agradeço a todos que leram a entrevista até o fim, foi um prazer contar um pouco do meu trabalho. Caso queiram saber mais do que ando fazendo, basta seguir a página “Pela Janela Indiscreta” no face, ou Instagram/Wattpad, @aimeeoliveira. Obrigada mais uma vez! Abraços! ■

BLOG NEM TE CONTO! APOSTANDO EM CONTEÚDO VARIADO E LITERATURA

A escritora Thati Machado, autora de Ponte de Cristal (impresso) e Poder Extra G (Wattpad), tem sido um sucesso também em seu blog literário, o Nem Te Conto!. O blog também conta com a colaboração de alguns amigos, e vinha se estabelecendo há algum tempo com conteúdo voltado para a literatura e o cinema, mas agora o conteúdo se tornou ainda mais diversificado. Segundo a autora, o blog agora vai tratar de tudo o que vier à sua cabeça, informações, dicas, ideias, novidades, etc. Não vai mais se ater a resenhas de livros, para não ficar com um único tipo de conteúdo, mas também terá resenhas de filmes, séries, dicas de viagens, alimentação, dicas da escritora, formação de opinião, enfim, tudo o que a autora e seus colaboradores quiserem falar. Claro, o carro-chefe continua sendo a literatura, até porque a dona do blog é escritora tanto de livros físicos quanto de contos e histórias completas no Wattpad e na Amazon. Adora ler, então, a literatura não pode deixar de estar no topo de sua lista. Mas ela também fala de sexualidade, vida cotidiana, viagens, preconceito, moda plus size, entre outros.

Visite o blog e confira as novidades, resenhas e demais conteúdos disponíveis. Deixe seu comentário e saiba mais através do endereço: www.nemteconto.org

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ESTANTES

THATI MACHADO: PROJETOS PODEROSOS SKOOB E A REDE DE LIVROS E ESTANTES Por Roberta Costa

Rede social para divulgar os livros que são lidos, conhecer novos livros, compartilhar, trocar, etc, o Skoob chegou para ficar. O site tem várias opções de uso. A pessoa se cadastra gratuitamente e adiciona à sua estante os livros que já leu. Também tem a opção de marcar novos livros e categorizá-los em “Lendo”, “Quero ler”, “Lido”, “Relendo”, “Abandonei”, “Troco”, etc. Também pode marcar como desejado, favorito, avaliado, resenhado, meta de leitura. O site também tem opção de criação de uma estante para colocar como gadjet na sidebar dos blogueiros literários. Para quem tem um blog, é um adorno para a sidebar, onde os livros que estão sendo lidos ficam expostos em uma estante – cuja cor pode ser alterada e a imagem pode parecer com uma estante de madeira ou de outro material, ao gosto do blogueiro. O nome Skoob foi escolhido de forma muito simples. O nome nada mais é do que “Books” ao contrário, a palavra que significa Livros.

É possível cadastrar também aqueles livros que não estão lá, e também seus próprios livros, mas atenção: é preciso ter ISBN em mãos! O Skoob também tem aplicativos para androides e smartphones disponíveis e pode ser acessado de qualquer lugar. A desculpa para não usar é totalmente descartada! E você, tem skoob? www.skoob.com.br 12

ma muito positiva. Além disso, escrito- cisam se ajudar. Ninguém consegue res brasileiros figuram as listas dos seguir adiante sozinho. Juntos sempre Thati Machado tem 25 anos e mais vendidos e estão até levando suas somos mais fortes. mora em Niterói-RJ. Suas paixões são obras para outros países. Para finalizar, deixe um recado para muitas: os livros, a escrita, os palcos, a lente das câmeras... Começou a escre- Fale-nos um pouco sobre seu atual os leitores e blogueiros que acomver poemas e versos aos doze anos. projeto. Já pensa em novos projetos panham seu trabalho. Thati: Bom, quero agradecer pela Aos quinze escreveu sua primeira peça literários? no colégio. Logo em seguida começou Thati: Para ser muito sincera, estou oportunidade e dar um abraço super a escrever histórias para publicar em sem ap redes sociais. Alcançou a marca de mais de 3500 membros na comunidade de suas histórias e cada uma de suas páginas tinha mais de dez mil comentários. Estudou Artes Cênicas e Publicidade, trabalha como modelo plus size, é blogueira literária no NemTeConto. org e todo o restante de seu tempo é destinado às histórias que habitam sua mente. Seu primeiro livro, “Ponte de Cristal”, está disponível apenas em formato impresso. “Com Outros Olhos”, por sua vez, pode ser encontrado em formato impresso e também em ebook, na Amazon. Thati também escreve na plataforma Wattpad. Atualmente, escreve o segundo livro da série “Poder Extra G”: “Singular”. Ainda em seu perfil, há diversos contos para serem lidos gratuitamente. Pode nos contar como se deu o início de sua carreira literária e quais escritores servem como inspiração para o seu trabalho? Thati Machado: Iniciei minha carreira literária sem saber o que estava fazendo. Aos doze anos comecei a escrever fanfictions e postar no Orkut. O que era um passatempo acabou se tornando minha verdadeira e grande paixão. E, atualmente, o meu trabalho.

sempre pensando em muitos projetos ao mesmo tempo. É difícil conter minha mente (excessivamente) criativa! (risos). Tenho me dedicado a “Singular”, segundo livro da série “Poder Extra G”, que está sendo disponibilizado no wattpad. Estou muito feliz também com o retorno do projeto “Doze por Doze”, que se trata de uma antologia idealizada e organizada por mim, que conta com mais onze escritores. Além disso, estou me preparando para as feiras e bienais que estão vindo por aí. 2016 com certeza está sendo um ano muito produtivo para mim.

Suas personagens costumam estar “fora” do padrão imposto pela sociedade. Que mensagem você busca passar para seus leitores? Thati: Com minhas histórias tento comunicar além de entreter. O preconceito é formado, principalmente, pela falta de informação. Acredito que a empatia é um sentimento capaz de mudar o mundo e é exatamente o que tento Para você, qual a importância das parcerias literárias? despertar nos meus leitores. Thati: Além de escritora, também sou Você tem alguma forma específica blogueira, então acho que compreendo para organizar o enredo de seus li- bem a dinâmica das parcerias. É uma vros e iniciar a escrita ou simples- via de mão dupla e todas as partes premente deixa a criatividade te levar? ci E os personagens? Como os cria? Thati: Os personagens costumam ser criados antes mesmo da história em si. Eles me surgem em momentos inusitados e tomam forma dentro de mim. Só os coloco no papel (ou na tela do computador – risos) quando sinto que eles começam a transbordar. A partir daí desenvolvo o esqueleto principal da história e tento escrever todos os dias para não perder o ritmo. Ao longo do processo outras coisas vão surgindo, e nesse quesito deixo a criatividade me levar.

Como você vê o mercado literário atual? Thati: De forma muito favorável, devo confessar. Há cinco anos, não encontrava muitos autores nacionais nas prateleiras das livrarias, mas essa situação, felizmente, vem mudando de forma Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

apertado em quem leu esta entrevista até aqui. Espero que novos leitores possam conhecer um pouquinho do meu trabalho e de mim. Tomara que as minhas histórias possam conquistar um espaço especial nos seus corações! Quem quiser maiores informações, é só acessar meu blog: nemte conto.org/thatimachado. Abração! ■


VINÍCIUS GROSSOS: O GAROTO QUASE ATROPELADO Por Débora Falcão Vinícius Grossos, um jovem que vem encantando os leitores com sua escrita fluida e delicada, tratando de temas importantes e pertinentes ao universo humano em geral, mas principalmente ligados às questões e dúvidas internas dos adolescentes, recebeu com simpatia a redação da Geração Bookaholic para falar de seu livro, “O Garoto Quase Atropelado”, lançamento da Faro Editorial, um Young Adult cheio de emoção. Confira a entrevista na íntegra.

gundo plano, até porque todos eles, com exceção do Garoto Quase Atropelado, têm descrições físicas bem específicas. Mas, num sentido amplo, eu quis que a descrição psicológica fosse o maior norte durante o livro. Você trata temas como homossexualidade, suicídio, abuso infantil, bulimia, depressão e morte/luto, que são temas profundos e que deveriam ser mais discutidos de forma aberta pela sociedade, e não somente p

Young Adult. Como você se encontrou nesse estilo? É seu estilo favorito? Houve um livro do estilo que foi especial para você? Vinícius Grossos: Eu sempre gostei de tratar temas cotidianos de uma forma delicada e transformá-los em algo atrativo e especial, de certa forma. Por isso, sinto eu, que me encontro melhor no Young Adult. E sim, é meu estilo favorito. Me sinto confortável em trabalhar com essas vertentes. E bem, não sei se há um livro em específico que tenha me despertado de forma plena para este gênero. Mas, se eu fosse citar um, seria “O Apanhador no Campo de Centeio”. O Garoto Quase Atropelado. Um romance YA que traz muitas reflexões, e cujos aspectos descritivos do personagem são descobertos aos poucos, de forma implícita, focando o leitor nos aspectos psicológicos. Como você teve essa ideia de absorver o leitor numa reflexão interior, trazendo-o para as ideias do personagem de forma mais primordial, ao invés de deixá-lo se perder em descrições físicas, por exemplo? Foi essa a intenção ou você tinha outras ideias para essa forma de escrever? Vinícius: Em OGQA, como gosto de abreviar o título do livro, eu queria que o forte fosse os personagens e seus passados. Cada personagem, especificamente os quatro principais que se tornam amigos, estão no livro com um papel fundamental. Cada um leva um pouco dos seus dramas, suas dores e suas alegrias. Eu quis fazer isso sim. Não que a aparência ficasse em segun

ACONTECEU PALESTRA DA AUTORA ISIS FERNANDES NO COLÉGIO SEPAM

me deixou criar esse elo com os leitores, e deixar que eles descobrissem e sentissem as mesmas sensações do personagem principal. O leitor não fica, em nenhum momento, na frente do personagem do livro. Eles estão sempre caminhando juntos.

pelas ditas “minorias”, afinal de contas, são situações que podem acontecer em qualquer casa, qualquer família. Neste caso, a escolha de abordar esses temas teve a ver com alguma situação pessoal, com amigos, ou você escolheu por vontade própria, sem necessariamente ter relação com alguma situação vivida? Simplesmente aconteceu no decorrer da história ou você já sabia que trataria desses assuntos? Vinícius: Eu não sabia que trataria de todos esses assuntos. Minha forma de escrever é: tenho uma premissa, sento em frente ao computador e a história se desenvolve. Sempre foi assim. Com OGQA, tudo o que eu sabia era que meu protagonista seria depressivo. Os outros personagens, com seus problemas, vieram no decorrer da escrita. Basicamente esses temas vêm de uma mistura de coisas que acontecem na minha vida. Às vezes eu passei por situações semelhantes, porém, às vezes são casos de que ouvi falar, amigos, familiares etc.

Outros personagens vão se juntando à trama à medida que os capítulos vão se desenvolvendo. Quando você decidiu escrever OGQA, primeiro criou os personagens e como eles iriam interagir, ou eles também foram surgindo à medida que foi escrevendo? Como é essa criação? Vinícius: Foram surgindo. Se eu escrevo planejando toda a trama, a coisa desanda de uma forma trágica. Eu só trabalhava com a premissa do livro ser em formato de diário, escrito por um garoto depressivo. Todos os personagens e suas importâncias para a trama vieram conforme eu escrevia. Como/onde os leitores podem encontrar e comprar o seu livro? Vinícius: O Garoto Quase Atropelado está disponível em várias livrarias pelo Brasil, tanto físicas quanto digitais. É bem fácil de encontrá-lo. Quais são seus projetos futuros? Qual sua agenda para este ano? Conta pra gente o que você tem planejado para 2016! Vinícius: Bem, por ordem, este mês de abril terei lançamento em Salvador, depois Bienal de Minas, ainda com OGQA. Em junho, será o lançamento de 1+1, com o autor Augusto Alvarenga, e iremos ter uma tour por algumas capitais do Brasil. Mais para frente, já estou confirmado na Bienal de São Paulo. E há outras coisinhas acontecendo, mas são segredo e eu não posso contar. AINDA! (risos).

Jovem escritora, de apenas 15 anos, Ísis Fernandes conversou com os estudantes a respeito de seu livro, Energier, publicado em 2015 pela Editora Deuses. O livro foi indicado dentro do projeto “Leituras do Bimestre” da escola, como iniciativa da professora Solange, que leciona as disciplinas Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto no Ensino Fundamental II.

A presença da autora despertou grande curiosidade e interesse dos alunos. Ísis respondeu a perguntas sobre o processo de criação do livro Energier, a entrada no mercado editorial, sua influência no universo da leitura, principalmente no meio jovem, entre os de sua idade. Ao término das numerosas perguntas, Ísis autografou os exemplares adquiridos por dezenas de alunos e tirou muitas fotos.

“Energier” saiu das postagens na Internet para as mãos dos mais variados tipos de leitores. Um novo nome na literatura brasileira, Ísis Fernandes tem um futuro promissor, já que logo lançará novas obras, visto que trata-se de uma trilogia e ela já tem muitas ideias para as próximas aventuras. ■

Descobrir a visão de mundo do GQA se dá de forma delicada, atra-vés de um diário que o personagem escreve. Como surgiu a ideia de escrever em formato de diário? Vinícius: Essa escolha foi única e exclusivamente para fazer o leitor se sentir mais próximo do personagem. Muitos leitores, inclusive, me relatam que se sentem o próprio garoto, o que Muito obrigada pela entrevista! Deixe sua mensagem para os leitores e para mim é incrível. para os que estão conhecendo agoVocê acha que este formato serviu ra, através da Geração Bookaholic! para trazer essa delicadeza à trama Vinícius: Ei, pessoal da Geração e, ao mesmo tempo, dar, aos pou- Bookaholic! Obrigado pela atenção e cos, as informações ao leitor – sem carinho! Espero que possam ler OGQA e se sentirem quase atropelaservi-las de bandeja? Vinícius: Com certeza. Ter escrito em dos! Me encontrem nas redes sociais! ■ formato de diário e em primeira pessoa Beijos! m www.geracaobookaholic.blogspot.com

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ESTANTES BEM VINDO AO MUNDO MÁGICO DE ASTERIUM!

Ler um livro é extremamente empolgante. Ler um livro de fantasia, cujo conteúdo é repleto de seres fantásticos diferentes, vivendo num mundo complexo e completo, com política, cultura e sociedade estruturadas, é ainda mais legal.

EM UM INSTANTE COM LM GOMES! Por Maria Lygia

Eu não impedirei minha filha de me ler, sentiria orgulho se ela gostasse. Laura Autora de diversos livros, entre já é leitora, adora escolher e comprar eles “Amores de Lú” e “Em Um Instan- livros. te”, LM Gomes concedeu entrevista exclusiva à Geração Bookaholic e, em Qual a cena que você mais gostou um pequeno instante, conta vários as- de escrever? Qual a sua citação prepectos de sua vida de escritora, autora, ferida de seu próprio livro? processos de escrita, personagens e LM Gomes: Gostei muito de escrever mais. Confira! uma cena do final de “Em Um Instante”, e a citação que vou usar é dele: “Amar Conte-nos sobre LM Gomes, como a é se doar sem pedir nada em troca, e escritora nasceu? Por que teve que assim receber tudo de volta”. escrever sob um pseudônimo? LM Gomes: Olá, primeiramente muito feliz com o convite! Então, a LM escritora nasceu em um grupo do facebook, com vontade de mostrar suas histórias, e bastante tímida também. O pseudônimo foi usado como homenagem à minha filha Laura. Então: L = Laura, M = Márcia (eu) (risos).

uma leitora me mostrou foto dele em uma página de humor do facebook, fui atrás e ele respondeu prontamente. Me apoiou bastante. A ideia é uma “duologia”, o próximo conta a história do Pedro, irmão do Rafael. Como você se imagina daqui a 10 anos? LM Gomes: Vivendo de livros, é o meu sonho. Espero muito que isso possa acontecer, poder pagar minhas contas com os livros. Que lindo seria!

Qual seu pior defeito e melhor qualidade enquanto autora? LM Gomes: Sou muito ansiosa, e isso me atrapalha muito. Acredito que a qualidade seria a sensibilidade, sou muito sensível.

E quando temos acesso a este mundo? Pois bem. Este é o caso do livro Johnny Bleas e do mundo mágico de Asterium. Através do blog do autor JG Brene, podemos navegar por Asterium, conhecer a sua geografia, economia, as suas criaturas mágicas, os personagens, lugares especiais.

Através das páginas, postagens e links é possível navegar e visualizar mapas, ilustrações criadas especificamente para a obra e para o site. Há também um vídeo com todas essas informações, um pequeno passeio pelo mundo mágico de Asterium. Se você ainda não conhece os livros de JG Brene e esta terra encantada criada por ele, vale à pena fazer uma visita ao blog e conhecer diversas nuances. Vai te instigar como leitor e te fazer buscar mais sobre Johnny Bleas. Fica a dica! ■

Qual o primeiro livro a ser publicado? Como foi a ideia de escrevê-lo? LM Gomes: O primeiro a ser efetivamente publicado foi o “Amores de Lú”. Hoje ele não é mais comercializado, mas quero fazer a segunda edição ainda este ano. Ele foi um livro muito gostoso de fazer, me lembro da sensação de euforia. Uma grande diversão, eu diria. Qual o livro que fez mais sucesso? Como você descreveria este interesse dos leitores para com o livro? LM Gomes: Creio que o último, “Em Um Instante” tudo pode mudar. Acredito que pela divulgação maior da editora e por ter sido lançado na Bienal do RJ acabou trazendo uma maior visibilidade para ele. Como é a sua rotina de criação? Você reserva um tempo para colocar as ideias no papel, ou elas surgem repentinamente e você precisa correr para escrever? LM Gomes: Hoje não uso um processo específico, vai na verdade do tempo que aparecer. Se me vem a ideia, tento sentar e escrever. Quando não é possível, tento pensar nela para fixar. Minha rotina anda corrida demais, mas sempre que posso sento à noite para escrever.

Os seus personagens sofrem influência de conhecidos? Como é o processo de criação de sua personalidade e caráter? LM Gomes: Sempre há alguma coisa de alguém mesmo que inconsciente, mas de verdade procuro não usar. A criação é muito espontânea, vou delineando conforme as cenas vão se desenrolando, como na vida.

Você já imaginou o fato de seus livros virarem filmes? O que você acha disso? Quem você imagina para o papel de personagens principais de seus livros? Se possível, faça uma lista com o nome do ator e o personagem do livro. LM Gomes: Eu amaria se “Meu Lugar é Você” (disponível em ebook) virasse um, nossa, eu se pudesse faria por minha conta! (risos). Imagino para ele O personagem principal do primeiro o ator Lucas Malvacini no papel de livro de “Os Irmãos Castro” é inspi- Renato, e Gio Lancelotti no papel de rado em um médico goiano. Como o Daniela. conheceu? Conte-nos mais sobre este livro e qual sua intenção, série ou trilogia? LM Gomes: É engraçado, porque o conheci quando já estava escrevendo o capítulo 11, e muito mais engraçado porque os dois, o médico e o personagem, se parecem em muitos aspectos. Destino, talvez? Eu o descobri porque uma

Você já passou por um bloqueio de criatividade? Se sim, como você lidou com isso? LM Gomes: Já, sim, é bem comum. Talvez a ansiedade ajude nisso. Eu tento me distrair com outras coisas, ficar martelando não ajuda.

Qual a relação da sua família com suas histórias? Você espera que sua filha leia seus livros futuramente? LM Gomes: Minha família é muito apoiadora, e apesar de morar longe de toda ela (moro no Rio e todos moram www.jgbrene.com em São Paulo), eles me apoiam baswww.johnnybleas.com.br tante. Minha irmã e primas me leem. EuRevista Literária 14 Geração Bookaholic – Sua

Algo que queira dizer para os leitores da revista? LM Gomes: Quero dizer que agradeço sua atenção até aqui. E que me deixa muito feliz ver o quanto a leitura tem feito parte da vida das pessoas. Ah! E sonhem! Sonhem muito, mas nunca esperem que aconteça, corra atrás! ■


JG BRENE: SEJAM TODOS BEM VINDOS A ASTERIUM! Por Roberta Costa Poderia se apresentar aos leitores e nos contar como deu sua entra-da no mundo literário? JG Brene: Antes de mais nada, obrigado pela oportunidade de falar um pouco mais sobre minha obra! Sempre gostei de escrever. Desde pequeno adorava escrever histórias e a vontade de escrever cresceu ainda mais pela minha paixão à imaginação e fantasia. Contudo, o desejo de ser publicado surgiu da vontade de expressar minha imaginação usando uma ferramenta que não me impusesse limites, junto da vontade e dever de encantar as pessoas para que se envolvam com novas aventuras. E por fim, o desejo de alcançar um sonho, algo que vai muito além da literatura, o sonho de fazer o melhor possível para servir à humanidade com o melhor de mim. E acredito que o melhor de mim é contar histórias, independente da ferramenta usada para me comunicar. Existe algum autor que usa como inspiração para seus livros? Se fosse indicar um livro que goste muito, qual seria? JG Brene: Amo J.K. Rowling, Paulo Coelho e Rhonda Byrne. Essas três figuras com certeza me trouxeram grande inspiração. No entanto, Johnny Bleas está além das inspirações externas. Sinto que a obra veio de dentro. Muitas vezes sonhei com a história, com os personagens, e algumas vezes sonhava acordado. Como se uma imagem se formasse na minha frente. Sempre consegui ver os detalhes desta história com clareza. O que facilitou muito a transcrição da informação. Se fosse indicar um livro nacional seria “O Alquimista”, de Paulo Coelho. Se fosse um estrangeiro, seria “A Magia”, de Rhonda Byrne. Como surgiu “Johnny Bleas”, personagem principal de sua trilogia, e como foi o processo de criação dos outros personagens? JG Brene: Quando comecei a criar Johnny Bleas, o enredo. Pensei antes no mundo que a história iria acontecer. Precisava entender o que era possível e o que não era. Precisava saber como esse mundo era feito, quem habitava ali, como a magia funcionava, como a geografia iria influenciar a história, o clima e, principalmente, como tudo havia nascido

do. Foi então que comecei a rabiscar os primeiros mapas de Asterium, começando com a capital Forhcore, que estaria no centro por um motivo estratégico. Criar Asterium e os personagens principais foi fácil, tudo vinha muito rápido em minha mente. Principalmente com Johnny Bleas, personagem com o qual eu mais sentia intimidade. Johnny, assim como eu, tinha muito o que aprender. Era como se eu colocasse no personagem tudo que eu gostaria que

que acontecesse comigo. Muitas vezes senti realmente como sendo Johnny Bleas. Durante a construção do personagem e do enredo, muitas vezes as desventuras da história me apareciam como memórias de um passado distante. As ideias surgiam constantemente e tudo parecia fazer sentido. Para tudo havia uma explicação, percebi então que a criação de uma obra de fantasia funciona como um quebra-cabeça que eu apenas coloquei nos lugares certos. Contudo, ao criar uma obra de fantasia deve-se estar atento aos detalhes. Criar um mundo demanda tempo e imaginação. Tudo deve “fazer sentido” para o leitor e para o desenvolvimento do enredo.

Querem saber mais sobre o mundo de Asterium e procuram explicações para muitas coisas. O blog veio para suprir essa necessidade de informações da obra. Nasceu para contar mais, informar mais e ampliar o contato com o leitor. Temos muitas ideias para o blog, estamos trabalhando bastante para que seja cada vez mais interativo e mais divertido para o usuário. Fiquei muito contente com o resultado que conseguimos neste primeiro momento. Ainda vamos

mos fazer muitas atualizações, e espero que o leitor consiga com isso ficar cada vez mais próximo do mundo de Asterium. Acesse johnnybleas .com.br.

O que podemos aguardar para 2016? JG Brene: Existem muitos projetos, mas nem sempre há tempo para todos eles. Este ano estou focado no lançamento do livro 2 “Johnny Bleas – O Núcleo da Montanha”, que tem previsão para o segundo semestre. Se tudo seguir como o plano, é possível que julho ou agosto já esteja nas livrarias de todo o Brasil. Estamos iniciando também estratégias de internacionalização da obra, fazendo as traduções para inglês e esHá pouco tempo foi lançado o panhol, e torcendo para conseguir blog “O Mundo Mágico de Aste- entrar nos mercados americanos e rium”, fale um pouco sobre ele. europeus. JG Brene: O blog é um espaço criado para os leitores de Johnny Bleas. Eu recebo muitos emails e mensagens de pessoas “pedindo mais”. Que

do literário nacional tem conseguido mudar esse quadro? JG Brene: Eu já tive preconceito com autores nacionais. Acredito que isso existe e é forte. Contudo vejo cada vez mais as barreiras da nacionalidade caindo. O consumo de livros nacionais tem crescido, comparado aos anos anteriores. Um dos principais motivos da preferência por estrangeiros é que os livros estrangeiros já chegam “grandes” no Brasil. Para o livro sair de seu país de origem muitas vezes quer dizer que ele já vendeu muito e que tem sido bem recebido pelos leitores. E ao chegar ao Brasil já tem muita gente esperando pela obra, desta maneira, faz com que seja rapidamente consumida. Existem muitas pessoas que escrevem histórias, mas engavetam. O que você diria a elas? JG Brene: Quando eu terminei meu primeiro livro disse a mim mesmo: “Finalmente terminei! Agora é só publicar!” Percebi então que publicar era na verdade o maior dos desafios. Ninguém vai chegar para um autor e dizer que quer publicar o livro que ele deixou na gaveta. Se não formos atrás de nossos sonhos eles jamais sairão da gaveta. E talvez um dia, quando o tempo passar e percebermos que não podemos mais retomar o tempo perdido, podemos nos arrepender de não ter lutado. Isso é claro se o autor tem o sonho de ser publicado. Conheço pessoas que escrevem mas não têm essa vontade de ser publicado. Somos todos diferentes, e cada um com seu plano e sonho. Para aquele que tem o sonho de ser publicado, não deixe isso de lado. Vai ser difícil, vai demorar, vai demandar tempo, dinheiro e paciência. Mas vá em frente e conquiste seu sonho!

Para finalizarmos, que tal um recado para os leitores que acompanham seu trabalho? JG Brene: Para aqueles que têm acompanhado meu trabalho, meus mais sinceros votos de gratidão. É uma imensa alegria ver pessoas falando sobre meu livro, ver leitores se apaixonando pela história e acompanhando meu trabalho. Para aqueles que ainda não se aventuraram no mundo mágico de Johnny Bleas, deixo o convite para que procurem um meio de ler esta obra. É uma história fantástica, que felizmente tive o privilégio de transcrever numa obra literária. Ao final do terceiro livro tenho certeza que muitos ficarão surpresos. Mais uma vez obrigado pela ajuda com a O que pensa a respeito do pre- divulgação do trabalho e por conceito em relação aos autores essa ótima entrevista! Um grannacionais? Acredita que o merca- de abraço a todos os leitores! ■ . www.geracaobookaholic.blogspot.com 15


ESTANTES

LUCINEI CAMPOS E A ÁRVORE DOS TEMPOS CABINE LITERÁRIA UM CANAL ESPERTO PARA LEITORES!

Quer uma dica quente de canal literário para seguir no Youtube? Então você precisa conhecer o Cabine Literária. Um canal esperto para leitores, com resenhas, quadros especiais, debates cheios de humor, informações, dicas de escrita, e tudo o mais que um leitor queria num canal de internet.

Vários colaboradores se dividem para criar conteúdo inovador e variado, com postagens e atualizações DIÁRIAS. Isso mesmo. Você não tem que ficar dias esperando por uma atualização. O canal tem vídeo novo todos os dias. Tendo como colaboradores os vlogueiros Danilo Leonardi, Gabriel Utiyama, Tatiany Leite, Cesar Sinicio, Augusto Assis e Lúcia Roberti, vários vídeos são postados, e também disponibilizados alguns programas/ quadros especiais dentro do canal, como Desafios Literários, Dicas e Listas. Entre as listas mais vistas do canal estão “10 Coisas que fãs de Percy Jackson sempre dizem” e “10 coisas que fãs de A Culpa é Das Estrelas sempre dizem”. Outros vídeos se dividem em inúmeras visualizações, como o “5 Dicas para ser um leitor melhor” e “A Importância da Leitura na Vida das Pessoas”. A equipe que faz o Cabine Literária está sempre preparando novos vídeos, que valem à pena assistir, curtir, compartilhar e rir bastante com eles. Curioso?

