Revista Gestão, empresas e produtos nº 28

Page 1

28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 1

Revista de Negócios da Acieg

Empresas e Produtos

www.acieg.com.br

Ano V - Nº 28 - Maio de 2012

Acieg COMEMORA 75 anos A evolução da economia goiana e a participação da Acieg são relembradas no aniversário da entidade.

R$ 6,00


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 2


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 3


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 4

conversa com o leitor

expediente

A voz do empresário

G

estão não é brincadeira. É o cérebro da empresa movimentado 24 horas por dia, seguindo uma estratégia e um projeto. E essa missão que a Revista Gestão se impõe, de investigar, opinar, criticar e destacar as boas práticas de gestão, recompensada pela resposta positiva de aceitação do veículo no meio empresarial goiano. Nossa proposta ultrapassa cobrir eventos ou atividades, sejam institucionais ou negociais, mas atende também um propósito de oportunizar ao empresário o direito de falar. Este é o espaço. A Gestão é a voz do setor empresarial goiano, que, infelizmente, hoje ainda é subutilizada. Não que seja pouco utilizada, pois, por edição, pelo menos 100 empresários e empresas são, de alguma forma, citadas em nossa publicação, mas nossa meta é o dobro. Mas é bom destacar que a cada edição a participação dos agentes empresariais é mais relevante e influente. Destaca-se ainda a revolução feita no site da Acieg, que se tornou um portal de notícias, com atualização diária com matérias locais, com empresários e consultores goianos, e com informações atualizadas – as notícias que entram no site durante o dia antecipam as edições do melhores jornais, revistas e telejornais do País. Confira e compare. Ou seja, a Acieg, com a Gestão e o Portal de notícias, cumpre seu papel de informar, aproximar e debater com os gestores privados de Goiás a realidade da economia e os gargalos do sistema produtivo no País. Para isso, convidamos você a ler, refletir, opinar e divulgar a sua voz, nossos veículos.

Presidente Helenir Queiroz MISSÃO DA ACIEG Atuar na defesa incondicional do setor produtivo, fomentando e desenvolvendo ações que viabilizem a sua integração com a sociedade.

GESTÃO,

Revista GESTÃO, Empresas & Produtos é uma publicação da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg)

Editor Leandro Resende (JP-1145)

Fotografias

Reportagem Ana Manuela Arantes Leandro Resende

Edição de fotos e Capa Manoel Souza

Assessorias, arquivos e Acieg

Diagramação e Projeto Contemporânea

Estagiários Ana Helena Borges Mayara de Oliveira

Gráfica Renascer

CONTATOS GESTÃO REDAÇÃO COMERCIAL (ANÚNCIOS) (62) 3237-2616 ou 3237-2642 (62) 3237-2613 (Marina Anderi)

CONTATOS ACIEG PRESIDÊNCIA - 3237-2604

EVENTOS-CURSOS - 3237-2639

ADMINISTRATIVO - 3237-2607

ACIEG JOVEM - 3237-2604

JURÍDICO - 3237-2610

CORTE DE CONCILIAÇÃO - 3237-2619

IMPRENSA - 3237-2616

AGÊNCIA DE NEGÓCIOS - 3237-2622

O editor.

Rua 14, Nº 50, Edifício Santino Lyra Pedrosa, Setor Oeste, Goiânia-GO – CEP: 74120-070 imprensa@acieg.com.br e gestaoacieg@gmail.com Telefone geral: (62) 3237-2600 Fax: (62) 3237-2602

www.acieg.com.br

4 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 5


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 6

Revista de Negócios da Acieg

Empresas e Produtos

20 folga O que brasileiro faz no dia livre

28 cerveja

nEstA EdiçãO

Mercado de importadas avança emGoiás

30 justiça Recuperação Judicial aprovada

36 conciliação Goiás é 2º no País

42 tributos Um goiano no CAF

46 exterior Parceria com portugueses

51 imóveis Hora e vez do escritório

Acompanhe a Acieg: facebook.com/acieg twitter.com/acieg flickr.com/photos/acieg


os

28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:31 Page 7

SUMÁRIO colunas 8 de primeira 11 entrevista 16 mundo executivo 35 tecnologia & negócios 38 cenário econômico 40 acieg na rede 52 novo armazém 53 fim de semana 57 artigo 58 galeria www.acieg.com.br

Ano V - Nº 28 - Maio de 2012

ACIEG75 ANOS

42ª Diretoria e revista Gestão comemoram o 75º aniversário da entidade, relembrando fatos históricos, ações determinantes na formação de atual economia goiana e na construção de uma imagem independente e atuante do empresário goiano. 22


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 8

de primeira

“ O segredo de meu sucesso é pagar como se fosse perdulário e comprar como se estivesse quebrado” HENRY FORD

Adesão à Ficha Limpa

Wilfried na Acieg: oportunidades de negócios

Embaixador da Alemanha visita Acieg A convite do diretor de comunicação da Acieg Leopoldo Veiga Jardim, o embaixador da Alemanha no Brasil, Wilfried Grolig, esteve em Goiânia no dia 21 de março, com o objetivo de averiguar oportunidades para que empresas goianas e alemãs façam negócios. Na ocasião, o embaixador visitou a sede da Acieg e foi recepcionado pela presidente da entidade, Helenir Queiroz, e diretores da casa. Propostas para missões de alemães em Goiás foram apontadas como forma de aproximação entre empresários, durante o encontro com o embaixador. Helenir Queiroz também sugeriu a organização, para este ano, da Semana Cultural Alemã, que seria realizada na Acieg. A presidente ainda reforçou o apoio da entidade para iniciativas que almejem Goiás na disputa para sediar o Encontro Econômico BrasilAlemanha, que será realizado em 2013 no País. Wilfried Grolig ressaltou, no decorrer da visita, a simpatia por Goiás e apontou oportunidades para que o Estado seja mais divulgado entre empresários alemães. Entre as sugestões, o embaixador espera que as entidades empresariais se unam para apresentação de empresas goianas durante eventos na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, em São Paulo (SP), onde a maioria das delegações alemãs mantém contato constantemente.

Emprego formal A geração de emprego formal em Goiás teve em março o maior salto porcentual do País. No mês, foram criados 2.375 postos de trabalho a mais que em fevereiro, um avanço de 1,6%.

A presidente da Acieg, Helenir Queiroz, anunciou no último dia 3 de abril, adesão da entidade à campanha Ficha Limpa Goiás, durante encontro com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Henrique Tibúrcio, e convidados da imprensa. A presidente se comprometeu a incentivar associados da Acieg e o setor empresarial em geral a participarem da campanha, com assinatura em abaixo-assinado no site www.fichalimpagoias.com.br. Para isso, a Acieg ajudará a divulgar a campanha por meio de veículos de comunicação institucionais e em reuniões com empresários. “O abaixo-assinado mostrará o peso da opinião pública e incentivará representantes do governo municipal e estadual a aprovar legislações que regulamentem a prática da Ficha Limpa. Também será forma de conscientizar o cidadão que ele pode exigir de seus governantes esse tipo de postura”, afirmou Helenir Queiroz. Lançada no dia 26 de março pela OAB-GO, a campanha Ficha Limpa Goiás tem objetivo de propor aos três poderes, nas esferas estadual e municipal, que adotem os critérios previstos na Lei Complementar nº 135/2010, Lei da Ficha Limpa, para contratação em cargos comissionados. A mobilização já colheu mais de 3 mil assinaturas.

www.fichalimpagoias.com.br

Acieg: adesão de primeira hora ao projeto da gestão Tibúcio

Guerra dos portos No último dia 26, a Acieg Jovem promoveu o 1º Depoimento Empresarial de 2012. O Depoimento Empresarial é um evento em que jovens e futuros empresários têm a oportunidade de conhecer a história de grandes líderes e saber mais sobre dificuldades e soluções empregadas por profissionais que hoje são referência e fonte de inspiração para quem almeja sucesso nos negócios. Nesta edição, o evento teve a participação do presidente da empresa Porto Seco Centro-Oeste, Edson Tavares, que contará um pouco de sua história de vida pessoal e profissional. A resolução 72, onde o Congresso elimina o benefício fiscal de ICMS sobre importados, que prejudica Goiás, foi um dos temas do debate.

