CONTEÚDO 06
MURAL LEITOR DIGITAL
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ESTANTES
24 24
LETRAS FANTÁSTICAS REDESCOBRINDO O BRASIL
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PÁGINAS AO VENTO
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LOUCOS POR QUOTES Matheus Peleteiro
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VISITANDO LIVRARIAS FAMOSAS DE PORTUGAL
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RESENHAS
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MANUSCRITOS
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CONTOS SEM FADAS
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CAPÍTULO BÔNUS
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O CHÃO DE OUTRA CASA
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CLASSIC BOOKS
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INSPIRAÇÃO LITERÁRIA
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ÚLTIMA PRATELEIRA
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LIVROS DE CABECEIRA
CARTA DO EDITOR ALIMENTANDO O VÍCIO DA LEITURA! Às vezes estamos em busca de novas aventuras, novas histórias, novos personagens, e ficamos meio perdidos nas megalivrarias, sem saber o que escolher, por qual gênero se decidir, que história comprar. As livrarias hoje são um mundo cheio de opções, e nem sabemos por onde começar. Fica difícil escolher um único título, e aqueles leitores que têm melhores condições financeiras acabam levando três ou quatro livros novos para lerem. Outros, que não têm tanta sorte, acabam escolhendo um único título e, talvez, acabem decepcionados. Por isso muitos leitores preferem evitar autores novos, que não são conhecidos, principalmente os autores nacionais, e se fiam nos autores internacionais que já são best sellers, pois é muito mais fácil acertar. Além de buscar apenas leituras de seus autores favoritos, dentro de uma lista segura, sem nunca arriscar novos autores.
Tomamos para nós a responsabilidade de ajudar a esses leitores, oferecendo um novo canal para que possam descobrir novas leituras, novos autores, novas aventuras. Como? A Revista Geração Bookaholic traz, a cada três meses, entrevistas com novos autores, que têm oportunidade de falar sobre suas histórias e mostrar que são uma ótima oportunidade de leitura. Traz também várias resenhas de livros, lidos por nossos colaboradores e com suas opiniões, que podem te dar um direcionamento. Há também a seção Manuscritos, onde há a oportunidade para autores que se autopublicam de maneira totalmente independente, e você também pode conhecê-los. Esta é nossa função primordial: ajudar os viciados em livros a encontrarem novas leituras para satisfazerem seus vícios! Let’s read! ■
Núccia de Cicco
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COLEÇÕES
GERAÇÃO BOOKAHOLIC
Richelle Mead
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ESCRITORES INICIANTES E O PROBLEMA DAS EDITORAS BRASILEIRAS BAÚ LITERÁRIO
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ESTANTE NERD
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SALÃO COSPLAY
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20 ANOS DE HARRY POTTER
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LEITURA EM SÉRIE
Edição #7
Agosto a Outubro/2017
EDITORES Débora Falcão... deboratriz@gmail.com
LITERAVÍDEO Colocar aqui qual será
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CAFÉ LITERÁRIO 66
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Oficina de Poesia no Literaturas
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Clube de Leitura Cia das Letras
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Lançamento “O Chão de Outra Casa”
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Mesa 13 da FLIP 2017
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FLIMINAS 2017
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33ª Feira do Livro de Canoas
ESTRADA ESCRITA
COLABORADORES Ane Karoline, Daniel Martins, Franciane Batagin, Juliana Cury Flora DeAbaco
DIRETORIA ADMINISTRATIVA Débora Falcão REDATOR-CHEFE (Redação) Débora Falcão... deboratriz@gmail.com
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Ana Cláudia Esquiávo JackMichel (autora)
REDATORES Claudia Marini Leonardi, Renatta Vasconcelos, Roberta Costa Suelane Passavante, Maria Lygia Helena Souza
DIAGRAMAÇÃO E ARTE Débora Falcão........ deboratriz@gmail.com
The Royals – Erin Watt
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Ano 02
FOTOS/CAPA Autor: Divulgação
Lygia Fagundes Telles
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BOOKAHOLIKIDS DICA DO ESCRITOR
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HORA DA POESIA
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HORA DO CONTO
PUBLICIDADE Depto Comercial: comercialbookaholic@gmail.com GERAÇÃO BOOKAHOLIC é uma publicação independente de Débora Falcão, escritora e viciada em livros. Email: redacaobookaholic@gmail.com Blog: www.geracaobookaholic.blogspot.com ISSN Proibida a reprodução total ou parcial sem autorização expressa dos editores. Todos os artigos aqui publicados são de responsabilidade dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista.
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
NOVIDADES LITERÁRIAS NO MUNDO DIGITAL ~ e-Galaxia e Indicações de Livros ~
MURAL LEITOR DIGITAL
Por Cláudia Marini Leonardi
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A nossa seção Leitor Digital agora é Mural Leitor Digital. Uma nova configuração para tornar nossa seção mais dinâmica, com novidades e indicações de livros para os leitores que adoram um bom e-book! Para esta edição, selecionei uma matéria de Tiago Ferro, editor da eGalaxia (editora 100% digital) e escolhi dois livros em e-book para indicar para vocês. Confira a interessante explicação de Tiago Ferro sobre os “3Ds”, que também está disponível no site da e-Galaxia:
OS 3Ds: DESMATERIALIZAÇÃO, DESMONETIZAÇÃO, DEMOCRATIZAÇÃO
também; há também a forma de acesso aos livros por streaming, assinaturas mensais e gratuitas – desmonetiza. As regiões distantes dos grandes centros e faixas da população com menos poder aquisitivo ganham acesso a esses livros digitais – democratiza. Hoje há mais opções de publicação independente do que jamais houve! Isso significa maiores chances para que autores tenham suas obras publicadas e disponíveis em livrarias do mundo todo. Isso cria um mercado mais aberto e criativo. Tiago Ferro, editor e-Galaxia.
Clube dos Herdeiros: Como Nossos Pais
INDICAÇÕES DE E-BOOKS Escolhi para esta edição dois livros de gêneros literários diferentes. Os dois estão disponíveis para compra no site da Amazon.
Os 3Ds: Desmaterialização, Des“Clube dos Herdeiros: Como Nosmonetização, Democratização, formam a O Legado de Capitu sos Pais”, de Fabiana Madruga, publicabase da chamada revolução digital. do pela Editora Draco, é um young adult. Explico. As áreas fortemente afetaFoi um livro que li despretensiosamente e das pela internet costumam apresentar, fui envolvida numa leitura muito bacana. em menor ou maior grau, essas três caGostei muito da forma fluida que a Fabiracterísticas básicas: diminui a quantidaana o escreveu. É uma leitura leve, mas de física de objetos para realizar uma atique tem o ritmo muito bom e envolvente. vidade (desmaterializa), reduz o valor pa“Hoje deve ser seu dia de sorte. go para se fazer a mesma tarefa (desmoSim, é com você que estou falando! Ao netiza), e mais pessoas têm acesso ao abrir esse livro você ganhará um passe liserviço ou produto (democratiza). vre, uma tão cobiçada credencial, um Basta pensar na área da comunicapassaporte com visto para um mundo ção para ter um quadro claro do procesque mal se vê pela fechadura. Você poso: o que há pouco tempo dependia de derá conhecer cada um dos membros da caríssimas ligações internacionais realinova aristocracia do Rio de Janeiro e sazadas por meio de linhas telefônicas fiber o que realmente se passa na vida, na xas, hoje basta um celular e uma conecabeça e no coração deles (e eu aposto xão wi-fi para que as pessoas se coneccomo você jurava que isso nem existia!). tem com eficiência com o mundo todo Só me sinto na obrigação de alertar pagando muito pouco. você a respeito do principal perigo que Essas mudanças também podem ameaça àqueles que se julgam sortudos ser observadas em áreas como música, por cruzar essa linha: você vai descobrir filmes, jornalismo e, no mercado editorial, que as coisas podem não ser como você com a chegada dos e-books em formato imaginava e ter vontade de correr de e-pub para serem lidos em aplicativos. volta para o seu mundo seguro, que Faço essa distinção quanto ao tipo de eantes parecia tão medíocre. Mas não book porque perdeu-se muito tempo com “O Legado de Capitu”, de Flávio precisa correr tanto. No meio do caminho PDFs que proporcionavam uma leitura desconfortável, o que atrasou o processo Aguiar, é um romance policial nacional eu sei que você vai dar meia-volta e pertodo e acabou afastando alguns leitores muito bem escrito. Uma leitura envolven- ceber que não vai a lugar algum... O Clube dos Herdeiros pode não te que prenderá sua atenção. do mundo do livro digital. Um boêmio professor universitário já ser nada parecido com um conto de Mas isso mudou! Recentes pesquisas mostram o aposentado vive uma pacata rotina em fadas... Mas não há como não se apaixocrescimento do e-book dentro da receita Berlim, às voltas com suas pesquisas em nar por ele! Pense bem antes de aceitar e do volume de vendas de grandes edito- literatura brasileira. Numa madrugada o convite: existem festas que duram a ras. Isso para não falar das possibilida- qualquer, porém, um telefonema misterio- vida inteira...” (Sinopse). “Clube dos Herdeiros: Como Nosdes que foram abertas para autores inde- so irá virar sua vida de pernas para o ar: do outro lado da linha (e do oceano), um sos Pais” é um romance viciante da Fabipendentes. Editoras de tijolo e concreto, gráfi- agente da ABIN (Agência Brasileira de ana Madruga. Depois de viver ao lado cas com máquinas dignas da primeira re- Inteligência) precisa desvendar um ro- deles será difícil ver o mundo da mesma volução industrial, muito papel e tinta, ca- cambolesco mistério, envolvendo um se- forma. Gostaram das indicações? Conheminhões para carregar livros e, por fim, a nador da República Brasileira e seu luta inglória por espaço em uma loja tam- arqui-inimigo político, um deputado fede- ciam estes livros? O que acharam da maral, com um crime não desvendado do téria do Tiago Ferro? Vocês também pobém de tijolo e concreto. O e-book desmaterializa todo es- passado, maçonaria e um jornalista se- dem dar sugestões de temas para nossa se processo e o produto final. O custo questrado. E só um especialista em Ma- seção. Escrevam contando, eu vou adopara se produzir um livro com qualidade chado de Assis pode ajudá-lo. O livro é rar saber a opinião de vocês! claudia.mae literatura@gmail.com. ■ cai, e, consecutivamente, o valor de capa uma coedição Boitempo e e-Galaxia. _ Esta seção vai trazer para você, em todas as edições da Geração Bookaholic, tudo sobre leitores digitais e livros digitais, e o que tiver de informações sobre o mundo digital para a leitura. Sugestões de matérias e reclamações, envie para redacaobookaholic@gmail.com
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
LAURA CONRADO: NA MINHA ONDA Por Débora Falcão
ESTANTES
Mineira, a autora Laura Conrado está lançando “Na Minha Onda”, uma história sobre o universo baiano, o axé, a música e o que envolve essa cultura e suas variações. Dê um passeio por Salvador e conheça Vitória, uma cantora que tenta retomar sua carreira após várias escolhas em sua vida. A autora nos concedeu uma entrevista exclusiva sobre seu livro e sua história, que você confere agora!
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Mineira, você acabou escrevendo sobre o universo baiano através da personagem Vitória, uma cantora que segue um caminho diferente e volta a Salvador para tentar retomar sua carreira. Como surgiu essa ideia de escrever sobre o assunto? E qual a razão de abordar esse universo? Laura Conrado: Eu brinco que sou uma baiana nascida em Minas. Amo a cultura do meu estado e sou uma propagadora dela, mas também sou apaixonada pela Bahia. Eu descobri Bethânia, Gil, Gal e Caetano quando nova, por influência dos meus pais. Fiquei enlouquecida. Depois fui ler Jorge Amado, com suas cenas que descrevem a Bahia e seus encantos. Na adolescência descobri a Ivete Sangalo, com todo seu astral e carisma. Essas referências, e outros nomes do carnaval, me levaram à cultura baiana. Quando tive a ideia de ter uma protagonista cantora que amargava o segundo lugar na vida, só me ocorreu que ela fosse baiana pelo forte apelo da produção musical deles. Seria um universo crível e que ainda me permitiria brincar com o texto, deixar a trama leve. Lembro-me que, na época, também tive um sonho com mar que me inspirou e se casou perfeitamente com a ideia de uma história na Bahia. Falar sobre um momento de fracasso era extremamente desejoso para mim, visto que somos cobrados a ter sucesso de todos os lados. São nos momentos de perda que a gente se conhece, deixa ir embora o que não é essencial e nos dá condições de saber exatamente o que queremos. Aprendi a dar o real valor aos momentos tristes, sem supervalorizá-los, claro, e quis passar isso num livro.
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
“Na Minha Onda” conta a história de Vitória, artista no topo do sucesso há cinco anos e que agora volta a Salvador para morar com os pais após perder o emprego em São Paulo e acaba tentando retomar a carreira de cantora. Uma das músicas citadas é composição sua em parceria com a cantora Flávia Ellen. Como você se identifica com o universo da música abordado no livro? LC: Sou bem musical, embora seja desafinada. Que pena, né? Não dá pra ter tudo na vida! Brincadeiras à parte, eu faço __
muita coisa ouvindo musica no dia a dia. Tenho playlist para tudo: para arrumar o quarto, curtir uma bad, caminhar, me sentir diva... As memórias da minha vida estão quase sempre atreladas a músicas. Como fiz uma protagonista cantora, deixei alguns versinhos na história. Quando “Na Minha Onda” estava em processo de editoração, comentei a ideia de ter uma música inspirada no livro com a Flávia Ellen, uma cantora e compositora de primeira qualidade, que é minha amiga. Ela leu o livro, pegou os versos, acrescentou outros e, de repente, começou a me mandar versões da música com a banda dela. Agora, a Filme de Amor, composição nossa, já está no Spotify e tem até clipe! Foi muito especial ver uma melodia que estava apenas na minha mente ganhar vida e se transformar numa canção disponível para as pessoas. Estou bem empolgada com a fase compositora, já estou até criando outras coisas. No livro, Vitória tem que lidar com mágoas antigas, com o sucesso e ascensão de sua amiga Carol Laine – que continuou sua carreira de cantora longe de Vitória – e com seu reencontro com Lucas. A história de Vitória é marcada por encontros e desencontros, e como lidar com seus sentimentos em relação às pessoas que passam por sua vida. Como foi construir essa relação entre ela e Carol Laine, ao mesmo tempo em que tinha que construir a personagem como cantora, como artista? Você teve dificuldades para construir esse personagem? LC: As personagens fluíram com muita naturalidade, foi um livro delicioso de ser escrito. Tenho para mim que toda expressão artística é um pouco autobiográfica. Eu, pelo menos, quase sempre escrevo __
elaborando um conteúdo meu. Lidar com meus erros e perdas, com as decisões ruins que tomei, com meu melhor e com meu pior, é uma constante na minha vida. Com isso, acredito que consegui conferir essa veracidade às personagens. Também me inspirei em relações de trabalho do show business que pesquisei para tratar a parte dos bastidores da carreira de um artista. Um dos sentimentos com os quais Vitória tem de lidar é a inveja. Da mesma maneira que Vitória sente inveja de Ca_
rol Laine por ela ter crescido na carreira de cantora, enquanto ela mesma vive à sombra de seu sucesso, essa situação se repete no meio artístico. Como foi construir as situações vividas por Vitória sem cair no lugar comum, no clichê, e sem definir a personagem como uma vilã por sentir inveja, fazendo com que os leitores possam se identificar com ela – afinal, todos nós sentimos inveja em um momento ou outro da vida? Como é construir essas situações sem deixá-las como um ponto extremamente negativo para a personagem, mostrando que ela é normal e tem defeitos como qualquer outra pessoa, e que essa situação acaba sendo comum e fácil de acontecer? LC: Eu concordo muito com isso. Não quero fazer personagens polarizados, que são apenas mocinhos ou vilões. Todos somos tudo o tempo todo: somos pessoas que vivemos conforme damos conta. Acho que quanto mais eu mostrar facetas distintas das personagens, mais tenho chance de conquistar o leitor. Por exemplo, ao tratar a inveja que a Vitória sentia, mostrei um pouco da intimidade dela, o quanto ela havia se doado e se dedicado a um sonho que não deu certo, as questões familiares e os sentimentos dela diante de uma fase péssima. Ao mesmo tempo em que ela se sente por baixo, ela é uma pessoa que se importa com a família, é generosa, tem uma paixão recolhida, luta por seus sonhos... Ela é uma pessoa como qualquer uma de nós. Minhas personagens não são heroínas, mas elas se tornam as protagonistas de suas próprias histórias. Trabalhando a autoestima. Este também é um dos pontos focados no livro. Você acredita que a personagem Vitó__
ria pode ajudar as leitoras a compreender que a luta para se manter nas “medidas-padrão” que a mídia exige é uma luta inglória, e que podemos, sim, ser felizes e bem sucedidas mesmo estando fora dessas medidas? Você pensou nisso quando escreveu a personagem e o enredo ou essa coisa da autoestima foi fluindo naturalmente? LC: As trajetórias das minhas personagens são sempre marcadas por essa conquista. Sempre tem um boy no livro, faz parte do jogo da ficção, mas a descoberta do amor por si mesmo é mais importante. No caso da Vitória, falei da busca descabida por padrões estéticos, não só pelo peso e pelo corpo esculpido, mas rosto sempre jovem, pelo abuso de tratamentos estéticos. Nada contra procedimentos. Eu sou adepta ao peeling facial, por exemplo, mas não podemos deixar que nossa autoestima dependa do que irão achar de nós. Pessoas seguras de si são cheias de luz, de magnetismo; a gente gosta de ficar perto delas! Vale à pena cultivar um relacionamento sincero consigo mesmo do que ter como referenciais padrões impostos e que, muitas vezes, ditam um modelo absurdo e que não conferem com a realidade. Outro ponto foi desassociar a ideia do sucesso com magreza. Êxito tem a ver com dedicação, trabalho e talento, não o tamanho que você veste. O show business está presente no seu livro. Você teve alguma influência para inseri-lo em seu texto? Você fez algum trabalho de pesquisa mais elaborado, conversou com alguém sobre o assunto? Como foi esse processo de criação, pesquisando sobre como funciona o show business em Salvador-BA, já que você é mineira? LC: Tenho amigos músicos e outros que prestam serviços para músicos, o que me permitiu ter boas referências. Tive condições de conversar com algumas pessoas do meio e entender como funciona isso. Não quero ser indiscreta _
relacionando nomes, mas deu para compreender bem o processo. Quando escrevi “Quando Saturno Voltar”, também fiz uma pesquisa no futebol. A protagonista é assessora de imprensa de um clube de futebol, e precisei me munir de assuntos para tornar a história real. É uma parte bem legal do processo de escrita. Eu adoro investigar, recolher dados e depois relacionar isso com as ideias que estão na cabeça. Você foi vencedora do Prêmio Jovem Brasileiro como destaque em literatura em 2012. O que este prêmio significou para você, como pessoa, e para sua carreira?
LC: Parece que foi ontem: ainda me lembro de como foi receber a notícia. Havia lançado “Freud, Me Tira Dessa!”, meu primeiro romance, há alguns meses, estava na luta da divulgação, e tudo soou como uma confirmação de que eu estava no caminho certo. Não conhecia ninguém no meio, fui descobrindo como publicar e como divulgar na prática, errando e aprendendo, fiz minha própria assessoria de imprensa no começo e me esforcei para emplacar nos eventos. _
Sem dúvidas, me incentivou a persistir no sonho de viver de literatura. O Prêmio me abriu diversas portas de trabalho, respaldou o que escrevo e me gerou oportunidades em eventos. Ele está aqui na minha estante junto com o certificado do Destaques Literários que ganhei no mesmo ano por meio de uma votação na internet. Para mim, eles são a prova de que, se eu me esforçar, conseguirei. Mas, claro, ainda há muito trabalho, não posso nem pensar em relaxar. Você recebeu um apadrinhamento especial: a autora Thalita Rebouças, capa desta edição. O que esse olhar especial da autora significou _
para sua carreira de escritora? LC: Conheci a Thalita há uns dois anos num evento aqui em Minas. Ela é incrível, ter esse contato com ela foi um presente. Fiquei absurdamente feliz quando ela conseguiu tempo para a gentileza de ler “Na Minha Onda” e me ceder a frase da contracapa. Imagine ter um mulherão como ela falando que seu livro é legal? É um sonho! Acredito que todo autor nacional que deseje trabalhar com o público jovem se inspire nela. O pioneirismo da Thalita abriu portas para que diversos escritores, como eu, pudessem sonhar em escrever e se empreender. Ela é um orgulho para nossa literatura, sou muito feliz por aprender e por contar com o carinho dela. “Na Minha Onda” é seu sexto livro, e foi lançado em junho pela Globo Alt. Qual sua agenda de lançamentos? LC: Em setembro estarei na Bienal do Livro do Rio, no dia sete às 14h. Estou louca para rever meus leitores e conhecer novos apaixonados por livros! Ainda estamos fechando Salvador, Curitiba e São Paulo, mas, pelas minhas redes sociais é fácil saber das novidades! Deixe uma mensagem! LC: As histórias mudam a vida das pessoas. Por meio delas nos conhecemos, entendemos o que sentimos e compreendemos outras pessoas. Ler é aproveitar toda essa viagem ao mundo da imaginação e ainda voltar com bagagem para a vida real. Leiam! Agradeço o carinho e a oportunidade! Espero que os leitores da Geração Bookaholic tenham sentido meu carinho por meio das respostas. Para falar comigo, basta acessar as redes sociais (Laura Conrado) e meu site www.lauraconrado.com.br. Beijos mil!
LIVRO PARA QUEM PROCURA ÓTIMA ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA!
Por Franciane Batagin Se você é desses que ama quando um livro é muito bem adaptado para a telona do cinema, não pode deixar de ler/assistir: SETE MINUTOS DEPOIS DA MEIA-NOITE Patrick Ness
Com lançamento em janeiro deste ano e adaptado para o cinema por Juan Antonio Bayona, “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” conta a história de Conor, um garoto de treze anos que tem de cuidar de sua mãe doente e também aceitar o bullying que sofre diariamente na escola. Seus amigos do colégio tratam-no como se fosse invisível e, para piorar a situação, sua avó nada amorosa aparece para complicar mais as coisas em casa. Tudo começa a mudar quando todos os dias às 00h07 Conor acorda e é confrontado por um monstro que insiste em contar histórias para ele. Mas o pior ainda está por vir: esse monstro quer mesmo a VERDADE. E, para isso, ele profere que a quarta e última história deverá ser contada pelo menino. Baseado na história de Siobhan Dowd, Patrick Ness fala sobre o amor, sobre a perda, sobre a resiliência e sobre como nossos sentimentos são poderosos. A adaptação para o cinema não poderia ter sido mais espetacular. Com a sensibilidade de alguém que realmente parece ter passado pelo que o protagonista passou, Juan Antonio Bayona mostra como é lidar com o luto. Efeitos especiais, cores, ilustrações incríveis fazem parte da trama e te levam para o mundo de Conor. Você vai sofrer, chorar e se apegar a esses personagens como se a história fosse sua. E quer saber o melhor? O final do filme tem um gostinho de quero mais e uma sensação de “closure” que infelizmente o livro não deixou. ■
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ESTANTES
PATRÍCIA MORAES: BIOGRAFIA DE THALITA REBOUÇAS Por Ana Cláudia Esquiávo
CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO LUCIANA LEOPOLDINO “Porque Somos Todos Diferentes”
“O Eu Profundo e os Outros Eus” – Fernando Pessoa “Láquesis” – Franciele Macedo
“Nos Bastidores de Mim” –
Claudia Bergamini
“Relato de um Anjo” –
Fábio Magalhães “Flores de Alvenaria” –
Sergio Vaz
CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO LUÍSA ARANHA “Valeu, Universo!” “Cem anos de solidão” –
Gabriel Garcia Marques “Feliz Ano Velho” – Marcelo Rubens Paiva “Por Lugares Incríveis” –
Jennifer Niven “A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água” –
Jorge Amado
“Toda Nudez Será Castigada” –
Nelson Rodrigues
per bacanas como foi participar da Bienal do Rio, do programa Sem Censura, de diversas feiras de livros e, principalVer o seu livro publicado é o de- mente, de conhecer tanta gente incrível sejo de dez entre dez escritores inician- por onde passo. tes. A autora Patrícia Moraes publicou três livros no período de onze meses e, No seu primeiro livro, “Após uma traapós fechar contrato com a sua segun- gédia um recomeço”, você narrou a da editora, deixou o emprego no hospi- sua convivência com seu cachorro tal. Vocês não estão lendo uma ficção. Nemo. Que mudanças ele fez em sua Esta façanha aconteceu mesmo. Mas, vida? não foi do dia para a noite que Patrícia PM: O Nemo é um cachorro muito estambém conseguiu uma parceria com a pecial! Meu xodó eterno (risos). Assim ABL (Associação Brasileira do Livro), _ percorre feiras de livros, participou do programa Sem Censura. Além de ter um vídeo gravado na Feira do Livro Cinelândia com o #AltasHoras, veiculado no programa do Serginho Groisman, na Rede Globo. A escritora levou dois anos para conseguir fechar o seu primeiro contrato com uma editora e ainda sofreu com o falecimento de seu pai. “Foi meio frenético ter três livros para divulgar sem ter experiência e ainda enfrentando problemas particulares sérios, como foi o falecimento do meu pai em 2016. Mas eu sou muito guerreira.” – afirma a escritora. Patrícia lançou o seu primeiro livro “Após a tragédia um recomeço”, que fala sobre as dores da perda de seu cachorro no final de 2014. Um mês depois publicou “A vida que eu quero”, onde através de uma autobiografia mostra o ritmo alucinante de trabalho como a Sally, a Dory e a Crazy, minha que as mulheres atuais vivem. gatinha, hoje em dia também são. DeEm entrevista para o blog Canti- pois que perdi minha primeira cachorrinhos do Paraíso, gentilmente cedida nha em um trágico acidente, eu fiquei para a revista Geração Bookaholic, Pa- com uma ideia fixa de que nunca mais trícia fala sobre os desafios de conciliar teria animal de estimação algum, pois a a carreira de mãe, escritora e dona de dor da perda bate lá no fundo da gente. casa, o projeto “Vem ver meus livros” e Mas o Nemo me fez ver o quanto eu a sua terceira obra, “Thalita Rebouças estava errada, o quanto recomeçar uma Uma Biografia (ou duas)”. nova história, com uma nova visão e com novas atitudes pode ser gratifican“Quando quero fazer algo eu te e enriquecedor. Ele me transmitiu simplesmente faço. E faço com muito da sua doçura, da sua alegria, da muito entusiasmo e dedicação.” sua tolerância e paciência (risos). Por que você decidiu se tornar escritora? Patrícia Moraes: Na verdade não decidi, aconteceu (risos). Nunca tinha pensado nisso antes. Sério, nem imaginava que conseguiria escrever um livro. Mas foi maravilhoso que uma ideia que surgiu do nada, como uma brincadeira, tenha dado frutos tão lindos, divertidos, que preenchem todos os meus dias com muitas alegrias e que me trouxeram tantas oportunidades novas e su__
CINCO MELHORES LIVROS SEGUNDO NÚCCIA DE CICCO “Pérolas da Minha Surdez” “O Cemitério” – Stephen King “Lobos Não Choram” – Patrícia
Briggs
“Uma Canção para a Libélula” – Juliana Daglio “Filha da Floresta” – Juliet
Marillier
“Criações Sombrias” – Orfeu
Brocco
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
Como você administrou a dor da perda e por que você quis relatar essas experiências em um livro? PM: Foram dias muito difíceis, mas que o tempo levou. Além de sofrer pela perda da Pretinha, nossa cachorrinha, eu ainda sofria muito pela dor da minha filha e do meu marido. Foi uma espécie de sofrimento triplicado. Então eu voltei minha atenção para minha família. Era só o que eu podia fazer. Quanto ao livro, não foi nada programado. Eu sim__
plesmente levantei um dia do sofá, após brigar com o controle remoto por não encontrar nada de interessante na televisão e falei: “Nemo, Sally, a mamãe vai escrever um livro”. Daí, fui para o notebook, a história surgiu. Eu me apaixonei perdidamente por ela e achei muito justo dividi-la com o mundo (risos). No seu segundo livro, “A Vida que eu Quero”, você aborda os desafios da mulher moderna, que acumula __
diversas tarefas e acaba destruindo a sua própria saúde. Por que você decidiu ajudar essas mulheres a encontrarem uma vida mais feliz através de uma autobiografia? PM: Porque eu sempre gostei dessa troca mágica de experiências entre as pessoas. E, sinceramente, acho que muitos deveriam fazer mais isso, pois é incrível o quanto a gente recebe de volta quando a gente passa algo bacana para os outros. Por conta do meu “A Vida que eu Quero”, que foi selecionado pela APPAI, eu participei da Bienal do Rio e já recebi várias mensagens de mulheres me agradecendo pelo que eu escrevi, dizendo que minhas palavras serviram de inspiração para suas vidas e isso não tem preço. Já chorei de emoção com vários relatos e “taí" uma coisa que mexe comigo. Como você conheceu a escritora Thalita Rebouças? PM: Através de suas obras que comprava para minha filha. No livro “Thalita Rebouças Uma Biografia (Ou Duas?!)” você criou um paralelo entre a sua vida, onde você mostra os desafios de ser dona de casa, mãe e escritora, com a da própria escritora. A Thalita foi uma inspiração pra você? PM: Sim, foi e é. Por conta dela venci muito da minha timidez, pois ela sempre fala que para a gente conseguir o que deseja não pode ter vergonha. Que a gente precisa ser cara dura, ir lá e pedir, mostrar nosso trabalho. No início, quando comecei a visitar escolas para a divulgação do meu livro “Após Uma Tragédia um Recomeço”, eu suava, tremia e quase não falava. Daí _
eu lembrava dos toques dela e isso me ajudava de verdade. O que pode até parecer uma bobeira, mas na verdade não é, pois se a gente ficar “travado”, a gente não sai do lugar, literalmente. Precisamos mesmo trabalhar as nossas dificuldades e mostrar o que fazemos para as pessoas se quisermos crescer. E isso em qualquer área.
Escritora Thalita Rebouças, biografada por Patrícia Moraes Gostaríamos que você falasse sobre o seu projeto “Vem Ver Meus Livros”. PM: Um dia, após os meus livros já estarem lançados, eu pensei: “Meu Deus, eu tenho que vender os meus livros! E agora?” Daí, eu vi em uma postagem um escritor, que infelizmente eu não me lembro do nome, com uma mesa no meio de uma movimentada avenida de São Paulo e pensei: “Bom, o lance vai ser esse!” Então, comprei uma mesa e fiz um banner enorme com um convite: “Vem ver meus livros!” E fui ___
mas, sim, necessário. Recentemente mesmo escolhi que não quero levar uma vida virtual, que quero ter mais tempo livre para ler, escrever, curtir minha casa e os meus amores (família, filhotes e amigos) olho no olho, sabe? Então, reduzi o meu tempo diário na internet drasticamente e estou mais feliz.
para as praças da vida! (risos). E não é que as pessoas gostaram da ideia?! E foi assim que consegui vender meus livros, que conheci muita gente bacana, que recebi diversos convites para eventos, ganhei vários presentes, recebi poesias e saí pela primeira e (ainda) única vez em uma matéria em um jornal. Como conciliar a vida de mãe, dona de casa e escritora? PM: Sabendo priorizar o que de fato precisa ser priorizado. É tudo na verdade um grande jogo de escolhas. Quem souber escolher bem como vai passar o seu tempo vai ter uma vida mais leve e mais feliz. Não quero dizer que seja um jogo fácil de ser jogado, ___
Gostaríamos que você falasse sobre o seu primeiro livro infantil e como foi a experiência de escrever para crianças. PM: O meu primeiro livro infantil, “Deu Sono!”, é um doce de livro! E com ele eu ainda tenho a oportunidade de tocar em um assunto que acho muito importante, que é o respeito, o carinho e o cuidado com os animais, mesmo os pequenos, como os passarinhos. Afinal, eles não são criminosos para serem presos! É muita injustiça e crueldade condenarem umas criaturinhas tão lindas, que foram feitas para serem livres, a viverem em uma gaiola. A história é inspirada em fatos reais, e o lançamento foi adiado para este semestre. Espero que as crianças se apaixonem por ele tanto quanto eu! (risos). Qual o conselho você daria para escritores iniciantes que tentam publicar o primeiro livro? PM: Leiam muito, escrevam mais ainda, e quando suas obras estiverem prontinhas, registrem e arregacem as mangas em busca de uma publicação que pode ser por uma editora ou de forma independente, mas façam do sonho uma realidade! ■
ACONTECEU LANÇAMENTO DE “O CHÃO DE OUTRA CASA”, DO AUTOR EDGAR COSTA NETO No dia 19 de agosto, na Casa da Rua, que fica no bairro de Casa Forte, em Recife-PE, às 19 horas, aconteceu o lançamento do livro “O Chão de Outra Casa”, do autor Edgar Costa Neto.