Você sempre quis ser escritor? Lucinei Campos: Na verdade, sempre quis poder fazer algo onde as pessoas pudessem me conhecer. Quando cantava em uma banda, eu mesmo escrevia as letras. Depois foram os quadrinhos e, por fim, a escrita. Acho que o mundo precisa de mundos. E quando eu quero ver algo diferente do que eu vejo na realidade, caio dentro das palavras. Mas o desejo de escrever nasceu Fale um pouquinho sobre os livros com o da criação. da Série Lavínia! Como surgiu a ideia de escrever LC: No primeiro livro, ela é uma menina seus livros e quais livros você já es- de nove, quase dez anos de idade, que não tem amigos. É perseguida na escocreveu? LC: Lavínia e a Árvore dos Tempos la pelas marrentinhas e pelos valenveio da vontade de querer criar uma tões. Seu único e melhor amigo é o história para ser narrada para minha Léo, que na verdade se chama Marcos “filha”, quando minha esposa estava Paulo. Sua mãe queria por seu nome grávida. No entanto descobrimos que em homenagem ao cantor Leonardo, era um menino e nasceu o Lucas, e a mas seu pai o registrou primeiro. DeLavínia virou minha segunda filha. Sua pois de um dia chato, Lavínia encontra história continuou a ser contada em La- uma fada-homem em seu quarto. Laus, vínia e a Magia Proibida e eu pretendo que na verdade foi condenado a ficar não parar por aí. Eu me especializei com a menina por um ano, ao vir ao em contos celtas, mitologias grega, nosso mundo precisou ser transformanórdica, africana e americana e, com do. No entanto, o feitiço deu errado, e isso, percebi que os contos, principal- ao invés de se transformar num cariomente os de fadas, não eram legais. ca, habitante do lugar onde a menina Então, quis fazer algo diferente para mora, virou um nordestino caricato. Seu narrar ao meu filho. Os livros de Lavínia não são minhas únicas obras escritas. Eu pretendo lançar “Eu Odeio o Jonas”, um desafio que uma amiga me lançou em vinte e quatro horas. “Anjos do Olimpo” entrou em um tema o qual sempre quis mostrar minha visão. “No Fundo da Geladeira” é um suspense, um desafio que está levando mais tempo, já que sempre que volto para ele, me vem outra ideia à cabeça. “O Chamado de Daniel”, que é um policial misturado à fantasia, em princípio, era um roteiro de cinema, mas sofreu mudanças. “Entre Sonhos”, um romance que fala de um casal que se conhece quando um invade o sonho do outro, está sendo escrito em parceria com a escritora e amiga Joyce Xavier. E por aí vai... Mas o meu primeiro livro foi uma ficção científica e de fantasia chamada “Évanos”, que ainda não foi lançado.

Qual deles você mais gostou de escrever? Por quê? LC: A série Lavínia é o meu xodó. Sei toda a história na cabeça, exceto alguns personagens que me surpreendem, mas “Eu Odeio o Jonas” foi diverti Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

Então corre pro Youtube agora mesmo para conhecer esse grupo de leitores, nerds e vlogueiros! ■ 16

tido também. E “Anjos do Olimpo”, uma aventura com desafios. Eu não saberia Nascido e criado no Rio de Ja- dizer qual eu gostei mais, pois cada um neiro, Lucinei Campos foge ao clichê tem sua particularidade. carioca e não sabe sambar nem jogar bola. Ao invés disso, é historiador e es- Quanto tempo você leva para escrecritor. Já teve uma banda de rock na- ver seus livros? cional, já escreveu roteiros, já venceu LC: Depende. “Lavínia e a Árvore dos um concurso de cinema e já dirigiu um Tempos” escrevi em três meses. O “Eu curta. É tímido, adora ler e escrever em Odeio o Jonas” fiz em vinte e oito dias. qualquer lugar. Casado, tem um filho O tempo depende do quanto a minha de dois anos, gosta de animais e de esposa Gisele vai segurar o filhote para desenhar (mesmo não tendo talento me dar tempo (risos). pra isso) e adora brinquedos, principalmente os dinossauros! Este é o autor Lucinei Campos, que recebeu a Geração Bookaholic e falou um pouco sobre seus livros, principalmente Lavínia e a Árvore dos Tempos, com exclusividade para nossos leitores! Confira! Por Suelane Passavante

nome passou a ser Lorivaldo, e sua varinha, metade peixeira. Juntos eles encontram a Árvore dos Tempos, que dá pergaminhos nos frutos, e cada um deles com nomes de pessoas. Se o seu nome surgir ali, significa que fará algo muito importante para o mundo, o que aconteceu a Lavínia. Na continuação da série, um pouco crescida, segue com sua aventura, depois de um sujeito que carrega um guardachuva, faça chuva ou faça sol, chega à cidade atrás dela. Lavínia e a Magia a

Proibida, a menina vai descobrir que existem muitas coisas escondidas em nosso mundo, como uma magia há muito esquecida. E aí continua a aventura. Fale um pouco sobre “Entre Sonhos”! LC: Ele narra a história de um casal que se conhece em sonhos, até se apaixonarem e descobrirem por qual motivo não se veem fisicamente. Como está em produção, não posso revelar muitos detalhes. Mas a expectativa é que seja lançado ainda este ano. Você pretende escrever outros livros na mesma perspectiva dos que já escreveu ou pretende variar? LC: Sim, escrever é uma terapia, fuga e prazer. Pretendo escrever mais. Eu, atualmente, sou conhecido como um escritor de fantasia e de infanto-juvenil mas não gosto de rótulos. Acredito que o escritor seja livre para falar do que quiser, e adoro aventura, suspense, romance, fantasia e muitas outras coisas. Então, os meus livros são diferentes um do outro. Lavínia e a Árvore dos Tempos e sua continuação são infanto-juvenis, o Eu Odeio o Jonas é jovem/adulto. Deixe uma mensagem! LC: Bom, adorei as perguntas e a entrevista e, desde já, agradeço o convite. Gostaria apenas de dizer que a literatura no Brasil ainda não é vista como arte ou cultura, mas como mercado. Mas precisamos de leitores, pessoas interessadas em mudar isso. A valorização da arte é dada mediante o interesse das pessoas. E fiquem todos à vontade para conhecerem um pouquinho de mim. Gosto sempre de ser lido, debatido e pensado. Escrever é me fragmentar para os outros. Beijos e abraços! ■


BEATRIZ ZANZINI: DESPINDO-SE EM PALAVRAS PARA A GERAÇÃO BOOKAHOLIC Por Vanessa Vieira Autora de “Despindo-me em Palavras”, Beatriz Zanzini, nascida em Osasco-SP, jornalista, escritora, adora ler, conversa com exclusividade para a Geração Bookaholic, e despe-se em palavras, contando tudo sobre seu livro e sua escrita. Vamos conferir! Quem é Beatriz Zanzini? O que mais gosta de fazer? Beatriz Zanzini: Nasci em Osasco, São Paulo, sou jornalista, escritora e alguém que adora ler, tomar uma cervejinha gelada no boteco com os amigos e assistir séries em casa. É complexo me definir, mas acho que sou alguém em busca constante pela evolução. Nos conte um pouco como foi seu encontro com a literatura. Teve alguma influência? Beatriz: Sempre gostei de escrever desde criança. Comecei com blogs, e depois uma prima minha sugeriu que eu criasse uma página no Facebook para compartilhar os meus textos, o que eu achei uma boa ideia. Desde então, compartilho os meus pensamentos numa página que leva o meu nome. Conheci alguns escritores neste caminho, uma delas, a Joyce Xavier, que foi minha grande inspiração para escrever o meu primeiro livro. Como foi que surgiu a ideia de “Despindo-me Em Palavras”? Beatriz: Foi uma ideia dos meus próprios leitores, que sempre me pediam para reunir meus textos em um livro. Ele consiste em uma junção de minhas crônicas. “Despindo-me em Palavras” é um livro de crônicas, o que nos faz pensar que este seja um gênero que você aprecie bastante. Mas, além deste, há algum outro gênero literário que te chame atenção? Beatriz: Gosto bastante de romance policial, acho intrigante, possivelmente porque suspenses são mais empolgantes, fazem o leitor pensar e

e tentar adivinhar. Mas qualquer tipo de história que me faça refletir ou me identificar é válida, independente do gênero. Como você vê a relação do público com produções literárias em forma de crônica, contos? Nota alguma diferença em relação a outros gêneros? Beatriz: Acredito que exista um certo preconceito com produções literárias

Alguém que considere importante para sua trajetória de escrita? Beatriz: Destaco a Joyce Xavier como o meu grande incentivo para publicar o meu primeiro livro. Entre os autores que me ajudaram muito estão Rafael Toscano, Tatty Riedell (fundamental para não me deixar desistir), Vitor Ávila, Paolla Milnyczul e Tati Zanella. Clarice Lispector, Fernanda Mello e Martha Medeiros também são inspirações para mim.

CONCURSOS LITERÁRIOS 2016 SE LIGUE AÍ E PARTICIPE! Vários concursos literários já estão sendo divulgados para este ano, e você também pode participar. É só se ligar nas datas e enviar seu texto que está valendo. Leia os regulamentos nos devidos sites!

Prêmio Espantaxim 2016 IV Concurso Nacional Literário Infantil. Tema: Brasil, Gigante Pela Própria Natureza. Data: Até o dia 31 de maio!

rias em forma de crônicas e contos. Já vi muita gente dizer que é mais fácil produzir um livro assim, e pode até ser, de certa forma. Mas, ainda assim, é um trabalho, exige inspiração, material e cuidado como qualquer outro gênero. O título do seu livro nos fala de despir-se em palavras. Para você, que significância tem as palavras dentro desse turbilhão de sentimentos que constantemente nos envolvem e, por vezes, determinam nossas atitudes? Beatriz: Em minha opinião, as palavras são essenciais para eu me libertar ou entender o que eu sinto. Através delas eu consigo refletir, expor o que penso, demonstrar minhas emoções. Entre a decisão da publicação de um livro e o lançamento propriamente dito, qual processo você achou mais difícil e qual o que mais lhe agradou? Beatriz: O lançamento foi mais difícil, porque quando você não é um escritor conhecido, você tem todo o trabalho de fazer a divulgação quase que sozinho. E é claro que existe uma expectativa muito grande, um receio de que ninguém compre o seu livro ou apareça no evento de lançamento (risos). Me trouxe uma ansiedade muito grande. Já a decisão de publicar foi muito prazerosa, mesmo sendo um processo cansativo. É gratificante ver que a sua maior paixão também pode virar um trabalho. Temos muitos autores interessantes que nos inspiram. Você tem algum que gostaria de destacar? A

Quais são seus planos literários? Existe algum projeto em andamento, algo que possa revelar? Beatriz: Existe, sim, um projeto em andamento, muito diferente do “Despindo-me em Palavras”. É um romance, que eu pretendo lançar em 2017, e, até então, pouquíssimas pessoas sabiam... (risos)

Sarau Brasil 2016 Atenção poetas! Cada um pode inscrever até dois poemas com tema livre e gênero lírico livre. Serão escolhidos 250 poemas para integrar a antologia. Até o dia 05 de junho.

[Até então!] Como você definiria a palavra “escrever”? Beatriz: Escrever é libertar a alma, expressar o que o coração sente e o que a cabeça pensa. Deixe um recado para os nossos leitores. Fique à vontade! Beatriz: Leiam sempre que possível e permitam-se conhecer o trabalho de muitos escritores que, embora não sejam famosos, são tão bons quanto muitos que tanto ouvimos falar por aí. Muitas vezes, a maior alegria de um escritor é saber que tem gente que entende exatamente o que ele quer dizer em seus textos, o que acaba tornando o leitor uma peça-chave para o escritor em seu processo de escrever. Portanto, aproveitem e leiam bastante! Esta foi a Beatriz Zanzini. Para saber mais sobre seus textos e seu livro “Despindo-me em Palavras”, visite a sua fanpage no Facebook, “Beatriz Zanzini”, e também o projeto “Colorindo as Palavras”, de Joyce Xavier em parceria com vários autores, na fanpage de mesmo nome. A autora está sempre presente nas redes sociais, respondendo às mensagens de leitores. ■

Prêmio Nacional CEPE de Literatura 2016 É a segunda edição e está dando 80 mil reais em prêmios, 20 mil para os primeiros colocados. Residentes em outros países também podem enviar seus textos, a concorrer nas categorias: Romance, Contos, Poesia e Literatura Infanto-Juvenil. Realização: Companhia Editora de Pernambuco. Inscrições até 1 de junho.

Prêmio Nacional Academia de Letras da Bahia – Conto 2016 Dupla premiação: 15 mil reais e publicação do livro. Inscrições até o dia 15 de abril, na categoria Contos. Corra porque o prazo já está acabando! ■

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CONTRACAPA

PÁGINAS AO VENTO

Por Helena Souza

Por Débora Falcão

A Batalha das Nossas Vidas

Antes de tudo, fiquei surpresa com Eduardo Spohr ser destaque desta edição. Não tenho costume de ler livros do gênero que ele costuma escrever, mas conheço o trabalho do autor já faz alguns anos, desde meu Ensino Médio, se não me engano. Observava alguns colegas comentando e lendo. Hoje tive a oportunidade de relembrar esses tempos. Inclusive, na minha pesquisa fomentada pela curiosidade, encontrei um trecho incrível em que o livro “A Batalha do Apocalipse” foi creditado: A grande batalha das nossas vidas é a construção do nosso próprio futuro. É viver com dignidade, apesar de nossa natureza imperfeita. É aceitar os outros como iguais, e ao mesmo tempo ter consciência de nossa verdadeira importância, e da capacidade de reger o nosso destino. Somos os donos de nossos caminhos, os únicos responsáveis por nossas vitórias e pelos nossos fracassos. Ninguém nos controla. Somos livres, e essa é nossa única arma.

A frase mais impactante desse trecho, certamente, é a primeira. Ela é daquele tipo que fica rondando em nossa cabeça, fazendo com que nós fiquemos somente no “wow, isso é tão verdade!”. O futuro é algo tão incerto, é realmente uma batalha construí-lo, enfrentamos imprevistos, sonhos são adiados e alguns de nossos planos nem sempre dão tão certo como achamos que dariam. Não somos perfeitos, erramos tão facilmente e mais: temos que aprender a viver dessa maneira. Somos obrigados a saber quem somos e o que somos, e isso não é ruim, na verdade, é uma coisa boa. Saber isso é que nos ajuda a trilhar nosso caminho, pois somos os “únicos responsáveis por nossas vitórias, e pelos nossos fracassos”. Quando aprendemos isso sobre nós mesmos, já é um importante passo para que possamos entender que o nosso próximo é exatamente igual também. Quem sabe, se um dia todo mundo souber e entender isso, as coisas não melhorem um pouco? 18

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

Ventos de Aventura! Eduardo Spohr. Sim, ele está nesta edição. E imaginem minha surpresa quando ele aceitou ser entrevistado por mim para a capa da segunda edição da Geração Bookaholic! Vi a oportunidade quando, após algum tempo de conversa com o autor através da rede social Facebook eu soube que estaria entrando em turnê pelo Brasil para divulgar seu novo lançamento, Paraíso Perdido. Eu já havia comprado o livro e já havia iniciado a leitura, e, é claro, eu estaria presente ao lançamento. E então, surgiu a ideia da entrevista. Ele já tinha aceitado ser entrevistado, mas então soube que ele estaria em Recife-PE, onde moro, e entrei em contato para saber se ele me receberia em nome da revista. Como a primeira edição ainda estava em organização, não havia como mostrá-lo uma revista pronta, então, ele não sabia se a revista seria um sucesso, se daria certo, nem se a aparência dela seria profissional, etc. Não tinha como prová-lo nada disso. E Spohr me surpreendeu, demonstrando atenção e confiança, e aceitou prontamente receber-me aqui mesmo, em Recife, na ocasião do evento de lançamento. Entrei em contato com sua assessora para fechamento dos detalhes, e logo após o evento ele me receberia para a entrevista pessoal. Imaginem como eu estava! Afinal de contas, ele é uma das referências que tenho em literatura moderna nacional, e sua escrita e ideias são muito parecidas com as minhas, por isso me identifiquei de pronto logo no primeiro livro, “A Batalha do Apocalipse”. Preparei com afinco as perguntas, me preparei, e fui para o evento. Eu não contava com a demora em ser recebida, pois havia muitos leitores para serem atendidos. Houve um bate-papo inicial e, logo em seguida, autógrafos. Leitores que levaram uma sacola de livros para serem autografados (sim, alguns levaram livros de amigos, e chegaram a somar quinze livros com um único leitor para serem autografados). Quando, finalmente, todo o evento se encerrou, já era próximo das 23h. Pensei que ele desistiria, mas não. Atenciosíssimo, ele e a representante do Grupo Editorial Record que o acompanhava, me receberam lá mesmo, no Shopping Riomar, e gravamos a entrevista de forma descontraída e tranquila. Spohr, super simpático apesar da hora (e da fome que com certeza o atacava, visto que estava preso no evento desde as 17h30), respondeu a todas as perguntas, e ainda ficou preocupado no final se tinha sido a contento, se tinha respondido com informações interessantes etc. O que me causou ainda mais admiração por seu trabalho e sua pessoa. Por isso, espero que vocês gostem bastante da matéria especial desta edição, pois foi muito legal produzi-la, e muito interessante também. E se você não conhece o Eduardo Spohr, considere a possibilidade de conhecê-lo. Valerá à pena. As páginas de sua escrita não serão jogadas ao vento do tédio, mas embaladas ao sabor dos ventos de aventura! ■


LETRAS FANTÁSTICAS Por Roberta Costa

REDESCOBRINDO O BRASIL Por Giuliana Sperandio

Dificuldades no Mercado Literário Nacional

Por que não descobrir o Brasil pra variar?

Todos os meses tomamos conhecimento de inúmeros lançamentos literários, vários deles, seja em formato físico ou digital, independentes. Novos autores surgem no cenário literário, mostrando grande talento. A dificuldade de se conseguir uma boa editora se dá, na maioria das vezes, pelo alto custo exigido. Outra dificuldade que vemos comumente é a falta de reconhecimento do trabalho dos autores nacionais por parte dos próprios leitores, uma vez que muitos se recusam a pagar o preço de venda pedido em um livro nacional mas pagam até mais caro por um livro de literatura estrangeira. Vejam bem, meu intuito aqui não é dizer que um seja melhor que o outro... afinal... Literatura é Literatura!

Essa pergunta parece estranha, mas não é. Ultimamente venho acompanhando muito a literatura no Brasil, crescendo, mas onde anda o cenário brasileiro nos livros?

Essa introdução foi para que pudéssemos chegar a uma terceira dificuldade, que, a meu ver, é a que tem causado mais dor de cabeça aos autores. Refiro-me aqui à P-I-R-A-T-A-R-I-A! Como se não bastasse muitos autores terem que tirar do próprio bolso para lançarem suas obras em formato físico ou lançarem em e-book a um preço ainda mais acessível, pessoas veiculam as obras em PDF, sem qualquer custo, desrespeitando o autor e até mesmo outros leitores. Se eu leio em PDF? Claro que sim, mas comprados ou os que recebo de parcerias (uma vez que não gera custos para o autor parceiro ao enviar-me o material para divulgação). Uma situação que me entristeceu bastante foi ler o desabafo de uma autora, que contava sobre um comentário em sua rede social de alguém que se dizia fã de seu trabalho. Tal fã se dizia nasioso pelo lançamento do novo trabalho da autora, mas esperaria a obra “começar” a ser veiculada em PDF para que pudesse ler de graça... COMO ASSIM????? Que “fã” é esse? Ou melhor... Que leitor é esse? E, infelizmente, esse é apenas um dos inúmeros casos que vemos por aí... Venho pedir um pouco mais de consciência – de caráter – de respeito e de reconhecimento por nossos escritores, que tanto se esforçam para nos presentear com obras de qualidade, mesmo seu o auxílio de editoras. A pirataria só existe porque muitos de nós se beneficiam dela, se parássemos de adquirir livros veiculados ilicitamente (sim, para quem não sabe, PIRATARIA É CRIME), tal prática perderia força consideravelmente. Enfim, vamos virar esse jogo e mostrar a essas pessoas o quanto podemos fazer frente a esse “mal”, que só prejudica ainda mais nossa tão rica literatura nacional. Vamos refletir sobre isso! Compartilhem conosco através do redacaobookaholic@gmail.com (Cartas dos Bookaholics) o que acham disso tudo!

Antigamente, a nossa literatura prezava mais em apresentar o cenário nacional nas descrições. Machado de Assis, Graciliano Ramos e José Lins do Rego, por exemplo, escreviam sobre as cidades e estados, onde o leitor poderia se ver ou se imaginar nos costumes locais retratados com maestria. E hoje? Temos mais estrangeiros e Mary, James, Robert, Greg... Nada contra colocarem a história lá fora, com nomes estrangeiros, mas o que tem acontecido é que os contemporâneos estão em uma enxurrada de livros nacionais com conteúdo e nomes de personagens quase que somente estrangeiros. Será que um leitor não gostaria de ver mais Paulas, Marias, Josés, Marianas, Sebastiãos? Ou reconhecer a sua cidade, o seu estado e poder se imaginar no cenário do livro? São poucas as obras que realmente retratam o Brasil. Conheço alguns autores que permanecem aqui e ainda assim tiveram sucesso. Quer ver alguns? O autor Raphael Montes ambientou algumas de suas obras em sua cidade natal, Rio de Janeiro. L.L. Alves ambientou seu livro “As Grandes Aventuras de Daniela” em Florianópolis. Priscila Ferreira escreveu um suspense policial maravilhoso que se passa no Rio de Janeiro. Fernanda Friederick escreve sobre o Recife. Tatiane Durães ambientou seu romance de época “Desejo e Honra” em Minas Gerais, e por aí vai. Outro bom exemplo para ser citado é o da autora Katerine Grinaldi. Em seu YA ambienta a história no Rio de Janeiro e brinca com nomes estrangeiros. Isso também ficou inusitado e achei super válido. Claro que os autores não precisam e não devem se ater a apenas um país, mas seria legal que de vez em quando usassem nosso país como cenário. Então, eis o desafio... Vamos redescobrir e desbravar esse nosso Brasilzão, autores? Os leitores agradecem! Até a próxima edição!

Até a próxima!

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Por Débora Falcão

Em dezembro de 2015, o carioca Eduardo Spohr, que vem conquistando cada vez mais público e se tornou autor best seller com seu sucesso “A Batalha do Apocalipse”, fecha um ciclo com o terceiro e último livro da série “Filhos do Éden”. Em turnê pelo Brasil para o lançamento de “Paraíso Perdido”, Spohr bateu um papo descontraído com os leitores, tirou fotos e autografou seus livros até o último leitor. Extremamente simpático e atencioso, o autor também recebeu, com exclusividade, a Geração Bookaholic e falou sobre este ciclo fantástico que iniciou com a Batalha do Apocalipse e se encerrou agora, com Paraíso Perdido. Confira a entrevista na íntegra! Fechamento de um ciclo. Como você se sente agora, concluindo esta etapa, e se despedindo de personagens com quem conviveu por mais de seis anos? Eduardo Spohr: Eu acho que eu não esteja bem me despedindo deles, eu acho que eles sempre vão estar comigo. Eu também acho que eu vou voltar a escrever dessa forma, nesse universo – não nessa história, o ciclo dessa história se fechou – mas o universo que eu criei continua vivo. Eu vou lançar o Guia Ilustrado este ano, e outros romances podem surgir, dentro desse universo ou fora. Eu não vejo como uma despedida. Eu vejo só como o fechamento de um ciclo, e de repente o início de outro no futuro. Desde a escrita de A Batalha do Apocalipse você já cultivava a ideia da trilogia Filhos do Éden ou ela nasceu depois? Spohr: Ela surgiu no final de A Batalha do Apocalipse. Eu queria escrever mais sobre aquilo, mas tinha muita coisa que eu queria contar e que não era capaz de contar num livro só. Então, logo que eu acabei A Batalha, eu já pensei em toda a história de Filhos do Éden, toda a trilogia, e eu só vim a detalhá-la depois, né? Eu tive essa ideia, aa

tanto é que na Edição Especial de A Batalha do Apocalipse tem um capítulo especial chamado MTRN, que é o capítulo que faz ligação da Batalha com os Filhos do Éden. Então eu queria dizer “Olha, já tenho aí tudo pronto – quer dizer, não tudo pronto – mas tudo planejado sobre o que iria acontecer”. Por falar na Batalha, Paraíso Perdido fecha o ciclo começado por ela, como se selasse uma circunferência, como vemos no epílogo deste último. Essa ideia de fechamento surgiu quando? Durante a escrita de Paraíso, quan-do iniciou a trilogia, ou lá atrás, em Batalha? Spohr: Eu acho que foi mais pelo fato de ter escrito algo anterior à Batalha do Apocalipse. Eu não queria escrever algo que fosse depois. Então acabou que eu escrevi algo anterior, que foi Fi-lhos do Éden, e que vai abrindo caminho para a Batalha do Apocalipse. É mais a ideia de eu não querer dar continuidade à Batalha, e entender que aquele é o fim das coisas e não forçar a bar-ra. Então veio a ideia de concluir e fechar em Batalha, mas acho que é por isso. É uma história que vem antes. Convivemos com Kaira e Denyel e fica difícil nos despedirmos deles, da mesma maneira que foi difícil com Ablon, na Batalha do Apocalipse. Ao menos Ablon voltou neste último a

“Eu não estou me despedindo dos meus personagens, apenas fechando um ciclo, de repente até iniciando outro.” Eduardo Spohr

– Paraíso Perdido – e matamos um pouco a saudade dele. Podemos ter esperanças de encontrar Kaira e Denyel no futuro ou você encerrou definitivamente a história dos dois em Paraíso Perdido? Spohr: Não, não. Como eu disse, eu tenho muitas histórias, e é claro que não vou querer entrar nessa de “continuação barata”, de ficar escrevendo e escrevendo sobre a mesma coisa, mas eu tenho várias histórias, como eu falei. Acho que esse universo tem ainda muita história pra contar. Posso contar histórias que aconteceram antes, histórias paralelas, tudo é possível. No futuro eu não sei o que vai acontecer. Neste último livro você nos presenteou com alguns cenários incríveis, e um deles foi o Valhalla, com a cultura e mitologia nórdicas. Era algo que você já gostava e sobre o qual queria escrever, como foi na história das guerras em Anjos da Morte, ou a ideia surgiu e você começou as pesquisas por causa do livro? Spohr: Era uma ideia que eu já gostava. Toda a mitologia assim, não só a nórdica como a grega. Eu gosto de qualquer tipo de mitologia. Era uma ideia que eu já tinha e acabei desenvolvendo isso em Paraíso Perdido. E também a mitologia grega, que aparece bastante. Eu sempre gostei muito do estudo de mitologias. A capa do livro está linda! Parabéns! Spohr: Obrigado! (risos) Você disse nas redes sociais que se tratava do anjo Metatron. Você participa ativamente da escolha dos elementos que vão estar nas capas, como os detalhes, personagens e cores, por exemplo, ou confia totalmente no trabalho do capista? Como se dá esse processo de escolha? Spohr: Eu participo de tudo. Eu até fiquei meio impressionado, porque quando eu li o contrato da editora, dizia que a editora tinha o profissional das capas, e tal, mas como eles compreendem aa


Guia do Leitor Eduardo Spohr Para você se ligar em como ler os livros do Eduardo Spohr, a Revista Geração Bookaholic preparou um Guia do Leitor especial. Aqui você encontra os livros na ordem de leitura, e também uma sinopse para você se situar na história. Então, curte aí! 1.

Comece lendo o livro que deu nome a Eduardo Spohr e fez dele um autor best seller em todo o país. A Batalha do Apocalipse é o primeiro da saga, e apresenta aos leitores o universo em que a história irá se apresentar. Existem várias versões no mercado: edição econômica (tem páginas mais finas, a capa não tem orelha e, por isso, o valor do livro é menor), edição comum (capa com orelha), edição ilustrada e capa dura (tem extras no final com cada casta de anjos com informações e ilustrações coloridas e um capítulo bônus). Todas as edições têm um apêndice com glossário das palavras usadas no mundo criado pelo autor e uma linha do tempo completa, desde a criação do universo, passando pelas guerras celestes, criação dos anjos e dos homens, até o sétimo dia e a Batalha do Apocalipse. Também têm, no início, um prólogo com um trecho do chamado “Manuscrito Sagrado dos Malakins”, criado por Spohr.

Débora Falcão e Eduardo Spohr em evento de lançamento em Recife-PE que eu sou o criador desse universo, acaba que eu faço e só mando pra eles. Mas você mesmo construiu a arte ou só mandou por escrito o que gostaria que estivesse na capa? Spohr: Isso. E aí o desenhista e ilustrador fez a arte baseado no que eu escrevi. Mas fui eu que disse tudo o que eu queria na capa.

A Batalha do Apocalipse

2.

Trilogia Filhos do Éden – Herdeiros de Atlântida

Legal isso. Bom, falando em capa, em histórias, informações, quais são seus projetos futuros? Você tem em mente novas histórias e aventuras, ou não está pensando no assunto e pretende curtir umas férias? Spohr: O próximo projeto é o Guia Ilustrado da série Filhos do Éden, que vai sair no natal deste ano (2016). E acho que vai ser bem maneiro. Eu estou trabalhando nele já há algum tempo, e vai ser legal, vamos ver qual vai ser. Acho que esse é o próximo projeto pro futuro. Você vai continuar escrevendo fantasia envolvendo os alados ou pretende se aventurar em outras áreas? Spohr: Eu tenho ideia pra tudo. Vamos ver o que é que vai ser. Depois que eu terminar o Guia Ilustrado é que eu vou pensar nos próximos projetos. O próximo projeto é o Guia Ilustrado, e o próximo do próximo eu vou ver lá na frente. Mas é como eu falei, eu tenho ideia pra absolutamente tudo, só vou ver o que é que vai vir no meu coração aí.

Apesar de ser o mesmo universo criado em A Batalha do Apocalipse, a trilogia Filhos do Éden traz novos personagens e novas aventuras. Muita ação e novidades, suspense, reviravoltas e, é claro, romance. 3.

Deixando de falar um pouco do futuro e indo pro passado, você sempre quis ser escritor ou essa veia artística surgiu num momento específico da sua vida? O que te motivou a seguir esta carreira? Spohr: Sempre escrevi, desde os seis anos de idade. Depois que me alfabetizei, sempre criei histórias. Eu não acho que exista alguém assim que um dia diz “Ah, eu vou ser escritora”, eu acho que a pessoa nasce escritora. A pessoa nasce com isso. Depois de dez anos, quinze anos, a pessoa descobre que tem o tino pra isso. Comigo foi isso. Eu sempre aaa

Anjos da Morte é o segundo livro da trilogia, e nele é possível conhecer mais a fundo o passado do exilado Denyel, em paralelo com o presente, e ainda conhecer bem sua ligação com o arcanjo Miguel e com Yaga, uma hashmalin implacável. 4.

