A reciclagem é o destino final mais adequado para esta revista. Lembre-se: o seu papel é importante para o planeta!
maio/junho • Ano 4 • edição 18 • 2010
14 Entrevista
Carlos Gusso
18 Capa
Capa
26
Responsabilidade Social Corporativa
Lições de cooperação e cidadania que formam cidadãos conscientes
32
38 Energias Renováveis
18
Gestão Sustentável Meio Ambiente Destaque Jurídico
Colunas
Ser Sustentável
O futuro será elétrico
42 Responsabilidade Ambiental
CO2 Uma questão de controle
46 Gestão de Resíduos
30 36 45 51
Visão Sustentável
Relatando a sustentabilidade
Matérias
Desenvolvimento Local vem da união que transforma
Ideias que visam proteger o futuro
02 17 25 29 31 33 35 37 41 44 47 49 53 54 55
Estação Business School Banco do Brasil SESI/PR Unimed Paraná Civitas Junior Achievement-PR DFD Consult Teclab Enfoque Ambisol
Anunciantes e Parcerias
04 Editorial 05 Espaço do Leitor 06 Sustentando 11 Educando para o Futuro 52 Cidadão & Ação 54 Publicações e Eventos
AgSolve Estre Jornal Meio Ambiente IBF
GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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Editorial
Os indicadores socioambientais que impulsionam os negócios Em toda a minha trajetória profissional, sempre ouvi nas reuniões estratégicas das empresas um tradicional jargão do mundo corporativo “Só se gerencia aquilo que se mede”. Essa frase dita por um dos mais importantes estudiosos da área da administração moderna (Peter Drucker) encaixa-se muito bem em se tratando de gestão para sustentabilidade empresarial. Por outro lado, cria-se um enorme drama para os gestores, pois começam aí muitas indagações... Como medir algo sistêmico e multidisciplinar? É suficiente medir com indicadores quantitativos usuais ou necessariamente precisam ser criados indicadores qualitativos? Essas e outras perguntas são mencionadas nessa edição da revista juntamente à abordagem sobre os indicadores e as ferramentas disponíveis para as empresas medirem seus projetos socioambientais. Atualmente, as organizações, mundo afora, têm percebido que atuações nas áreas socioambientais são estratégicas para a continuidade e para a evolução dos negócios, mas como comprovar, de forma convincente, todos os esforços realizados nesse sentido? É correto realizar ações isoladas e enquadrá-las como responsabilidade socioambiental da empresa? Emitir um relatório recheado de cobertura jornalística, fotos e imagens de pessoas da comunidade sorrindo pode, de fato, qualificar a empresa com o título de “socialmente e/ou ambientalmente responsável”? Outro aspecto é a mensuração das ações socioambientais por meio do volume de recursos financeiros investidos. Isso é responsabilidade socioambiental? É possível medir melhoria na qualidade de vida da comunidade no entorno ou na recuperação de áreas degradadas por meio de “reais” investidos? O que de fato os treinamentos ou a quantidade de participantes em um evento melhoraram a qualidade de vida da comunidade, na empregabilidade dessas pessoas, na renda ou mesmo no grau de educação e de conhecimento? Foi feito algum acompanhamento da área degradada após o direcionamento de recursos? O que precisa de fato ser evidenciado em um balanço socioambiental não é o valor numérico, mas sim o resultado efetivo junto à localidade na qual foram realizados. Esta edição não tem a intenção de criar indicadores ou responder a todas essas questões, mas provocar uma reflexão nos gestores de que indicadores são necessários. Apesar de todas as intenções positivas por parte das empresas em seus projetos, é necessário medir com efetividade. Responsabilidade ou qualquer outro nome que seja dado a esse compromisso empresarial faz parte das ações transformadoras junto à comunidade e ao meio ambiente e não apenas do registro de boas práticas. Boa Leitura! Pedro Salanek Filho
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Diretor Executivo Pedro Salanek Filho (pedro@geracaosustentavel.com.br) • Diretora Administrativa e Relações Corporativas Giovanna de Paula (giovanna@geracaosustentavel. com.br) • Relações Corporativas Gerson Medeiros (gerson@geracaosustentavel.com.br) • Jornalista Responsável Juliana Sartori / MTB 4515-18-155-PR (juliana@geracaosustentavel.com.br) • Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Winck (marcelo@geracaosustentavel.com.br) • Revisão Alessandra Domingues • Conselho Editorial Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto, Ivan de Melo Dutra e Lenisse Isabel Buss • Colaboraram nesta edição Jornalistas: Criselli Montipó, Ana Letícia Genaro, Lyane Martinelli e Fábio Cherubini (redacao@geracaosustentavel.com.br) • Assinaturas assinatura@geracaosustentavel.com.br • Fale conosco contato@geracaosustentavel.com.br • Impressão Gráfica Capital
A impressão da revista é realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. O papel (miolo e capa) é produzido com matéria-prima certificada e foi o primeiro a ser credenciado pelo FSC - Forest Stewardship Council. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma lavanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.
ISSN nº 1984-9699 • Tiragem da edição: 10.000 exemplares • 18ª Edição • maio/junho • Ano 4 • 2010 Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/000112 - Av. Sete de Setembro, 3815 - sala 15 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 80.250.210 Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
www.geracaosustentavel.com.br A revista Geração Sustentável é uma publicação bimestral independente e não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em artigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins didáticos.
Espaço do Leitor
A revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL chegou ao mercado em boa hora. Estamos batalhando para preservar o planeta Terra com mais responsabilidade e amor. Estão de parabéns seus editores. Os assuntos nela abordados são próprios para que o homem comece a utilizar os recursos naturais disponíveis, em seu próprio benefício, como no caso da Fitoterapia. A biodiversidade brasileira abre as portas para que a medicina moderna conheça mais sobre as propriedades medicinais das plantas, trazendo a cura de muitas doenças que persistem nas populações humanas. A chave da cura está ao nosso alcance, basta chegar em tempo real aos recursos naturais disponíveis. Jandira Cristofolini São José dos Pinhais/PR
Tive a oportunidade de conhecer a revista por meio das mídias eletrônicas. Meu primeiro contato foi pelo BLOG, no qual pude observar as postagens diárias sobre exemplos de sustentabilidade das empresas. Desenvolvo uma atividade de consultoria na área socioambiental e
as pesquisas digitais são sempre importantes. Continuem sempre nos informando! Luiz Carlos Soares Neto Porto Alegre/RS
Sustentabilidade é um caminho sem volta! A cada dia me envolvo mais com essa área, e tenho percebido que essa frase será uma constante no cotidiano. Quando olhamos para as cidades, para as empresas, para as florestas... Enfim em todos os aspectos, observamos que esse assunto é muito mais do que uma opção, é de fato uma necessidade de sobrevivência. Sou administradora de empresas e leciono na área e Gestão da Produção, e frequentemente tenho apresentado esses temas para os meus alunos. Procuro gerar debates para criar o hábito e a consciência da sustentabilidade nessa nova geração de gestores. Acompanho a revista pelo twitter e pelo site. Parabéns pela publicação que sempre apresenta boas ações. Carla Regina dos Ramos São Paulo/SP
Rede social Confraria Sustentável Nós, profissionais envolvidos com a produção da Revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL, resolvemos arranjar uma forma de nos aproximar ainda mais de você leitor e envolvê-lo em debates sobre desenvolvimento sustentável. Para isso, criamos a Confraria Sustentável – rede social virtual que serve como espaço destinado a todos que contribuem com a sustentabilidade e querem trocar ideias a respeito do tema. Não perca essa oportunidade e mostre como cada um de nós pode contribuir para criar uma geração mais responsável e equilibrada!
Conheça o mundo digital da Geração Sustentável www.geracaosustentavel.com.br twitter.com/revistageracao revistageracaosustentavel.blogspot.com Rede Social: confrariasustentavel.ning.com
Revista Digital GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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Estação móvel de tratamento de efluentes A D&G Projetos Ambientais, empresa sediada na região de Curitiba lançou, recentemente, a estação de tratamento de efluentes (ETE) Móvel para resíduos fisico-químicos. Para a Direção e sua equipe técnica, essa tecnologia ambiental deve unir a gestão de fatores econômico e ambiental. O custo de implantação de uma estação de tratamento de efluentes fixa é normalmente inviável por questões de espaço, bem como do seu alto custo de instalação. A ETE móvel não apresenta custos elevados de instalação, possui ótima capacidade para processamento que trata dez metros cúbicos por hora. Além disso, ela serve também para casos em que a empresa necessite de uma manutenção na ETE e não tenha como parar o processo produtivo. É necessário, previamente, fazer análises sobre a possibilidade de uso da ETE móvel, de acordo com cada atividade produtiva e após aceite pela empresa, realiza-se seu devido licenciamento específico para tratamento junto aos órgãos Ambientais Competentes. O projeto da ETE móvel para resíduos fisico-químicos foi criado pelo D&G A. P. Ambientais em parceria com a União Brasil Assessoria Ambiental. Para saber mais sobre esse projeto acesse: www.degprojetos.com.br ou pelo fone: (41) 3668-4599.
Vice em consumo verde
O Brasil ficou em segundo lugar, atrás apenas da Índia, no ranking de consumo verde organizado pela National Geographic Society, o Greendex 2010, e divulgado no início de junho. Realizado pelo terceiro ano consecutivo, o levantamento mediu o comportamento e o estilo de vida de 17 mil pessoas em 17 países. Os Estados Unidos são o último país do ranking. De acordo com a entidade, os norte-americanos mantiveramse como um dos povos com os hábitos menos sustentáveis do planeta nos últimos três anos. Austrália, França, Canadá e Alemanha também estão entre os piores colocados. “Consumidores em economias emergentes continuam a se posicionar no topo do ranking, enquanto os seis últimos são consumidores de países industrializados”, destaca o documento. Além de Índia e Brasil, o levantamento listou nas primeiras colocações a China e o México. O melhor desempenho brasileiro foi registrado no quesito moradia, que avalia o impacto ambiental de residências por conta da baixa utilização de aparelhos de ar condicionado ou de aquecimento. O levantamento destaca o alto grau de utilização de energia proveniente de fontes renováveis no país. Apesar do segundo lugar no ranking geral, o Brasil ficou em 6º lugar no item transportes em virtude do crescente uso do automóvel para tarefas diárias, como a ida ao trabalho, e da precária infraestrutura de transporte público. O país ficou atrás de Índia, China, Rússia, Hungria e Argentina nesse quesito.
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divulgação
Sustentando
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Resíduos especiais ganham Lei Municipal Foi encaminhado no mês de junho um projeto de lei que prevê tratamento e destinação diferenciada de resíduos especiais como pneus, pilhas, baterias, lâmpadas, embalagens de tintas, solventes, óleos lubrificantes e lixo eletrônico na cidade. Com a lei, revendedores, distribuidores e também consumidores curitibanos de resíduos especiais passam a ser responsáveis pelo destino e tratamento dos materiais. O descumprimento das normas implicará em penalidades não só aos fabricantes, mas também aos consumidores, distribuidores e revendedores, com multas que variam de R$ 100 a R$ 10 milhões. Os fabricantes nacionais e importadores que dão origem aos resíduos especiais comercializados em Curitiba terão que se cadastrar no prazo de 180 dias, a partir da vigência da lei, se responsabilizando pela coleta nos pontos de revenda e pelo armazenamento, transporte, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada, assim como recuperação ambiental de áreas degradadas quando causados por sua disposição inadequada. O projeto que deu origem à lei levou cerca de um ano para ser elaborado.
Embalagem premiada
divulgação
O pote biodegradável da margarina Cyclus Nutrycell, lançado de forma pioneira no Brasil pela Bunge em 2009, recebeu o prêmio “The Sustainability Award Gold” concedido pela WPO - World Packaging Organization, entidade mundial do setor. O prêmio é destinado aos desenvolvimentos mais significativos em embalagens sustentáveis. Nessa premiação, o júri, formado por representantes de 14 países associados à WPO, avaliou 237 casos de 35 países, inscritos a partir da premiação em nível nacional - o pote de margarina da Bunge já havia sido premiado no Brasil pela Embanews e pela ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), que escolheu a Bunge como a Empresa do Ano de 2009. Os prêmios são concedidos a partir do consenso do júri que a embalagem representa um avanço real e é a melhor inovação em sua categoria. Preparado com o uso de resina PLA (poliácido láctico), o pote degrada-se em 180 dias em condições adequadas de compostagem, sem contaminar o solo. Para se ter ideia do quanto isso significa, basta lembrar que uma embalagem plástica comum pode levar mais de 100 anos para se degradar.
KAIÑOS Prêmio Inovação para a Sustentabilidade Empresarial
Essa premiação visa inspirar e reconhecer as empresas que efetivamente implementaram estratégias para o desenvolvimento sustentável dos seus negócios, com base num novo olhar sistêmico que contemple todas as dimensões da sustentabilidade, tendo a inovação como elo integrador e mola propulsora. Do grego Kaiños (ka-hee-nos), esta palavra tem o sentido e significado de algo inédito, inusitado, surpreendente; diz respeito à mudança para uma nova direção do pensar, viver e ser. Portanto, o Prêmio KAIÑOS tem o propósito de abraçar novas ideias para a mudança organizacional em busca desta transformação que a torne competitiva de forma continuada. O prêmio reconhecerá as empresas nas cinco categorias menciondas abaixo: - Gestão de Negócio - Gestão Social - Gestão Ambiental - Gestão do Aculturamento - Gestão da Governança
Maiores informações podem ser obtidas pelo email: contato@geracaosustentavel.com.br
Co-criação:
Sustentando
Simpósio discute
medicina preventiva
divulgação
Nos dias 03 a 05 de junho aconteceu o 18º Suespar (Simpósio das Unimeds do Estado do Paraná) em Foz do Iguaçu. O evento contou com mais de 700 convencionais das 22 Singulares do estado do Paraná e também de outros estados. No primeiro dia do Simpósio, foram realizados os encontros dos comitês, as reuniões técnicas e as dos conselhos de todos os organismos institucionais da Federação. Nos dias 04 e 05 foram desenvolvidos os minieventos e as palestras magnas. Nos temas técnicos, questões como Padronização das Ações de Medicina Preventiva, Avaliação Ambiental e Cuidado Com Maiores de 80 anos, Governança Corporativa x Cooperativas, Mercado de Saúde Suplementar, Segurança da Informação, RH Estratégico, Rede de Prestadores e Retorno de Marketing deram vigor ao evento.
Prêmio de Gestão Sustentável
Para ficar com o bolso em dia
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou um portal de educação financeira na internet, o www.meubolsoemdia.com.br. O objetivo é ajudar os cidadãos e as famílias a administrem seus orçamentos, porque contas em dia são garantia de um futuro mais tranquilo e de poder comprar em longo prazo. Nesse portal, que está no ar desde o dia 30 de março, é possível encontrar, por exemplo, dicas de como escolher a melhor opção de pagamento das compras, planilhas para controlar entrada e saída de dinheiro e explicações das funções e dos produtos bancários. A iniciativa nasceu da percepção dos bancos de que o aumento da renda e da movimentação bancária no país fez muitos consumidores comprarem mais e terem acesso a produtos e serviços dos bancos. Um dos sinais disso é que em 2000 havia 48,2 milhões de contas correntes ativas e em 2008, 82,6 milhões. Mas percebeu-se que, em geral, os brasileiros não têm o hábito de organizar as finanças domésticas. A ideia do portal é ajudar a criar entre os brasileiros a cultura de fazer planejamento financeiro. O portal é dividido em quatro seções principais, que incluem as seguintes informações: Como comprar melhor, Sempre Positivo, Entenda seu Banco e Você participa. Vale a dica para quem quer melhorar a forma de administrar as contas de casa.