Com o apoio da Editora Penalux, da CASA Agenciamento Literário e Projetos Culturais, e da própria Casa da Rua, o primeiro livro do autor foi lançado num evento que reuniu famíliares, amigos, leitores e profissionais do meio literário. A Casa da Rua é um espaço cultural em Casa Forte, dedicado a eventos em várias áreas culturais. Edgar Costa Neto nasceu em João Pessoa, em 1972, mas só morou na capital paraibana em parte de sua adolescência. Vive no Recife desde 1991, é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, onde trabalha como advogado há quase vinte anos. Escreve ficção desde sempre, mas seriamente desde 2007. A entrada para o evento foi gratuita, e o livro foi vendido por R$ 40,00. Você poderá conferir maiores informações sobre o autor e sobre o livro aqui, nesta edição, em uma reportagem especial sobre “O Chão de Outra Casa”. ■
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ESTANTES CINCO LIVROS PARA CONHECER A LITERATURA JAPONESA Self Portraits: Stories Osamu Dazai
Muita literatura de qualidade brota de mergulhos de cabeça em crises de autopiedade. Insanamente deprimente! The Bridegroom Was a Dog Yoko Tawada
Excentricidade literária sem filtros. Tawada se recusa a impor limites à sua imaginação. O Mestre de Go Yasunari Kawabata
CARI RAMALHO: MUITO ROMANCE! Roberta Costa Dona de casa, apaixonada por livros, escritora. Esta é Cari Ramalho, uma escritora que vem conquistando leitores e leitoras adeptos de romances com personagens fortes e histórias de superação. Publicando-se na plataforma Wattpad e na Amazon, Cari aceitou ser entrevistada pela Geração Bookaholic com exclusividade. Confira! Olá, Cari, tudo bem? Obrigada por aceitar nosso convite! Você pode nos contar como entrou para o mundo da literatura? Cari Ramalho: Obrigada pela oportunidade, fiquei muito contente! Minha paixão pelos livros cresceu quando comecei a adaptar clássicos da literatura para peças na escola. Como divide seu tempo entre a escrita e outras atividades do cotidiano? CR: Não divido (risos). Simplesmente deixo acontecer. Dona de casa e todos os requisitos da família... Sou cobrada a qualquer instante, então, escrevo na minha folguinha... (risos).
Ele é um capítulo do livro que se tornará Acredito que o conto pronto lhe dá uma diretriz da história. Não atrapalha, e sim, facilita.
Seus livros costumam trazer histórias de força e superação, sempre com temas atuais. De onde vem sua inspiração? CR: Do nosso próprio cotidiano, do que assistimos na TV e vemos nos jornais.
Algum trabalho novo? Alguma novidade que possa nos adiantar um pouquinho? CR: Tenho dois livros no Wattpad, “Bárbara” e “Suzana”. “Bárbara” já está na reta final, seguindo para a Amazon. E tenho “Lars”, que vai virar um romance.
Ou qualquer outro título dele. É de uma lucidez absurda. Azul Quase Transparente Ryu Murakami
É o tipo de livro sobre o qual você vai querer falar em uma festa para se mostrar, mas não pode porque ninguém mais leu. A Chave Junichiro Tanizaki
Merecidamente um clássico. Impecavelmente bem construído. ■
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“Juliana”, com personagens fortes e um enredo nomeado por vários leitores como “fascinante” e “instigante”, vem sendo muito bem aceito. Como surgiu a ideia para este romance? CR: Sou mãe de uma adolescente e a ideia principal era relatar sobre esta mãe e sua filha. Mas, como sou viciada em um romance policial, juntei as duas coisas! Para você, Cari, o que é mais difícil escrever? Um conto ou um romance? “Lars” é um conto que virará livro. Você continua com esta ideia? CR: Nesses casos, quando já existe um conto pronto, o trabalho se torna mais difícil? Um conto é mais difícil porque tem que restringir a história, que não comporta tantos detalhes. Lancei “Lars” como um conto para ajudar a divulgar a ideia do novo romance. _
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
E sobre leitura, quais são seus autores preferidos? Você lembra qual livro despertou seu interesse pela leitura? CR: Machado de Assis, Megan Maxwell, Harlan Coben, Nana Pauvolih. “Helena”, de Machado de Assis, foi o livro que me deu o prazer da leitura.
Bom, Cari, gostaríamos de agradecer novamente por nos ceder um pouco de seu tempo. Para encerrarmos, o que você poderia dizer para aqueles que tanto almejam ter seus livros reconhecidos pelo público? CR: Que você não desista dos seus sonhos. Sabendo sempre que é um trabalho de formiguinha, rendendo frutos a longo prazo. Os leitores poderão encontrar os livros de Cari Ramalho no Wattpad para leitura gratuita, e também poderão adquiri-los através do site da Amazon. Cari Ramalho também está presente nas redes sociais e responde, sempre que possível, aos leitores! ■
LUCAS RAMOS: BATALHA DOS TROVÕES Por Daniel Martins Um jovem brasileiro paulista, no momento cursando formação livre em roteiros de longa-metragem, curta-metragem e narrativas seriadas, e o criador do jogo de texto “Little Timothy”, Lucas Ramos também é barman e garçom freelancer no Botequim Carioca. Mas não é por essas e outras identidades e atividades que vamos conhecê-lo, pois, principalmente, Lucas é autor da saga “Batalha dos Trovões”. Confira na íntegra esta entrevista exclusiva concedida pelo autor à revista Geração Bookaholic e conheça a “Batalha dos Trovões”!
Como tem sido a resposta do público e da crítica em relação ao livro? LR: Aqueles que compraram o livro o terminaram rápido, visto que ele é curto. A crítica aguarda de forma um tanto ansiosa os próximos lançamentos, graças ao final em aberto que eu deixei no primeiro livro.
seja para fazer o grupo de protagonistas ou um protagonista solitário. Clok não daria certo se fosse um protagonista solitário.
Além da segunda parte da “Batalha dos Trovões”, o que mais vem por aí? LR: Eu estou tendo um bloqueio intenO que você acha dos livros nacio- so que me impede de escrever coisas nais? completamente novas, mas eu estou LR: Eu acho que o mercado literário fazendo o roteiro de um longa-metrabrasileiro é fantástico! Temos de tudo: gem baseado no meu próprio livro. _ ____
“Batalha dos Trovões” (começo relampejante) é o seu primeiro livro lançado. Como foi o caminho até uma editora? Lucas Ramos: Demorado. Fiz o livro quando tinha 14 anos, mas tinham coisas que me desagradavam demais nele, então o refiz aos meus 15 anos. Após isso, fui atrás de como poder registrar meu livro e os outros que eu havia feito. Após ter feito o registro, fui atrás de editoras. Achei uma plataforma de autopublicação e resolvi tentar começar lá, mas não deu tão certo, só vendi 10 exemplares. Procurei por editoras aos meus 19 anos e achei uma que demoraria um ano e meio para me dar algum retorno. Procurei mais e achei duas editoras. Ambas gostaram de meu livro, mas uma delas fazia impressão sob demanda e a outra não. A segunda era a Chiado, e foi assim que eu escolhi a editora na qual estou. Logo de cara sabemos que o livro terá continuações. Será uma trilogia? LR: Eu sou péssimo pra guardar segredos! Quando perguntaram dos meus planos futuros, eu quase conto tudo! Todos os livros da saga estão prontos, mas preciso registrar os dois últimos. Será uma saga com sete livros e talvez um spin-off contando as origens dos personagens. Não tenho certeza se farei este último, fica a dúvida no ar.
OITO SITES PARA QUEM AMA LER E ESCREVER BOAS HISTÓRIAS! 1. Recanto das Letras Um dos sites mais antigos do gênero, permite que usuários postem textos online dos mais diversos tipos. Pode-se também anunciar livros, escrever no mural, postar conteúdo em áudio. Site formal, ideal para quem tem carreira sólida. 2. Wattpad Rede social literária mundialmente famosa, visa mostrar os trabalhos de forma mais descontraída, mas nem por isso menos profissional. O site é bem estruturado, com bastante público e a administração é simples. 3. Autores.com.br Site mais formal, onde os autores postam textos, artigos e poemas. Podem também compartilhar, comentar e socializar com outros autores, além de manter um blog e outros atributos para serem vistos por todos. 4. Séries de Web Plataforma inovadora especializada em Web Séries contadas como novela. Semanalmente são postadas matérias com o ranking de audiência e comentários do público. Uma verdadeira TV literária descontraída com visual moderninho.
romances históricos, histórias de vampiros, histórias em quadrinhos, adaptações de contos infantis para o terror, etc. É bem diverso, mas seria interessante se fosse exportado mais frequentemente. Somos um mercado criador também, não podemos ser importadores para sempre. Como você enxerga o mercado literário brasileiro? LR: Quando eu vou nas livrarias e não estou perguntando pelo meu próprio livro, eu vejo que há várias lacunas nas prateleiras nacionais, indicando que há certa procura por esses livros, mas eles geralmente não são os mais expostos, o que me desanima. Exceto, claro, que seja um livro de Youtuber, que fica bem exposto em todos os casos. Nos fale um pouco sobre Clok, o protagonista de “Batalha dos Trovões”. LR: O protagonista tradicional, com a famosíssima “síndrome de personagem principal”, mesmo que esteja sendo vencido, ele consegue tirar força de algum lugar, nem eu sei de onde, para poder continuar perseverando em sua jornada, mas sem os amigos dele, Clok não iria tão longe. Tudo é uma questão de equilíbrio, seja na ação, nos diálogos, nos momentos de alívio cômico, __
Mas é BASEADO. Repare no destaque. E também teremos, em novembro, o “Mês Nacional de Escrever um Romance”, e talvez o bloqueio me permita escrever algo quando chegar a hora. Mas uma ideia eu tive, há certo tempo atrás. Uma história mais corporativa, séria, para um público mais adulto, talvez, ainda não tenho certeza dos detalhes, mas eu sei que sairei do universo da “Batalha dos Trovões”. E talvez eu faça também uma melhoria no meu jogo de texto, o “Little Timothy”, ou o transforme em livro mesmo, uma poesia épica, uma poesia tradicional, enfim. Ainda não me decidi.
Lucas Ramos está disponível para conversar com os leitores através de suas redes sociais, e ele responde às mensagens sempre que tem tempo. Quanto à saga “Batalha dos Trovões”, o primeiro livro, “Começo Relampejante”, poderá ser encontrado em todas as livrarias do Brasil e também no site da Editora Chiado. Poderá ser adquirido também diretamente com o autor, autografado, através de contato nas suas redes sociais. Acompanhe a saga “Batalha dos Trovões” e prepare-se para a guerra! ■
5. Nyah! Fanfiction Histórias originais derivadas de livros, filmes, bandas etc. As famosas fanfictions. Ranking de leitores, comentários e tudo o mais. 6. Spirit Fanfics Rede Social de Fãs, o Spirit é um site bem organizado, distribuído entre os diversos temas para histórias originais ou derivadas. 7. Fanfic Addiction Site muito fofo, profissional e com apresentações bem atrativas. Tem chat, fanfics que viraram livros etc. Site que apresenta o lado girl power. 8. Mesa do Editor Com o tema de ser o lugar onde editores e autores se encontram, essa plataforma promete reunir as duas classes da mesma profissão para que o resultado seja a publicação de um livro. Também disponível para agentes literários. ■
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ESTANTES
TATIANA OLIVEIRA E LILY GOMES: BROKEN ANGEL
DICA: OITO CANAIS LITERÁRIOS! 1. Who’s Geek Apresentado pelo casal Roberto e Gabi, deixa claro no título que os temas são nerds. Foi criado para criar outra plataforma pra completar o blog, que já tinha dois anos. 2. Vamos Ler O foco de Maria Angélica são obras publicadas originalmente em inglês que compõem maior parte de sua linda coleção de livros capa dura. 3. Geek Freak Desde 2014 o publicitário Victor Almeida produz conteúdo no youtube para o seu canal pessoal. Mais de 50 mil inscritos é um canal perfeito para quem quer recomendações de leitura pro público jovem e nerd. 4. Abdução Leve, engraçadíssimo e recheado de informação, o programa é produzido pela equipe da Editora Aleph e vai ao ar às sextas-feiras. Não é restrito à literatura, vai de sci-fi a quadrinhos, com direito a esquetes de humor e erros de gravação. 5. Tiny Little Things Um dos primeiros do nicho booktube a surgirem no Brasil, comandado pela professora Tati Feltrin de SP. Trata de tudo, de livros de não-ficção a mangás. Além de resenhas, tem discussões relacionadas à literatura e mercado editorial. 6. Tô Lendo! Em janeiro de 2015, a editora do site da Galileu, Claudia Fusco, percebeu que estava comprando livros demais. Como forma de se comprometer a ler o que tinha em casa, decidiu passar um ano sem comprar livros. Assim nasceu o “To Lendo!”.
Por Maria Lygia Duas autoras juntas em um projeto. Assim nasceu o livro “Broken Angel”, de Tatiana Oliveira e Lily Gomes. O que começou com um hobby acabou virando um livro publicado, um sonho realizado. E as autoras concederam entrevista exclusiva à Geração Bookaholic para falar sobre o livro, sobre o encontro com a banda Boyce Avenue que inspirou as duas autoras e sobre projetos futuros. Confira!
A banda Boyce Avenue tem uma música chamada “Broken Angel”. O título do livro e partes da trama foram inspiradas em trechos da canção? Tatiana: Sim! E isso é um imenso sim! O título do livro foi escolhido em homenagem à música Broken Angel, e todas as músicas citadas no livro e que deram nome aos capítulos são músicas gravadas pela banda, originais e covers. E a voz do Gabriel Voss, protagonista do livro, foi totalmente inspirada na voz inigualável do Alejandro Manza_
Como vocês se conheceram? Quais foram as dificuldades de escrever um livro em conjunto? Lily Gomes: Nos conhecemos através de leituras em comum de fanfictions. Não consigo pensar em “dificuldades”. Eu tinha ideias, a Tati as complementava e vice-versa. Escrevíamos por diversão, então a história surgia naturalmente. Na verdade, trabalhamos nela há mais de três anos. Era o nosso hobby e inicialmente não pensávamos em publicar. Tatiana Oliveira: Fanfictions! Nós duas começamos escrevendo fanfics (ficção criada por fãs) e foi assim que nos conhecemos: lendo o texto uma da outra. Inclusive, já trabalhamos juntas Lily Gomes antes, em um conto chamado “Peccatu”, que foi publicado na antologia “Lembranças”, lançado na Bienal no, vocalista da banda. Por esse motivo o livro foi dedicado a ele. A essência da do Livro de São Paulo em 2014. música está no livro todo, em cada página... Possivelmente porque ela nos Quais foram as inspirações para guiou no decorrer da escrita, mas o liescrever Broken Angel? O que levou vro não é uma adaptação da letra da vocês a falarem de um assunto tão música, ou algo assim, embora eu realdelicado? mente acredite que Melissa Bittencourt Tatiana: Minha principal inspiração a teria adotado como tema de vida, capara esse livro foi, sem dúvidas, a mú- so não fosse uma personagem fictícia. sica. Uma em especial, Broken Angel Lily: Boyce Avenue em sua totalidade do Boyce Avenue, que é minha inspira- foi a nossa inspiração, cada canção de ção constante, não só para esse livro. uma forma única e especial contribuiu É como um lema que eu levo para a vi- para a construção da história. Para nós, da, sobretudo. Eu, particularmente, a voz do Alejandro é a do Gabriel, cosgosto de abordar temas “reais”, algu- tumamos dizer que ele é a “alma” do mas vezes acabam por serem polêmi- Gabe. cos ou delicados, mas é assim que a vida é na maior parte do tempo, não é? Boyce Avenue esteve no Brasil reE eu gosto de pensar que meus perso- centemente. Como foi esse enconnagens são tão reais quanto eu e você, tro? com histórias que poderiam ser a de Tatiana: Eles fizeram um show no Rio qualquer pessoa. no dia 10 de junho deste ano, e eu par_
7. Vitor Martins Em seu canal, Vitor aborda livros e filmes, tanto de obras clássicas quanto modernas e mainstream. Vitor é ilustrador e suas ilustrações são parte importante da produção e edição dos vídeos. 8. Ler Antes de Morrer Isabella Lubrano comanda o canal, onde faz resenhas de clássicos da literatura, com espaço para obras de todo o mundo, inclusive do Brasil. ■
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
Tatiana Oliveira (autora) e banda Boyce Avenue
Tatiana Oliveira ticipei do Meet&Greet. Então, foi bem rápido. Só o tempo de entregar os livros mesmo. Eles perguntaram se eu tinha mesmo escrito o livro, respondi que sim e que foi inspirado na música deles; mostrei a dedicatória, explicando que dediquei para o Alejandro por ele ter inspirado a voz e a carreira do personagem Gabriel. Eles ficaram surpresos e agradeceram. Foi maravilhoso, inesquecível! Depois, o Fabian postou a foto, e quando fizeram um live, comentaram sobre o livro. Por qual motivo escolheram a Síndrome de Borderline para caracterizar a personagem Melissa? Qual a razão de terem escolhido o Transtorno de Personalidade Limítrofe em especial, e não outro transtorno psicológico? Lily: Esse é um tema pouco discutido em nossa sociedade e precisamos mudar isso. O índice de suicídios entre jovens tem aumentado muito nos últimos anos e, em sua maioria, são provocados por depressão, característica marcante da Síndrome de Borderline. Qual a opinião de vocês a respeito de livros que abordam tal conteúdo? Visto que a personagem principal se modifica brutalmente por conta de uma violência. É uma situação completamente adversa quando o estupro é romantizado ou tratado de forma inadequada. Qual a importância da pesquisa para esses temas? Tatiana: Eu acho que precisamos falar sobre violência contra a mulher, saúde mental e suicídio, entre tantos outros temas. Eu não pretendia fazer mais do que contar a história da Mel e do Gabe, mas se as histórias de vida deles servirem para iniciarmos uma discussão sobre abuso sexual e suas consequências para a vida das vítimas, então eu acho que é válido. Sinceramente, romantizar a violência sexual é um desserviço para as vítimas e para a sociedade em geral. Na vida real, ninguém gostaria de ser violentado e/ou veria uma relação não consentida como romance, então, por que colocaríamos em um livro, música ou filme? Algo como isso, quando podemos usar o mesmo espaço para mostrar e, talvez, conscientizar sobre os efeitos que uma situação como essa __
pode causar? Lily: Todo cuidado é pouco na hora de abordar temas tão pesados. É necessário muita pesquisa para não acabar simplesmente banalizando um assunto tão importante. Não basta apenas dizer que ela se automutila, que sofre com a depressão... É preciso também mostrar as possibilidades de tratamento, mostrar que nem tudo está perdido. Como foi para Melissa a separação de sua melhor amiga, Angela, para ir à turnê com o ídolo, Gabriel? De que forma ela encarou a saída de casa, após todo o trauma que viveu? Foi um alívio para ela? Lily: Angela é uma parte de Melissa. É o melhor dela. É o que a manteve viva por todo esse tempo. Com certeza foi muito difícil deixá-la para trás, mas Melissa é assim. Ela se sacrifica por aqueles que ama. Quanto a sair de casa... Sim, ela ficou aliviada, mas por que será? Não podemos dar spoilers. (risos). Tatiana: Se afastar de casa era o melhor para Melissa, e Angela sabia
que para ele Mel pode ser uma ameaça, tanto para a carreira de Gabe quanto para a vida pessoal. Afinal, Gabriel também tem algumas questões a serem resolvidas. Com o tempo, ele acaba se rendendo e se tornando um amigo próximo dela, ajudando-a em momentos realmente complicados. Lily: A família do Gabe é aquele tipo de família acolhedora. Os Voss aceitam Melissa como ela é. Gabriel teve a quem puxar. Arthur é meu personagem favorito. Quantas risadas já dei por causa dele! De início, ele quer proteger Gabriel da tal “fã”, pois a enxerga como uma ameaça à sua carreira, mas não demora muito a cair nas graças “peculiares” da garota. Os dois constroem uma amizade muito sólida e bonita. Não quero falar demais, mas Arthur a ajuda a segurar uma barra muito grande. Eu o admiro e o amo de todo meu coração! Quais foram as pessoas responsáveis por motivarem vocês nes_
Livro autografado pelos integrantes da banda Boyce Avenue mesmo... Então, a princípio, Arth tenta proteger o melhor amigo, já disso, por isso encontrou uma forma de fazer isso acontecer. Com o tempo Mel percebeu isso também e, sim, de certa forma, ficou aliviada por ter se afastado. Mas eu acredito que o sentimento que predomina é a culpa. Ela não gostaria de ver com bons olhos o fato de estar tão longe da melhor amiga em um momento tão delica-do. De que forma a família de Gabriel procede quanto à presença de Melissa, uma garota aparentemente problemática e ríspida? Como Arthur, o assessor de Gabriel, vê a relação dos dois? Tatiana: A família Voss é incrível, realmente amorosa e, em sua maioria, recebe bem a presença de Melissa. Ela tem alguns contratempos para se adaptar, mas no geral se sai bem, justamente por ser bem recebida. No entanto, há uma pessoa que não ficou muito feliz com a chegada da Mel... Quem será? Arthur é para Gabriel o que Angela é para Mel, talvez em uma escala menos intensa, mas o sentimento é o mesmo, o senso de proteção é o _____
ta jornada? Qual a melhor experiência que surgiu nas noites em claro para traduzir Broken Angel para o inglês e qual foi a maior dificuldade na tradução? Tatiana: Além das personagens que se recusavam a se calar, muitas pessoas sempre me motivaram, mas para Broken Angel, em especial, o nome que eu jamais poderia _
deixar de citar é o da Beka Assis, minha consultora, revisora, tradutora, e o mais importante, melhor amiga. Ela participou de cada etapa, desde a criação do perfil psicológico dos personagens (ninguém melhor do que uma psicóloga para esas consultoria, não é?), passando pela tradução e revisão final. Meus planos iniciais não iam além de finalizar o livro, talvez lançá-lo como ebook... Mas então eu soube que haveria um show da banda que inspirou o livro, contei para ela e, no meu melhor momento delirante disse que realizaria um sonho se pudesse entregar uma cópia do livro para os caras que o inspiraram. Ela não hesitou nem por um segundo, respondendo simplesmente: “vamos fazer isso”. Era altamente improvável que conseguíssemos, o tempo era basicamente o nosso maior inimigo e eu surtava todo dia dizendo que não conseguiríamos. Ela achava o mesmo, mas cumprindo o seu papel de melhor amiga, sempre respondia: “Claro que vamos conseguir!” E nós conseguimos mesmo. Traduzimos e revisamos 360 páginas em 25 dias (ou em 25 madrugadas, para ser mais exata), tendo que pesquisar termos adequados e gírias correspondentes ao mesmo tempo em que trabalhávamos em nossos empregos regulares durante o dia. Foi um mês muito louco, no final estávamos nos arrastando, parecendo zumbis, mas a sensação de termos conseguido é indescritível. Lily: Gabriel, Melissa, Angela e Arthur. Essas pessoas não nos deixavam abandoná-las, sussurravam em nossos ouvidos e imploravam para serem mostrados ao mundo. Para nós, eles são reais. Os amamos, os respeitamos.
Qual a previsão do lançamento da continuação de Broken Angel? Conte-nos sobre o processo de criação de mais uma obra que promete encantar os seus leitores e fãs. Tatiana: Eu não tenho uma data, embora o segundo livro já esteja praticamente pronto, faltando apenas os últimos capítulos. Estou correndo contra o tempo (mais uma vez) para o lançamento da versão impressa de Broken Angel na Bienal do Rio e tenho outros textos que estão aguardando há muito para serem finalizados. A continuação virá tão rápido quanto eu for capaz de finalizá-la. Lily: O livro 2 está praticamente pronto. Tati fez a maior parte. Eu apenas dei umas ideias aqui, outras ali por estar envolvida demais com o meu TCC. Ela se dedicou muito a Broken Angel.
Deixem um quote do livro que vocês consideram mais impactante. Lily: “Eu a amo, mas também a odeio. Que tipo de monstro eu sou?” Essa parte em que Melissa se refere à mãe mexe muito comigo, porque penso que nenhum amigo, namorado etc. pode ocupar esse lugar. Infelizmente, esse é um vazio que ninguém pode preencher. O amor de uma mãe ser negado é uma dor inimaginável. Melissa sofre muito por isso. Tatiana: “Olhando nos olhos de Gabriel e o sentindo tão perto de si, Lissa foi capaz de sentir uma invisível e inexistente lufada de ar percorrer suas narinas e acalmar seus pulmões ardentes, quase como acontecia quando uma lâmina rompia sua pele. Os batimentos acelerados de seu coração também estavam presentes, mas existia algo mais... Algo que ela não foi capaz, e nem mesmo queria, identificar. Algo que lhe fez ter certeza que estava nos braços de sua mais nova via de escape, mas uma que, ao que parecia, era muito mais benéfica, ao menos fisicamente que a habitual.” Deixem um recado para os leitores! Tatiana: A saúde mental precisa ser levada a sério, e doenças psicológicas devem ser tratadas como qualquer doença grave, afinal elas podem atingir a qualquer pessoa, até eu ou você. Por favor, se você ou qualquer pessoa que conheça precisa de suporte psicológico e/ou esteja lidando com pensamentos suicidas, procure ajuda. Lily: Depressão é um assunto muito sério. “Não afeta só você, mas os que estão à sua volta: família, amigos, colegas. Afeta comunidades e sociedades e tem um alto custo social e econômico. Devido ao estigma associado à depressão, poucos querem falar sobre ela. Se você conhece alguém com a doença, escute o que ela tem a dizer. Se é você quem sofre com o problema, dê o primeiro passo hoje e fale com alguém.” Carissa F. Etienne (Opas/OMS).
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ESTANTES LANÇAMENTOS DE AGOSTO/2017 A Sétima Praga James Rollins
A Editora Bertrand lançou no Brasil a nova aventura da série Força Sigma, de James Rollins. Neste novo thriller, o norte-americano explora a possibilidade de as dez pragas poderem vir a atingir novamente o Egito, graças à ciência moderna.
O Jardim das Borboletas Dot Hutchison
A Suma das Letras lança “O Jardim das Borboletas”, de Dot Hutchison, um thriller aterrorizante.
ISABELLA DE ANDRADE: EXPRESSANDO A VERDADE INTERIOR Por Ane Karoline
significado literal da palavra, de algo verídico. “Veracidade” me veio como uma vontade de expressar a maior verdade que existe dentro de si e, para mim, era a escrita. É também um pequeno jogo de palavras: “ver a cidade”, enxergar a poesia no cotidiano, ainda que a gente viva entre o caos urbano.
IA: Não sei exatamente dizer como o interesse surgiu, foi muito natural. Acredito que ela tenha feito parte de mim, primeiro, como um escape, um conforto. Escrevia muitos diários durante a infância e a adolescência e utilizava esse espaço para desabafar, contar minhas próprias histórias e entender um pouco melhor a vida. A leitura também começou cedo; quando criança, andava sempre grudada aos quadrinhos Turma da Mônica. Acho que eles me “iniciaram” no universo literário. Acho que tudo evoluiu a partir de então de maneira natural. Comecei a escrever em blogs secretos na internet e a ter sempre a companhia de um caderninho, onde colocava os poemas _ adolescentes. A ____ escrita era uma ____ companheira cons___ tante, mas só minha, _ eu não tinha o _____ costume de divulgar. _ Um dia, arrisquei ___ compartilhar poe___ mas online e come__ cei a receber muitos _ retornos positivos, __ mensagens carinho_ sas, me senti acolhi__ da. Demorei a con__ seguir entender que __ eu queria ser escri__ tora. Hoje, não me vejo de outra forma.
mento de escrita e ilustração? IA: As ilustrações são de uma excolega de trabalho, a Camilla Antunes. Trabalhávamos juntas no Centro Cultural Banco do Brasil na época em que eu escrevia o livro e na época em que fui publicá-lo. Quando terminei, vi alguns desenhos da Camilla e achei que cada um deles parecia contar histórias inteiras através de uma única imagem. Tive vontade que a história daquelas mulheres acompanhassem um pouquinho da prosa poética que coloquei no livro e a Camilla topou ter aquelas ilustrações entre as páginas.
Aos 27 anos, Isabella de Andrade se divide entre alguns amores na sua vida: a literatura, o teatro e a comunicação. Segundo a autora, a fotografia e uma paixão bonita também. Atualmente trabalhando com comunicação, sendo jornalista cultural no site Correio Brasiliense, tem um livro publicado. Seu interesse por leitura Como surgiu seu interesse pela es- De quem são as ilustrações no seu livro? Como funcionou esse casasurgiu de forma natural, desde a crita? __ infância, e a escrita em diários na infância e adolescência acabou por dar a ela essa paixão também pela escrita. A Geração Bookaholic bateu um papo super legal sobre “Veracidade”, livro da autora lançado em 2014, e sobre as várias “Isabellas” contidas em si mesma. Confira! Quem é a Isabella de Andrade? Isabella de Andrade: Eu me graduei em jornalismo e em artes cênicas pela Universidade de Brasília e tenho, até agora, um livro publicado. Sempre acreditei que eu precisaria deixar uma dessas áreas de lado para poder me dedicar somente a uma, afinal, é o que sempre me disseram: você precisa focar em uma coisa só. Mas os amores eram fortes, e sempre que tentei deixar a escrita ou o teatro de lado para me dedicar a apenas um deles, acabei me sentindo vazia em algum ponto. Entendi então que a palavra poderia unir todas essas paixões: escrevo sobre cultura no jornal, escrevo sobre teatro e literatura na internet e escrevo meus textos autorais, buscando uma carreira de escritora. Assim, a vontade de contar histórias une todos os meus lados, posso ser atriz, dramaturga, jornalista e escritora, sempre conectando as diferentes Isabellas pelo amor à palavra. Meu próximo livro já está em andamento e pretendo terminar ainda este semestre. Tive uma pausa desde a publicação do primeiro (2015) pois o tempo ficou apertado com o trabalho e a necessidade de ____
Teatro Estático Fernando Pessoa
Pela Tinta-da-China, no fim do mês, saiu “Teatro Estático”, o novo título da Coleção Pessoa, dirigida por Jerónimo Pizarro e com coordenação de Filipa de Freitas e Patricio Ferrari. ■
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concluir meus estudos (a graduação em artes cênicas e uma pós-graduação em comunicação). Sendo assim, por mais que me perguntem que carreira eu quero seguir, continuo a pensar que quero seguir de mãos dadas com a literatura, o teatro e a comunicação, sempre alternando os tempos de dedicação.