Eduardo Spohr em bate-papo com leitores, na Livraria Cultura do Shopping Riomar, Recife-PE

Trilogia Filhos do Éden – Anjos da Morte

Trilogia Filhos do Éden – Paraíso Perdido

Fechando o ciclo começado em A Batalha do Apocalipse, neste terceiro livro da trilogia podemos vislumbrar alguns personagens apresentados na Batalha, como Ablon e Ishtar, e sua missão no passado. Visitaremos Atlântida, além de outros ambientes como o Valhalla, e saberemos finalmente o que está por trás de tudo o que aconteceu nos livros anteriores. É a revelação de tudo, e o reinício de tudo. www.geracaobookaholic.blogspot.com

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me envolvi, sempre escrevi, de forma amadora, e não foi assim uma coisa “ah, eu vou ser escritor”. Acho que sempre fui escritor. Sempre gostei disso, isso sempre esteve comigo, desde criança.

tendo algumas coincidências assim. Mas não especificamente, por exemplo, o Livro de Enoque. Mas eu acabei pegando por tabela, entende? Acho que é isso.

Eu reconheci muitas referências no seu último livro do Livro de Enoque, que é um apócrifo. Ele foi uma de suas fontes de pesqui-sas? Quais são suas fontes? Como se dá o processo de pesquisa para o seu livro, esse processo anterior à escrita? Spohr: Na verdade eu nunca li o Livro de Enoque, mas tem muita coisa que vem, não tem uma fonte que se diga “é essa”. As grandes histórias falam sempre sobre as mesmas coisas, Os grandes livros falam sempre sobre as mesmas coisas. Então, obviamente acaba se aaaa

Você faz muita pesquisa in loco? Spohr: Quando eu posso eu faço, isso é o ideal, né? Mas, se naquele momento eu não posso, eu não me limito por causa disso. O que te inspirou a escrever sobre esse universo em particular, com os alados etc? Spohr: O que me serviu de inspiração foram os quadrinhos da Vertigo, a série Os Anjos Rebeldes, e o fato de eu ter realmente sido criado numa cultura, ter estudado em escola católica e tal, então tudo foi meio que me aaaaaaaaa

ajudando a ter esse interesse em particular. Você gosta de ler outros autores ou prefere outro tipo de distração quando não está envolvido com seus livros? Spohr: Gosto, adoro, a coisa que mais gosto de fazer é de ler. Adoro ler. Que autor você cita entre os seus preferidos? Spohr: Não dá pra citar um. É difícil. Mas acho que se eu fosse citar um, já que estamos falando de fantasia, acho que seria o Robert, que é o criador do Conan. (pensa um pouco...) É difícil citar um assim! (risos). Eduardo Spohr por Eduardo Spohr. Quem é você? Spohr: Um nerd, só. (risos) Parabéns, Eduardo, pelo seu livro e pelo seu sucesso. Que venham mais histórias! Spohr: Obrigado a você por ter vindo e por essa entrevista, eu espero que tenha ficado legal! (risos). Queria também agradecer a todo mundo que compareceu aos eventos de lançamento do livro Paraíso Perdido, valeu mesmo!

Leitores no bate-papo com autor Eduardo Spohr, na Livraria Cultura de Recife-PE.

É isso aí, gente! Esse foi o autor Eduardo Spohr, e você pode encontrar todos os livros da saga – A Batalha do Apocalipse e a trilogia Filhos do Éden, bem como as edições especiais e ilustradas – em todas as livrarias do Brasil. Para maiores informações, acesse o blog do autor: www.filosofianerd.blogspot.com e você também pode encontrá-lo nas redes sociais. O seu perfil no facebook é Eduardo Spohr. O autor está sempre pronto para responder às dúvidas dos aaaa leitores, sempre solícito e presente. Vale à aaaa pena bater um papo com ele por lá. ■

“Eduardo Spohr é um nerd, só isso!” Eduardo Spohr, falando de si mesmo.

Leitores na fila, aguardando para receber autógrafo do autor Eduardo Spohr, Livraria Cultura de Recife-PE. 22

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária



Texto: Juliana Cury Fotos: Divulgação

“O amor não é um eclipse solar, quando a lua oculta o sol. Você descobre que ama alguém de verdade quando deseja que estejam no mesmo céu, ainda que por poucos minutos, só pra ver a luz do outro brilhar.” Fernanda França, em O Pulo da Gata

LOUCOS POR QUOTES

“Esse quote é muito especial porque acontece em um momento importante do meu último livro. E se cada história marca um escritor de alguma forma, essa me mostrou que o é, também, a alegria por ver as realizações da pessoa que amamos.

“Sonhos são possíveis, sim! Basta acreditar. E ter determinação e coragem – duas baterias naturalmente recarregadas pelo amor.” Patrícia Barboza, em As Mais 4

“”Eu acho que fé é isso, Benjamin: primeiro você coloca o pé, depois Deus coloca o chão. Não é a coragem que o faz dar um passo adiante, é a fé.” Lu Piras, em Além do Tempo e Mais um Dia

“Por que foi que cegamos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão. Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.” José Saramago, em Ensaio Sobre a Cegueira

“Essa coragem não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo, quando ele existe, por uma vontade mais forte e mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de alma, diante do perigo.” André Comte-Sponville, em Pequeno Tratado das Grandes Virtudes Fernanda França é jornalista de formação e escritora por amor à literatura. Pós-graduada em Comunicação Jornalística pela Cásper Líbero, ela fez curso de especialização em jornalismo e reportagem pelo Knight Center for Journalism in the Americas, da Universidade do Texas, EUA. Trabalhou por doze anos como repórter em rádio, sites, revistas e jornais. É paulistana e atualmente mora no interior de São Paulo com o marido, o filho e três gatos. Fernanda lançou seu primeiro livro em 2010, “9 Minutos com Blanda”, que teve uma segunda edição em 2013. Em 2012 veio “Malas, Memórias e Marshmellows” e em 2014 a continuação, “Bolsas, Beijos e Brigadei-ros”. Em 2015 lançou “O Pulo da Gata”. Os dois últimos livros foram publicados pela Editora Planeta. Mantém o site www.fernandafranca.com.br O autor/personalidade escolhe trechos de seus livros preferidos e compartilha com a revista.

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Por Débora Falcão

Todo mundo sabe o que é um sebo. Se nunca esteve em um, já sabe do que se trata ou já ouviu falar nele. Principalmente agora, em que vivemos uma era especial, uma era digital em que a literatura e o amor pelos livros estão levando milhares de pessoas às livrarias, às bibliotecas e, por que não, aos sebos? Com a facilidade e a praticidade de se encontrar livros raros e literatura moderna em bom estado e, muitas vezes, por menos da metade do preço, os sebos também oferecem os serviços de compra e troca de livros. Você leva os livros que já leu e não quer mais e faz negócio com os sebistas, vendendo ou trocando por outros, neste último caso sempre seguindo o padrão dois livros por um, ou, dependendo dos títulos, três livros por um. Os sebos estão espalhados pelo Brasil, e algumas cidades chegam a ter mais de um sebo, onde você pode encontrar verdadeiras raridades, como livros antigos em capa dura, versões com extras e – por que não? – até livros autografados pelo autor. Basta procurar. Mas tem que ter paciência. Pois encontrar um livro requer perseverança. Olhar prateleira por prateleira, mesa por mesa, livro por livro. Na maioria das vezes, os sebos não têm condições de organizar os livros por categorias, pois são muitos livros, e o máximo que fazem é colocar em evidência alguns livros que têm maior saída. Mas, ainda assim, vale à pena procurar, olhar com calma, e você pode ter muitas surpresas boas! Os sebos são de todos os tipos. Você pode encontrar um local específico para sebos, onde a prefeitura da cidade separou para que eles se instalem com barracas, ou mesmo uma esquina, onde o sebista forra o chão com algum tecido ou toalha e dispõe seus livros para serem vendidos. Mas, na cidade do Recife, existe um lugar especial. E, com exclusividade para os leitores da revista Geração Bookaholic, visitamos este lugar e trouxemos muitas informações e novidades! PRAÇA DO SEBO

Única no Brasil inteiro, a Praça do Sebo é uma praça especial. Uma praça separada especificamente para funcionar o sebo mais importante da cidade do Recife. Duas árvores frondosas, bancos, iluminação, banheiros, restaurantes e barzinhos compõem a praça, que conta com vários boxes dos sebistas à disposição dos leitores. Lá você pode comprar seus livros, vendê-los, trocá-los, sentarse em um dos bancos à sombra e lê-los. Mas não 26

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não é só isso. Conversamos com Ana Carolina Sobral (25), criadora do projeto Movimente Praça do Sebo, e ela nos contou um pouco sobre este projeto que tem o intuito de movimentar, agitar, transformar e se apoderar do espaço que é público. “A gente tem esse grande espaço aqui para fazer atividades culturais, com o grande ponto positivo que é a venda de livros ao redor. Um lugar ao ar livre, com ações culturais, para o leitor se divertir e adquirir livros em bom estado e com preços abaixo do mercado”, diz Carol. No Brasil, só existe uma praça com esta configuração, com feira de livros novos, antigos e raros, e esta praça é justamente a Praça do Sebo, no Recife. O melhor de tudo é que todos os sebistas, vendedores de livros dos boxes, são pessoas simpáticas, que recebem bem, conhecem de literatura, e dá pra passar a tarde inteira conversando com eles. “Eles conversam sobre literatura, tiram dúvidas – até porque eles vivem disso –, a maioria está aqui há mais de quinze anos, alguns há mais de vinte anos vendendo, comprando e trocando livros”, continua Carol Sobral. MOVIMENTE PRAÇA DO SEBO O projeto Movimente Praça do Sebo surgiu da necessidade de atrair os leitores de volta aosebo

“Um lugar ao ar livre, com ações culturais, para o leitor se divertir e adquirir livros em bom estado e com preços abaixo do mercado.”

quência, advogados, estudantes de direito e concurseiros da área como clientes. Ainda assim, a venda de literatura moderna tem um cantinho separado, para não perder outros clientes. Ter um foco sem deixar de lado outros públicos. Sentindo essa necessidade de movimentar mais a Praça do Sebo, a Carol Sobral criou o projeto Movimente Praça do Sebo, com organização de eventos literários, incluindo saraus e outros eventos, para manter a praça movimentada e atrair cada vez mais o público leitor a este ambiente tão propício à propagação da leitura. ABRIL PRO LIVRO Um desses eventos é o Abril Pro Livro, um evento em parceria com o Abril Pro Rock, que já existe há anos e movimenta a cidade do Recife com bandas e shows de rock. A Praça do Sebo recebe artistas e autores, que contribuem com palestras, leituras de poesias, saraus, música e sorteios de livros e brindes, além da venda nos boxes de livros em ótimo estado com preços que variam de R$ 5,00 a R$ 25,00. Iniciado em 2014, o Abril Pro Livro costuma reunir leitores de toda a cidade na Praça do Sebo, escritores que participam doando livros para serem sorteados e vendidos a preços módicos e leitura de livros, poesias, além de artistas de MPB, entre outros. Trata-se de um evento que permite que os leitores se sintam à vontade para comprar, ler, trocar, se divertir num dia bastante descontraído, conhecer artistas, participar de sorteios etc. A Praça também conta com uma praça de alimentação ao lado, com bares, restaurantes e lanchonetes, onde o leitor pode se sentir à vontade, mergulhado no universo que mais gosta: leitura.

Ana Carolina Sobral Projeto Movimente Praça do Sebo ao sebo. No início, os sebos eram bastante movimentados. Vários leitores passavam por lá para adquirir livros raros, livros de literatura clássica nacional ou estrangeira. Com o passar dos anos, esse público foi se tornando cada vez mais escasso. É o que comentou conosco Cátia Sales (42), que trabalha no sebo há 17 anos no Box Recanto dos Alfarrabistas. “Existe uma diferença até mesmo no público desses dezessete anos que estou aqui. Hoje em dia, a Praça do Sebo é menos frequentada. Antigamente, tínhamos um público selecionado, as pessoas procuravam livros clássicos, pensadores, coleções filosóficas, livros raros. Hoje em dia, temos outro público, que busca mais os livros internacionais e modernos”, conta Cátia. Iraci Lourenço, do Box Livros da Iraci, também fala sobre isso. “Antigamente era melhor, sempre tinha muita gente no sebo. Ultimamente tem pouca gente. Antigamente se procurava mais os livros raros; agora o foco é nos livros escolares”. E isso foi outra coisa que mudou nas vendas de livros no sebo. A maior parte das vendas concentra-se nos livros didáticos, paradidáticos e livros para concursos públicos. Um dos boxes, inclusive, dedica-se quase que completamente aos livros da área de Direito, e recebe, com frequ

O Abril pro Livro é apenas um dos eventos promovidos pelo projeto Movimente Praça do Sebo, que promove ações culturais durante todo o ano. Uma forma de atrair cada vez mais leitores a conhecer a Praça do Sebo e a adquirir cada vez mais livros dessa fonte. De qualquer maneira, a Praça do Sebo funciona não só durante esses eventos. Ela está em funcionamento todos os dias, de segunda a sábado, das 9h às 17h, com os livreiros sempre dispostos a atender os leitores que chegam. E a cada dia novos leitores aparecem por aqui. Cristina Maria visitou o sebo pela primeira vez em companhia de sua filha de 12 anos. “É a primeira vez que venho ao Sebo. Soube que estavam vendendo livros didáticos e vim conferir.” E acabou comprando livros de romance para a filha que se interessou por alguns títulos dos boxes.


Tatiana Silveira, há vinte e três anos trabalhando no sebo no Box Tatiana Livros, aguarda que os leitores venham cada vez mais para o sebo, mas sabe que tem uma concorrência desleal: a internet. “As vendas decaíram muito ultimamente. Tem uma certa diferença no público, e hoje em dia as pessoas têm muita facilidade de encontrarem os livros pela internet, fazem download, e só compram no sebo quando não conseguem encontrar aquele livro. São poucos os que realmente veem comprar livro no sebo”, comenta Tatiana. Mas nós podemos mudar essa situação, movimentando a Praça do Sebo e também os sebos de sua cidade. Para falar a verdade, quem tem mais a ganhar com isso somos nós, leitores, que prezamos por um bom livro e por manter nossas estantes sempre completas e repletas de novos mundos, pois os sebos oferecem livros novos e seminovos por preços que chegam a ser 50% abaixo do valor de mercado, o que faz uma grande diferença em nossos bolsos. Com o valor que compraríamos um livro na livraria podemos comprar dois livros no sebo.

CONHECENDO A PRAÇA DO SEBO Se você mora em Recife ou na Região Metropolitana da cidade, ou mora em qualquer cidade e esteja visitando a cidade do Recife, vale à pena conhecer a Praça do Sebo. No coração do centro do Recife, é super fácil de encontrá-la. Próximo à Avenida Guararapes e à Avenida Dan-tas Barreto, quase todos os ônibus para o centro do Recife passam por lá. A Praça do Sebo é um refúgio no meio de tantos edifícios do centro, e é um local de descanso.

Cátia Sales Box Recanto dos Alfarrabistas – Praça do Sebo

Tatiana Silveira Box Tatiana Livros – Praça do Sebo E se tiver um espaço que nos ofereça esse serviço aliado ao ambiente agradável, com eventos culturais vez por outra, por que não? Venha conhecer a Praça do Sebo, do Recife, e conhecer os sebistas e seus livros.

Com vários boxes, é possível encontrar literatura estrangeira atual, com títulos conhecidos, boxes completos em ótimo estado, com séries mais procuradas como Game Of Thrones, Harry Potter, Diário de Um Banana, Jogos Vorazes entre outros, e também comprar cada um desses livros em separado. É possível encontrar literatura variada nacional e internacional, literatura de cordel – típica do Nordeste – e muitas outras. Livros raros, clássicos, séries fora de catálogo, o sebo é o lugar certo e, com certeza, a Praça do Sebo do Recife tem o livro que você procura. “Às vezes nem sempre a gente tem o livro que o leitor procura naquele momento, mas sempre, uma hora ou outra, ele vem parar na nossa mão. O sebo é cíclico, pois nós sempre estamos a

adquirindo livros novos, de leitores ou de livreiros, então é interessante o leitor não desistir na primeira vez. Volte, e você poderá encontrar na segunda vez o que procura”, diz Cátia, do Recanto dos Alfarrabistas. Cátia diz ainda que fazem um trabalho personalizado. “Às vezes o leitor quer um livro que sempre aparece na nossa mão mas que naquele momento não temos. Então, a gente anota o telefone e o título que ele quer e, quando o livro aparece, telefonamos para avisar”. Isso garante um atendimento que fideliza o cliente, e ele se sente melhor tratado do que em outros lugares, e acaba sempre voltando.

Iraci Lourenço Box Livros da Iraci – Praça do Sebo Coloque o sebo de sua cidade em seu roteiro de compras de livros. Se você nunca foi a um sebo, vale à pena conferir a qualidade dos livros e os preços, além de levar outros livros para venda – incluindo livros didáticos e paradidáticos do ano anterior – e também para troca por outros livros de seu interesse. Os profissionais do sebo estão sempre dispostos a trocar, comprar e vender livros, gerando rotatividade no estoque e também movimento nos sebos. Se você nunca foi a um sebo, não sabe o que está perdendo. E mais: aproveite para conhecer a Praça do Sebo do Recife. Passe por aqui no mês de Abril para participar do Abril pro Livro, e fique ligado na Geração Bookaholic, que trará sempre uma novidade dos eventos da Praça para você! ■

Ana Carolina Sobral, criadora do projeto Movimente Praça do Sebo e do evento Abril Pro Livro, em parceria com a organização do Abril Pro Rock

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LETRAS IMORTAIS

Por Suelane Passavante “Enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inú- dido com a política adotada por Napoteis.” leão III (o qual ajudara a eleger), tentou organizar a resistência à ditadura dele, e Escritor romântico do século XIX, foi perseguido, se refugiando em Bruxeque trás em suas obras questões políti- las. Retornou depois de dezoito anos, cas e sociais. Nasceu na França, porém, com a queda do Império. por ser filho do Conde Joseph LéopoldSigisbert Hugo, general de Napoleão, e Sophie Trébucher, passou sua infância viajando devido ao cargo que seu pai exercia. De 1814 a 1816, fez seus estudos preparatórios no Liceu Louis le Grand, e nessa época ele já escrevia versos e lia os livros de René Chateubriand, iniciador do romantismo francês. Ao mesmo tempo em que recusou ingressar na Escola Politécnica para se dedicar à carreira literária. Em 1817, recebe um prêmio em um concurso de poesia na Academia Francesa. Aos 17 anos (1819), fundou junto com os irmãos a revista “O Conservador Literário”. O primeiro ensaio publicado foi “Ode ao Gênio”. Com quinze meses de vida, a revista havia publicado mais de cem artigos entre política e crítica literária, teatral e artística. Victor Hugo foi um poeta, dramaturgo e estadista francês. Aos 21 anos (1823), publicou seu primeiro romance, “Han de Islândia”. Em Nessa época, escreve “As Contem1827, “Cromwell”, sucesso de público e crítica, e em 1829 publica “O Último Dia plações” (1856), “Os Miseráveis” (1862), de um Condenado” e escreve a peça “Os Trabalhadores do Mar” (1866) e “O Homem Que Ri” (1869). Em 1876, é elei“Marion Delorme”. Em 1831, ele escreveu seu grande to senador. romance histórico, “O Corcunda de Notre Dame”. Com 39 anos (1841) é eleito para a Academia Francesa. Criado no espírito da monarquia, o escritor acabou se tornando favorável a uma democracia liberal e humanitária. É eleito deputado de Paris em 1848 após a revolução que depõe Luís Felipe. Desiludi

Victor Hugo morreu em Paris, no dia 22 de maio de 1885. Em seu testamento, deixou cinquenta mil francos aos pobres. Foi sepultado no dia 1º de junho no Panteão, monumento fúnebre dos heróis nacionais. As duas obras mais adaptadas para o cinema e teatro foram “O Corcunda de Notre Dame” e “Os Miseráveis”.■

Nesta seção apresentamos imortais da literatura, já falecidos, que deixaram seu legado para a posteridade e serviram de referência para outros escritores.

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RESENHAS

Passei dois dias revirando o site da editora para achar um livro do estilo exato que eu queria ler: um romance tranquilo e rápido para relaxar. Mudei de título umas seis vezes, até que essa capa linda me chamou e me prendeu, e o escolhido foi A vida do livreiro A.J. Fikry. É uma narrativa muito gostosa de ler quando você acabou de sair de uma leitura pesada (que era meu caso) pois, embora tenha seus dramas, não força a mente. A história é sobre um dono da única livraria de uma pequena cidade. Ele e a esposa abriram a loja e, após ela falecer, ele se torna amargo, embora não abra mão do sonho da loja. Até que uma pequena pessoa aparece em sua vida para mudar tudo para sempre. Gostei do livro porque trata de leitura, literatura e o amor pelos livros, e não gostei porque no final tive a impressão de que tinham várias coisas acontecendo e que nada foi narrado com a calma que precisava. Não é aquele livro que você PRECISA ler nesse minuto, mas acho que é um título legal para se deixar na lista. 8,0 Juliana Cury

Este foi o livro de terror mais emocionante que já li até agora. Dean Koontz abusa do sobrenatural com uma realidade surpreendente, além do medo, levando o leitor a refletir, e terminando o livro com uma sacada genial e mais aterrorizante do que os fatos acontecidos no livro. “Fantasmas” começa quando a protagonista volta de uma viagem, trazendo sua irmã mais nova para morar com ela, e descobre que todos os moradores de sua cidade estão mortos e/ou desaparecidos. As mortes são horripilantes e a trama vai ficando cada vez mais tensa. Sem poder sair da cidade, ela conta com a ajuda da polícia e conhece o xerife. Entre eles, apesar das circunstâncias, nasce um afeto; só resta saber se sairão vivos daquilo tudo. 9,0 Márcia Lopes

“O coração é uma folha, o vento a faz palpitar.” Eu já havia lido alguns poemas do Pablo Neruda no colégio, e quando vi o livro “Teus Pés Toco na Sombra e Outros Poemas”, soube que tinha que lêlo; soube que tinha que conhecer Neruda mais a fundo. Este livro é um compilado de vários poemas inéditos do autor. Alguns deles ainda inacabados, outros não revisados. São poemas brutos, que foram achados recentemente, quando sua esposa arrumava algumas de suas coisas. Em certas ocasiões, o poeta chegou a escrever em menus de restaurantes, em cartilhas de programas musicais dos cruzeiros que ele viajava; seus versos correndo entre os pratos principais e vinhos mostrados no cardápio. Esta é uma edição bilíngue, enquanto na primeira página está a versão original em espanhol, na segunda está aquele trecho traduzido. Alguns dos poemas transcritos originalmente estavam faltando alguns trechos, visto que os papéis achados com os poemas estavam, muitas vezes, rasgados ou rabiscados. Como eram poemas inacabados ou não revisados, não dava para saber o que Neruda pretendia com aquele poema. Várias palavras ainda estavam inelegíveis, ou até mesmo ambíguas na oração. A tradução é do consagrado poeta brasileiro Alexei Bueno, que fez um trabalho fantástico ao decifrar algumas passagens, assim como Darío Oses conseguiu achar a palavra adequada para o que Neruda supostamente quis dizer. Darío ainda escreveu uma nota no início do livro falando da dificuldade de interpretar as particularidades de cada manuscrito. Um livro bastante curto, passível de ler em apenas um dia. Tem encarte de 32 páginas com a edição fac-símile dos manuscritos dos poemas, uma espécie de explicação do contexto de cada um, facilitando a compreensão. Também agradará a fãs de Paulo Leminski. Estreia em julho no Brasil o filme Neruda, falando sobre sua trajetória na política chilena, e sobre o tempo que precisou fugir de perseguições políticas. 9,0 Maria Lygia

AVALIAÇÃO 10.......................................... INCRÍVEL 9,0 a 9,5........................EXCELENTE 7,0 a 8,5....................................... BOM 4,5 a 6,5........................... REGULAR 2,5 a 4,0..................................... RUIM 0 a 2,0..................................PÉSSIMO 30

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Entre Prateados e Vermelhos no reino de Norta, Mare Barrow vive num pequeno vilarejo na subida do rio, perto do Palacete do Sol, onde os nobres passam o verão. A jovem vive com sua família e irmãos, alguns deles estão na guerra, e a única que ainda está na casa além dela é sua irmã Gisa, que é, aparentemente, a única que trabalha. Mare não trabalha, rouba dos outros para v

viver, ainda mais quando os Prateados vão à arena se divertir. Em uma noite es-cura, ela vê um adolescente saindo de uma taberna e resolve roubá-lo. Ela não sabe que se trata do príncipe Cal e que a partir daquele momento sua vida vai um-dar para sempre. Ela se vê entre sua alma vermelha e o poder que possui dos prateados, resolvendo lutar por algumas injustiças. Mare se tornará a lutadora de sangue vermelho e poder prateado. Será que irá mudar algo na situação em que se encontra os dois mundos? Achei o livro interessante e, ao mesmo tempo, eletrizante, a narrativa prende o leitor até o fim, e recomendo totalmente a leitura. 10,0 Renata Vasconcelos

A premissa do livro é o reencontro do ser humano consigo mesmo, resgatando o melhor que existe em nós. O avanço da tecnologia acaba, muitas vezes, aumentando a ambição e a ganância de muitos, que esquecem o verdadeiro significado da vida e do viver, e acabam por dar importância exacerbada ao poder e a muitos bens materiais, digamos, supérfluos. O livro retrata essa busca de si mesmo magicamente, mostrando uma floresta encantada, um mundo cheio de animais e seres mágicos. O enredo muito bem construído e a linguagem de fácil entendimento torna a leitura acessível a todas as idades, principalmente crianças e jovens, que poderão extrair diversos ensinamentos. Os personagens foram criados de forma ímpar, cada um com sua personalidade bem definida e com algo a nos ensinar. Confesso que achei alguns trechos um pouco cansativos, mas nada que diminua a qualidade da história e, principalmente, seus ensinamentos. A narrativa tem, também, diversas partes muito divertidas, e dessas a que mais me divertiu foi as manobras feitas para que o colar chegasse às mãos de Felícia! A autora está de parabéns por trazer temas sérios referentes ao desenvolvimento da sociedade e ao próprio ser humano de forma leve e agradável, fazendo-nos refletir sobre o passado, presente e futuro, sobre nossos erros e acertos. Acredito que este livro seria uma ótima opção de leitura nas escolas, uma forma de trabalhá-lo mais detalhadamente, tenho certeza de que renderia debates riquíssimos. 8,0 Roberta Costa


“Poder Ignorado”, de Fernanda T. Castro, conta a história de Lena, uma jovem que está muito triste e que tem como desejo desaparecer para um lugar onde ela possa ser feliz, e assim, poder esquecer todos os seus problemas, e é o que acaba acontecendo. Misteriosamente, aparecem para ela bilhetes de ida e volta, no qual ela só precisa usar a imaginação para poder “viajar”. Lena acaba indo para o Reino da Luz, um reino criado pela imaginação das pessoas, ou seja, tudo era personificado, inclusive os medos. Antes de ela seguir para o Reino da Luz, ela deixa em seu quarto um bilhete para seu pai. Chegando lá, ela começa a viver diversas aventuras e acaba conhecendo amigos imaginários de outras pessoas. Enquanto está lá, seu amigo Jhon decide ir em busca dela, mesmo sem saber onde ela está, então ele procura o pai dela, que já sabe de tudo por causa do bilhete, que somente eles dois conseguem ler. O livro tem duas narrativas, ora narrado por Lena, ora por Jonatham, o que deixa o livro mais dinâmico. 8,0 Suelane Passavante

Confesso que Morte Súbida, de J.K. Rowling, me surpreendeu. Não imaginava que a autora fosse criar um cenário tão denso e rico em detalhes quanto Pagford, com seus personagens tão complexos quanto na vida real. Cada um deles tem suas peculiaridades, e vamos conhecendo aos poucos seus medos, seus anseios, suas necessidades, suas artimanhas, e descobrimos que todos, sem exceção, temos algo de bom e de ruim dentro de nós, e todo mundo tem algo a esconder. Às vezes, apontamos holofotes na desgraça alheia pois isso desvia a atenção para nós mesmos. E este clima é elevado em Morte Súbita, quando vamos adentrando a vida dos personagens a partir da morte de um dos principais Conselheiros que regem o distrito de Pagford. As mentiras, as fofocas, as falsas condolências nos levam a chafurdar nos pensamentos obscuros de cada um, visualizando suas verdadeiras intenções. Acabamos por nos surpreender a cada capítulo. 9,0 Débora Falcão

Em “Três Semanas com Meu Irmão”, Sparks narra uma história real que nos faz entender bem melhor o bem sucedido escritor. Sempre me intrigou sua fixação pela morte (quem já leu alguns de seus títulos sabe que quase sempre um personagem importante morre). Conhecendo sua história e suas perdas, conseguimos entender o motivo desse ser um tema recorrente em sua obra. Sparks e sua família tiveram perdas traumáticas, que deixaram marcas profundas. O livro conta uma viagem ao redor do mundo que Nick fez com seu irmão Micah em um momento em que estava atolado no trabalho, precisando “respirar” para não se perder totalmente. Essa viagem é uma oportunidade de estar junto ao irmão que mora distante e que não consegue ver com a frequência que gostaria. A narrativa da viagem é intercalada com Nick nos contando sobre sua origem e família. Da infância vivida praticamente abaixo da linha da pobreza até seu sucesso como escritor; a relação com os irmãos e pais; o casamento com Cathy e seu fundamental apoio durante os anos mais difíceis e tudo o mais que fez dele um homem dedicado e batalhador. Eu adorei este livro! É sempre uma experiência interessante conhecer os autores que gostamos. Ele já tinha se mostrado um pouco ao público no livro “O Resgate”, baseado em sua experiência com um de seus filhos, portador de um problema que atrapalha a fala e o aprendizado. Naquela ocasião eu já tinha me comovido com sua dedicação e atitude perante as dificuldades do filho. Conhecer sua história completa só me fez admirá-lo ainda mais. Para os leitores de Nicholas Sparks, este é um livro obrigatório. Quem nunca o leu ou não curte o escritor pode ter o interesse despertado por este livro. Recomendo! 9,5 Juliana Cury