O Casem (Conselho de Ação para Sustentabilidade Empresarial) da ACP (Associação Comercial do Paraná) promoveu no início do mês de junho a entrega do Prêmio Casem de Gestão Sustentável, no qual concorreram 17 empresas, com 18 projetos. Quase duas centenas de pessoas prestigiaram o evento de premiação. Para a presidente da ACP, Avani Slomp Rodrigues, iniciativas como a do Casem “fortalecem a cultura de participação e de integração da sociedade por um futuro melhor que todos almejamos”. As empresas Risotolândia, Buona Vita Cosméticos e Atelier Robson Walker, foram classificadas, respectivamente, nas categorias Socialmente Justa, Ambientalmente Correta e Economicamente Viável, Outros dois programas – da FAE/Bom Jesus e dos Correios – também receberam menções honrosas. “São empresas que, como previa o regulamento, adotam práticas adequadas à sustentabilidade empresarial e devem servir de exemplo à toda a comunidade”, afirma Marilda Précoma, vice-presidente da ACP e coordenadora do Casem. 8
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Sustentando
Pegada ecológica
A rede Global Footprint Network, umas das disseminadoras dos cálculos da pegada ecológica, lançou o relatório “The Ecological Wealth of Nations”. O objetivo é documentar a demanda da população mundial sobre os recursos ecológicos do planeta e qual é a capacidade dos ecossistemas de atender a essa demanda, tanto globalmente quanto por nação. A análise é feita com base nos dados que os países reportam para as agências da ONU. Mais informações em: http://www.footprintnetwork.org/images/uploads/ Ecological_Wealth_of_Nations.PDF
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Pense Azul
A Volkswagen apresentou o seu primeiro veículo de duas rodas e o conceito “Think Blue” na Auto China 2010. Por incrível que possa parecer, a bicicleta da Volkswagen chamou mais a atenção das pessoas do que os seus próprios carros, além disso, gerou no mundo inteiro curiosidade para ver como ela funciona. A empresa tem se referido a ela como a obra de arte da mobilidade. A VW Bike não tem pedais, é dobrável, freio a disco nas duas rodas e funciona com bateria que pode ser recarregada no próprio carro, em corrente contínua ou numa tomada AC Comum. Foi concebida para encaixar-se perfeitamente no compartimento do pneu estepe do carro. O conceito de mobilidade desse equipamento é para que a bicicleta seja um complemento do carro. Assim, o motorista poderia deixar o carro num estacionamento fora dos grandes centros congestionados e trafegar em zonas com tráfego elevado com sua bicicleta elétrica. Conheça o veículo no link: http://confrariasustentavel.ning.com/video/electric-bike-by-volkswagen).
divulgação
Emissões reportadas
O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento com empresas divulgando suas emissões por meio de um registro público. Um grupo formado por 35 empresas brasileiras passou recentemente a reportar voluntariamente suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio do Registro Público de Emissões de GEE do país. As empresas aderiram ao Programa Brasileiro GHG Protocol, que apoia a elaboração dos inventários de emissões de GEE com base na principal metodologia mundial desenvolvida pelo World Resources Institute - WRI, e que está sob coordenação do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV. Ao mesmo tempo, também foi lançada a publicação: Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol. Mais informações no site http://www.ghgprotocolbrasil.com.br.
GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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Sustentando
Banho de sustentabilidade Por mais interessantes que pareçam ser os sistemas de aquecimento solares e os a gás para os chuveiros, o bom e velho banho elétrico ainda é o mais econômico e sustentável de todos. De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), por meio do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (Cirra), o chuveiro elétrico apresenta consumo médio anual de água menor que os demais sistemas de aquecimento. O chuveiro elétrico está presente no aparelho tradicional e no chuveiro híbrido solar, que é um aquecedor solar com um chuveiro elétrico na ponta. A pesquisa concluiu que um banho de oito minutos custa, em média, R$ 0,27 (entre consumo de água e energia elétrica) no chuveiro híbrido solar e R$ 0,30 no chuveiro elétrico. O mesmo banho sai por R$ 0,46 com aquecedores solares tradicionais, R$ 0,59 com os aquecedores a gás e R$ 1,08 com o boiler elétrico. Outra boa notícia é que o estudo mostra que o chuveiro elétrico é também o que menos desperdiça a água. A média anual do consumo de água no chuveiro elétrico foi de 4,2 litros por minuto (l/min). O chuveiro híbrido solar obteve média anual de 4,1 l/min, ou seja, 2,3% menor que o consumo do chuveiro elétrico. O aquecedor à gás obteve média de 8,7 l/min, ou seja, 207% maior que o consumo do chuveiro elétrico, o aquecedor solar obteve média de 8,4 l/ min, ou seja, 200% maior que o consumo do chuveiro elétrico e o boiler elétrico obteve média de 8,5 l/min, 202% maior que o consumo do chuveiro elétrico. O chuveiro elétrico está presente em mais de 73% das residências brasileiras, segundo dados do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), entidade do Governo Federal.
Embalagens reformuladas
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
ação
divulg
Para continuar garantindo a higiene e limpeza dos bebês e ainda preservar a natureza, a AllCare acaba de reformular seus potes de lenços umedecidos da marca Sininho. Na unidade industrial, localizada em Atibaia, interior de São Paulo, seus departamentos uniram-se em prol da conscientização de proteção ao meio ambiente e, como resultado, destacam a economia e adaptação de materiais plásticos como o maior diferencial. Os potinhos de 75 unidades passam a ter redução significativa em seu tamanho e peso, não alterando a quantidade de produto, mas sim, reduzindo o consumo de plástico em sua produção. Essa cadeia de benefícios ocorre, a princípio, na produção do próprio pote, que passa para a redução do consumo de plástico em seu rótulo e no preparo da embalagem para o transporte. Agora, seu fardo ocupa a metade do espaço, reduzindo o transporte dos caminhões pela metade. Com a iniciativa, passam a consumir menos gasolina e chegam ao consumidor final em uma embalagem mais compacta, ideal para ser levada na bolsa do bebê, para viagens e até deixada no porta-luvas do carro para qualquer emergência. Essa iniciativa é positiva para a natureza e, em números, estima-se que haja uma redução de 30 toneladas mensais no consumo de plástico para a produção desses produtos.
Educando para o Futuro
O
“Atitude Pelo Planeta” é também um Programa da Junior Achievement
Programa Atitude Pelo Planeta faz parte do Projeto Sustentabilidade da Junior Achievement, que pretende beneficiar mais de um milhão de jovens brasileiros. O programa foi desenvolvido para alunos do Ensino Médio e através de atividades lúdicas e de ações relacionadas ao exercício da cidadania, apresenta e desenvolve conceitos relacionados ao desenvolvimento sustentável. Diversos assuntos são abordados, tendo como linha unificadora a busca da sustentabilidade em nossa sociedade, para atingir o equilíbrio de objetivos sociais, ambientais e econômicos, preservando os recursos do planeta para o futuro. Este programa é aplicado nacionalmente através do patrocínio das empresas: Oi, Santander e Gerdau. Aqui no Paraná já foram beneficiados, neste ano, pela JAPR com este projeto, 822 alunos em 34 turmas de 9 escolas, com a participação de 16 orientadores voluntários, e há previsão para atendimento de mais alunos em todo o Estado nos próximos meses. O assunto abordado no conteúdo do Programa tem chamado atenção de diversas empresas que trabalham com responsabilidade socioambiental, como a nossa mantenedora Brookfield Energia Renovável, que pretende apoiar o projeto com a mobilização de voluntariado entre seus colaboradores. O ganho para sociedade com iniciativas como esta é inestimável, pois acreditamos que nossos alunos e voluntários além de repensarem atitudes individuais, também se tornam agentes de disseminação de comportamentos que promo-
vem o desenvolvimento sustentável.
Miniempresários com consciência socioambiental • A sustentabilidade tornou-se um valor presente em todos os projetos de educação empreendedora desenvolvidos pela Junior Achievement. O Programa Miniempresa, no qual os estudantes criam e administram uma miniempresa estudantil, revelou uma grande evolução dos nossos jovens no que diz respeito à consciência socioambiental. Antes o que era um diferencial competitivo, agora é necessidade também para nossos achievers. Eles perceberam que desde o brainstorm para escolha do produto até o destino dos materiais consumidos durante a produção e a venda dos mesmos, é fundamental a preocupação com o meio ambiente e com a comunidade. As iniciativas para promover o desenvolvimento sustentável são percebidas na prática através de produtos que utilizam lixo reciclável, como as Miniempresas Arte Brasil, que comercializou embalagens confeccionadas com filtro de café e caixas de leite já utilizados, e Memórias e Eco Case, que utilizaram garrafas pet como matéria-prima. Os jovens empreendedores também realizaram campanhas para o plantio de árvores e arrecadação de lixo reciclável, como estratégias de responsabilidade social. Convidamos todos a conferir de perto na X Formatura das Miniempresas, às 19h30 do dia 08/07/2010 no CIETEP, o trabalho que esta nova geração empreendedora vem realizando!
Vida Urbana
Gestão do lixo é questão de inteligência
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m um país como o Brasil, onde a maioria dos prefeitos sequer ouviu falar em coleta seletiva, fica difícil imaginar que é possível resolver a questão do lixo de forma simples e limpa. Mas em outros países, como Espanha e Alemanha, há exemplos de que o problema do lixo encontrou a solução há bastante tempo. Em pelo menos 50 cidades europeias, mudou-se até a maneira de transportar o que se joga nas lixeiras. Com um exemplo que nasceu em Barcelona, os municípios descobriram um jeito de colocar o lixo no subterrâneo. Em vez de latas, que dependem de coleta periódica, existem bocas de lixo. Por meio de escotilhas, os moradores separam o lixo e jogam os sacos, que entram em um moderno sistema de tubulação, que está a pelo menos cinco metros abaixo da superfície. Funciona como um gigantesco aspirador de pó que aspira o lixo, fazendo os sacos viajarem 70 quilômetros por hora embaixo da terra. O destino final é um centro de coleta, geralmente instalado na periferia da cidade. O lixo é transportado para uma usina de triagem, também afastada da cidade. Plásticos, latas e papel são reciclados. O lixo orgânico é separado e vira combustível para mover turbinas que produzem eletricidade. O sistema acaba com a sujeira nas ruas, com as latas de lixo e, principalmente, com a coleta, que é também um método caro e que polui o meio ambiente. Somente em Barcelona, pelo menos 160 caminhões de lixo deixaram de circular diariamente pelas ruas da cidade. A expectativa é que em cinco anos eles sejam totalmente extintos da cidade. Na Alemanha, o tratamento de resíduos e a geração de energias renováveis há muitos anos são levados a sério. O país investe anualmente 1,7 bilhão de euros na gestão de resíduos. O segmento emprega 76 mil funcionários e conta com leis bastante rigorosas. Para se ter ideia, desde 2005 não se pode mais utilizar aterro sanitário para tratamento de resíduos urbanos na Alemanha. O país adotou diversos tipos de usinas para tratamento do resíduo, além de concentrar esforços na coleta seletiva e na reciclagem. As pessoas selecionam o lixo em casa, em quatro tipos de lixeiras independentes. No lixo residencial, são separados resíduos orgânicos, metal, plástico e papel. Resíduos especiais, eletrônicos e de construção possuem coleta específica pelas prefeituras. Dessa forma, a Alemanha recicla 100% dos resíduos reaproveitáveis e faz compostagem do resíduo orgânico. Os alemães gerenciam o tratamento dos resíduos em usinas de reciclagem, usinas de tratamento de resíduo biológico e usinas de incineração. Em aterro, tratam apenas resíduos especiais. A incineração do lixo é muito utilizada no país para geração de energia. Na cidade de Wuppertal, por exemplo, a energia gerada pela incineração do lixo é utilizada na climatização das casas. Em Bassum, criou-se uma produção alternativa de combustível por meio da incineração. O lixo é selecionado, cortado em pedacinhos e substitui o carvão mineral em usinas térmicas. Em Hamburgo, foi criada a primeira usina de biodigestão de alimentos com data de validade vencida. Em vez de ir ao lixo, a comida vencida faz com que a usina produza 2 milhões de metros cúbicos de biogás e 6,7 MW de eletricidade. Com isso, alimenta 1,5 mil residências e proporciona uma economia de carbono de 5,4 mil toneladas por ano.
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
Vida Rural
Seab aposta na gestão integrada de políticas do setor Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, Erickson Camargo Chandoha, destaca que iniciativas conjuntas buscam a sustentabilidade da agricultura paranaense
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ecentemente, a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba (AEAPR-Curitiba) recebeu o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, o engenheiro agrônomo Erickson Camargo Chandoha para mais uma edição do Debate Papo. Na oportunidade, o secretário mostrou as políticas adotadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) e respondeu às perguntas dos participantes. Sobre os desafios, vistos pela Seab, para que a agricultura paranaense alcance a sustentabilidade, Chandoha destaca que é preciso analisar a sustentabilidade tanto na ótica ambiental, mas também dos pontos de vista social e econômico. “Entendemos a importância de ter uma agricultura mais competitiva, com maior rentabilidade econômica, mas a tecnologia de produção, que hoje está sendo implementada, pode ser mais adequada e, para isso, a organização dos agentes de assistência técnica e extensão rural nas bases municipais são importantes para maior eficiência desse serviço. A integração dos sistemas agrícolas, florestal e de pecuária proporcionando um equilíbrio na política de uso do solo também é uma diretriz importante”, ressalta.
Reciclação: AEAPR-Curitiba promove II Simpósio Nacional de Reciclagem Agrícola • O aproveitamento racional dos resíduos como fertilizantes, condicionadores e corretivos de solo foi abordado no II Simpósio Nacional de Reciclagem Agrícola de Resíduos de Origem Rural, Urbana e Industrial, promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba (AEAPR - Curitiba), dias 16 e 17 de julho. O evento simultâneo ocorreu durante a quinta edição da Reciclação - Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e
Agenda de eventos da AEAPRCuritiba
Tecnologia Ambiental, sediada em Curitiba. O simpósio, que reuniu cerca de cem participates de diversos estados, discutiu a questão da destinação adequada de resíduos de origens rural, urbana e industrial por meio da reciclagem agrícola. Entre os assuntos tratados, destaca-se o tema apresentado pelo professor Érico Kunde Corrêa, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Rio Grande do Sul, que abordou Como compostar resíduos sustentavelmente: ciência, engenharia de compostagem e exemplos de sucesso. “O professor Corrêa, especialista em compostagem, mostrou, ao contrário do que se fala, que a compostagem precisa ser mais considerada, pois é mais complexa do que parece. É preciso estudar mais a questão”, destaca Luiz Lucchesi, presidente da AEAPR – Curitiba. O produtor rural Frank Dijkstra, da Cooperativa Batavo, de Carambeí, Paraná, expôs sobre como recicla resíduos orgânicos em plantio direto e gera energia na fazenda Frank’Anna: dificuldades, acertos e necessidades para o setor.
MBA em Agronegócios • A Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná - Curitiba (AEAPR - Curitiba) está com inscrições abertas para o MBA em Agronegócios. Promovido desde 2008, pela AEAPR-Curitiba, o curso é ministrado pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Agronegócio (Pecege), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), de Piracicaba. As aulas serão realizadas quinzenalmente (às noites de sextas-feiras e durante o sábado). A próxima edição do curso deve iniciar dia 16 de julho. Serviço: AEAPR-Curitiba, www.aeaprcuritiba.com.br, (41) 3354-4745, aeapr@aeaprcuritiba.com.br.