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
O que, para você, na atualidade seria veracidade, e qual é a ambição por trás desse título para o seu livro? IA: Não pensei no __
Como você descreveria seu livro, com relação ao gênero, dentro do conceito de literatura contemporânea? IA: Ele é escrito em prosa poética. Não é um romance tradicional, nem um livro de poesias. Sempre gostei muito dos dois gêneros, prosa e poesia. Essa foi uma maneira natural que encontrei para escrever na época. Os capítulos foram escritos de maneira avulsa, como cartas, e podem também serem lidos assim. Todas as cartas juntas mostram diferentes etapas de um amor: o início cheio de impulso e paixão, o meio de amor e calma, e o fim, com desilusão e alguma saudade. A personagem Clarissa não existe na vida real, embora muita gente me pergunte. O livro também não é autobiográfico. Talvez essa impressão venha por ser uma história de amor e ainda há muita gente que acredite que jovens mulheres só sabem escrever sobre si mesmas. Para a escrita, me inspirei várias vezes em sentimentos e sensações pessoais e, a partir disso, _
LANÇAMENTOS DARK SIDE BOOKS
cria-se a ficção, com o tempero de algo que emprestamos de nosso às páginas. Como tem sido a recepção de sua veia poética na prosa para os leitores? IA: Não sei te dizer em geral. É um livro em prosa poética, então ele brinca entre os dois gêneros, sem se definir totalmente em nenhum deles. Recebi feedbacks positivos de muita gente e acredito que minha escrita já amadureceu desde então. Para você, qual a importância da literatura na sociedade brasileira atual? E como seu livro se encaixa nesse papel? IA: Sempre encontrei, em minhas leituras, um espaço de conforto, amizade, reconhecimento e criação de novas ideias. Ao terminar de ler um livro, eu sempre me senti impulsionada a escrever algo novo, a criar um novo projeto, sempre havia uma nova sensação, algo de novo descoberto. Acredito que, com a escrita, gostaria de compartilhar essas mesmas sensações com os leitores. A literatura é uma maneira de alimentar o espírito e as ideias. Um bom livro nos torna capazes de entender coisas novas, aprender sobre outras culturas. A literatura é um espaço de dar voz, de mostrar minorias, de despertar sonhos e possibilitar a pulsação das ideias. O que você diria aos seus futuros leitores sobre o seu livro? IA: Espero que “Veracidade” torne o cotidiano de quem o lê mais poético, e que ele desperte a vontade de que um leitor o feche com uma sensação de ideias em movimento, e queira logo buscar outros livros por aí.
A Guerra Diurna Ciclo das Trevas 3 Peter V. Brett
Para saber mais sobre a Isabella de Andrade e sobre seus livros, acesse o site www.ociclorama. com, e também a fanpage no facebook: www.facebook.com/ociclorama. Para quem desejar também acessar o instagram, o endereço é @ociclorama onde encontrarão informações e imagens, tanto do livro quanto da autora e dos eventos que envolvem o livro. Os leitores que desejarem saber mais também poderão, além de _
acompanhar a autora nas redes sociais, procurá-la por lá. A autora responde às mensagens dos leitores sempre que pode, e está sempre disposta a conversar com os leitores e com os curiosos, aqueles que vão até lá para saber mais sobre o livro antes de adquirir. “Veracidade” pode ser adquirido diretamente com a autora, autografado, e através dos links disponibilizados nesta matéria. Boa leitura! ■
Aguardado há mais de um ano, finalmente ele chega ao Brasil. Nos Estados Unidos, já tem quatro livros lançados. Os Cavaleiros dos Dinossauros Victor Milan
LUCAS DE LUCCA: NOVA RAJUX PELA NOVO SÉCULO escrevi meu primeiro livro aos 15. Virei escritor antes mesmo de pensar em ser e, quando notei que amava aquilo, era tarde demais para querer outra coisa. Tive o incentivo de muitos professores de escolas públicas para escrever de forma criativa, e tenho certeza que esse fato foi definitivo para meu lugar hoje no mundo.
Por Suelane Passavante Nascido em Curitiba, Lucas de Lucca cresceu no Rio Grande do Sul, e isso o fez nunca sentir desejo de representar um lugar, por isso acredita ter a inclinação de criar seus próprios universos. Como pessoa, um guerreiro cheio de ideias. Difícil passar um mês sem pensar em uma nova forma de criar e levar cultura às pessoas. Encontrou seu caminho pleno quando largou o jornalismo para produzir e publicar seus livros, e por isso sente-se realizado. Sempre quis ser escritor? Quem ou o quê te influenciou? Lucas de Lucca: Não lembro de ter o desejo de ser escritor. Na verdade, comecei a ler muito tarde, com 14 anos, e _
Como surgiu a ideia para escrever O Corvo Negro? LL: Foi na praia, quando eu tinha 15 anos e pesava algo entre 100 e 120 quilos. Passei duas semanas escrevendo de forma despretensiosa em 60 páginas de um bloco de notas sobre assassinos. Meses depois revisitei aquele material e nasceu a Trilogia das Plumas. Vejo muita referência na obra de G. R. R. Martin, mas muitos dizem que o Ukel é uma metáfora a mim mesmo. Conte sobre seu novo livro, Nova Rajux. LL: Esse é o meu primeiro livro publicado por uma editora, então é um grande passo. Junto a Novo Século tenho a chance de alcançar público nacional e isso me deixa ansioso. O Nova Rajux foi escrito em apenas um mês, e isso fez dele um livro de mais de 200 páginas que é consumido em média em dois dias. Conta sobre a aventura de três personagens totalmente diferentes em suas crenças e __
modos de agir, tendo que atravessar o Reino de Melabu para impedir um inimigo comum. É uma história sobre “o que importa é o caminho”, carregada de críticas sociais e momentos de ação. É um livro bem completo e que tenho muito orgulho. Como vão seus próximos projetos? LL: Estou em fase de produção do meu terceiro lançamento, “A Primeira Profecia”. Esse livro é mais um novo passo pra mim, pois coloquei um dedo onde pode ser o caminho da ficção. Conta a história de Lúcifer chegando ao inferno sem suas habilidades angelicais e ainda sem ter ideia de quem é. O lançamento está previsto para o final de outubro, e, após isso, acredito que meu próximo livro totalmente original será uma ficção. Estou muito ansioso com o futuro! ■
Continuação esperada de “Os Senhores dos Dinossauros” finalmente chega pela DarkSide Books. Ainda mais instigante e surpreendente. A Longa Viagem a Um Pequeno Planeta Hostil Becky Chambers
A ficção pendente quistando lhares de barcaram nas.
científica indeque está cono universo. Mileitores já emnessas pági■
ESTANTES LANÇAMENTOS EDITORA ROCCO
LU SANTOS: IMPROVÁVEL DESTINO Por Renata Vasconcelos
O Coletor de Espíritos Raphael Draccon
Novo lançamento de Raphael Draccon, autor das séries Legado Ranger e Dragões de Éter.
Por um toque de magia Carolina Munhóz
Helena Montenegro casou-se pensando amar seu marido, Lucas Montenegro. Ele, um homem bonito, charmoso e carismático logo a conquistou. Só que com o casamento veio a descoberta de que ela se casou com um completo estranho. Inconformada com o rumo que seu casamento estava seguindo, decidiu se divorciar. Porém Lucas, em uma atitude jamais imaginada por Helena, a agride. Ela passa a viver amedrontada e subjugada, até o dia que resolve virar esse jogo. Marcos Assunção é um advogado renomado, de família rica e conhecida. Namora Clarissa Pinheiro há exatos dois anos, mas seu relacionamento está desgastado, e com o tempo ele descobriu que Clarissa é uma pessoa fútil e superficial. O relacionamento anda de mal a pior, mas ela não desiste dele. Num dia chuvoso, voltando de um almoço de negócios, ele vê a mulher que mudará seu destino para sempre, porém ele sequer imagina que ela é casada. Eles vão se encontrar em um momento complicado da vida de ______
Helena, mas Marcos não permitirá que ela se afaste, e vai lutar com unhas e dentes pelo que ele mais quer. Esta é a sinopse de Improvável Destino, livro de estreia da carioca Lú Santos, 33 anos, casada e mãe de uma pré-adolescente. Leitora assídua e devoradora de livros, começou a ______
escrever inspirada em suas autoras favoritas. A autora ficou conhecida nas redes sociais por causa de seus romances publicados no Wattpad, e em 2016 o livro Improvável Destino foi publicado pela Editora Bezz. A autora conversou com a Geração Bookaholic, entrevista que você confere agora. A trama da personagem Helena influencia no seu relacionamento com seu marido? Lú Santos: Sim, consideravelmente!
Terceiro volume da Trindade Leprechaun, de Carolina Munhóz, mostra a conclusão da saga da bela ruiva Emily O’Connell, que teve o dom de família roubado e luta para reaver tudo o que perdeu.
Vulgo Grace Margaret Atwood
A relação instável de Helena com o seu pai a motiva a seguir em frente com seus propósitos? LS: Não. Ela sente falta dele, pois era um pai presente e amoroso. O que a faz seguir seus propósitos é a falta de amor pelo marido e o medo que ela sente dele. Até que ponto Marcos é importante na separação de Helena e seu marido? LS: Marcos é o advogado que auxilia Helena nessa separação. O sentimento entre eles surge a partir desse contato. Ficar com Marcos muda algo na vida da protagonista? LS: Muda tudo. Ela descobre o amor da forma mais pura. Ao se livrar de sua vida infeliz, Helena consegue tomar o rumo certo para refazer sua história? LS: Consegue sim. Não que seja fácil, a cabeça de uma mulher violada é muito difícil de ser interpretada, mas com a ajuda dos amigos e do Marcos a vida dela começa a mudar.
Um dos principais romances da premiada escritora canadense Margaret Atwood, “Vulgo Grace” ganha nova edição da Rocco. Se liga porque o livro também vai virar série da Netflix. ■
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
O livro “Improvável Destino” está à venda no site da Amazon e da Editora Bezz, e também pode ser lido alguns capítulos de degustação no Wattpad, disponibilizados pela autora. Outros livros da autora estão sendo publicados pela plataforma Wattpad, e se quiser conhecer sua escrita, é só dar uma conferida por lá.■
Por Débora Falcão
Jornalista e escritora, ela tem conquistado cada vez mais o público adolescente com seus livros. Thalita Rebouças Teixeira, mais conhecida como Thalita Rebouças, está lançando este ano mais uma história aguardada pelos fãs: “Confissões de um Garoto Tímido, Nerd e (ligeiramente) Apaixonado”. Além disso, a escritora tem vários outros projetos. A revista Geração Bookaholic conversou com Thalita, que nos concedeu um tempo em meio à sua agenda corrida de lançamento e divulgação do novo livro, e preparamos uma matéria especial para nossos leitores, com tudo o que você gostaria de saber sobre a escritora e seus livros. Confira!
Thalita começou sua carreira no ano de 1999. Mas só ficou conhecida do grande público em 2003, quando assinou contrato com a editora Rocco e passou a publicar seus livros por lá. Seu primeiro sucesso foi “Traição entre Amigas”, lançado em 2000, e desde então já lançou 18 títulos e já vendeu mais de dois milhões de livros. Não é pouca coisa! Esse sucesso lhe rendeu também uma coluna na última página da revista Atrevida, com o nome “Fala Sério!”, título de outra série de livros de sucesso da autora. Se você pensa que Thalita já começou como escritora, está enganado. Assim como quase todos os escritores iniciantes, Thalita tinha outras pretensões e outros caminhos quando começou. Cursou dois anos de Direito, mas se graduou em Jornalismo. Trabalhou como jornalista na Gazeta Mercantil, Lance! e TV Globo, entre outros. Também trabalhou como assessora de imprensa na FSB, no Rio de Janeiro, no Guarujá e também em Nova Iorque. Mas assim que deslanchou sua carreira de escritora, passou a se dedicar integralmente aos seus personagens e suas histórias. Em 2009 iniciou sua carreira internacional, lançando livros em Portugal. Sua carreira é marcada pela paixão, pelo contato com o público e pela participação intensa em feiras de livros, autografando sempre todos os dias durante as bienais do Rio e de São Pau_
“Tenho uma relação ótima com meus leitores. Eles amaram a ideia de Confissões e agora querem de todos os personagens!” Thalita Rebouças
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
lo. Inclusive, o livro “Confissões de um Garoto Tímido, Nerd e (ligeiramente) Apaixonado” foi escrito atendendo pedidos dos fãs. “Eu tenho uma relação ótima com meus leitores; eles me mandam sugestões, opiniões, resenhas, é o máximo! Eles amaram a ideia de Confissões e agora querem de todos os personagens!” revela a autora para a Geração Bookaholic. No Youtube.Com, há vários vídeos que mostram o entusiasmo do público com a escritora. Sobre esse carinho, e sobre a diferença entre o público adolescente e o público adulto, Thalita confessa: “Eu amo escrever para adolescentes. Eles são muito sinceros, apaixonantes e apaixonados. Quando gostam, gostam de verdade. A reação dos adultos é sempre menos efusiva. Adolescente quando me encontra me dá um abraço tão apertado que quase morro de tanto amor!” 2010 foi um ano especial para a escritora. Foi entrevistada pelo Jô Soares no Programa do Jô, participou como jurada no quadro Soletrando e escreveu um roteiro para quadrinhos para a edição em cores da revista Luluzinha Teen e sua Turma. Em janeiro de 2012, estreia o musical “Tudo por um popstar”, baseado em sua obra de mesmo título, com direção de Pedro Vasconcelos e roteiro de Gustavo Reis, tendo no elenco a cantora, atriz e dubladora Jullie. Em novembro de 2013 lança o seu primeiro livro infantil “Por que só as princesas se dão bem?”; cria uma versão de “Ela Disse, Ele Disse” com os personagens da Turma da Mônica Jovem, “Ela Disse, Ele Disse – O Namoro”. Aliás, em 2014 seus livros começaram a ser traduzidos para serem publicados em toda América Latina, e o livro “Ela Disse, Ele Disse” terá sua versão em mangá. Em janeiro deste ano passou a participar dos bastidores da segunda edição do “The Voice Kids”, junto com o apresentador André Marques. Assim que terminou a edição, a autora entrou em turnê de seu novo livro pelo Brasil, participando do programa Encontro com Fátima Bernardes, que trouxe vários leitores-fãs para participar da plateia.
Thalita tem sido uma escritora de sucesso e não é de hoje. Em 2011 ultrapassou a marca de um milhão de livros vendidos, marca que não para de crescer já que em novembro de 2013 atingiu (e ultrapassou) a incrível marca de um milhão e quinhentos mil livros vendidos, e hoje já tem mais de dois milhões de livros vendidos, se tornando a escritora nacional que mais vende para o público infantojuvenil no país, e uma das escritoras de maior sucesso no Brasil. E não para por aí. Se um livro faz muito sucesso quanto o dela, nada mais justo que seja adaptado para a TV ou para o cinema, certo? Certíssimo! E a autora também fala sobre isso conosco: “Estou muito empolgada com as adaptações para as telas de ‘Fala Sério, Mãe!’ e ‘Tudo por um Popstar’.” Aliás, Thalita também participa dessas duas adaptações e comenta sobre o assunto: “Em ‘Fala Sério, Mãe!’ eu faço só uma ponta. No ‘Popstar’, além de assinar o roteiro eu vou fazer a mãe de uma das personagens. Vai ser divertido!” A adaptação de “Fala Sério, Mãe!” para o cinema será estrelado pelas atrizes Larissa Manoela e Ingrid Guimarães, sob o título homônimo. Falando em adaptações, o livro “Fala Sério, Mãe!” foi adaptado para uma peça teatral em maio de 2014. O mesmo livro também ganhou uma adaptação televisiva no episódio “A Mamãe da Barra”, da série As Brasileiras. O episódio foi estrelado por Glória Pires e suas filhas Ana e Antonia Morais. Thalita também trabalhou no roteiro e fez uma participação especial no episódio. Outro livro seu que foi adaptado, desta vez para o cinema, é “Uma Fada Veio Me Visitar”, com o título “É Fada”, sendo estrelado pela Youtuber Kéfera Buchmann e por Klara Castanho.
Sobre o novo livro, Thalita está em turnê pelo Brasil, e apesar de estar muito atarefada em viagens para a divulgação, ainda arranja tempo para conversar com seus amigos leitores – e ainda para participar desta matéria, recebendo com muito carinho a Geração Bookaholic. Se você ainda não conhece, não se preocupe, pois vamos adiantar algumas coisas para você. O personagem principal, Davi, foi apresentado ao público leitor no primeiro livro, “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática”. Ele era o melhor amigo da ___
“Amo escrever para adolescentes. Eles são apaixonados. A reação dos adultos é menos efusiva; os adolescentes me abraçam tão apertado que quase morro de amor!”
personagem Tetê. O livro inteiro é narrado a partir da ótica de um garoto. O que é bastante interessante, pois além de narrar seus livros sob a ótica de adolescentes – o que já mostra uma desenvoltura e talento para criar as situações pertinentes ao universo deles – ela também o faz através dos olhos de um garoto, e que ainda por cima tem todo um universo particular: é um garoto nerd, adora games e astrologia. Sobre isso, Thalita nem pestaneja: “Criar o personagem e construir seus pensamentos e reflexões diante das situações enfrentadas foi muito tranquilo. O Davi já estava na minha cabeça, então desenvolver suas ideias e pensamentos foi fácil e delicioso.” E você pensa que foi complicado para a autora unir os universos da astrologia e dos games numa única mente? “Não”, diz Thalita. “Eu adorei!”. Os projetos “Confissões” não param por aí. A Thalita nos adiantou algumas coisas, em primeira mão, que a Geração Bookaholic fofoca para os leitores.
Thalita Rebouças
Vem por aí mais spin-offs. Desta vez, o personagem Zeca também terá sua chance de contar sua história. “Não posso contar muita coisa, mas o livro do Zeca vai demorar um pouquinho. Vamos encerrar a série com o livro dele. Antes, vem o livro da Valentina. Estou muito empolgada!”, diz Thalita. A escritora, que está sempre presente nas redes sociais, deixa uma mensagem especial para os leitores da Geração Bookaholic: “Tem que ler, gente! Faz rir, faz chorar e faz pensar! Leiam e escrevam pra me contar o que acharam”, encerra Thalita. Na próxima página você encontra um guia cronológico com todos os livros escritos pela autora. Divirta-se! ■
www.geracaobookaholic.blogspot.com
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Thalita lança seu primeiro livro infantil, “Por que só as princesas se dão bem?”, sendo muito bem recebida também por esse público. Em 2014 é a vez dos dois livros “Bia Não Quer Dormir” e “360 Dias de Sucesso”. Em 2015, mais dois livros são lançados. O primeiro deles é o último da série “Fala Sério!”, com o título “Fala Sério, Irmão/Irmã!”. O segundo é “Um Ano Inesquecível”, alcançando a marca de dois milhões de livros vendidos ao todo. Em 2016, Thalita chega às livrarias com o sucesso “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática”, enlouquecendo seus fãs.
Em 2000, Thalita publicou “Traição Entre Amigas”, que se tornou seu primeiro sucesso. Em 2003 foi a vez de “Tudo por um Popstar”, que será adaptado em breve para o cinema, com roteiro e participação da própria autora.
Em 2004 foi a vez de dar início à sua série de maior projeção, a série “Fala Sério!”, começando com “Fala Sério, Mãe!”. Em 2005, Thalita publica “Tudo por um Namorado”, que também tem projetos para receber uma adaptação para as telonas. Em 2007, o segundo livro da série “Fala Sério!” é publicado, com o título “Fala Sério, Professor!”. No mesmo ano, Thalita publica “Uma Fada Veio Me Visitar”, com adaptação para o cinema sob o título “É Fada”, estrelando Kéfera Buchmann e Klara Castanho.
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Em 2008, sai o terceiro livro da série “Fala Sério!”, com o título “Fala Sério, Amiga!”, e no ano seguinte, o quarto livro, “Fala Sério, Pai!”. Em 2011 é a vez de “Fala Sério, Amor!”. No mesmo ano, Thalita lança mais quatro livros: “Tudo Por um Feriado”, “Ela Disse, Ele Disse”, “Era Uma Vez Minha Primeira Vez”, e “Fala Sério, Filha! – A Vingança dos Pais”. Mas a produção da autora não para por aí. Sua inspiração está ativa mais do que nunca, e em 2012 ela lança “Adultos sem Filtro”. Em 2013, um spin-off de “Ela Disse, Ele Disse”, com o título “Ela Disse, Ele Disse – O Namoro”, com personagens da revista em quadrinhos Turma da Mônica jovem. Ainda em 2013, ___
“Vamos encerrar a série com o livro do Zeca. Antes, vem o livro da Valentina. Estou muito empolgada!”
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
Thalita Rebouças
Atendendo a pedidos, este ano Thalita saiu em turnê (e até o presente momento da produção desta matéria ainda encontra-se em viagens para divulgação do livro) de “Confissões de um garoto tímido, nerd e (ligeiramente) apaixonado”. A partir de 2009, seus livros começaram a ser publicados em Portugal pela Editorial Presença, iniciando com o livro “Que Cena, Mãe!”, publicando toda a série “Fala Sério!” e o livro “Tudo por um popstar”. ■
LETRAS FANTÁSTICAS Por Roberta Costa
Olá, leitores! Trago mais uma dica de leitura que me despertou a atenção. Vamos falar um pouquinho sobre “O Bosque das Faias”, da autora Amanda Bonatti. Recebi os capítulos iniciais desta obra e minha surpresa não poderia ter sido maior! Quem me conhece sabe que leio de tudo, mas que não me empolgo tanto com romances de época — eu sei, deve ser algum defeito de fábrica! — (risos). Logo nas primeiras páginas me percebi completamente mergulhada na história, fui envolvida de tal forma que devorei o material recebido em pouquíssimo tempo. A angústia foi tanta quando aquelas poucas páginas acabaram que corri para o Wattpad, que, para minha sorte, estava com mais capítulos publicados. Somos, no início, apresentados à Joana Hour e sua família. A protagonista é a mais velha dentre suas irmãs e, por isso, deve ser a primeira a se casar. Mas Joana possui personalidade forte e rejeita todos os possíveis pretendentes arranjados por seu pai, que vê no casamento de suas filhas uma forma de conseguir melhor posição social. Como Joana afugenta seus pretendentes? Para o desespero de seus pais e irmãs (que sonham com bons casamentos), ela tem bastante criatividade! O Bosque das Faias é um local bastante frequentado por Joana, que busca ali um refúgio para fugir da pressão da família, um lugar onde possa pensar, ler e ter um pouco de paz. É justamente nele que ela conhece o jovem Alexandre, que acaba por mexer com suas emoções de uma forma nunca antes sentida, mas claro que ela só percebe isso mais tarde. “A primeira impressão é a que fica?” Eles vão provar que não! Vale ressaltar que neste primeiro momento eles não ficam sabendo os nomes um do outro. Alexandre é amigo e cavaleiro de Philip Montier, sobrinho e herdeiro da propriedade mais rica da região, que em breve fixa-rá residência no vilarejo. Alexandre foi incumbido por Philip a chegar antes ao local e organizar tudo, inclusive um Baile de Máscaras e, para isso, seria necessário entregar os convites. Ao chegar à casa da Família Hour, após um mal entendido, ele acaba sendo confundido com o novo proprietário da mansão, sendo então convidado para um jantar para conhecer o patriarca da família e entregar o convite em mãos. Alexandre até tenta desfazer toda a confusão durante o jantar, mas todos estão tão empolgados com sua presença, ou melhor, com a presença de Philip Montier, e com a possibilidade de “empurrar” Joana para ele, que Alexandre não tem chance de falar a verdade. Um detalhe, Joana não estava presente neste jantar, e de tanto os pais falarem da jovem, Alexandre ficou curioso. A história vai se desenrolando, a mentira vai tomando proporções cada vez maiores, Alexandre descobre quem é Joana e fica bastante interessado na moça, para a alegria da família Hour, que ainda acredita se tratar do rico herdeiro. A questão é: Alexandre conta a verdade e perde a confiança da família Hour ou continua a mentir para poder cortejar Joana? Sobre continuar a leitura no Wattpad, posso dizer que minhas impressões estavam certas! Uma história cativante, com personagens fortes e de personalidades muito bem definidas, doses na medida certa de romance, aventura e comédia (sim, impossível não rir de algumas situações!). O enredo é maravilhoso e a escrita da autora é inebriante, você quer sempre mais! Leitura super recomendada! ■ 24
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REDESCOBRINDO O BRASIL Por Débora Falcão
Linguagem das Flores Já imaginou se comunicar com uma pessoa através das flores? Não? Pois saiba que isso é possível. E muito romântico também! Se o romance é a sua leitura favorita, então está na hora de redescobrir o Brasil através desta leitura viciante e apaixonante, em “O Que Me Disseram as Flores” da autora baiana Alane Brito. Angela é o personagem principal que, a princípio, o leitor odeia. Sim, pois é uma garota difícil, irritante, cheia de vontades e faz seu pretendente, William, comer o “pão que o diabo amassou”. Tudo para tentar se livrar de uma promessa de casamento que seus pais, amigos de longa data, fizeram antes mesmo de se casarem com suas esposas. Eles nem sabiam se teriam filhos homens ou mulheres, mas sabiam que, se um tivesse um filho homem e o outro uma filha mulher, eles se casariam. Desde a infância Angela se correspondia com William, já sabendo da promessa de casamento entre os dois. Mas, à medida que ela foi chegando à adolescência, parou de responder às cartas, tentando desencorajá-lo do casamento, que não mais a interessava, pois tinha se apaixonado por outro rapaz. O que ela não sabia é que seu pai enviava cartas a William em seu nome, para manter o arranjo. Até que William decidiu vim visitá-la e firmar o noivado. Infelizmente, encontrou uma noiva contrariada e decidida a fazê-lo desistir do casamento. William a amava, e não queria desistir tão fácil. Então, como ela não lhe falava, todos os dias ele deixava em seu alpendre uma flor, que falava com ela através de seu significado. Cada flor significava algo diferente, e Angela, por piores que fossem suas artimanhas, começou a esperar diariamente pela flor que receberia de William. A história é linda, e traz um pouco de melancolia também. A autora tem uma escrita fluida, os capítulos não são longos, são fáceis de assimilar, e a história se desenrola num crescendo, até que você passa a gostar também de Angela (porque de William estão todos apaixonados!). Quando chegamos ao ápice de tudo, ficamos comovidos pelas coisas que vão acontecendo no encerrar da história e em como ela termina. Uma história intensa e cheia de amor, carinho e paixão. O livro já havia sido publicado pela Editora Literata em 2014, e foi relançado pela Arwen em 2015. A diagramação está impecável, e a capa é linda, um primor de André C. S. Santos. “Um grande amor é realmente capaz de suportar tudo? Conheça a emocionante história de duas pessoas numa mesma batalha, mas que lutam por desfechos diferentes. E que vença o mais obstinado.” (trecho da contracapa). Para quem gosta de romance, e de histórias de época, é uma leitura muito recomendada. ■
PÁGINAS AO VENTO Por Ane Karoline
Gente Pobre Dona Maria Lúcia pariu duas vezes, mas criou três crianças. Duas crianças eram suas; nascidas de suas entranhas, geradas em seu ventre. A outra criança era fruto de outro ventre, de uma outra mulher que, assim como Maria Lúcia, tivera um romance marcante com o Luís da Cunha – pai das três crianças e de algumas outras que andavam por aí, Deus sabe onde. O filho dessa ficou para dona Maria Lúcia terminar de criar e, apesar de serem meioirmãos, ela não fazia distinção entre as duas meninas e o menino: onde come um, comem três. E comiam mesmo. Graças a Deus, estavam sempre alimentados – mesmo que ela não estivesse. A mais velha das meninas, nascida de dona Maria Lúcia, era a Luciana. Ela gostava que a chamassem de Lu porque remetia à Luz e fazia com que se sentisse especial, iluminada, e não precisava dividir isso com ninguém, seu nome, apesar de que era acostumada a dividir as coisas. Cresceu assim: dividindo tudo, sem saber. Não sabia que dividia porque, para ela, nada era dela – tudo era de todo mundo. Dividindo bem, todo mundo ganha um pedaço de bolo, uma peça de roupa e uma parcela de culpa. Letícia era uma das três amigas de Luciana, as outras duas eram: a irmã mais nova e a vizinha. As quatro tinham quatro coisas em comum: eram mulheres, eram pobres, eram fortes, eram felizes. De resto, não tinham mais nada em comum, eram opostas. Opostas que se alegravam em se ajudar – uma blusa emprestada aqui, um conselho ali, um restinho de rímel misturado com azeite, uma noite da pipoca, um consolo, umas broncas, umas brigas e uma certeza: iam se apoiar até chegarem lá – onde quer que fosse lá. O bairro era um daqueles não planejados, surgira da necessidade primeira de alguém: pertencer a algum lugar. Esse lugar, especificamente, era abarrotado de casas pequenas – com tetos baixos e gastos – envoltas em um emaranhado de fios que pendiam dos postes bambos. Dona Maria Lúcia morava sob um desses tetos baixos, do qual ela se orgulhava e não media esforços para manter tudo organizadinho: ser pobre não é ser sujo, ela dizia. Era a imagem que ela tinha de gente pobre: limpa. A vizinhança era de gente humilde, não pobre – pobre e humilde não é a mesma coisa. Era um povo assim: não deu certo hoje, amanhã vai melhorar; o governo vai mudar; alguém da família vai engajar; tudo vai se acertar. Um povo, operário, com muito em comum. As meninas, ousando e sob esforço, tiveram a chance de tomar um caminho diferente de suas mães – estudavam, levantavam bandeiras e iam para o samba no final de semana. Os meninos, incluindo o filhoenteado de dona Lúcia, seguiam tentando entender se gostavam ou não dessa conversa de mulher atrevida, enquanto as convidavam para um cinema, matando aula, na segunda-feira à noite, quando é meia-entrada para todo mundo. A segunda-feira do cinema e o samba do sábado eram quase democráticos: quase todo mundo tinha vez. Diante dos holofotes, talvez nunca seria a vez dessa gente: gente que sabe o peso que tem os novecentos reais no bolso no quinto dia útil do mês, mas nunca carregou a leveza de comer o que quisesse no meio do mês; gente que não ganha um carro aos dezoito, mas não deixa de ganhar um bolinho com guaraná no aniversário. Versátil, essa gente que lava a própria roupa, faz o próprio café, as próprias unhas e o próprio TCC. Esperta, essa gente que corre atrás de ônibus, de oportunidades e sonhos. E sonhar, que ainda é de graça, é o que salva essa gente forte que só tem a opção de fazer de si mesmo o seu próprio salvador. ■
Texto: Maria Lygia Fotos: Divulgação
“O crocodilo, como todos que viram escravos de uma ideia fixa, não passava de um burro.”
LOUCOS POR QUOTES
J.M. Barrie, em “Peter Pan”.
“— O que mais pode ser o amor? — O senso comum de querer muito alguma coisa muito boa. Não precisa estar relacionado por laços de sangue. Pode ser uma bola de praia vermelha ou uma fatia de torrada com manteiga. — Você está querendo me dizer que pode amar uma fatia de torrada com manteiga? — Somente algumas, senhor. Em determinadas manhãs. Sob determinados raios de sol. O amor chega e vai embora sem avisar.” Charles Bukowski, em “Notas de um Velho Safado”.
“Eu sei, eu sei. Você está com medo de cometer erros. Não tenha. Os erros podem ser proveitosos. Quando eu era jovem, Montag, eu atirava minha ignorância na cara das pessoas. Elas me surravam com varas. [...] Se você esconder sua ignorância, ninguém lhe baterá, e você nunca irá aprender.” Fahrenheit 451.
“Dê valor à sua juventude enquanto a tem. Não desperdice o ouro de seus dias dando ouvidos aos tediosos, tentando melhorar os fracassados sem esperança, ou desperdiçando sua vida com os ignorantes, os comuns e os vulgares; são estes os objetivos, os falsos ideais do nosso tempo. Viva! Viva a vida maravilhosa que há em si! Não deixe que nada seja perdido. Procure sempre novas sensações. Não tenha medo de nada.” Oscar Wilde, em “O Retrato de Dorian Gray”.
“Teríamos vergonha das nossas ações mais nobres se o mundo entendesse as motivações por trás delas.” Rubem Fonseca, em “E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto”
Matheus Peleteiro é autor dos livros “Mundo Cão”, “Notas de um Megalomaníaco Minimalista” e “Tudo que arde em minha garganta sem voz”. Os interessados podem adquirir o livro “Tudo o que arde em minha garganta sem voz” no site da editora Penalux. O “Notas de um Megalomaníaco Minimalista” nas lojas Cultura e Saraiva, e no site da Editora ___
Giostri. Já o livro “Mundo Cão” pode ser adquirido nas lojas Cultura, Saraiva e Amazon. Se preferir, pode-se adquirir quaisquer dos três livros entrando em contato diretamente com o autor através do email matheus_peleteiro@hotmail.com.