8 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 9

CONTE CONOSCO PARA IR ALÉM A KPMG possui profissionais qualificados, que superam obstáculos para atingir seus objetivos: agilidade e eficiência. Como no mundo dos esportes, a superação e a busca dos melhores resultados estão sempre entre nossas metas. Audit, Tax e Advisory

kpmg.com/BR

© 2012 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 10


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 11

entrevista MANOEL XAVIER

Pequena empresa merece mais atenção

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 11


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 12

entrevista: MANOEL XAVIER diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Manoel Xavier Ferreira Filho, eleito para o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014, concedeu entrevista à Revista Gestão e falou sobre a evolução da micro e pequena empresa, seu papel social, sua força econômica e as dificuldades enfrentradas. Manoel é administrador de empresas (PUC-GO) e mestre em Gestão da Qualidade Total pela Unicamp. Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

O

Quais estratégias e ações que o Sebrae Goiás oferece para que as micro e pequenas empresas goianas sejam mais competitivas e rentáveis? O Sebrae não é um organismo público e sim uma entidade privada e de interesse público, que apoia a abertura e expansão dos pequenos negócios e transforma a vida de milhões de pessoas por meio do empreendedorismo. Estas são algumas das razões pelas quais o Sebrae tem uma missão clara e focada no desenvolvimento do Brasil, oportunizando a geração de emprego e renda pela via do empreendedorismo. O Sebrae é uma entidade privada sem fins lucrativos criada em 1972 com a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte. Estrategicamente, o Sebrae direciona seus serviços para empresários potenciais, que são as pessoas que tem alguma perspectiva de iniciar uma atividade no campo empresarial; para os candidatos a empresário, que são as pessoas que manifestam intenção de abrir uma empresa e estão se preparando, objetivamente, para isto; para os Empreendedores Individuais (EI’s), que são as pessoas que trabalham como autônomos ou na informalidade e, que desde fevereiro de 2010, já tem na legislação a condição de registrar o seu negócio. Além destes, atende também as empresas de zero a dois anos de atividades, que são as empresas que estão no período inicial de atividades e são caracterizadas pela pouca experiência do empresário; as empresas com mais de dois anos de atividades, que são as empresas que já passaram pela fase mais difícil de suas atividades no mercado, os empresários já possuem experiência razoável e os núcleos setoriais formados por empresas e empreendedores participantes de núcleos setoriais em um determinado território geográfico. Goiás ocupa o 9º lugar na posição nacional. A força econômica das micro e pequenas empresas em Goiás e no Brasil é demonstrada pelos números. O segmento de micro e pequena empresa é responsável por 25% do PIB, gera 14 milhões de empregos (60% do emprego formal

no País), respondendo, ainda, por 99,8% das empresas que são criadas a cada ano. As micro e pequenas empresas sempre deram grande contribuição para ajudar a resolver aspectos fundamentais da socioeconomia, como o combate à pobreza pela geração de trabalho, emprego e melhor distribuição da renda; a redução da informalidade; a interiorização do desenvolvimento pela promoção de iniciativas locais e dos arranjos produtivos; e o incremento da atividade produtiva nacional. Em Goiás, 160 dos 246 municípios já regulamentaram a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. O que falta para a efetividade da implantação no Estado? Parte deste esforço do Sebrae em tornar as micro e pequenas empresas fortes para competir no mercado ganhou reforço legal com a aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 14 de dezembro de 2006. A lei complementar 123 e alterações seguintes, consolidou, em um único documento, o conjunto de estímulos que deve prevalecer para o segmento nas três esferas federal, estadual e municipal da administração pública, inclusive na área tributária. Com esta lei, fica mais simples pagar impostos, obter crédito, ter acesso à tecnologia, exportar, vender para o governo, se formalizar. Com menos burocracia e mais oportunidades, os empresários ganham mais, geram emprego e renda. Porém, grande parte dos benefícios da Lei Geral depende de regulamentação por parte dos governos municipais e estaduais. O Brasil tem 5.566 municípios, dos quais 3.819 (68,61%) deles já têm a Lei Geral regulamentada. Em Goiás, dos 246 municípios, 160 (65%) já regulamentaram esta lei. O passo seguinte é exatamente a aplicação da lei, para fazer valer os benefícios para as micro e pequenas empresas instaladas nestas cidades. Ou seja, fazer com que as prefeituras comprem mais das micro e pequenas empresas, estimular com que invistam mais em tecnologia e que proporcionem um ambiente também interessante com redução da burocracia e implementação de projetos que passem a

12 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 13

utilizar e comprar os serviços e produtos das micro e pequenas empresas goianas. E este trabalho vem sendo desenvolvido pelo Sebrae Goiás em parceira com os organismos públicos, como o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e privados, envolvidos nessa regulamentação, no sentido de implementar os benefícios e políticas previstas na Lei Geral. Por outro lado, é fundamental que os empresários de pequenos negócios procurem suas entidades de classe e conscientizem seus representantes políticos (vereadores, prefeitos, deputados, secretários) sobre a regulamentação da Lei Geral em suas respectivas esferas. Um dos dispositivos da Lei Geral, o Simples Federal, já regulamentado, representa grande ganho para micro e pequenas empresas em termos de redução de burocracia, de carga tributária e de custos operacionais. Outro dispositivo, o de Compras Governamentais, beneficia o segmento por representar um nicho de negócios fundamental ao aumento do faturamento e da competitividade dos pequenos negócios. Essas ações reforçam o papel do Sebrae como incentivador do empreendedorismo e revelam a importância da formalização para a economia brasileira. Nosso papel é mostrar aos milhares de empresários de micro e pequenas empresas deste Estado as vantagens de se ter um negócio formal, apontando caminhos e soluções, com o objetivo de facilitar o acesso aos serviços financeiros, à tecnologia e ao mercado, sempre com foco na competitividade empresarial. Há ambiente favorável para o crescimento do número de MPE em Goiás? O acesso facilitado às linhas de crédito tem contribuído nesse sentido? Goiás vive um momento ímpar. Está crescendo mais do que a média nacional, basta conferir o crescimento do PIB nacional e o estadual. Em 2010, a taxa de crescimento do PIB nacional foi de 7,5% e a de Goiás foi de 10,7%. Em 2011, a taxa do PIB nacional foi de 2,7%, enquanto que a de Goiás foi de 4,1%. Ao mesmo tempo, tem-se os resultados da pesquisa Global Entrepreneuriship Monitor (GEM), de 2011. Esta é uma pesquisa que mede a evolução do empreendedorismo no Brasil compa-

rado a outros países e que permite a identificação dos fatores críticos que contribuem ou inibem a iniciativa empreendedora de uma população. Esta é a décima participação consecutiva do Brasil na pesquisa, o que possibilita uma análise do comportamento empreendedor nesta década. O estudo revela, entre vários aspectos, a taxa de empreendedorismo do Brasil, o desempenho das mulheres empreendedoras, a participação dos jovens no universo empresarial e a motivação Nosso papel para empreender. é mostrar a Um dos destaques é o milhares de crescimento do empreendedorismo no empresários as vantagens de ter Brasil. O número de negócios com até três um negócio formeses de atividade mal” cresceu 97% em relação a 2008, quando 2,93% da população adulta tocavam empreendimentos. Em 2009, esse número saltou para 5,78%. A pesquisa mostra ainda que a maior parte dos negócios está nas mãos de jovens: 52,5% dos empreendedores têm entre 18 e 34 anos. A pesquisa é coordenada internacionalmente por institutos como o London Business School e o Babson College. Deste cenário nacional fazemos o rebate estadual. Ainda temos a disponibilidade de cada vez mais linhas de microcrédito para as micro e pequenas empresas, com as instituições financeiras, Banco do Brasil, Caixa, GoiásFomento, Banco do Povo, reduzindo juros para o tomador. Inclusive com a nova figura jurídica do Empreendedor Individual, desde fevereiro de 2008, os bancos analisaram o cenário e passaram a oferecer linhas especiais para eles. Do lado governamental temos conferido a questão tributária e a sinalização positiva do governo de Goiás para, continuamente, buscar a interação com o Fórum Empresarial, no sentido de compatibilizar as necessidades do Estado e a tributação sobre as micro e pequenas empresas.