“A integração dos sistemas agrícolas, florestal e de pecuária proporcionando um equilíbrio na política de uso do solo também é uma diretriz importante”, comenta o secretário da SEAB, o engenheiro agrônomo Erickson Camargo Chandoha
• 2 a 4 de julho – Curso Como Obter Ganhos com Espécies Florestais e Valorizar a Propriedade Rural • 9 a 11 de julho – Curso Arborização de Pastagens • 16 de julho – Início das aulas do III MBA em Agronegócio - Esalq/USP - em Curitiba • 20 de julho – DebatePapo Condensação na Armazenagem de Grãos (Perdas/Contaminações e Cuidados) • 23 e 24 de julho – Curso Excel para Finanças no Agronegócio • 23 a 25 de julho – Curso Administração de Sistemas Silvipastoris • 30 de julho a 1º de agosto: Curso Recuperação de Matas Ciliares • 24 a 26 de novembro - Feira AnB 2010 - Granja Canguiri Evento Simultâneo ao AnB 2010 – XVI Congresso Paranaense de Engenheiros Agrônomos
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Sustentabilidade na bandeja Servir alimentos é, sem dúvida, uma responsabilidade sem tamanho. Imagine então alimentar funcionários de várias empresas, em grandes quantidades, e ainda conseguir manter a mesma qualidade e dedicação de um pequeno restaurante que começou sua longa jornada em um bairro de Curitiba. Essa trajetória de grande sucesso de Carlos Gusso, presidente da Holding Campodoro – detentora das marcas Risotolândia (refeições transportadas) Risa (refeições administradas) e CPDA (Central de Produção e Distribuição de Alimentos) – também não termina por aí. Afinal, além de crescer com eficiência, Gusso sabe que faz parte da fórmula do sucesso a preocupação socioambiental, que ultrapassa apenas o serviço com alimentação. Preocupação que rendeu ao grupo recentemente o Prêmio Casem de Gestação Sustentável, da Associação Comercial do Paraná. Responsabilidade que também trouxe ao empresário Carlos Gusso a tranqüilidade que só alguém que soube respeitar a sociedade e o meio ambiente tem – que é “a sensação do dever cumprido”.
Carlos Gusso Revista Geração Sustentável e Adriane Werner Comunicação
Geração Sustentável • Como começou o interesse da Risotolândia pela sustentabilidade? Como começou o seu envolvimento pessoal com o tema? Carlos Gusso • A preocupação sempre existiu, desde que meus pais, Carlito e Cenira Gusso, fundaram o restaurante Risoto do Xaxim, em 1953. Sempre nos preocupamos em buscar o desenvolvimento da empresa com o respeito às pessoas, e
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sem agredir a natureza. Com o tempo, essa preocupação foi crescendo. Em 1975, quando deixei a carreira de executivo do Citibank, mudei o foco da empresa, expandindo os serviços de buffet para festas - atividade paralela que o restaurante já vinha timidamente explorando -, e investindo em um novo nicho de mercado que acreditava que prosperaria com a criação da Cidade Industrial de Curitiba: o segmento de refeições coletivas. Em
todo esse tempo, sempre apoiamos iniciativas de respeito à natureza e ao ser humano. Com o surgimento da CIC, por exemplo, sempre acreditamos que o crescimento econômico poderia e deveria estar aliado com o respeito ao ser humano e à natureza. E hoje vemos todas as conquistas conseguidas nesses anos todos de maneira muito otimista, com boas possibilidades de crescimento ainda maior.
GS • Como as ações de sustentabilidade foram inseridas na Risotolândia? CG • Na medida em que o tema despertou a atenção de todos, nós também fomos tocados pela percepção da necessidade de investirmos em ações de Responsabilidade Social e Ambiental. Mas, como dissemos, de certa forma, essas questões sempre estiveram presentes em nossas ações na empresa. Hoje podemos dizer que todas as nossas ações são pautadas pela responsabilidade. Podemos destacar vários projetos que frisam essa preocupação, como, por exemplo: - Projeto Coração e Vida - Atendimentos/orientações individuais visando melhor qualidade de vida do colaborador. - Importância da Vida – Encontros de orientação para gestantes - através de palestras com profissionais da área. - Projeto Gralha Azul – O projeto envolve detentos da Colônia Penal Agrícola, que cuidam do plantio e cultivo de Araucárias. - Liberdade Construída – O Projeto também envolve detentos da Colônia Penal Agrícola, que são contratados para trabalhar na empresa em diversas áreas. - Projeto Revima – Detentos da Colônia Penal Agrícola participam de projeto de reciclagem de isopor (das embalagens das refeições que recebem na CPA), para confecção de objetos como sancas, rodapés e puxadores. - Programa Viva Melhor – Programa desenvolvido junto a empresas-clientes, visando a melhor qualidade de vida dos participantes. Os colaboradores das empresas têm acompanhamento individual de uma nutricionista. Já conseguimos resultados expressivos, como redução de casos de obesidade, hipertensão arterial, diabetes, entre outros.
GS • A Ristolândia tem projetos nas áreas ambiental e social, como o plantios de araucárias e o trabalho desenvolvido com a Colônia Penal Agrícola. Além disso, o próprio
serviço da Risotolândia é ligado diretamente à qualidade de vida, assunto sempre reforçado e divulgado pela empresa. O que tudo isso agrega a Risotolândia? CG • Agrega, especialmente, a sensação do dever cumprido: sabemos que cada uma de nossas ações é calcada em responsabilidade, respeito ao ser humano e cuidados com o meio ambiente. Levar alimentos às pessoas é uma responsabilidade muito grande. Da qualidade da alimentação depende a saúde e o bem-estar das pessoas, então temos o maior cuidado em proporcionar as melhores refeições aos nossos clientes finais. Além de bons alimentos, fazemos questão de levar informação a todos os que usufruem dos nossos serviços, para que tenham a segurança de que estão recebendo o melhor. Buscamos também desenvolver ambientes agradáveis, pois sabemos que o local da refeição deve ser tranqüilo, limpo e aconchegante, para que as pessoas se sintam bem e possam dar o melhor de si no trabalho.
Sabemos que cada uma de nossas ações é calcada em responsabilidade, respeito ao ser humano e cuidados com o meio ambiente GS • Como é trabalhada a questão da responsabilidade socioambiental na gestão da Risotolândia? CG • Com a Risa, que organiza e gerencia os restaurantes nas empresas, temos clientes em várias cidades paranaenses e também em Santa Catarina, interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Com a Risotolândia, que cuida das refeições transportadas (merenda escolar, refeição de deGERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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Entrevista
A empresa aposta em meios de comunicação internos para mostrar aos colaboradores as atividades sociais desenvolvidas não só para informar, mas também para sensibilizar tentos e também de algumas empresas que optam pela refeição transportada), também atuamos no Paraná e em Santa Catarina. Desta forma, levamos nossos conceitos de Responsabilidade Socioambiental a todas as nossas unidades.
GS • Na sua opinião, a responsabilidade é uma forma de prestar contas à sociedade? É também uma estratégia de negócio? CG • A responsabilidade social empresarial está diretamente relacionada às decisões e atividades da empresa. Por isso, acredito que ela seja uma forma de prestação de contas. O papel da empresa no mercado não é apenas o de obedecer regulamentações e visar a lucratividade, mas sim o de procurar maneiras para trazer melhorias à população, seja por meio dos serviços oferecidos ou pelos projetos desenvolvidos. A empresa não desenvolve projetos apenas para mostrar que tem em suas atividades programas de responsabilidade, mas sim para buscar resultados. No entanto, temos a consciência de que é uma importante variável nas estratégias competitivas da empresa, bem como na avaliação do seu desempenho no ramo em que atua.
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GS • Como o conceito de sustentabilidade é repassado aos colaboradores? Como isso é difundido entre parceiros? CG • A empresa aposta em meios de comunicação internos para mostrar aos colaboradores as atividades sociais desenvolvidas não só para informar, mas também para sensibilizar. Alguns colaboradores, por exemplo, são voluntários em ações na sociedade e ministram cursos de cunho social na comunidade, como o de manipulação de alimentos. A empresa acredita que para alcançar bons resultados, é preciso contar com uma equipe integrada e que acredita no sucesso dos projetos realizados.
GS • Qual a mensagem gostaria de deixar para os leitores da Geração Sustentável? CG • Hoje o Grupo Campodoro é líder no segmento no Paraná e está entre os oito maiores do Brasil. Para chegar até aqui, o caminho foi longo e cheio de obstáculos, mas sempre acreditamos e investimos no mercado, que cresce a cada dia. Buscamos os serviços mais modernos do mercado e oferecemos aos clientes o que há de melhor, sempre inovando nos nossos modelos de gestão de alimentação. Estamos muito satisfeitos com as conquistas da empresa, que conta com colaboradores empenhados e unidos pelo mesmo objetivo, o de passar aos clientes segurança e tranqüilidade na hora da refeição e o que acreditamos ser fundamental para o nosso crescimento: atividades sociais para melhorar a qualidade de vida de todos. Nossas atividades estão em franca expansão, já estamos no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Juntos, acreditamos que podemos realizar ainda mais projetos que contribuam com o crescimento, não só da empresa e do setor de alimentação, mas sim de todo o Brasil. Para colegas de outras empresas, podemos dizer que investir em ações de sustentabilidade é gratificante e essencial para o fortalecimento dos mais diversos setores da economia.
Quando o Banco do Brasil investe na conservação da água, apoia mais que uma causa. Investe no futuro. 5 de junho. Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia.
Saiba mais sobre o Programa Água Brasil no bb.com.br/sustentabilidade
O Banco do Brasil está realizando uma oferta de ações. Leia cuidadosamente o prospecto antes de aceitar a oferta, em especial a seção “Fatores de Risco”.
Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 • SAC 0800 729 0722 • Ouvidoria BB 0800 729 5678 Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088
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Visão interior, olhar exterior É preciso saber dosar na medida e no momento certo, o uso das ferramentas e indicadores de sustentabilidade corporativa Criselli Montipó
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uem nunca se imaginou dotado de uma visão de raios x, assim como o famoso super-herói criado em 1938. Afinal, além de super-homens e super-mulheres, a sociedade atual necessita, com urgência, de super-empresas capazes de lançar um olhar de raios-x para seus núcleos. Empresas que conseguem olhar para dentro de si mesmas têm enxergado, com mais facilidade, pontos que precisam de mudança. Esta visão é composta por indicadores e ferramentas para medir a sustentabilidade corporativa. O consultor em Responsabilidade Social, Juvenal Correia Filho, que é psicólogo com MBA em Direção Estratégica, ressalta que ética e transparência são fundamentais, pois conduzem todo o processo de responsabilidade socioambiental. Afinal, com uma visão autocêntrica e egoísta, as empresas passam a desempenhar um papel ruim na sociedade, pois criam expectativas que não são atendidas, mesmo que isso seja em longo prazo. “A nova competitividade das empresas passa pela sustentabilidade”, acredita. Segundo ele, hoje os processos de gestão precisam dar uma resposta para o mercado e para os investidores, por isso, um olhar “para o umbigo”, neste caso, é indispensável. “O investirdor avalia, por exemplo, se a empresa se encaminha para uma economia verde”, exemplifica. Nesse aspecto, é bom lembrar que até pouco tempo atrás, empresa sustentável era aquela que evidenciava sustentabilidade financeira, medida por relatórios e indicadores econômicos. “Atualmente, temos a concepção de uma nova criação de valor, que prioriza as três dimensões (econômica, social e ambiental) de forma equilibrada. Antes só importava o balanço financeiro, e os passivos gerados pelo valor econômico não entravam na questão”, lembra Correia Filho. Embora ainda integre um processo em desenvolvimento, a gestão por indicadores acompanha a necessidade de se entender, inclusive, o que é o desenvolvimento sustentável. “Pois a empresa não existe só para ter lucro. Ela tem, inclusive em seu alvará, uma razão social. Tem que ter lucro e ser sustentável. É preciso investimento no equilíbrio e mudança de olhar para se chegar à longevidade”, sustenta. Esse processo, de acordo com o consultor, tem estreita relação com o diálogo realizado com os stakeholders, pois a longevidade é uma grande vantagem. “Eles querem saber se a empresa em que se está investindo tem menor possibilidade de gerar passivos, pois vivemos em um planeta com recursos finitos, e é preciso administrar
de forma sustentável”, comenta. Outra relevância desses indicadores é tirar a percepção errônea que RSE é ação social. “Não se trata de ser bonzinho, mas de se manter no mercado”, salienta. Correia Filho alerta que para atender a todos esses objetivos de forma completa é fundamental, inicialmente, escolher a ferramenta correta, para não gerar uma “visão míope” sobre as empresas. Dois modelos amplamente utilizados são do Global Reporting Initiative (GRI), da organização com sede na Holanda; e do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, instituição brasileira.
Congruências e finalidades distintas do GRI e do Ethos • O GRI é um núcleo oficial de colaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), da ONU. É a metodologia mais bem aceita internacionamente, pois permite comparabilidade a empresas do mesmo setor em qualquer parte do mundo, por isso é usada quando as instituições buscam traçar comparativos com outras.
A nova competitividade das empresas passa pela sustentabilidade De acordo com a apresentação disponível em sua página eletrônica, a visão do GRI é que os relatórios de desempenhos econômico, ambiental e social elaborados por todas as organizações sejam tão rotineiros e passíveis de comparação como os relatórios financeiros. A rede GRI oferece diretrizes para elaboração de Relatórios de Sustentabilidade e criou, também, suplementos setoriais e protocolos. A orientação para a elaboração de relatórios, na forma de princípios e indicadores, é fornecida gratuitamente. Segundo o GRI, cerca de mil organizações em mais de 60 países declararam usar a estrutura de Relatórios de Sustentabilidade da GRI. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social busca ser um polo de organização de conhecimento, troca de experiências e desenvolvimento de ferramentas para auxiliar as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seu compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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O Instituto oferece os Indicadores Ethos ferramentas de uso essencialmente interno, que permitem a autoavaliação e aprendizagem. Trata-se de uma análise da gestão no que diz respeito à incorporação de práticas de responsabilidade social, além do planejamento de estratégias e do monitoramento do desempenho geral da empresa. Os indicadores abrangem os temas valores, transparência e governança, público interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores e clientes, comunidade e governo e sociedade. Os dados são tratados de forma confidencial. Além disso, visando fornecer às empresas a possibilidade de um autodiagnóstico mais preciso e aprofundado, o Instituto Ethos vem desenvolvendo indicadores específicos, que abrangem dilemas e peculiaridades de cada setor empresarial. O Instituto Ethos procura realizá-los em parceria com entidades que representam nacionalmente os setores. De acordo com João Gilberto Azevedo, gerente executivo do Instituto Ethos, a gestão por indicadores ocorre pela autoavaliação e aprendizagem, reflexão dos indicadores para pontuar como a
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empresa está na responsabilidade social. “Hoje, o desafio é educar os gestores sobre a gestão junto dos stakeholders”, comenta. Como os relatórios elaborados a partir das ferramentas do Instituto Ethos são para uso interno, Azevedo acredita ainda mais na confiabilidade dos dados. “A empresa será honesta e transparente com relação aos seus próprios dados, para otimizar a gestão, pois terá problemas se não informar dados corretos. Os indicadores são excelentes ferramentas para mudar processos, por exemplo”, destaca. Como as ferramentas do GRI são usadas para formulação de indicadores para os públicos externos, Azevedo comenta que é indispensável verificar em quais situações é mais adequada a análise interna ou externa, embora ele saliente que os Indicadores Ethos seguem as diretrizes do GRI, por esses dados serem bastante próximos.
Inclusive, ele ressalta que o instituto busca essa aproximação de linguagem para facilitar que as empresas utilizem os dois modelos de indicadores. O instituto busca simplificar esses indicadores em conteúdo e forma.