O autor/personalidade escolhe trechos de seus livros preferidos e compartilha com a revista.
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Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
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Por Juliana Cury
do mundo! E eu concordo... É linda mesmo! A livraria tem uma relação com a escritora J. K. Rowling. Apesar dela não comentar muito sobre o tempo que morou em Porto, dizem que ela frequentava a livraria enquanto finalizava o primeiro livro da saga Harry Potter e a usou como inspiração para criar a “Floreios e Borrões”, loja em que os bruxos compravam seus livros antes de irem para Hogwarts. Dizem ainda que J. K. muito se inspirou na cidade portuguesa para criar o universo mágico de HP. As suas obras têm um local de destaque na livraria.
Recentemente tivemos a oportunidade de conhecer duas famosas livrarias de Portugal: a Bertrand e a Lello. A livraria Bertrand é a maior rede de Portugal, mas o que a faz especial é a data de inauguração da sua unidade mais antiga: 1732!
Corredores espaçosos da Livraria Bertrand
A centenária livraria Lello está localizada em Porto. Fundada em 1906 pelos irmãos José e Antonio Lello, é reconhecida como a terceira livraria mais linda _
“A centenária livraria Lello é reconhecida como a terceira livraria mais linda do mundo!”
Espaço dedicado aos livros de J.K. Rowling na Livraria Lello
Porém, toda a fama trouxe um excesso de visitantes para o espaço, tornando praticamente impossível explorar o seu acervo. São turistas e mais turistas se espremendo pelos corredores! Hoje, a livraria até cobra uma entrada de 4 euros, que são dedutíveis no caso de compras no estabelecimento. ■
Juliana Cury Primeira unidade da Livraria Bertrand, de 1732.
Em 1732 a primeira livraria foi inaugurada na esquina da Rua Direita do Loreto com a Rua do Norte, em Lisboa, mas após o terremoto de 1755 que destruiu grande parte da cidade, ela reabriu no endereço que ocupa até hoje, na Rua Garret. Reconhecida como a mais antiga do mundo, a Livraria Bertrand continua a encantar leitores e turistas que têm parada obrigatória lá. Seu acervo é muito bem organizado e os espaços de circulação permitem ao leitor explorar os títulos com tranquilidade. Ela está dividida em salas, ligadas por corredores que dão um charme a mais ao local.
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Fachada da Livraria Lello, famosa por causa do livro Harry Potter
Vista superior da Livraria Lello, mostrando a famosa escadaria em espiral.
RESENHAS
Inicialmente eu achei que “Mundo Cão”, de Matheus Peleteiro, era a história de um garoto da favela que vence na vida através da literatura. Engano meu. Esta é uma ficção que não termina exatamente com um final feliz. Inspirado em Charles Bukowski, o livro nos traz reflexões sobre a nossa geração. Através de um pessimismo ponderado em sensatez, nos revela um pouquinho da história de cada garoto desse Brasil. Espirituoso e trágico, com escrita direta, o autor nos presenteia com sua obra. A história se passa em Salvador-BA e somos logo de cara apresentados à favela Roda-Vida, diante de um tiroteio Pedro Contino vê um conhecido baleado ao chão, é pequena sua comoção diante do corpo, e menor ainda na presença de outro corpo. Apesar de morar na favela, Pedro foi introduzido por seu amigo Luiz à literatura. Através da leitura, ele passou a perceber o mundo à sua volta de um modo diferente. Um de seus escritores preferidos é Bukowski, o qual passou uma importante lição, escrever é um prazer individual, é transcrever em letras e frases sensações, prazeres e desgostos que o mundo lhe passa, devolvendo o papel na mesma moeda. Contino primeiro recrimina o povo brasileiro, e depois sente inveja por eles se divertirem com tão pouco. É assim pois tem consciência das coisas. Reflete sobre o mundo, o Brasil e a favela. Há devaneios em meio a tanta podridão. Matheus conseguiu intercalar pensamentos em meio a conversas banais. No livro, Pedro se envolve com belas e loucas mulheres. Porém, nem tudo são flores. Ele é um personagem machista, não ao extremo, mas com ideias enraizadas em sua mente em com sua masculinidade ferida por pouca coisa. Quote: “Os romances que li não mostravam o amor como algo que fazia bem ao homem, pelo contrário, era algo que os consumia.” Há uma contradição aqui, Pedro gostava das mais loucas, mas preferia as outras. Chegou a um devaneio sobre como as putas eram superiores aos reles mortais, por simplesmente serem putas e estarem à margem da sociedade, sem se preocupar com a opinião alheia. Elas eram livres, sem amarras, diferente dele. Maria Lygia 7,5
Pensem naquele livro maravilhoso que desperta sorrisos a cada parágrafo. Eu pensei no “Trinta e Poucos”. Antonio Prata conseguiu, mais uma vez, juntar comédia, sensibilidade e uma escrita impecável em uma obra literária. Em “Nu, __
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de botas”, o autor trabalha sobre sua infância, e em “Trinta e Poucos”, como diz o nome, é a fase adulta. Como já é característica do autor, é um livro de crônicas leves, engraçadas e muito envolventes. Para Antonio Prata, qualquer acontecimento, por mais leviano que seja, pode se transformar numa história incrível e que vai prender o leitor do início ao fim. Claro que o humor é um traço muito forte nessa escrita, mas o autor fala (e muito bem!) sobre amor, amadurecimento, relações pessoais e desafios da vida adulta. Quando terminei de ler, eu tinha um sorriso no rosto e o desejo que a obra tivesse mais páginas. É daqueles que você não consegue parar de ler, mas não quer que acabe. Indico para jovens e adultos que estão procurando uma leitura para as férias ou para ler no caminho do trabalho. Não vão se arrepender! Juliana Cury 9,0
“Unidos pelo Destino”, de K. C. Bergamini, conta a história de Cristina, que teve sua vida marcada pela perda da família em um trágico acidente, passando a viver sob os cuidados de seu tio, que cada vez mais se entregava ao vício do álcool. Com o passar do tempo, o comportamento do seu cuidador se acentuou e, por muito pouco, após ser agredida, foi salva do pior por Yuri, este, um rapaz que ela não conhecia e nem sabia de onde veio. Ele foi preso por assassinato e ela seguiu sua vida, conseguindo se reerguer. Yuri cumpriu sua sentença e foi solto, aguçando ainda mais a curiosidade de Cristina sobre o desconhecido que a salvara anos antes. No decorrer da história, ambos se aproximam e passam a ter uma importância cada vez maior um na vida do outro, acabando por se apaixonarem. Contudo, deveriam dividir e vencer segredos e traumas profundamente enraizados em seus corações para que pudessem seguir em frente. Por que Yuri a salvou? Como ele sabia o que se passava na casa de Cristina a ponto de invadi-la no momento exato para salvá-la? Perdas, culpas, reviravoltas e muita emoção. Um enredo extremamente forte que nos mostra como vivências negativas podem reservar surpresas que mudarão para sempre nossa vida, porém, nem sempre de uma forma ruim. “Unidos pelo Destino” foi uma daquelas descobertas inesperadas, um verdadeiro presente da autora K.C. Bergamini. A capa e a sinopse já haviam me chamado bastante atenção, mas confesso que não esperava por seu desfecho! Foi uma daquelas leituras que nos deixam ansiosos por mais, quanto mais você descobre, mais se quer ler. A escrita da autora é dinâmica de fácil assimilação. Seus personagens têm personalidades muito bem definidas, podendo-se facilmente visualizar cenas e seus diálogos. Com certeza é uma leitura que merece ser apreciada por todo amante de bons romances. Roberta Costa 10,0
“O Beijo da Morte” é a primeira parte da trilogia “Sob a Luz das Galáxias”, da autora Judie Castilho, uma obra que mistura romance e ficção científica. Conta a história de Haysla, uma adolescente envolvida em um complicado triângulo amoroso em uma galáxia repleta de planetas habitados por diferentes tipos de pessoas. Haysla é o grande motor dessa história. Ela é a heroína e, de certa forma, a vilã também. Ela tem um temperamento muito forte, que em algumas horas nos deixa irritados e em outras nos faz torcer por ela enquanto se decide entre o todopoderoso Benjamin e o fortão, porém dedicado, Keynel. A história se passa em Frantila, onde fica o melhor colégio das galáxias. A partir daí conhecemos um universo cheio de povos com características físicas e poderes distintos. Sim, as pessoas possuem dons que os terraqueos não têm, além de desconhecerem a existência de outros planetas habitados. Apesar de o clima amoroso, principalmente o romance proibido entre Haysla e Benjamin ser o fio condutor da trama, faltou, para mim, equilíbrio entre o romance e o ambiente, que poderia ser melhor explorado. A obra vai agradar em cheio ao seu público alvo, mas eu queria mais da ficção científica e menos da parte amorosa da trama. Isso talvez tenha acontecido porque deve ter sido muito difícil para a autora construir todo esse universo, nomear cada raça, cada planeta, definir escalas de poderes, órbitas e tantos outros detalhes que tornaram esse livro bastante rico em sua ambientação. “O Beijo da Morte” é um livro capaz de agradar uma gama bastante variada de pessoas. Quem quer um romance dos bons vai encontrar uma ótima história, e quem prefere a ficção científica também vai se divertir bastante. Lerei a continuação, com certeza. Daniel Martins 8,0
AVALIAÇÃO 10.......................................... INCRÍVEL 9,0 a 9,5........................EXCELENTE 7,0 a 8,5....................................... BOM 4,5 a 6,5........................... REGULAR 2,5 a 4,0..................................... RUIM 0 a 2,0..................................PÉSSIMO
consegue levantar brilhantemente essa bandeira em seu livro que, muito além de sensível, é um livro que discute a política brasileira. Ane Karoline 9,0
A tragédia é banal, de tão banal que nem sempre é vista. Acaba se aconchegando nas entrelinhas das vidas dos que vivem tragicamente, criando amontoado de coisas que ficam subentendidas o bastante para que sejam reconhecidas, mas quase nunca entendidas. É assim que a tragédia pessoal de cada indivíduo pode ser, de alguma forma, reconhecida na tragédia estampada do outro: através das sutilezas que aparecem quando as entrelinhas são expostas. E é, também, nesse ponto, tão sutil e quase efêmero, que Lygia Fagundes Telles constrói seu livro “As Meninas” – no ponto de colisão entre o próprio caos e o caos dos outros. Das narradoras-personagens quase tudo se pode interferir e, ao mesmo tempo, nada. Como na vida, ao deslizar por entre as linhas – tão cuidadosamente escritas para soarem despojadas – tecidas por Telles, as coisas, a narrativa, as histórias e estórias são vistas por determinado e limitado ângulo – ora de Lorena, ora de Lia, ora de Ana Clara, ora do próprio leitor com seus conceitos e preconceitos previamente estabelecidos e intrínsecos ao que se é: cada indivíduo carrega consigo seus traumas, suas crenças e seu caos. Na desordem da mente das personagens, tão bem arquitetadas pela autora, é possível ver a influência que o coletivo cria no ser individual: a pobreza, a miséria, a sujeira, o colonialismo cultural, a corrupção, a violência, a ditadura – a da beleza e a política. Cada uma das meninas vivendo em um pensionato de freiras, vive seus dramas pessoais em comunhão com o drama geral. Lia, subversiva e corajosa, entrega-se à militância na esperança de que, no fundo, possa fazer alguma diferença para o mundo e para si mesma. No extremo oposto existe Ana Clara, órfã de uma mãe prostituta e de um pai que nunca conheceu, quando lúcida só pensa em conseguir deixar de ser escória; quando embriagada, pensa em tudo que lhe dói e no quanto gostaria de ser elite, como Lorena. Lorena que, pode representar a alienação daqueles que nada querem ver além de si mesmos, é quem, na verdade, alguma coisa acaba fazendo: ajuda as amigas na inocência de quem não pode se ajudar, serve aos outros como serviria a si mesma. Lorena, virgem, horrorizada com tudo o que fosse real, tão afastada do mundo, ao mesmo tempo tão comovida consigo mesma, é quem, em busca da veracidade, levanta o questionamento: ser ou estar? Quem é o que é está tão ocupado sendo que não pode, ao mesmo tempo, estar onde os outros o querem que esteja, e Telles ___
Intenso, devastador e maravilhosamente bem escrito: essas são as primeiras palavras que me vêm à mente ao pensar no último romance de Ian McEwan, publicado no Brasil. “Enclausurado” é narrado por um feto. Sim, isso mesmo. Por um feto, ainda sem nome, ainda sem ideia do mundo que o aguarda, ainda sem visão, que ainda está na barriga de sua mãe. (Vale dizer que a linguagem é bem formal, apesar do protagonista). Mas o que está deixando este bebê tão inquieto a ponto de narrar um livro inteiro? Sua mãe está em complô com seu tio para matar o seu pai. Quando eu li a sinopse pela primeira vez, fiquei chocada e não muito interessada. E preciso confessar: o que me motivou a ler esse livro foi participar de uma leitura do Wagner Moura. Depois que ele já tinha narrado o começo, eu sabia que precisava terminar, e foi uma escolha incrível. É uma narrativa com tensão a todo o momento, como o nosso narrador não enxerga, não ouve tudo que acontece e não entende muita coisa, é como se rolasse um mistério que precisamos desvendar. A escrita do autor é muito boa e precisa, e o que me encantou é o protagonista estar tão presente e, mesmo assim, não saber de nada, não poder fazer nada. Embora eu tenha ouvido opiniões de pessoas que não gostaram justamente do estilo de narrativa e da personagem principal, eu te indico a arriscar e tirar suas próprias conclusões e, quem asbe, se aventurar em outras obras de Ian McEwan. Juliana Cury 8,5
Não se assuste com o título e a capa. “Minhas Conversas com o Diabo” (o primeiro de uma série), de Mário Bentes, é uma antologia de sete contos baseados em lendas medievais sobre demônios conjurados pelo rei Salomão. É sobre o Demônio? Sim, porém vai muito além! Quais seus desejos mais profundos? O que realmente importa para você? Até onde iria para a resolução de seus problemas? Histórias de extrema profundidade, muito bem trabalhadas e de cenários dos mais varia_
dos, levando-nos a uma série de valiosas reflexões. Mas são apenas histórias sobre demônios, nenhuma novidade... Não se engane. Mário Bentes nos presenteou com personagens extremamente reais (sim, podemos encontrá-los em uma esquina qualquer ou até mesmo já conhecê-los), passando por situações também facilmente encontradas / relatadas em nossa sociedade, causando-nos envolvimento com cada um dos contos e despertando diversos sentimentos. Até onde vai o desespero do ser humano? Será mesmo que medimos as consequências de nossas escolhas? Acredito que “Minhas Conversas com o Diabo” trata justamente disso, às vezes a vontade é tão grande de conseguirmos algo que, juntamente com as frustrações e culpas acumuladas no decorrer da vida, apelamos e chegamos ao limite, sendo necessário uma conversa com nós mesmos para que possamos nos reorganizar e seguir em frente, decidindo o que realmente é prioridade em nossa vida. É uma leitura rápida e de fácil assimilação, a diagramação não deixa nada a desejar. Apresentação e Prefácio me fascinaram, perfeitos para preparar o leitor para adentrar o livro. Cada conto foi uma deliciosa surpresa, inclusive em relação ao seu desfecho. Estou muito curiosa e ansiosa pelo próximo livro! Roberta Costa 9,5
Quando se ouve falar em “O Livro do Destino”, de Raphael Miguel, pela primeira vez, logo vem à mente a obra japonesa “Death Note”, na qual um rapaz encontra um caderno onde pode escrever o nome de pessoas que deseja a morte. Nessa obra também há um livro superpoderoso e uma criatura que serve de guia para ele. As semelhanças acabam por aqui, pois o livro do destino é ainda mais poderoso e, enquanto a obra japonesa foca na fantasia e na investigação, essa aqui foca na parte moral e ética de como se lidar com tamanho poder. Presente ou maldição? Essa é a dúvida que paira na mente do jovem Eric. Ao receber o livro, ele primeiro imagina estar com um grande presente nas mãos, uma grande oportunidade, mas, com o tempo, isso se torna um problema tão grande que chega a colocar sua vida em risco. O livro enfatiza bem as relações familiares do garoto, principalmente com o falecido avô, aquele que lhe deixou o livro de herança. O livro é um daqueles “page turners”, pois você é logo fisgado pela história e quer saber no que vai dar. O autor “pega” o leitor de forma bem rápida, porém ele fica mais enrolado no meio, entre a descoberta do livro e o final, eu senti uma “barriga” na história. Você _
espera por grandes acontecimentos mas eles não vêm. Acho que faltou mostrar o livro sendo usado mais vezes nessa parte. Confesso que fiquei bastante surpreso com o final da obra. Mais até do que contar uma história, “O Livro do Destino” é um livro que provoca o leitor a pensar. A se colocar no lugar daquele garoto e imaginar: “O que será que eu faria no lugar dele?” Tem uma ideia interessante e um final de virar a cabeça, mas ficou devendo um pouco mais de ação. Também não gostei muito dos vilões da história. O tamanho proposto do vilão e o que ele acaba por fazer durante a história me soou meio incompatível. Daniel Martins 7,0
“Minha Obsessão”, de Érica Christien, conta a história de Zoe, uma jovem traumatizada pelo abuso sofrido pelo próprio padrasto. Nunca teve grandes sonhos e, após o ocorrido, a vontade de “ser invisível” se acentuou com o segredo. Ao ir trabalhar na Biblioteca Municipal, emprego conseguido por sua mãe, que tentava, em vão, fazer com que sua filha demonstrasse mais apreço pela vida, conhece Arthur, um jovem bonito e bastante sedutor por quem se apaixona rapidamente. Enquanto isso, aos poucos, Zoe começa a fazer amizade com os funcionários da Biblioteca, uma em especial, será de grande importância em sua vida, Eros. As coisas começam a dar errado quando a jovem percebe quem realmente é Arthur, mas já é tarde demais. Ela já está tão envolvida que acaba aceitando qualquer coisa para ter o mínimo de sua atenção, mesmo sentindo-se completamente desvalorizada e acreditando que não poderia ter nada melhor do que ele. Nesse meio tempo, toda a verdade sobre seu passado vem à tona, e após muito esforço de Zoe, de sua mãe e de seus novos amigos, nossa protagonista consegue se reerguer e dar um novo rumo à sua vida. Não tenho como falar muito da história sem dar spoilers, mas a leitura foi extremamente prazerosa. Tanto pela escrita da autora, que por ser fluida, fezme devorar o livro em poucas horas, quanto pela história em si, que trata de um tema extremamente sério, o abuso sexual, que muitas vezes ocorre dentro da própria casa e o agressor é alguém conhecido. O enredo foi muito bem elaborado e a personagem principal muito bem construída, seu sentimento de menos valia, assim como o de muitas vítimas, foi ricamente retratado, sendo quase que palpável toda a aflição em que vive e, mais ____
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Resenhas tarde, o alívio por vê-la melhorando foi acalentador. É impossível não se envolver e não se emocionar com a história. O que mais me chamou a atenção foi o enfoque dado à importância de se ter uma rede de apoio nesses casos. Se recomendo a leitura? Com certeza! Tanto pelo prazer de se ler uma boa história como pelas inúmeras reflexões que ela traz. Roberta Costa 9,5
Quando se pensa em Agatha Christie, logo se imagina um crime a ser solucionado. Um crime recente, ainda em tempo de prender os culpados. Não é isso o que encontramos em “Os Elefantes não Esquecem”. O livro é sobre a resolução de um caso que ninguém conseguiu provar se era um crime, um acidente ou um suicídio. Ao contrário do que se espera da autora, essa obra não é um thriller. Isso não quer dizer que seja um livro ruim, longe disso, apenas que não há praticamente nenhuma ação na história. Assistimos a uma grande investigação conduzida por Hercule Poirot, mas, principalmente por outra personagem, uma escritora inglesa de romances policiais chamada Ariadne. Ela se mostra bastante esperta em filtrar as informações obtidas em entrevistas com as mais diversas pessoas envolvidas com as vítimas do suposto crime. No final, quem acaba juntando as peças é mesmo o famoso detetive. Ao contrário do que alguns dizem, de que a autora costuma ocultar alguns fatos do leitor, tornando impossível a resolução dos casos em seus livros, não é o que acontece nessa obra. Todos os dados estão disponíveis para um leitor observador. A escrita fluida, as descrições ricas sem serem chatas e os diálogos consistentes fazem dessa uma obra gostosa de ler. Não é aquele livro que mudará a sua vida, mas dará boas horas de divertimento. Daniel Martins 6,5
Monalisa, caçula de duas irmãs, sempre teve uma relação conturbada com sua mãe, Minerva, que trabalhou bastante e criou, sozinha, as filhas. Após várias mudanças devido ao trabalho da mãe, decidiram permanecer em Chicago. Trabalhando em uma galeria de artes e sonhando em entrar _
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para a Faculdade da California, Monalisa vê sua vida tomar um novo rumo durante sua festa de dezoito anos quando, após um flagrante, acaba sofrendo um acidente. Ao receber alta e retornar para casa, descobre que pode fazer coisas antes inimagináveis. No início, acha a novidade o máximo, mas logo percebe que isso trará riscos incalculáveis àqueles que ama. Quando sua irmã descobre seu dom, a convence a deixá-la participar de tudo juntamente com mais uma amiga. O que Lisa não esperava era que as coisas sairiam de controle e trariam consequências catastróficas a todos. Achei o enredo bastante envolvente, a leitura fluiu com rapidez e facilidade. Os personagens foram bem caracterizados e foi perceptível o amadurecimento de Lisa, que no início da história me parecia apenas uma adolescente revoltada (depois vi que a situação era um pouco mais complexa). Os cenários onde ocorrem os principais acontecimentos foram muito bem trabalhados, era possível imaginá-los com riqueza de detalhes. Houve um momento da história, já mais para o final quando as coisas começaram a dar errado, que acredito que poderiam ter sido melhor trabalhadas; tudo foi acontecendo muito rápido e não consegui me envolver tanto. Ainda assim, o desfecho foi uma surpresa e tanto, realmente não esperava por isso! Capa e diagramação estão lindas, tudo feito com muito capricho e carinho para o leitor! Se recomendo a leitura? Claro que sim, certeza de que esse livro fará o leitor embarcar em seus próprios pensamentos, imaginando o que poderia fazer se também tivesse o dom de Lisa! Roberta Costa 9,0
É uma grande responsabilidade resenhar um grande clássico como a “Fundação”, de Isaac Asimov, considerado hoje um dos grandes pilares da ficção científica e colocando o autor como um dos três grandes do estilo. Logo nas primeiras páginas somos apresentados ao grande império galáctico e ficamos sabendo que esse império está com os dias contados. Pelo menos assim acredita Hari Seldon, especialista em Psico-História. Se você esperava uma obra sobre tecnologia e achava que o estilo necessita algum conhecimento científico para ser entendido, esqueça. Boas ficções científicas são justamente aquelas que utilizam o elemento humano como maior argumento. A Psico-História é uma ciência onde seria possível se prever o futuro analisando o comportamento das populações humanas, um conceito interessantíssimo que irá determinar a sequência da história. Por se tratar de uma trama que cobre períodos distintos do tempo, personagens vêm e vão, assim podemos conhecer mais ___
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sobre a Fundação em si, um grupo de cientistas isolados num planeta no final da galáxia para construir a enciclopédia galáctica. Sendo assim, pode-se até considerar-se que o livro não é uma história apenas, mas vários contos referenciando esse ponto em comum, que é a Fundação. “Fundação” é aquele tipo de livro que nos deixa mais e mais empolgados, nos fazendo ler mais depressa do que pretendíamos. Tem uma linguagem fácil e dinâmica, e dá uma aula sobre relações humanas em geral. Não tem como dar uma nota mais baixa. É, sim, um grande clássico, e entra na seleta lista dos livros que todo mundo deveria ler pelo menos uma vez na vida. Daniel Martins 10,0
“Corações Destinados”, de Ingrid M.S., conta a história de Bianca, que perdeu sua mãe no parto e seu pai nunca se recuperou do ocorrido, culpando-a pelo acontecido e a tratando sempre muito mal. Violência física e psicológica foram duas constantes em sua vida, que só não foi pior devido à proteção de seu irmão mais velho, Bernardo. Quando adolescente, nossa protagonista vê seu irmão ser expulso de casa pelo próprio pai e passa a esperar ansiosamente pelos seus dezoito anos, quando enfim poderia sair de casa e deixar para trás todo o seu sofrimento. O dia tão sonhado chega, e Bianca pode então se encontrar com seu irmão, passando momentos extremamente felizes e sentindo a esperança de uma vida melhor brotar em seu peito. Contudo, um telefonema a faz perder o chão ao se dar conta da tragédia que acabara de acontecer, fazendo-a mergulhar em um mundo preto e branco, completamente perdida. É quando conhece Gabriel, que logo se torna seu anjo protetor. Desta convivência nasce um sentimento tão puro que fará reacender a chama da esperança em sua vida. Claro, alguns desencontros ocorrerão, até que, enfim, possam viver esse amor. O que falar desse livro? Cenas fortes que me emocionaram a ponto de me fazerem chorar, tanto de tristeza quanto de alegria. Uma história de amor linda e apaixonante, daquelas que não queremos parar de ler. O tema “violência familiar” é abordado de forma incrível, com cenas angustiantes e bastante reais (infelizmente, sabemos que o fato é mais comum do que gostaríamos), fazendo-nos refletir sobre nossa própria vida e nossos problemas. Outro tema que sempre nos leva a inúmeras reflexões é o “ato de perdoar”, que nossa querida autora trabalhou lindamente, fazendo-nos perceber como precisamos disso em nossas vidas (não estou dizendo que é __
algo fácil, mas que é necessário e que precisa ser trabalhado para o nosso próprio bem). Toda família tem seus segredos, e a de Bianca não seria diferente. Fiquei surpresa com o desfecho da história, que me fez entender muito do comportamento do seu pai. Uma leitura que recomendo a todos, não apenas pelo romance, mas, principalmente, pela riqueza dos temas abordados! Roberta Costa 10,0
“O Corvo Negro”, de Lucas de Lucca, é um livro que prende nossa atenção do início ao fim e nos deixa ansiosos pela continuação. É também um livro que nos faz gostar de um personagem super frio. Ele vai contar a história de Ukel, um garoto simples, que mora com sua mãe, até que um dia ele vai observar a chegada dos refugiados e acaba conhecendo Faren, um garoto órfão que se vira como pode. Só que acaba acontecendo um ataque a esses refugiados; Ukel e Faren vão ajudar uma jovem elfa chamada Merienir, que acabou de perder seus pais e querem matá-la. É deste ponto em diante que os três se tornam amigos e, com o passar do tempo, eles se tornam o clã de ladrões mais temido até pela guarda real. Só que um dia, a sorte não esteve a favor de Ukel e ele acaba sendo preso e levado às celas do castelo e mantido lá por alguns dias, até que o rei vai visitálo com uma proposta de trabalho, cobrar o dinheiro aos cidadãos de Gor. Ele acaba aceitando e se torna um cobrador de impostos e, nas horas vagas, um ceifador junto com seus amigos. Ukel começa a se modificar e as coisas começam a mudar. O livro vai contando toda a trajetória de Ukel, com sua personalidade fria e calculista, cheio de suspense, mistérios e algumas paixões. Não sabemos muito o que esperar das próximas atitudes dos personagens, e isso é o que instiga na leitura. Suelane Passavante 8,0
Rodrigo de Oliveira consegue prender a nossa atenção com “Os Filhos da Tempestade”, uma história envolvente recheada de suspense, mistérios e até um romancezi___
nho. De início conheceremos a história da Carol Smith, uma jovem que foi presa por acharem que ela praticava bruxaria. O juiz Sewall, não querendo chegar a um veredicto, a envia para Roma para que a decisão seja tomada, porém, no meio do caminho, algo misterioso acontece. Em seguida seremos apresentados a Tiago, um adolescente que fará sua primeira viagem de avião sem os pais, junto com Murilo e Manoel, seus melhores amigos do conservatório, sua paixão Cíntia e outros colegas para Los Angeles, onde iriam participar de um concurso. Eles embarcam rumo aos seus sonhos com seus professores e outras pessoas, mas a aeronave tem que encarar uma imensa tempestade e o avião cai. Tendo como sobreviventes apenas os adolescentes, eles vão parar numa ilha deserta. Não tão deserta assim, pois eles irão encontrar Juan, que de início irá ajudá-los a sobreviver na ilha e contará sua história. Muita coisa será explicada e muitos mistérios os cercam. Posteriormente conheceremos Melina, uma adolescente que está viajando com sua avó para conhecer o Triângulo das Bermudas. E a embarcação em que elas estão enfrentará uma tempestade e Melina vai parar na ilha, onde muita coisa irá acontecer e os mistérios serão desvendados. O que Melina tem de especial? Quais os segredos dessa ilha? Suelane Passavante 9,0
“O Retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde, é conhecido por muita gente. Muitos já assistiram às várias adaptações do livro para o cinema e às livres adaptações em que o personagem Dorian aparece, mesmo sem ser sua própria trama criada por Oscar Wilde. Milhares de pessoas gostam de postar em suas redes sociais frases que o autor utiliza em sua obra, principalmente através da boca de Lorde Henry, que representa a si mesmo e fala de suas próprias opiniões e de sua observação filosófica da política e cultura inglesas de sua época. Mas poucas dessas pessoas realmente leram “O Retrato de Dorian Gray”. Algumas buscaram ler a obra após ver os filmes, e acabaram se entediando ou se apaixonando antes do livro acabar. É o que esta obra faz. Para quem tem paciência com a escrita da época, com parágrafos muito longos, se surpreenderá com a filosofia sarcástica e ácida de Wilde embutida aqui e ali, e sua visão de mundo. Já quem não suporta esse tipo de leitura ficará entediado logo nas primeiras cinco páginas, e não conseguirá levar o livro _
adiante. De qualquer maneira, “O Retrato de Dorian Gray” é um livro pequeno, mas cheio de conteúdo, e, para mim, é um dos meus livros favoritos. Se eu tivesse que escolher cinco livros para tê-los na minha estante, sem nunca me desfazer, e que serviriam para a minha vida, não para entretenimento somente, mas para eu ler de vez em quando, nem sempre os mesmos trechos, e que eu pudesse marcá-los com as partes mais importantes e impactantes, com certeza “O Retrato de Dorian Gray” estaria nesta lista. O livro conta a história de um jovem belo que é confrontado com as ideias de Lorde Henry sobre a juventude e beleza, e ele fica obcecado por não perder essas duas características que o definem. Então, após ter seu quadro pintado por um artista, faz um pacto sobrenatural, e se conserva jovem para sempre, sendo seu retrato, guardado no porão, quem sofre as consequências do tempo e também dos atos do verdadeiro Dorian. Um grande livro, que merece ser lido por todas as pessoas. Obviamente que nem todas irão entender todos os seus pormenores. É um livro raro, que tem como característica o “conhecimento cebola”, isto é, em camadas. Muitos compreenderão as ideias mais superficiais, alguns conseguirão compreender algo mais aprofundado, mas poucos chegarão às camadas mais profundas. Pode ser um exercício mental para muita gente. Um dos melhores clássicos que já li, sem dúvidas. Débora Falcão 9,0
Em “Violeta não sabe amar”, de Lucinei Campos, iremos conhecer a história de Violeta, uma adolescente de quinze anos que não acredita no amor. Ela viu seus pais se separarem e passou a crer que o melhor é estar só, e que o amor não vale à pena, pois começa às mil maravilhas e depois acaba. Ela tinha dois amigos: Duda e Nicolas. A Duda era completamente o oposto dela. Duda acreditava no amor, como a Violeta dizia, e toda semana se apaixonava por alguém. Isso incomodava Violeta, mas ela não saía do lado da amiga. Duda, assim como Violeta, tinha os pais separados; a diferença era que o pai havia abandonado ela e sua mãe, e nunca mais apareceu, mas Duda tinha esperanças de encontrá-lo um dia e sempre pesquisava na internet algo que pudesse levá-la até ele. Nicolas é aquele adolescente nerd, gosta de desenhos japoneses e, por morarem perto, sempre passava na casa delas para irem juntos à escola. O Nico sempre levava biscoitos de baunilha para alimentar Violeta, um fato interessante. Duda, com suas paixonites, acaba se apaixonando por Rodrigo e começam a namorar. Isso acaba contrariando Violeta, pois não acredita _
que ele está sendo sincero. Então, ela decide encontrar algo que mostre a Duda o quanto ela estava errada em relação a Rodrigo. Muitas coisas irão acontecer no desenrolar dessa história, inclusive Violeta terá suas dúvidas com relação a esse sentimento chamado amor. Situações irão balançar a amizade desse trio e haverá uma reviravolta surpreendente. É o tipo de livro que você pode ler a qualquer momento, inclusive se tiver de ressaca literária, pois é um livro divertido e fluido de se ler. Suelane Passavante 9,0