A Acieg está finalizando a construção de uma Central do Empresário, no qual o Sebrae é parceiro, e, durante muitos anos, o sistema Sebrae é um defensor. Como ela pode ser útil ao empresário? Muito mais que um vapt vupt empresarial a

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio 2012 | 13


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 14

entrevista: MANOEL XAVIER Acieg, por meio da atual gestão, está difundido um conceito que deve ser incorporado. O conceito da agilidade, do aproveitamento do tempo do empresário, da possibilidade de que a energia empresarial possa ser vocacionada a atividades que resultem em negócios. E este direcionamento converge com a missão do Sebrae e com as ações que desenvolvemos para as micro e pequenas empresas. O Sebrae é parceiro e não medirá esforços técnicos para que este projeto se concretize. Sabemos que de forma conjunta e otimizando conhecimentos, recursos técnicos e físicos com os parceiros podemos atender em maior escala e com qualidade. Onde tiver uma ação que busque o desenvolvimento e o fortalecimento da MPE, o Sebrae estará lá, apoiando. Historicamente, o modelo de gestão do setor público foi focado no fortalecimento e estímulo às grandes empresas. As pequenas e médias empresas demonstraram sua força, mas ainda não alcançaram total atenção nas políticas públicas. Qual o caminho para resolver essa diferenciação? O Sebrae entende que passa primeiramente pelo atestado de que o município, o Estado pensem primeiro na micro e pequena empresa. Este atestado para o Sebrae é a Lei Geral. Passo seguinte é colocar este segmento com um dos pontos centrais de um plano de governo junto com segurança, educação, moradia, saúde, o tema micro e pequena empresa no contexto das plataformas dos governos que aí estão e os que virão a ocupar cargos de governança em 2013. O governante tem de entender que a época das “patas gordas”, usando de um ditado popular, acabaram. O governo não é empregador, mas sim indutor do desenvolvimento, que passa necessariamente pelos pequenos negócios.

A micro e pequena empresa recebe uma atenção menor por parte de instituições e organismos públicos e privados”

Em que grau os problemas enfrentados pelas pequenas empresas são semelhantes aos das grandes, como excesso impostos e juros, carência de mão de obra quali-

ficada e gargalos de infraestrutura e logística? As micro e pequenas empresas diferem das grandes apenas pelo faturamento e quantidade de empregados, mas os problemas são os mesmos. Contudo, em determinadas situações, e aqui destacamos o crédito, o segmento da micro e pequena empresa recebe uma atenção menor, por parte de instituições e organismos públicos e privados, do que uma grande empresa. Há situações em que a micro e a pequena empresa não têm garantias reais para se beneficiar de linhas de crédito existentes no mercado. Por outro lado, historicamente constatamos que o primeiro emprego de uma pessoa é dentro de uma MPE, que na maioria dos casos, chega sem qualificação. Naquele empreendimento, a pessoa aprende um ofício ou desenvolve habilidades. A micro e pequena passa a ser o espaço de aprendizado, pois lhe dá a oportunidade da prática, deste futuro profissional. Portanto, a microempresa torna-se um local de capacitar mão de obra e de revelar talentos. Quem almeja crescimento e vencer desafios sai daquele empreendimento e busca outras oportunidades de trabalho. Além disso, destacamos aqui o fato de serem de micro e pequeno portes, estas empresas são mais ágeis na tomada de decisão pois o proprietário decide e coloca em prática a sua decisão, imediatamente. Mas, para buscar soluções de logística, infraestrutura ou inovar em seus processos e produtos o Sebrae incentiva a ação coletiva do segmento, pois agir de forma isolada a micro e a pequena empresa não tem a mesma força do que se atuar de forma conjunta com outras empresas do seu setor ou por meio de uma representatividade empresarial. Daí, as soluções podem vir de forma mais abrangente e eficaz. Quais os problemas mais específicos das pequenas empresas? Estudos apontam que o acesso ao crédito, as novas tecnologias voltadas para o segmento, gestão e permanência no mercado ocasionam a mortalidade precoce das micro e pequenas empresas. O Sebrae atua diretamente na busca de soluções para estes e outras questões legais, como políticas públicas específicas. Em contraponto, ressaltamos alguns fatores de sucesso do segmento como habilidades gerenciais, capacidade empreendedora e a logística operacional da micro e pequena empresa. Destacamos a atuação do Sebrae Goiás, na interiorização de seus serviços ao lado de parceiros decisivos e importantes neste ano e continuará nos próximos anos.

14 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 15


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 16

mundo executivo

“No mundo dos negócios nunca se obtém aquilo que se quer, mas sim aquilo que se negocia.” CHESTER KARRASS

Google-Multidata

Pif Paf Com investimento de R$ 260 milhões, a Pif Paf inaugurou em abril um frigorífico de aves em Palmeiras de Goiás. O projeto faz parte do Complexo Agroindustrial da empresa no Estado, que se instalou em Paraúna em 2008, e fecha a cadeia de produção, da incubação e nascimento das aves até o abate. O frigorífico gera 4,8 mil empregos, sendo 1,2 mil diretos e 3,6 mil indiretos. A produção atual do frigorífico é de 100 mil abates por dia e a expectativa é que chegue a 150 mil até dezembro deste ano.

A empresa norteamericanaGoogle anunciou em abril, em Goiânia, a abertura do 2º escritório autorizado e capacitado no Brasil a atuar com sua marca. A empresa selecionada para ser parceira operacional foi a goiana Multidata, que pode atuar em todo País, mas deve ter foco no Centro-Oeste. Com o acordo, serão oferecidas ferramentas Google voltadas para o público empresarial, entre outras, o cloud computing (computação em nuvem), compartilhamento e edição de documentos de forma simultânea e em qualquer lugar do mundo, backup e demais produtos da Google Apps.

Teuto O Laboratório Teuto, pioneiro na produção de medicamentos genéricos, atualmente 4º colocado no ranking nacional de genéricos (de acordo com IMS Health), comemorou 65 anos em março. Sua fábrica tem 105 mil metros quadrados de área construída em uma área total de 1 milhão de metros quadrados.

Inetsis

A Ingeniería de Sistemas Intensivos en Software S.L. (INETSIS), empresa de base tecnológica que oferecer produtos e serviços inovadores de monitoração e controle sem fio, busca um distribuidor e/ou integrador de seus produtos no Brasil. A Inetsis dispõe de dois produtos coTAP Partner A TAP licenciou a sétima agência de viagens TAP Partner, Rose Olegário em Goiânia, que teve merciais: O coralAMBIENT®Stosua abertura oficial em 27 de março. O gerente regional de vendas da TAP para o Centro-Oeste, rage, que monitora em tempo real Rogério Carnevalle, disse que com essa capacitação regular e pontual, a TAP mantém seu a temperatura e umidade para compromisso de prestar sempre um serviço com o mais alto grau de excelência aos clientes dos qualquer tipo de depósito (inTAP Partner. A TAP disponibiliza as melhores ligações entre o Brasil e a Europa a partir de 10 cluindo os de produtos perecíveis) cidades brasileiras. A Companhia opera voos diretos a partir de Belo Horizonte, Brasília, Campinas, já que cumpre a norma Europeia Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A partir desses UNE EN-12380 e o coralSTOCK®Asaeroportos são mais de 70 frequências semanais, com conexões imediatas 49 cidades na Europa, set, sistema de controle de inventáreforçando a liderança absoluta no transporte de passageiros e carga entre a Europa e Brasil. rio baseado em tecnologia RFID para depósitos de pequenas e méNOVO MUNDO dias empresas. Mais informações sobre a empresa: www.inetsis.es. O grupo Novo Mundo comemora, em abril, 56 anos e homenageou os 5 milhões de clientes com um bolo de 2,5 metros de comprimento. RSA Seguros Com 5 mil funcionários, a rede Novo Mundo Quem chega a Goiás é a inglesa RSA tem 150 lojas, e, até o fim deste ano, está proSeguros, que está entre as maiores gramada a inauguração de mais 25 lojas na Reseguradoras de capital aberto do gião Norte do País. A previsão é de 200 lojas mundo. A empresa inaugurou escriaté 2013, segundo Carlos Luciano (foto), presitório em Goiânia, de onde deve inidente do grupo. ciar o projeto de expansão da empresa no Brasil este ano. 16 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 17

A PepsiCo elegeu Eduardo Garófalo para comandar a nova presidência da área de cereais e biscoitos da companhia no Brasil. Segundo a empresa, essa divisão conta com seis fábricas e responde por vendas de US$ 500 milhões ao ano com as marcas: Mabel, Quaker e Eqlibri.

FNAC GOIÂNIA

IMÓVEIS NO EUA

A Fnac Goiânia ocupa uma área de 3 mil metros quadrados, como a mais nova loja âncora do Flamboyant Shopping Center. A festa de inauguração foi realizada, apenas para convidados, no dia seguinte, 14 de março, e na quinta-feira, 15 de março, a Fnac Goiânia abriu para o grande público. Esta é a 11ª loja brasileira da Fnac, a maior referência mundial no varejo de produtos de cultura e informação, inclusive tecnologias ligadas a estas áreas, fundada há 58 anos na França e há 13 anos presente no Brasil.