Dados oficiais • O coordenador do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade (Orbis), Alby Rocha, destaca que a instituição disponibiliza indicadores a partir de dados oficiais, desde 2004. Há duas modalidades de acesso aos indicadores, pelo Sistema Devinfo e pelos Relatórios Dinâmicos. O Sistema Devinfo possibilita a construção de tabelas, gráficos e mapas para todos os municípios brasileiros, conta com 1,7 milhões de registros e 12 fontes oficiais. Foi elaborado a partir dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com o Ministério de Planejamento e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Já os Relatórios Dinâmicos apresentam breve análise, com gráficos dinâmicos, sobre a situação de cada Objetivo do Milênio. Aplicados, inicialmente, para os municípios paranaenses em apoio a reuniões do Congresso Paranaense da Indústria
2009, foram estendidos, posteriormente, para todos os municípios brasileiros, e estão disponíveis no Portal ODM. Os relatórios congregam 8 milhões de registros, pois contém base nacional. “Com esses indicadores, é possível ver os números e saber onde precisa de políticas para melhorar”, comenta Rocha, que destaca a autonomia dessas ferramentas, que permitem gerar indicadores de acordo com a necessidade. Segundo ele, tal análise oferece visão sistêmica, em uma plataforma única. “O Orbis trabalha com indicadores para todos os setores da sociedade, para que a decisão seja tomada com base em dados”, enfatiza. Para Rocha, é preciso gerar a cultura de utilizar informações na gestão, pois esse método oferece transparência e os recursos podem ser mais bem aplicados, pois não estarão baseados em opiniões. Como a plataforma é on-line, o coordenador do Orbis destaca que o desafio é trazer dados de forma clara, de fácil acesso, com a possibilidade de verificar gráficos e mapas, por exemplo. Outro “garimpo” é pela fonte de dados. “O Orbis utiliza informações oficiais, de fontes confiáveis e relevantes”, comenta Rocha. Segundo ele, uma das dificuldades é a periodicidade com que os dados são fornecidos pelos órgãos oficiais, mas ele destaca que esse tempo vem diminuindo, pois GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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algumas fontes já oferecem informações anuais. Os dados censitários são os mais complicados, bem como os da área ambiental, de acordo com Rocha, pois os processos administrativos nessas áreas não geram tantos indicadores, como os gerados em educação, saúde e emprego, por exemplo. A informatização melhorou a confiabilidade nos dados, mas ainda há limitações pela forma como a informação foi coletada, comenta Rocha. “A mortalidade materna vem subindo nos gráficos, não porque vem aumentado, mas porque antes não era registrada”, exemplifica, mostrando que a formação de uma filosofia de utilização de indicadores força os órgãos a terem dados consistentes disponíveis. Para Correia Filho, um cuidado ao se trabalhar com indicadores públicos é atentar para o fato de que muitos órgãos trabalham com a média de determinadas ocorrências. “Como sabemos, a média mascara. Por isso, é preciso ter cuidado ao considerar indicadores públicos, é necessária boa checagem para não camuflar realidades e obter resultados catastróficos”, sinaliza.
Olhar sistêmico • A visão de raios x é necessária em um primeiro momento, mas depois, de posse dessas informações mais específicas, é preciso um olhar sistêmico. Dados sobrepostos de forma incorreta são outro risco, quando não se tem bases de dados adequadas ou clareza dos objetivos, como explica Rocha. “Não adianta possuir uma base de indicadores se não tem lógica nessa relação. O indicador serve para monitorar, mas para isso é preciso ter definidos prazo, data, propósito”, sugere. Ele conta que o Orbis pretende ofecerer oficinas para que os gestores e a sociedade saibam utilizar essas ferrametas. Rocha enfatiza que uma metodologia adequada é fundamental, e isso inclui planejamento e periodicidade. “A análise deve ocorrer, no mínimo, em dois momentos, para se poder comparar”. Mas é preciso saber fazer a coisa certa, na hora certa e do jeito certo. “Não adianta combinar uma realidade que tem 90% de área rural, com uma de 90% de área urbana. Mesmo que ambas estejam abaixo da linha da pobreza, na área rural há mais condições de sobrevivência, do que
Outros termômetros de sustentabilidade A escolha do indicador de sustentabilidade mais adequado é determinante para o sucesso da empresa, já que a atualidade tem demonstrado um movimento de migração, com mais investidores de olho nas empresas que incluíram tais indicadores em seu processo de gestão. - Há várias ferramentas válidas, principalmente quando a empresa ainda está amadurecendo sua gestão por indicadores, como é o caso dos indicadores do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase). Muitas vezes, o consultor aplica essa ferramenta nas empresas para as quais presta consultoria. Vale lembrar que o Ibase foi criado em 1981, e entre os fundadores está o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. - Há, também, os chamados “investimentos socialmente responsáveis” (do inglês, Socially Responsible Investing - SRI). Eles já são tendência mundial e consideram que empresas sustentáveis geram valor para o acionista em longo prazo, pois estão mais bem preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Nessa perspectiva, o Brasil já oferece uma
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dezena de fundos de ações com foco em sustentabilidade, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) – antiga Anbid. - Além dos fundos, há o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, criado em 2005. O índice é resultado do esforço conjunto de várias instituições – Abrapp, Anbid, Apimec, Bovespa, IBGC, IFC, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente. A Bovespa preside o conselho deliberativo, órgão responsável pelo desenvolvimento do ISE, e é responsável pelo cálculo e pela gestão técnica do índice. O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro. - O Dow Jones Sustainability Index - DJSI (lançado em 1999) é um dos mais respeitados índices de sustentabilidade empresarial e representa o valor de
na área urbana. Outra preocupação importante é com o sexo, pois homens e mulheres têm comportamentos diferentes”, alerta. Portanto, é bom atentar que a correlação só é possível com realidades semelhantes. Essas ferramentas precisam ser avaliadas com bastante critério, como com todos os outros indicadores, para não haver equívocos, como lembra Correia Filho. A consultora Rosymeri Oliveira tem atuado em projetos que objetivem desenvolver de forma integrada aspectos sociais, ambientais e econômicos nas esferas pública e corporativa. Para ela, o diagnóstico deve ser sistêmico. “As ferramentas usadas para diagnosticar circunstâncias reais são muito lineares, e isso fragmenta a análise. Devese retirar das realidades a serem analisadas aspectos que são importantes para a sustentabilidade”, aponta. Ela também destaca que o viés econômico ainda predomina, por isso ela prefere o diagnóstico sistêmico, em que se retira aspectos fundamentais. “A capacidade humana para compreender a complexidade do mundo é restrita, não podemos ter indica-
um grupo de empresas consideradas sustentáveis, segundo critérios financeiros, sociais e ambientais. Cerca de 300 empresas de mais de 20 países fazem parte deste grupo, do qual estão incluídas sete empresas brasileiras (Aracruz, Bradesco, Cemig, Itaú Unibanco, Itaúsa, Petrobras e Redecard). - Com cautela, o uso desses indicadores é válido em um momento em que se vive diferentes processos de responsabilidade socioambiental nas empresas, inclusive, com velocidades distintas. É nesse processo de mutação que surge outra importante ferramenta, a ISO 26000, norma internacional de Responsabilidade Social, que tem previsão de ser concluída até o final de 2010. O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social da ISO – responsável pela elaboração da ISO 26000 - é liderado em conjunto pelo Instituto Sueco de Normalização e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A ISO 26000 de Responsabilidade Social incluiu ferramentas do Instituto Ethos e do GRI como fontes de consulta.
- A Carta da Terra contempla os requisitos da ISO 26000, dos Indicadores do Instituto Ethos e do GRI, pois, é um compromisso sem bandeiras e busca um novo olhar sobre a manutenção da vida Terra. A Carta da Terra pode ser acessada, na íntegra, no site do Ministério do Meio Ambiente (www. mma.gov.br/agenda21), no qual é possível conhecer o texto de apresentação assinado por Leonardo Boff, teólogo representante da América Latina na Comissão da Carta da Terra. De acordo com ele, a Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística, pois considera a pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz, a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes que demandam soluções inclusas. A proposta do documento surgiu durante a Rio-92, mas, como não houve consenso entre os governos, a Cruz Verde Internacional e o Conselho da Terra, apoiados pelo governo holandês, assumiram o desafio de elaborar a Carta da Terra, que foi ratificada em 2000.
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A partir do diagnóstico sistêmico é possível tomar decisões que encaminhem para resultados potencializadores dores parciais e lineares”, acredita. Para ela, nem sempre esses indicadores apontam a realidade. É o caso do crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), que pressupõe desenvolvimentos quantitativo e qualitativo da população. Ela exemplifica uma relação entre o PIB e a satisfação, como indicador de felicidade, de que as pessoas estariam mais felizes, juntamente ao indicador de longevidade, em que as pessoas ultrapassam os 80 anos. “Poderíamos dizer que as pessoas estão vivendo mais e mais felizes, mas percebemos que estão cada vez mais insatisfei-
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tas”, comenta. No diagnóstico sistêmico, Rosymeri considera todo o tripé da sustentabilidade com o mesmo grau de importância. Recentemente, ela participou da formulação de indicadores sobre a realidade do menor infrator. A consultora diz que se chegou à conclusão de que cada caso precisa ser tratado em sua singularidade. “Não há como ter um indicador, pois não seria apropriado para todos os casos”, conta. O mesmo acontece com as questões ambientais. “A tendência é haver uma política pública geral, e os munípios serem responsáveis pela fiscalização”. Neste caso, há a atenção para a realidade local que, de acordo com Rosymeri, é imprescindível para um diagnóstico correto. No caso do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a consultora também acredita que o foco mais próximo da realidade pode ajudar a reverter índices baixos. Ela sugere que, em casos como este, sejam formados conselhos que reúnam representantes da academia, do governo, da área empresarial e da sociedade como um todo. Ela destaca que apenas a partir do diagnóstico sistêmico é possível tomar decisões que encaminhem para resultados potencializadores.
Responsabilidade Social
divulgação
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Lições de cooperação e cidadania que formam cidadãos conscientes Programas desenvolvidos por cooperativas em parceria com a comunidade local promovem a educação ambiental e despertam o espírito de solidariedade em crianças e adolescentes no interior do Paraná
Ana Letícia Genaro
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o pequeno município de Jaboti, no Norte Pioneiro paranaense, os portões da Escola Municipal Professora Maria Lenira de Carvalho Oliveira estão abertos. Desde 2007, a instituição realiza atividades de conscientização ambiental que envolvem não somente professores e alunos, mas também a comunidade local. “A última edição da blitz ecológica, realizada em outubro do ano passado, foi um sucesso. O entusiasmo das crianças era tão grande que nenhum motorista se recusou a levar uma muda de árvore para casa”, relembra
Rosane Aparecida da Silva, diretora da escola. Por algumas horas, familiares, professores e alunos permaneceram na entrada da cidade sensibilizando os motoristas quanto à importância da conservação ambiental. Além da blitz, gincanas ecológicas e produção de brinquedos a partir do lixo reciclável são atividades desenvolvidas pela instituição com um propósito que vai além do despertar da consciência ecológica nos alunos: vivenciar com eles as práticas da educação corporativa. “As atividades que envolvem alunos de diversas turmas e a co-
Projeto Horta Educativa • Também na região do Norte Pioneiro, no município de Itambaracá, educadores da Escola Municipal João Paulo II desenvolvem com alunos dos Ensinos Fundamental e Médio uma atividade pedagógica de conscientização sobre a importância do consumo de alimentos saudáveis. Batizado de Horta Educativa, o projeto consiste na criação de uma área verde produtiva na escola, pela qual todos os alunos são responsáveis. “A ideia surgiu após uma investigação que objetiva mapear as potencialidades do local onde os alunos estão inseridos”, explica Haraon Cesar, assessor de programas sociais do Sicredi Parapanema, instituição gestora do projeto. A atividade tem influenciado positivamente na qualidade alimentar dos alunos. “Desenvolvemos com eles oficinas de culinária utilizando os produtos da horta para a produção dos pratos. São alimentos que a maioria dos alunos se recusava a comer, mas como eles foram envolvidos em todo o processo, acabam experimentando e gostando”, diz Silvia Carvalho da Silva, diretora da escola. Com a participação de funcionários da esco-
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munidade visam despertar e desenvolver neles o sentimento de solidariedade e da compreensão do espírito coletivo”, explica a diretora da escola. De acordo com ela, a vivência do cooperativismo no dia a dia escolar traz resultados positivos para todos os agentes envolvidos. “Os alunos desenvolvem-se com atividades realizadas fora da sala de aula, a escola beneficia-se com o reconhecimento de seu trabalho e, a comunidade, por sua vez, ganha uma geração de crianças mais conscientes, responsáveis e preocupadas com o meio ambiente e com o próximo”, diz.
la e parceiros na comunidade, a atividade busca desenvolver o valor do trabalho cooperativo nos jovens. “Graças ao entusiasmo e envolvimento deles, estamos colhendo hortaliças em grande quantidade, o que possibilita doações para outras escolas, instituições filantrópicas e familiares dos próprios alunos”, afirma Silvia. Além da melhoria da qualidade de vida dos alunos, a diretora destaca como resultados positivos a melhoria na aprendizagem – consequência da adoção de novas práticas educativas - e conscientização da conservação da própria escola e do meio ambiente.
Estudantes de Jaboti, em ação pelo programa União Faz a Vida
União Faz a Vida • Tanto as atividades vivenciadas pelos alunos em Jaboti como em Itam-
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União Faz a Vida: é na escola que se aprende responsabilidade socioambiental
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Responsabilidade Social
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Projetos no Paraná mostram que cooperativas e cidadania andam de mãos dadas
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Horta Educativa: da terra para a sociedade
baracá são iniciativas do programa de educação corporativa União Faz a Vida que, por meio de práticas de educação corporativa, busca construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania, a fim de contribuir para a educação integral de crianças e adolescentes. Atualmente, o programa é desenvolvido em mais de 145 municípios nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. No território paranaense, o União Faz a Vida abrange 20 municípios, 143 escolas, 1,7 mil educadores e quase 22 mil alunos. Quem responde pela autoria e desenvolvimento do programa é o Sicredi (Sistema de Crédito brasileiro), um dos principais sistemas de cooperativas de crédito do país que hoje conta com 1,5 milhão de associados e cerca de mil pontos de atendimento em dez estados brasileiros. Atualmente, o cooperativismo de crédito, um dos 13 ramos de atividade do cooperativismo, reúne 49 mil cooperativas e 177 milhões de associados no mundo. Desse total, o Brasil concentra 1,1 mil cooperativas e 3,2 milhões de associados, segundo dados do Sicredi.
Desenvolvimento • Para o seu desenvolvimento, o programa União faz a Vida depende de uma rede de cooperação. Nesse contexto, o Sicredi assume o papel de um gestor que planeja as atividades e busca parceiros (secretarias de educação e assistência social), assessores pedagógicos (universidades e instituições especializadas) e apoiadores necessários (pessoas físicas e jurídicas). “O programa é de toda a comunidade, que propicia a vivência do cooperativismo por 28
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meio de práticas e ações desenvolvidas no dia a dia das escolas”, diz Rejane Farias, assessora de programa sociais da Central Sicredi PR. O programa, explica ela, é dividido em três fases. “Na primeira etapa, o Sicredi, a comunidade escolar e os assessores pedagógicos se unem pelo interesse em desenvolver o programa”. Essa fase é marcada também pela assinatura do termo de cooperação entre a cooperativa de crédito e a secretaria de educação do município. Num segundo momento, as assessorias pedagógicas realizam as oficinas de formação com os educadores para promover as práticas educativas e a criação de projetos que viabilizem aprendizagens de atitudes e valores de cooperação e cidadania no ambiente educacional. “É aí que as práticas de cooperação e cidadania são intensificadas e expandidas no universo escolar do município”, afirma a assessora do Sicredi. Na próxima etapa, segue ela, cabe às escolas apresentarem projetos coletivos que dialoguem com as estratégias propostas para a realização do programa. “Finalmente na fase de desenvolvimento, os projetos começam a ser executados, proporcionando a ação do empreender coletivamente com a participação de todos os agentes envolvidos no programa”, afirma.