“A Vez de Anne”, de Mônica Meirelles, conta a história de Anne, uma gaúcha bastante animada e divertida, que adora curtir a vida, mas descobre que o namorado Vitor a está traindo com a “melhor amiga”. Dois meses após terminar o namoro, ela, sua amiga Lucy e sua família viajam para o Rio de Janeiro para aproveitar o carnaval. Lá ela conhece o Daniel, um cara um pouco mais velho do que ela, médico e com uma vida já formada. Ele mexe bastante com os sentimentos de Anne, e é nesse momento que ela descobre estar grávida de seu ex. Apesar da descoberta, ela decide aproveitar os dias que ainda restam no Rio e, a partir daí, vemos a química que rola entre ela e Daniel, que vai além de sexo: é amor à primeira vista. Brian, irmão de Anne, resolve contar aos pais e, consequentemente, a Vitor que ela está grávida. Então, quando ela volta para sua cidade, acaba tendo que enfrentar os pais, o ex e tudo o que uma gravidez inesperada exige. Os dias vão passando, Daniel não dá notícias e ela resolve dar uma chance ao Vítor e, assim, seguirem como uma família. Só que, estando ela já com alguns meses de gravidez, Daniel aparece na cidade, reacendendo a chama do sentimento dentro de Anne, sentimento este que estava adormecido. É um romance que traz como subtemas a superação e a força de uma amizade verdadeira. Suelane Passavante 9,0
Sabe aquele livro que você lê em meia hora, que prende a tua atenção do início ao fim e que, quando termina, você pensa: “Poxa, já acabou? Quero mais!” Pois é. “Pe_
daços de Mim”, livro de mircocontos escritos pela autora Rô Mierling, autora de “Diário de Uma Escrava” (entre outros livros) é fascinante e envolvente. Ela irá trazer vários microcontos de horror/terror, que de certa forma nos fazem refletir, pois traz uma certa realidade. A escrita da autora é excelente. O livro é dividido em três partes: 1. Pedaços de Mim, onde encontraremos os microcontos da autora; 2. Convidados do Funeral, onde encontraremos outros autores; 3. Epitáfios, com frases de autores antigos e bastante conhecidos, como Oscar Wilde, Stephen King, entre outros. A diagramação do livro foi muito bem elaborada, complementando todo o contexto do livro. Suelane Passavante 9,0
“Amanda bateu o olho em Lauro e achou a presa fácil”. É assim que começa o livro “Às Vezes o Buraco é Mais Embaixo”, de Johann Heyss, publicado pela Editora Patuá. O leitor bate o olho e pode achar o livro fácil. Depois, direto. Estranho e inexplicável também podem ser palavras que o definam depois de algum tempo. A questão é que este livro, sem sombras de dúvidas, é surpreendente. Eu não acreditei quando li isso na orelha do livro, mas realmente me surpreendi. O livro não é fácil de se ler, mas tem a capacidade de prender o leitor até o fim. As dificuldades da trama vão num crescendo, como num jogo – afinal, este livro é, realmente, uma “história-game”, em que se vão ganhando pontos. Mas uma história que prende e que pode te deixar com um gosto amargo no estômago, ou talvez, ao contrário, com uma euforia inexplicável. Amanda e Lauro são completamente diferentes, e são essas diferenças que pegam o leitor. Amanda tem a personalidade forte, o que vai deixar a trama ainda mais intensa. A linguagem do livro, a escrita de Heyss, é um misto de popular com gramaticalmente bem construída, o tipo de escrita que você sente falta em alguns livros modernos. O livro não é muito longo, duzentas e dezesseis páginas, e passa fácil depois de começar a ler. A capa é difícil de assimilar e, confesso, se a visse numa vitrine, não compraria o livro. Ela me lembra as capas de livros didáticos de matemática quando eu estudava no Ensino Médio. De qualquer maneira, o miolo do livro surpreende após a capa. Débora Falcão 7,5
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Resenhas
“Improvável Destino”, da Lú Santos, me deixou muito feliz em saber que tem autores muito talentosos em nossas terras. De cara, amei a capa, e foi por isso que comecei a lêlo. Sem saber o que me aguardava, e, por sinal, acredito que essas sejam as melhores experiências literárias, fui sem nenhuma expectativa e a história me emocionou. A história de Helena é contada de quatro perspectivas, sendo os pontos de vistas de Helena e Marcos os mais usados. Os outros dois são usados em momentos específicos, que não posso falar por causa de spoiler, mas posso dizer com propriedade que foram usados com muita inteligência. Eu amei este livro. Não esperava nada do que ele contém e fiquei extasiada por ser tão bom. Se quiser saber mais sobre ele, há uma entrevista com a autora aqui mesmo nesta edição, na seção Estantes. Flora DeAbaco 8,0
“Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, do escritor sueco Stieg Larsson, traz uma trama policial envolvente. Um dos meus estilos de leitura preferidos, eu não conhecia o autor e resolvi ler o livro por causa de uma das nossas colaboradoras, que escreveu há algumas edições atrás a seção “Letras Imortais” sobre o autor. Fiquei curiosa e comprei o primeiro livro da trilogia Millenium. Mas levei muito tempo para ler, pois quando comecei, acabei me desmotivando com a leitura por um motivo muito simples: não consegui me acostumar com o estilo do autor. Durante anos li livros de Agatha Christie e outros autores do ramo, e sempre têm o mesmo estilo, e acabei me esquecendo de como era, depois de tanto tempo sem ler este gênero. O livro trazia, no prólogo, um acontecimento que me prendeu a atenção. Mas depois, os personagens pareciam tão desconexos, e a história parecia se perder do que aconteceu no início, que me senti desmotivada depois de tantas páginas. E abandonei a leitura. Li outros livros, e depois, quando só tinha aquele, acabei dando mais uma chance. E não me arrependi. O livro me prendeu de tal forma que não consegui mais largá-lo. Eu só precisava ter um pouco __
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de paciência. Exatamente na página onde havia largado o livro havia a conexão dos personagens, bastava eu ter lido algumas linhas a mais e pronto, eu estaria totalmente presa. E fui até o final, num mistério totalmente envolvente, imprevisto, cheio de revelações. Não consegui largar o livro até que tudo se resolvesse. Às vezes, é preciso decodificar a escrita do autor, e nos tornarmos o “leitor daquele autor”. E assim, saberemos ler e aproveitar aquela leitura. Sem dúvidas, a trilogia Millenium me conquistou, e indico totalmente o livro para quem gosta de ficção policial – e para quem não gosta também, tenho certeza que ficará vidrado e se apaixonará por este tipo de leitura. Débora Falcão 8,5
Em um apanhado de relatos sobre um vilarejo que desapareceu com o tempo, o escritor Raphael Montes conta como todas as ações dos moradores do pequeno lugar contribuíram para que o mal chegasse a suas casas. A cada gesto de proteção, cada uma das pessoas acaba cometendo um pecado que, pela ocasião, era necessário, mas também muito errado. Aos poucos, as mortes começaram a acontecer, e a pequena população foi reduzindo, até não ter mais uma alma viva para habitar o pequeno vilarejo. Renata Vasconcelos 8,0
“O Senhor da Chuva”, de André Vianco, é um dos livros que mais gosto do autor. Na verdade, comecei a leitura dos livros de Vianco por este livro específico, e não me arrependo. A história começa com o anjo Thal, um guerreiro que é responsável por guardar uma boa senhora fiel, que vive sozinha num lugar perigoso. E é neste lugar que um vizinho de porta, Gregório, um jovem imaturo, resolve passar a perna num traficante de drogas. Este traficante vai visitá-lo e Thal percebe que há dois demônios acompanhando-o. Por um breve momento, Thal se descuida de sua protegida para ajudar Gregório, e ela morre. O que não adianta muito, pois Gregório é saraivado de balas num beco ao tentar fugir. No mundo invisível, Thal também acaba ferido numa luta com os demônios, e, numa tentativa deses_
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perada, Thal quebra as regras e entra no corpo de Gregório sem sua permissão. É neste momento que Gregório começa a ser curado por Thal, mas Thal só pode sair quando Gregório dorme. Essa atitude acabou por dar direito aos demônios de desafiar Thal para a Batalha Negra, uma guerra com consequências desastrosas para os humanos, e cuja participação pelo lado dos anjos dependerá de Thal conseguir convencê-los a lutar. Do outro lado, o número de demônios cresce. Enquanto isso, Gregório, que não sabe que carrega um anjo dentro de si, se refugia na fazenda de seu irmão Samuel, e descobre que algo diferente está acontecendo consigo, principalmente em dias de chuva. Sabe aquele livro que não tem muitas páginas, mas que não precisa ter mais páginas do que tem? E que a leitura é fluida e repleta de cenas de tirar o fôlego? Esse é “O Senhor da Chuva”. Às vezes, me refiro a este livro como se ele fosse um filme, de tão boas que são as descrições dos acontecimentos. Eu esqueço que é um livro e acabo me confundindo, dizendo: “Lembra daquela cena?” ou “Lembra daquele filme?”, e depois me lembro que era o livro. Geralmente eu tenho essa sensação com os livros de Vianco, e “O Senhor da Chuva”, sem dúvidas, é um dos melhores, até porque ele deu origem a uma das sagas mais importantes da vida do escritor: “Os Sete”. Minha única ressalva é com relação aos diálogos; definitivamente, não são o forte do autor. Às vezes me pego lendo uns diálogos totalmente irreais, bobos, que não acontecem na vida real, ou com muitos clichês. De qualquer maneira, nada que atrapalhe o enredo. Débora Falcão 8,0
Publicado pelo selo “Calíope”, criado pelo próprio autor, o livro “Estrela da Manhã”, de André Vianco, conta a história de Raphael, que resolve buscar ajuda após sofrer bullying de um valentão por muito tempo sem ninguém a quem recorrer. Essa ajuda veio através de um aplicativo de internet, que oferecia proteção por um preço baixo. Ele acaba assinando, mas não sabe que está contratando uma entidade como seu protetor. Após dar os nomes das pessoas que o estão incomodando, Raphael nota que cada pessoa listada está morrendo. Desesperado, o jovem garoto tenta impedir ou atrasar seu protetor de completar a missão, o que pode acabar comprometendo sua sanidade e atingindo seus entes queridos. Um livro que, como sempre, prende a atenção do leitor do início ao fim, mostrando a veia do terror sobrenatural do autor. Renata Vasconcelos 9,0
“Empreendedoras de Alta Performance” é um livro com a coordenação editorial de Tatyane Luncah e Vanessa Cotosck. Ser empreendedora no mundo dos negócios onde a maioria é do gênero masculino é algo complicado. Por um outro olhar, mulheres empreendedoras mostram sua trajetória de conquistas até se tornarem bem sucedidas nos seus negócios, se mantendo presas a um ideal e seus imaginários de um negócio certo. Renata Vasconcelos 7,0
“Dexter – A Mão Esquerda de Deus” foi uma surpresa para mim. Eu já conhecia a série de TV de ouvir falar, e resolvi dar uma chance ao livro quando, em um passeio pela Praça do Sebo do Recife, encontrei a coleção completa num dos boxes. Comprei o primeiro livro e me apaixonei completamente. O que é uma contradição, já que o protagonista Dexter é um psicopata assassino. O interessante da história é que Dexter foi criado por seu pai, um policial competente e honesto, que identificou sua psicopatia quando ele era uma criança e sentia impulsos de matar um animal, como um coelho, um cachorro, etc. O pai o levava, frequentemente, para caçar, para que o garoto pudesse matar e suprir seus desejos. Quando cresce, Dexter se torna o especialista em sangue no departamento de homicídios da polícia de Miami, e utiliza seus conhecimentos para ajudar a polícia e, quando o assassino não é preso, ele aproveita para saciar seu desejo de matar. O personagem é cativante, e o primeiro livro da série corresponde à primeira temporada da série de TV, com algumas livres criações por parte dos produtores do seriado. Um ótimo livro para quem curtiu o seriado, e um ótimo livro para quem gosta de romances policiais cheios de mistério e segredos. Com certeza, Dexter é um personagem apaixonante, pois o conhecemos por dentro de sua mente, com a narrativa em primeira pessoa. Vamos conhecer a Necessidade. Débora Falcão 8,5
MANUSCRITOS
“Não se engane, é só nos contos que um simples relato ganha ares de aparição e de brevidade, é só através deles que se pode dizer muito, falar do que é mais essencial valendo-se de poucas palavras, que se pode testemunhar ao infinito a beleza do instante. Em cada um desses dezesseis contos, você tem o melhor da narrativa contada, o impossível tornado verossímil graças ao milagre da imaginação em cumplicidade com a boa técnica da literatura. Em cada um desses dezesseis contos temos personagens ricos com os quais nos envolvemos e nos surpreendemos a cada página, além de reflexões e histórias incríveis que, podem ter certeza, nunca sairão do imaginário do mais cético e racional dos leitores.” O livro “Quilômetro Cinza – e Outros Contos de Cabeça”, do autor Rob Camilotti, está disponível para compra no site da Amazon em formatos impresso e digital. Ane Karoline
Bianca nunca teve uma vida fácil. O pai a culpa pela morte repentina da mãe devido a complicações no parto, tratando-a como uma assassina e entregando-se ao vício do álcool. É por isso que Bernardo, o filho mais velho, dedica-se a proteger a irmã, pelo menos até ser expulso de casa. Aos dezoito anos de idade, Bianca finalmente vai morar com o irmão, determinada a esquecer o pesadelo em que vive. Porém, quando as coisas parecem estar se ajeitando e ela está prestes a alcançar a tão sonhada felicidade, um acontecimento infeliz interrompe seus planos. É neste momento que Gabriel aparece como um anjo disposto a resgatá-la da escuridão. Ele mostra a Bianca que a força do amor é capaz de curar as mais profundas feridas. Mas para isso ela só precisa se abrir para o perdão. Disponível para compra no site da Amazon. Roberta Costa
Natasha Lopes é uma lenda viva, uma assassina procurada em vários países, e no momento tem um alvo importante: André Armand, filho do advogado morto um mês antes – por ela mesma. O mesmo cliente a contrata. O motivo: a empresa Armand & Associados está investigando e chegando muito perto de desmascarar a empresa de Monjardim, o contratante de Natasha. O problema é que ela se apaixona por seu alvo, algo inadmissível para ela. Natasha, neste livro, conta sua história desde o início, seu passado de abusos e sua vida de prostituição infantil para sobreviver nas ruas, e em como se tornou uma assassina diferente: ela usa os instintos mais básicos de seus alvos para eliminá-los. Isto porque ela se tornou mestre em manipular esses instintos em sua vida, bem como a anulá-los em si mesma. Até que se torna vítima de seus próprios instintos. Assassinos têm honra? Esta é uma pergunta que Natasha faz a si mesma em determinado momento de sua vida. Intercalando narrações da própria Natasha com recortes de jornais, trechos de cartas e de depoimentos policiais, “Instinto” é uma história de tirar o fôlego. E se você não tiver estômago para encará-la, é melhor seguir o conselho da própria Natasha no primeiro capítulo: “Não passe daqui”. Disponível para leitura gratuita no Wattpad, da autora Débora Falcão. Classificação indicativa: 18 anos. Flora DeAbaco
Romance histórico, “O Bosque de Faias” se passa na França de 1816. Joana é uma jovem francesa do século XIX, criada no seio de uma família pertencente à burguesia. Em uma época em que os pais ditavam as regras e firmavam acordos nupciais unicamente baseados em dotes e interesses, ela precisará usar de toda a sua força e rebeldia para alcançar o que quer. Disponível para leitura gratuita no Wattpad. Roberta Costa
Não grite, eles adoram gritos. Não duvide. São dentes de tubarão. Mas se você já viu; se já ouviu suas vozes; se eles disserem que você serve; já deve ser tarde demais. E se for tarde demais... Bem... Espero que a gente chegue a tempo. Do que? Nem nós sabemos. P.S.: Caso você receba mensagens dos meus amigos, e possa se comunicar com eles, avise que a Ilha é um lugar i.” Disponível para leitura gratuita no Wattpad. Roberta Costa
“Sombras do Passado”, de Luh Celestty, conta a história de Beatriz Mitchell, uma mulher extremamente fria e arrogante, presidente de uma grande agência de publicidade, Vision, e casada com o lindo e sedutor Alexandre. Ela sempre consegue tudo o que quer e, na maioria das vezes, para tal passa por cima de outras pessoas, desprezando-as e humilhando-as. Quem a conhece não consegue acreditar que ela possa viver tão amargurada tendo o status e o casamento feliz que aparentemente tem. Sendo linda e milionária, é difícil acreditar que ela precise de qualquer outra coisa na vida. Mas não se engane com o casamento perfeito, pois ele esconde segredos incapazes de serem imaginados e, apesar de parecer um bom homem, Alexandre Mitchell nem de longe é tão bom assim. Amiga de Lara, Beatriz descobre que nem mesmo as melhores amigas são para sempre, e que sua vida nada mais é que um túnel onde parece não existir luz. Vivendo uma sequência de fatos trágicos, Beatriz decide que o amor não existe mais para ela, se fecha em seu próprio mundo e se torna uma pessoa extremamente calculista e incapaz de amar. Porém, um dia, o destino vem lhe mostrar que nem tudo está perdido, e que pode haver uma luz no fim do túnel escuro que vive seu coração. Seu caminho se cruza com o de Allan Taylor, um jovem extremamente bonito e atraente, e imediatamente tudo isso parece mudar. Página do livro: FB/CellestyLuh. Disponível para compra nos sites das livrarias virtuais da Saraiva, Livraria Galileu, Travessa e Cia dos Livros. Daniel Martins
“Oi. Meu nome é Mariana, acho que você não me conhece. Se você está len-do essa mensagem, preste atenção. Preste atenção, pois pode ser a sua única chance de escapar. Se aparecer uma sombra aos seus pés, se ela for azulada ou verde, corra. Corra como se sua vida dependesse disso, pois essa é a verdade. Não adianta usar o celular. ___ Envie o link para compra do seu livro, acompanhado de uma foto em alta resolução (em arquivo JPG e 300dpi – legendada e com créditos do fotógrafo), a capa do livro (alta resolução) e sinopse (em arquivo de texto), para o endereço de email manuscritosbookaholic@gmail.com
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Por Débora Falcão Toda menina sabe que as princesas dos contos de fadas contam com a ajuda milenar das fadas. Em geral, elas adotam as princesas logo ao nascer, ou no despertar da juventude, quando o amor está prestes a surpreendê-las. Chamadas fadas madrinhas, presenteiam suas meninas de acordo com o que mais necessitam. O que nenhuma menina imagina é não ser princesa no mundo de alguém, ou não ter alguém como uma fada madrinha para contar os seus segredos e aventuras sobre suas próprias vidas! Tati vai descobrir isso como ninguém!
Gisele F. C. Godoi, 29 anos, é casada com o escritor Alex Godoi. Leciona nas séries iniciais da educação fundamental há oito anos, e atualmente na rede municipal de Piracicaba. Gisele é apaixonada por arte. Realizou por vários anos cursos de artes, como dança, teatro, pintura, fotografia, mas é na literatura que melhor se realiza. É poeta membro da SOLL – Sociedade Literária Limeirense – na qual atua como Diretora de Eventos. Recebeu o prêmio de Honra ao Mérito no concurso Cidadão de Poesia em 2015. Participou de três coletâneas de poesia: “Poetas Falando de Amor”, “Verso Amigo I”, e se preparou para lançar na Bienal de __
“O que nenhuma menina imagina é não ser princesa no mundo de alguém, ou não ter alguém como fada madrinha!”
São Paulo de 2016 a coletânea “Verso Amigo II”. Para ela, a imaginação é fonte de alegria e futuro para as crianças. Pois, imaginando podem sonhar, e se tiverem um sonho, poderão alcançá-lo. “Contos Sem Fadas – Nem Feia Ou Bela, Apenas Diferente”, de Gisele F. C. Godoi e ilustrações de Vanessa Alexandre, pode ser encontrado na Livraria e Loja Virtual Asabeça. ■
CAPÍTULO BÔNUS
Por Daniel Martins O norte americano Leon Uris (Baltimore, 3 de Agosto de 1924 – Shelter Island, 21 de Junho de 2003) foi um escritor de religião judaica e que fez algum sucesso pelo Brasil na década de 1980. Conhecido por sua extensa pesquisa histórica na hora de produzir e publicar suas obras, escreveu grandes livros de ficção histórica, tendo mais sucesso com o título “Exodus”, que relata em seiscentas páginas a história do nascimento do Estado de Israel. Na mesma temática, porém focado em outra parte do mundo do Oriente Médio, situa-se a obra “O Peregrino”, lançada em 1984.
SINOPSE A bela aldeia de Tabah ficava na Palestina. Sobre um outeiro no vale onde Josué suplicara ao Senhor para que o sol parasse... De uma geração árabe para outra, pouco mudara. Então, vieram os judeus reclamando um pântano próximo e criando uma atmosfera hostil. Depois disso, tudo mudaria para sempre.
DADOS TÉCNICOS DA OBRA De 1984, o livro foi publicado no Brasil pela Editora Record e possui 546 páginas. A capa, de estilo já um tanto ultrapassado, mostra o nome do autor maior do que o título do livro e ainda se refere a outras obras de sua autoria.
SOBRE A OBRA
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“O Peregrino” é um livro que investe num estilo bastante em voga ultimamente: a ficção histórica. Nele, somos levados à aldeia __ Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
de Tabah, a mais de cem anos atrás, no local onde hoje fica a Palestina. A história se segue pela primeira metade do século passado, mostrando como a aldeia e seus moradores são influenciados por grandes eventos, como as duas grandes guerras mundiais, mas, principalmente, pela criação do Estado de Israel. O autor utilizou de forma perfeita a história para nos mostrar como era a vida de uma família islâmica naquele tempo e local. As tradições locais, reguladas pelo Corão, podem ser chocantes para um ocidental, principalmente na forma como as mulheres eram, e infelizmente ainda são, tratadas. O livro também busca explicar historicamente o ódio existente entre árabes e judeus, e o faz de forma nada enciclopédica, mas utilizando a história e os excelentes personagens.
DESTAQUE O ponto alto de “O Peregrino” são os personagens ricos e envolventes que nos conduzem pela história. Desde o pai e chefe (Muktar) da tribo Ibrahim, sua esposa Hagar e seus vários filhos, com ênfase especial em Ismael, o caçula, e Nada, a menina que passa por maus bocados durante a história.
REALIDADE DIFÍCIL Por ser uma trama calcada numa realidade difícil, “O Peregrino” não poupa o leitor de momentos difíceis e chocantes durante a história. Assassinatos, estupros, absurdos familiares, crimes de guerra e outras situações difíceis são mostradas de forma bastante crua pelo autor. A intenção não é chocar pela fantasia nem romantizar essas situações, apenas usar a ficção para mostrar a dura realidade a _____
qual aquelas pessoas enfrentam.
O AUTOR E SUA ESCRITA O autor se esforçou bastante para ser idôneo e não usa o livro como propaganda anti-islâmica, como se poderia pensar. Apesar disso, é preciso realizar a leitura com os filtros ligados ao máximo, já que sabemos que não existe opinião totalmente idônea, todos somos influenciados por algo, e isso ficará exposto naquilo que escrevemos. O fato de o autor ser judeu apenas mostra o quanto foi habilidoso em escrever essa história sem parecer uma propaganda religiosa ou uma mensagem de ódio.
MENSAGEM CENTRAL “O Peregrino” é um daqueles livros que nos fazem repensar nossos valores, olhar para as nossas vidas e agradecer pelo que temos. Também é uma obra que nos ajuda a entender um pouco melhor o conflito entre os povos que vivem no Oriente Médio, tentando não fazer julgamentos levianos ou precipitados.
E vocês, leitores, já conheciam “O Peregrino” ou o autor Leon Uris? Convido-os, então, a procurar pelas obras dele, pois este não é o único ótimo livro que nos deixou. ■
Por Débora Falcão
“Primeiro livro do escritor Edgar Costa Neto, foi recebido de maneira muito positiva pela Editora Penalux (São Paulo) e apresenta um romance ambientado numa Recife onde personagens bem recortados transitam em um mosaico de classes sociais “aparentemente” integrado.” (CASA Agenciamento Literário e Projetos Culturais).
O romance “O Chão de Outra Casa” leva o leitor para um passeio na úmida e quente capital pernambucana, em lugares tão recifenses quanto as Graças e a tumultuada Casa Amarela com seu mosaico de classes sociais aparentemente integrado, e apresenta um enredo multifacetado como numa montagem cinematográfica, representada pelos cortes quase abruptos, com alternância de narradores em primeira pessoa. Uma trama que se faz como uma evocação, quase, dos filmes da Nouvelle Vague francesa, essencialmente urbana, cujos principais personagens se situam na alta classe média recifense. Personagens bem recortados, que podem facilmente ser localizados e em cujas falas na narrativa até conseguimos ouvir o sotaque e as gírias, tão comuns a quem já conhece ou compartilha do mesmo território geográfico e cultural, o Recife. A língua e a cultura francesa, que em tempos mais recuados era a mais votada entre os chics e intelectuais nos salões recifenses, insinua-se nesse romance pela contingência de Pedro, que protagoniza a trama, ter se lançado on the road pela Europa depois de receber uma opulenta herança de uma tia. O elemento clássico na trama é o triângulo amoroso formado entre Pedro, Renata e Rodrigo, que exibe um caráter egoico, um típico machão que subiu de status graças às suas inovações informáticas. Renata, a empresária que sonhava ser bailarina e no seu Espaço Mulher, nas Graças, abriga uma escola de dança, salta desse casamento com ele para viver com Pedro com a leveza e descomplicação próprias desse existencialismo pós-moderno em que o amor já assumiu sua forma líquida, como nos fala Zygmunt Bauman. Identificamos na personagem Luísa, que comparece à narrativa como a menina que inventa e coleciona histórias, o alter ego do autor. Edgar Costa Neto apresenta__ 42
nos, com esta sua primeira obra de ficção, “O Chão de Outra Casa”, um indiscutível talento de ficcionista, um apaixonado escritor em cujo primeiro livro notamos a marca da promessa de que outros virão, já que escolheu habitar numa nova e luminosa casa, a da Literatura. O autor estreante conversa sobre temas correlacionados ao meio editorial e suas expectativas de iniciar sua história literária. Você mora em Recife e muito do seu romance se passa também na mesma cidade. Como foi buscar esse universo? Sua cidade te inspira tanto assim? Edgar Costa Neto: Muita coisa se passa em Casa Amarela, bairro onde vivo. Acho que isso se dá menos por inspiração que pela necessidade de manter essa história bem próxima a mim. Senti logo cedo que eu tinha que reconhecer bem esse ambiente, ou não conseguiria fazer meus personagens transitarem nele. Por outro lado, não conhecia Lyon quando escrevi o que se passa ali. Continuo sem ter ido à Suíça. Pensando nisso, parece que há aqui um jo_
“Senti logo cedo que eu tinha que reconhecer bem esse ambiente, ou não conseguiria fazer meus personagens transitarem nele.”
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Edgar Costa Neto, autor
go de interposição, de colocação de mais uma camada de fantasia, porque o plot que se passa nesses lugares está em primeira pessoa, quem o conduz é uma escritora francesa. A narrativa vai se alternando, entre Europa e Brasil, entre primeira e terceira pessoa. E isso (o sexo da narradora, o lugar estrangeiro) me manteve, como autor, a uma distância cuidadosa da história. Como um escritor começando sua carreira agora, acredita que exista espaço para autores iniciantes como você? ECN: Para publicar? Sim, existe. Não creio que seja mais difícil ser publicado agora do que foi no passado – talvez seja mais fácil (e-books, editoras independentes, impressão digital etc). O que parece cada vez mais estreito é o espaço para ser lido. E isso é o essencial. Porque publicar é muito importante, no sentido de que é uma chancela externa de uma autopercepção, o reconhecimento da sua identidade de autor. E é bom poder preencher a ficha no hotel “profissão: escritor”. Mas queremos ser lidos. E às vezes fico pessimista. Tenho filhos entrando na adolescência e não sei como estimulá-los a ler. A sensação é de que não há muito que fazer. Campanhas “leia mais” são tão eficazes quanto outdoors “crack: tô fora” (vi em João Pessoa). É continuar escrevendo como quem lança garrafas ao mar. Qual o(a) autor(a) ou livro que lhe impulsionou em definitivo para a escrita? ECN: Não sei se existiu esse tipo de herói na minha vida de leitor. Mas acho que alguém vira escritor para fruir de outro jeito o seu prazer de leitor. Cada um extrai da leitura seu próprio barato. Eu, por exemplo, leio para conhecer pessoas. As (sei lá) dez horas que você passa com um livro de trezentas páginas é um tempo de qualidade __
junto de alguém, desse personagem. Esse tempo de leitor amplia minha humanidade, meus recursos humanos. Então, a descoberta de Alice Munro, ali por 2008, e uma maratona de leitura de Tchekhov, há uns anos, talvez tenham dado mais realidade à ideia de escrever, que é bem antiga em minha vida. Porque esses são autores que entregam muita vida ao leitor. Teve uma hora que descobri, rabiscando à margem de escritores como esses, invejando-os, que eu podia extrair a mesma satisfação (essa de estar dentro de outro ser humano) inventando minhas próprias histórias.
Edgar Costa Neto nasceu em João Pessoa-PB, em 1972, mas só morou na capital paraibana em parte de sua adolescência. Radicado em Recife desde 1991, é formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, onde trabalha como advogado há quase vinte anos. Escreve ficção desde sempre, mais seriamente desde 2007. O lançamento de seu livro de estreia, “O Chão de Outra Casa”, aconteceu em 19 de agosto deste ano, às 19h, na Casa da Rua, um espaço cultural situado em Casa Forte, Recife-PE. A entrada foi gratuita e o livro foi vendido pelo preço de R$ 40,00. Para maiores informações sobre o ____
livro e o autor, através do e-mail casa.agen ciamento@gmail.com; através dos telefones (81) 99209-7858 ou (81) 98834-2049; através da página no Facebook.com/CASA AgenciamentoLiterarioeProjetosCulturais; e através do instagram @casaagenciamento literario. É possível ainda acessar o site da CASA: www.casaagenciamento.com.br. Há aproximadamente 10 anos, o autor tinha em mãos um romance quase finalizado. A vida foi tomando seu rumo, ele foi escrevendo contos quando o tempo permitia, ocupando-se com seu trabalho de advogado, e acabou deixando o livro de lado. Agora, segundo ele mesmo, mais maduro literariamente falando, se preparou para lançar seu primeiro romance de fato, que em nada se assemelha ao enredo rascunhado naquela época. A obra foi publicada após dois anos de trabalho e traz a história de seis personagens, cujas histórias se entrelaçam. Entre eles, está Moacir, cuja mulher acabou de sofrer um AVC e o deixou viúvo de esposa viva, e Pedro, que volta de uma longa viagem para reencontrar Renata, filha de Moacir. “As histórias desses personagens acontecem sem muita ordem em vários lugares ao mesmo tempo. Eu queria borrar essa figura do narrador”, pontua o autor. Locais da capital pernambucana evocam diferentes memórias para quem é do Recife. No entanto, Edgar assume sua história como universal. “Essa história poderia acontecer em qualquer lugar e não há um subtexto nesse livro, como se fossem fragmentos de vida reencenados por vários personagens.” “O Chão de Outra Casa” é uma história contemporânea, em que amores e desamores se fazem e desfazem tendo as redes sociais e viagens como pano de fundo. Edgar tece, com ironia e bom humor, ___
críticas à crescente exposição dos corpos no Facebook e às novas obsessões fitness, em que a barriga tanquinho é conquistada a garfadas de saladas e pedaladas noturnas. “Quanto mais você escreve, mais crítico se torna em relação àquilo que você escreveu no passado”, analisa Edgar. Após o lançamento, o escritor volta a mergulhar nos estudos para seu próximo trabalho: um romance ambientado no bairro de Setúbal, onde prédios abandonados tornam-se palco de ocupações. Algumas pessoas escrevem para não morrer, e outras para serem lidas. “Acredito que pertença muito mais ao segundo grupo. As pessoas, ao meu ver, procuram na literatura e no entretenimento formas de se relacionar com outras pessoas, se comunicar”, conta o escritor. “Ainda estou esperando para sentir a recepção do público, mas os personagens são pessoas como a gente, uma história de coisas humanas, fácil de se identificar”, continua Edgar. A notícia do lançamento de “O Chão de Outra Casa” foi publicada em três grandes jornais virtuais do Recife: Diário de Pernambuco, JC Online e FolhaPE. ■
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Por Ane Karoline O papel da memória é central no romance. Quando a avó do narrador morre, a sua agonia é retratada como um lento desfazer; em particular, as suas memórias parecem ir-se evaporando dela, até já nada restar. No último volume, “O Tempo Reencontrado”, o autor utiliza uma analepse, e faz com que o narrador recue no tempo das suas memórias, em episódios desencadeados por recordações de cheiros, sons, paisagens ou mesmo sensações tácteis.