Um adolescente comum, com ideias e sonhos para o futuro, Johnny Bleas nunca imaginou que, após a morte de sua tia, sua vida mudaria tão

tão drasticamente! Durante o velório de sua tia Marta, avistou um garoto e, curioso, passou a segui-lo. Por um descuido, Johnny acabou chegando a uma outra dimensão, em Asterium, descobrindo não apenas que o tal garoto era na verdade um duende, como também muito de sua verdadeira história familiar. Ao tomar conhecimento de uma profecia na qual estava profundamente envolvido, precisou decidir rapidamente que caminho tomar, levando em consideração que muitas pessoas dependiam de tal escolha. O livro tem uma linguagem bastante fácil de ser assimilada, possibilitando uma leitura fluente e rápida. Os personagens foram muito bem construídos e é possível notar a forte personalidade de cada um. Os cenários são ricos em detalhes, sendo fácil imaginar cada espaço, cada cena. Os momentos que passei acompanhando todo o desenrolar da história foram divertidos, um tempo muito bem gasto. O que mais me chamou a atenção foi a importância dada à questão da força “não-física”, isto é, da força mental. O autor soube mesclar muito bem o real e o místico, dois pontos que, a cada página, aumentam a curiosidade do leitor. 8,5 Roberta Costa

O Historiador é um romance incrível que, através de seu protagonista, conta a história de Vlad, o empalador, culminando com o ser mítico “vampiro”. O que tem a ver? Bem... Segundo essa história, a crueldade desumana desse governante e sua morte misteriosa deu origem à lenda de Drácula, e historiadores do mundo todo perderam sua sanidade ou suas vidas à procura da verdade. E a resposta você vai descobrir nessa aventura que começou há muito tempo com o pai do nosso personagem, através de décadas, e agora, a filha descobre, através de cartas escritas pelo pai e por sua mãe que esse ser tão explorado depois de Bram Stoker possa não ser ficção. O livro é uma poesia de amor aos livros, o enredo é todo envolto em mistério, aventuras e muitas informações históricas que deixam o leitor deliciado e satisfeito. 10,0 Márcia Lopes

Amante Libertada fala sobre Payne, irmã do Vishous, que resolveu ir para o novo mundo e, logo que chega, acaba tendo uma paralisia irreversível em sua coluna. Jane, sua cunhada, tenta curá-la com a ajuda de sua assistente, mas o que lhe ocorreu é irreparável e só uma pessoa pode ajudá-la: Dr. Manuel Manello, ou Manny, que já sofreu de perda de memória por conta dos vampiros, mas que será muito útil desta vez. Manny deixa toda sua vida para trás para ajudar Payne, e acaba se apaixonando por ela. Essa paixão pode ser o remédio para ela e o seu passaporte para o mundo dos vampiros, e o Rei é quem deve aprovar essa passagem. O livro recebe nota máxima por manter a mesma pegada dos livros anteriores, com muita dose de ação e romance, além da ideia dos vampiros totalmente original e os personagens bastante sexy. 10,0 Renata Vasconcelos

O livro conta a história de Jeremy, um cientista apaixonado pelos mistérios do oceano, que sai em uma nova expedição nas Marianas, localizada no Triângulo das Bermudas, financiado por seu amigo Renato Franchi, que compartilha das mesmas ideias e desejos de Jeremy, encontrar criaturas marinhas que ele acredita que realmente possam existir. Nessa expedição, Jeremy vai em busca de respostas, ele queria saber sobre a existência da civilização dos sonhos (Atlântida) e consequentemente sobre as sereias. Ele passa alguns dias pesquisando e mergulhando à procura de algo, até que decide ir um pouco mais nas profundezas, o que era perigoso para ele, e acaba perdendo os sentidos. Quando acorda, se vê no lugar que tanto procurava. O livro é cheio de batalhas e a forma como o autor retrata o amor é belíssima, tanto entre Jeremy e Lícia (homem e sereia), quanto entre pais e filhos, irmão e irmã. 8,5 Suelane Passavante

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RESENHAS

Tricia Rayburn inovou em seu livro “Sereia”, com uma história inusitada, mas seguindo o mesmo conceito original das sereias gregas e das lendas antigas sobre as criaturas metade mulheres, metade peixe. A narrativa é fluida e prende o interesse do leitor. Minha única ressalva é quanto ao título do livro. Você deve estar se perguntando a razão. A questão é que a autora criou uma história repleta de suspense, onde a narradora-personagem vai descobrindo aos poucos o que está acontecendo na cidade. Mas nós, leitores, já sabemos que se tratam de sereias, por causa única e exclusivamente do título do livro. Isso acaba tirando um pouco o suspense que a própria autora criou, tirando a surpresa da história. Tirando este detalhe – que acaba sendo gigante dadas as circunstâncias – o livro é muito bem escrito, leva o leitor a um final inusitado, com várias descobertas ao longo da narrativa. A sinopse é simples – mas não se deixe levar pela simplicidade, pois a história é interessantíssima: Numa noite, Justine mergulha de um precipício e seu corpo aparece sem vida no dia seguinte. Vanessa sente que a morte da irmã não foi acidental, e volta para Winter Harbor, esperando que Caleb, namorado de sua irmã, possa esclarecer algumas coisas, mas o garoto está desaparecido. Winter Harbor inteira fica em pânico quando outro corpo aparece na praia, e uma série de acidentes fatais relacionados com o mar acontecem, onde os corpos de homens aparecem sorrindo de orelha a orelha. Nas investigações dos fatos, Vanessa descobre um segredo que vai um-dar sua vida completamente. 8,5 Débora Falcão

O autor de “O Menino do Pijama Listrado” conseguiu mais um romance de sucesso contextualizado em grandes eventos históricos. Dessa vez, John Boyne retrata a Primeira Guerra Mundial pela visão de uma criança de cinco anos. O aniversário de cinco anos de Alfie Summerfield foi um dia marcante não só para ele, mas para todo mundo: foi o dia em que a Primeira Guerra começou. Gostei muito do estilo do autor porque acho 32

cho que ele foi muito fiel quanto à reação dos personagens durante todo o período da Guerra. Por exemplo, o pai de Alfie, Georgie Summerfield, se alista logo nos primeiros dias em que a guerra estoura devido à euforia que todos os homens da época mostraram. Durante os primeiros anos, Georgie sempre mandava cartas contando como estavam as coisas para a esposa e para o filho. Até que, num certo dia, as cartas pararam de chegar e, quando Alfie questiona sua mãe sobre o paradeiro do pai, a mãe insiste em inventar desculpas. Após descobrir uma pista do pai, Alfie vai atrás da verdade e com a única missão de salvá-lo da guerra. A única coisa que eu não gostei do livro foi de uma característica do modo de escrever do autor. Apesar de ele ser muito atento com os detalhes e conseguir prender o leitor, achei o tipo de escrita um pouco romântica demais. Imagino que eu tenha sentido isso, pois o olhar do livro deveria ser como o de uma criança em meio à guerra ou talvez algo tenha se perdido na tradução ou porque o livro seja para jovens, mas acho que, por se tratar de um dos maiores acontecimentos da história, a linguagem poderia ser um pouco mais densa. De qualquer forma, indico totalmente o livro e tenho vontade de ler outros do autor. Acho que este é o mais recente lançado por ele e é uma leitura leve e rápida para quem quer conhecê-lo. A história linda é movida pela “melhor razão do mundo: o amor”. 8,0 Juliana Cury

Ao entrar em Zyrk, Nina será levada para o reino de Thorn por Richard, e depois de ter péssimas experiências com o lugar, ela tenta ao máximo fugir ao descobrir as ideias do rei ao seu respeito. Passando de reino em reino da dimensão e conhecendo cada tipo de pessoa, acaba se juntando com John em Storm e depois foge. Numa dessas, ela se mete em uma encrenca e acaba que vai se refugiar no reino de Windiston. No meio de algumas curiosidades, ela se mete no quarto do Rei e acaba descobrindo algumas verdades de sua linhagem. A caçada apenas começou, e sabendo de suas raízes, Nina acaba ficando dividida entre Zyrk e seus amigos e sua dimensão, que acaba reconhecendo não ser mais o lugar que gostaria de estar. Então, o que vai acontecer daqui para a frente? O amor entre Rich e Nina dará certo? Um livro cheio de descobertas, surpresas, reviravoltas e muita aventura e ação. Gostei bastante da narrativa e recomendo totalmente a leitura. 10,0 Renata Vasconcelos

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“Diário da Mãe-Corvo”, de Raquel Alves, traz a história de Lindsay, uma jovem órfã de mãe, que apenas tenta viver sua vida e terminar o colégio. No entanto, é constantemente colocada em situação de humilhação por seus colegas de classe. A pressão é tanta que Lindsay decide acabar com sua vida, suicidando-se. Onde está sua alma? Ainda presa na escuridão? O Clã das Águias será de grande importância e fará de tudo para auxiliar Brandon a reverter a situação, sendo necessário de sua parte um grande e último sacrifício para salvar a alma de sua amada da escuridão eterna. A escrita da autora é inebriante e me vi bastante envolvida com a história, que mesclou Romance, drama e ficção a um tema (infelizmente) bastante presente na atualidade, o bullying. É quase palpável as referências a Edgar Allan Poe no decorrer das páginas, tornando a obra ainda mais intensa a cada diário. A diagramação é maravilhosa, é perceptível como cada detalhe foi pensado com muito carinho para o deleite do leitor. A autora disponibilizou ilustrações e dicas de clipes musicais para serem vistos em momentos específicos da leitura, enriquecendo a história de forma incrível. Foi possível sentir tudo o que os personagens sentiam. A autora está de parabéns! Foi uma leitura ímpar, com personagens marcantes e enredo muito bem elaborado. 9,5 Roberta Costa

O livro começa com Nathan acordando de um sonho, sonho esse que vem tendo há anos, sempre com a mesma pessoa. Ele é um rapaz de 25 anos, com um emprego onde ele odeia sua chefe e com uma vida parada. Então um anjo aparece querendo conversar com ele. Ele fica sem acreditar. Partimos para outros acontecimentos em outras partes do mundo, em datas, épocas, até mesmo séculos diferentes, em momentos de grande importância para a humanidade. Esses acontecimentos trazem a história de um casal, onde a mulher sempre morre no final e eles nunca têm o final feliz tão esperado. Mas surge Isadora, uma jovem ado

dolescente, que está indo para escola e sofre um acidente, indo parar no hospital. Então, voltemos para Nathan, o anjo Belaiel, tentando explicar alguns fatos da vida dele e algumas coisas que estão para acontecer. Belaiel explica a Nathan que ele faz parte de uma profecia. Nathan se indaga várias vezes, mas acaba cedendo e decidindo ir com Belaiel concretizar a tal profecia e é nesse ponto que eles irão cruzar com Isadora. O autor brinca com esse jogo de vai e vem, passado e presente, mas nada que vá confundir o leitor. Um bom livro para ser lido. 8,0 Suelane Passavante

Esta é praticamente uma resenha dupla, pois não tem como falar de “O Livro do Amor” sem falar de “O Segredo do Anel”. São os dois primeiros livros da Trilogia O Legado de Maria Madalena, e se você pensou em uma leitura ao estilo Dan Brown, pode estar certo disso. Só que Kathleen McGowan tem um algo a mais, e o primeiro livro da trilogia se tornou meu livro preferido durante um tempo. Tanto que, assim que me deparei com o segundo livro, não pensei duas vezes antes de comprá-lo. E aí veio a decepção. O Livro Do Amor não é tão bom quanto O Segredo do Anel. No primeiro livro, McGowan conseguiu imprimir, ao mesmo tempo, ação e aventura, romance e mistério, ao estilo “Código da Vinci”, de Dan Brown. O personagem de Maureen entra numa caçada pelo Evangelho de Maria Madalena, e refaz os passos dela após ter fugido de Jerusalém, encontrando pistas e enfurecendo grandes ícones da Igreja Católica atual. Seu primo, um padre, a ajuda nisso tudo, mas a cada página temos uma nova descoberta e uma reviravolta. Já no segundo livro, Maureen tentará encontrar o Livro do Amor, um livro escrito pelo próprio Jesus Cristo. O problema do segundo livro é que a autora não foca em Maureen e sua caçada. Como a última pista que tiveram foi de Matilda da Toscana, o livro praticamente foca a história no passado e no caso de amor entre Matilda e o papa Gregório IV, e meio que a caçada nos dias atuais fica em segundo plano. Outra coisa que me deixou meio irritada com o livro é que parece que a autora e a personagem Maureen ficaram com uma obsessão com Maria Madalena, e todas as aparições da virgem Maria eram, na verdade, Madalena. Chegava a ser forçado. No fim, uma bela surpresa. O livro poderia ser melhor. 7,5 Débora Falcão


borado, com personagens marcantes. Fui envolvida pela narrativa quase que instantaneamente, a autora não deixou nada a desejar... a não ser pela história ter terminado... (risos). Fiquei, e ainda estou, com aquele gostinho de quero (preciso de) mais. Não encontrei qualquer erro de português e adorei a diagramação. O selo Novas Páginas pertence à editora Novo Conceito, que fez um trabalho incrível. Um detalhe que me chamou bastante atenção foBom, depois de ler alguns li- ram os inícios dos capítulos onde, anvros do pai, resolvi ler “Nu, De Bo- tes do texto propriamente dito, uma citas”, uma coletânea de crônicas de tação, uma frase, deixou a história ainAntônio Prata. É tão genial quanto. da mais interessante. 10,0 Nessa obra, ele repassa toda sua Roberta Costa infância através de situações engraçadas ou constrangedoras com a mentalidade de criança que tinha na época e a visão de adulto que tem hoje. Amizades, vergonhas, dúvidas, curiosidades, família, ou seja, tudo aquilo que conhecemos tão bem com uma alta dose de talento. “Ler o livro de Antonio Prata me fez rir e chorar e depois rir de novo do ridículo que foi chorar no aeroporto e chorar pelo ridículo que é ficar rindo e chorando no aeroporto e acabar perdendo o voo e pensar: que P.C. Cast vem conquistando o bom, vou poder rir e chorar mais um público com seus livros para adultos, pouquinho.” Gregorio Duvivier. Foi após escrever em parceria com sua fiexatamente isso que eu senti. Muito lha Kristin Cast a série House of Night, engraçado e extremamente bem es- lançando a série Goddess, ou O Chacrito, cada crônica envolve o leitor mado da Deusa, ou simplesmente do começo ao fim com precisão. É Deusa. Todos os livros da série são daqueles livros para ler numa taca- excelentes, densos, complexos, engrada só, para relaxar e curtir os praze- çados, emocionantes, com romance e res da boa crônica nacional. Indico! fantasia na dose certa, mergulhando 9,5 nas mitologias grega, romana e, em alJuliana Cury guns deles, celta. Infelizmente a fórmula não se repetiu em Deusa da Lenda, livro mais recente da série até o momento. Empolgada, comprei o livro assim que saiu – tive que fazer uma encomenda, pois esgotou rapidamente. Completei minha coleção sem pestanejar. Qual não foi minha decepção. Quem leu todos os livros da série não reconhece a escrita de Cast neste último. É como se tivesse sido escrito por outra pessoa. Na verdade, outra pessoa muito ruim e mirim na escrita. Pareceu que eu estava lendo uma histoAnna Bonnier é uma jovem rinha escrita por uma adolescente inique perdeu muito cedo sua mãe e ciante (não querendo desmerecer os recentemente também perdeu seu adolescentes, já que conheço alguns pai. Bem resolvida, ao menos finan- autores de 14 anos que escrevem maceiramente, carregava um grande ravilhosamente bem). O que quero divazio em seu peito, tanto pela perda zer é que neste livro houveram erros de seus pais quanto pelos relacio- que não fazem parte do universo de namentos que teve até então. Bus- escrita da autora. Para começo de cando novos ares, viajou para As- conversa, a história se inicia quando pen acompanhada de sua amiga Isabel morre num acidente e é levada Loreta. O que não sabia era que tal por Viviane, a Deusa das Águas, para viagem mudaria sua vida. Durante a Camelot, para seduzir Lancelot, impeviagem, conhece três lindos ho- dindo que o Rei Arthur sucumba à esmens: Erick, Marcos e Raziel. Sem curidão que o domina e mate seu mesaber o motivo, deixa-se guiar por lhor amigo por causa da traição dele sua intuição que dizia que nem to- com sua esposa Guinevere; mas Isados ali tinham boas intenções. Per- bel se apaixona justamente pelo rei cebe, além disso, uma profunda li- Arthur. Até aí tudo bem. O problema é gação com Raziel, como se já o co- que não há escuridão alguma, o Rei nhecesse... Este, logo tornou-se Arthur é bem resolvido, ama o amigo e seu homem-anjo. Para que esta his- a esposa. Ninguém é mau, não há vitória de amor seja possível, deverão lões na história – quer dizer, a autora enfrentar muitas batalhas entre o até tenta colocar alguns vilões aqui e bem e o mal. Anjos caídos, arcanjos ali, como a própria Guinevere que se e demônios lutam entre si. A expec- mostra ciumenta e chata, e o filho de tativa com este livro começou já pe- Arthur, Mordred, que aparece de rela capa. A leitura é fluida, instigante pente para tomar seu lugar de direito e viciante. O enredo, muito bem ela- por ser um filho bastardo, e jura lealb da

dade a outro rei, que se prepara para invadir Camelot. O problema é que Cast parece desistir desses vilões no meio da história e todo mundo, de uma hora para outra (sim, do nada), fica bonzinho. Isso mesmo. Guinevere se torna a melhor amiga de Isabel e começa a tratar a criadagem com uma amizade forçada. Eu até esperava que fosse falsidade e alguma coisa fosse acontecer, mas era isso mesmo. Depois, Mordred pede desculpas ao pai após uma conversa com Isabel, e pronto, ele se torna um ótimo filho e não tem mais nenhuma pretensão de roubar o trono do pai. E, quando a gente pensa que Camelot será invadida e haverá uma guerra, nada acontece. No fim, tudo se resolve num passe de mágica, todo mundo fica bom, todo mundo fica feliz e a história acaba, deixando o leitor com a sensação que tudo acabou rápido demais, que as coisas se resolveram fácil demais, de um jeito meio infantil e mirim. As ações do livro são inexistentes, o que não acontece nos livros anteriores – o que é de se estranhar. Enfim. Um livro muito ruim, mal escrito, não tem nada a ver com os livros anteriores da coleção. Só vou mantê-lo na minha estante para completar a série. 2,0 Débora Falcão

O que falar deste livro que me conquistou logo de cara? Foi uma avalanche de emoções! Anjos, nefilins, semideus-demônio, demônios, quem é realmente vilão? De linguagem simples e repleto de personagens intrigantes, elevou minha curiosidade às alturas! Uma aventura em cada página e várias reviravoltas. Um triângulo amoroso, digamos, pouco convencional. “Os momentos que vivia no grupo ao lado de Joana o faziam esquecer que era um demônio (...). De alguma forma, mesmo que não assumisse para si, ele sentia lá no âmago que, aos poucos, mudava algum sentimento e que provava uma nova sensação.” Até onde nos conhecemos? Será mesmo que nossos sentimentos são autênticos? O livro mostra também a batalha interna que existe em cada um de nós, entre o que sentimos e o que precisa ser feito. 9,0 Roberta Costa

“Finale”. A conclusão da asga Hush!Hush!, de Becca Fitzpatrick, iniciada no tão aclamado livro “Sussurro”. Uma grande conclusão, diga-se de passagem. A série inteira é o que se espera dela: um livro cujos personagens principais são adolescentes que são muito mais do que humanos e vão salvar o mundo de uma guerra sobrenatural. Esse tipo de fórmula vem sendo repetida incansavelmente nos livros atuais, e parece que vem dando certo, pois são os livros que figuram nas listas dos mais vendidos internacionalmente. De qualquer modo, a série Hush!Hush! é uma boa série de adolescentes, foge um pouco do que se tem atualmente por causa do tipo de personagens. Uma guerra entre nefilins e anjos caídos. Finalmente, no último livro, Nora aceita seu destino selado no final de “Silêncio”, e segue adiante para comandar o exército de Nefilins. O problema é que seu namorado é um Anjo Caído, isto é, está do outro lado da guerra, e tudo o que ela quer é a paz entre os dois grupos. O problema é que talvez a paz não seja uma opção. O livro contém várias informações sobre os livros anteriores, revelações, cenas de tirar o fôlego, ideias interessantes e uma guerra final que se conclui de maneira triste e, ao mesmo tempo, satisfatória e definitiva. A série inteira é uma boa leitura, para quem se sente adolescente e que precisa fugir de sua própria realidade, assim como a maioria dos livros do gênero. Dentre todos, esse é um livro acima da média. 7,5 Débora Falcão

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MANUSCRITOS 34

“Simplesmente Dan” conta a história de dois amigos de infância, Marina e Dan. A Mari é apaixonada pelo amigo, que é um verdadeiro pentelho. Ele arrota, solta pum na frente dela e, como se não bastasse, ainda se aproveita de sua intelectualidade. Mas o curso da vida ameaçará afastá-los, e isso mexerá ainda mais com o coração dessa garota que, mesmo tendo tudo para ser mega feliz, não consegue se imaginar vivendo longe do seu primeiro amor. Narrado por esses dois adolescentes, “Simplesmente Dan” nos fará mergulhar numa divertida trama que certamente despertará risos e intensas emoções. Colégio, família, amizade, romance, comédia e traquinagens mil. Será que o cupido conseguirá ajustar essa doce e atrapalhada relação entre Marina e Dan? Disponível em ebook pelo site da Perse ou diretamente com a autora através do email: isiefernandes.contato@ gmail.com Roberta Costa

Seria possível anjos e deuses se unirem contra o mal? O que teriam esses seres em comum? Duas cidades interplanetárias fundadas na terra. Seres híbridos místicos conflitantes. Uma jovem nefilim que vive um romance tórrido, com um semideus-demônio e um demônio sedutor, rodeado de mistérios e descobertas avassaladoras. Poderosos seres sobrenaturais nascidos em rituais de lua cheia irão se confrontar numa batalha surreal jamais vista. Quem sobreviverá? O amor será capaz de prevalecer acima de tudo? Disponível em ebook nos sites da Amazon e Saraiva. No site do Clube de Autores, disponível físico e em ebook. Roberta Costa

em sua vida. Ao conhecer o jovem Marx, pessoa na qual pensara que realmente nutria sentimentos amorosos verdadeiros, sofre uma grande decepção, quando o misterioso professor Brandon decide intervir e avisar a garota das reais intenções de Marx. Contudo, o que Brandon não esperava era que Lindsay cometesse suicídio. Diário 2: Ecos do Silêncio – Na jornada de sua vida pós-morte, Lindsay retorna à vida através do poder do colar da “ave negra da morte”. O que aconteceu com a jovem em sua travessia das trevas para a luz? Diário 3: Corações Renegados – A antiga deusa da tribo do clã dos Corvos da nação Haida está de volta para sua vingança contra todos aqueles que traíram seus sentimentos, bem como quem feriu o coração da infeliz hospedeira de sua alma, ou seja, Lindsay, pessoa que, assim como Lady, sofrera e fora enganada pelas pessoas que mais amava. Brandon, através de sonhos enigmáticos, começa, pouco a pouco, a perceber que a verdadeira alma de Lindsay pode estar ainda mergulhada na escuridão, enquanto luta contra a forte atração que sente pela Lady Black Raven, sem ter noção de quem fora na vida passada. Mas o Clã das Águias não deixará que tal entidade emblemática continue seus planos de vingança e fará de tudo para encerrar, de uma vez por todas, com a vida da deusa, enquanto Brandon terá de fazer seu último sacrifício para resgatar a alma de seu verdadeiro amor. Disponível na versão impressa nos sites Clube de Autores, AgBook e Bookess. Roberta Costa

nada a perder, mas não podem prever que essa experiência única se tornará a mais louca de suas vidas, principalmente quando começam a quebrar as regras, uma por uma. Disponível em ebook, na Amazon. Roberta Costa

Mulheres enigmáticas, inocentes e doentes, muitas vezes levadas à força pelas garras da morte. Elas perturbam e abalam os corações de homens românticos que não conseguem se desligar ou desapegar da imagem daquelas que um dia foram suas musas e donas de seus corações sofridos e machucados pela dor da perda do ente amado. Essas “mulheres-anjas” tornaram-se espectros que assombram a vida dos personagens de Poe, e consequentemente, refletem a própria aflição do escritor. Elas lutam para permanecerem vivas na mente daqueles que, nos dias mais gloriosos de suas vidas, juraram amor eterno. Conheça as mulheres reais e ficcionais da vida de um dos grandes gênios do cenário da Literatura Universal. Disponível na versão impressa nos sites: Clube de Autores, AgBook e Bookess. Roberta Costa

O que você faria se dividisse um Panlásia, o lançamento de Janaíprêmio de trezentos milhões de reais com um desconhecido? Pauline de Frei- na Alves de forma independente tem tas Dias, uma mulher bem resolvida que conquistado leitores em todo o Brasil. ama viver a liberdade plena, sabe exata- Você está preparado para conhecer um mente o que fazer! Ela já tinha em mente novo mundo? Um Reino onde nada é o o itinerário da viagem mais incrível de que parece ser. Onde a paz foi conquissua vida antes mesmo de fazer a aposta. tada à base de medo e muito sofrimenSua empolgação ao falar dos destinos to. Um lugar em que a harmonia não mais inusitados da lista contagia o tímido passa de fachada para esconder aqueJoseph Ayres, com quem literalmente es- les que realmente sofrem. Habitantes barra na fila da lotérica. Ele é convencido punidos por descenderem daqueles que a jogar pela tagarelice sem fim da doidi- foram considerados os vilões de uma nha, mesmo que relute devido aos seus guerra em que paz nunca foi o verdaprincípios rígidos. O destino faz com que deiro prêmio. Uma história em que o marquem os mesmos números e ga- desentendimento de duas irmãs resulta nhem uma bolada inédita. Animada com na morte daquele que sustentava a ludia sorte dupla, Pauline convida Joseph briosa paz: o grande Rei de todo um para acompanhá-la em uma aventura pe- reino. Visitando o site oficial da autora, los lugares mais exóticos do país. De ca- é possível conferir a sinopse completa, ra percebem o quanto são diferentes: ela ler um trecho do livro gratuitamente é uma paulistana completamente liberal, como degustação, e assistir ao ele um mineirinho virgem que acabou de booktrailer do livro, além de várias inforser enxotado pela noiva. Disposta a fazer mações exclusivas. Site da autora: Diário 1: Na sombra do teu encanto Joseph se permitir de verdade, Pauline www.janainaalves.com.br. Disponível – o início da eterna lenda da personagem estipula três regrinhas antes de iniciarem em ebook através do site da Amazon, Lady Black Raven. Lindsay era uma ga- a viagem: 1) nada de celular, 2) experi- e o livro físico através do site do rota gentil e solitária que estava cansada mentar o que puder, 3) não se apaixonar. Clube de Autores. das humilhações e preconceitos sofridos Ambos têm muito dinheiro para gastar e Débora Falcão e n Envie o link para compra do seu livro, acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPG e 300dpi – legendada e com créditos do fotógrafo), a capa do livro (alta resolução) e sinopse (em arquivo de texto), para o endereço de email redacaobookaholic@gmail.com

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária


Criada em um pequeno bairro chamado Forecast, Kate West nunca foi uma garota exatamente normal. Determinada, com segredos e um medo absurdo de se apaixonar, ela conseguia viver bem tendo apenas relacionamentos passageiros, os quais chamava de R.A., mas a sua vida está prestes a mudar quando sua avó, já falecida há catorze anos, lhe envia uma mensagem. “Sua herança vai chegar. Aceite a mudança quando 21 primaveras completar.” Curiosa, Kate tentará descobrir o que precisa aceitar, porém uma herança nem sempre é o que se imagina. Em meio à rotina da faculdade, a chegada de um novo aluno e o misterioso homem de olhos azuis que sempre a salva nos seus pesadelos, Kate terá que lidar com os perigos que surgirão no caminho. Descobrir sua herança não será uma opção. O livro está disponível para compra apenas através do email sagaaherdeira@ gmail.com. Vanessa Vieira

Luciana Prestes tem dezoito anos e perdeu a capacidade de se relacionar com as pessoas. Prefere a monotonia do quarto e o aconchego dos livros a festas lotadas ou idas ao cinema. Não é mais a mesma desde o falecimento súbito do pai, que a deixou com uma mãe depressiva e instável, ambas à mercê de um relacionamento conturbado. Luciana decide se isolar e se fecha em seu próprio mundo, dentro de sua própria bolha, ao lado de personagens intrigantes e fictícios. Ao término do Ensino Médio, contudo, Luciana recebe a proposta de Rosângela, sua antiga professora de português, para estudar em um cursinho pré-vestibular, com o apoio de Henrique, seu sobrinho recémformado em Letras que prende sua atenção desde o primeiro instante. Entre perdas e dificuldades, Luciana se encontrará no antigo e maravilhoso Sebo Fernandes, e irá descobrir que o sonho de ser uma revisora profissional não está tão longe de se realizar. Será que Cristiane finalmente deixará de importuná-la? Seu medo de se relacionar continuará o mesmo na presença do sedutor Henrique Fernandes? Entre discussões com a mãe e estudos regados a olhares provocantes, ela não será mais a mesma. Luciana Prestes vive em uma bolha... que está prestes a estourar. Disponível em ebook no site da Amazon. Vanessa Vieira

Júlia é uma jovem independente que conhece e se apaixona por Luís. Porém um segredo mortal a impede de se envolver emocionalmente com qualquer pessoa. Algo sobrenatural acontece todas as vezes que suas emoções são confrontadas, o que ocorre frequentemente devido ao relacionamento conturbado que ela tem com sua irmã, a misteriosa Anita. Quando Júlia decide afastar-se de Luís para proteger sua vida e a vida de sua irmã, ela não se dá conta de que o perigo que eles corriam era ainda maior do que todos imaginavam. Sua única alternativa agora é vestir-se com uma pele morta que a protegerá das maldições lançadas por seu passado sombrio. Agora, as duas precisarão se unir para enfrentar e resolver as questões do passado que as forçam a sacrificar a própria felicidade pela vida daqueles que amam. O livro está disponível para a compra nos formatos físico e digital no site do Clube de Autores. Débora Falcão

O Devorador de Almas, de Paulo Dumi, conta a história de Carlos, que sempre viveu uma vida perigosa. Desde tráfico de drogas até matador de aluguel, seus serviços eram prestados para os poderosos que mantinham uma sociedade cheia de armas, vícios e crimes. Porém, durante um de seus trabalhos, Carlos é traído e morto. Claro, por tudo o que fez em vida, seu destino só poderia ter sido o inferno. Mas, ao contrário do que pensava, Carlos descobriu que o Diabo lhe reservava algo especial. Em um trato com o demônio, Carlos pode voltar ao mundo dos vivos. Mas não seria como um humano. Desta vez, caçaria almas imprestáveis para se alimentar. Tornar-se-ia um Devorador de Almas. Ao assumir tal fardo, porém, Carlos descobriu que sua morte será tão cheia de surpresas quanto sua vida. O Devorador de Almas está disponível no site do Clube de Autores apenas no formato físico. Débora Falcão AUTOR INDEPENDENTE: QUER VER SEU LIVRO NESTA SEÇÃO? ENVIE UMA SINOPSE DE SEU LIVRO, JUNTAMENTE COM A IMAGEM DA CAPA EM JPG E INFORMAÇÕES PARA COMPRA PARA redacaobookaholic@gmail.com

Os Objetos Supremos é o primeiro volume da série Mundo de Bhardo. Quando o tirano Zebarãn enfeitiça o portal das dimensões, os jovens que acabaram de se tornar sentinelas da fortaleza Octoforte se veem aprisionados no Mundo de Bhardo. Para voltar para casa, eles têm que encontrar sete tesouros mágicos lendários, que têm poder para desfazer a magia do bruxo. Juntos, eles vão embarcar numa aventura cheia de magia e perigos inimagináveis. O Mundo de Bhardo – Os Objetos Supremos está disponível para compra no site Clube de Autores apenas no formato físico. Débora Falcão

“Às vezes, a velocidade dos nossos sonhos pode ser mais rápida do que a da própria luz.” Ao desejar profundamente que seu pai saia de um coma, Aslam descobre que os sonhos de quem tem esperança podem vir a ser a arma mais preciosa contra as dificuldades impostas pela vida e embarca em uma jornada num universo que antes já o fascinava apenas pelas histórias que seu pai lhe contava. O Farol de Sonhos está disponível nos formatos digital e físico para compra no site Clube de Autores.