Programa Escola no Campo • Outro exemplo concreto dos esforços de uma cooperativa para gerar resultados positivos na comunidade em que está inserida é o Programa Escola no Campo, que tem como objetivo treinar professores e alunos de 4ª séries quanto ao uso correto de agroquímicos, proteção ambiental e descarte de embalagens. O programa, que lança mão de uma cartilha composta por princípios do cooperativismo, teve início em 1997, no município da Lapa. Hoje, contempla também as cidades de São Mateus do Sul, Quitandinha, Balsa Nova e Antonio Olinto. “Nos 13 anos de existência, o programa beneficiou mais de 24 mil alunos da região”, afirma Helio Skiba Kujava Skiba, técnico agrícola da Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus, instituição responsável pelo programa. Com sede no município da Lapa, a cooperativa criada em 1954 é composta por 3,6 mil associados e atua em 11 municípios paranaenses. “Muitas crianças que participaram do primeiro ano do programa, hoje com 18 e 20 anos de idade, estão trabalhando nas lavouras e aplicando o que aprenderam, formando uma nova geração de agricultores mais conscientes quanto à preservação do meio ambiente e proteção à própria saúde e da saúde da comunidade”, diz Helio.
ANS - nยบ 312720
S IVAN DE MELO DUTRA Arquiteto e Urbanista e Mestre em Organizações e Desenvolvimento
As vantagens de ser pequeno
O Mudanças de cultura são mais difíceis de serem implementadas em grandes organizações do que em pequenas empresas
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
SUSTENTÁVEL
rganizações de grande porte, sejam de natureza pública ou privada, em muitos casos, enfrentam fortes dificuldades para implantarem suas políticas e ações voltadas para a sustentabilidade socioambiental. Em algumas situações, a principal causa repousa na falta de alinhamento do conceito de sustentabilidade entre os gestores. Ainda é frequente, principalmente em organizações do setor privado, a adoção de regras e procedimentos que são seguidos pelos colaboradores por imposição ou receio de perder o emprego. No Brasil, ainda é comum encontrarmos casos em que os colaboradores nem mesmo entendem o que a sua empresa quer implantar. Mudanças de cultura são mais difíceis de serem implementadas em grandes organizações do que em pequenas empresas. Como muitos gestores dizem, em processos de planejamento estratégico: é mais demorado e demanda mais energia fazer um transatlântico mudar sua rota do que uma pequena e ágil embarcação. De fato, as pequenas empresas têm algumas vantagens sobre as grandes organizações. As primeiras possuem uma capacidade de tomada de decisões rápidas, o que possibilita novos posicionamentos no mercado, dentro do tempo necessário. Nas pequenas empresas, é mais fácil explicar novas estratégias, apontar novos caminhos, identificar novas oportunidades ou segmentos adequados ao seu tamanho, alinhando visões e ações. Muitas pequenas empresas dão belos exemplos de ações voltadas à sustentabilidade socioambiental, que acabam contribuindo e embasando o seu crescimento econômico. Desde troca de lixo por livro, uso de energias
alternativas, investimento em produtos recicláveis até o combate incessante ao desperdício. Talvez a questão não se resuma apenas aos diferentes canais de comunicação, quando comparamos uma pequena empresa a uma organização com centenas de colaboradores. Como bem dizia Napoleão Hill, o sucesso, independentemente do objetivo, “começa pela intenção da gente e tudo se determina pelo nosso espírito”. Se a intenção de práticas de sustentabilidade de grandes corporações não é a exata expressão de todo o seu corpo de gestão, dificilmente o resultado será o esperado pelos acionistas. Os momentos de vida pessoal e profissional são diferentes, assim como as visões que diretores e gerentes têm de si e do mundo. Talvez, também, isso explique a necessidade de se criar novas gerências ou departamentos responsáveis por ações voltadas à sustentabilidade em grandes organizações, atitude que, nem se aproxima da necessidade de mudança cultural nessas empresas. Como aproveitar, então, o bom exemplo dado por pequenas empresas, no que tange a políticas de responsabilidade socioambiental? Talvez o melhor caminho seja investir um pouco mais de tempo no alinhamento das preocupações, visões e intenções estratégicas da empresa, sob a ótica da sustentabilidade, em todo o staff da empresa. Aliás, a recomendação vale para qualquer ação estratégica de grandes organizações. Investe-se um pouco mais de tempo no planejamento para ganhar espaço e tempo na implantação. Parece óbvio, mas são poucas as grandes empresas que conduzem bem essa metodologia. Em muitos casos, a ansiedade por divulgar novidade e por ver resultados imediatos acaba retardando o alcance dos objetivos estratégicos.
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Visão Sustentável
Relatando a sustentabilidade Mais de mil instituições pelo mundo já aderiram a projetos de organização mundial não governamental para divulgar seus projetos ligados à sustentabilidade
Lyane Martinelli
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ivulgar com coerência e clareza os dados de empresas referentes ao seu desempenho econômico, social e ambiental, assim como se faz com os relatórios financeiros das instituições. Mostrar e relatar, continuamente, a atuação em cada setor e ter instrumentos de alta confiabilidade para apresentação de resultados com um objetivo comum: estabelecer uma plataforma de comunicação e diálogo com seus públicos. Esse é o preceito básico da GRI (Global Reporting Iniciative), organização sem fins lucrativos multi-stakenholder (com muitas pessoas interessadas), que desenvolve uma estrutura de relatórios de sustentabilidade já
adotada por mais de mil organizações em todo o mundo. Criada em 1997, a GRI nasceu da idealização de um grupo de ambientalistas, ativistas sociais e representantes de fundos sociais responsáveis que conceberam tornar habituais e úteis os relatórios dentro das áreas ambientais, sociais e econômicas. De acordo com Gláucia Térreo, coordenadora das atividades da GRI no Brasil, “hoje, para acompanhar o desempenho das organizações, são usados os relatórios financeiros, balanços patrimoniais, balanços contábeis. Porém, o mais correto seria inserir mais duas dimensões nesses balanços: o social e o ambiental. Esse é
um dos objetivos da GRI”. Construída por muitas mãos, a estrutura de relatórios apresentada pela GRI como sugestão de uso para as organizações é resultado da experiência de milhares de especialistas, de diversos países, ligados a essas áreas, que contribuíram para o seu desenvolvimento e sua organização. Altamente pensada e estudada, a estrutura de relatórios apresentada pela GRI, que hoje pode ser aplicada em qualquer organização e país, lutou pela sua credibilidade e legitimidade. Por isso, o cuidado em ser fruto de uma discussão ampla, baseada em processos de desenvolvimento global e multi-stakeholder. Os indicativos presentes na estrutura proposta pela GRI passam pelo consenso de vários membros da entidade antes de integrarem o arquivo final das diretrizes. De acordo com Vitor Seravalli, consultor em responsabilidade social e especialista em GRI, “a abrangência global da GRI possibilita uma comparabilidade que é incomparável a outros mecanismos de reporte”. Hoje, o uso da GRI é uma realidade pelo mundo inteiro. Só no Brasil, são cerca de cem empresas que já investem na utilização do modelo. “Isso está acontecendo porque não se pode mais ignorar os sinais que vêm de todos os lados. As organizações sentem que precisam fazer algo para fazer parte da solução e não do problema”, afirma Gláucia. Para Seravalli, “as empresas vêm percebendo que, ao elaborar relatórios de sustentabilidade, encontram um caminho para refletir e internalizar o tema, além de tornar públicos sua própria visão, seus desafios e resultados econômicos, sociais e ambientais”. De acordo com os estudos feitos pela estrutura da GRI, para que seja possível mostrar resultados expressivos, é necessária, segundo Gláucia, adesão de uma grande massa crítica. “O uso da GRI traz muitos benefícios às empresas que investem na metodologia. Com a GRI, muda a forma de pensar a gestão das organizações inserindo as duas dimensões faltantes. Isso muda também a estratégia, os procedimentos, as políticas das
“A abrangência global da GRI possibilita uma comparabilidade que é incomparável a outros mecanismos de reporte”, afirma Vitor Seravalli, consultor em responsabilidade social e especialista em GRI
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Visão Sustentável
empresas e, por fim, a forma de prestar contas e medir o desempenho”, avalia Gláucia. O Brasil é hoje um dos únicos quatro países do mundo em que a GRI atua, e conta com um ponto focal, ou seja, um representante da entidade alocado no País com o objetivo de ampliar a disseminação das diretrizes da GRI no País. Os outros países que contam com o ponto focal da GRI são Austrália, Índia e China. “O Brasil foi o primeiro país a ter um ponto focal, e isso foi resultado de uma conjunção de fatores: abertura para o tema criada por uma história de iniciativas desde a década de 80 - a democratização, o surgimento e estabelecimento de diversas ONGs nacionais e internacionais (como, por exemplo: Idec, SOS Mata Atlântica, Ethos, Greenpeace, WWF), e outras ini-
ciativas como o CDC, o fortalecimento do Ministério Público, a ECO-92 e as autorregulações como o Novo Mercado. Tudo isso criou um solo fértil em que as mentes já estavam preparadas para falar sobre o “repensar” as coisas”, afirma Gláucia. Para Seravalli, a GRI tem grandes possibilidades para o futuro. “Não há limites para a expansão do uso da GRI. Porém, a maioria das pequenas e médias empresas deverá passar por um processo de aprendizado, não somente sobre o tema Responsabilidade Social, mas também na busca da internalização da sustentabilidade em seus negócios, e finalmente na melhor forma para reportar seus resultados. Um caminho longo, mas promissor e sustentável”, afirma.
GRI Readers Choice Awards 2010 tem premiados no Brasil Com mais de dois mil relatórios produzidos nos últimos dois anos dentro de suas especificações, a GRI premiou em 2010 os melhores produzidos nos quatro cantos do mundo. Com categorias que premiam desde o relatório mais útil aos leitores até os inovadores e os mais completos, a votação dos melhores foi feita, como em edições anteriores, de forma voluntária. Os mais de 20 mil stakeholders espalhados pelos 80 países em que a GRI está presente, além de outros interessados pelo assunto, puderam votar nos melhores relatórios apresentados em diversas categorias. Ao todo, dos dois mil relatórios concorrentes ao prêmio, que acontece a cada dois anos, 1.100 receberam votos nessa edição. Entre as empresas brasileiras que adotam o modelo da GRI para confecção de seus relatórios, está o Banco do Brasil, um dos ganhadores do prêmio GRI Readers Choice Awards 2010, que aconteceu em Amsterdã, na Holanda, no final de maio. Pelo resultado de seu relatório anual de 2008, a instituição financeira foi a ganhadora em três categorias (Prêmio Engajamento, Prêmio Investidor e Vencedor Geral) das seis existentes. O resultado consolida o Banco como referência na prática de demonstração da sua transparência, com seus públicos e a sua preocupação com a sustentabilidade onde atua. A opção em adotar o modelo da GRI para composição de relatórios nas áreas ambiental, social e econômica chegou ao Banco do Brasil em 2007. O incentivo veio da possibilidade de que os resultados do maior banco estatal do Brasil pudessem ser comparados pelos leitores e stakeholders com os relatórios e resultados de diversas outras grandes instituições mundiais de segmentos iguais ou diferentes.
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
GESTÃO
SUS EN ÁVEL
jerÔnimo mendes Administrador de Empresas, Consultor, Escritor e Mestre em Organizações e Desenvolvimento
Governança corporativa diz respeito à administração de riscos, à perenidade da empresas, ao poder compartilhado e à geração de valor
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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
Governança corporativa na empresa familiar
U
m dos temas mais recorrentes do momento na área empresarial diz respeito à Governança Corporativa, especialmente quando se trata de empresa familiar que é o caso de mais de 95% das organizações formalmente constituídas no Brasil. Entretanto, o termo Governança Corporativa remete naturalmente os empresários a uma ideia de burocracia e engessamento, algo que, na prática, não precisa ser tão rigoroso em alguns aspectos, mas adequado à realidade e ao tamanho de cada empresa. Os princípios e práticas da boa Governança Corporativa aplicam-se a qualquer tipo de organização, independentemente do porte, natureza jurídica ou tipo de controle. O termo assusta, mas o conceito e a sua aplicabilidade não. Considerando a realidade das empresas brasileiras, o endurecimento da legislação e a cobrança cada dia mais acirrada da sociedade, a Governança Corporativa está se tornando cada dia mais comum na vida dos profissionais e das empresas. De acordo com o IBGC, organização exclusivamente dedicada ao estudo e à aplicação do tema no Brasil, Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos fiscalizadores. Na prática, adotar o sistema de Governança Corporativa significa administrar uma organização baseado em princípios muito claros e irreversíveis: • Transparência: significa mais do que a obrigação de informar e o desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de regulamentos ou leis. Assim, a transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. • Equidade: tratamento justo e igualitário de todos os grupos minoritários, seja do capital ou das demais “partes interessadas”: clientes, fornecedores ou credores. Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente inaceitáveis. • Accountability: um dos valores mais
importantes da boa governança; prestação responsável de contas por parte dos administradores que assumem integralmente as consequências dos seus atos e omissões (diretrizes financeiras, estratégias, conduta ética, etc.); • Responsabilidade Corporativa: os administradores devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando a sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Com bases nos princípios acima descritos, as boas práticas de Governança Corporativa convertem-se em recomendações objetivas ao alinhar interesses diversos com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua perpetuidade. Empresas familiares em geral enfrentam desafios específicos, bem diferentes da realidade observada nas empresas tradicionais ou não familiares, portanto, exigem uma postura diferente no comando e transparência absoluta na divulgação dos resultados sob pena de criar animosidade entre os sócios com o passar do tempo. Um sistema que funciona bem ajuda a construir a confiança no seio da família e, por sua vez, uma boa dinâmica familiar torna-se um trunfo para a empresa porque permite que cada aspecto da governança funcione melhor e agregue mais valor, ao mesmo tempo em que permanece alinhado aos outros componentes do sistema de governança. Essas vantagens administrativas, além de trazerem benefícios econômicos reais, ajudam a desmitificar a ideia de que as empresas familiares são irresponsáveis e tendem a desaparecer na geração seguinte. Afinal, você conhece alguém cuja aspiração seja fechar a empresa nos próximos 5 ou 10 anos? Governança corporativa diz respeito à administração de riscos, à perenidade da empresas, ao poder compartilhado e à geração de valor. Ser responsável nos negócios significa ir além do lucro e pensar na empresa como um organismo vivo que se transforma em fonte de benefícios cada vez mais claros, não somente para a geração atual, mas para as gerações seguintes. Não é uma questão de modismo. É uma questão de sobrevivência.
Agência Petrobras
Energias Renováveis
O futuro será elétrico Evento de mobilidade urbana sustentável no Rio de Janeiro aponta veículo elétrico como forte tendência do setor
Fábio Cherubini
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A
s necessidades de redução drástica da emissão de poluentes na atmosfera e da renovação e readequação da mobilidade urbana a uma nova perspectiva socioeconomica estão direcionando as empresas do segmento, como montadoras e produtoras de combustível, a financiar novas fontes de energia. Para isso, programas de desenvolvimento e aprimoramento de veículos movidos a eletricidade e outros recursos renováveis ganham forma, tornando-se tendências próximas e concretas. E nessa corrida pela sustentabilidade e por mercado, não há quem queira ficar de fora. As principais montadoras do mundo, como Fiat, Peugeot, GM, Renault e Volkswagen – para citar algumas – possuem os seus programas de veículos elétricos, e investem maciçamente em fontes alternativas de combustível. Essa guinada no mercado pôde ser observada durante o 10º Challenge Bibendum, evento de mobilidade urbana promovido pela Michelin de 30 de maio a 3 de junho, no Rio de Janeiro.