A HISTÓRIA DO GATO TOM
O SANTO E A PORCA
CLASSIC BOOKS
BEATRIX POTTER
ARIANO SUASSUNA
Trata-se de um livro infantil britânico escrito e ilustrado por Beatrix Potter e publicado pela primeira vez pela Editora Frederick Warne & Co em setembro de 1907. A história é sobre o comportamento e as maneiras de estar, e como é que as crianças reagem perante elas. Tabitha Twitchit, uma gata, convida uns amigos para tomar um chá. Dá banho e veste os seus três gatinhos para a festa, mas em pouco tempo os gatinhos sujaram e perderam as suas roupas enquanto corriam pelo jardim.
“O Santo e a Porca” é uma peça teatral, do gênero comédia, escrita pelo escritor paraibano Ariano Suassuna em 1957, abordando o tema da avareza. O texto, segundo o próprio Ariano Suassuna, é “uma imitação nordestina” da peça “Aulularia”, também conhecida como a “Comédia da Panela”, do escritor romano Plauto.
A CIDADELA A. J. CRONIN No fim de uma tarde de outubro de 1924, um jovem mal vestido olhava atenta e intensamente através da janela de uma carruagem de terceira classe do comboio quase vazio que, vindo de Swansea, atravessa o vale do Penwell. Partindo do Norte, Manson viajara HÁ UMA GOTA DE SANGUE durante todo o dia com transbordo em Carlisle e Schrewbury, mas na tirada final EM CADA POEMA de sua enfadonha viagem para Gales do MÁRIO DE ANDRADE Sul encontrou-se sob o domínio de uma excitação ainda mais intensa pelas pers“Há uma gota de sangue em cada pectivas do emprego, o primeiro de sua poema” é o primeiro livro de poemas de carreira médica, nessa estranha e Mário de Andrade. Feito sob o impacto desolada região. da Primeira Guerra Mundial, apresenta poucas novidades estilísticas. Poucas, mas suficientes para incomodar a crítica mais acadêmica, que não gostou do livro. Nessa obra, mostra o autor ainda influenciado pelas escolas literárias anteriores à Semana de Arte Moderna, com poesias que obedecem a normas estéticas, como a metrificação e a rima, de nítida influência parnasiana.
TERRA DO PECADO JOSÉ SARAMAGO
EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO MARCEL PROUST
“Terra do Pecado” foi o primeiro romance publicado por José Saramago, em 1947, pela Editorial Minerva, ano em que nasceu sua filha, Violante. Com a publicação de “Levantado do Chão”, em 1980, Saramago ganha notoriedade e, na década de 1990, seu primeiro romance, que havia sido esquecido e rejeitado, volta a figurar entre as suas grandes publicações do final do século passado, conquistando seu devido espaço.
CEM ANOS DE SOLIDÃO GABRIEL GARCIA MARQUEZ Considerado um dos melhores livros de literatura latina já escritos, sua história passa-se numa aldeia fictícia e remota na América Latina chamada Macondo. Esta pequena povoação foi fundada pela família Buendía-Iguarán. A primeira geração desta família peculiar é formada por José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. Este casal teve três filhos: José Arcadio, que era um rapaz forte, viril e trabalhador; Aureliano, que contrasta interiormente com o irmão mais velho no sentido em que era filósofo, calmo e terrivelmente introvertido; e, por fim, Amaranta, a típica dona de casa de uma família de classe média do século XIX. A estes, juntar-seá Rebeca, que foi enviada da antiga aldeia de José Arcadio e Úrsula, sem pai nem mãe.
Nesta seção, apresentamos livros lançados há cem, noventa, oitenta, setenta, sessenta, cinquenta, quarenta, trinta, vinte e dez anos, cujo valor foi posto à prova do tempo, tornando-os clássicos.
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AMOR BRASILEIRO
MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
ARTHUR GOLDEN
“Amor Brasileiro” é um livro de Luís Fernando Veríssimo, constituído por uma série de crônicas escritas para o Jornal do Brasil entre setembro de 1975 e setembro de 1976. As crônicas foram reunidas em livro e publicadas pela editora José Olympio em 1977.
“Memórias de uma Gueixa”, de Arthur Golden, é um romance onde é contada, em primeira pessoa, a história de uma gueixa em Gion, Kioto, no Japão, antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. O livro foi adaptado para o cinema em 2005, com o mesmo nome do livro.
O DIÁRIO DE UM MAGO
CIDADE DOS OSSOS
PAULO COELHO
CASSANDRA CLARE
O livro conta a jornada de três meses de Paulo Coelho em peregrinação pelos quase setecentos quilômetros que separam o sul da França, onde teve início da caminhada, da cidade de Santiago de Compostela, na Galiza. A obra relata a saga de Paulo Coelho que busca pelos mistérios sagrados da magia, seu encontro com um mago italiano, Petrus, que é seu guia, as experiências místicas conhecidas como As Práticas de Ram (Regnus Agnus Mundi) e a passagem por um dos três caminhos sagrados da antiguidade: O Caminho de Santiago de Compostela. Nessa obra, Paulo Coelho retrata com muita perfeição todas as suas experiências pelo caminho.
“Cidade dos Ossos”, da autora Cassandra Clare, é o primeiro livro da série “Os Instrumentos Mortais”, uma série para jovens e adultos de fantasia urbana que se passa em Nova Iorque. Foi originalmente publicado nos Estados Unidos em capa dura, em 27 de março de 2007, e foi lançado no Reino Unido em 02 de julho de 2007. O livro alcançou a oitava posição na lista de Best Sellers do New York Times em abril de 2007, isto é, apenas alguns dias depois de ter sido lançado/publicado, o que foi uma grande façanha para a autora, que acabou tendo seu livro traduzido e distribuído para vários países no mesmo ano.
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INSPIRAÇÃO LITERÁRIA
O Retrato de Dorian Gray
Em 1976 houve outra adaptação, com Peter Firth no papel título.
Por Débora Falcão
seu retrato envelhece e registra todas as coisas ruins que acontecem ao verdadeiO tão famoso “O Retrato de Dorian ro Dorian, inclusive na alma. Gray” tem sido inspiração para diversas ADAPTAÇÕES adaptações ao longo dos anos, desde O livro teve várias adaptações para que foi escrito e publicado por Oscar Wilde, originalmente como uma história peri- o cinema. A primeira delas foi em 1945, ódica em julho de 1890 na revista mensal dirigido por Albert Lewin e estrelado por Lippincott’s Monthly Magazine. Os edito- Hurd Hatfield. res da revista temiam que a história fosse indecente e, sem o conhecimento do autor, suprimiram 500 palavras antes da publicação. Apesar da censura, “O Retrato de Dorian Gray” ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Wilde merecia ser acusado de violar as leis que Em 1970, o filme Dorian Gray, cujo protegiam a moralidade pública. Em título original era Il Dio Chiamato Dorian 1891 Wilde revisou e ampliou a edição (Dorian de Deus Chamado), e em inglês da revista para um romance. Conforme a “The Sins of Dorian Gray” (Os Pecados literatura do século XIX, “O Retrato de de Dorian Gray), foi lançado. Uma adapDorian Gray” é um exemplo de literatura tação moderna da história original, estregótica com fortes temas interpretados a lado por Helmut Berger. partir do lendário Fausto. SOBRE A OBRA Dorian Gray é o tema de um retrato de corpo inteiro em óleo de Basil Hallward, um artista impressionado e encantado com a beleza de Dorian. Através dele, Dorian conhece Lorde Henry Wotton, Em 1973, outra adaptação chegou e logo se encanta com a visão de mundo aos cinemas, estrelando Shane Briant no hedonista do aristocrata. Entendendo papel de Dorian. que sua beleza irá eventualmente desaparecer, Dorian expressa o desejo de vender sua alma para garantir que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo é concedido, e Dorian persegue uma vida libertina enquanto o __
Em 1999, foi a vez de Josh Duhammel interpretar Dorian.
Em 2002, Dorian Gray – Pacto com o Diabo trouxe a história de um jeito diferente, transferindo o pacto do clássico Dorian Gray para um modelo atual. Em 2009 mais uma adaptação de sucesso chegou aos cinemas, desta vez com Ben Barnes no papel principal.
O personagem também apareceu em outras histórias, como no filme A Liga Extraordinária (2003), na série Penny Dreadful (2014-2016) e na série The Confessions of Dorian Gray (2016) (respectivamente nas imagens abaixo). ■
ÚLTIMA PRATELEIRA
Nesta seção contamos um pouco sobre várias obras inspiradas em um livro.
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O Segredo do Anel e Trilogia Kathleen McGowan Por Débora Falcão A trilogia do Segredo do Anel é uma trilogia pouco falada ou comentada, apesar de ser uma trilogia de bastante sucesso de vendas. O primeiro livro, que traz a história base, “O Segredo do Anel – O Legado de Maria Madalena”, tem como principal mensagem passar em revista os alicerces da história, notadamente da Igreja Católica, e recuperar a importância da participação feminina em momentos decisivos para a humanidade. A protagonista do romance é a jornalista Maureen Paschal que, com a intenção de escrever um livro que faça justiça a personalidades femininas difamadas por razões políticas, corre o mundo em busca de documentos raros que contradigam a história oficial. Sua pesquisa começa em Jerusalém, onde pretende localizar documentos que ajudem a escrever o capítulo que dedicará a Maria Madalena. Perambulando pelas ruas da cidade santa, a pesquisadora se sente atraída por um anel exposto num antiquário. O anel não está à venda, mas ela estra__
nhamente o recebe de presente do comerciante. Este é o ponto de partida da jornada que leva Maureen das ruas de Jerusalém para as catedrais de Paris e os misteriosos caminhos da região de Languedoc. Repleto de aventura, suspense e romance, o livro joga luz sobre pontos obscuros da história oficial e revê o papel feminino ao longo dos séculos. O segundo livro, “O Livro do Amor”, Maureen continua a aventura do primeiro, desta vez indo em busca do livro supostamente escrito pelo próprio Jesus Cristo. Enquanto isso, ela é perseguida por um estranho, e sua vida corre perigo. Ela precisa levar o legado de Maria Madalena – do primeiro livro – e de todas as mulheres que lutaram pelo amor durante a história, ao conhecimento da humanidade, mas está sendo impedida disso. O terceiro livro, “O Príncipe Poeta”, conta mais uma etapa dessa história. Para cada ruiva escolhida na história, existe um amante, o chamado Príncipe Poeta. O que Maureen Paschal não sabe é quem é o seu Príncipe Poeta. E esta revelação trará também várias aventuras pelas quais ela terá de passar.
A escrita da autora lembra bastante a escrita de Dan Brown, e sua ficção e aventura prende tanto quanto o outro autor. O primeiro livro é melhor do que o segundo, mas, como um todo, a trilogia merece ser lida de forma completa, embora o final do primeiro livro seja conclusivo. A trilogia está sendo publicada no Brasil pela Editora Rocco. O terceiro livro ainda não tem previsão de publicação. Até o presente momento da produção desta revista, não tivemos resposta da Editora Rocco, responsável pela franquia por aqui. ■
Nesta seção, falamos a respeito de um livro que não se teve muita projeção, mas merece ser lido.
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NÚCCIA DE CICCO: PÉROLAS DA MINHA SURDEZ
LIVROS DE CABECEIRA
Por Daniel Martins Núccia de Cicco é Bióloga, Doutora em Bioquímica, escritora, poetisa, bailarina e blogueira. Carioca moradora de Santa Teresa, bruxa até o fundo da alma, apaixonada por livros, viciada em séries, louca por tatoos e lambidas caninas, além de ter uma queda saudável por cafajestes. Aos 27 anos, uma doença genética a deixou surda e, desde então, ela luta contra seus próprios dilemas, contra as dificuldades do mundo silencioso e o preconceito de quem ouve. Coautora em dez antologias, publicou o livro “Pérolas da Minha Surdez”, uma obra cheia de luta e força de vontade. E nesta edição, Núccia escolhe 5 livros de cabeceira. Confira!
O CEMITÉRIO Stephen King
UMA CANÇÃO PARA A LIBÉLULA Juliana Daglio
Eu sou fanática por terror e por SK desde meus 12 anos, quando li meu primeiro livro dele. Desde então, comecei a coleção de suas obras. Atualmente, tenho apenas 50 livros do autor na estante porque meu salário não consegue acompanhar (muitos livros são de edições esgotadas). “O Cemitério” fala de morte, claro. Não qualquer uma, mas aquela que arrasa seu coração. O terror é psicológico, afinal, até onde você iria para manter vivo o amor da sua família? Uma família se muda para o su-búrbio do Maine e descobre que seu quintal dos fundos é a entrada para um cemitério de animais de estimação. Quando um estudante da universidade morre nos braços de Louis Creed, o médico e pai da família, seu fantasma passa a aparecer em sonhos dando avisos sobre um cemitério indígena além do cemitério de bichos para onde Louis nunca deve ir. Dias depois, o gato da família é atropelado. E adivinha onde o vizinho leva Louis? A decisão de enterrar o gato da filha no cemitério indígena acaba por de-sencadear forças além da compreensão humana e ser fatal para toda a família.
LOBOS NÃO CHORAM Patrícia Briggs Além do terror, amo fantasias. Vampiros, lobisomens, fadas, bruxas. Mas qual o diferencial dos livros da Briggs? Os lobisomens dela são mais humanos. A transformação não depende apenas da lua, mas da vontade de cada um. Além disso, dói, muito! Eles têm honra, história de vida, como um grupo coeso, a alcateia e uma hierarquia muito respeitada. Briggs mistura folclore indígena com fantasia de forma impecável. E ainda nos brinda com um romance entre Charles e Anna que é épico ao modo lobisomem de ser. Anna é uma sobrevivente. Após ser atacada de forma violenta, descobriu um mundo que preferia não ter conhecido. Depois de três anos como o membro _
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menos respeitado de sua alcateia, sempre cabisbaixa, sem confiar nos machos jámais, conhece o Charles, o matador de aluguel e filho do líder dos lobos de toda a América do Norte. Charles muda toda a vida de Anna: ela é um Ômega, um dos membros mais raros e valiosos que uma alcateia pode ter. Além disso, seu lobo a toma como companheira. A força e a presença de Anna são essenciais para que Charles encontre o lobo desgarrado, uma criatura dominada por magia negra que ameaça a todos.
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Juliana Daglio tem o dom de transformar sentimentos em palavras, sensações em letras. “Uma Canção para a Libélula” fala de amor, família, problemas psicológicos, morte, suicídio. A leitura tem um ritmo que te embala, faz você imergir e descobrir o lado obscuro de ser humano. A depressão é uma doença real e através da narrativa a conhecemos bem, pela ótica do próprio depressivo. Vanessa é uma famosa pianista brasileira, morando com seus tios em Londres, que detesta ser o centro das atenções, ter tantas pessoas olhando para ela e fingir estar bem o tempo todo. Quando seu pai fica doente, se vê obrigada a voltar para São Paulo. Sua mãe, instável, a culpa por tudo, desde o fim de sua carreira até o acidente com seu irmão caçula. Seu passado e a Vilã Cinzenta nunca foram embora e, agora que está de volta àquela casa cheia de lembranças horríveis, retornam com força total.
FILHA DA FLORESTA Juliet Marillier “Filha da Floresta” foi meu primeiro contato com a mitologia celta fora dos meus estudos de bruxaria. Costumo dizer, depois da leitura de todos os livros da coleção, que Juliet Marillier é a rainha da literatura fantástica com base na magia celta. O trabalho de pesquisa e de escrita desses livros deve ter sido gigantesco! E está impecável. Os cenários são os melhores, a narrativa faz o leitor estar na pele da personagem. É uma história sobre união, tradição, família, força e amor, especialmente entre os irmãos. Sorcha é a sétima filha de Lorde Colum, o senhor de Sevenwaters, um feudo (ou tuath) que fica na Irlanda, cercado pela floresta. Colum e seus guerreiros continuam lutando contra os Bretões pelo do__
mínio das Ilhas o refúgio da magia dos antepassados. Com apenas 12 anos, ela é a curandeira de seu povo. A vida deles começa a mudar quando seu pai retorna de viagem com uma noiva, Lady Oonagh. As sombras começam a cobrir Sevenwaters, e quando os irmãos tentam clamar à Dama da Floresta, Lady Oonagh lança sobre os seis irmãos uma maldição. Somente Sorcha pode salválos, mas o caminho até lá é longo, árduo, doloroso, e durante todo o tempo ela não pode dizer uma palavra.
CRIAÇÕES SOMBRIAS Orfeu Brocco
Como eu sou a maluquinha do terror, tenho dois livros do gênero na lista. Este é nacional, de publicação independente. O autor soube colocar no livro não apenas cenas de terror. Há drama, romance, pitadas de comédia e sarçasmo, ação, magia e até cenas sensuais. A forma como a narrativa foi feita me agradou, me cativou e me fez ter uma empatia incrível com os personagens. Humbert é um escritor decadente, viciado, mineiro erradicado em SP, trabalhando como professor. Abandonado por sua noiva, tentando a vida com uma nova garota e amigos, começa a ter visões sobrenaturais, ora com seu falecido tio e torturador, ora com uma criatura sem face e fendas no lugar da boca. Nesse meio tempo, Padre Ambrósio lida com os próprios demônios: a perda da fé e uma pestilência que assola os moradores. Quando Humbert decide retornar para sua cidade natal, algo parece ganhar vida no antigo sobrado da família. E também um recado de um desconhecido que o visita no cemitério da cidade: “Seu ódio pela cidade foi o início de tudo e agora será o seu fim.”
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Por Débora Falcão
COLEÇÕES
Richelle Mead nasceu em Michigan, mas atualmente mora em Seattle, nos Estados Unidos. É autora de diversos Best Sellers de fantasia para jovens e adultos, entre eles a aclamada série Academia de Vampiros, e seus livros já foram traduzidos para mais de doze línguas. Além de escritora, Richelle é leitora assídua e adora mitologia e humor. Quando não está escrevendo, gosta de passar o tempo com a família, viajar e comprar vestidos. Começou a publicar a série Academia de Vampiros através de seu blog na internet, e recebia os comentários positivos dos leitores, até que foi convidada a assinar contrato com uma grande editora e se tornou o sucesso que é hoje. Hiperativa, praticamente entrega um manuscrito a cada seis meses, e geralmente está em produção de duas séries ao mesmo tempo. Nesta edição, confira a coleção de séries da autora!
Das séries escritas por Richelle Mead, a mais icônica, sem dúvidas, é a “Academia de Vampiros”. Através desta série conhecemos o universo criado por Mead, onde o mundo se divide entre três raças: os humanos, os vampiros Moroi (aqueles mais bonzinhos), os dampiros (meio vampiros, meio humanos, produto híbrido de relações entre Moroi e humanos ou Moroi e outros dampiros), e os vampiros Strigoi (vampiros do mal, fruto de Moroi que bebem o sangue de suas vítimas até matá-las, ou de humanos, dampiros ou Moroi que são sugados por outro Strigoi e, em seguida, bebem o sangue deles). Conhecemos também personagens vampiros importantes, como a Moroi Vasilisa Dragomir, melhor amiga da dampira Rose Hathaway. Além das duas, conhecemos o treinador de Rose, o super dampiro russo Dimitri Belikov.
A série “Bloodlines” é uma série subsequente à série “Academia de Vampiros”. Trata-se de uma série que, cronologicamente, acontece após os eventos da primeira, embora os personagens centrais sejam outros. Rose Hathaway e Dimitri Belikov chegam a aparecer pontualmente em alguns dos livros, mas os personagens principais são Sidney Sage, alquimista competente que aparece em uma situação na série Academia de Vampiros, e o vampiro Moroi Adrian Ivashkov, membro da realeza, sobrinho da rainha Tatiana Ivashkov, assassinada no primeiro livro da série anterior. Agora, a missão é outra. A atual rainha precisa alterar uma lei que só permite que alguém assuma o trono se tiver um parente vivo. Como a rainha tem apenas uma meia-irmã, e seu reinado possui alguns meandros políticos que não são aceitos por todos, vários Moroi __
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Nesta série várias aventuras acontecem. São seis livros, e em cada um deles Rose Hathaway tem que enfrentar uma dificuldade para um bem maior na sociedade Moroi e em seu treinamento como guardiã, bem como seu romance com Dimitri Belikov. Vasilisa (Lissa) também tem de passar por diversos problemas para se encontrar, em primeiro lugar, como uma Moroi usuária de magia – e tentar entender que tipo de magia ela possui, já que não é boa em quase nenhuma. Trata-se da série de maior sucesso de Richelle Mead, que a levou ao topo das listas dos mais vendidos, e que a fez conhecida dos leitores de todo o mundo. Após esta série, os leitores puderam encontrar outras séries interessantes da autora, que estarão listadas aqui nesta matéria, nas próximas categorias. Recomendo a leitura de Academia de Vampiros. ■
contrários ao reinado dela tentam matar a irmã mais nova. Por isso, numa ação conjunta com os alquimistas, a rainha envia sua irmã para ser escondida numa escola humana normal, a Escola Preparatória de Amberwood, em Palm Springs, principalmente por ser no meio do deserto e ter poucas incidências de Strigoi (eles morrem ao sol) e de Moroi (o sol os incomoda). A alquimista Sidney Sage precisa provar seu valor à sua organização, e foi escolhida para liderar a missão, ao lado do Moroi Adrian e do dampiro guardião Eddie para proteger a irmã da rainha. O problema é que ela vai encontrar muitas dificuldades e um traidor onde menos esperava. A série é tão boa quanto a anterior, apesar de não ser tão divulgada quanto, e as capas no Brasil são as melhores – perfeitas. Recomendo! ■
A série distópica “A Era de X” se passa na RUNA, Republic of United North America, onde toda a prática religiosa é vista com maus olhos, e o sistema é dividido em castas após uma pandemia de uma doença chamada Cain, que quase dizimou o povo. O primeiro livro da série, “Tabuleiro dos Deuses”, trata-se da introdução desta história, e ainda apresenta os personagens e a primeira aventura, como todos as séries da autora, que apesar de seguir uma história central, os personagens passam por aventuras menores a cada livro – que vão se tornando cada vez mais épicas até o último livro da série com a conclusão da história geral. Justin March é um exilado da RUNA que vive no Panamá, mas é subitamente convocado de volta ao seu país natal para investigar uma série de assassinatos que parecem ter envolvimento com grupos religiosos secretos. Para ajudá-lo, designaram Mae Koskinen, uma pretora que veio de uma das castas mais elevadas, como sua guarda-costas. Só que os dois acabam se envolvendo com forças além de sua compreensão – forças que estão determinadas a jogar com seus peões humanos até que voltem ao poder. Apesar de parecer pouco promissor pe_
A série “Georgina Kincaid” conta com seis livros publicados e foi iniciada em 2010. Quando se trata de trabalhos no inferno, ser uma succubus parece bem glamouroso. Uma garota pode ser o que quiser. O guarda-roupa é matador, e os homens mortais vão fazer qualquer coisa só por um toque. Eles geralmente pagam com suas almas, mas por que entrar em detalhes? Mas a succubus de Seattle, Georgina Kincaid, tem a vida bem menos exótica. Não pode ter um encontro decente sem sugar parte da vida do cara. Pelo menos seu trabalho diurno em uma livraria local lhe rende livros grátis, todo mocca de chocolate branco que conseguir beber e acesso fácil a seu escritor favorito. Uma boa série de fantasia urbana dentro da lista da autora.
Fei é habitante de um povoado que vive isolado no alto de uma montanha, no qual todos, há várias gerações, são surdos. Uma forte hierarquia social, sendo os artesãos e aprendizes os mais respeitados. Subitamente, alguns habitantes começam a ficar cegos, e Fei se preocupa com a irmã, que pode vir a perder o posto de aprendiz caso descubram que sua visão foi afetada. Quando Li resolve descer a montanha para garantir suprimentos, já que a produção do povoado foi afetada, Fei decide ir com ele e, misteriosamente passou a escutar. Uma escrita fluida através da narrativa em primeira pessoa. Ação, aventura e romance, Mead abordou a temática da audição de forma interessante, além de abordar mitologia chinesa.
la sinopse, “Tabuleiro dos Deuses” é, como já dito antes, um livro introdutório para um mundo bastante rico. É a primeira vez que a autora Richelle Mead sai da narração em primeira pessoa, e se mostrou muito boa também como narradora onisciente. Também é a primeira vez que a narradora se aventura num gênero diferente do que costuma escrever (Fantasia Urbana), indo se aventurar no terreno da Distopia. A forma como a história se desenvolve é muito interessante, e vale à pena conferir, como todos os livros das séries de Mead. É divertido tentar adivinhar o que – ou melhor, quem – são as forças por trás do enredo e como ele vai se desenvolver. “A Era de X” já tem dois livros publicados, mas apenas um deles foi publicado no Brasil. O primeiro é “Tabuleiro dos Deuses”, de 2013, e o segundo é “The Immortal Crown”, publicado em 2014 e com tradução livre “A Coroa Imortal”. Recomendo a leitura do livro e do início de mais uma série da autora, sem medo. Principalmente se o leitor gostar do gênero Distopia. A autora demonstrou não ter nenhum problema em mudar de gênero literário, apresentando aos leitores e fãs que sua criatividade não tem limites.
Não é que a série Dark Swan seja ruim. Mas não é das melhores da autora. Está sendo publicada no Brasil pela editora Agir. Em “Filha da Tempestade”, primeiro livro da série, nos é apresentada uma nova face mágica de sua literatura: uma terra dividida em reinos, embates entre monarcas, uma profecia de guerras e conquistas, e uma herança revelada, com ambientes carregados de magia, sensualidade e luta pelo poder. Esta série é voltada para um público mais maduro (segundo a sinopse), mas mantém um texto ainda com a mesma linguagem que utiliza na série envolvendo adolescentes em idade colegial, como Academia de Vampiros e Bloodlines. Para justificar a faixa etária do público alvo, temos cenas mais quentes, que a editora publicou na íntegra, sem cortes. O que não faz a mínima diferença na história central. Ou seja: estão ali apenas para deixar os leitores e leitoras que gostam de literatura erótica mais “ligados”. De qualquer maneira, se focar na história central, dá uma boa aventura, pois nisso a autora é realmente boa.
Outros: Um livro da autora que não se encontra nestas listas é “Beijo Gelado”, mas, como não o li, não tenho informações sobre ele para classificá-lo. Outros livros são da nova série, “The Glittering Court” uma série nova iniciada por ela, e que também não li para classificá-los.
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Por Débora Falcão
Temos uma ideia. A ideia toma forma, e passamos a fazer pesquisas sobre ela, sem exatamente pensar em algo mais sólido. Então, a pesquisa toma conta de nós de uma maneira mais fixa, e aquela ideia inicial passa a ser algo bem mais concreto. Um enredo surge, personagens vão nascendo com características próprias, o cenário é construído. Tudo vai ficando tão verossímil que somos capazes de visualizar e passear por entre as ruas, praças, restaurantes, hotéis que descrevemos. Nos tornamos amigos dos personagens, conhecemos seus dilemas e os conflitos pelos quais passarão. Somos como deuses. Sabemos o presente, o passado e o futuro. Contamos, então, toda a história de modo a não revelar tudo em um primeiro momento, mas na medida certa, na hora certa, para que tudo se esclareça de modo a surpreender, apaixonar e prender o leitor. As palavras vão surgindo, despejadas da mente como cachoeiras, vindas direto de nossos pensamentos para o computador, passando ligeiras por dedos que quase não conseguem acompanhar a velocidade com que as informações se projetam em nosso cérebro. O que começou com uma simples ideia agora exige maior trabalho de pesquisa, de concentração, de organização. Coesão e coerência, tudo que aprendemos nas aulas de redação e literatura na escola, agora são exigidos de nós. As habilidades literárias são reclamadas por nós para que tudo esteja perfeito. Então, a história se conclui. É como um filho que acaba de nascer, e tudo o que queremos é vesti-lo com uma linda capa, uma ótima propaganda, para que o mundo o conheça! Para isso, é preciso uma editora competente, que leve este “bebê” para as prateleiras das livrarias do país, que faça as devidas divulgações, que faça o livro acontecer e crescer às nossas vidas de orgulhosos pais. E é exatamente aí que começam os problemas. Sim, pois é nesse momento que os sonhos dos escritores começam a desmoronar – ou os escritores passam a acordar do sonho bom. Todo escritor sonha em ser publicado por uma grande editora, ter assistência total, ter seu livro editado por profissionais de alta qualidade, ter uma capa desenhada por designers profissionais reconhecidos, ter o produto final de sua ideia inicial – lá do começo – inteiramente pronto num acabamento perfeito e, principalmente, ter o nome da reconhecida editora estampado na capa. O que isto significa? Significa que o li_ 52
vro será bem distribuído em todo o país, será vendido pelas melhores livrarias, e o autor terá seu lançamento com bate-papo, autógrafos, distribuição de marcadores e tudo o mais que engloba este evento tão importante para ele. Para isso, o autor, que acabou de ter seu primeiro filho – o seu livro que começou com o embrião de uma única ideia – junta dinheiro às vezes de onde não tem para poder imprimir diversas cópias de seu original, encaderná-las e enviá-las, com todas as taxas de correio, para as maiores e mais conceituadas editoras do país. Alguns meses depois, as respostas começam a chegar. Algumas por e-mail, outras por correio. Elas parecem ecoar sonoros “nãos”. “Infelizmente, não estamos recebendo originais no momento.” “Infelizmente o seu original não se enquadra em nossa linha editorial.” “Infelizmente aceitamos mais originais do que poderíamos contratar, e estamos sem receber novos originais por algum tempo.” “Infelizmente...”, “Infelizmente...”