O mercado imobiliário está aquecido. E o comprador daqui já vê com outros olhos o mercado internacional. Tanto que lotaram as palestras do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI-GO), em parceria com a Redimob - rede social do setor imobiliário, primeiro evento da área com foco em negócios internacionais. No centro das atenções, dois palestrantes internacionais. A presidente da Associação dos Corretores de Imóveis de Miami, Teresa King Kinney e Norm Flynn, que já atuou como presidente local, estadual e nacional da maior associação de corretores de imóveis mundial, a National Association of Realtor (NAR).

HOTEIS Comfort Hotel Valparaíso

Quality Hotel Goiânia

Nos primeiros meses do ano, a Atlantica Hotels International firmou dois novos contratos nas cidades de Valparaíso (GO) e em Goiânia, capital do Estado, onde terá seu terceiro empreendimento. Para 2014, está prevista a abertura do Comfort Hotel Valparaíso, com 134 apartamentos, piscina, fitness center e salas para eventos. Localizada a 35 km do Distrito Federal e a 185 km da capital Goiânia, Valparaíso é âncora econômica na região e uma das principais economias do Estado.

Em 2015 será a vez do início das operações do Quality Hotel Goiânia, também da Atlantica Hotels International. O empreendimento terá 180 apartamentos e fará parte de um complexo imobiliário com lojas, escritórios e restaurantes, valorizando ainda mais o negócio. Os dois hotéis serão construídos por investidores locais. Em Goiânia, a Atlantica Hotels quer fortalecer sua presença e já opera dois empreendimentos com sucesso: Comfort Suítes Flamboyant e o Sleep Inn Goiânia.

Alphapark Hotel JBS FRIBOI

Em uma jogada estratégica mundial, o JBS contratou o ex-presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, goiano que foi peça fundamental nas duas gestões Lula. Meirelles assume a presidência do conselho de administração da JBS, holding do grupo, que controla empresas como JBS Friboi, Banco Original, Vigor e Flora. O exministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Morais, também faz parte do conselho do grupo.

Goiânia ganhará novo hotel. O Alphapark Hotel já começou a ser construído em um dos espaços comerciais do condomínio Alphaville, que fica em frente à área que será o futuro Parque Ecológico do Cerrado. Com investimentos de R$ 15 milhões, o empreendimento está previsto para ser entregue em 2014, ano da Copa do Mundo do Brasil. Serão 142 apartamentos e deve gerar 90 empregos diretos.

Mercure A rede Accor já opera seu 1º empreendimento da marca Mercure na capital goiana, na República do Libano, Setor Oeste, que exigiu um investimento superior a R$ 24 milhões captados no mercado de investidores da região. O empreendimento, com padrão superior, conta com 177 apartamentos.

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 17


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 18

parada obrigatória Rio +20

De olho no óleo

Uma das maiores referências no mundo quando o assunto é conservação ambiental a coordenadora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, Denise Hamú, visitou a Acieg no último dia 13 para ministrar a palestra “Rio +20”. Com 25 anos de experiência, Denise Hamú já esteve à frente da maior ONG de defesa do meio ambiente, a WWF, em que ocupou por oito anos o cargo de secretária-geral no Brasil. A caminhada na luta pela preservação inclui Ministério da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e a presidência da Comissão de Educação e Comunicação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), entre 2000 e 2006. Mesmo com todo conhecimento no setor, a coordenadora do Pnuma no Brasil define o meio ambiente como “um dos maiores desafios da atualidade”, mas uma solução possível para a crise econômica.

Sabe quando você utiliza o óleo de cozinha e depois não sabe como jogar fora? O Programa Olho no Óleo, lançado com o objetivo de evitar o descarte indevido, promete uma solução. Grandes geradores do resíduo, como bares, hotéis, restaurantes, lanchonetes e condomínios, podem ligar para o número 115 para fazer cadastro no programa. A partir daí, a Saneago vai até o empreendimento para instalar recipientes para coleta, que serão recolhidos regularmente. Com o slogan “Bônus para você e para o meio ambiente”, o programa também promete bonificar participantes: a cada litro de óleo usado, pessoa física ou jurídica cadastrada receberá crédito de R$ 0,50, valor que será descontado na fatura de água e esgoto. Para que a população em geral possa participar, serão estruturados seis pontos de coleta de óleo em Goiânia e dois em Aparecida de Goiânia. Ainda neste ano, outras cidades do Estado devem ser incluídas no programa.

Reciclagem A Acieg assinou, no dia 13 de abril, termo de cooperação com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e a Prefeitura de Goiânia para instalação de 350 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) de material

reciclável na capital. A intenção é disseminar os pontos de coleta em regiões onde existe grande concentração de pessoas e comércios. Aproximadamente 50% do investimento para a instalação foi feito por empresários goianos e o restante doado pela Prefeitura.

18 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 19


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 20

CARREIRA ◄► Destressar

Tempo livre O que brasileiro gosta de fazer na folga. Cada entrevistado podia escolher até cinco opções

2007 Assistir televisão 77% Escutar música ou rádio 54% Descansar 50% Reunir amigos ou família 31% Assistir DVD (filmes) 29% Sair com amigos 33% Ler (jornais, livros, internet) 36% Navegar na internet 18% Praticar esporte 24% Fazer compras 24% Passar em parque e praça 19% Acessar redes sociais Escrever 21%

2011 85% 52% 51% 44% 38% 34% 28% 24% 23% 23% 19% 18% 18%

Fonte: Instituto Pró-Livro

O que o brasileiro faz na folga?

BRASILEIRO USA TEMPO LIVRE COM TV, MúSICA, LEITURA E INTERNET ANA HELENA BORGES

O

estudo Retratos da Leitura no Brasil, realizado pelo Instituto Pró-Livro, demonstrou que assistir televisão ainda é a atividade preferida dos brasileiros, sendo escolhida por 85% dos participantes da pesquisa. Em seguida aparecem escutar música ou rádio (52%), descansar (51%) e reunir-se com amigos e a família (44%). A leitura aparece em sétimo lugar (28%) e apresenta queda

de 8% na preferência, de 2007 para 2011. Já a utilização da internet no tempo ocioso subiu de 18% para 24% entre 2007 e 2011. Com o estudo, foi possível perceber um hábito ainda não identificado anteriormente: o acesso às redes sociais, indicado por 18% dos entrevistados. A inclusão da internet como novo hábito do brasileiro abre nova janela para o desenvolvimento das estratégias de marketing e comunicação ainda pouco exploradas no País: o uso das mídias digitais como método de estabelecer vínculos com seus fu-

turos e atuais clientes. Para a publicitária Renata Checha, a maior modificação vinda com o novo hábito está no tempo de resposta às campanhas de marketing. Renata explica que o público passa a ter mais acesso à informação e interage. “É preciso prestar mais atenção nas redes sociais, principalmente em como o público tem utilizado as mídias digitais para pesquisa de consumo. A televisão ainda causa muito impacto por sua frequência, mas são as redes responsáveis pela criação do relacionamento direto, do vínculo”, comenta.

20 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:32 Page 21

Deixe o evento da sua empresa por conta da Interativa Eventos.

Nossos serviços

A Interativa Eventos planeja, gerencia e produz eventos empresariais. São mais de 15 anos de experiência, atendendo empresas dos mais diversos setores da economia com competência e qualidade.

Treinamento de equipes Treinamento motivacional Encontros empresariais Workshops e feiras Festas de final de ano Confraternizações Lançamentos de produtos Eventos de experiência de marca

(62) 3094 5669 – 3097 1406 E V E N T O S

eventos@comunicacaointerativa.com www.comunicacaointerativa.com


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 22

MEMÓRIA ◄► Acieg

Acieg, história em construção ENTIDADE COMEMORA 75 ANOS E CONTA UM POUCO DA SUA HISTÓRIA DE DEFESA DO SETOR EMPRESARIAL GOIANO

22 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 23

Na página ao lado, fotos das praças Cívica e do Bandeirante (anos 40 e 50), cartaz de propaganda da nova capital, e, embaixo, sede da Acieg na década de 40 e de 2010. Na foto ao lado, prédio da Acieg nos anos 50, na Avenida Goiás. Fotos do acervo da entidade, da Fieg, MIS e da Prefeitura de Goiânia