Entre os estandes e pavilhões do Riocentro – espaço em que ocorreu o evento – a vedete da vez foi o veículo elétrico. Triciclos, bicicletas e carros populares e esportivos, em fase de teste ou prontos para serem lançados, foram apresentados aos visitantes. Mas vê-los rodando em massa pelas ruas ainda é uma realidade distante. Segundo o diretor-presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), Pietro Erber, falta estrutura às cidades, como eletropostos para recarga das baterias. “É preciso reforçar o sistema de distribuição de energia para atender a uma carga adicional no consumo, que ocorrerá nas áreas com maior concentração de veículos. O governo também deve assumir posturas para obrigar a instalação de mais tomadas nas novas construções e para a padronização dos conectores, visando maior segurança”. De acordo com a associação, além da infraestrutura, outro entrave vivenciado pelo Brasil é a falta de políticas de incentivo aos elétricos.
sas regiões do país, e do carro Pompéo, da Fiel Automotores, que deve ser lançado na segunda metade de 2011. Na Europa e nos Estados Unidos a coisa é diferente. Algumas das principais montadoras já vendem os seus elétricos nessas regiões, e a infraestrutura está bem mais preparada para o aumento do consumo de energia. Mas o caminho a se percorrer para a popularização desses veículos é longo e com importantes questões pela frente, como o aumento da autonomia e a maior rapidez no abastecimento, além da necessidade de renovação das matrizes energéticas no mundo, constituídas principalmente por termelétricas a carvão e petróleo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o governo federal oferece 7,5 mil dólares para a compra desses automóveis sem necessidade de devolução do dinheiro. Já em terras brasileiras, os meios de transporte a partir dessa tecnologia não possuem qualquer lei de incentivo. No final de maio, o Governo adiou de última hora o anúncio de subsídios para a fabricação dos veículos, como a redução de impostos para produção e importação. O motivo seria a divergência entre os ministérios envolvidos na elaboração do pacote de estímulos e a falta de maiores políticas para o etanol, principal alternativa brasileira. Apesar disso, os setores interessados na área, como montadoras e petroleiras, seguem por um caminho oposto e investem em pesquisas e protótipos.
A saída mais próxima • Enquanto essas questões não são resolvidas, a solução mais próxima para uma mobilidade urbana sustentável em curto prazo são os biocombustíveis. Em comparação com a matriz elétrica, as fontes de energia com base no álcool anidro possuem programas de incentivo e pesquisa bem mais avançados. No Brasil, por exemplo, o pioneiro Proálcool existe desde 1975, e o reflexo disso é o aumento gradativo e vertiginoso da produção de etanol. A safra 2010/2011 da cana-de-açúcar deve gerar um volume previsto de 27,39 bilhões de litros de álcool, um avanço de 15,6% frente à produção de 23,7 bilhões de litros da safra anterior. Na cerimônia de abertura do Challenge Bibendum, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que dos carros novos que saem das fábricas no Brasil, 100% são
é uma das empresas que acreditam nessa matriz. Desde 2006, a montadora desenvolve, em conjunto com a Itaipu Binacional e demais parceiros, um projeto de carro 100% elétrico, tendo como modelo o Palio Weekend, que possui 35 protótipos em circulação restrita às companhias e instituições participantes. Com autonomia de 120 quilômetros sem necessidade de recarga, os carros são silenciosos, ecológicos e econômicos. Eles podem ser “abastecidos” em qualquer tomada de 220 V, e levam oito horas para completar a bateria. Em números, isso representa um acréscimo de aproximadamente R$ 5 na conta de luz, bem abaixo da média de R$ 31 reais que seriam gastos em gasolina para percorrer a mesma distância. Mas não são somente as grandes empresas da indústria automobilística que estão envolvidas em programas como esse. A CPFL Energia, maior empresa privada de energia do País, investe em dois outros protótipos: o importado Th!nk City, da Noruega, e o nacional Aris, da Edra Automotores. Respectivamente, os veículos possuem 160 e 100 quilômetros de autonomia, com tempo de recarga de 8 e de 5 horas. O Dock Dock, do arquiteto e exgovernador do Paraná, Jaime Lerner, é outra opção de elétrico, mas com uma proposta diferente: a de integrar esses veículos ao sistema de transporte coletivo. O carro tem 60 centímetros de largura, 1,38 metro de comprimento, 1,5 metro de altura e espaço para uma pessoa. Ele percorre pequenas distâncias e é ideal para ciclofaixas e ciclovias. Mesmo com a existência desses e de outros projetos, porém, ainda são poucos os produtos nacionais que têm previsão de lançamento ou que estão disponíveis no mercado – como é o caso das scooters da Motor Z, vendidas em diver-
Honda Insight, veículo elétrico híbrido com gasolina Podium, conquista o primeiro lugar no rali de regularidade
Agência Petrobras
Aposta na eletricidade • A Fiat Automóveis
“É preciso reforçar o sistema de distribuição de energia para atender a uma carga adicional no consumo, que ocorrerá nas áreas com maior concentração de veículos”, comenta o diretor-presidente da ABVE, Pietro Erber
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Energias Renováveis
flex. De toda a frota nacional, 60% são movidos a gasolina e etanol. Com o aumento crescente da venda de veículos no País e no mundo, as indústrias petroleiras também apostam nesse mercado. A Petrobras, por exemplo, possui desde 2008 uma subsidiária no segmento, a Petrobras Biocombustível, que administra três usinas de biodiesel: em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG); além de ter 50% de participação numa usina em Marialva (PR). Ao todo, as unidades da Petrobras têm capacidade para produzir 389 milhões de litros
de combustível ao ano, volume que deve aumentar com a conclusão das obras de duplicação da usina de Candeias e com a implantação de uma fabricante de biodiesel no Pará, a partir de óleo de palma, que terá capacidade para fabricar 120 milhões de litros ao ano. Além disso, a companhia anunciou em maio a sua participação em um projeto de produção de biodiesel em Portugal, tendo como destino prioritário o mercado ibérico. Essa iniciativa prevê a produção de cerca de 250 mil toneladas de biodiesel por ano, com investimento total estimado
Brasil tem eletroposto 100% sustentável
Eletroposto / Petrobras
Para atender a demanda ainda pequena de veículos elétricos no Brasil, a Petrobras abriu em junho de 2009 o primeiro eletroposto da América Latina. No entanto, esta unidade possui uma peculiaridade: toda a energia gerada por ela tem como matriz a luz solar, o que a torna completamente limpa e livre de qualquer impacto ao meio ambiente. O eletroposto fica na Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro com alta concentração de scooters elétricas. De acordo com a superintendência do posto, são abastecidas de 2 a 3 motocicletas por semana. A recarga tem um custo de 5 reais e é feita por tomadas de 110 e 220 volts. Das 2 mil motos elétricas do Brasil, 200 estão no Rio de Janeiro, e foi exatamente por essa demanda que a Petrobras inaugurou o posto nessa região. O projeto foi todo desenvolvido com tecnologia nacional. Para a geração, é utilizado um conjunto de 28 módulos solares. Toda a luz excedente é usada para o restante do posto, como iluminação e funcionamento das bombas de gasolina. Para o projeto, foram investidos R$ 70 mil, que devem ser pagos em até cinco anos.
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em mais de 1 bilhão de reais. O Plano de Negócios da Petrobras 2009-2013 prevê investimentos de 5,15 bilhões de reais em produção de biocombustíveis e infraestrutura. Outra empresa disposta a investir no setor é a Shell. Em 2009, a petroleira comercializou 9 bilhões de litros de biocombustíveis no mundo, e neste ano resolveu entrar na área de produção de etanol. Para isso, a empresa realizou em fevereiro uma joint venture com a Cosan – produtora brasileira de açúcar, alimentos, combustíveis e lubrificantes – de mais de 22 bilhões de reais para a produção de etanol, açúcar, geração de eletricidade e fornecimento e distribuição de biocombustíveis no Brasil; uma parceria que dará à transnacional uma capacidade de produção anual de 2 bilhões de litros de etanol. Além desses investimentos, as duas empresas estão à frente de estudos para a produção de etanol de segunda geração – feito do bagaço de cana e outros resíduos vegetais – e de algas marinhas, o que ilustra a corrida das empresas
do setor por maior participação nesse mercado. Até 2050, a estimativa é que o etanol componha 30% do misto de combustíveis para o transporte rodoviário mundial. E até lá, a venda de carros só tende a crescer.
Caminho para o futuro • O etanol é um importante elemento para a redução da poluição atmosférica, podendo representar uma queda de até 90% das emissões de CO2, se comparado à gasolina comum. Para se ter ideia, só na cidade do Rio de Janeiro, a mobilidade urbana é responsável por um terço das emissões de gases do efeito estufa, enquanto na capital paulista os automóveis representam a metade dessas emissões. Em todo o mundo, 17% do CO2 associado à produção de energia vêm dos carros, motos e caminhões. Logo, é preciso pensar rápido em soluções para o aquecimento global e o setor de mobilidade urbana não está parado. * O jornalista viajou a convite da Petrobras.
Serviços: • Análises de água (água potável, mineral, purificada, in natura, termais e outras); • Análises de efluentes domésticos e industriais; • Análises de solos (Passivos, fertilidade, compostagem, outros); • Análises de alimentos; • Análises de resíduos (classificação NBR 10.004/2004, coprocessamento, compostagem, outros); • Análises ocupacionais (NR 15-MT, ACGIH, NIOSH, OSHA); • Testes de ecotoxicidade aguda e crônica – Biomonitoramento Ambiental; • Análises de metais preciosos em minérios, metais pesados em diversas matrizes ambientais por Absorção Atômica; • Testes de compostos orgânicos por cromatografia gasosa; • Controle de qualidade de fármacos e matérias-primas.
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Qualidade total em laboratórios
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Responsabilidade Ambiental
CO2
Uma questão de controle Empresas investem no controle de emissão de gases para atingir certificação 14001
Lyane Martinelli
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entro das principais questões ambientais discutidas para buscar uma vida melhor nos centros urbanos está a questão da qualidade do ar. Hoje, a preocupação vai além do grande aumento de números de casos de doenças respiratórias em pacientes da área urbana. Além da saúde humana, a questão da preservação do ar para garantir o equilíbrio ambiental tem grande destaque principalmente entre as empresas.
Segundo dados do monitoramento da qualidade do ar realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em 2008, a região central de Curitiba apresentou uma média de 69,9 μg/m3 de partículas em suspensão no ar, média considerada boa para centros urbanos, mas que sofre alterações significativas nos meses de inverno, em que a poluição tem muitos fatores a seu favor, como a falta de chuvas e a baixa umidade do ar, causando danos à saúde e ao meio ambiente.
Além dos automóveis, responsáveis por parte das emissões de gases poluentes registrados, as indústrias têm grande parcela de contribuição para o aumento da concentração de gases poluentes no ar, entre eles o CO2. Preocupadas em se desprender do rótulo de poluidoras e dispostas a assumir novas condutas ambientais, as empresas têm apostado na melhoria de seus processos dando ênfase à questão da poluição do ar. As metas a serem atingidas pelas indústrias para estarem dentro de um padrão sustentável estão dispostas na ISO 14001, série de normas desenvolvidas pela Internacional Organization for Standardization (ISO), em que estão determinadas as diretrizes relativas à área de gestão ambiental dentro de empresas. De acordo com Giuliano Moretti, engenheiro químico consultor de operações sustentáveis da Preserva Ambiental Consultoria, a ISO 14001 determina que sejam obedecidas todas as leis ambientais aplicáveis à organização que busca a certificação, mas não prescreve os requisitos específicos de desempenho ambiental a serem atingidos pelas organizações. “A empresa que deseja certificar seus processos com a adoção da ISO 14001 deverá respeitar as leis ambientais como um dos requisitos da norma a serem cumpridos”, explica Moretti.
ISO 14001 e o controle de gases poluentes • A busca pela certificação ISO 14001 tem levado as indústrias a investirem, entre outros aspectos, no controle de emissão de gases poluentes em seus processos de produção. Segundo Moretti, “esse controle serve para que as empresas possam avaliar e reduzir sistematicamente os seus
impactos reais e/ou potenciais negativos decorrentes de seus processos principais e de apoio. Dessa forma, as empresas podem estabelecer procedimentos para a melhoria contínua referente à redução de suas emissões, rumo a uma economia de baixo carbono”. Para o engenheiro, a melhor maneira de encontrar os números de emissão de gases poluentes em uma empresa é realizar um balanço material do carbono envolvendo todo o ciclo de fabricação de produtos ou execução de serviços, considerando-se as entradas e saídas de carbono nesses processos. “O balanço de massa permite compreender o quanto de carbono se insere na cadeia produtiva e o quanto é liberado, seja na forma do próprio dióxido, seja na forma de outros gases de efeito estufa, como o metano”, explica o engenheiro da Preserva Ambiental Consultoria. De acordo com Moretti, muitas empresas vêm investindo nessa técnica, aliada a outra, a amostragem analítica sistemática de vazões e concentrações. Realizadas periodicamente e com processo facilitado, elas muitas vezes também são usadas isoladas para determinar a emissão de gases de efeito estufa (GEE). “As empresas que usam essas duas técnicas podem dispor de uma série histórica das suas saídas de GEEs, o que permite delinear estratégias para o seu gerenciamento e ações para a redução dos fluxos gasosos, cumprindo determinações da ISO 14001”, afirma. Os controles de emissão de gases poluentes, no entanto, não têm comprovado grau de exatidão nas suas medições. Isso porque, explica Moretti, com as diferenças de uso das técnicas de controle, não é possível estabelecer um percentual de acerto nos números obtidos na emissão
“A empresa que deseja certificar seus processos com a adoção da ISO 14001 deverá respeitar as leis ambientais como um dos requisitos da norma a serem cumpridos”, explica o engenheiro químico Giuliano Moretti
Gases poluentes na mira do IAP Desde 2001, o IAP publica relatórios anuais sobre o controle de emissão de gases poluentes em Curitiba e região metropolitana. Seis estações de captação estão em funcionamento na capital e região, localizadas em pontos estratégicos para detectar os principais gases e partículas encontrados no ar da cidade, em especial próximo a regiões consideradas críticas. O objetivo desse monitoramento, de acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, é conhecer a poluição do ar e determinar os números dessa poluição. “Identificamos os períodos mais críticos, quais os gases em cada região e a quantidade de cada um deles. Isso determinará o trabalho nessa área para nivelar os níveis de poluição e criar estratégias para o cuidado da qualidade do ar pela população com apoio do governo”, comenta Manuy.
GERAÇÃO SUSTENTÁVEL
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Responsabilidade Ambiental
de gases. “As empresas que adotam sistemas de controle da emissão de gases, em geral, estão preocupadas com a questão como um todo, mais engajadas à questão ambiental e não apenas buscando uma certificação”, comenta.