“Se o autor já teve o trabalho de produzir a obra, ainda terá que pagar pela publicação? Não seria o contrário?” Débora Falcão Infelizmente o autor não tem a chance de mostrar seu trabalho e seu livro vai para a gaveta, ou para uma pasta de seu notebook. O jeito é tentar outra forma de ter seu livro publicado. Então, desiste das grandes editoras, e passa a procurar outros nomes no mercado. E é aí que começam outros problemas. Algumas pessoas mal intencionadas acharam que, atualmente, esta seja uma grande fonte de renda fácil: autores que querem se publicar e lhe são negados o direito de mostrar o seu trabalho. Como as grandes e conhecidas editoras se negam a ler novos trabalhos, histórias de autores iniciantes, deixando de descobrir se existe ou não enredos de qualidade pelo Brasil para publicar livros de vendagem garantida, como os youtubers ou traduções de best sellers internacionais, surgem as “editoras fantasmas”. O que chamo de “editoras fantasmas” são aquelas que têm apenas um CNPJ, um nome fantasia e um dono ávido por ganhar _
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dinheiro fácil. Essas editoras se apresentam como sendo a salvação do autor iniciante e se oferecem como uma opção no vasto e concorrido mercado editorial. Oferecem um contrato imediato, onde prometem distribuição dos exemplares do livro em todo o Brasil, com design de capa e diagramação de qualidade, com revisão com os melhores profissionais que possam dispor. Desde que... Sim. Essas editoras têm sempre um “porém”, uma condição que irá lhes garantir lucro fácil. O autor deve comprar, adquirir para si, uma quantidade “x” de sua própria obra. Ora, se o autor já teve todo o trabalho de produzi-la – lembra-se de tudo o que veio após aquela pequena ideia inicial? –, ainda terá que pagar por isso? Não seria o contrário? Não teria a Editora que pagar ao autor pelo direito de explorar sua obra e obter lucros com ela? Não teria ela que produzir, divulgar, vender e pagar os direitos autorais? Não é essa a ordem correta das coisas? Mas a editora promete também ajudar o autor a vender essa quantidade de livros. Que o valor investido pelo autor será totalmente recuperado com a venda desses livros adquiridos, e ele ainda receberá um lucro com eles, pois os comprará com desconto. É um sonho. Um sonho prestes a se realizar. Nenhuma das grandes editoras se deu ao trabalho de ler sua obra para saber se ela é ou não vendável, se é ou não enquadrada em sua linha editorial, se é ou não uma boa obra. Ele não tem escolha. Se quiser que seu livro seja lido, precisa fazer isso. Ou se autopublicar e ter todo o trabalho de se divulgar, se vender, se... se... se... Então, o autor iniciante aceita e assina o contrato. E paga pela quantidade mínima de livros exigida, que varia entre 100 e 500 exemplares – o que, em termos gerais, pode partir de dois mil reais e chegar até a vinte mil reais, dependendo da quantidade de páginas do livro e do preço de capa exigido pela editora. O autor paga o valor para ter seu livro nas prateleiras das livrarias. Mas o livro nunca chega lá. Ao menos, não da forma como ele sonhou, não da forma que a editora prometeu. Depois que tudo acontece, e o autor percebe que não obtivera o que pensara que obteria, os responsáveis pela editora desaparecem. Não respondem mais aos seus emails. Ou mesmo dizem qualquer coisa, inventam desculpas, informam que estão trabalhando na sua obra, que ela vai acontecer etc. Até que a notícia final chega: a sua obra não é vendável, por isso ela não ven__
deu. No fim das contas, a culpa é do autor, que não escreveu uma boa obra. Enquanto isso, a editora, que lhe prometeu realizar seus sonhos, está vendendo essa mesma falsa realização a outro autor. Trata-se de um comércio de sonhos num ciclo vicioso. O autor está num momento de fragilidade, e é exatamente neste momento que as editoras-abutres, ou editoras fantasmas, aparecem para “ajudálo”, ou seja, se alimentar dos sonhos do autor e deixar para trás apenas restos de frustração. Qual autor iniciante não passou por isso? E então, ele tenta novamente. Mas aí tem outro problema: algumas das grandes editoras não aceitam originais que já foram publicados. E ser publicado por uma editora fantasma, ainda que não tenha tido a projeção que gostaria – ou projeção alguma – já conta como publicação. O autor tenta as editoras de publicação sob demanda – que são aquelas que apenas prestam serviços ao autor, imprimindo os livros de acordo com a quantidade solicitada pelo autor, pagas previamente, e não fazem os serviços de uma editora tradicional, tais como revisão, divulgação, evento de lançamento, distribuição nas livrarias nacionais, tudo isso por conta da editora. Algumas até podem ajudar o autor com alguns desses serviços, mediante pagamento. Neste caso, esta editora é apenas uma prestadora de serviços, como uma gráfica ou um revisor freelancer. O autor percebe que está gastando muito mais dinheiro do que deveria, afinal, o trabalho já foi feito – a obra – e ele está sendo sua própria editora, fazendo todo o serviço sozinho e tendo um retorno muito pequeno. Como última instância, o autor corre para a autopublicação – se já não o fizera antes – e tenta, sozinho, abarcar toda a ____
problemática de se publicar: impressão, divulgação, lançamento, vendas, etc. Assim como foi na fase de editora sob demanda, acaba percebendo que está percorrendo um caminho inglório. Infelizmente, nesse ramo não se consegue muito, por mais seguidores que se tenha em suas redes sociais. A divulgação nunca será suficiente para atingir ao menos o mínimo de suas expectativas, que é viver de sua profissão de escritor. Mais uma vez, seu sonho precisa ser realizado e, lutando contra a frustração, o autor tenta as plataformas online de publicação gratuita, para tentar chamar a atenção de leitores, para depois vender seus livros. É o caso de sites como Wattpad, Recanto das Letras, Autores, Nyah!, Spirit, Addiction, Mesa do Editor entre outros tantos sites de publicação de histórias. O autor tenta utilizá-los como chamariz, publicando alguns capítulos ou mesmo histórias completas para fazer sua escrita conhecida, e depois, deixa um convite para conhecer seu blog ou seu livro e tentar vendê-lo. Apesar de ser uma boa estratégia, não é o mesmo que ser publicado numa editora, e assim, as vendas ainda não são suficientes para se manter e pagar suas contas. Então, o autor se vê novamente frustrado, pois não consegue dedicar-se totalmente à escrita, e deve estar entre escrever e um trabalho qualquer, seja ele qual for, mas que não é, exatamente o que gostaria para si, pois o que realmente deseja é ser reconhecido por seu talento: a escrita. E é neste momento que algo inesperado acontece: surge outra ideia. “Será que eu devo desenvolvê-la? E se não der certo?” Não, o autor não tem esses pensamentos. A escrita é mais forte que ele. Ele não pensa duas vezes e começa tudo de __
novo. Quem sabe essa nova história é aceita por alguma editora séria, que trate seu original com respeito? Meses depois, quando a nova história está pronta, começa a maratona para encontrar uma editora que se preste a ler seu original. Mas tudo acontece exatamente igual à primeira vez. Então, ele recebe um conselho: “Procure um agente literário. Ele saberá indicar uma editora que seja compatível com sua obra. Além disso, as grandes editoras recebem melhor originais através de agentes literários do que através dos próprios autores.” Na verdade, algumas das grandes editoras do Brasil só recebem originais já avaliados por um agente literário, se reservando a publicar livros inéditos desta fonte, enquanto publica livros de celebridades e traduções de best sellers, que são vendas garantidas. Para quê se arriscar em novos talentos? Neste caso, procurar um agente literário é uma boa ideia. É uma ótima ideia! E aí começam novamente os problemas. Pois os melhores agentes literários estão muito ocupados agenciando grandes e famosos autores do Brasil. O que fazer quando seu original é recusado também por agentes literários? Cansado, desmotivado e frustrado, o autor é vítima de mais um golpe: os falsos agentes. Da mesma forma que as editoras fantasmas, surgem os agentes literários que não são agentes de verdade, mas que querem também ter sua fatia nessa imensa torta, que não para de crescer, que é a quantidade de autores no Brasil. Oferecem contratos onde o autor deve pagar aos agentes um valor mensal em troca de ter seu livro oferecido às grandes editoras, ter os releases enviados aos jornais e revistas e seu trabalho divulgado. O problema é que o trabalho que um agente como __
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este faz é um trabalho que gera tantos resultados quanto o trabalho que o próprio autor faz. Se surte efeitos maiores, a diferença não é tão grande, e o autor passa por uma experiência não muito boa de altos e baixos de esperança e frustração. A diferença entre um agente literário e uma editora que são realmente bons e geram resultados, e um agente literário abutre e uma editora fantasma está primeiramente na remuneração. É fácil reconhecer o joio entre o trigo. Uma editora tradicional não precisa pedir nada em troca de um autor para publicá-lo. Não precisa exigir em contrato que ___
ditora ganha dinheiro se o autor vender, então a editora irá investir em uma obra de boa qualidade, com boa diagramação, capa de ótimo design e com chamariz, ampla divulgação, distribuição nas melhores livrarias, evento de lançamento e tudo mais. Se o livro vende, a editora ganha, o agente literário ganha, o autor ganha. Por que o título deste artigo é o “Problema das Grandes Editoras”? Porque é com elas que todo este círculo vicioso começa. A partir do momento em que as grandes editoras se ocupam em publicar apenas os livros que têm ganhos certos, como as traduções, os autores já famosos _
mos uma imensa quantidade de novos títulos, de novidades, lançamentos. Existe um oceano de escritores, e se torna uma tarefa árdua tentar se destacar entre eles, ainda mais neste cenário nada promissor de recusas de grandes editoras e golpes de pequenas editoras. É cada vez mais complicado se fazer ouvir entre tantos autopublicados, e cada vez mais difícil se vender quando todo mundo escreve e todo mundo se divulga. O problema não está na quantidade de escritores, pois há leitores para tudo. Há um lugar ao sol para todo mundo. O problema está na forma em que esses escritores são absorvidos pelo mercado editorial nacional. Como conseguir seu lugar? Como um escritor, face a este cenário, vai conseguir se destacar? Sinceramente, ainda não tenho esta resposta. Vivemos uma era em que quase todos os leitores também são escritores, e todos querem ser lidos. Quando entramos em grupos de escritores no facebook, todos estão lá se divulgando, mas poucos estão vendo a divulgação dos outros. Esta é a realidade atual. Todos se divulgam, mas não estão prestando atenção na divulgação do colega. Todos querem vender seus livros, mas poucos compram os livros do colega. E isso não é culpa dos autores. Apenas é a realidade da situação. Eu, particularmente, gostaria muito que a situação se tornasse melhor. Que o quadro mudasse e, finalmente, todos os autores pudessem ter seu lugar ao sol de modo justo. Que os autores ao menos tivessem a chance de mostrar se realmente são bons, se seus livros realmente têm conteúdo e divertem, se são bons entretenimentos para os leitores. Que os autores tivessem a chance de serem analisados de forma justa pelos editores e agentes literários, e que tivessem a oportunidade de uma porta aberta para o real mercado editorial brasileiro. Quem sabe um dia isso não aconteça?
“O verdadeiro agente literário quer que o autor dê certo, pois só assim ele garante seus lucros. Um falso agente literário cobra antecipadamente um valor ao autor por seus serviços prestados.”
o autor adquira um volume de exemplares, pois a própria editora irá se encarregar de todas as etapas da publicação, inclusive financeiramente. A editora pode até oferecer um adiantamento ao autor para segurar sua contratação, caso a história seja muito boa. Mas isso, é claro, é destinado apenas e celebridades instantâneas, elas acabam aos escritores já conhecidos, e não aos ini- se sobrecarregando de originais, e as leituciantes. ras destes não são priorizadas, deixando Já um bom agente literário, com uma de lado, muitas vezes, boas histórias que boa agenda de contatos e que confia em lhes renderiam bons contratos. O profissioseu próprio trabalho, não pede nenhum nal agente literário facilita essa leitura, já valor em dinheiro para o autor. Os ganhos levando para as mãos dos editores livros do agente são deduzidos em porcentagem que correspondem ao perfil da editora, cornos ganhos do autor com as vendas na Edi- tando caminho. tora, conseguida através do trabalho do E aí os agentes literários também acapróprio agente. bam sobrecarregados de autores, e quanO que isto significa? do já estão com um número “X” de autores, Significa que, se o autor é contratado não aceitam novos, e mais uma vez, esse por uma editora, o agente ganha. Se o autor ciclo acaba crescendo. não é contratado, o agente não ganha Tudo isso favorece os golpes de edinada, assim como o autor. toras e agentes “caça-níquel”, que se aproDesta forma, é de total interesse do veitam da situação dos autores rejeitados e agente literário que o autor dê certo, que frustrados. seja contratado por uma editora, que seja Se as grandes editoras tivessem uma bem divulgado, que apareça em revistas política diferente de análise de originais, especializadas – como a nossa – e que te- tendo uma nova forma de recebê-los, ou se nha o devido destaque nas livrarias mega ao menos os agentes literários fossem mais stores do Brasil ou, ao menos, da cidade honestos, talvez tivéssemos um outro quaonde mora o autor. Pois é dessa forma que dro pela frente. o agente irá tirar o seu próprio lucro. É difícil abarcar tantos livros sendo Da mesma maneira funcionam as edi- produzidos. Se observarmos a área de toras tradicionais, as grandes editoras. A e- livros nacionais das grandes livrarias, vere_ _ 54 Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
Escrever é um sonho. Ser publicado por uma grande editora, ter seu livro divulgado, exposto nas grandes livrarias, comentados por leitores e blogueiros do país é a realização desse sonho. Mas o objetivo principal de todo escritor, que figura nas entrevistas dos autores iniciantes, é poder viver de sua arte. Dedicar-se integralmente à escrita e poder pagar suas contas com a venda de seus livros, sendo reconhecidos por seu trabalho e sua profissão. Isso não tem preço. ■
Por Ane Karoline “Todos os Contos” é uma obra ficcional lançada em 2016, que reúne os contos escritos por Clarice Lispector. O organizador e prefaciador da obra é o escritor norte-americano Benjamin Moser, biógrafo da autora. É a primeira vez que uma obra coletânea reúne todos os contos escritos por Lispector em um único volume. Os 85 contos, muitos deles sendo publicados anteriormente apenas na imprensa, são apresentados na ordem cronológica.
BAÚ LITERÁRIO
Sobre a Autora
Falar um pouco sobre o autor que mais teve livros com novas edições depois de anos, e como estas edições são, falar de cada uma delas, novas capas e tudo o que foi falado na introdução, só que com este autor. Falar de outros autores também e de suas adaptações para o cinema. Só coisa antiga.
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ela e o marido deixaram o Rio de Janeiro. Em um curto espaço de tempo, portanto, deixou sua família, sua comunidade étnica e seu país. Deixou também a profissão, o jornalismo, em que vinha se destacando.” (Prefácio de Benjamin Moser – ‘Glamour e Gramática’, páginas 17 a 19).
Apesar de ser uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, seus contos reunidos foram lançados primeiro nos EUA. Apesar de ser uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, Clarice Lispector teve seus contos reunidos e publicados primeiro nos Estados Unidos. Lançamento da Editora Rocco no Brasil, na coletânea é possível redescobrir Clarice, desde os primeiros escritos, ainda na adolescência, até suas últimas linhas. ■
Sobre a Obra O livro foi lançado primeiramente nos Estados Unidos, em 2015, pela editora New Directions, com tradução de Katrina Dodson, e esteve presente na lista dos livros mais importantes do ano do jornal The New York Times. A obra é uma homenagem muito importante e merecida a uma das primeiras autoras mulheres reconhecidas no país, nas palavras de Benjamin Moser. “Como é que Clarice Lispector – logo ela – conseguiu triunfar? Ela vinha de uma tradição de fracasso, de uma tradição de falta de tradição, como escritora brasileira, como escritora, como mulher, mas talvez principalmente em consequência de suas origens. Seus primeiros anos de vida foram tão catastróficos que é _
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um milagre que haja conseguido sobreviver. Nasceu em 10 de dezembro de 1920, numa família judia do oeste da Ucrânia. Era uma época de caos, fome e guerra racial. Seu avô foi assassinado; sua mãe foi violentada; seu pai foi exilado, sem um tostão, para o outro lado do mundo. Os restos dilacerados da ___
família chegaram a Alagoas em 1922. Lá, seu brilhante pai, reduzido à condição de vendedor ambulante de roupas usadas, mal conseguia alimentar a família. Lá, quando Clarice ainda não tinha nove anos de idade, perdeu a mãe, levada pelos ferimentos sofridos durante a guerra. (...) Em 25 de maio de 1940, publicou o primeiro conto: O Triunfo. Três meses depois, seu pai faleceu aos cinquenta e cinco anos de idade. Antes de seu vigésimo aniversário, Clarice estava órfã. No início de 1943, ela se casou com um gentio, algo quase sem precedentes para uma moça judia no Brasil. No final daquele ano, pouco depois de ter publicado o primeiro romance, ___
Game Of Thrones: A Luta Pelo Trono de Ferro
ESTANTE NERD
Por Renata Vasconcelos Na Estante Nerd desta edição iremos falar da série que conquistou todo mundo em 2011 e que vem arrastando uma legião de fãs e curiosos até agora. Em sete temporadas, todos acompanharam a evolução dos personagens, a morte de outros, a destruição de algumas casas e, por fim, esperam a resposta de quem irá assumir o trono de ferro. As alianças foram o forte desta última temporada e as ameaças cresceram consideravelmente com a aparição dos White Walkers. Polêmicas assolaram as redes sociais, divulgando spoilers e vazando episódios. Sendo a série mais assistida pela maioria do mundo, Game of Thrones ainda tem muito a ser discutido e revelado em sua oitava temporada. Para mais respostas sobre quem está sendo cogitado para o trono de ferro, convido vocês a conferir mais a seguir.
comando da capital começou a abusar dos poderes concedidos a quem se senta no trono de ferro. Aos poucos, nasce um sentimento de disputa e desconfianpoucos e muitos traidores apareceram ça entre a casa no poder e as demais, fazendo com que queiram o controle do no caminho. A família Stark almeja o trono, trono, gerando, assim, uma guerra. Comas passa a lidar com problemas maio- mo poucas delas não têm como atacar, res, como os White Walkers, uma amea- acabaram ficando para trás ou sendo diça que só eles têm conhecimento por zimadas. Os que conseguem sobreviver estarem bem na mira dos inimigos. Tudo às guerras internas acabam chegando parece ser uma luta entre Norte e Sul, aos poucos ao seu objetivo, como são mas uma personagem, que evolui aos as casas Stark (John Snow), Targaryen poucos, conquistando exércitos por on- (Daenerys) e Lannister (Cersei). de passa e tendo dragões, animais até então extintos, chega para a disputa. Em POLEMICA grande estilo, Daenerys Targaryen, a úAs polêmicas regam o seriado e nica de sua família, pretende se livrar de quem estiver em seu caminho para ter o crescem como ervas daninhas, porque a cada spoiler, os fãs ficam incomodatrono. Mudanças acontecem quando Da- díssimos. Mas nesta sétima temporada, enerys e John Snow veem uma ameaça os comentários giraram em torno dos em comum e um desejo mútuo de ter o vazamentos constantes de episódios trono. Em uma aliança forte irão de en- nas redes sociais, fazendo com que tocontro a Cersei Lannister e, mesmo as- dos notassem como é fácil hackear a sim, imprevistos e falhas aparecerão em HBO, fornecedora dos episódios. Tudo seus caminhos para trazer dificuldades à ficou mais sério quando a emissora, sem querer, exibiu no momento errado conquista final. Regado a muitas mortes e dispu- um dos episódios. Este constante erro de não ter utas, o enredo do seriado nos mostra o quanto é importante para os persona- ma segurança forte e ser alvo de falhas gens ter o domínio do trono para melho- constantes levou os fãs a dizer poucas e rarem o estado com que se encontra a boas nas redes sociais, elevando o número de relevância da série nos índices regência e ter o poder que ele oferece. Nos sete reinos, as principais ca- de municionamento e exibições. Mesmo assim, alguns fãs deixasas (Stark, Lannister, Targaryen, Baratheon, Greyjoy, Arryn e Tully) conviviam ram de assistir ou resistiram muito a to■ em harmonia até que a atual família no dos os comentários. __
ENREDO O conflito entre as casas para conquistar o trono de ferro marca o contexto de Game of Thrones. Algumas delas foram destinadas para governar, ou pensam que foram, como é o caso dos Lannisters, que por descendência passaram um bom tempo no comando do trono e da cidade de Kings Landing. Mas outras casas não concordam com algumas leis aplicadas pelos governantes desta família, e aí começa uma guerra pelo trono. No começo de tudo se trata do trono, mas a situação vai mais além, de acordo com o decorrer das temporadas, porque segredos serão revelados aos ___ Nesta seção, traremos sempre novidades sobre o mundo geek, com informações sobre quadrinhos, séries, filmes e livros, além de eventos.
SALÃO COSPLAY
Rayanne Ingrid Contato para eventos: rayanneabreu@hotmail.com
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Sabrina Zullush Contato para eventos: FB.com/ZullushCosplay Participe e envie sua foto no formato JPG 300dpi com dados para contato para salaocosplaygb@gmail.com
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Por Renata Vasconcelos
A saga de livros Harry Potter, criada pela escritora J. K. Rowling, marcou a vida de muitos leitores, pois começou com crianças que se tornaram adultos, e com novos amantes, que pegaram a história no meio do caminho. No dia 26 de junho de 2017, todos os fãs comemoraram os 20 anos do primeiro volume, “Harry Potter e A Pedra Filosofal”, sendo presenteados pela autora com uma nova edição, cheia de novidades e curiosidades, tendo um volume para cada casa da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Quer saber mais sobre esses vinte anos de muita história e magia do bruxo que encantou o mundo e marcou uma legião de gerações, confira a matéria especial desta edição.
A AUTORA E A HISTÓRIA Há vinte anos, a jovem autora britânica J. K. Rowling pensava em publicar sua primeira saga, mas, ao ser rejeitada por tantas editoras, bateu um certo desânimo. Só que, ao enviar para a Editora Bloomsbury Publishing, teve seu sonho realizado. Publicado então no dia 26 de junho de 1997, o mundo pôde conhecer a história de Harry Potter. Um bruxo órfão que foi levado para morar com seus tios após ter perdido os pais quando bebê. Tendo uma vida complicada aos cuidados de seus parentes, _
ele não sabe o que o futuro lhe aguarda. Ao completar 11 anos, conhece o mundo da magia do qual fará parte e alcançará vários feitos.
O SUCESSO Ao ser comprado por um ou outro leitor maníaco, aos poucos Harry conquista o mundo junto com sua mãe e autora J. K. Rowling. Com o sucesso da história, o livro foi publicado em mais de duzentos países e traduzido para os mais diversos idiomas, fazendo com que mais e mais leitores conhecessem a história do jovem bruxo. A ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA O universo mágico de Harry Potter se tornou mais real quando os filmes mostraram tudo o que se passou nos livros, aproximando Harry, seus amigos, sua escola e a magia para mais perto dos fãs. Cada livro que se passava vinha mais um __
Ao ser rejeitada por tantas editoras, bateu um desânimo. Só teve seu sonho realizado quando enviou para Bloomsbury Publishing.
filme para as telonas, e, aos poucos, a saga se tornou algo muito maior, pois reuniu grupos de discussão, aproximou pessoas, ganhou personagens em bonecos e tomou o universo da mídia, fazendo cada vez mais as pessoas se aproximarem daquela realidade vista nas telas e nas páginas. A EDIÇÃO COMEMORATIVA Depois de um crescimento inimaginável, vinte anos depois do lançamento do primeiro livro a autora agraciou os fãs que foram e são responsáveis por manter sempre o universo de Harry Potter e derivados crescendo. No dia 26 de junho de 2017, J. K. lançou uma edição de vinte anos que deixou muito o que falar, pois veio com a capa de cada casa de Hogwarts, informações sobre a casa, curiosidades sobre os fantasmas, história do fundador e muitas outras novidades. Uma edição diferente de todas as outras edições. O QUE É SER UM FÃ DE HP Nestes últimos vinte anos, aprendemos que ser um fã deste bruxinho, do universo e da autora não é uma coisa passageira e que essa gama de livros, filmes, informações, curiosidades, bonecos, roupas e afins não são coisa de criança. Espero que tenham gostado da matéria e do giro breve destes vinte anos e da edição comemorativa de Harry Potter e corra para comprar o seu exemplar! ■
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LEITURA EM SÉRIE
Por Franciane Batagin
chegou para bagunçar a rotina do lugar. Reed, o mais sedutor, é também o que Nem todo mundo gosta de um mais a odeia – faz questão de deixar isso toque picante nos livros, mas, se você é bem claro com uma ameaça: baixar o daqueles que sentem o coração bater “decreto Royal” na escola em que eles mais forte nesses momentos e se apai- estudam, fazendo com que ninguém xona perdidamente pelos personagens e mais fale ou chegue perto dela. Sua vida pela história, você não pode perder a sé- social estaria arruinada por tempo rie “The Royals”, lançada em 2017 aqui indeterminado! Ella cria um plano e diz que vai no Brasil. Com o slogan “They will ruin you” aguentar apenas pelo tempo necessário (eles vão te arruinar) e um enredo inteli- para conseguir terminar os seus estudos. gente e cativante, duas escritoras best- Mas, quando um dos filhos de Callum sellers do The New York Times se junta- rouba seu coração, ela não consegue ram para dar vida a essa família. Elas evitar: terá de suportar toda a bagunça e escrevem sob o pseudônimo de Erin os problemas da família que, desde que Watt, mas são, ninguém mais, ninguém __ menos, que a canadense Elle Kennedy – “O Acordo” (2015) e “O Erro” (2015) – e a americana Jen Frederick – “Jockblocked” (2016) e “Last Hope” (2015).
PRINCESA DE PAPEL Livro I
[spoiler para quem não leu o Livro I] O segundo livro da série começa sendo narrado pela voz do sedutor Reed, um dos filhos de Callum, e aquele dentre os Royal que roubou o coração de Ella. Ele odiava a garota e não a queria por perto nem por um decreto. Conforme o tempo foi passando, a menina conquistou seu coração mas, depois de um possível mal entendido, Reed faz com que Ella fuja da mansão com planos para nunca mais voltar. Ele não consegue suportar a ideia de ter perdido o amor de Ella e faz de tudo para reconquistar seu coração, mas Ella não quer vê-lo nem pintado de ouro. Será que ele realmente perdeu o coração da garota para sempre? Ele a quer. Mas sabe, também, que os segredos de sua família podem destruíla.
TWISTED PALACE Livro III [sem data de lançamento no Brasil]
perderam a mãe Royal, têm uma vida regada a bebidas, drogas e lutas. Callum é o melhor tutor que Ella poderia esperar, além da mesada enorme que deixa com ela, também um cartão de crédito ilimitado para que ela possa renovar seu guarda-roupa, e ainda guarda um presente: um carro novo! Aos poucos, o coração dos irmãos vai amolecendo, com exceção de um dos filhos: Reed. Ele diz que ela não faz parte da família. E ele pode estar certo.
Ella Harper é uma jovem com muitos problemas familiares: nunca conheceu o pai e perdeu a mãe há pouco tempo. Vive sozinha e dança em bares à noite para conseguir se sustentar até que Callum Royal, amigo do seu falecido pai, diz que é seu tutor e aparece lhe oferecendo uma gorda mesada para que ela vá morar com ele em sua mansão. Qual a sua condição para isso? Que ela termine o colegial. Ella não está acostumada a ter ninguém cuidando de si, mas a oferta é realmente boa, com exceção de um pequeno detalhe: ela terá de morar na mansão com os cinco filhos de Callum, todos eles muito atrantes, mas, também, nada contentes com a nova “irmã”, que ___
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Com um enredo inteligente e cativante, duas escritoras se juntaram para dar vida a essa família.
PRÍNCIPE PARTIDO Livro II
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Quem comprou os direitos dos três livros aqui no Brasil foi a Editora Planeta, e o terceiro livro está sem data de lançamento por enquanto. “Twisted Palace” foi lançado nos Estados Unidos em outubro do ano passado, e já deixou todas as fãs malucas pela família Royal e também por Ella, a enteada mais querida dos Young Adults.
FALLEN HEIR Livro IV [disponível apenas para kindle na Amazon USA]
A-há! Todas as fãs que ficaram desesperadas com o fim da série The Royals podem sossegar: as duas autoras se juntaram novamente para escrever o quarto livro da saga. “Fallen Heir” conta agora a história de Easton Royal, o irmão nada certinho da família. Ele tem tudo: aparência, dinheiro, inteligência, e sempre tentou se divertir enquanto pôde.
Não é do tipo que se importa com as consequências. Até que ele conhece Hartley Wright. Ele não consegue decifrar essa garota e diz não para suas investidas, e talvez seu coração comece a bater mais forte por isso. Pela primeira vez em sua vida, usar a coroa Royal não será o suficiente para conquistar a garota: ela precisa que ele amadureça. Mas, será que ele consegue? O novo livro aclamado das autoras que escrevem sob o pseudônimo de Erin Watt foi lançado nos Estados Unidos apenas na versão e-book (U$ 4,92) e agora as fãs brasileiras irão ansiar, não somente pela tradução do terceiro livro da série (Twisted Palace) como também por Fallen Heir. Não há novidades da compra do quarto livro da série nem data de lançamento dele aqui no Brasil. “Cracked Kingdom” promete ser o quinto volume da série e irá continuar a história de Easton. Não há data de lançamento para esse volume nos Estados Unidos, por enquanto. Mas, pela fama que a família ganhou ao redor do mundo, imagino que todos esperaram ansiosamente pela continuação da saga da família mais rica e glamourosa que Erin Watt inventou.
pad e também no site delas, confira: www.authorerinwatt.com/tarnished-crown-the-gid eon-savannah-story/
TARNISHED CROWN Livro 3,5
NOVOS PROJETOS DAS AUTORAS
[Gideon & Savannah] Ainda fazendo pesquisas pelo mundo Royal, você encontra também a história do irmão mais velho da família Royal, Gideon, rico e bonito, mas que tem uma história triste com uma de suas ex-namoradas, Savannah. Em agosto, a dupla de autoras liberou onze capítulos no Watt_
Elle Kennedy, uma das autoras que escrevem sob o pseudônimo Erin Watt. A escritora Jen Frederick é aparentemente reservada, e não divulga fotografias próprias.
Depois do sucesso – inesperado – que os Royals fizeram, e para não decepcionar os fãs, Elle Kennedy e Jen Frederick fizeram uma nova parceria para escrever “When it’s real”, que conta a história de Oakley Ford, um bad-boy e estrela do rock que precisava mostrar ao mundo que está “sossegando”... E nada melhor para isso do que contratar Vaughn Bennet para posar de namorada e transformar sua imagem de encrenqueiro para artista sério. A garota, que trabalha como garçonete, precisa de ajuda financeira para colocar os seus irmãos na escola e aceita o trabalho Juntos, eles enganam a todos, a família de Oakley, as groupies que estão atrás dele e até mesmo os paparazzi. Mas será que ela não irá se enganar também? O livro foi lançado em maio de 2017 nos Estados Unidos e está disponível para ser comprado nos formatos e-book, capa dura e trade no site da Amazon americana. Para a tristeza dos fãs, ainda não há previsão de lançamento da versão traduzida para o Português.
Por Débora Falcão
QUERO MAIS NÃO, OBRIGADO! Pelo desempenho na trilogia sueca dando vida a Lisbeth Salander, a atriz Noomi Rapace (filme sueco de 2009) chegou a ter uma campanha capitaneada por críticos, pedindo o seu retorno para o papel, mas ela mesma recusou a ideia, declarando insatisfação de repetir o mesmo personagem por três vezes nas mesmas histórias.
A série Millenium é uma série de livros composta de três volumes escritos pelo jornalista sueco Stieg Larsson, e um quarto volume escrito pelo também sueco David Lagercrantz, lançado em agosto de 2015 na Suécia e no resto do mundo. No Brasil, o primeiro volume foi lançado em 2008, o segundo e o terceiro em 2009 e o quarto em 2015.
LITERAVÍDEO
Stieg Larsson ginal do primeiro livro, “A Garota da Tatuagem de Dragão”. Baseado no primeiro livro da trilogia, atentos ao potencial do filme sueco de 2009, os americanos não pensaram duas vezes e partiram para uma refilmagem num curto espaço de tempo.