LEANDRO RESENDE

H

á 27.520 dias, chovia em Goiânia. A chuva é leve e passageira. Alivia a poeira e não interrompe a movimentação que vive Campinas naqueles dias, em que a cidade se tornou bairro de Goiânia, e assiste dezenas de carros de boi vindos das cidades vizinhas passarem dentro do bairro com materiais de construção para as obras, que seguem ritmo acelerado no Centro da cidade – que tem as principais avenidas e praças abertas, mas quase nenhum prédio privado está construído. O Palácio das Esmeraldas já está avançado, mas ainda não está pronto. A mudança da capital para Goiânia movimentou o comércio da região. Os comerciantes, boa parte da Campininha, começaram a conversar em dezembro de 1936 para fundar a entidade dos negociantes – como eram conhecidos os empresários da época. Todos concordaram que antes do Natal, quando as vendas exigem muito de todos, não daria

para reunir. E, como combinado, no dia 28, uma dezena de empreendedores chegou na hora marcada, no Cine Campinas, para falar sobre a nova associação. Para surpresa de muitos, também compareceu o prefeito de Goiânia, o jovem Venerando de Freitas Borges, e o advogado Zoroastro Artiga. A reunião foi positiva. Todos concordaram com a nova entidade. Definiram o nome: Associação Comercial de Goiânia (ACG) – que com o tempo passou por várias alterações até se consolidar atualmente como Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg). Dali também saíram com uma data de nova reunião (6 de ja-

Curiosidade Oxigenação no poder A Acieg sempre foi exemplo de democracia e formação de lideranças: Enquanto em 75 anos, a Acieg teve 42 gestões, o executivo estadual teve 20 governadores e o município de Goiânia, 28 prefeitos.

neiro de 1937) para, em assembleia, votarem um estatuto e escolherem a primeira diretoria. Foram eleitos, para presidente, Licardino de Oliveira Ney, com 11 votos, seguido de Manuel Lacerda, que também teve 11 votos, e ficou como vice. Para 1ª secretário, foi eleito Agnelo Arlington Fleury, com 17 votos, ficando para 2º secretário, Adriano Coutinho, 9 votos. Para tesoureiro, foi eleito Otacílio França, com 7 votos. Para orador, foi eleito Antônio Leitão, também com 9 votos. Para o 1º Conselho Consultivo da Associação Comercial, foram eleitos os seguintes membros: Domingos Garcia (18 votos), Jamil Neme (16 votos), Abrão Abdala (15), Evaristo Nascimento (9), José Abrão (9), Lázaro Barbosa Lima (8), Miguel Nabut (8), Nasin Nabut (7) e Leonídio (6), este último sem citar seu sobrenome. No texto da ata de fundação, ainda cita que a entidade surge “nos moldes daquelas já existentes nas cidades importantes.” Na mesma ata, foi aberta a reunião e se consultou a maneira que seria eleita a diretoria. O espírito democrático da

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 23

4


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 24

MEMÓRIA ◄► Acieg

Fatos históricos em 75 anos de Acieg 1933 I Escolhida a região onde ficará a nova capital de Goiás. Em 1935, decreto criou Goiânia e primeiros órgãos foram transferidos. 1935 I Criado o município de Goiânia. 1936 I Cidade já tem 1.368 casas e menos de 5 mil habitantes. 1936 I A primeira reunião para discutir a criação da Acieg ocorre no Cine Campinas, em 28 de dezembro de 1936 . No encontro, estiveram presentes também o advogado Zoroastro Artiaga e o 1ª prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges. 1937 I A efetiva transferência da capital para Goiânia foi efetivada em 23 de março de 1937. Assim, a Acieg foi criada 76 dias antes, em 6 de janeiro. A grande maioria dos empresários presentes na fundação da Acieg, na Diretoria e filiados, era de Campinas – único bairro da capital.

perior para o período 1950 I Sem sede, as Faculdades de Economia e Contábeis funcionam na casa do diretor da Acieg, Hegezipo de Campos Meirelles. O seu filho, Henrique Meirelles, se tornaria no futuro, presidente de banco internacional e presidente do Banco Central do Brasil por 8 anos, um dos responsáveis pelo sucesso econômico do governo Lula. 1950 I Os diretores da Acieg Hegezipo Meirelles e Henrique Coe foram os primeiros professores de economia de Goiás. Outros diretores e empresários também lecionaram na faculdade: Ismerino Soares de Carvalho, Jeová de Paula, Jaime Câmara, Vicente de Paulo Umbelino de Souza, Joaquim Câmara, Gilson Alves de Souza, entre outros. 1950 I Recém-fundada por diretores da Acieg, Fecomércio ocupa sala anexa à da Acieg, na sede da Avenida Goiás. 1952 I A Escola do Comércio já contava com 172 alunos.

1937 I Foi fundada como Associação Comercial de Goiânia (ACG), mas poucos anos depois se torna Associação Comercial do Estado de Goiás (Aceg), a primeira entidade a representar o empresário de todo Estado.

1952 I Empresários da Acieg criticam a falta de estrutura de transportes: escassez de estradas e lentidão da ferrovia. Gargalo provoca desabastecimento constante de material de construção e alimentos na capital.

1939 I Migração forte recebida por Goiás nas décadas anteriores, chega a Goiânia. Instalam-se, na capital, centenas de famílias, principalmente, árabes, italianos e portugueses. A maioria abre loja no comércio.

1952 I Presidente da Acieg, Jaime Câmara, envia telegrama ao presidente Getúlio Vargas avisando que o arroz goiano não seria mais exportado porque mercado estava desabastecido. Acieg fazendo pressão por melhorias e criticando gestão centralizadora sobre produção dos Estados.

1945 I Empresários fazem campanha para construção de sede própria para a Acieg. Jornal O Popular na época ajudou a arrecadar recursos. 1945 I Filiados adiantavam 20 mensalidades para formar capital para investir na sede. 1946 I A Revista Goiana de Economia é criada pela Acieg. Participa do projeto o Sindicato do Comércio Varejista e, posteriormente, a Fecomércio. Circulou por 13 anos, com 36 edições. 1946 I Hegezipo Meirelles, diretor da Acieg, morava em um sobrado em frente à Escola do Comércio da Acieg. Hegezipo foi interventor federal no Estado por 15 dias – de 5 a 19 de dezembro de 1946. 1949 I A fundação João Daut’d Oliveira é criada pela Acieg, que geria a parte educacional da entidade, focado em mão de obra e qualificação. 1949 I Acieg funda Escola do Comércio, que depois viria a se chamar Escola Técnica do Comércio de Campinas. 1949 I Inovador para a época, Acieg cria o 4º curso de Economia do País – existente antes apenas em dois Estados. Para atender demanda dos comerciantes, cria também curso superior em contabilidade. É um marco na educação su-

1953 I Referência para outros Estados, projeto da Escola do Comércio é copiado em outros Estados. Filhos de comerciantes pagavam taxas subsidiadas. 1953 I Instituição de ensino da Acieg forma futuros desembargadores, empresários, secretários de Estado e políticos goianos e atrai jovens do interior para estudar na capital 1954 I Associação Comercial avisa o governo estadual que não realizava reuniões há quatro semanas. Motivo: falta de eletricidade na capital. 1954 I Acieg pressiona Texaco, Shell e Atlantic para minimizar falta de combustíveis. Empresas prometeram solução urgente. 1954 I Diretor da Receita de Goiás, hoje Sefaz, vai à Acieg para explicar imposto sobre vendas e consignação entre Goiás e São Paulo. Acieg criticou medida e aproveita para reclamar de taxa extra da Estrada de Ferro Goiás. Ambas oneravam produtos. 1955 I Acieg compra máquina de escrever elétrica – caríssima na época. 1956 I Associação Comercial promove debate para resolver problemas de infraestrutura. Reclamação da entidade é que

24 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 25

Goiás vive isolado da economia nacional.

1985 I Estimulou a criação de distritos industriais.

1956 I Acieg e Fecomércio cobram simplificação do sistema tributário e menos burocracia.

1987 I Criada na entidade a Comissão Acieg na Constituinte, para acompanhar debate no Congresso. Reuniões ocorrem semanalmente, inclusive, na capital federal.

1956 I Banco do Brasil é criticado pela Acieg por não oferecer política de crédito para indústria goiana. 1957 I Produtos que saíam de São Paulo para chegar em Goiás demoravam até 3 meses. Um dos motivos era a troca de trens em Minas Gerais. Definiam-se as prioridades e os outros produtos ficavam esperando. 1958 I Governo Mauro Borges transfere sede da Estrada de Ferro Goiás de Araguari (MG) para Goiânia. Reduz parcialmente o problema de atrasos dos produtos.

1990 I Acieg cobra implantação do imposto único. 1990 I Liquidação da Caixego e extinção do Banco de Desenvolvimento de Goiás são alvos de críticas da Acieg, que prevê falta de recursos para financiar crescimento da economia. 1993 I Criação da primeira turma Jovens Empreendedores. 1998 I Criação do incentivo fiscal-financeiro Produzir foi apoiada pela Acieg.