O controle de emissões e o governo • Quando a empresa assume o compromisso de atender à legislação ambiental e regular sua emissão de gases, o controle dessa emissão é feito pela própria empresa. De acordo com Manuy Chang, coordenadora de mudanças climáticas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o governo não faz um controle direto e periódico nas empresas. “Ao governo cabe a fiscalização no período da liberação e renovação das licenças ambientais. É ali que o governo deve identificar os problemas
com relação à emissão de gases, se as determinações da lei estão ou não sendo cumpridas. Além da observação e inspeção, os relatórios das empresas nessas áreas são usados como fonte de informação para o controle”, explica Manuy. Hoje, com relação à emissão de CO2 no meio ambiente, o governo ainda não tem nenhum trabalho específico junto às empresas. “As especificações de controle do ar ainda não tem incluído o controle do dióxido de carbono. Ocorrendo mudanças nas leis ambientais, iniciaremos um trabalho de conscientização e exigência dessa necessidade, mas isso não deve acontecer tão rápido. Hoje, o que fazemos é trabalhar com o incentivo às empresas para que façam a adesão a essa necessidade de forma voluntária”, completa Manuy.
Os Ambientes e as Visibilidades Quando a Educação faz a diferença vimento a qualquer custo” era a tônica e pouco ou nada se veiculava sobre uma teoria-e-prática socioambiental responsável. Hoje, presente em nove Estados Brasileiros, cobrindo cerca de 1.100 quilômetros de praias por meio de 23 Bases Científicas, o Projeto é um marco referencial de fôlego a ser mantido e reproduzido. Porém, o sucesso do Tamar não se restringe à sua missão, tão-somente: o ânimo daquela juventude de então contagiou parceiros importantes e igualmente relevantes – de saída, os pescadores e suas famílias; depois, a Marinha do Brasil, a Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente que lhe constituem hoje o tripé essencial em que a sabedoria ancestral, dos primeiros, coaduna-se com os demais por meio de tombamento e financiamento, numa comunhão virtuosa que continua atraindo Universidades, Prefeituras Municipais, instituições privadas, em ter outros, em cada um dos Estados em que se faz presente! Ou seja: é possível! Então, os “cegos” podem se tornar videntes. O “elefante” pode ser interpretado por inteiro (além de bem-cuidado e preservado), quando os gestores emprestam seus olhos, uns aos outros, em prol de um plano comum e que se torna, de fato, sustentável. E ainda ajudam a dar visibilidade a outras organizações, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/ICMBio, criado em 2007 e que, além de ser copartícipe nas ações do Projeto Tamar, assume, como Autarquia do Ministério do Meio Ambiente, tarefas que exigem o reconhecimento e o apoio nacionais. Há pouco, Saramago partiu. Em seu último memorável trabalho, deixou um alerta, aqui registrado num breve diálogo, conforme seu estilo e compasso: “Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”. (Excerto de Ensaio sobre a cegueira, 1995). Penso (ou, quero crer), que os autores (o indiano e o português) gostariam de saber que, nos idos dos 1970, no Rio Grande do Sul, um grupo de Jovens Brasileiros, viu! E viram, a partir e de dentro de uma Escola. O restante é História.
Biólogo, Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento e Consultor em Sustentabilidade
Meio Ambiente
H
á uma parábola que é recorrente em relação a vários aspectos e temáticas contemporâneos. Trata-se da que ficou conhecida como Os seis cegos e o elefante, e que se transmite no tempo, aproximadamente assim. Era uma vez seis amigos indianos que estavam em casa a conversar, quando, da rua, ouviram um urro. Um deles proclamou: “É um elefante! Eis a nossa oportunidade de saber como é este bicho.” Todos já na via pública, de pronto cercam o animal, cada um tocando-lhe uma parte do corpo (pernas, abdômen, orelhas, tromba, cauda, presas). Começaram, então, a “definir” um elefante: “É algo que possui quatro colunas.”. “Não: é como uma parede.”. “Em absoluto! É um animal com o formato de uma ventarola.”. “É longo e roliço como uma serpente.”. “Para mim, é exatamente como uma corda.”. “Todos vocês são mesmo cegos: um elefante é idêntico a uma lança!”. Quando se ouve ou lê, por exemplo, sobre as concepções de empresários, políticos, pesquisadores, ruralistas, estudantes e ambientalistas, em relação ao meio ambiente, não é muito diferente. Cada um percebe o mesmo assunto por partes, de acordo com seus referenciais e/ou centros de interesse. E essa incapacidade de ver o todo, em todas as suas implicações, reflete-se nas relações sociedadenatureza, nas tomadas de decisão no dia a dia e, mais grave, nas Políticas Públicas. A revisão do Código Florestal Brasileiro, sob tutela da Câmara Federal, tem-nos propiciado uma panorâmica da Babel conceitual ao redor do tema, bem como a convicção de que, na falta de um Projeto Socioambiental Nacional, corremos o risco de herdarmos um “elefante” teratológico e, como sempre, branco. Por outro lado, no Brasil, há iniciativas de tomadas de decisão dignas de registro e que nos colocam à altura de similares internacionais. Assim, também, por exemplo, no final da década de 1970, a partir da mobilização de jovens acadêmicos da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Rio Grande, RS, surge o Projeto Tamar, cuja pauta de trabalhos ocorria com base em observar, descobrir, conhecer e intervir em prol de recuperação e preservação da Natureza. Tudo isso em uma época em que o “desenvol-
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Na falta de um Projeto Socioambiental Nacional, corremos o risco de herdarmos um “elefante” teratológico e, como sempre, branco
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Ideias que visam proteger o futuro Soluções em reciclagem e tecnologias ambientais visam preservar a biodiversidade e manter a sustentabilidade dos negócios
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magine um mundo sem lixo. Sem cheiro ruim, sem aquele aspecto de destruição, nada de poluição. Este pensamento, que – à primeira vista pode paracer utópico – deve ser o ideal a ser perseguido pelas sociedades de toda a Terra, para que ela continue a ser chamada de Planeta Azul. “O ideal é que, no futuro, não precisemos conviver com a reciclagem. A ideia é reduzir, romper o paradigma. As indústrias têm que passar a
oferecer coisas que não virem lixo depois”, defende o engenheiro químico Cláudio Barretto. Ele destaca que é preciso, também, consumir menos e gerar menos lixo, mas aí se trata de uma questão comportamental. “Consciência ambiental é um problema sério, o Brasil não investe em educação, pois isso não traz retorno em curto prazo. É preciso implantar a educação ambiental transversalizada na educação básica”, comenta Barretto.
Com 37 anos de experiência na área ambiental, Baretto ressalta que não tem dúvida de que a pior coisa que o homem inventou foi o lixo. “O lixo vai vencer o homem”, comenta o engenheiro químico, mencionando o consumismo, que surgiu em meados do século XVIII com o sistema industrial. “O sistema produtivo deve prever o início, o meio e o fim de um produto”, ressalta. Outra preocupação de Barretto é que o lixo não seja visto como fonte de renda, já que a lógica é exatamente inversa. Para ter uma visão mais completa sobre o assunto, ele sugere atenção aos temas norteadores da Agenda 21, principal documento da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, a Rio-92. Este documento foi assinado por 179 países, inclusive o Brasil, anfitrião da conferência, e busca alcançar o desenvolvimento sustentável a partir da ação conjunta. Este instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, busca conciliar mé-
todos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Em seu capítulo 4, a Agenda 21 aponta para a mudança dos padrões de consumo, que, segundo o documento, provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios. Para Barretto – que integra o Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná e é um dos incentivadores da Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental – Reciclação (que teve sua quinta edição realizada em junho, em Curitiba) – a Agenda 21 é a melhor ferramenta global para atingir o desenvolvimento sustentável.
Para construir o amanhã: novas tecnologias na produção de cimento • A administradora Luciane Flores Queiroz, que é sócia-gerente da Ação Consultoria Empresarial, destaca que a maior preocupação dos empresários é, ainda, adequar a atividade produtiva à legislação ambiental, mas a preservação e a criação de tecnologias ambientais têm avançado. Ela tem buscado conscientizar os empresá-
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O sistema produtivo deve prever o início, o meio e o fim de um produto
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rios sobre a relação que existe entre a implantação de uma tecnologia ambiental e a competitividade, como utilizar resíduos como fonte de energia para se manter no mercado, por exemplo. “É preciso reduzir o desperdício na fonte, investir no reuso e o aspecto ambiental entra neste gancho”, comenta. Barretto também enfatiza que as empresas precisam reprojetar seus sistemas produtivos, principalmente quando se trata de matéria-prima e economia de energia. Ele comenta sobre as alternativas para a gestão do lixo: o aterro sanitário (que é um investimento caro e ainda deixa passivos ambientais); a incineração (usada para destinação final de resíduos de alta periculosidade) e o co-processamento (realizado em fornos industriais de clinquerização). Neste processo, inerente às atividades da indústria do cimento, inclusive a cinza se incorpora ao produto. Em tempos de alta nos investimentos em infraestrutura – com a proximidade de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas – o co-processamento ganha mais simpatizantes. A tecnologia de origem europeia gera economia e minimiza o impacto ambiental. Com ela, a indústria cimenteira aproveita resíduos como substitutos de combustível ou matéria-prima. O procedimento, que passou a ser usado no final do século XX, permite que resíduos como pneus, óleos usados, plásticos, tintas ou biomassa (moinho de carvão vegetal, casca de arroz, bagaço de cana) tenham um destino final adequado. O processo permite, ainda parcialmente, reduzir o uso de combustíveis tradicionais não renová-
veis, como o coque de petróleo, o óleo combustível e o carvão mineral. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), pouco mais da metade da emissão de CO2 na indústria do cimento é inerente ao processo de produção, e ocorre durante a transformação físico-química do calcário em clínquer (principal componente do cimento), reação denominada descarbonatação. A outra parcela é predominantemente resultante da queima de combustíveis no forno de clínquer, cuja chama atinge temperatura de até 2.000°C. Barretto salienta que o co-processamento oferece algumas vantagens na destinação de resíduos, elencadas em 3 “T”s: alta temperatura, tempo de dissidência dos gases e alta turbulência. “Os fornos de cimento são os únicos equipamentos do mundo que têm esta tecnologia. Na Bélgica, 70% dos compostos das cimenteiras são alternativos. Há economia do petróleo e o resíduo vira energia”, conta. Ele destaca que esse processo fez com que a participação da indústria cimenteira na poluição apresentasse queda 16% para 4%. Essa tecnologia é utilizada para dar destinação final, pois oferece manuseio, acondicionamento, transporte, preparo e tratamento final de resíduos industrais. A Resincontrol, empresa do segmento de gerenciamento e disposição final de resíduos, também utiliza o sistema para tratar resíduos industriais por meio da destruição térmica e recuperação energética, visando à substituição do carvão natural na geração de energia nos fornos de cimento. A Resincontrol – que integra o grupo Estre Am-
biental – implantou o sistema para preparação de resíduos perigosos, e sua recuperação energética para posterior destruição térmica como combustível de alto poder calorífico, em duas de suas plantas localizadas em Sorocaba (SP) e Balsa Nova (PR). “Essa solução para a destinação correta dos resíduos industriais apresenta alta capacidade de eliminação, contribuindo para a redução do consumo de recursos naturais. Graças a essa tecnologia, tornou-se possível gerar uma atividade econômica e preservar a natureza ao mesmo tempo”, comenta Aurelio Santos, do departamento comercial da Resincontrol.
Biotecnologia: o “invisível” por trás dos processos • A química ambiental Silvia Mara Haluch, da Teclab Tecnologia em Análises Ambientais, que oferece, entre outros serviços, análises para co-processamento, ressalta que uma das novidades em testes laboratoriais ambientais são as análises ecotoxicológicas, que utilizam organismos para análises em laboratório. Enquanto os testes fisico-químico e biológico
sejam dos anos 70, a ecotoxicologia tem apenas três anos, mas já demonstra resultados rápidos e confiáveis. Silvia explica que na Alemanha, as multas são aplicadas de acordo com a quantidade de bactérias que morrem nestes testes, em casos de desastres ambientais, por exemplo. A Organosafra também tem utilizado a biotecnologia (bactérias e fungos) como ferramenta de produção. Seu adubo orgânico é produzido a partir de compostagem acelerada a céu aberto, como explica o engenheiro agrônomo José Carlos Maria. O processo é o destino final de residuos agrícolas e agroindustriais. “É uma solução ambiental para inúmeros geradores”, comenta.
Lixo eletrônico dá origem a centros de pesquisa • Você sabe o que fazer com o seu e-lixo? Celulares, computadores, impressoras, televisores, rádios, pilhas, baterias, eletrodomésticos, vídeos, filmadoras, ferramentas elétricas, DVDs, lâmpadas fluorescentes, brinquedos eletrônicos e materiais de escritório. A lista infindável de lixo eletrônico que estava sem um destino correto,
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agora tem uma solução. Em Curitiba estes materiais estão sendo separados e serão encaminhados para reciclagem no Instituto Brasileiro de EcoTecnologia (Biet) – Brazilian Institute of EcoTechnology. Além deste serviço, o Biet desenvolve projetos com instituições de ensino superior, como conta o engenheiro civil Maurício Beltrão Fraletti, idealizador do instituto. O instituto está implantando, em várias cidades paranaenses, Centros de Educação, Estudos e Pesquisas Ecotecnológicas por meio de parceriais. Nestes locais, pretende-se que jovens convivam com idosos, para que funcionem como centros socioeducacionais, de estudos ou pesquisas e de desenvolvimento regional e humano. Oficinas serão oferecidas a partir de agosto. Fraletti destaca que o objetivo é de que tais atividades aconteçam de forma autossuntentável, visando à coleta, ao armazenamento, ao processamento e à busca de soluções para a correta destinação final de resíduos da indústria mineral e do lixo eletrônico, com geração de empregos e renda. O Biet – que recebeu este nome pela associação com o byte – recebe materiais no bairro Sítio Cercado, em um barracão de cerca de 200 metros quadrados, cedido pela prefeitura. Pessoas físicas e jurídicas podem fazer a entrega de lixo eletrônico no local, basta fazer um agendamento pelo e-mail falecom@biet.org.br.
Odilon Jacobi, da empresa Action Color, distribuidora de insumos para remanufatura de cartuchos e toners, comenta que atualmente, menos de 20% do mercado é composto por cartuchos remanufaturados. “Se todos os cartuchos fossem usados apenas uma vez e jogados fora, teríamos outro aterro do Caximba com lixo tóxico”, explica. Um cartucho de impressora a jato de tinta, por exemplo, pode ser remanufaturado de três a cinco vezes, pois existem mais de 300 tipos de tinta. Já o cartucho de toner pode ser reutilizado até 15 vezes, visto que há cerca de 200 modelos de tinta. Entretanto, ele ressalta que muitas pessoas “descartam” a ideia de usar cartuchos remanufaturados porque, em muitos casos, não há qualidade no produto. Isso acontece, segundo ele, porque não há mão de obra capacitada. Jacobi garante que quando a remanufatura é realizada por uma empresa especializada, a qualidade do cartucho é igual ao produto em seu primeiro uso. Por isso, Jacobi recomenda que, antes de ficar insatisfeito com a má qualidade de um cartucho remanufaturado, é preciso atentar para o local onde se fez a compra, pois este precisa ter profissionais capacitados especificamente para essa função. Para reverter este panorama, a Action Color deve oferecer, em breve, cursos para trazer qualidade para essa área.