QUEM PODERIA TER TRABALHADO, MAS FICOU DE FORA As atrizes Natalie Portman, Carey Mulligan, Ellen Page, Scarlett Johannson, Jenifer Lawrence, Kristen Stewart, Mia Wasikowska, Keira Knightley, Anne Hathaway, Olivia Thirlby, O tema da violência sexual contra Emily Browning, Eva Green, Emma as mulheres nos seus livros deve-se ao Watson, Evan Rachel Wood, Sophie fato de que Larsson, enojado, testemu- Lowe, Sarah Snook, Lea Seydoux e nhou o estupro coletivo de uma jovem Katie Jarvis estavam na lista de nomes quando tinha 15 anos. O autor nunca se considerados para o papel de Lis-beth perdoou por não ajudar a garota, cujo no- Salander. Algumas desistiram da ideia, me era Lisbeth – como a jovem heroína outras foram rejeitadas pelos prode seus livros – e resolveu dedicá-los a dutores, e quem acabou ficando com o ela. personagem foi a atriz Rooney Mara. Em 2013, o escritor sueco David Natalie Portman desistiu da ideia Lagercrantz foi convidado pela editora por estar muito exausta para pegar outro Norstedts a assumir a continuação da sé- projeto. Scarlett Johansson foi descartarie, ignorando os manuscritos deixados da por David Fincher por ele considerá-la pelo autor em posse de sua companheira muito sexy. Já Jennifer Lawrence perdeu – impossibilitada pela justiça a continuar a chance por ser muito alta. a escrever a série por ela e Larsson não O ator Max Von Sydow era a escoserem legalmente casados. O quarto vo- lha original para viver Henrik Vanger, lume da trilogia Millenium foi publicado mas desistiu, sendo substituído por em 2015, com o título A Garota na Teia Christopher Plummer. de Aranha (Brasil). Antes de fechar com Daniel Craig No Brasil a série é publicada pela para viver Mikael Blomkvist, a produção Companhia das Letras, e em Portugal teve os nomes Johnny Depp, Viggo Morpela editora Oceanos e pela Dom Quixo- tensen, Brad Pitt e George Clooney cogite. tados.
ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA A série foi adaptada para o cinema pela companhia sueca Yellow Bird, e foi adaptada em uma versão Hollywoodiana dirigida por David Fincher sob o título ori_
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SUSTO! ATOR PRINCIPAL QUASE PULOU FORA! Craig chegou a desistir do papel porque as filmagens iam coincidir com 007 – Skyfall, previsto para novembro de 2012. A sorte foi que o 23º filme de James Bond sofreu novos atrasos e aí deu tudo certo. Alívio para os fãs!
COINCIDÊNCIAS DURANTE AS FILMAGENS A produção levou um susto quando se deparou com a presença de Ellen Nygvist trabalhando em um restaurante onde rodavam uma cena com Daniel Craig / Mikael Blomkvist. A jovem é, simplesmente, filha de Michael Nygvist, que fez Blomkvist na versão sueca, e acabou sendo convidada para uma participação numa cena criada para ela interagir com o sucessor de seu pai. O ator Stellan Skarsgard, que é sueco, aparece nesta refilmagem, mas não participou do original de 2009.
LOCAÇÕES E VIAGENS Filmado em diversas locações, como Suécia, Suíça, Noruega e Estados Unidos.
PEGOU O BONDE ANDANDO O diretor de fotografia Jeff Cronenweth entrou no lugar de Frederik Bäckar após oito semanas de produção em andamento.
CUSTOS DE PRODUÇÃO O orçamento estimado foi de US$ 100 milhões.
PRÊMIOS Em 2012, o filme teve cinco indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Rooney Mara), Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som. Ganhou Melhor Edição. No mesmo ano, foi indicado a dois Globos de Ouro: Melhor Atriz de Drama (Rooney Mara) e Melhor Trilha Sonora. Também foi indicado a dois prêmios BAFTA: Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora.
ADAPTAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS A novela mexicana sobre uma possível sequência de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” continua. Segundo informações da Variety, a Sony Pictures ainda planeja retomar a franquia a partir do quarto livro, “A Garota na Teia de Aranha”, e teria escolhido o diretor para tal missão: Fede Alvarez, responsável por “O Homem Nas Tervas”, recente sucesso do estúdio. Primeiro romance da saga literária que não foi escrito por Stieg Larsson (falecido em 2004), _
Rooney Mara como Lisbeth Salander
ADAPTAÇÃO PARA TELEVISÃO A trilogia também foi, posteriormente, adaptada para a televisão, ganhando uma série com seis episódios, chamada Millenium, produzida pela rede sueca de TV, a SVT, e exibida entre março e abril de 2010.
Daniel Craig como Mikael Blomkvist dos em sebos por todo o Brasil. Se em sua cidade houver um sebo, vale à pena conferir. Muita coisa boa pode ser encontrada por lá, e também, claro, a trilogia Millenium.
a obra acompanha Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist descobrindo um obscuro submundo de espiões, cybercriminosos e agentes do governo. Steven Knight (Locke, Guerra Mundial Z 2) vai adaptar o livro escrito por David Lagercrantz. David Fincher, Daniel Craig e Rooney Mara não devem retornar para a produção – apesar da insistência da atriz, que deseja reprisar o papel que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Enquanto isso, rumores apontam que Alicia Vikander poderia interpretar Lisbeth Salander. Ou seja, o elenco ainda segue um mistério. Lançado em 2011, apesar do orçamento de US$ 100 milhões, “Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres” arrecadou mais de US$ 230 milhões e recebeu cinco indicações ao Oscar, levando a estatueta de Melhor Edição. A saga literária também foi adaptada em uma trilogia sueca, estrelada por Noomi Rapace.
A série fez sucesso na Suécia, por causa do sucesso das vendas dos livros, e os fãs do mundo inteiro podem encontrá-la na internet para conferir a produção.
Os livros ainda podem ser encontrados para compra em todas as livrarias do Brasil, e também nos sites online, como Amazon, Americanas, Submarino, Saraiva, Cultura etc. É possível também encontrar os livros usa_
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OFICINA LITERÁRIA SOBRE POESIA Com Laura Erber Data: 24 de julho de 2017 Local: CCBB Brasília
CAFÉ LITERÁRIO
Por Anne Karoline No dia 24 de julho, o CCBB Brasília ofereceu uma oficina literária sobre poesia com a escritora Laura Erber através do projeto Literaturas. O projeto teve a duração de sete encontros (de janeiro a julho), trazendo a Brasília vários grandes nomes da nova literatura brasileira, como Julian Fuks e Laura Erber. Laura encerrou o projeto com sua oficina – seguida de um bate-papo. Laura é escritora, artista visual e professora. Sua prática artística se caracteriza pelo constante trânsito entre linguagens. Realizou o filme Diário do Sertão (2003), em que o sertão de Guimarães Rosa é reativado, transbordando as noções convencionais de território e geografia. Recebeu bolsas do Le Fresnoy (França) e Akademie Schloss Solitude (Alemanha). Suas obras foram exibidas em diversos museus e centros de arte no Brasil e na Europa (Fondació Miró, Le Plateau, Jeu de Paume, Grand Palais, Casa Europeia da Fotografia, CIAP Vassivière, Museu de Arte Contemporânea de Moscou, Skyve Ny Kunstmuseum, Palais de Beaux Arts de Paris, Centro Cultural Banco do Brasil, MAM-Rio). Em 2015, com o crítico Karl Erik Schollhammer, fundou a editora digital Zazie Edições, voltada para livros de arte, teoria e crítica. A oficina, como a própria escritora ressaltou, não foi construída com bases em aplicações de exercícios e/ou atividades práticas, mas, sim, através de uma explanação a respeito da escrita e, sobretudo, da produção literária de poesia contemporânea. Ao longo da conversa, a autora mostrou aos participantes da oficina um vasto leque de autores que trabalham com poesia na contemporaneidade, levantando muitas questões interessantes – entre elas, o uso e desuso da métrica na construção de poemas. A conversa foi muito produtiva, tanto para leitores quanto escritores, pois abrangeu a literatura através de ambos os ângulos. Além disso, Laura falou sobre a dificuldade de narrar o inenarrável, da dificuldade do autor atual em ser original quando tudo parece já ter sido dito; contudo, alertou: “Mesmo que tudo já tenha sido dito, não há como um escritor deixar de dizer.” ■
CLUBE DE LEITURA CIA DAS LETRAS/CIA ILIMITADA Com João Anzanello Carrascoza Data: agosto de 2017 Local: Livraria Companhia Ilimitada – São Paulo
Por Claudia Marini Leonardi Para esta edição, trago um evento maravilhoso, que tive a honra de organizar. O talentoso e super atencioso João Anzanello Carrascoza, um dos maiores contistas contemporâneos brasileiros, aceitou meu convite e participou do nosso Clube de Leitura. Foi uma tarde muito especial! Discutimos seu livro “Aos 7 e aos 40” e fomos brindados com várias histórias que aqueceram nossos corações. O nosso clube de leitura acontece todos os meses na Livraria Companhia Ilimitada, em São Paulo. ■
LANÇAMENTO DO LIVRO “O CHÃO DE OUTRA CASA” Com Edgar Costa Neto Data: 19 de agosto de 2017 Local: Casa da Rua Centro Cultural em Casa Forte, Recife-PE
Por Débora Falcão No dia 19 de agosto, às 19h, no centro cultural Casa da Rua, no bairro de Casa Forte, Recife-PE, aconteceu o lançamento do romance de estreia do autor Edgar Costa Neto, representado pela CASA Agenciamento Literário: “O Chão de Outra Casa”, publicado pela Editora Penalux. O evento contou com uma recepção descontraída, música e coquetel, e foi um sucesso de público e de vendas. O livro, que tem tido boa repercussão de crítica e de público, apresenta um romance ambientado numa Recife, onde personagens bem recortados transitam em um mosaico de classes sociais “aparentemente” integrado, levando o leitor para um passeio na úmida e quente capital pernambucana. O livro pode ser adquirido pelo site da Editora Penalux, com entrega para todo o Brasil: www.EditoraPenalux.com.br/loja Edgar Costa Neto apresenta-nos, com esta sua primeira obra de ficção, um indiscutível talento de ficcionista, um apaixonado escritor em cujo primeiro livro notamos a marca da promessa de que outros virão, já que este escolheu habitar numa nova e luminosa casa, a da literatura. ■
FESTA LITERÁRIA DE PARATY – FLIP MESA 13 Data: 29 de julho 2017 Local: Às margens do rio Perequê-Açú, em Paraty
Por Juliana Cury Este ano tive a oportunidade de participar da minha primeira FLIP, e foi uma experiência incrível. O clima da feira estava maravilhoso, sempre cheio e amigável. Todos os eventos e debates que pude presenciar foram ricos e sempre lotados. Depois de muito pensar, consegui escolher o que eu mais gostei dos dois dias que estive presente da festa: a Mesa 13. Consegui o ingresso com muito custo (todos se esgotaram muito rápido), mas fui nessa meio de surpresa... E que surpresa boa! Começamos com uma performance impecável da poeta Adelaide Ivanova sobre feminicídio, machismo e política. Não conhecia essa mulher e virei fã! Você pode assistir a apresentação no youtube. Depois, seguimos com um debate sobre literatura e ativismo com Maria Valéria Rezende e Luaty Beirão. Maria Valéria é autora, entre tantos títulos, do livro “Outros Cantos”, ganhador do prêmio Jabuti em 2015. E Luaty é um rapper ativista angolano e autor dos livros “Sou eu mais livre então” e “Kanguei no Maiki” (esse inclusive foi o nome da mesa). Com uma conversa muito sincera e casual, os dois contaram de suas experiências com a censura e a luta pela liberdade dos seus ideais e escritas. Para fechar com chave de ouro, Luaty apresentou uma de suas músicas! O debate também pode ser assistido no youtube.
FESTA LITERÁRIA DE MINAS GERAIS – FLIMINAS Data: 17 a 20 de agosto de 2017 Local: Praça Prefeito Ronaldo Dutra Borges
Por Débora Falcão A quarta festa literária de Rio Novo aconteceu nos dias 17 a 20 de agosto de 2017, e foi um sucesso! Sucesso de público, de organização, de união e paz. O trabalho dos Cavaleiros da Cultura é, sem sombra de dúvidas, uma demonstração de amor à cultura e à divulgação da literatura pelo país. A Associação foi criada em 2008 e desenvolve projetos de incentivo à leitura voltados para crianças e adolescentes. Como instrumento, a instituição escolheu as cavalgadas culturais – viagens com doação de livros – apostando em regiões distantes do país, fora do eixo das grandes cidades. O grupo se dedica, ainda, à capacitação de professores da rede pública de ensino através de parcerias com pedagogos e professores. Já doaram mais de oitocentos mil livros e já percorreram mais de quinze mil quilômetros de estrada pelo interior. Este ano, a FLIRN (Festa Literária de Rio Novo) passou a se chamar FLIMINAS (Festa Literária de Minas Gerais), e homenageou Carlos Drummond de Andrade com o tema: “Tem Poesia no Meio do Caminho!”. A cidade inteira se empenhou na festa e na recepção das milhares de pessoas que vão à feira para adquirir livros e cultura, assim como as pessoas que vão até lá para se divertir. A FLIMINAS contou com mesas de debates, lançamentos de livros, bate-papos com autores renomados, sessões de contação de histórias, oficinas nas áreas de artes plásticas, literatura, criação literária, artesanato, educação patrimonial, além de exposições, espetáculos de teatro, shows musicais e gastronomia. Um evento super bem organizado. Parabéns aos Cavaleiros da Cultura e à Prefeitura de Rio Novo pelo evento! ■
33ª FEIRA DO LIVRO DE CANOAS Data: 24 de junho a 8 de julho de 2017 Local: Praça da Bandeira – Canoas-RS
Por Débora Falcão A Feira do Livro de Canoas aconteceu entre 24 de junho a 8 de julho, e contou com várias atrações. Entre elas, podemos destacar o “Cozinhando com Palavras”, muito mais que receitas, onde tivemos uma área dedicada à gastronomia. Alguns eventos culturais além da literatura, com peças de teatro, cinema e apresentações musicais. Quase 30 escritores estiveram presentes no evento em sessões de autógrafos e lançamentos de livros, entre eles o escritor Ziraldo. Mais de 40 encontros de escritores com o público ocorreram no Auditório Ziraldo, e a equipe da Secretaria de Cultura promoveu mais de 30 contações de histórias, além de área voltada para público infantil e todos os estandes com vendas e promoções de livros. Teve o encontro com a escritora Adriana Carranca, autora do livro sobre a menina Malala, e finalizou com show do músico Serginho Moah. ■
LYGIA FAGUNDES TELLES
ESTRADA ESCRITA
“Às vezes, a esperança. O homem vai sobreviver, e essa certeza me vem quando vejo o mar, um mar que talhou com tanta poluição, embora! Mas resistindo. Contemplo as montanhas e fico maravilhada porque elas ainda estão vivas. Sei que é preciso apostar, e de aposta em aposta cheguei a esta Casa para a harmoniosa convivência com aqueles que apostam na palavra.” (Trecho do “Discurso de Posse”, 1987).
Por Ane Karoline
Romances
Quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, nasce na capital paulista, em 19 de abril de 1923, Lygia de Azevedo Fagundes, na rua Barão de Tatuí. Seu pai, advogado, exerceu os cargos de delegado e promotor público em diversas cidades do interior paulista (Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga), razão porque a escritora passa seus primeiros anos da infância mudando-se constantemente. Acostumou-se a ouvir histórias contadas pelas pajens e por outras crianças. Em pouco tempo, começou a criar seus próprios contos e, em 1931, já alfabetizada, escreve nas últimas páginas de seus cadernos escolares as histórias que irá contar nas rodas domésticas. Como ocorreu com todos nós, as primeiras narrativas que ouviu falavam de temas aterrorizantes, como mulassem-cabeça, lobisomens e tempestades. Seu pai gostava de frequentar casas de jogos, levando Lygia consigo “para dar sorte”. Diz a escritora: “Na roleta, gostava de jogar no verde. Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o verde, ele está em toda a minha ficção. É a cor da esperança, que aprendi com meu pai.”
- Ciranda de Pedra (1954) - Verão no Aquário (1964) - As Meninas (1973) Prêmio Jabuti - As Horas Nuas (1989)
Lygia é uma ávida escritora e reúne um vasto conjunto de contos, crônicas e romances. Além disso, participou de várias antologias e coletâneas; e ainda traduziu e adaptou diversos textos. Muitos livros da escritora foram publicados em outros países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Estados Unidos, dentre outros.
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Participações em Coletâneas - Gaby (1964) – in Os Sete Pecados Ca__
pitais – Civilização Brasileira - Trilogia da Confissão (1968) – “Verde Lagarto Amarelo”, “Apenas um Saxo- Porão e Sobrado (1938) fone” e “Helga”, in Os 18 melhores - Praia Viva (1944) contos do Brasil – Bloch Editores - O Cacto Vermelho (1949) Missa do Galo (1977) – in Missa do - Histórias do Desencontro (1958) Galo: variações sobre o mesmo tema - Histórias Escolhidas (1964) – Summus - O Jardim Selvagem (1965) - O Muro (1978) – in Lições de Casa – - Antes do Baile Verde (1970) exercícios de imaginação – Cultura - Seminário dos Ratos (1977) - Filhos Pródigos (1978) reeditado como “A - As Formigas (1978) – in O Conto da Mulher Brasileira – Vertente Estrutura da Bolha de Sabão” em 1991 - Pomba Enamorada (1979) – in O - A Disciplina do Amor (1980) Papel do Amor – Cultura - Mistérios (1981) - Venha Ver o Pôr-do-Sol e Outros Contos - Negra Jogada Amarela (1979) – conto infanto-juvenil – in Criança brinca, não (1987) brinca? – Cultura - A Noite Escura e Mais Eu (1995) - As Cerejas (1993) – in As Cerejas – - Oito Contos de Amor (1996) Atual - Invenção e Memória (2000) Prêmio Jabuti - Durante Aquele Estranho Chá: Perdidos e - A Caçada (1994) – in Contos Brasileiros Contemporâneos – Moderna Achados (2002) - A Estrutura da Bolha de Sabão e As - Biruta (2004) Cerejas (s.d.) – in O Conto Brasileiro - Conspiração de Nuvens (2007) Contemporâneo – Cultrix - Passaporte para a China (2011) - O Segredo e Outras Histórias de Descoberta (2012) - Um Coração Ardente (2012)
Livros de Contos
Antologias
OBRAS
- Pomba Enamorada (1999) – Seleção de Léa Masima
- Seleta (1971) – Organização, estudos e notas de Nelly Novaes Coelho - Lygia Fagundes Telles (1980) – Organização de Leonardo Monteiro - Os Melhores Contos de Lygia F. Telles (1984) – Seleção de Eduardo Portella - Venha Ver o Pôr-do-Sol (1988) – Seleção dos Editores – Ática - A Confissão de Leontina e Fragmentos (1996) – Seleção de Maura Sardinha - Oito Contos de Amor (1997) – Seleção de Pedro Paulo de Sena Madureira
Em fevereiro de 2016 foi Voyant!’. Sim, é preciso ser indica-da ao Prêmio Nobel de vidente como são as mulheres lá no Literatura pela União Brasileira de subter-râneo do ser, e ele Escritores. acrescentou: ‘Eu já atingi com a minha linguagem o máximo que um escritor poderia atingir. Agora, só as mulheres, quan-do as mulheres souberem escrever’. LYGIA FAGUNDES
TELLES E A PRODUÇÃO LITERÁRIA FEMININA
outra forma de loucura’.”
A Editora Companhia das Letras republicou vários clássicos da autora em uma nova coleção, como é possível ver em algumas imagens desta matéria, com capas coloridas e super chamativas para cada título seu.
Crônicas Publicadas na Imprensa - Não Vou Ceder. Até Quando? – O Estado de S. Paulo, 6 de janeiro de 1992. - Pindura com um anjo – Jornal da Tarde, 11 de agosto de 1996. Ele amava o desconhecido, o mistério ‘Que a nossa fria e pálida Quando entrevistada com razão esconde’. Daí a admiração relação à produção literária feminina, pelo segundo sexo, o único que guarda lá nas profundezas as chaves Lygia respondeu: “A literatura da mulher é dife- secretas da sabedoria. Sim, minhas rente da literatura do homem lá nas caras psicanalistas, ele era um raízes, isso porque a mulher é mais homossexual cheio de revolta e fúria, intuitiva do que o homem. Penso que lamentando sempre a submissão da vem dessa aguda percepção a maior mulher tão perseguida desde a mais diferença na obra de ambos, compre- remota antiguidade, quando era queimada viva nas fogueiras como ende? No passado, quando alguém __ queria elogiar uma escritora, falava assim: ‘Mas ela escreve como um homem!’. Hoje, macho e fêmea são julgados (ou devem ser julgados) pela qualidade. O livro ou o quadro do João ou da Maria presta ou não presta e ponto final.
A coleção foi dividida em categorias, como “Contos” e “Memória e Ficção”. Os livros podem ser adquiridos no site da própria editora e em todas as livrarias do Brasil. As coletâneas, antologias e outros livros aqui citados podem também ser encontrados nas livrarias. ■
CURIOSIDADES Ao longo da carreira de Lygia Fagundes Telles, ocorreram alguns fatos curiosos. Alguns deles foram selecionados e os separamos para o deleite dos leitores que não conhecem a escritora e seus livros e têm vontade de conhecer, e também para aqueles que já a conhecem, já leram alguns de seus livros e têm curiosidade de conhecer mais sobre ela. Seu romance intitulado “As Meninas” foi adaptado para os cinemas em 1995. A película foi dirigida pelo cineasta Emiliano Ribeiro. Em 13 de maio de 2005, Lygia recebeu o Prêmio Camões pelo conjunto da obra, distinguida pelo júri composto por Antonio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).
Mas é preciso insistir que lá nas cavernas permanece essa diferença entre os sexos e que me parece importante, conforme escreveu aquele grande poeta francês do século XIX Arthur Rimbaud: ‘Je dis qu’il faut être Voyant, se faire ________
feiticeira, a bruxa com o maldito dom de abrir a cortina do tempo para devassar o futuro. Sinuosa e traiçoeira, a mulher era comparada à bíblica serpente. E o poeta Rimbaud, fascinado justamente por aquilo que aos olhos alheios era um dom maldito: ‘Ela, a mulher, também será poeta e descobrirá coisas estranhas e insondáveis, repousantes e deliciosas’. Voilá! Um cidadão bem comportado há de resmungar nessa altura: ‘Mas esse poeta era louco!’. Recorro ao filósofo Pascal, que afirmava: ‘O ser humano é tão necessariamente louco que não ser louco seria uma ___
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Por Roberta Costa
BOOKAHOLIKIDS
Uma série composta por vários títulos onde, em cada um, há um animal como personagem principal e um narrador contando a sua história. As histórias são curtas, de fácil assimilação e ricas em ilustrações, atraindo bastante a atenção do leitor / ouvinte. Roberto Belli, autor dos textos, e sua própria empresa de ilustrações, a Belli Studio, prepararam esta série, que foi lançada pela editora Brasileitura, e pode ser encontrada em diversas livrarias e lojas online.
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- A Baleia Coralina - A Foca Ludmila - Celeste, a Estrela-do-Mar - Golfinhos Brincalhões - Guido, o Pinguim - O Polvo Octaviano - O Siri Anastácio - O Tubarão Izael - Tino, a Tartaruga-Marinha - Tuti, o Peixinho Dourado
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DADOS DA OBRA Autor: Roberto Belli Ilustrações: Belli Studio Editora: Brasileitura Gênero: Literatura Infanto-Juvenil
RECURSO LITERÁRIO: REVIRAVOLTAS E REVELAÇÕES
DICA DO ESCRITOR
Por Débora Falcão
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ce. Em outros momentos, a reviravolta pode estar no final, na conclusão da hisComo redatora-chefe da revista tória, e isso também é algo que acontece Geração Bookaholic, coordenando as bastante, como um vilão se reerguer, ou o seções de cada edição, recebo vários mocinho que estava praticamente derroartigos, colunas, resenhas de livros, tado ter uma carta na manga, ou coisas manuscritos etc, e acabo lendo todos mais complicadas. Vai da cabeça do eseles antes da publicação. Este trabalho critor. acabou por revelar um recurso literário Já as revelações são algo bem diinteressante, e outro um tanto ruim, e os ferente. A revelação é quando uma infordois acabam se confundindo um pouco. mação oculta ao leitor passa a ser conheÉ o caso das “Reviravoltas” e das cida. Esta revelação, geralmente, tem di“Revelações” numa história. cas espalhadas por todo o enredo até o Foi aí que percebi que alguns seu “momento” chegar, digamos assim. É escritores abusam em demasia de um quando o escritor dá dicas não muito cladesses recursos literários, e outros _ confundem um com o outro, e acabam por achar que estão lendo algo “legal”, ou escrevendo algo “inovador”, na verdade estão caindo num erro que se torna repetitivo e cansativo para o leitor. “Como assim?”, você deve estar se perguntando. Primeiro, precisamos saber distinguir as duas coisas.
gens, e não nos demos conta que eles estiveram durante bastante tempo na trama no local exato que procuravam. Isto é uma revelação. Claro, no livro de Dan Brown existiram outras revelações menores, que nos levaram diretamente à revelação maior que se deu nas últimas páginas. A questão é: a revelação e a reviravolta são dois recursos literários bem diferentes entre si. Uma revelação na história pode gerar uma reviravolta, uma mudança de rumo. Mas a reviravolta por si só não pode gerar uma revelação. O que me levou a escrever este ar_
REVIRAVOLTAS E REVELAÇÕES Apesar de confundirem muita gente, as duas coisas são bem diferentes. É possível identificá-las, sabendo qual é a premissa básica de cada uma. As reviravoltas aparecem num texto quando a história, que está seguindo um determinado curso, acaba se deparando com um acontecimento, ou um fato, ou um personagem, e o seu curso muda completamente, e a história passa a seguir outro rumo. Por exemplo: Em Guerra dos Tronos, a história seguia um curso. Ned Stark se torna a mão do rei Baratheon, e a vida da casa Stark segue um rumo esperado. Quando Ned Stark é assassinado, uma reviravolta acontece. A casa Stark, que era aliada do trono, passa a ser perseguida, e o destino de alguns membros dessa família são totalmente mudados, como o destino das irmãs Sansa e Arya Stark. Uma reviravolta na história não é ruim. Na verdade, é um recurso literário muito interessante a ser usado. Trata-se de algo que vai mudar as perspectivas de futuro, e vem para surpreender o leitor, que seguia uma linha de raciocínio e passa a mudar sua visão diante de um novo acontecimento. Geralmente a reviravolta faz parte do conflito da história, que gera justamente a própria história, como uma mola propulsora que guia o enredo ao seu ápice
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ras do que está por vir e, em determinado momento da história, a revelação vem, e o leitor passa a se lembrar das dicas que haviam antes e percebe que não vira o que estava diante de seu nariz. Um exemplo do uso de revelação está no livro “Código da Vinci”, de Dan Brown. Em determinado momento da história, recebemos uma revelação acerca do paradeiro do túmulo de Maria Madalena. Percebemos que as evidências da história apontavam o tempo todo para aquele local, mas estávamos muito envolvidos com outras buscas dos persona___
tigo foi uma resenha que li a respeito de um livro de um autor iniciante. A resenha informava que a trama estava “cheia de reviravoltas”, e tratava esta característica como um elogio. Não sei dizer se a pessoa que fez a resenha confundiu revelações com reviravoltas, mas o que posso dizer é que uma trama cheia de reviravoltas não é uma trama bem construída. Imagine uma história cheia de umdanças de curso, de rumo. É como se, o tempo inteiro, houvesse mudanças de decisão, como se o personagem decidisse mudar seu rumo a cada capítulo, ou sofresse algo que mudasse sua vida radicalmente a cada página. Isso são reviravoltas, e uma história cheia delas não é uma história bem construída. Talvez o que a pessoa quis dizer fosse que a trama estava cheia de revelações ao longo do texto, e isso pode ser possível, afinal, se for um texto no estilo mistério e suspense, várias revelações poderão ocorrer ao longo da história. A Dica do Escritor é: evite exageros nas reviravoltas. Escolha bem as revelações durante a trama e faça um roteiro antes de começar o livro. Assim, você poderá saber, de antemão, o que revelar e onde, pontualmente; causar uma reviravolta, surpreendendo o leitor sem cansá-lo, e sem parecer um escritor amador e clichê. ■
Por Juliana Cury
HORA DA POESIA
Para a Hora da Poesia desta edição trouxemos um livro que não sai da lista dos mais vendidos há várias semanas, e com todo o mérito! Começou fazendo sucesso ao atingir o primeiro lugar nos mais vendidos do The New York Times e, no Brasil, também está presente em todas as listas desde o lançamento. “Outros Jeitos de Usar a Boca” é um livro que desperta as mais diversas emoções: alegrias, tristezas, amor, dor, decepção e esperança. A autora, Rupi Kaur, divide o livro em quatro seções: a dor, o amor, a ruptura e a cura. Rupi é uma escritora e artista que vive em Toronto, no Canadá. Esse é o seu primeiro livro, que foi publicado em novembro de 2014, intitulado “Milk and Honey”. Seus trabalhos tratam temas muito importantes para a sociedade, tais como feminismo, amor, traumas e superação. O meu poema favorito encontra-se na seção “a cura”, que é o fechamento do livro, e você confere logo mais abaixo. O livro pode ser encontrado online no site de todas as livrarias com preço de capa de R$ 29,99 (mas com grandes descontos na maioria das lojas). Na Amazon, por exemplo, a versão impressa do livro está por R$ 14,90 (pesquisa feita em agosto de 2017).
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CONFIRA UMA DAS POESIAS PRESENTES NO LIVRO: SEÇÃO – A CURA
“VOCÊ MERECE SE ENCONTRAR COMPLETAMENTE NO SEU AMBIENTE NÃO SE PERDER NO MEIO DELE.”
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DADOS DA OBRA Autora: Rupi Kaur Editora: Planeta Gênero: Poesia Ano de Lançamento: 2014
O CONTO DO LEITE Por JackMichel
I A estória que vou lhes contar Causará certo deleite Por se tratar, justamente, Do belo conto do leite.
HORA DO CONTO
II Um dia chegou à cidade O Manduca Conceição, Com uma roupa remendada E um balde vazio na mão.
III O tesouro do Manduca Era só a Negralina, Uma vaquinha faceira Com uma cara de menina.
VIII Moravam agora felizes Numa bela fazendinha Com verdes pastos macios Para a alegre vaquinha.
IV IX O leite da Negralina Era muito saboroso, E transformava moço feio Em rapaz lindo e formoso.
Aqui termina a estória láctea Da vaquinha Negralina Cujo gosto simboliza A mais pura proteína.
V X As moçoilas da cidade Queriam todas beber Um copo branco de leite Para beleza também ter
Por isso, meu amiguinho... Toda noite ao se deitar, Não esqueça de ir correndo Um copo de leite tomar!
*** VI Agora, nos quatro cantos, Só existia beleza; Pois todos tinham um jarro Cheio de leite na mesa!
VII Após vender muito leite O Manduca enriqueceu E com a sua Negralina Na vida, afinal, venceu. 76
Geração Bookaholic – Sua Revista Literária
JackMichel é o primeiro grupo literário da história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram na cidade de Belém, estado do Pará, Brasil. O tema de sua obra é variado, visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. A escritora publicou seu primeiro livro, “Arco-Jesus-Íris” em 2015, pela Chiado Editora. Em 2016 lançou, pela Drago Editorial, as obras “LSD Lua”, “Sor_
vete de Pizza Mentolado X Torpedo Tomate”, “1 Anjo MacDermot” e “Ovo”. É associada da A.C.I.M.A., Associazione Culturale Internazionale Mandala, e da LITERARTE, Associação Internacional de Escritores e Artistas. Seus contos e poemas constam em antologias nacionais e internacionais bilíngues. “Antologia Criticartes” (Biblio Editora), “Amor & Amore” (Edizioni Mandala), “Os Melhores Poemas de 2016” (ZL Editora), “Faz de Conto II” (Helvetia Edições), “Espinhos e Rosas” (Editora Iluminare), “Antologia Cultive” (Fast Livro), “Mulheres pela Paz” (Fénix), “Além da Terra, Além do Mar” (Chiado Editora). Também foi destaque de diversas revistas digitais de literatura, artes e cultura, como Varal do Brasil, Revista Literária, Ami, Divulga Escritor, Geração Bookaholic (edições #5, #6 e #7), Conexão Literatura, Criticartes. Participou do XXIX Salão Internacional do Livro de Turim 2016, I Salão do Livro de Lisboa 2016 e I Salão do Livro de Berlim 2016. Em 2017 toma parte dos eventos XVIII Bienal Internacional do Livro do Rio, 31º Salão do Livro e da Imprensa em Genebra, XXX Salão Internacional do Livro de Turim, Salão Internacional do Livro de Milão, BUK Festival Literário de Modena, Feiras Literárias de Mântua, Bolonha e Roma. Seu slogan é: “JackMichel: A Escritora 2 em 1”. ■