1959 I A Acieg cede cursos superiores de Ciências Econômicas e Contábeis à Universidade Católica de Goiás (UCG), hoje PUC-GO.

1996 I Inaugurada 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem, juizado especial inédito no País.

1959 I Deputado Mauro Borges, futuro governador, intervém junto à Presidência da República para manter subvenções para Escola Técnica do Comércio da Acieg.

2001 I Criada a Agência de Negócios Acieg.

1960 I Centenas de profissionais são formados na Escola do Comércio da Acieg. Surge a expressão: “Técnicos do comércio”. 1960 I Construção de Brasília anima empresas goianas, ao mesmo tempo que amplia problema de desabastecimento de produtos básicos

1998 I Reformulação do Código Tributário. 2002 I Agora o nome da entidade ganha a palavra Serviços, também a pedido do setor, que cobrava a defesa da Acieg. 2002 I Pesquisa da entidade aponta que 83,1% dos empresários querem a redução do ICMS e 94,2% cobram redução da carga tributária. 2004 I Acieg lança edição comemorativa da Revista Goiana de Economia, criada há 59 anos.

1960 I Na liderança da campanha contra transferência da Cachoeira Dourada para Brasília, Acieg promove protestos inclusive da sacada de sua sede, na Avenida Goiás. Nova capital federal, Brasília, perde a disputa contra goianos.

2004 I Pelas mãos da Acieg, chega em Goiás o Feirão do Imposto. Depois, realizado uma centena de vezes.

1968 I O isolamento econômico do Estado incomoda a Acieg, que sugere e cobra implantação da Sudeco.

2007 I Acieg entra na luta pela MP do Bem, indo a Brasília, e manifestado contra continuação da cobrança da CPMF. No fim, tributo caiu.

1969 I Acieg estimula a criação da Facieg, que abriga em sua sede, e lança campanha para abertura de outras associações comerciais no Estado.

2005 I Acieg cria o jornal Acieg Hoje, veículo que daria origem à revista Gestão.

2010 I A revista Gestão começa a circular entre associados e é vendida em bancas e revistarias de todo Estado.

1970 I Acieg funda o jornal Tribuna do Comércio, com circulação mensal e 5 mil exemplares.

2011 I Pela 1ª vez, uma mulher, a empresária Helenir Queiroz, é eleita presidente da Acieg.

1971 I O jornal Tribuna do Comércio, com notícias da Acieg e do setor produtivo, circula semanalmente.

2011 I Na Justiça, Acieg derruba guerra fiscal praticada pela Sefaz-DF contra empresas goianas e inicia luta contra a Substituição Tributária.

1971 I O nome da entidade ganha a palavra industrial, a pedido do setor, que cobrava a defesa da Acieg. Mudança, no estatuto, ocorreu em novembro. 1978 I Acieg entra na briga para Goiás conseguir a instalação da fábrica da Souza Cruz. Perde para Uberlândia. 1979 I Nova sede da Acieg, agora no Setor Oeste. 1981 I Associação Comercial entra com ação na Justiça contra o governo federal, pedindo inconstitucionalidade de taxas cobradas de empresas. Ação ampliou número de filiados. 1984 I Acieg apoia a criação do Fomentar.

2011 I Código de Defesa do Contribuinte, um dos projetos da 42ª Diretoria, é apresentado na Assembleia, com apoio da OAB e do deputado Fábio Sousa. 2012 I Sede da Acieg é reformada e instala Central do Empresário, a ser inaugurada ainda em maio. Espaço oferece agilidade, comodidade e desburocratização para empresas. 2012 I Acieg comemora 75 anos com homenagem a líderes empresariais nascidos antes da fundação da entidade e show com o cantor Zeca Pagodinho.

4 GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 25


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 26

MEMÓRIA ◄► Acieg Associação Comercial prevaleceu desde seu primeiro dia: “opinou a maioria pela eleição.” No dia 1º de fevereiro de 1937, realizou-se a cerimônia de posse da Diretoria e, no dia 6, do Conselho Consultivo. Desde então, foi uma década se reunindo nas lojas e casas de diretores e filiados. Sem sede, a entidade ampliava seu poder de articulação política e fortalecia ainda o caixa para ter seu prédio próprio. Nas décadas de 30 e 40, a Acieg se envolveu em debates pedindo a melhoria na infraestrutura da nova capital, que tinha ineficiente sistema energético e água, falta de rodovias e de asfalto (mais para eliminar a poeira do que pelos carros, pois eram poucos veículos) e desabastecimento de material de construção e alimentos. No fim da década de 40, a Acieg constrói sua primeira sede, na Avenida Goiás – principal centro empresarial do Estado. Prédio alto, impositivo, em art deco. No mesmo prédio, vieram a funcionar, no seu primeiro momento, entidades fundadas dentro da Acieg, com apoio e diretores da entidade, como Federação das Indústrias (Fieg), Federação do Comércio (Fecomércio) e CDL, entre tantas outras. No mesmo período, a Acieg inaugura a Fundação João Daud’t de Oliveira, responsável dentro da entidade pela formação e qualificação de mão de obra, com a criação da Escola do Comércio - que depois viria a se chamar Escola Técnica do Comércio de Campinas - e as faculdades de Economia e Contabilidade, doadas para a Universidade Católica no fim dos anos 50. Confira nas páginas anteriores algumas das ações realizadas pelas diretorias da entidade.

O presente e o futuro da Acieg

As obras para a construção da Central do Empresário já estão em andamento na sede da Acieg. A agência será equipada para atender especificamente empresários. O objetivo dessa unidade será concentrar, em um mesmo local, serviços da Acieg, Agência de Fomento, Junta Comercial, Sebrae Goiás, e de outros órgãos que facilitem processos de pessoas jurídicas. Entre os serviços que serão oferecidos, está o Projeto Edificação Segura do Corpo de Bombeiros. O objetivo dessa iniciativa é desburo-

cratizar o processo de vistoria das empresas com menos de 150 m² de construção, e que não utilizem materiais de alto risco. Entre outras ações da entidade nos últimos meses está a ativa defesa da pequena e média empresa, que está sendo prejudicada com a adoção da Substituição Tributária, que eleva em dez vezes a carga tributária. “Já apresentamos ao governador nossa discordância e temos certeza que ele será sensível aos interesses do setor produtivo”, diz a presidente da Acieg, Helenir Queiroz.

Presidentes da Acieg, de 1937 a 2012 Licardino de Oliveira Ney Agnelo Arlington Fleury Manoel de Carvalho Ismerino Soares de Carvalho Raul Alvarenga Freire Joaquim Câmara Filho Jaime Câmara Santino Lyra Pedrosa José Amaral Correia Orlando da Rocha Tavares José do Espírito Santo Henrique Coe Randall do Espírito Santo José Aquino Porto Júlio Alencastro Veiga Filho Romeu Neiva Joaquim Mota Júnior Alcides Romão Elias Bufáiçal Wilton Honorato

Ney de Castro Getúlio Varanda Wilton Pinheiro Antônio Augusto Coutinho Mário Roriz Heno Jácomo Perillo Eudoro Pedrosa Agenor Machado Neto Joaquim Rosa Filho José Cunha Júnior Waldomiro Dall´Agnol Cyro Miranda Gifford Júnior Paulo Roberto de Mello Iris Andrade Erivan Bueno José Alves Quinta Malkon Merzian David Coutinho Pedro Bittar Helenir Queiroz

26 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 27


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 28

CONSUMO◄► Luxo

Vai uma gelada estrangeira? CERVEJAS IMPORTADAS GANHAM ESPAçO NO VAREJO DE GOIâNIA E EM CASAS ESPECIALIZADAS ANA HELENA BORGES

O

requinte das cervejas com rótulos de outros países entraram no cenário por meio de locais especializados para apreciação e agora conquistam as prateleiras dos supermercados. A importação de cervejas passou de 22,1 milhões em 2010 para 44,4 milhões em 2011, e alcançou 6% do consumo de bebidas no Brasil. As cervejas importadas são catego-

rizadas como cervejas especiais (juntamente com as artesanais) por possuírem características de produção diferentes das produzidas no Brasil. As bebidas estrangeiras geralmente seguem tradições milenares. São mais concentradas, e possuem cor e aroma peculiares, por não conterem substâncias químicas como conservantes e aromatizantes. Algumas têm o trigo como matéria-prima única ou complementar à cevada. O crescimento das importações e de consumidores ávidos por produtos com maior requinte fez com que surgissem novos tipos de empreendimentos no segmento de bares: os pubs especializados em cervejas vindas de outros países. O eixo Rio-São Paulo foi o primeiro a receber esses locais. Em Goiânia, o mercado ainda é recente, mas já apresenta notória ascensão. O pri-