No Limite da Atração é o romance de Bruna Capanema de Castro, publicado de forma independente, e conta a história de Rachel Perry, que já tem 22 anos e não deve nada a ninguém. Sua vida se resume a trabalho, balada e amigos. Até que ela conhece Rush Hudson, o playboyzinho de olhos azuis. Ele se demonstra um completo cavalheiro quando está com Rachel, mas quando não está com ela, Rush é agressivo, possessivo e nervoso. Apenas Rachel parece conseguir acalmá-lo e os dois embarcam em um romance conturbado, onde Rush mostra seu lado possessivo para Rachel. Com um pé atrás em relação a Rush, ela precisa se decidir rápido se fica ou não com ele, antes que a leve à loucura. Disponível em formatos físico e digital pelo site do Clube de Autores. Débora Falcão

Envie o link para compra do seu livro, acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPG e 300dpi – legendada e com créditos do fotógrafo), a capa do livro (alta resolução) e sinopse (em arquivo de texto), para o endereço de email manuscritosbookaholic@gmail.com 35

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária


CAPÍTULO BÔNUS

Por Juliana Cury Embora o número de leitores esteja crescendo cada vez mais, uma autora que, na minha opinião, ainda não teve todo o seu potencial reconhecido dentro do Brasil é Chimamanda Ngozi Adichie, principal autora nigeriana de sua geração e uma das mais destacadas da cena literária internacional. No Brasil, ela tem quatro livros publicados pela Companhia das Letras: “Meio Sol Amarelo”, de 2008; “Americanah”, de 2014; “Sejamos todos feministas”, de 2015; e o livro que quero dar maior destaque nesta seção, “Hibisco Roxo”, de 2011. Apesar de possuir uma carreira literária há algum tempo, foi apenas em 2015 que se tornou mais conhecida pelos brasileiros. Acredito que parte desse fenômeno se deva ao crescimento constante dos movimentos feministas que aconteceram no país este ano, já que a autora partilha, participa e divulga as lutas das mulheres. Em seus livros, a autora se utiliza de romances para debater questões prementes e universais, tais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero. A AUTORA Chimamanda nasceu em 1977, na Nigéria, e depois de ter conseguido uma bolsa de estudos da McArthur Foundation, ela passou a viver entre seu país de origem e os Estados Unidos. No exterior, seus livros já ganharam diversos prêmios e a autora se tornou famosa pelas palestras que faz, tendo muitos vídeos disponíveis na internet para quem tiver interesse. Sua célebre conferência no TED, que foi transformada posteriormente no livro “Sejamos Todos Feministas”, já teve mais de um milhão de visualizações. O e-book do livro está disponível para download gratuito. A OBRA

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Todos os livros de Chimamanda contêm traços da autora em cada linha. São romances verdadeiros, extremamente bem desenvolvidos, personagens fortes e com descrições impecáveis. São livros para todo mundo, mas, principalmente, para mulheres jovens e adultas. “Americanah”, por exemplo, é em parte uma história de amor, em parte uma crítica social. Segundo o Los Angeles Times, “um dos melhores romances que você lerá no ano”. Já “Meio Sol Amarelo”, além do romance principal envolvendo uma moça e os jogos de poder de seu pai, um Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

pai, um homem rico e de família tradicional na Nigéria; sua irmã gêmea, que vive flertando com militares; e seu amante, o revolucionário nacionalista Odenigbo, a história mostra as duas irmãs como dois lados de uma mesma nação dividida, mas presa a indissolúveis laços germânicos – condição que explode na sangrenta guerra. Um romance que se tornou o retrato vivo do caos através do drama de pessoas forçadas a tomar decisões definitivas sobre amor e responsabilidade, passado e presente, nação e família, lealdade e traição. HIBISCO ROXO Protagonista e narradora do livro, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições ditas “primitivas” do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o próprio pai, encantador contador de histórias, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo

mendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização, tanto no próprio país como, certamente, também no resto do continente. Se você não conhece a autora Chimamanda Ngozi Adichie, com certeza deve lê-la e conhecer suas obras, principalmente Hibisco Roxo. Se você espera apenas uma leitura cheia de política, com muito drama envolvendo questões sociais, vai se surpreender com a delicadeza das relações amorosas e o romantismo da nigeriana. ■



Por Juliana Cury Os amantes de livros muitas vezes não sabem tudo o que se passa dentro de uma editora. O que parece ser um processo simples e rápido, na verdade é muito complexo e envolve diversas pessoas, especialidades e departamentos. Durante esta matéria, vamos conhecer, um pouco mais de perto, o universo de confecção desse tão amado produto: OS LIVROS!

DEPARTAMENTO DE DIREITOS AUTORAIS Eles também são responsáveis, entre outras funções, por realizar os pagamentos e prestações de contas para os autores e são encarregados dos contratos. Contratação realizada, o editor encomenda a tradução da obra e, após esta etapa, a preparação, que consiste em um revisor para colocar o texto nos padrões da empresa. E isso está na próxima etapa.

definir o projeto e outros profissionais para conferirem as emendas feitas, os arquivos são enviados para a gráfica. Enquanto os profissionais que cuidam dos textos fazem seu trabalho, temos outros departamentos trabalhando simultaneamente. O Departamento de Arte: junto com o editor, define a capa e, em parceria com o marketing, criam materiais para divulgação. Há também, o departamento de papel e gráfica que é encarregado de fazer a compra do papel, negociar preços e prazos com as gráficas e cotar diferentes acabamentos para os projetos.

PRODUÇÃO

DEPARTAMENTO EDITORIAL Vamos começar nossa viagem pelo departamento editorial. É lá que a história começa, ao encontrarem um original de livro que se encaixa na linha de publicação da empresa, e decidem contratar o autor para aquela obra específica. As negociações de valores, tempo de contrato e cláusulas diversas são acordadas entre o editor, o autor ou representante da obra e o departamento de direitos autorais, que será nossa próxima parada.

A produção se segue com a diagramação do texto e as revisões. Ao final de todas as etapas, que contam com profissionais para revisarem, um diagramador, alguém da editora para aaaa

“O que parece ser um processo simples e rápido é, na verdade, muito complexo e envolve muitas pessoas.” Juliana Cury

Esse é o ciclo básico do livro, mas, é claro, há muitas outras pessoas envolvidas, como o departamento de iconografia, para realizar pesquisas e licenciamentos de imagens, e uma equipe para cuidar dos meios digitais da editora, entre tantos outros trabalhos. Mas, bem, isso é um ótimo começo, certo? Créditos das imagens: Por dentro da Editora Record, por Iris Figueiredo, do blog “365 Livros por Ano”, através da postagem “A Fantástica Fábrica de Livros”. ■

Tour de blogueiros literários pelos bastidores da Editora Seguinte. Créditos da foto: Blog Cheiro de Livro



Por Márcia Lopes

ros exemplos da técnica narrativa do fluxo da consciência. “Um retrato do artista quando jovem” reflete a profunda relação de amor e ódio que o autor manteve toda a vida com sua terra natal, Dublin, e com a cultura que o formou.

mentaram a história dos Estados Unidos. “E o vento levou” é uma das histórias mais notáveis da literatura norte-americana. Publicado originalmente em 1936, o romance ganhou o prêmio Pulitzer no ano seguinte. Os dois volumes retratam uma das histórias de amor mais famosas da literatura mundial, um clássico imortalizado no cinema por Vivien Leigh e Clark Gable, ganhador de oito Oscar®.

CLASSIC BOOKS

O JOVEM TÖRLESS ROBERT MUSIL Romance de cunho filosófico que narra a história da formação de um adolescente num internato no império Austro-Húngaro. Lá, Törless tem experiências opostas sobre a amizade, num arco que vai da ternura à violência, prenúncio dos Estados totalitários que surgiriam na Europa após a Primeira Grande Guerra. Simbolicamente, é o enterro da individualidade. Acostumado a um ambiente familiar que sempre lhe pareceu claro e equilibrado, Törless agora se vê na contingência de ter que amadurecer por conta própria, entre seus pares. A rigida disciplina do colégio e as relações entre os que vivem ali dentro logo manifestam seus mecanismos de perversão. Os mais fortes se reúnem para espezinhar os mais frágeis, os sádicos dão as mãos aos masoquistas, e a sexualidade se exercita como se pode, com prostitutas ou entre os próprios alunos. Enquanto assiste como espectador – ou ator relutante – à rotina do internato, o protagonista escreve longas cartas à família, na tentativa de lançar pontes entre a vida obscura do colégio e a suposta vida normal do mundo lá fora; o presente “doentio” e o passado “saudável”. Mas aos poucos tudo o que o cerca é contaminado pela atmosfera de ódio que marca as relações pessoais, os afetos e a memória.

O SOL TAMBÉM SE LEVANTA ERNEST HEMINGWAY Numa linguagem acelerada, o autor cria personagens que logo se inserem no convívio do leitor, destacando-se, como figuras marcadas e marcantes, Jake Barnes, jornalista com ferimento de guerra, Lady Brett Ashley, jovem viúva ingleas por quem ele estava apaixonado, Robert Cohn, escritor em busca de seu caminho, Mike Campbell, playboy inglês que também fazia a corte a Lady Brett, e Pedro Romero, toureiro espanhol com quem ela tem um caso. Uma obra vigoroas que retrata os conflitos e frustrações dos norte-americanos e ingleses que vivem em Paris após a Primeira Guerra Mundial. Para “O Sol Também se Levanta” o autor elaborou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como solidão e morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante.

SAGARANA GUIMARÃES ROSA O livro principia por uma epígrafe, extraída de uma quadra de desafio, que sintetiza os elementos centrais da obra: Minas Gerais, sertão, bois, vaqueiros e jagunços, o bem e o mal. Sagarana compõe-se de nove contos, com os seguintes títulos: “O Burrinho Pedrês”, “A Volta do Marido Pródigo”, “Sarapalha”, “Duelo”, “Minha Gente”, “São Marcos”, “Corpo Fechado”, “Conversa de Bois”, “A Hora e A Vez de Augusto Matraga”. Contos que revolucionaram a literatura regionalista do Brasil. O sertão mineiro cria vida na linguagem mágica inventada pelo gênio Guimarães Rosa.

A LUA VEM DA ÁSIA

UM RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM

E O VENTO LEVOU

CAMPOS DE CARVALHO Publicado originalmente em 1956, o livro marca o nascimento da narrativa surrealista de Campos de Carvalho. É o diário de um homem chamado Astrogildo – mas que já foi Adilson, Heitor, Ruy Barbo – e está hospedado em um hotel de luxo que, para o bem da verdade, talvez seja um campo de concentração ou um manicômio. A loucura é o tema central deste romance, cujo protagonista inicia o relato confessando que, aos dezesseis anos, matou seu professor de lógica e foi viver sob uma ponte do rio Sena... Embora nunca tenha estado em Paris. Enfileirando recordações (ou seriam alucinações?) de suas passagens por Melbourne, Varsóvia, Cochabamba, Cuzco, Madagascar, Nova York, Cidade do México e, é claro, Paris, Astrogildo torna-se o narrador de um mundo governado pela lei do absurdo, mas que parece assustadoramente semelhante à nossa normalidade cotidiana.

MARGARET MITCHELL JAMES JOYCE Ano de 1861. O sul dos Estados Romance de estreia do autor irlan- Unidos está prestes a ingressar na sandês, é o despertar intelectual de um dos grenta Guerra Civil norte-americana. Na personagens literários mais célebres. Se- fazenda Tara, na Georgia, a bela jovem, miautobiográfico, o livro conta o processo impetuosa e mimada, Scarlett O’Hara de transição do jovem Stephen Dedalus transforma-se em mulher prática e dispara a maturidade e o autoconhecimen- posta a tudo para conquistar o que deseto. Ele deseja profundamente ser um ar- ja. Frustrada por não conseguir se casar tista, mas, primeiro, precisa vencer as com Ashley Wikes, Scarlett acaba se enforças que reprimem sua imaginação – volvendo com o aventureiro Rhett Butler, as convenções da Igreja Católica, da es- com quem viverá uma das histórias de cola, da sociedade. Nesta obra, Joyce a- amor mais célebres e conturbadas da lipresenta o uso sistemático do monólogo teratura. A guerra é intensa, e o cerco interior – desde o primeiro capítulo so- dos ianques, incisivo, levando a fazenda mos introduzidos na mente de Stephen e a uma situação desastrosa de fome e deconvidados a acompanhar seus pensa- sespero. Margaret Mitchell descreve de mentos, reações e os processos de sua maneira impressionante a Guerra Civil e consciência. Trata-se de um dos primei- retrata as grandes mudanças que paviros na Nesta seção, apresentamos livros lançados há cem, noventa, oitenta, setenta, sessenta, cinquenta, quarenta, trinta, vinte e dez anos, cujo valor foi posto à prova do tempo, tornando-os clássicos. 40

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AS PALAVRAS E AS COISAS MICHEL FOUCAULT No sucesso de vendas que tornou Foucault conhecido no mundo todo e alvo de ferrenhas críticas, o posicionamento arqueológico é modificado sensivelmente e seus fundamentos questionados. O estatuto dado à descontinuidade se transforma e a ruptura é instaurada: “o descontínuo – o fato de que em anos, por vezes, uma cultura deixa de pensar como fizera até então e se põe a pensar outra coisa e de outro modo – dá acesso, sem dúvida, a uma erosão que vem de fora, a esse espaço que, para o pensamento, está do outro lado, mas onde, contudo, ele não cessou de pensar desde a origem”; o pensamento e o até então impensado se encontram no espaço comum da descontinuidade, no limiar da sua própria temporalidade. O que esta arqueologia evidencia é, à semelhança da arqueologia da alienação, mas de modo sensivelmente diferente, a possibilidade de uma história. Na “História da Loucura”, havia uma experiência muda e primitiva, experiência fundamental da loucura que impunha o silêncio no qual os ruídos da história se faziam ouvir; em “As Palavras e As Coisas”, há simplesmente a ruptura, o limiar de uma positividade que faz possível um pensamento.

BAGAGEM ADÉLIA PRADO Bagagem é o livro de estreia de poesia da escritora Adélia Prado. Escrito em 1976, quando a autora já tinha 40 anos de idade, o livro foi bem criticado por Carlos Drummond de Andrade, o qual recomendou sua publicação. Declaração da autora sobre a obra: “Meu primeiro livro foi feito num entusiasmo de fundação e descoberta nesta felicidade. Emoções para mim inseparáveis da criação, ainda que nascidas, muitas vezes, do sofrimento.” Os poemas mostram sua profunda religiosidade e o amor pelas coisas simples da natureza.

tura centenária que se alimentava do medo e mudava de forma, ora chamada de It (Coisa), ora de Pennywise (O Palhaço Parcimonioso), na cidade fictícia de Derry, no Maine, e 30 anos depois eles são chamados de volta para o confronto definitivo quando a criatura volta a matar crianças. Quem sente sua presença é Michael Hanlon, um bibliotecário e único do grupo de sete amigos que continuou morando em Derry. Assim ele liga para Richard Tozier (o brincalhão piadista), Eddie Kaspbrak (o fracote hipocondríaco), Stanley Uris (o escoteiro), Beverly Marsh Rogan (a garota do grupo), Ben Hanscom (um gordinho tímido) e Bill Denbrough (espécie de “líder” do grupo), pois todos os sete, quando jovens, viram “A Coisa” e juraram combatê-la caso surgisse outra vez. Porém, este juramento pode custar suas vidas. Nesta obra, Stephen King descreve claramente a personalidade e peculiaridades de cada um dos sete personagens principais, demonstrando sua ótima técnica de criação de descrição. Em 1990, a obra foi adaptada para cinema e TV, com direção de Tommy Lee Wallace.

O MONTE CINCO

Khan, um livreiro de Cabul, obteve o privilégio de transitar entre o universo feminino e masculino de uma sociedade islâmica fundamentalista. Preso e torturado durante o regime comunista, Sultan Khan teve sua livraria invadida e parte dos livros queimados, mas alimentava o sonho de ver seu acervo de dez mil volumes sobre história e literatura afegã transformarem-se no núcleo de uma nova Biblioteca Nacional. Apesar da situação estável, a família do livreiro dividia uma casa de quatro cômodos em uma cidade que se recuperava da guerra e de trágicos reflexos políticos. Os integrantes da família acostumaram-se à presença da autora sob uma burca. Assim, ela pôde observar relatos das rixas do clã; da exploração sexual das jovens viúvas que esperavam doações de alimentos das organizações de ajuda internacional; da adúltera sufocada com um travesseiro pelos três irmãos sob as ordens da mãe; do exílio no Paquistão da primeira esposa de Sultan Khan, após um segundo casamento com uma moça de 16 anos; do filho adolescente do livreiro obrigado a trabalhar doze horas por dia sem chance de estudar. A autora apresenta uma coleção de personagens comoventes que reflete as contradições do Afeganistão, e nos emociona, sobretudo, ao apresentar a rotina, a pobreza e as limitações impostas às mulheres e aos jovens do país. O protagonista, mesmo sendo um homem de letras, é um tirano na orientação familiar, nos negócios, e pautado pelo radicalismo. Prova disso é que, indignado com o trabalho da autora, o livreiro de Cabul que inspirou o personagem Sultan Khan foi à Noruega com o propósito de pedir reparação judicial.

PAULO COELHO Um pequeno trecho do primeiro Livro dos Reis, no Antigo Testamento, inspira a história do Profeta Elias. Ele deixa Israel, refugiando-se na Fenícia, para escapar da ira da rainha Jezabel. Fora de sua terra, o profeta questiona os desígnios de Deus e sua trajetória nos revela até que ponto alguém pode guiar o próprio destino. “No dia 12 do mês de agosto de 1979, eu fui dormir com uma única certeza: aos 30 anos de idade, eu estava conseguindo chegar ao topo de minha carreira como executivo. Quando acordei, recebi um telefonema do presidente da empresa: acabava de ser despedido, sem maiores explicações. O inevitável aconteceu, justamente no momento em que eu me sentia mais seguro e confiante. Penso que não estou só nesta experiência; o inevitável já tocou a vida de todo ser humano na face da Terra. Alguns se recuperaram, outros cederam, mas todos nós já experimentamos o roçar de asas da tragédia. Por quê? Para responder a esta pergunta, deixei que Elias me conduzisse pelos dias e noites de Akbar.”

O LIVREIRO DE CABUL

IT “A COISA” STEPHEN KING Conta a história de sete indivíduos que, quando crianças, enfrentaram uma criaaa

ÅSNE SEIERSTAD Por ter vivido três meses com uma família afegã, na primavera de 2002, logo após a queda do regime Talibã, a jornalista norueguesa Åsne Seierstad pôde produzir esta narrativa ímpar que mostra aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam. Como ocidental, mulher e hóspede de Sultan Kaa www.geracaobookaholic.blogspot.com

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INSPIRAÇÃO LITERÁRIA

O Apócrifo dos Nefilins Por Débora Falcão

minância numa guerra que matou a maioria dos gigantes decorrentes da raHá muito se ouve falar em nefilins, ça, e com o dilúvio, inundação onde somas atualmente, mais e mais livros de li- mente sobreviveu a família de Noé, seteratura fantástica exploram o tema. An- gundo a tradição cristã e judaica. jos que se apaixonaram por mulheres humanas e geraram nelas filhos, que se torINFLUÊNCIAS NA LITERATURA naram a raça híbrida denominada nefilim A história dos anjos que geraram são um prato cheio para novas histórias. filhos nas humanas, nascendo a raça híbrida de nefilins, influenciou vários livros ORIGEM da literatura de fantasia. Na literatura moPoucos sabem ou poucos já tive- derna, podemos citar a série Hush!Hush!, ram a oportunidade de ler o livro que lan- de Becca Fitzpatrick, iniciada em “Susçou esta história pela primeira vez. Al- surro” e concluída no quarto livro, “Finaguns chegaram a ler, em poucas linhas, le”. O livro conta a história de anjos caíno Gênesis (sim, o da Bíblia), sobre o as- dos que possuem nefilins, tornando-os sunto. Um pequeno versículo que fala seus vassalos, para que possam sentir – dos “filhos de Deus” que desejaram as visto que os anjos não têm sensações. “filhas dos homens” e se deitaram com Sem querer mais serem possuídos duelas, gerando esta nova raça. rante duas semanas do mês judaico Alguns teólogos afirmam categori- Cheshvan, os nefilins entram em guerra camente que este trecho é mal interpre- contra os anjos caídos. No meio disso tutado, e que trata-se de uma metáfora, re- do está Nora Grey, uma garota que não lacionando os “filhos de Deus” aos des- sabe ser descendente de um Nefilim pocendentes de Adão, que desejaram as deroso, e se apaixona justamente por um “filhas dos homens”, ou seja, as anjo caído, de quem seu antepassado é mulheres descendentes de Caim. Mas, vassalo. para corroborar essa interpretação, foi O livro Gemas Híbridas, de M.R.R. preciso renegar um livro apócrifo impor- Sales, dentre vários personagens, tem a tante, que está fora tanto do cânone cris- protagonista, que se trata de uma nefilim tão evangélico quanto do cristão católico: dividida num triângulo amoroso entre um o Livro de Enoque. Infelizmente, o apó- demônio e um semideus. crifo dos nefilins não está completo. Um dos Best Sellers da literatura Sofreu várias interferências do tempo an- nacional atual, Eduardo Spohr, também tes de ser encontrado, e vários de seus se utiliza desta casta em sua escrita. No trechos foram perdidos. De qualquer ma- terceiro e último livro da série Filhos do neira, boa parte foi restaurada, e é nela Éden, aborda os Sentinelas, ou Grigori que se encontra a história, em detalhes, (no Livro de Enoque), que são a casta de do surgimento e do declínio desta raça anjos que se apaixona por humanos, gede filhos de anjos e humanos, com a cul- rando os nefilins. Inclusive, no livro Param í

íso Perdido, Spohr faz várias referências ao apócrifo dos nefilins. Em seu conto disponível na antologia “Formaturas Infernais”, Stephenie Meyer, autora da Saga Crepúsculo, descreve a paixão repentina de uma aprendiz de demônio por um nefilim, filho de um anjo com uma humana, durante uma festa de formatura que ela estava tentando destruir. O livro Nefilim, de Caio Fábio Jr., conta a história da raça Nefilim, ficção baseada totalmente no Livro de Enoque. INFLUÊNCIAS NO CINEMA E TV A série Fallen, exibida pelo CANAL e estrelada pelo ator Paul Wesley (Stefan, The Vampire Diaries), trata de um rapaz que se descobre nefilim em seu 18º aniversário. No filme Noé, com Russel Crowe no papel principal, os anjos caídos são os mesmos nefilins – um conceito novo, e são eles que ajudam Noé na construção e proteção da Arca. Abaixo, capa do livro “Sussurro”, da série Hush!Hush!.

ÚLTIMA PRATELEIRA

Nesta seção contamos um pouco sobre várias obras inspiradas em um livro, ou vários livros inspirados numa obra.

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O Segredo do Anel Kathleen McGowan Por Débora Falcão Se você leu o livro “Código da Vinci”, de Dan Brown, ou assistiu ao filme, com Tom Hanks, com certeza irá gostar deste livro. Apesar de se tratar do mesmo assunto (Maria Madalena e a linhagem dos Merovíngios), não o trata da mesma maneira, nem mesmo da lenda do Santo Graal e os cavaleiros templários. Vai alem disso, mas com a mesma pegada de suspense, mistério, ação, aventura e uma boa dose de realismo e história. “O Segredo do Anel”, da autora irlandesa Kathleen McGowan, apesar de ser um best seller, não teve tanta projeção ou divulgação no Brasil. São poucos os que leram ou conhecem a história. Eu mesma o conheci sem querer. Estava em minhas andanças pela Praça do Sebo (Recife-PE), procurando livros para trocar, e acabei vendo, entre outros, a capa deste livro. Apesar de não gostar muito do desenho/pintura/ilustração que forma a capa, eu li a sinopse e achei interessante, resolvi levar. E não me arrependi de maneira alguma. O livro é surpreendente e intrigante

te na medida certa. Trata-se do primeiro livro da trilogia “O Legado de Maria Madalena”, e conta a história de Maureen Paschal, uma escritora que parte em busca de uma pista, que acabou como que por um milagre aparecendo em suas mãos, sobre um manuscrito perdido, e que se tratava de um suposto evangelho escrito por Maria Madalena. Caso Maureen encontrasse o evangelho perdido, ela poderia elucidar muitas discrepâncias e muitos mistérios que envolvem a veracidade de alguns outros evangelhos apócrifos e sobre a suposta relação de Maria Madalena com Jesus. O problema é que Maureen não é a única interessada em encontrar este manuscrito, e outras pessoas, como gente ligada à Igreja Católica, uma sociedade secreta milenar, e uma família especial, também têm interesse no evangelho, e não pelos mesmos motivos. Alguns querem que ela o encontre, outros querem impedi-la de o encontrar. “O Segredo do Anel” também leva o leitor para vários lugares belos e históricos, sobre os quais terá curiosidade, além de informações históricas, e muitas outras coisas. O livro traz também treaaaa

chos do suposto Evangelho de Arques, como é chamado o evangelho segundo Maria Madalena, e informações sobre os momentos finais de Jesus Cristo e sua descendência. Mulheres importantes na história da humanidade que supostamente são desta mesma linhagem lançam um novo olhar sobre seus feitos e sua luta. Um livro que não é só eletrizante do começo ao fim: também traz ensinamentos importantes, como por exemplo, cada um tem uma escolha importante a fazer em um momento de sua vida, e é essa escolha que vai definir o seu destino ou quem você é, como a escolha de Pilatos em entregar Jesus para ser morto. Talvez ele fosse morto de qualquer modo, mas a escolha de Pilatos definiu quem ele foi na história e seu destino. Sem dúvida, um livro que vale à pena. ■

Nesta seção, falamos a respeito de um livro que não se teve muita projeção, mas merece ser lido.