Tecnologias ambientais e desenvolvimento sustentável O desenvolvimento e a aplicação de tecnologias ambientais é uma tendência cada vez mais forte no mundo atual, segundo o engenheiro agrônomo e especialista em Instrumentação Ambiental, Mauro Banderali. Ele destaca que as indústrias precisam produzir e serem sustentáveis ao mesmo tempo, dando um retorno positivo para os órgãos públicos de fiscalização, consumidores e para a sociedade em geral. “O planeta não comportará mais o desenvolvimento econômico nos moldes aplicados até então. Somente o desenvolvimento sustentável poderá garantir a qualidade de vida da população durante os próximos anos. Isso aumenta a demanda por tecnologias ambientais, gerando também maior comprometimento de todos os atores envolvidos no processo de prevenção e gestão de áreas contaminadas”, ressalta. Uma dessas tecnologias é uma bomba para a retirada do chorume em aterros sanitários, ajuda na descontaminação da área e ainda oferece a possibilidade de gerar energia com o gás proveniente do aterro. Sua vazão é de até 36 litros por minuto, e suporta temperaturas de até 1250C em operação. A estação meteorológica automática, com telemetria, tem como vantagem a possibilidade de verificação das condições meteorológicas no local de trabalho, facilitando o estudo para a descontaminação da área. Um exemplo disso é a averiguação da tendência de ventos e chuvas na região que, acrescido do pluviômetro, permite a leitura do volume de chuvas e a verificação de infiltrações no lençol freático em áreas de aterros sanitários e outras. Os detectores de gases são utilizados para determinação de gases nocivos ou explosivos em aterros sanitários. Eles visam atender às necessidades de monitoramento de gases para as áreas de investigação e remediação ambiental, seguranças patrimonial e pessoal.
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Os Contratos de Franquia e a Vulnerabilidade dos Franqueados interempresarial, faz-se recomendável submetêlo aos ditames de ordem pública e interesse social do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que é um marco legislativo referencial para a disciplina da matéria contratual como um todo, com exceção apenas para contratações de caráter trabalhista. Portanto, não é pelo simples fato de ter sido assinado que o conteúdo contratual vincula as partes em sua integralidade, até porque, geralmente, trata-se o franqueado, pelas próprias características do sistema de franquia, de um “empresário de primeira viagem”. Incorre em abusividade e ilegalidade, por exemplo, a prática não incomum de impor ao franqueado consequências financeiras negativas em caso de rescisão contratual antecipada com fundamento em inadimplência culposa por parte do próprio franqueador. E a de entabular restrições ao exercício de atividade empresarial similar (não idêntica) após o término contratual sem bases claras e objetivas de caráter territorial e temporal. Exemplo não menos expressivo é a imposição de foro de eleição ou compromisso arbitral que dificulte ao fraqueado o exercício de seus direitos. Enfim, a desigualdade entre partes contratantes não pode passar despercebida juridicamente. E o primado histórico da força vinculatória dos contratos implode ante a fragilização que a sociedade de massa atual e a agilidade de seus negócios impõem ao não menos importante princípio da liberdade contratual, corolário da autonomia de vontade. Assim, diante de condições abusivas e desproporcionais, que importem em enriquecimento ilícito por parte do franqueador, o franqueado poderá pleitear em juízo a revisão do contrato de franquia ao qual aderiu. E, se for o caso, a sua resilição unilateral, pleiteando ainda perdas e danos. A posição de hegemonia do franqueador fica sendo apenas fática, não jurídica, e os contratos de franquia, dessa forma, efetivamente atenderão ao bem comum e aos fins sociais a que se destinam.
Advogado e Mestre em Direito e Professor de Direito Empresarial
Destaque Jurídico
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oje em dia, é muito fácil, para quem quiser, tendo algum capital, aderir a um sistema de franquia, pois as ofertas são múltiplas e os apelos publicitários bastante convincentes, com perspectivas de ampla rentabilidade, negócio seguro e marca já consagrada, mas nem sempre as expectativas iniciais do franqueado são efetivamente correspondidas. E, quando isso acontece, o franqueado lembra então ter recebido uma circular de oferta de franquia - COF e assinado, sem grande atenção, na maioria das vezes, um contrato de franquia. O negócio jurídico de franchising, disciplinado pela Lei nº 8.955/94, contempla uma diversidade de direitos e obrigações, envolvendo, quase sempre, licenciamento de uso de marcas, exploração de invenções e/ou modelos de utilidade, padronização de procedimentos na distribuição e comercialização de produtos e/ ou serviços, adoção de modelos arquitetônicos, orientação administrativa e suporte operacional. Com relação aos aspectos financeiros, além da taxa inicial de adesão, o franqueado geralmente desembolsa mês a mês os royalties e contribui para as iniciativas publicitárias. A contratação é tipicamente de adesão, uma vez que o franqueador arroga-se, muitas vezes, ante a ausência de debate, na qualidade de um “legislador privado”, fazendo prevalecer seus interesses sobre os dos franqueados. O artigo 54 do Código de Defesa do Consumidor conceitua os contratos de adesão como aqueles cujas cláusulas são estabelecidas unilateralmente por uma das partes sem que a outra possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. E essa ausência de negociabilidade e, por conseguinte, de interferência substancial no conteúdo contratual, confere ao franqueado inquestionável vulnerabilidade, independentemente de sua qualidade de empresário, seu porte econômico e/ou suas aptidões técnicas. É justamente por isso que, mesmo em se tratando de um contrato
antonio cláudio de figueiredo demeterco
Não é pelo simples fato de ter sido assinado que o conteúdo contratual vincula as partes em sua integralidade, até porque, geralmente, trata-se o franqueado, pelas próprias características do sistema de franquia, de um “empresário de primeira viagem”
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cidadão&ação
Vida longa à madeira Reutilização de material nobre é a aposta do artesão Robson Walker para fazer arte e cuidar do meio ambiente
Lyane Martinelli
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uso da madeira para a construção de casas e de móveis é um dos mais antigos costumes na sociedade humana. Os primeiros móveis e utensílios das grandes sociedades contam com esse material orgânico, encontrado com facilidade na natureza. A madeira, hoje bem explorada pelo homem, quando tem um bom tratamento e acabamento, apresenta uma durabilidade grande comparada, inclusive, a materiais como o plástico. A madeira, no entanto, por ser um material abundante, sofre com as negligências e os abusos da sociedade. O descuido e até sua subutilização como combustível para grandes fornos faz da madeira um dos materiais mais desperdiçados pela população. Muito utilizada na construção de residências, nos últimos 50 anos, a madeira vem sendo substituída, e o resultado disso tem sido um grande acúmulo de madeira já utilizada e sem destino certo. Qual é a solução? Uso como lenha e subutilização para construção? Nada disso. “Você pode ter cinco minutos do calor da madeira no fogo ou mais uns 50 anos de beleza na sua casa. Eu fico com a segunda opção”. Essa é a posição do artesão Robson Walker, que trabalha há pelo menos 15 anos com madeira e há 10 se dedica a reutilizar material de demolição para criar peças exclusivas e cheias de histórias. Disposição para reinventar e encontrar novas formas de reutilizar a madeira que já teve grande utilidade faz parte do dia a dia de Robson. “Eu vejo vida na madeira, seja qual for o seu estado.
Esse material pode ser transformado em tudo o que se quiser e quando quiser. Um material de madeira não se perde, não acaba, pode ser transformado quantas vezes for preciso”, comenta. Sua matéria-prima principal, a madeira de demolição, é a essência de sua ideologia de trabalho, a reciclagem da madeira. Hoje, chegam às mãos de Robson madeiras de casas construídas em toda a região e que estão sendo demolidas. “Chega desde madeira mais nova até de casas com 50, 70 anos de construção”, comenta. Para Robson, a reciclagem da madeira é algo substancial. “A reciclagem é a linguagem universal, o planeta está voltando para conservar o que ainda temos, para garantir que nossos filhos e netos possam sentir e viver esse mesmo prazer que hoje a reciclagem nos proporciona. A arte de trabalhar uma madeira usada mostra claramente a necessidade da conservação, da preservação”, comenta o artista, que procura incentivar e conscientizar as pessoas com seu trabalho sobre a importância do cuidado com o meio ambiente e com o que a natureza nos proporciona. “Para nós, que vivemos em grandes comunidades, faz todo sentido se autossustentar. Esse comportamento traz consigo a geração de novas oportunidades de emprego, de conservação e preservação sustentável do meio. Contribuímos diretamente para manter algo muito importante em nossa existência, a natureza”, comenta Robson em meio a seus materiais à espera de uma nova forma de utilização. Robson descobriu sua paixão por madeiras
antigas quando trabalhou em um antiquário. Recebendo diariamente peças deterioradas, e tendo em suas mãos a possibilidade de trazer de volta a beleza de cada objeto, entendeu a sua forma de contribuir para um mundo melhor. “A madeira foi o melhor material que eu encontrei para me expressar. Se você constrói um móvel cuja madeira fora extraída de uma casa de 70 anos, que é a média de idade das casas que são demolidas por aí, imagine quantos anos de vida estará proporcionando para esse móvel. A durabilidade é de umas três ou quatro gerações. Nós vamos embora e a madeira fica” afirma Robson. De acordo com o artesão, os primeiros a reciclar a madeira de demolição foram os marceneiros de Minas Gerais, há mais de 100 anos, que transformavam as madeiras que ficavam jogadas nas grandes fazendas e nos sítios em móveis para suas casas e para revenda. “Era uma maneira barata de ganhar dinheiro, pois era um favor que eles faziam para os proprietários em queimar ou transformar isso em arte”, explica o artesão. “Tiro o meu chapéu para os mineiros que perceberam
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TECNOLOGIA
essa possibilidade de reutilizar a madeira velha”. Além da sua consciência de contribuir para a preservação ambiental, Robson percebe na reciclagem de madeiras outra qualidade: a possibilidade de preservar a história. “Procuro mostrar às pessoas a importância de guardar a história também, mantê-la viva diante dos nossos olhos por meio dos móveis em madeira. É também um trabalho que eu chamo de designer de nostalgia. Os clientes encontram aqui móveis que lembram a infância, os móveis antigos dos avôs e dos bisavôs”, conta. Para Robson, hoje, no Brasil, ainda não temos o respeito verdadeiro com a madeira até por ser um material muito abundante. “Onde esse material já é escasso, o cuidado é maior. Então, se aprendermos a cuidar do que é de madeira antes, com certeza sairemos ganhando”, comenta. Hoje, além dele, outros pequenos marceneiros também trabalham com a reutilização da madeira e afirma: “com esse trabalho, conseguimos mostrar para a sociedade que é possível reviver o que está esquecido ou ignorado por aí”, completa Robson.
É um trabalho que eu chamo de designer de nostalgia. Os clientes encontram aqui móveis que lembram a infância, os móveis antigos dos avôs e dos bisavôs”, comenta o artesão Robson Walker
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Liderança na disposição final de resíduos
EMPRESAS ESTRE
Responsabilidade em Soluções Ambientais
RESICONTROL
Soluções Ambientais
TRABALHANDO PARA TORNAR O MUNDO SUSTENTÁVEL
Publicações e Eventos
José Carlos Barbieri Jorge Emanuel Reis Cajazeira
Responsabilidade social, empresarial e empresa sustentável
fio porque ainda não existe um consenso universal sobre o real significado do termo e os assuntos que estão inseridos no conceito ainda estão em construção. De fato, nós da ISO temos dado uma contribuição a este debate por meio do grupo de trabalho sobre Responsabilidade Social que desenvolve a futura norma ISO 26000 para orientar esse tema tão variado, complexo e quase sempre controverso.
• A L A N B RY D E N
Secretário-geral da ISO – International Organization for Standardization
Conheça o site do livro e as demais novidades do nosso catálogo no endereço:
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Responsabilidade social, empresarial e empresa sustentável
Se a abordagem usada pelos autores é muito abrangente, na intenção de refletir sua complexidade, corre-se o risco de tratar o tema com superficialidade. Se os autores focam demais em uma questão ou em um grupo pequeno de temas, fica difícil transmitir uma visão geral da ampla gama de conceitos envolvidos. Entretanto, os autores deste livro foram hábeis em evitar essas duas armadilhas e conseguiram comunicar toda a riqueza que o verdadeiro entendimento do conceito de responsabilidade social requer, tanto na profundidade quanto na abrangência.
José Carlos Barbieri Jorge Emanuel Reis Cajazeira
Escrever sobre Responsabilidade Social é um verdadeiro desa-
Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável Da teoria à prática
José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração, é professor do Departamento de Administração da Produção e Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP-POI) desde 1992. Foi professor em renomadas instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP, da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e de saúde. Pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisa nas áreas de gestão da inovação, do meio ambiente e da responsabilidade social. Coordenador do Centro de Estudos de Gestão Empresarial e Meio Ambiente da FGV/EAESP. Membro do Fórum de Inovação da FGV/EAESP. Participou da comissão do INMETRO para criação de normas sobre certificação de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês científicos de diversas revistas e congressos científicos, nacionais e internacionais, e de várias agências de fomento. CONTATO COM O AUTOR:
RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL E EMPRESA SUSTENTÁVEL José Carlos Barbieri e Jorge Emanuel Reis Cajazeira
barbieri@editorasaraiva.com.br
Jorge Emanuel dos Reis Cajazeira. Engenheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia,mestre e doutor pela FGV/EAESP. Executivo da área de competitividade da Suzano Papel e Celulose, onde trabalha desde 1992. Eleito pela revista Exame, em 2005, como um dos quatro executivos mais inovadores do Brasil. Foi expert nomeado pela ABNT para a redação das normas ISO 9001 e ISO 14001 (1995-2004), coordenou os trabalhos para a criação da norma NBR 16001 – Responsabilidade Social e presidiu a comissão do INMETRO para criação de um sistema nacional para certificação socioambiental. Em 2004, foi eleito o primeiro brasileiro a presidir um comitê internacional da ISO, o Working Group on Social Responsibility (ISO 26000). É membro do comitê de critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador do comitê de inovação e ativos intangíveis (FNQ) e ex-presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). CONTATO COM O AUTOR:
Editora SARAIVA
aquecimento global e créditos de carbono rafael pereira de souza (ORG.) editora quartier latin
Auditoria ambiental florestal Julis orácio felipe editora clube dos autores
ORGANIZAÇÕES INOVADORAS SUSTENTÁVEIS José Carlos Barbieri Moysés Alberto Simantob Uma reflexão sobre o futuro das organizações José carlos barbieri moysés alberto simantob Editora atlas
gestão para a sustentabilidade Julis orácio felipe editora clube dos autoresEditora atlas
cajazeira@editorasaraiva.com.br
MANUAL DO EMPREENDEDOR Como construir um empreendimento de sucesso jerônimo mendes editora atlas
A ECO Business é um evento de disseminação de conceitos e práticas sustentáveis. A Feira e Congresso Internacional de Econegócios e Sustentabilidade, reúne empresas que desenvolvem projetos sustentáveis, ecoprodutos e serviços, com o intuito de gerar negócios, promovendo integração, troca de informações e geração de conhecimento nas esferas social, ambiental e econômica. A ECO Business acontecerá nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Saiba mais: www.ecobusiness. net.br
De 14 de setembro a 31 de outubro, Curitiba vai respirar design. Nesse período, a Bienal Brasileira de Design 2010 ocupará diversos espaços da capital paranaense, desde museus e universidades até parques e calçadões, para apresentar o melhor da produção nacional do setor. Serão nove mostras, todas com monitores treinados para recepção do público. Saiba mais: www.bienalbrasileiradedesign.com.br/bienal2010
Nos dias 27, 28 e 29 de Julho, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo, pesquisadores, personalidades e especialistas da França, Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos, Uruguai e Brasil estarão reunidos para debater temas críticos, inovações tecnológicas e tendências corporativas. Os congressistas terão oportunidade de contato direto e interação com a massa critica da sustentabilidade e suas principais lideranças. Saiba mais: http://www.fibops.com.br/
O Prêmio Jovem Cientista é uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Gerdau e a Fundação Roberto Marinho (FRM). Tem como objetivos estimular a pesquisa, revelar talentos e investir em estudantes e profissionais que procuram alternativas para os problemas brasileiros. Saiba mais: http://www.jovemcientista.cnpq.br/