28 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

meiro pub a investir em rótulos internacionais foi o Bolshoi Pub há oito anos. Segundo o proprietário do local, Rodrigo Carvalho, mesmo com o pouco tempo de mercado, a bebida importada entrou para o gosto dos goianos que procuram novos sabores. “Hoje possuímos mais de 30 rótulos disponíveis para os clientes, e mesmo que a casa não seja especializada, oferecendo somente esse produto, o consumo é grande e tem ganhado muitos adeptos”. A crescente do consumo na capital de Goiás


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 29

é confirmada pelo empresário Paulo Zorzetti, que abriu o primeiro pub em Goiânia a oferecer somente o produto, o Belgian Dash. Paulo Zorzetti afirma que as vendas triplicaram de 2006, quando abriu o pub, para 2011. A casa dispõe hoje de 140 rótulos e surgiu após uma visita a estabelecimentos similares em São Paulo. “A ideia nasceu quando conheci em São Paulo, no início de 2005, um bar especializado em cervejas e chopes importados. Fui ao Rio de Janeiro e descobri o primeiro importador de cervejas belgas no Brasil, seu bar foi minha maior inspiração, tanto com relação aos produtos quanto à decoração da loja.” Com o aumento do consumo, a bebida começou a aparecer nas prateleiras dos supermercados, e algumas marcas, como a holandesa Heineken, iniciaram a exploração do método de fabricação em larga escala própria da produção nacional. O assistente de tecnologia, Alexandre Inácio Carneiro, é um dos adeptos da marca que, segundo ele, é mais saborosa do que as nacionais por ser mais forte. Para ele, o principal limitador do consumo é o alto custo. “Geralmente eu faço a opção pela importada quando vou beber sozinho e

em pouca quantidade. Se for para fazer uma festa ou reunião com muitas pessoas eu compro as nacionais”. O irmão de Alexandre, Leonardo Carneiro yh,lgjlglkgl também aderiu às bebidas. E, hoje é frequentador do Belgian Dash. Para Leonardo, a possibilidade de experimentar bebidas dos mais diferentes locais é um dos maiores atrativos. “O sabor muda de acordo com cada lugar, mas sempre traz sensações indescritíveis”. A diferença entre as bebidas nacionais e estrangeiras também

é sentida de quem vem de outros países para o Brasil. A assistente de odontologia Leide Sany Gomes é brasileira, mas mora na Alemanha há nove anos e experimentou as cervejas nacionais pela primeira vez no ano passado. Quando questionada sobre a sensação, ela não hesita em dizer: “Um susto, a bebida alemã é muito mais forte. A daqui é bem mais leve”. A diferença também foi sentida na forma de beber. A assistente de odontologia conta que os alemães a degustam como um ritual quase diário sem que haja a exigência de que ela esteja gelada. Paulo Zorzetti (Bolshoi Pub) descreve seus clientes como “de

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 29

bom poder aquisitivo e dispostos a experimentar novos sabores e experiências sensoriais com as cervejas.” Para ele, são pessoas que entendem que a diferença de preço das cervejas especiais para as comuns é plenamente justificada. “São pessoas bem informadas, acima de tudo.” Rodrigo pontua a forma de beber como uma das grandes marcas dos degustadores. “São consumidores diferenciados, não bebem muito, no máximo três garrafas. O importante para eles é a degustação, mas não há uma faixa etária específica.” A classe B é a mais adepta ao consumo das cervejas especiais. Porém, com o aumento do poder aquisitivo a classe média começou a buscar por produtos mais sofisticados. Com os novos consumidores em potencial algumas, marcas estrangeiras têm buscado estratégias para atingir esse público, tanto na estruturação da produção em escala no País, quanto na aquisição de marcas nacionais.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 30

JUSTIÇA◄► Nova cultura

Recuperação judicial: luz no fim do túnel EMPREENDIMENTOS EM CRISE BUSCAM RECUPERAçãO JUDICIAL E EVITAM FALêNCIA

As organizações buscam ajuda quando a situação foi além das suas possibilidades”

MAYARA OLIVEIRA

mpresas que estão à beira do precipício, afogadas em dívidas trabalhistas e tributárias com credores, podem se reerguer novamente ou a falência é a única opção? Quem responde esse questionamento é o consultor de negócios, Wellington Romanhol. Para ele, o grande problema da maioria das empresas é que elas deixam para solicitar recuperação judicial, quando já não existe mais capital de giro e, por isso, a possibilidade de falência é muito maior. “As organizações buscam ajuda quando a situação já foi além de suas possibilidades. Um fator para que o pedido de recuperação judicial não seja atendido é a falta de capital para continuar investindo”, explica Romanhol. Ele ressalta que se o plano apresentado for bem estruturado, dificilmente o juiz não

E

Wellington Romanhol Consultor

4

30 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 31

O PASSO A PASSO Confira um resumo do processo de recuperação judicial 1. FASE PRELIMINAR > A empresa, em crise, apresenta uma petição inicial com pedido de recuperação judicial. São exigidos documentos e demonstrativos fiscais, contábeis, de registro e judiciais; > Nesta fase também, a empresa deve apresentar as causas concretas da crise da empresa e situação patrimonial devedora. Relação nominal e integral dos credores, empregado, obrigações salariais e trabalhistas, indenização e débitos respectivos discriminados; > Relação dos bens particulares dos sócios e administradores do devedor; > Extratos bancários atualizados e todas as aplicações financeiras da empresa; > Certidões dos cartórios de protestos e ações em que figure com parte, com estimativa de valores a pagar; PEDIDO DE PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL Baseando-se nos documentos e sua validação, o juiz deferirá pela produção de um Plano de Recuperação Judicial – que deve ser apresentado em até 180 dias. Para isso, exige: > Nomeação de um administrador judicial (que, apesar do nome, tem a função de um fiscal do juiz no processo e não de gestor); > Dispensa da apresentação de certidões negativas para a empresa exercer suas atividades – exceto para contratos com governos e incentivos fiscais ou creditícios; > Suspende-se todas ações ou execuções contra a empresa por, pelo menos, por 180 dias; > Exige ao devedor apresentar relatórios mensais enquanto tiver em recuperação judicial; Mas se a recuperação judicial não for aprovada após em 180 dias, as ações e execuções contra o devedor voltam a se processar. Se aprovada, todas informações, como dívida e credores, serão publicada em edital. 2. FASE INSTRUTIVA > Após publicação do edital, os credores terão o prazo de 15 dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. > Após a apresentação dos pedidos de habilitação, o administrador judicial deverá, no prazo de 45 dias, apresentar a relação dos credores devidamente habilitados. Apresentação do Plano de Recuperação Judicial > O devedor deverá apresentar, em juízo, no prazo improrrogável de 60 dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, seu plano de recuperação judicial, que deverá conter: – Discriminação dos meios de recuperação a ser empregados;

– Demonstração de sua viabilidade econômica; – Laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 3. FASE DO CONTRADITÓRIO Objeções ao Plano Em 30 dias, contados da publicação da relação de credores ou da apresentação do plano, qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial. Se não for apresentada nenhuma objeção, o devedor deverá juntar certidões fiscais e o juiz deverá decidir sobre a recuperação. Convocação da Assembleia-Geral de Credores Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano, no prazo máximo de 150 dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial. PONTO CRUCIAL Se o plano de recuperação for rejeitado pela assembleia de credores, o juiz decretará a falência do devedor. Se o plano for aceito pela assembleia, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários e o juiz concederá a recuperação judicial. FASE DA RECUPERAÇÃO Cumprimento das Obrigações: O devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 anos depois da concessão da recuperação judicial. Durante esse período, se o devedor descumprir qualquer obrigação prevista no plano, acarretará a convolação da recuperação em falência. Encerramento da Recuperação Judicial Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto na Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará: A – O pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial; B – A apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; C – Apresentação de relatório do administrador judicial, no prazo máximo de 15 dias, sobre a execução do plano de recuperação pelo devedor; D – Dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial; E – A comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis.