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Por Renata Vasconcelos

Olá gente! Esta é uma matéria especial, e vamos falar sobre as mídias sociais a favor da literatura. Vamos abordar muito mais do que a ocorrência de livros digitais. Falaremos de como o Facebook, Twitter, Instagram, Youtube, Snap Chat, Amazon, Blogs, entre outras ferramentas, ajudam todos os dias os escritores, blogueiros, leitores e demais produtores de conteúdo literário que usam as mídias e a internet para incentivar, cada dia mais, pessoas a terem contato com boa literatura. Deseja saber mais? Então confira a matéria a seguir! As mídias sociais atualmente são o palco de muitas ideias e, com o surgimento de novas redes, aplicativos e sistemas de conexão entre pessoas, tudo pode ser exposto para o mundo inteiro. Isso já sabemos e não é novidade para ninguém. Mas, nem tão antigamente assim, os escritores apenas usavam do boca a boca para divulgar seus escritos e discutir sobre suas obras e, caso fossem bem comentadas, acabavam sendo visadas em algum meio de circulação, como jornais e revistas. A realidade que temos atualmente é outra totalmente diferente do que víamos apenas há algumas décadas, porque escritores estão surgindo aos montes, mesmo antes de grandes editoras visualizarem, e estão ganhando público muito rapidamente com seus livros online. Livros independentes postados em aplicativos como Wattpad e sites como Amazon, onde estes autores postam suas obras e acabam sendo descobertos por grandes editoras, conseguindo, então ter suas obras impressas e com outra margem de circulação. Atualmente, a maioria dos escritores começa pelas fanfics, que já são bem comuns, com muitos sites próprios para esse tipo de configuração (vide Wattpad, Nyah!Fanfiction e Spirit), onde

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de as histórias já conhecidas ganham uma adaptação escrita pelos fãs (fanfiction). Acabam dando margem para a história se tornar livros e trilogias. Alguns publicam-se de forma independente, com histórias originais, utilizando-se das facilidades proporcionadas por sites de autopublicação, como Amazon (apenas com livros digitais), Bookess (livros digitais), Clube de Autores (livros digitais e físicos), Livrorama (livros físicos), entre outros. Esses sites oferecem hospedagem gratuita dos livros, com templates para download já prontos para que o autor faça sua diagramação de forma correta, oferecendo ainda um tutorial e um assistente para configuração e criação da arte das capas, além de oferecerem todo o serviço de vendas – com opções variadas de pagamento para o cliente, incluindo cartões de crédito, débito, boleto bancário, transferência etc. O ganho desses sites está em uma porcentagem, que equivale ao valor de produção do livro e mais um pequeno valor de lucro. O preço final do livro quem define é o próprio autor, acrescentando quanto de Direitos Autorais deseja ganhar. O site do Clube de Autores, além dessas facilidades, ainda oferece descontos em épocas variadas, sem descontar do valor a ser recebido pelo autor, dando ao cliente um preço mais baixo a ser pago e liberando todo o valor de direitos autorais ao autor. Quanto à divulgação desses conteúdos, os a

“Escritores estão surgindo aos montes, mesmo antes das grandes editoras visualizarem, e ganhando público rapidamente.” Renata Vasconcelos Blogueira Literária

autores se utilizam do Facebook, Instagram, Youtube, Twitter e da criação de blogs para mostrar o conteúdo que está sendo produzido. Grupos no Facebook servem para divulgação de livros e histórias com pessoas que se interessam pelo mesmo tema, despertando o interesse delas no conteúdo do autor. Canais no youtube são utilizados para divulgação de booktrailers produzidos por editoras e pelos próprios autores e amigos. Instagram e Twitter servem para divulgar eventos de lançamento e os livros a serem vendidos. Os autores também se beneficiam de blogueiros literários, doando livros em troca de resenhas para seus seguidores, gerando maior divulgação e levando ao conhecimento dos leitores a sua história e a opinião daquele blogueiro, que influencia a própria opinião de seus seguidores. Usando de todos os recursos de mídia, autores, blogueiros e leitores divulgam tudo o que acham sobre a obra e suas novidades. Sendo assim, boa literatura e novas ideias são divulgadas por meio das redes sociais. Acabamos por aliar mídias sociais e a literatura atual, um trabalhando em favor do outro, gerando conhecimento e incentivo à leitura. Espero que tenham gostado da matéria e até a próxima! ■



ANA MACEDO: APAIXONADA POR LIVROS

LIVROS DE CABECEIRA

Por Juliana Cury Nascida em 18 de maio de 1995, no interior de São Paulo, Ana Macedo se apaixonou por livros ainda muito nova, e fingia lê-los antes mesmo de ser alfabetizada. Apaixonada por todas as etapas de um livro, cursou um ano de Letras em FFLCH-USP, achando que seria seu caminho, mas foi parar em Produção Editorial na Universidade Anhembi Morumbi. Escritora, palestrante, revisora, tradutora, pesquisadora, insone, insana, possui dois livros publicados: “Lágrimas de Fogo” (Novos Talentos, 2012) e “ALii” (1ª Edição pela Literata, 2014, e 2ª Edição pela Novo Século, 2015). Ana Macedo escolheu seus cinco livros de cabeceira, e compartilha com os leitores da Geração Bookaholic porque esses títulos são tão especiais. Confira!

A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

“Vinte Mil Léguas Submarinas é uma aventura de Júlio Verne e provavelmente uma das primeiras responsáveis pela minha paixão por ficção científica, e o berço de subgêneros como o steampunk.”

“E A Menina Que Roubava Livros, que foi um dos primeiros livros que eu devorei em uma única madrugada e que me comoveu muito. Essa obra me fez apaixonar por finais realistas, que nem sempre são felizes, mas que, para a aaaa

Markus Zusak

ficção, são muito importantes para atingir o leitor.”

JANE EYRE Charlotte Brontë “Tanto Jane Eyre quanto Orgulho e Preconceito são romances de mulheres muito a frente de suas épocas, e me ajudaram a formar fortes opiniões desde muito nova.”

OS KARAS Pedro Bandeira “A série de ‘Os Karas’, de Pedro Bandeira, são instigantes histórias que me incentivaram a ter pensamento crítico e senso ético. Sempre achei curioso que o autor que fez com que eu me apaixonasse por literatura fosse nacional.”

ORGULHO E PRECONCEITO Jane Austen 46

VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS Júlio Verne

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Esses foram os livros de cabeceira da autora Ana Macedo. Já os livros da própria autora, “A-Lii” e “Lágrimas de Fogo”, você pode encontrar nas livrarias e nos sites das respectivas editoras (Novos Talentos e Novo Século), e também diretamente com a autora. Você pode encontrar a Ana Macedo nas redes sociais que, sempre que pode, responde aos recadinhos e às mensagens deixadas em sua página e perfil pessoal. Para saber mais sobre a autora e seus livros, acesse a fanpage da Ana Macedo no facebook e fique ligado na fanpage também da Geração Bookaholic, sempre com uma novidade para os viciados em leitura do Brasil e fora dele. Abraços e até a próxima edição! ■



Por Débora Falcão

COLEÇÕES

Um dos autores de maior projeção na literatura moderna nacional, André Vianco, paulista e autor de vários Best Sellers no gênero fantasia e terror, está hoje na seção Coleções. Com uma narrativa própria e característica, Vianco leva o leitor a apoteoses inesperadas, e suas ideias inusitadas, apesar de escrever histórias fantásticas dentro do gênero já conhecido, traz sempre ideias inusitadas e inesperadas. Estourando com o Best Seller “Os Sete”, emplacou vários outros sucessos, como “Sétimo” (continuação de “Os Sete”), “Bento”, “Turno da Noite”, “O Senhor da Chuva”, e vários outros livros, como “Sementes no Gelo” e “O Caso Laura”. Conheça agora a Coleção de André Vianco e as categorias escolhidas pela autora desta matéria e desta seção. Caso não conheça os livros do autor, vale à pena conferir estas histórias e mergulhar em seus mundos fantásticos, repleto de criaturas incríveis.

Com certeza, este livro está no topo da lista, e categorizado como Livro de Cabeceira. Apesar de fazer parte de uma trilogia, “Bento” está separado dos demais. O livro conta a história de Lucas, que desperta sem compreender o que está acontecendo à sua volta. Está numa espécie de hospital, e claramente dormira durante muito tempo, mas ninguém lhe informa nada. Após algumas situações, Lucas descobre que dormira por trinta anos, e que na noite em que dormira, ocorreu a chamada Noite Maldita, em que milhares de pessoas no mundo inteiro dormiram e não acordaram. Alguns acordaram estranhos, e passaram a agir como monstros, desejando o sangue de parentes e amigos, transformados em vampiros. Lucas faz parte de uma profecia, feita por Bispo, um velho homem que tem várias visões desde que despertou da Noite Maldita. Nesta profecia, trinta pessoas

Best Seller que levou o nome de André Vianco às prateleiras das livrarias de todo o país, “Os Sete” traz uma história inusitada de vampiros. Tiago e sua equipe, durante um trabalho na costa brasileira, acaba encontrando uma antiga caravela, vinda de Portugal, naufragada. Em suas buscas, encontram uma caixa de prata contendo sete cadáveres, e uma inscrição que dava instruções claras para que não a abrissem. Levando a caixa para a USP, a abrem e retiram os sete de dentro para pesquisá-los. Então, um deles desperta, e demonstra não apenas ser um poderoso vampiro, mas também controlar a temperatura do ambiente, o que lhe rendia a antiga alcunha de Inverno. Dom Guilherme, conhecido como Inverno, era um vampiro português, preso naquela caixa de prata por um guerreiro Tobia no Rio D’Ouro e enviado para o Brasil numa caravela. Mas ela naufragou. a 48

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pessoas como Lucas acordariam e levariam a humanidade numa guerra contra os vampiros. E Lucas é o trigésimo guerreiro, portanto, o líder e mais forte entre eles. Lucas percebe que nesses trinta anos, o mundo modificou, as cidades se tornaram covis de vampiros, verdadeiros cemitérios, e aqueles que estão acordados e são humanos se escondem em fortificações, longe das cidades e metrópoles. Com o passar dos anos, guerreiros bentos foram acordando, e agora, com o trigésimo acordado, precisam juntar os trinta bentos para desencadear os quatro milagres que salvarão a humanidade contra os vampiros. Mas Lucas ainda precisa provar para si mesmo e para os outros bentos que é capaz de liderá-los, vencer os obstáculos de sua própria insegurança, e tentar se lembrar de sua vida antes daquela, pois suas memórias o traem. Sem dúvida, o melhor de Vianco.

A razão pela qual isso ocorreu é obscura, e Inverno nutre um ódio pelo sétimo corpo, também ali, o mais terrível dos sete, também conhecido como Sétimo. Inverno se liberta e alcança a cidade, causando transtornos e problemas. Tiago e sua equipe tentam contê-lo, mas é quase impossível. Ao mesmo tempo, o Exército Brasileiro entra nessa guerra, quando finalmente percebem estar lidando não com uma pessoa comum, mas com um ser sobrenatural, um vampiro poderoso. O capitão Brites, do Exército, cria uma equipe tática para conter os sete e destruí-los de uma vez por todas. Uma aventura eletrizante, uma história cheia de momentos incríveis do início ao fim, não há um só momento de queda na narrativa. Para quem gosta de ação, ambientada nas paisagens brasileiras, “Os Sete” e sua continuação “Sétimo” são grandes livros, para se guardar na cabeceira.


Um dos melhores livros de Vianco, “O Senhor da Chuva” conta a história de dois irmãos, Gregório e Samuel, separados há anos, e também as consequências da escolha de Thal, um anjo guerreiro, que escolhe proteger Gregório em uma determinada situação, deixando sua protegida morrer. Na guerra que se sucede, Thal quebra uma regra entre anjos e demônios (possuindo o corpo de Gregório para salvá-lo e se salvar), dando salvo conduto para que os demônios iniciem a Batalha Negra – uma guerra entre anjos e demônios na qual os demônios têm uma vantagem, e os humanos sairão perdendo algo muito valioso: sua alma. Para evitar o pior, Thal acaba dando a Gregório alguns poderes, que se fortalecem quando está em contato com a chuva. Ao mesmo tempo, Samuel é possuído por demônios que querem destruir sua alma – consequência da escolha de Thal. Cada um terá escolhas a tomar até que a guerra se aproxime. Qual será o destino dos anjos e dos dois irmãos? Excelente, leitura obrigatória!

O Caso Laura marca a chegada do autor à Editora Rocco. Romance policial de tintas sobrenaturais, o livro conta a história de um detetive particular contratado para investigar os encontros que Laura mantém com um homem misterioso. Inicialmente as gravações das conversas da protagonista com o estranho não revelam nada de espetacular, mas quando o investigador passa a seguir o enigmático sujeito, revelações conduzem a narrativa para o desfecho. Um bom livro, a narrativa em terceira pessoa deixa o leitor completamente a par das circunstâncias que se seguem. Não se pode pular parágrafos, pois o autor pode mudar tudo de repente, com uma história que é verdadeiramente um quebra-cabeças. Recomendado!

Parte do universo iniciado na Saga Vampiro-Rei, tendo como primeiro volume o livro “Bento”, o livro “Noite Maldita” conta a história do início, quando realmente ocorre a noite maldita, onde parte da população adormece inexplicavelmente e outra parte se divide entre humanos e vampiros, numa noite desesperadora. O livro tem várias passagens épicas, com direito a conhecer o passado de alguns personagens citados na trilogia de “Bento”. Quem leu e gostou de “Bento” com certeza vai gostar de ler “Noite Maldita”. Vianco permanece com sua escrita inusitada e inovadora, com ideias interessantíssimas e que fogem ao clichê de vampiros. Os primeiros guerreiros bentos começam a aparecer e a guerra entre humanos e vampiros está só começando. Acompanhe neste livro como as cidades se tornaram verdadeiros túmulos a céu aberto, como o mundo se tornou uma distopia digna de Hollywood, dominada por vampiros, e onde o bem e o mal tem uma cara muito específica e clara, unindo as pessoas em seus objetivos comuns. Excelente.

A frase que traz a capa de Sementes no Gelo diz bastante sobre o enredo: “Eles conseguiram congelar seus corpos... não suas almas”. O leitor irá ingressar no território dos espíritos atormentados, impedidos de reencarnar. Muitos se enraivecem e lançam sua fúria sobre todos que lhe chamam atenção ou cruzam seu caminho. Um detetive, por acaso, desvenda os mistérios em torno desses espíritos, tornando-se o inimigo número um das perigosas e assustadoras entidades. É um bom livro, se você procura por um passatempo. Mas, se você procura pelo gênero terror, vai se decepcionar. O início do livro é meio cansativo, mas tenha fé, pois ele engrena e capta a atenção do leitor até o final. Não é o melhor do autor, mas é um bom livro.

A incrível continuação de “Bento”, o segundo livro da saga O Vampiro-Rei vem com a “Bruxa Tereza”, um livro que continua mantendo o leitor em suspense e expectativas, com cenas de tirar o fôlego e reviravoltas impressionantes. Neste livro, podemos entender qual foi a causa da Noite Maldita, e conheceremos o VampiroRei, que irá liderar os vampiros de forma organizada numa luta final contra os guerreiros Bentos e os humanos. Após o desencadeamento dos milagres pelos trinta bentos, várias coisas começam a acontecer, uma nova oportunidade surge e Lucas terá de liderar os guerreiros para uma nova guerra. Os humanos estão tranquilos após a noite dos milagres, acreditando que estão a salvo dos vampiros, e acabam baixando a guarda, o que dá uma vantagem aos vampiros, que estão, a cada dia, mais organizados. Lucas, preocupado, inicia uma estratégia, ao mesmo tempo que se vê confrontado com lembranças do passado. Um livro excelente, para ser lido e devorado após a leitura de “Bento”. Merecia um filme, com certeza.

André Vianco, autor muito criativo, é ótimo com histórias fechadas, mas não muito com trilogias. O Turno da Noite é uma das histórias mais fracas de Vianco, apesar de boa. Continuação dos eventos de “Sétimo”, os livros “Filhos de Sétimo”, “Revelações” e “Livro de Jó” concluem a saga. Quatro crias de Sétimo sobrevivem ao final do livro e são recrutadas pelo vampiro Inácio, formando o Turno da Noite. Sua atribuição é matar bandidos e se alimentar deles. Uma troca. Mas acabam descobrindo que Inácio não é tão bonzinho e que estão sendo enganados. O mais fraco é o “Livro de Jó”, com um final que extrapola, com cenas repetitivas e desnecessárias. Cuidado.

A conclusão da Saga “O Vampiro-Rei” tem cenas incríveis, mas termina com um gostinho “guiodai” (personagem do Jaspion que, quando o monstro morre, desperta-o num monstro maior). E é exatamente o que acontece. Quando você já está numa cena de batalha épica, a coisa toda se transforma em algo ainda maior, que beira o insano e ridículo, sem necessidade. O livro tinha tudo para estar entre os Excelentes, não fosse a sobrecarga do efeito “hidra” no final (corte uma cabeça, aparecerão duas). Dá a impressão que o autor não queria terminar e precisava criar algo ainda mais apoteótico, acabando por criar algo caótico. Vale apenas pela conclusão da história.

Outros: “A Casa” é do gênero terror, seguindo a mesma linha de O Caso Laura e Sementes no Gelo. “Vampiros do Rio D’Ouro” são duas HQs contando a história dos vampiros portugueses que estrelam “Os Sete”. “Escuridão Eterna”, HQ do Turno da Noite, e “Pequenos Monstrinhos” uma série infanto-juvenil publicada pela Rocco.


Por Márcia Lopes

BAÚ LITERÁRIO

Se você gosta de histórias de vampiros, já deve ter lido ou ouvido falar de Drácula, de Bram Stoker. Gosto de pensar nele como o pai dos vampiros, afinal, sua obra tão exaustivamente explorada ainda serve como fonte de inspiração para escritores de livros, quadrinhos, TVs e para cineastas e produtores. Usam-se de todos os gêneros: comédia, romance, ficção e para todos os tipos de apreciação: séries, filmes, sagas, peças, desenhos animados, conquistando fãs por mais de um século. A história é baseada na vida real de Vlad, o Empalador ou de Tepes. Eu, particularmente, sou aficcionada por Drácula desde criança, e quero crer que tudo não é apenas imaginação.

tar dos interesses do velho na compra de um imóvel nos arredores de Londres. Autor Uma série de coisas estranhas começam a acontecer por lá e o jovem se torna reAbraham Stoker nasceu em 8 de fém do Conde. Até que Jonathan consenovembro de 1847, em Dublin, Irlanda. gue fugir. O problema começa realmente Formado em matemática e apesar de quando o vampiro chega a Londres e alitambém gostar de atletismo, era funcio- cia Lucy, uma amiga de Mina, que por anário público, sempre envolto com a poli- caso é noiva de Jonathan. tica, mas também desempenhava cargos universitários colaborando em periódicos como cronista, jornalista, contador, crítico teatral do Evening Mail de Dublin, e Editor do The Irish Eco, porém seu sonho sempre foi escrever.

“Drácula é um herói maléfico, a quem eu tenho dado um certo toque de tristeza, sem esquecer que é um personagem heroico, romântico e sensual.” Christopher Lee, ator que viveu o personagem 11 vezes

Adaptações Casou-se em 1878 com uma linda jovem de 19 anos, que rompera um noivado de três anos com Oscar Wilde. Um ano depois nasce seu primeiro e único filho, e nesse mesmo ano publica seu primeiro livro. Em 1882 publica uma coleção de contos e em 1890 começa a escrever um romance de vampirismo, ainda sem título. Depois de muitas pesquisas, é publicado Drácula, sua maior obra. Stoker sofre um derrame cerebral em 1905 e em 1911 publica seu último romance, O Monstro Branco. Ao todo, foram 17 romances publicados. Um ano depois, aos 64 anos, morre em Londres. Em 1922 é produzido na Alemanha o primeiro filme baseado no romance Drácula, de Bram Stoker, o qual recebe o título de Nosferatu.

Obra Escrito em modo de narrativa epistolar (onde tudo é contado através de cartas, diários, recortes de jornal, etc), a história se desenvolve a partir de diversos pontos de vista. Cada personagem conta a seu modo o que está se desenrolando. O protagonista, presume-se, é Jonathan Harker, que vai ao castelo de Conde Dracula, na Transilvânia, para trab 50

Acima, reprodução de cartaz da peça Drácula, século XX em Londres.

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Acima, reprodução de um dos massacres de Tepes, 1499, Alemanha.

Frases & Quotes “As pessoas são uma pilha miserável de segredos.” “Eu cruzei oceanos do tempo para encontrá-la.”

Drácula continua sendo a obra literária mais frequentemente adaptada para o cinema, e seus personagens as figuras mais retratadas, ao lado do detetive Sherlock Holmes, do escritor inglês Arthur Conan Doyle. Em 1987, a Associação dos Escritores de Histórias de Horror dos EUA instituiu um conjunto de prêmios anuais em seu campo de atuação, que recebeu o nome de Bram Stoker Award. O ator Christopher Lee, que encarnou onze vezes o personagem de Drácula, cujo papel consagrou sua longa carreira no cinema, declarou no Festival Imagfic de Madrid, 1990: “Drácula é um herói maléfico, a quem eu tenho dado um certo toque de tristeza, sem esquecer que é um personagem heroico, romântico e sensual.” ■



Por Débora Falcão

Escrever se tornou a moda da geração atual, uma geração de bloggers, redes sociais e livros virtuais. Sites de publicação de histórias, onde leitores de toda a parte comentam, capítulo a capítulo, e falam diretamente com o escritor. Sites de autopublicação de livros, físicos e digitais, onde qualquer pessoa com uma história escrita pode ser publicada e lida por qualquer pessoa de qualquer parte do mundo. Estamos vivendo uma era de escritores e leitores, onde todos os meses uma nova leva de livros entra no mercado, e grandes livrarias viraram ponto de encontro de todas as idades, e cada vez mais o público jovem e adolescente é atraído. Graças a Deus! Uma era onde o automatismo e a internet são parte do cotidiano, é de admirar parceber que mais e mais pessoas se interessem pela leitura e pela escrita. Mas... Como escrever? Ideias pipocam na mente, como colocá-las no papel de forma a atrair leitores? Listo aqui algumas dicas que eu sigo, que desenvolvi ao longo de minha jornada. Às vezes eu tinha tantas ideias para histórias diferentes que precisava me organizar para não misturá-las ou perdê-las. Às vezes, estava no meio de um livro e tinha uma ideia ótima para outro, e não podia deixar para escrever depois, nem parar um para escrever outro. Portanto, compartilho 10 dicas baseadas no que faço em situações como essas, e que sirva de ajuda aos escritores iniciantes!

DICAS DA ESCRITORA 04. Não queira usar todas as ideias no mesmo livro. Às vezes temos várias ideias legais, mas todas juntas não são tão legais assim. Não tenha medo de deixar uma ideia boa para depois. Lembre-se: “Menos é mais.” Não é porque um livro tem várias reviravoltas que ele é um bom livro – isso pode denotar apenas que o autor não é lá muito decidido na hora de escrever sua história e muda de ideia muito rapidamente, além de deixar a história confusa e muito cheia de mudanças. Uma ótima reviravolta, que casa perfeitamente com tudo o que já foi escrito, vale mais do que muitas reviravoltas que mudam completamente o foco da história, pense nisso. Uma história também com vários personagens de tipos diferentes também não significa que seja uma boa história. Por exemplo, na fantasia, não é porque temos uma história que envolve personagens como demônios, anjos, duendes, deuses gregos, fadas, trolls, anões, príncipes encantados, bruxas, banshees, nefilins, zumbis e vampiros que a história seja “complexa” e “bem trabalhada”. Significa apenas que o autor não conseguiu focar sua história e acabou transformando seu livro num caldeirão de tipos diferentes. Isso acabará por atrapalhar o andamento do enredo, deixandoo confuso – e não importa se você acha que é capaz de lidar com isso: a confusão vai acabar surgindo e você perderá o controle. Quer escrever uma história de anjos? Atenh 52

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nha-se ao tema anjos e coloque personagens que se envolvam com o tema, como demônios, nefilins, humanos, por exemplo. Uma das fantasias mais importantes da história, como o Senhor dos Anéis, tinha vários tipos de personagens diferentes que iam aparecendo ao longo da história. Mas Tolkien teve muitas páginas para desenvolvê-los com maestria, e ainda assim, alguns personagens não foram aprofundados, como os Entes, por exemplo, aparecendo pontualmente na história. De qualquer maneira, Todos esses grupos juntos formavam uma terra diferente da nossa terra, com uma sociedade e cultura próprias, universo que foi criado com anos e anos de pesquisas. Portanto, cuidado quando for inserir personagens demais em sua história. Muitos escritores se deixam levar pela ilusão de que muitos personagens significam complexidade e profundeza de enredo. Menos é mais, e às vezes uma história com apenas três personagens é bastante complexa e profunda. Pense nisso! Não faz mal anotar as ideias que for tendo e separar algumas para usar no livro que estiver escrevendo e outras para outros livros. Isso será interessante, pois você terá um estoque de ideias para usá-lo durante muitos e muitos anos pela frente, e duvido que vá sofrer de “falta de inspiração” e “bloqueios” futuros.

“Escrever se tornou a moda da geração atual, uma geração de bloggers, redes sociais e livros virtuais. Será que tudo o que aparece tem qualidade?” 01. Carregue sempre um bloco de notas, nunca se sabe quando vai se ter uma boa ideia. Nunca descarte uma ideia. Ela pode parecer ruim no início, mas depois de algum tempo, quando analisada e bem trabalhada, ela pode se transformar numa ideia genial e inovadora. Uma boa pedida para fugir de clichês. Não confie em sua memória. É bom sempre anotar as ideias que tem em qualquer lugar, para quando tiver tempo analisá-las e poder usá-las, aplicá-las. 02. Defina o tipo de história. Quando temos uma ideia, geralmente já temos mais ou menos definido um gênero: romance, suspense, conto fantástico, policial, young adult, aventura etc. Definir antes de começar já te dá maiores chances de não perder o foco. E você também pode mesclar gêneros, como suspense e romance, chick-lit e fantasia, etc. Inove! 03. Organize tudo no computador com pastas. Se tiver já um título para sua história, mesmo que ainda não tenha começado a escrever, crie uma pasta com este título. Se não a

tiver, crie um título provisório que tenha a ver com sua ideia. Posteriormente é só renomeá-la com o título definitivo. Sempre que tiver uma nova ideia para um novo livro crie uma nova pasta. 05. Pesquise tudo o que puder sobre o assunto que irá abordar. A melhor coisa ao ler uma boa história é a verossimilhança, isto é, a capacidade que a história tem de ser verdade. Se seu personagem vai contrair uma doença rara, não invente uma nova doença. Ou melhor, você pode até inventar, mas pesquise tudo sobre o que poderá causá-la, converse com algum amigo médico ou biomédico sobre a possibilidade de isso acontecer. Se vai utilizar uma doença pré-existente, não se contente com informações do Google. Pesquise, faça perguntas sobre os sintomas, a cura, as pesquisas médicas no ramo etc. Se um de seus personagens sofrerá um coma após um acidente, procure saber que tipo de trauma uma pessoa tem que sofrer para causar um coma, etc. Se vai abordar um país diferente, pesquise sobre a cultura do país, sem se apoiar em clichês, como Brasil é o país do samba e futebol, Estados Unidos da McDonald e da Disney, França do vinho e da comida elegante, Grécia dos homens narigudos e do azeite, enfim. Tente encontrar verdades sobre o local para não cair em clichês desagradáveis. 06. Organize sua pesquisa nas pastas criadas e possibilite clareza. Um bom autor pesquisa antes e durante a escrita do livro. E organizar essa pesquisa vai facilitar sua vida. Geralmente, dentro da pasta do livro eu crio três outras pastas: Informações, Imagens e Manuscritos. a) Informações Coloco aqui um arquivo com a ideia principal do texto; um arquivo com as fichas dos personagens criados ao longo da história (nome, características físicas e psicológicas); um arquivo com informações sobre o local onde acontece a história; e qualquer pesquisa adicional que meu livro precise, como endereços de páginas na internet para posterior consulta, edição de revistas sobre o assunto, trechos de livros e indicação de filmes e músicas, etc. b) Imagens Aqui eu coloco pesquisas em fotos de qualquer coisa pro meu livro: locais, culturas, pontos turísticos, mapas, pessoas etc, sejam elas tiradas por mim in loco, sejam elas pesquisadas na internet, Google Earth, etc. c) Manuscritos Aqui eu coloco o manuscrito original que estou escrevendo, o revisado que irá para editoras, o mesmo arquivo em PDF e Epub, e nas várias formatações que algumas editoras exigem e que diferem umas das outras. 07. Desenvolva seus personagens antes de começar o livro e durante o livro. Defina nomes, famílias, passado, tudo, ainda que essas informações não entrem no lia


vro. Quanto mais verossímil o personagem, mais fácil será escrever os conflitos e situações em que ele se envolverá, pois você saberá o tipo de reação que ele terá, como uma pessoa real, que você conhece bem. Obviamente, após um bom tempo com a prática você não precisará detalhar tanto. E em alguns casos, o personagem surge no meio da trama e se mostra aos poucos, e o próprio autor não sabe onde aquele personagem vai levá-lo, de acordo com os acontecimentos futuros. Mas, na medida do possível, aproveite esta dica, mesmo que seja como exercício de criação de personagem. De um exercício como este, ótimas ideias vão surgir. 08. Se possível, defina o final da história antes de escrevê-la. Eu digo “se possível”, porque nem sempre isto é fácil. Às vezes, eu mesma deixo a história correr e meus personagens decidirem o final. Nem eu mesma sei o que vai acontecer até que eu termine de escrever. É como se a história já existisse em outra dimensão e eu captasse com algum tipo de antena. Mas, na maioria das vezes eu defino o fim para não perder o foco. Aos poucos, vou conduzindo os personagens, cada um da forma como reagem às situações, para que cheguem ao seu destino que eu pré-defini. O decorrer acaba sendo uma surpresa, pois alguns personagens reagem de forma diversa, mas o final já está definido e vou criando soluções para que eles cheguem a contento ao fim da história que eu decidi. Isso me deixa focada e a história fica completa, sem pontas soltas.

mente se em sua história houver passagens em várias épocas diferentes.

10. Seja cuidadoso com criação de terras, culturas e novos seres. Se você criar algo novo para seu livro, como uma nova terra e outros seres, lem-bre-se de criar: cultura, linguagem, religião, situação política (este povo está em guerra ou paz?), forma de governo (monarquia, república, conselho regente etc), limites de terra (ao norte uma cadeia de montanhas, ao leste o mar, ao sul um deserto, ao oeste florestas etc), nomes da terra, planeta, país, cidade, condados, po-voados, aldeias etc. Criar uma nova terra e ou-tros seres dá trabalho. Isso tudo foi criado à parte por escritores como George Martin (Guerra dos Tronos), Tolkien (O Senhor dos Anéis), CS Lewis (As Crônicas de Nárnia) etc. Se quer se aventurar nesta área, pesquise outras culturas que já existem para ter subsídios para criar uma nova cultura ou cultura semelhante, obtendo in-formações que te ajudem na criação.

Uma das coisas mais importantes que um escritor deve ter é foco. Um escritor sem foco acaba por colocar a perder toda a sua obra: perde o foco da história, o enredo desanda, os personagens agem de forma descontrolada e sem coesão nem coerência, ocorre a fuga do tema e, no fim, por causa de tantos problemas, o escritor acaba desistindo da obra, pois consertá-la dá muito mais trabalho. Em vez de ter de consertar sua obra depois de escrever tanto, procure a concentração e o foco, a organização e a coesão do texto. Deixe para o final apenas a revisão com relação à ortografia, gramática, concordância e acréscimos de alguns detalhes do enredo e descrições. Não deixe que sua história sabote você. Seguindo essas dez dicas básicas, seu livro não perderá o foco, não fugirá do tema e será completo em seu enredo, evitando “brancos”, bloqueios e perda de inspiração no meio de sua jornada como escritor! ■

09. Se quiser, crie uma “ordem cronológica” de ideias para o mesmo livro. Você tem inúmeras ideias, mas não tem tempo naquele momento de escrever o livro e tem medo de esquecê-las. Você pode criar um arquivo de ordem cronológica, definindo o que vai acontecer a cada período da história que escreverá. Este arquivo servirá de norte para orientá-lo. Ainda que o livro não seja escrito em ordem cronológica, mas servirá de consulta posterior. Principalmente

Apenas alguns livros da autora Débora Falcão, publicados pela plataforma Clube de Autores, disponíveis no site para compra, em formatos físico e digital. www.geracaobookaholic.blogspot.com

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SERIADO JESSICA JONES

ESTANTE NERD

Por Renata Vasconcelos Saudações Nerds para todos! Para a matéria desta edição, vamos falar de um seriado que gerou uma polêmica grande nas redes sociais, mas que foi muito fiel a tudo o que conhecemos da personagem Jessica Jones. No seriado, vamos ter muitas coisas além de pancadaria e cenas “românticas”, vamos cair com tudo na essência da investigadora particular que possui poderes e que é apavorada pelo Killgrave, um doente mental que tem o poder de controlar as pessoas. Para a alegria de todos, temos uma novidade que supera qualquer crítica ao seriado. Para mergulhar nessa saga de muita ação, vem saber isso e muito mais! HISTÓRIA Jessica Jones é uma investigadora particular que em um período de sua vida recebeu superpoderes como força, aud

audição, habilidade de voo e outras. Com isso, ela ajuda as pessoas dos casos no qual analisa e fica fácil cumprir toda a carga horária de investigação. Ao pegar o caso capcioso de uma garota que matou os pais, ela vai em busca de resposta, mas um caso antigo se choca e alguns erros do passado trarão coisas boas e ruins para sua vida. Uma delas é que vai conhecer Luke Cage. A ruim é que o seu inimigo do passado, que a fez cometer erros terríveis a si mesma, aos outros e a sua própria família, reaparece. O caso de amor entre Jessica e Luke se passará em várias cenas no decorrer do seriado, e serão extremamente picantes. Mas, além de todos os encontros de Luke e Jessica, teremos o caso de amor entre a advogada e a secretária. Ao ver que sua amiga está em apuros, Trish busca alternativas para ajudá-la, junto com um policial e sua advogada. Mas a trama vai além quando todos decidem ir contra o Killgrave, derrotá-lo e desmascará-lo.

a postura da personagem, sobre ela ser o símbolo do feminismo por ter poderes e se mostrar uma mulher forte e independente sobre seus questionamentos e ações. SURPRESA A Netflix, produtora do seriado, renovou a segunda temporada com Luke Cage, Punho de Ferro e Demolidor, e juntos essa galera forma Os Defensores, o que será o foco da segunda temporada e provavelmente terá um crossover com o seriado do Demolidor. Os seriados muito bem produzidos da Marvel e Netflix são bem acessíveis ao público, a produção e seleção de atores foi impecável e só vejo elogios a Jessica Jones. Fico por aqui, espero que assistam e até a próxima! ■

POLÊMICA Gira em torno do primeiro beijo lésbico da história da Marvel mostrado em um seriado. Ocorre entre a advogada e sua secretária, e mesmo sendo bem rápido e simples, ao ver do público foi algo a ser questionado e divulgado nas redes sociais. Mas, além do beijo lésbico, as cenas de sexo entre Luke e Jessica estiveram em excesso: em treze episódios, cerca de seis foram dedicados a eles. Outra questão levantada foi a Nesta seção, traremos sempre novidades sobre o mundo geek, com informações sobre quadrinhos, séries, filmes e livros, além de eventos.

SALÃO COSPLAY

Alessandra Pezzolato – Sona League of Legends Contato: FB.com/BrazilianCosplayers

Renata Vasconcelos – Esther/A Órfã Contato para eventos: DoMeuMundoAoSeuMundo.com.br

Isabela Boomer – Felina SheRa A Princesa do Poder Contato: FB.com/BrazilianCosplayers

Moon Valkyrie – Black Widow Contato: FB.com/MoonValkyrieCosplay Participe e envie sua foto no formato JPG 300dpi com dados para contato para redacaobookaholic@gmail.com

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LEITURA EM SÉRIE

Por Débora Falcão Quando Tim Lahaye e Jerry Jenkins resolveram escrever uma aventura de ficção baseada nas profecias do apocalipse e do livro de Daniel – entre outros livros proféticos da Bíblia e do cânone judeu – provavelmente não imaginavam que se tornariam, em pouco tempo, best Sellers. Quando o primeiro livro da série, Deixados Para Trás, chegou ao Brasil, já tinha vendido mais de três milhões de copias nos Estados Unidos. E o sucesso só aumentou. A série tem doze livros com a história completa, mais um livro bônus dos acontecimentos pós-tribulação, mais três livros de uma série à parte, que conta a história dos personagens principais antes do início em Deixados Para Trás. Se você não conhece esta série, está na hora de conhecê-la agora, com a ajuda da Geração Bookaholic. Confira!

Sinopses dos Livros Volume 1 – Deixados Para Trás

Aproxima-se o final da primeira quarta parte dos sete anos de Tribulação, quando a profecia diz que “a ira do Cordeiro” será derramada sobre a Terra. Rayford Steele passa a ser o “espião” dos perseguidos da tribulação, nos altos escalões do regime de Nicolae Carpathia. Uma fuga dramática de Israel durante

Quando o primeiro livro da série chegou ao Brasil, já tinha vendido 3 milhões de cópias nos Estados Unidos. te a noite, através do Sinai, deixa o leitor sem fôlego até o final do volume.

Volume 6 – Assassinos

Enquanto um exército de 200 milhões de cavaleiros demoníacos elimina um terço da população mundial, o Comando Tribulação se prepara para enfrentar o futuro como um bando de fugitivos. A história mundial e a profecia entram em conflito em Jerusalém, palco do episódio mais explosivo do drama interminável dos que foram deixados para trás. Volume 7 – O Possuído

Volume 4 – A Colheita

Num momento de pânico total, milhões de pessoas desaparecem ao redor do mundo em meio à confusão geral, o capitão-aviador Rayford Steele parte em busca de sua família e de explicações sobre o que aconteceu. Por mais devastadores que tenham sido os desaparecimentos, o futuro reserva dias mais sombrios ainda. Volume 2 – Comando Tribulação

Rayford Steele, Buck Williams, Bruce Barnes e Chloe Steele resolvem unirse para formar o Comando Tribulação. Sua tarefa é clara, e seu objetivo é resistir e enfrentar os inimigos de Deus durante os sete anos mais caóticos da história do planeta. 56

Volume 3 – Nicolae

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Enquanto o mundo caminha a passos largos rumo aos Julgamentos das Trombetas e à grande colheita de almas profetizada há centenas de anos, Rayford Steele e Buck Williams começam a resgatar pessoas queridas de diferentes lugares do mundo. A Colheita transporta o leitor do Iraquel à América do Norte, de aviões a quilômetros de altura a abrigos subterrâneos, das areias do deserto ao fundo do rio Tigre, da esperança à devastação e de volta à esperança – numa intensa busca pela verdade e pela vida. Volume 5 – Apoliom Nesta aventura, campeã de vendas na lista do New York Times, Apoliom, o Destruidor, lidera a praga de gafanhotos demoníacos que torturam os que continuam a apoiar Carpathia. Enquanto isso, mesmo diante das crescentes ameaças do Anticristo, o Comando Tribulação se reúne em Israel para o Encontro das Testemunhas.

O período de sete anos da Tribulação chega ao meio. Enquanto o mundo chora a morte de seu mais famoso dirigente, o Comando Tribulação enfrenta seu desafio mais perigoso. O tempo e a eternidade parecem estar suspensos no ar, e o destino da humanidade equilibrase na corda bamba. Volume 8 – A Marca

Sua Excelência, o Potentado da Comunidade Global, Nicolae Carpathia, ressurreto e possuído pelo Portador da Luz, aperta o cerco como líder do mundo. Começa uma batalha pelas almas de homens e mulheres ao redor do mundo, enquanto são instalados os centros de ap


plicação da marca. Volume 9 – Profanação

a não ser por um milagre. Mac, Chloe e Hannah decidem fazer um resgate a qualquer preço, mas não imaginam como será alto esse preço. A casa secreta está prestes a ser descoberta. Todas as máscaras caem por terra, inclusive a de Nicolae, e o planeta caminha a passos largos, rumo ao Armagedom e à derradeira batalha entre o bem e o mal. Volume 11 – Armagedom sobre aqueles que estão ao lado de Carpathia, e sobre seus exércitos, cavalos e cavaleiros. Um rio de sangue mancha o Vale, e os que ainda restam vivos tentam fugir. Mas Nicolae ainda tem uma carta na manga e se prepara para dar seu golpe final.

Quando Sua Excelência, o Potentado da Comunidade Global, Nicolae Carpathia, se prepara para percorrer a Via Dolorosa e, depois, dirigir-se ao templo, seus seguidores leais se reúnem para ver o potentado e receber a marca em Volume 13 – A Vitória Final sua presença. As linhas entre o bem e o mal estão traçadas. O primeiro Julgamento das Taças Quando a batalha do Grande Dia tem iníse inicia sobre todos os que aceitaram a marca, enquanto o povo escolhido foge para o deserto, cio, o planeta encontra-se completamente devastado: os tetos das casas voaram pelos ares, noà espera do Armagedom. vas alianças foram engendradas e o mundo transformou-se em um barril de pólvora. O vale Volume 10 – O Remanescente de Jezreel está totalmente tomado por tropas, armas e veículos até onde a vista consegue alcançar. Quem permanecerá de pé no momento em que a batalha conduzir o Comando Tribulação ao limiar do final dos tempos e do Glorioso ApareciComo bônus, os autores lançaram mais mento? um livro, desta vez após os eventos de O Glorioso Aparecimento. Aqui, mostra como os povos Volume 12 – O Glorioso Aparecimento se reorganizaram após os terremotos que aplaiÚltimo volume oficial da série. No momen- naram a terra e a nova organização social e políto em que o mundo encontra-se voltado para o tica do Milênio. Mas, ao fim, o grande Portador É chegada a hora da vingança do Supremo vale do Jezreel, o céu se abre como um pergami- da Luz é libertado, e seduz os moradores das ciComandante da Comunidade Global. Seus inimi- nho, e tropas de anjos e de humanos que se fo- dades e da nova comunidade milenar, e um novo gos aglomeram-se no lugar ideal para uma des- ram no dia dos desaparecimentos se organizam exército é formado contra as hostes do bem. O truição em massa. Ninguém poderá sair vivo dali, atrás do Grande Cristo. Uma praga é derramada Reino finalmente chegou neste livro. a s

Tim Lahaye e Jerry B. Jenkins autores dos livros da série Deixados Para Trás


Livros Complementares

Três livros foram lançados, posteriormente à série, mas que são, cronologicamente anteriores a ela. São “O Nascimento”, “O Regime” e “O Rapto”, este último culminando exatamente com os desaparecimentos que iniciam o primeiro volume da série, “Deixados Para Trás”. Contam, principalmente, a trajetória do protagonista Rayford Steele e do antagonista Nicolae Carpathia antes dos acontecimentos na série principal.

Sucesso de Vendas, a série rendeu ainda três livros complementares, que contam a história anterior aos desaparecimentos do primeiro livro.

Adaptações para o Cinema Quando os autores venderam os direitos para adaptação no cinema, pensaram exatamente como os leitores: numa produção incrível. Infelizmente não foi o que aconteceu e, após o terceiro filme, Tim Lahaye e Jerry Jenkins cancelaram e a série parou de ser produzida. Ainda assim, levando em consideração a época em que foram filmados e a produtora, que não é uma produtora nos padrões hollywoodianos, os filmes seguem uma adaptação satisfatória de roteiro com relação aos livros, e não deixam informações para trás. Foram filmados: “Deixados Para Trás”, “Deixados Para Trás II – Comando Tribulação” e o terceiro, que acabou por receber o nome de “Deixados Para Trás III – Mundo em Guerra”. Estrelando nos papéis principais estão Kirk Cameron (Prova de Fogo) no papel do jornalista Buck Williams, e Brad Johnson, no papel do comandante Rayford Steele.

Cartaz promocional da adaptação do primeiro livro da série para o cinema

Mas estas não foram as únicas adaptações para o cinema. Recentemente, em 2015, foi lançado “Apocalipse”, estrelando Nicholas Cage no papel do comandante Rayford Steele, e Chad Michael Murray no papel de Buck Williams. Mas o filme não foi bem aceito pela crítica. Infelizmente, apesar da produção ser muito melhor que os três primeiros filmes estrelados por Kirk Cameron, os primeiros foram mais fiéis aos livros. O filme de Nicholas Cage é baseado apenas no primeiro capítulo e em metade do segundo capítulo de “Deixados Para Trás”, isto é, apenas no momento dos desaparecimentos, quando Rayford está pilotando o seu avião e as pessoas desaparecem. Nem mesmo o trabalho de Buck Williams em Israel, durante os ataques anteriores aos desaparecimentos são retratados no filme, o que foi um pouco frustrante para os fãs do livro. Não aparece nada do que acontece depois do pouso forçado do avião, nem o desespero que acomete Rayford quando fica sabendo que seu filho e sua esposa desapareceram, e ele e sua filha Chloe ficam para trás. A relação entre Chloe e Buck só aparece muito depois nos livros, mas no filme de Nicholas Cage já demonstram um certo flerte no aeroporto. E no momento dos desaparecimentos, nos livros Chloe está sozinha e, quando chega em casa, descobre que seu irmão e sua mãe estão desaparecidos, com suas roupas nas camas, como no momento em que estavam dormindo. Mas no filme “Apocalipse”, Chloe está no shopping, e no momento em que o garoto vai abraçar a irmã, desaparece, e ela fica com as suas roupas nas mãos, sem compreender. Aqui o desespero foi maior, mas não tem nada a ver com o livro. Na primeira adaptação, podemos ver o caos nas ruas, os assaltos, carros desgovernados, destruição causada por pessoas desaparecidas e o desespero das pessoas de forma mais contundente. De qualquer maneira, a adaptação para o cinema com Nicholas Cage serviu para chamar a atenção de mais leitores para a série, que acabou voltando às prateleiras das livrarias e às lojas virtuais. Os filmes também podem ser encontrados na internet e em vendas de DVDs home vídeos. Esperamos que haja mais adaptações, não de apenas parte do livro, como aconteceu com a adaptação de 2015, mas uma adaptação séria, com produção de qualidade, de todos os livros da série, desde o primeiro. Seguindo um roteiro semelhante aos três primeiros, já é válido.


CURIOSIDADES DA SÉRIE A Geração Bookaholic separou 30 curiosidades de Deixados Para Trás! Confira! 01. A Série vendeu mais de 70 milhões de exemplares. 02. A Série foi publicada em 34 idiomas. 03. O significado no número 216, atribuído a Nicholae Carpathia, foi uma ideia dos autores e significa: 216 = 6x6x6, ou o número da besta, 666. 04. O número da besta se repete em cada número das terras divididas da Comunidade Global. Por exemplo, Estados Unidos é 72, ou seja (6+6)x6. 05. O número 666, aliás, pode ser encontrado em qualquer lugar com a devida criatividade. O livro “O Arrebatamento” foi lançado no dia 6 de junho de 2006 (6/6/6), em alusão ao número da besta. 06. Descontente com a qualidade das produções realizadas, pela Cloudteen Pictures, o autor Tim Lahaye entrou com um processo na justiça americana para reaver os direitos, causando a descontinuidade das produções. 07. A atriz Lea Tompson, aquela que fez a mãe do Martin McFly em De Volta Para o Futuro, também está no filme O Apocalipse, como a esposa de Rayford Steele. 08. Uma série teen foi escrita pelos autores, com quarenta livros da série. No Brasil, a série foi cancelada no volume 10. A história 14. Tia Mowry-Hardrict estava cotada para inera vista através dos olhos de quatro adoterpretar a personagem Shasta no remake lescentes, Judd, Vicki, Lionel e Ryan. Apocalipse, mas foi substituída pela cantora Jordin Sparks. 15. Mesmo seus personagens sendo casados no filme, os atores Lea Thompson e Nicolas Cage não chegaram a compartilhar uma cena juntos. 16. A cantora Ashley Tisdale interpretaria Chloe Steele, filha de Rayford Steele, mas desistiu do projeto devido a um conflito de agenda, uma vez que ela estava tentando buscar novas oportunidades na televisão. A produção foi adiada e esperaram até o último minuto para que ela ficasse. Até que Cassi Thomson foi escolhida para substituí-la e assumir o papel. 17. O autor Jerry Jenkins forneceu ideias para o script e passou um tempo no set durante as filmagens. 18. O filme custou apenas 15 milhões de dólares, uma bagatela se comparado a outros filmes do gênero. 19. Lea Thompson e Cassi Thomson, as atrizes que interpretam mãe e filha no filme Apocalipse, interpretam sogra e nora na série da ABC Family “Switched at Birth”. 20. O autor Tim Lahaye aparece em uma cena andando na escada rolante do shopping. 21. Os dois autores, Jerry Jenkins e Tim Lahaye assistiram a uma edição bruta, sem cortes, do filme no dia 31 de janeiro de 2014. Depois, Lahaye foi citado dizendo: “É 09. O autor Jerry B. Jenkins é um romancista o melhor filme que eu já vi sobre o arrebatabiógrafo, e seus livros geralmente incluem mento”. Sério, Lahaye??? personagens evangélicos como protagonis22. Já Jenkins, na mesma ocasião, diz: “Eu tas. acredito que faz justiça ao romance e vai re10. Jerry Jenkins já escreveu mais de 150 novar o interesse de toda a série”. Foi mal... livros. 11. Entre ficção e não-ficção, o autor Tim 23. O Apocalipse é considerado pela crítica o pior filme que Nicolas Cage já fez. Lahaye já escreveu mais de 50 livros. 12. A série é alvo de pesadas críticas de 24. Kirk Cameron, ator que interpreta Buck Williams na primeira trilogia de filmes, era cristãos evangélicos por causa da linha proum galã teen nos anos 80 e frequentemente fética que os autores escolheram seguir aparecia em revistas de adolescentes, para criar sua obra. como a Tiger Beat, Beat Teen, Sixteen, 13. O filme O Apocalipse, com Nicholas Cage, entre outras. terá uma sequência. Ela foi confirmada pelo produtor e roteirista Paul Lalonde em sua 25. Kirk Cameron conheceu sua futura esposa, Chelsea Noble, quando contracenava com página no Facebook. ee

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ela como namorados na série Growing Pains, da ABC. Chelsea Noble, esposa de Kirk Cameron, também estrelou na série Deixados Para Trás, interpretando Hattie Durham, comissária de bordo e amante de Rayford Steele. Nicolas Cage, sobre as críticas ao filme O Apocalipse, diz que se sente consolado por ter feito algo que não será esquecido, não importa se gerou amor ou ódio. Mas diz que se sente um estranho em Hollywood. Os diretores dos filmes originais – aqueles estrelados por Kirk Cameron – e o filme O Apocalipse, de Nicolas Cage, têm o mesmo nome: Vic. O primeiro é Vic Sarin, e o segundo é Vic Armstrong. O ator canadense Gordon Currie, que interpretou Nicolae Carpathia nos primeiros filmes, veio para Los Angeles estudar teatro. Seu colega de quarto era o ator Brad Pitt, com quem dividiu apartamento por dois anos. Gordon Currie atuou em séries de TV americanas nessa época, como Barrados no Baile.

Acima, ator Gordon Currie. Abaixo, série teen publicada no Brasil.

A série e todos os livros ligados a ela, bem como os DVDs dos filmes, podem ser encontradas somente no Mercado Livre e em Sebos pelo Brasil. A compra nas livrarias vai depender da disponibilidade, visto que o material está fora de catálogo, portanto, raro. ■


LITERAVÍDEO

Por Débora Falcão De Patrick Süskind, o livro “O Perfume – História de um assassino” é um primor, apesar de não ser bastante conhecido da maioria. Trata-se de um livro que vai além das letras, além da literatura, e apesar de não conter nenhuma ilustração e nada além do texto, leva você a sentir vários aspectos descritos, como o cheiro pútrido de Paris no século XVIII, o cheiro adocicado das frutas misturado ao cheiro de suor de sua coletora, o perfume dos campos de alfazema e o cheiro delicado da virgem ruiva que virou a cabeça do protagonista. Um livro único, que conta a história de Jean-Baptiste Grenouille, que veio ao mundo em meio a tripas de peixe debaixo de uma banca de feira onde a mãe trabalhava. Grenouille possui duas características excepcionais: ele não possui odor próprio, o que o permite passar despercebido aos outros, pois, segundo o autor, “o odor é a essência, e o que não tem essência não existe”. A sua segunda característica excepcional é ter um olfato extremamente desenvolvido, o que lhe permite conhecer os odores mais imperceptíveis, como o cheiro de uma maçaneta, por exemplo. Durante sua vida, Grenouille sofreu de vários acidentes e doenças. Foi vendido quando criança para trabalhar como aprendiz de curtidor de peles e posteriormente como aprendiz de perfumista – e é justamente onde ele demonstra seu mais precioso talento nato, aprendendo técnicas da criação de perfumes. Já jovem, Grenouille encontra uma moça, com um perfume natural totalmente diferente de todos os milhares de perfumes que ele guarda na memória. Doce, intocado, perfeito. Isso o torna obcecado por ela, tentando encontrar e extrair as essências perfeitas de jovens mulheres, para então criar o perfume perfeito. E isso o torna um assassino em série. Apesar de ser uma história de serial killer, a forma como ela é escrita e narrada é baseada no olfato, isto é, delicada e, ao mesmo tempo, nauseante; perfeita e, ao mesmo tempo, intragável; romântica e dolorosa, por causa dos aromas e suas descrições.

Curiosidades Filme e Livro

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Inicialmente considerado inadaptável para a linguagem cinematográfica por motivos óbvios, foi transformado em filme em 2006 pelo diretor alemão Tom Tykwer (Corra, Lola, Corra). Süskind negociou os direitos de filmagem com o produtor, também alemão, Bernd Eichinger (A Queda, A Casa dos Espíritos). O filme contou com um elenco de peso, com Dustin Hoffman e Alan Rickman. O personagem central, Jean-Baptiste Grenouille, foi interpretado brilhantemente por Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

de que estamos mesmo sentido o cheiro da cena.

O destaque para as cores das pétalas de flores quando Grenouille está aprendendo e trabalhando na extração de suas essências em contraste com as cores monocromáticas dos cenários e figurinos também foca a atenção dos espectadores nas imagens e nos aromas.

“Apesar de ser uma história de serial killer, a narrativa é delicada, ao passo que intragável às vezes por causa dos aromas.” por Ben Whishaw. O orçamento da produção estrapolou o valor de 50 milhões de euros. Além do cinema, o livro foi inspiração para uma canção da banda Nirvana. Isso porque o vocalista Kurt Cobain considerava “O Perfume” o seu livro favorito. A banda portuguesa de gothic metal, Moonspell, também compôs a música Herr Spiegelmann baseada no livro – e ainda contém um trecho do mesmo. A banda alemã Rammstein também compôs a música “Du riechst so gut” inspirada em O Perfume, livro favorito do vocalista Till Lindemann.

Adaptação e Suas Soluções O diretor apostou nas cores do filme para recriar a atmosfera do livro, com a imagem relacionada aos aromas. Por exemplo, na cena em que Grenouille se sente atraído por uma vendedora de frutas, por causa tanto do aroma das frutas quanto de seu corpo, a fotografia e as cores captam os amarelos em destaque à imagem de cores apagadas, além da cor vibrante dos cabelos da personagem. Closes em sua pele branca, em seu suor e na seiva das frutas quando a moça as corta com uma faca dão a nítida sensação


Quando Grenouille é preso e é apresenO filme também fez uma referência à pintutado à população para um julgamento, ele faz ra “My Sweet Rose”, de John William Waterhoualgo impensado e acaba, através do perfume se, numa cena em que a atriz Rachel Hurd Wood que criou, gerando uma comoção na população. interpreta Laura Richis no jardim. Este momento pode ser vivificado na imagem com a jaqueta azul de Grenouille (chamado de ‘o homem da jaqueta azul’) e pelo lenço branco que ele joga com a essência criada, tendo de fundo novamente a monocromia do filme.

Quando Grenouille finalmente encontra a moça que teria o aroma mais perfeito de todos os que ele conseguiu coletar, e seria a essência final para completar sua coleção, o pai da garota foge com ela para protegê-la e ele a encontra... claro, pelo olfato. Esse momento se dá através da cor do cabelo. O pai obriga a moça a usar um chapéu e, no meio do caminho, quando Grenouille estava indeciso numa encruzilhada, o chapéu dela cai e, em câmera lenta, vemos seu cabelo de um vermelho vivo, balouçar ao vento. Na mesma hora, Grenouille sabe que caminho tomar.

Mas não é só de bons aromas que vive o filme, afinal, o livro não tinha só bons cheiros. As descrições de odores fétidos também fazem parte tanto da trama quanto da adaptação, que ganhou tons escuros, amarelados, cinzas e pretos, além dos tons empalidecidos.

Há a cena na perfumaria parisiense, que o encanta, e os perfumes são expostos e experimentados pelas senhoras e senhoritas das mais altas rodas de Paris. Grenouille observa-as expeCom certeza, “O Perfume” é uma história rimentá-los, e a imagem no filme é bela, trazendo que vale à pena ser lida, assistida e sentida. a sensação de aromas. Sem sombra de dúvida. ■


DANIELLE STEEL: ROMANCE, DRAMA E ALEGRIAS

ESTRADA ESCRITA

Por Vanessa Vieira

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Danielle Fernande Dominique Schuelein-Steel, ou apenas Danielle Steel, nasceu em 14 de agosto de 1947 em Nova Iorque, mas sua infância foi vivenciada na França. Até o Ensino Médio estudou em escolas francesas e, quando ingressou para a faculdade, voltou aos Estados Unidos, terminando seus estudos nas universidades americanas. O encontro da autora com a literatura aconteceu cedo. Na adolescência já escrevia poesias. Seu primeiro livro foi escrito quando estava com dezenove anos, momento em que trouxe ao mundo sua primeira filha Beatriz. Seguido a este, escreveu mais cinco livros e conta que nunca foram publicados. Depois, escreveu uma novela, e esta deslanchou sua carreira. Colocando as informações em dados cronológicos, teremos “Going Home – Apelo de Amor”, de 1973, constando como primeira obra publicada da autora.

Posteriormente, em 1977, “Passion’s Promise”, que seria republicado em 1979 com o título “Golden Moments”. Em 1978, “Now and Forever – Agora e Sempre”, e, também em 1978, “The Promise – O segredo da promessa”, depois do qual Danielle obtém o status de autora best seller.

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

“Não foi uma estrada fácil”, diz a autora, e acrescenta que os primeiros anos de sua carreira como escritora foram uma lição de perseverança. Primeiro, pela dificuldade de se manter somente como escritora tendo que cuidar de seus filhos. Nesta época, para dar conta de tudo, trabalhava como professora, tradutora e copywriter. Até conseguir se manter como escritora em tempo integral e poder estar com seus filhos, algo que muito lhe agradava. Nestes primeiros anos de carreira a autora também sofreu com a perda de seu

seu filho, Nick, com 19 anos. Ele sofria com bipolaridade e cometeu suicídio. Danielle declara esta situação como sendo algo terrível para toda a sua família, mas também algo que ajudou na união da família. Mãe de nove filhos, a autora conta como cuidar de sua família e abrir espaço para novas histórias através de sua escrita. Livro a livro, ano a ano, podemos contar as publicações de Danielle com regularidade. Desde que iniciou, a autora tem publicado de um a três livros por ano, e hoje conta com 129 obras publicadas, estando elas distribuídas em 69 países e 43 idiomas. Por conter uma obra vasta e com anos seguidos, faremos uma distribuição das obras da autora por décadas, buscando em cada uma delas destacar obras que foram importantes ou que tiveram algum destaque.

Sendo assim, entre os anos de 1979 e 1989 a autora trouxe ao seu público livros como: “Doces Momentos” (1979), “Momentos de Paixão” (1980), Final de Verão” (1980), “O Anel de Noivado” (1980), “Galope de Amor” (1981), “Amar de Novo” (1981), “A Ventura” (1981), “Uma Só Vez na Vida” (1982), “Passageiros da Ilusão” (1982), “Um Desconhecido” (1983); “Casa Forte” (1983); “Mudanças” (1983), “Um Amor Conquistado” (1984), “Álbum de Família” (1985), “Segredos de Amor” (1985), “Ânsia de Viver” (1986), “O Preço do Amor” (1987), “Caleidoscópio” (19

(1987), “Zoya” (1988), “Querido Papá” (1989) e “O Brilho da Estrela” (1989). O Brilho da Estrela, último livro citado do período acima, nos traz a história de vida e morte do filho de Danielle, Nicholas Traine, que tinha transtorno bipolar e também era usuário de drogas. Sobre os temas de seus livros, pode-se dizer que a autora aborda temas como dramas da realidade cotidiana ligados ao amor. Portanto, encontramos em suas obras traição, separação, sofrimento, mas, como dito pela Danielle e podemos também constatar em nossas leituras, há também felicidades e sorrisos. “Às vezes eu sorrio em voz alta quando estou escrevendo, ou choro quando estou escrevendo uma parte triste. Se você rir ou chorar quando estiver lendo, pode apostar que também o fiz enquanto escrevia.” (Danielle Steel).


No período de 1990 e 2000, Danielle nos presenteou com outros títulos importantes para sua carreira, fazendo com que seu trabalho ficasse ainda mais conhecido pelo mundo. Entre eles estão “Mensagem de Saigon” (1990), “Vale à Pena Viver” (1991), “Amor sem Igual” (1991), “Joias” (1992), “Tudo Pela Vida” (1992), “Desparecido” (1993), “Acidente” (1994), “O Presente” (1994), “Asas” (1994), “Lightning” (1995), “Cinco Dias em Paris” (1995), “Maldade” (1996), “Honra Silenciosa” (1996), “O Rancho” (1997), “Entrega Especial” (1997), “O Fantasma” (1997), “Um Longo Caminho Para Casa” (1998), “Klone e Eu” (1998), “Imagem no Espelho” (1998), “Meio Amargo” (1999), “Segredos do Passado” (1999), “Forças Irresistíveis” (1999), “O Casamento” (2000), “A Casa na Rua Esperança” (2000), “A Jornada” (2000).

Nesta última seleção, vale ressaltar títulos como Acidente, contando a história de cinco famílias que têm suas vidas transformadas a partir de um acidente. Klone e Eu, onde conhecemos Stephanie, uma mulher de 41 anos que está saindo de um casamento arrasada, e quando está se recuperando conhece Peter Beker, dono de uma empresa que faz pesquisas tecnológicas. Até então, uma trama que tem emocionado muitos leitores pelo mundo. E O Rancho, contando a história de três amigas, Mary, Tanya e Zoe, que a vida acaba separando, mas vinte anos depois elas têm a oportunidade de se reencontrar e relembrar algum

mas coisas do passado, trazendo à tona o verdadeiro significado da palavra amizade. Temos aqui uma confirmação sobre os dramas, mencionados anteriormente, que perpassam as obras da autora tornando-as cativas para os leitores. Para a autora há uma busca por manter alguma diferença entre os livros, com o cuidado de abordar temas contemporâneos, gerando livros que lidam com problemas ou tragédias pensando no reflexo que eles têm na vida das pessoas.

Dando sequência à nossa Estrada Escrita de Danielle Steel, chegamos às obras publicadas entre os anos de 2001 a 2014, fugindo um pouco da proposta inicial, mas contemplando um período maior de publicação. Este período nos traz títulos que mexeram sem medidas com os corações dos leitores e com a autora, sendo considerada uma das 30 mulheres mais poderosas da América pelo Ladies’ Home Journal (2001). Sendo assim, em 2001 temos: “A Águia Solitária”, “Mergulho no Escuro” e “O Beijo”; em 2002 “O Chalé”,

lé", “Por do sol em Saint Tropez” e “Preces Atendidas”; em 2003 “O Jogo do Namoro”, “Anjo da Guarda” e “Porto Seguro”; em 2004 “Resgate”, “Segunda Chance” e “Ecos”; 2005 “Impossível”, “Miracle” e “Solteiros Incorrigíveis”; 2006 “A Casa”, “Coming Out”, “H.R.H”; 2007 “Irmãs”, “Hotel Hollywood” e “Vidas Cruzadas”; 2008 “A Honra” e “Uma Mulher aa

de Coragem”; em 2009 “Um Dia de Cada Vez”, “Assuntos do Coração” e “Mistérios do Sul”; em 2010 “First Sight”, “Laços Familiares” e “Grande Mulher”; 2011 “Hotel Vendôme”, “Feliz Aniversário” e “A Casa de Charles Street”; em 2012 “Amigos Para Sempre” e “Os Pecados da Mãe”; em 2013 “Até o Fim dos Tempos” e “À Primeira Vista”, e em 2014 “Uma Vida Perfeita” e “O Jogo do Poder”.

ma filha em plena adolescência. A única coisa que a conforta é sua amizade, via telefone, com Bill Robinson, um milionário americano que também vive preso num casamento sem amor. Em O Beijo, Danielle Steel conta uma história de coragem e compaixão, revelando como um único beijo pode mudar os rumos de uma vida. Mas a beleza da obra de Danielle Steel não ficou só nos romances, embora os publique com mais frequência. A autora publicou também livros de não-ficção, poesias e livros infantis. Na ficção infantil, Danielle deu espaço a “Max e Martha”, série onde crianças enfrentam problemas da vida real, como novo bebê, nova escola, entre outros. A autora também tem escrito letras para canções em francês e inglês. Em seu site pessoal, a autora declara:

“Gosto de estar envolvida nas artes e nas áreas criativas, tentar algo novo. Dois anos atrás, comecei a escrever letras de música com um grupo de compositores franceses. Nós escrevemos canções em francês e inglês, e as nossas músicas estão agora disponíveis no iTunes Entre os best sellers deste últi- e Amazon. A coleção é chamada mo período vale destacar Por do Sol de ‘Notas do Amor por Danielle em Saint Tropez, história de três ca- Steel’.” sais de amigos que vão tirar férias em Saint Tropez, mas são surpreenAlém das obras na literatura, didos por uma tragédia antes da via- a autora criou e preside a Fundagem; há também O Beijo, livro onde ção Nick Traina, que apoia projea elegante e refinada Isabelle Forres- tos de saúde mental; e a Associater vive um casamento de aparências ção Yo! Anjo!, onde prestou ajuda com Gordon Forrester, um banqueiro a pessoas sem abrigo durante 11 conhecido por sua frieza e indiferen- anos. As experiências com estas ça. A família vive em Paris e ela se instituições são contadas no livro A dedica a cuidar de um filho doente e Casa da Rua Esperança. u


Estrada Escrita

QUOTES “Cada vez que se sofre uma derrota, é preciso dar a volta por cima e voltar a atacar o problema.” “Ninguém é feliz o tempo todo, nem mesmo quando se está loucamente apaixonado.” “A vida é acerca de sonhos, esperanças e coragem. A coragem para continuar, mesmo depois de aqueles que amamos nos terem deixado.” “E seu irmão dormia no corredor, lembrando-se dela... pensando nela... amando-a... exatamente como todos eles a tinham amado... lembrando-se de poucos dias antes, quando fingiram ser anjos na neve. Agora, ela era um anjo de verdade.”

Entre suas últimas publicações podemos destacar: “Precious Gifts”, “Undercover” e “Country” (2015), e “Blue” (2016). Danielle escreve sobre a vida e faz da vida uma obra de arte; diria assim se de alguma forma pudesse definir sua escrita. Mas de longe considero isso possível. Danielle é alguém que sabe lidar com as palavras porque convive com elas. Mais de vinte obras de sua autoria foram adaptadas para o cinema e TV. ■

“O mundo mudou desde então, e com a internet e as mídias sociais, há muito mais informação lá fora, e as pessoas esperam saber mais sobre você.” “É como se fossem duas almas e uma pessoa. Ou talvez o contrário. Acho que estranhos jamais entenderiam isso.” “Algumas vezes, se você não está seguro sobre algo, apenas pule da ponte e abra suas asas na descida.” “Nunca perca as esperanças, e se puderes, arranja coragem para voltar a amar.”

“Eu AMO o anoitecer mais cedo durante o dia, o inverno sempre parece tão sombrio.”

“À luz suave do crepúsculo, com a música das buzinas de nevoeiro soando à distância, eles se amaram.”

“As voltas do destino nem sempre são bondosas, era como um daqueles caleidoscópios.”

“O passado era bom porque, a partir daí nasceu o presente. E o futuro ainda era um mistério.”

“Sentimentos não são sensatos. Algumas vezes, nos apaixonamos por pessoas que não fazem sentido. E os que fazem sentido acabam se tornando todos errados.”

“Aproveitar o que temos com cada pessoa que nos é querida, e amar todos os amores.”

“A magia era rara e difícil de encontrar, e acrescenta algo tão maravilhoso e inesperado às nossas vidas, como um sonho ou um desejo que sempre tive.”

“Cinco minutos, cinco dias, e a vida mudou para sempre em um instante.” “Só se ama uma vez na vida, mas é uma vez para cada tipo de amor.”



Por Débora Falcão

Quando comecei a escrever, iniciei através de uma plataforma de publicação online. Utilizei o site “Nyah!Fanfiction”, um site que, no início, servia para publicar fanfics, como o nome já diz, mas que acabou transcendendo esse objetivo e acabou por comportar várias histórias originais e interessantes. E foi lá que comecei, publicando inicialmente fanfics de histórias diversas e games, como os vampiros de Anne Rice e o universo criado para o RPG “Vampiro – A Máscara”. Mas em pouco tempo eu quis criar minhas próprias histórias, meu próprio universo meus próprios personagens e conflitos. Foi aí que comecei a publicar algumas histórias originais, e acabei angariando tantos fãs que percebi que podia ir mais longe. Comecei a publicar “Guerra Negra” pelo mesmo site, e, em seguida, tive de retirá-lo para publicá-lo com uma editora, tamanha foi a repercussão. O mesmo aconteceu com “Instinto” – que hoje pode ser adquirido pelo site de autopublicação Clube de Autores no formato físico ou lido de forma gratuita no Wattpad, outro site de publicação online. Assim como eu, muitos outros escritores iniciaram sua carreira literária publicando suas histórias pela internet, seja em sites e plataformas especializadas em publicação online, seja em redes sociais. Autores conhecidos e best sellers iniciaram publicando suas histórias em blogs, como Richelle Mead (Academia de Vampiros); Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse); Joyce Xavier (O Diário dos Trinta Anos); Thati Machado (Poder Extra G), André Vianco (Os Sete), entre outros. “Mas como funciona exatamente estes sites de publicação online, e como eu posso participar?” Existem vários sites. Os mais conhecidos são Wattpad e o Nyah!Fanfiction. A utilização é muito parecida e muito simples. A formatação dos textos é muito parecida com a formatação do Word, então, você pode digitar seus textos no seu computador, revisar, e depois copiar e colar no site. Mas, antes, óbvio, cadastre-se num dos sites. Se você está em dúvidas de qual se cadastrar, vou colocar aqui as vantagens e desvantagens de cada site. Confira!

VANTAGENS E DESVANTAGENS - WATTPAD O Wattpad tem algumas vantagens. Logo que alguém entrar em seu perfil verá suas obras publicadas com a miniatura das capas, o que irá chamar a atenção imediatamente para as histórias. Também na entrada do perfil é possível ver as informações das últimas visualizações que você realizou nas histórias, e o dia em que foram realizadas. Visualmente, o perfil de cada usuário é mais bem organizado, e logo na entrada você pode saber se alguém deixou alguma mensagem ou comentou em suas histórias, se alguém adicionou suas histórias a listas de leituras e se votou em algum capítulo seu. E esta é outra vantagem: poder votar em cada capítulo como um bom c 66

Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

capítulo. Capítulos mais votados têm maior visibilidade de outros leitores. O cadastro é bem simples, e não há maiores dificuldades para realizá-lo. Para colocar suas histórias no ar é bem simples também. Você pode inclusive escolher uma imagem de capa para cada capítulo, para quando alguém for ler, ter um cabeçalho com uma imagem. A única desvantagem do Wattpad que encontro é não ter grandes opções de formatação. É o básico: negrito, itálico e só. Às vezes o autor quer fazer algo diferente, um parágrafo diferente, uma citação, mas não há esta opção. No mais, as vantagens do Wattpad superam sua única e boba desvantagem.

foram falsamente denunciadas por outros autores que tinham interesse em sabotar determinada história. Mas no Nyah, ao menos até onde sei, os colaboradores realmente analisam as denúncias para evitar esse tipo de erro. O que é uma coisa legal e evita transtornos. Em compensação, se o autor estiver realmente fazendo algo errado, como plagiando uma história ou quebrando as regras do site, não demorará muito a ser punido. Entre as punições estão exclusão da história e o bloqueio do autor por um mês.

VANTAGENS E DESVANTAGENS - NYAH! FANFICTION -

VANTAGENS E DESVANTAGENS - BLOG PESSOAL DE HISTÓRIAS -

A vantagem do Nyah! está, antes de tudo, na formatação das histórias. Você tem várias opções, além de ter três espaços para digitação: o corpo da história, um espaço antes para notas do capítulo, e um espaço depois para notas de rodapé. Uma das vantagens para os leitores é de marcar o capítulo em que parou de ler, para ler de onde parou. Você também pode marcar a história como favorita, e receber um aviso por email quando ela for atualizada.

Como não se trata de um site específico para publicação de histórias, e a ordem das postagens é a ordem cronológica, deixando um capítulo longe do outro – principalmente se você estiver escrevendo várias histórias ao mesmo tempo – acaba-se tendo desvantagens para unir tudo. Mas, calma. Ter um blog pessoal para publicar suas histórias tem suas vantagens, e as desvantagens podem ser facilmente contornadas. A primeira vantagem a ser destacada é que as regras são suas. Você pode publicar suas fanfics de qualquer coisa, e também pode publicar histórias originais, sem ninguém pegando no seu pé. Você pode criar o visual que quiser, qualquer tipo de formatação de letras, colocar quantas imagens quiser, além de vídeos durante a história. Outra vantagem é que, se você souber usar bem as ferramentas do blog, você poderá organizar suas histórias de modo a facilitar para o leitor que está te visitando. Você pode criar tags simples, como somente o gênero do que você escreve: Suspense, Ficção Científica, Fantasia, Mistério, Terror, Romance, Chick-lit, etc. Quando alguém entrar em seu blog, vai ver na sidebar uma lista de tags por assunto, e vai clicar no gênero que mais gostar, aparecendo todos os contos atualizados com aquela tag específica. Quanto às desvantagens citadas, são facilmente contornadas com as ferramentas do próprio blog. Você pode colocar um link no início de cada capítulo, encaminhando o leitor para o primeiro capítulo caso esteja vendo aquela história pela primeira vez; e no final de todos os capítulos criar links para ir para o próximo capítulo e voltar para o capítulo anterior. Assim, o leitor poderá navegar por sua história, sem ficar perdido em capítulos longe um do outro por causa da postagem em blogs. Você também pode usar o menu suspenso de páginas a seu favor. Crie páginas por assunto, por gênero, ou pelo que achar melhor. Em cada uma das páginas, coloque o título da história, informe se já está terminada ou em andamento, coloque a sinopse e o link para o primeiro capítulo. Assim, o leitor pode escolher o que vai ler e ser encaminhado diretamente para a história, navegando por ela de forma tranquila e fácil. O blog também tem a vantagem para contos curtos, em que você pode publicar em uma única postagem. Poesias e frases, pensamentos, também ganham com esse formato. ■

“Muitos escritores iniciaram sua carreira literária publicando suas histórias pela internet, em blogs, redes sociais ou sites especializados.” Outra vantagem do Nyah! é que, cada vez que o autor atualiza uma história, naquele exato momento uma notificação da atualização, com a foto de capa e a sinopse, fica visível para todos os usuários que estiverem online. Uma aba lateral contém as últimas cinco atualizações, e se as atualizações ocorrerem num horário de fluxo alto no site, com certeza renderá bons leitores. Já me ocorreu de ganhar vários leitores novos com esta tática. Mas a visualização do perfil não tem uma interface muito clara e organizada como a do Wattpad. Para ver as histórias publicadas por determinado autor é preciso ainda clicar numa aba, e você verá apenas os títulos de cada história, diferentemente no Wattpad. Para contornar esta situação, meu perfil no Nyah! – e o de alguns outros autores – possui na descrição uma sinopse rápida de cada uma das histórias disponíveis, assim, quando o leitor gostar de alguma, já saberá qual procurar. As políticas de uso do Nyah! são mais organizadas também, e há um vasto número de colaboradores do site que estão sempre lendo as histórias e analisando denúncias para evitar abusos. As regras são realmente seguidas. Já ouvi falar de denúncias falsas no Wattpad e de autores que acabaram perdendo histórias, que aaa



Por Roberta Costa

Psicóloga, natural do estado do Amazonas, Nazaré Mussa é especialista em Psicopedagogia e Interdisciplinaridade. Sentiu a necessidade de escrever o livro “Lembranças Especiais do Roby” ao perceber a dificuldade de muitas crianças em lidar com a morte. A oportunidade se deu com a vivência dessa experiência com sua filha, que perdera seu cão e tivera que lidar com a morte e a perda do animalzinho de estimação. A partir da observação, dos conhecimentos em sua área de atuação e da forma em que ajudou sua filha, Nazaré escreveu e lançou “Lembranças Especiais do Roby”, livro indicado pela Geração Bookaholic esta

BOOKAHOLIKIDS

edição para o Bookaholikids. Confira!

O livro conta a história de um cachorrinho preto, chamado Roby, da raça Cocker Spaniel, e da menina Alice, portadora da Síndrome de Down. Os dois se entendiam muito bem. Eram alegres, divertidos e amigos, com um sentimento só deles. Mas um dia, essa amizade foi interrompida pela morte do cãozinho. É comum que as crianças façam perguntas, mas nem sempre sabemos o melhor modo de respondê-las. Este livro trabalha de forma simples e educativa sobre um assunto um tanto temido por muitas pessoas. Como tratar o tema “morte” com as crianças? A autora dividiu com os leitores uma experiência familiar para tratar do ass

assunto. Roby era o cão de sua filha, Alice, e, após anos de convivência e alegrias, superando várias barreiras, o cãozinho veio a falecer. Com muito tato e bastante conversa, a mãe conseguiu amenizar a tristeza de sua filha. É importante tratar esse tema como um fato natural, que faz parte do ciclo da vida de todo ser vivo. Vale ressaltar aqui que não se trata de como agir com crianças com Síndrome de Down, mas sim, com as crianças de maneira geral. DADOS DA OBRA O livro é repleto de ilustrações, e acompanha desenhos da história também em preto e branco, para que a crian- Autora: Nazaré Mussa Ilustrações: Euros ça possa colorir à sua maneira. Editora: All Print Editora Gênero: Poesia/Literatura Infanto-Juvenil Ano de Lançamento: 2015 Como adquirir: Através do site da editora e pelos sites da Saraiva, Cia dos Livros e Livraria Cultura.

CONFIRA UM TRECHO: “Continuaremos amando o Roby.

Suas lembranças fazem parte da nossa história. Vamos sempre sentir saudades. E quando ela apertar, vamos recordar a experiência que com ele vivemos. É por isso que o nosso ‘Negão’ continua conosco, só que de uma maneira diferente. Lembrar faz parte do carinho e afeto que construímos entre as pessoas que amamos, os animais e as experiências que tivemos.”

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SOBRE O ILUSTRADOR Euros, além de ilustrador, é também artista plástico e chargista. Trabalhou em diversas redações de jornais e revistas. Ilustrou vários livros infantis e adultos. Em 2012 participou de uma exposição em Paris no Carrossel do Louvre e em 2013 expôs em Nova York. Fez exposições na Galeria do Largo, em Manaus, com o título “Do Risco ao Pixel”, onde apresentou obras produzidas durante os 30 anos de carreira. Atualmente trabalha com diversos tipos de arte, inclusive Pintura Digital, técnica usada nas ilustrações deste livro. ■



Por Vanessa Vieira

OBRA

Olá, leitores. Nosso momento poético desta edição traz para vocês a indicação de Postigos, livro de poesias escrito pela poeta Carmen Presotto. O livro foi lançado em 2010 pela editora Vidráguas e com o passar do tempo foi provando como a poesia se renova. Postigos nos traz poemas que falam do cotidiano, da vida e, além disso, traz poesias que conversam, onde a autora busca conversar com outros poetas. Como nos diz a apresentação do livro, pra quem gosta de poesia é um desafio.

HORA DA POESIA

AUTOR Carmen Silva Presotto nasceu em Sarandi e reside em Porto Alegre. É poeta, escritora, autora de Dobras do Tempo e EncaiXes, e coordena o projeto cultural e editora Vidráguas. Para conhecer mais de seu trabalho acesse a página da Vidráguas no Facebook e o site.

Título: Postigos Autor: Carmen Presotto Gênero: Poesias – Jovens/Adultos Editora: Vidráguas Site: www.vidráguas.com.br

CONFIRA UMA DAS POESIAS DA AUTORA

MOMENTOS HÁ MOMENTOS TÃO BRANCOS COM QUE BORRO MINHA PELE E ESCREVO HÁ DIAS TÃO CINZAS QUE ASSOMBRO CÉUS CONDENSO PAREDES ESCUTO FANTASMAS NAS FOLHAS EM PAUTA ME REENCOSTO À LUA NUA DE CARNE COM LÁGRIMAS IMPURAS BRINCO COM ESTRELAS ANOITEÇO HÁ DIAS TÃO VERMELHOS...

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Por Débora Falcão

HORA DO CONTO

Keiko caminhou tranquila pelas ruas de Toshima. O bairro recebia inúmeros turistas, caminhando em direção aos Jardins Orientais do Palácio Imperial. As sakuras, como são chamadas as cerejeiras no Japão, estavam em plena floração, despencando suas flores arroxeadas, brancas e lilases, como belos telhados de cores suaves. Ela deslizava entre a multidão de turistas e conterrâneos que se aglomeravam debaixo das árvores para o Hanami, a observação das flores. Era um momento único, as sakuras floresciam e caíam no espaço de apenas uma semana, no fim de março. Durante esse período, pessoas de várias partes do Japão e do mundo vinham assistir, observar, aguardar o momento em que elas cairiam numa bela chuva de pétalas. Vestida com sua tradicional yukata, Keiko se aproximou de sua árvore. Era assim que a chamava. Desde a infância, sua mãe a trazia ali durante o Hanami. Era tempo de transformação, renovação, amizade e amor, e as duas observavam todos os dias a floração até que uma chuva de pétalas cor de lavanda caía sobre as duas. Era um ritual que Keiko seguia até os dias atuais. Após a morte de sua mãe, Keiko procurava sempre a sua cerejeira. De algum modo, acreditava que o espírito dela havia se transportado para a sakura, e sentia que durante o Hanami sua mãe a observava da mesma maneira que todos observavam a floração de março. Tanta gente! Finalmente, tocou o tronco fino da árvore e fechou os olhos, tentando alcançar o espírito de sua mãe. E sempre se sentia do mesmo jeito, amparada, cuidada, amada e feliz. Inspirou o ar e o aroma das flores e encostou a testa num dos galhos. E sentiu seu toque. Era como se sua mãe estivesse ali novamente, tocando seu rosto com suas suaves mãos, acariciando seus cabelos e dando-lhe um beijo na testa. Sorriu. Ela realmente estava ali. Podia sentir. Abriu os olhos. Um misto de sentimentos preencheu seu coração. Não era sua mãe, era o Hanami. As sakuras em flor iniciaram a queda, e bastou um leve vento para que uma chuva de pétalas lilases se precipitasse por todas as cerejeiras da rua. Crianças giravam felizes, turistas tiravam fotos do momento efêmero. Depois daquele momento mágico, apenas no ano seguinte teriam a oportunidade novamente. Keiko estava triste, pois o toque que sentira fora das pétalas violáceas acariciando seu rosto, e não das mãos de sua mãe. Mas, ao mesmo tempo, sentia que o espírito dela encontrava-se exatamente ali, na efemeridade daquele momento, daqueles poucos minutos de beleza etérea, como se estivessem num mundo completamente diferente, fantástico. Saudades. Abriu os braços para aquele momen Geração Bookaholic – Sua Revista Literária

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mento; abriu os braços para a vida. Sentia-se como uma criança outra vez, no primeiro Hanami de que se lembrava, correndo entre as pétalas, imaginando que estava entre fadas numa outra dimensão. Imaginou que voava entre elas, brincando, cirandando, vivendo. Queria que o Hanami durasse para sempre, e que todos os dias houvessem sakuras em flor, de todas as cores, em todas as ruas do Japão. Queria que todas as pessoas tivessem a oportunidade de sentir o toque das flores de cerejeira, e que todos pudessem ver a beleza daquele momento, que não fosse tão efêmero quanto era. Não podia segurar a felicidade e o riso, dentro de seu peito e sua garganta, e gargalhou, girando em volta de seu corpo como fazia na infância. *** Vira quando ela chegara. Olhou-a de longe, chegando, parecia uma gueixa em sua yukata tradicional, branca e lilás, com uma tristeza no olhar. Imaginou o que acontecera, o que escurecia seus olhos. Observou quando ela parou diante de uma cerejeira e tocou-a com uma das mãos. Mãos pequenas, delicadas, belas. Recostou a testa num dos galhos, de olhos fechados, e como se a sakura ouvisse uma prece de seu coração, as pétalas começaram a cair e a rodeá-la num abraço. Tão bonita e tão sozinha! Pensou em se aproximar, desistindo quando ela abriu os olhos e se deparou com a chuva de pétalas ao seu redor. Em um segundo, a tristeza deixou seus olhos, e ela sorria. Abriu os braços e girou, como se fosse uma criança no Hanami pela primeira vez. As pétalas pareciam dançar com ela, e a imaginou como borboleta naquele mundo mágico. Viu-se sorrindo, observando a bela nipônica sorrir. Ela parecia voar, leve, enter as pétalas arroxeadas em torno de sua

sua yukata em tons suaves e violetas. Percebeu que, ao invés de observar as flores, ele a observava. Sem dúvidas, aquele era o melhor Hanami de sua vida. Se houvessem fadas no mundo, aquela jovem seria uma delas. Sem dúvida. *** SOBRE O CONTO O conto Tempo de Hanami faz parte do livro Sonhos de Tinta, que reúne contos curtos que focam a emoção de um momento efêmero através das cores. São trinta contos, cada um representando uma cor ou um conjunto de cores. Tempo de Hanami representa a cor lilás e seus tons violetas, e traz a emoção da saudade de alguém que se foi através da morte, e ao mesmo tempo o recomeço. O livro físico está disponível no site Clube de Autores para compra. Outra versão do conto está disponível de forma gratuita no Wattpad, uma versão diferente, com suspense, aventura e mistério. Vale à pena conferir. Conheça outros contos da autora disponíveis no Wattpad e no blog EstradaEscrita.blogspot.com. No site Clube de Autores conheça os outros livros da autora.



Por Débora Falcão

Primeiro livro que comprou Dragões do Crepúsculo de Outono, de Margaret Weis e Tracy Hickman Melhor livro que já leu Xógum, de James Clavell Último livro que comprou Os Filhos de Húrin, de J.R.R. Tolkien Livro que mudou sua vida 1984, de George Orwell

Eduardo Spohr é leitor assíduo, escritor de talento reconhecido no Brasil, autor do Best Seller A Batalha do Apocalipse e da trilogia de sucesso Filhos do Éden, e esteve com a Geração Bookaholic no dia 18 de dezembro de 2015, em Recife-PE, para uma entrevista exclusiva na ocasião do lançamento de seu livro mais recente, Paraíso Perdido, fechando o ciclo iniciado em A Batalha do Apocalipse, e cuja entrevista você leu na íntegra nesta edição. Seus livros podem ser encontrados em quaisquer livrarias do país, em livrarias virtuais, e o autor pode ser encontrado em seu blog e nas redes sociais.

Livro que mais leu na vida Não sei... o que eu mais li? Não costumo reler livro, não. Eu tenho tanta coisa pra ler... Não sou de repetir leitura.

PERFIL

Melhor capa de livro Eu gosto das capas de livros do Cornwell, são bem legais. Livro que gostaria de ter escrito Os Pilares da Terra, de Ken Follet Frase que gostaria de ter escrito “A imaginação vale mais do que o conhecimento”. Como foi seu encontro mais estranho com um leitor? Nunca é estranho. É sempre bacana! Complete a frase: “Eu sou um sucesso quando...” “... não penso em ser um sucesso.”

Como encontrar o autor: www.filosofianerd.blogspot.com @EduardoSpohr FB.com/EduardoSpohr

Livro clássico que recomenda Capitães de Areia”, de Jorge Amado Livro moderno que recomenda Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre Além do gênero que escreve, que gênero gostaria de escrever/se aventurar? Todos! Se não fosse escritor, o que gostaria de ser? Escritor. Não tem outra opção. 74

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A Verus Editora faz parte do Grupo Editorial Record® e os livros de Eduardo Spohr podem ser encontrados no site oficial www.grupoeditorialrecord.com.br As fotos dos eventos em que o autor participa também podem ser encontradas na fanpage da Editora FB.com/GrupoEditorialRecord bem como as fotos da turnê de lançamento do livro Paraíso Perdido, que levou Eduardo Spohr para várias cidades do país.




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