4


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 32

JUSTIÇA◄► Nova cultura

Carlos Magno aponta que 80% das recuperações judiciais reerguem as empresas

atenderá ao pedido. “O primeiro ponto é mostrar quais motivos levaram a empresa a entrar nesse processo e quais são as medidas que serão adotadas para reverter a situação”, esclarece. O consultor ainda afirma que se a documentação estiver completa e os critérios previstos no artigo de nº 50 da Lei de 11.101 de 2005 forem atendidos, o pedido de recuperação judicial terá mais credibilidade. Isso porque quem aprova se a empresa poderá tentar se reestabelecer ou decretar falência é a assembleia composta por credores da empresa. Durante o período de recuperação, a empresa tem seus débitos parcelados para poder se reestruturar e buscar crédito para compra de matéria-prima, de forma que continue produzindo. O advogado especializado na área, Fabiano Rodrigues, destaca que o plano de re-

cuperação é a última chance para o empresário. “Falência não é boa para ninguém. Perde o governo em arrecadação, a sociedade em empregos, os credores deixam de receber e a empresa deixa de gerar riqueza. Por isso, o plano dá fôlego a mais para o empresário”, pontuou Fabiano. SUPORTE

Para o advogado, todos precisam ceder para que o plano de recuperação seja eficaz. Além disso, ele destaca que é importante as empresas se prevenirem e contratarem economistas e advogados para tentar solucionar seus problemas, antes que a situação acabe levando à recuperação judicial. “Às vezes, o empresário cresce demais, não tem gerência para administrar e não enxerga para onde vai o dinheiro”, explicou. 32 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

A Lei de Recuperação Judicial foi criada em 2005, em substituição a lei de concordata. Segundo o juizauxiliar da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Carlos Magno, o ponto principal que difere uma lei da outra é porque a concordata oferecia apenas o prazo para a empresa efetuar o pagamento sem dar suporte para que a mesma saísse da crise. Por isso, a maioria das empresas não conseguia se recuperar. “A nova legislação mudou o foco. Ela busca salvar a empresa e tira a responsabilidade de aprovar o plano de recuperação judicial das mãos do juiz e passa para a assembleia de credores”, destacou o magistrado. Ele elucida que salvando a empresa, a sociedade, o governo e o setor empresarial são beneficiados. Também destaca que 80% das empresas que entraram com pedido de recuperação judicial nos últimos anos em Goiás, conseguiram se reerguer. Para Carlos Magno, ainda existe muito preconceito em relação à recuperação judicial. Ele alega que poucos empresários se dispõem a oferecer crédito para as empresas que estão passando por esse processo. Além disso, os próprios bancos fecham as portas para esses empreendimentos. O juiz lembra que nos Estados Unidos há maior apoio às empresas que estão entrando em processo de falência. “Uma empresa deve ser salva, sim. O preconceito deve ser ultrapassado, porque quando a recuperação judicial é garantida, não apenas o empresário é privilegiado, mas dá-se crédito para estabelecimento que gera trabalho e mantém a paz econômica. Por isso, é necessário ter o comprometimento de todos, principalmente dos empresários capazes de injetar crédito nessas empresas, para que elas consigam produzir e se recuperar”, concluiu Carlos Magno.

(0

WW

NOV DIS


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 33

Única picape média flex do mercado 163 cavalos de potência Motor com resposta super rápida

Faça revisão regularNFOUF (0*§/*" r "7 5 / 4&503 #6&/0 r WWW.SAGANET.COM.BR NOVA HILUX FLEX (ETANOL/GASOLINA), MODELO 2012, MOTOR 2.7K FLEX SR CABINE DUPLA 4X2 AUTOMÁTICA, 163 CV NO ÁLCOOL. VALOR À VISTA A PARTIR DE R$ 88.730,00 (OITENTA E OITO MIL SETECENTOS E TRINTA REAIS). DISPONÍVEL NAS CORES: PRETO ECLIPSE E SAFIRA, CINZA CHUMBO METÁLICO E PRATA OU ENQUANTO DURAR O ESTOQUE. FOTO MERAMENTE ILUSTRATIVA.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 34

COMUNICAÇÃO ◄► Canal

Rede de notícias empresariais METRÓPOLE, QUE TEM APOIO DA ACIEG, TRAZ GRADE VOLTADA AO EMPRESáRIOS ANA MANUELA ARANTES

mpresários de diferentes segmentos acompanharam, no dia 2 de março, lançamento da Rede Metrópole de Comunicação, que tem organização da Associação de Empresas Pró-Desenvolvimento Econômico (Caede) e direção do empresário Debret Bucar. Em cerimônia na sede da Acieg, foram apresentadas a TV Metrópole News, acessada pelo canal 13 da TV por assinatura NET, e a rádio Metrópole FM, que terá programação veiculada, por meio da internet, em rede de mais de 20 rádios no Estado de Goiás. Programas de jornalismo, com destaque para o setor empresarial, e de entretenimento vão compor a grade de horários dos veículos de comunicação. A Acieg, que apoia a Rede Metrópole, terá programas veiculados na TV e rádio. A produção já foi iniciada e a veiculação está prevista para o segundo semestre de 2012. A presidente da Acieg, Helenir

E

Queiroz, aposta na valorização de veículos de comunicação que se dediquem ao mundo empresarial. Debret Bucar durante a inauguração da Para ela, entrevistas com Rede Metrópole, que ocorreu na Acieg empresários e reportagens que destaquem prioridades para cresci- por assinatura revelam oportunimento do setor produtivo são ma- dade para investimento. “Mesmo teriais ricos que mostram a rele- com bons números que o setor já vância do setor empresarial na so- apresenta, é possível perceber que ciedade. “Por isso o apoio da Acieg ainda há muito o que explorar. A à Rede de Comunicação Metró- chegada da TV digital, que permite pole. A iniciativa é bem-vinda por mais interação com o telespectador, ser mais uma forma de dar voz ao é prova disso”, afirma. O fato dos programas da TV feempresário.” chada serem, em sua grande maioPesquisas da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), ria, direcionados para públicos espedivulgadas em 2011, apontam que cíficos, também é diferencial de mero setor de TV por assinatura brasi- cado notado por Debret Bucar. Seleiro é o maior mercado da Amé- gundo ele, mais de 90% da popularica Latina. O crescimento, em mé- ção dos EUA dão preferência para dia, é de 19% ao ano e, em 2011, re- programas de TV por assinatura por gistrou número de 12,7 milhões de esse motivo. “A tendência é que o assinantes, de acordo com relatório mesmo aconteça no Brasil. Empreda Agência Nacional de Telecomu- sários, por exemplo, gostam de acompanhar programas específicos nicações (Anatel). Para o empresário Debret Bucar, para sua área de atuação e assim que está à frente da Rede Metrópole acontece com outros segmentos. Daí de Comunicação, os dados sobre TV a aposta de investimento”, acredita. 34 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 35

“As únicas grandes companhias que conseguirão ter êxito são aquelas que considerarem os seus produtos obsoletos antes que os outros o façam.” BILL GATES

tecnologia & negócios

Tecnologia, evolução e competividade empresarial Durante muito tempo a Tecnologia da Informação foi apenas um suporte administrativo aos departamentos das empresas, era apenas um centro de custos e, na maioria dos casos a sua contribuição para o desenvolvimento da empresa era indireta. Comparando com cenário atual, imagine os caixas de um supermercado sem um software de automação ou um banco sem uma solução de tecnologia para gerenciar o acesso às contas e todas as suas transações financeiras. Em um curto espaço de tempo a mudança foi radical, de centro de custos para elemento principal no objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade. Hoje, informação é palavra chave nas empresas e deve estar disponível e formatada de acordo com as necessidades dos interessados, além disso, com o dinamismo das empresas e dos mercados, cada vez mais os gestores dependem de decisões rápidas, controles precisos e processos que sejam disparados automaticamente sem a intervenção humana, caso contrário não será possível competir com concorrentes de países como China e Índia que possuem baixo custo de produção. Atualmente, quase todos os processos empresariais estão apoiados em soluções de tecnologia da informação e o índice de automação nas empresas deve aumentar significativamente nos próximos anos, isso se deve principalmente a dois fatores: 1. A rápida evolução tecnológica: O ciclo de lançamento de novas tecnologias é cada vez mais curto e a todo momento são lançados novos serviços e equipamentos que permitem

produzir com mais agilidade e menor custo; 2. A competitividade global: Com a evolução dos meios de comunicação as empresas se conectam a fornecedores e clientes no mundo inteiro, assim, os empregos e a produção podem mudar rapidamente de um local para outro, da mesma forma que o mercado consumidor passa a não ter mais fronteiras geográficas. É importante ressaltar que a Tecnologia da informação não é mais algo voltado apenas para a redução de custos. Atualmente compõe os níveis mais altos da administração empresarial, passou a ser vista como uma diretoria dentro da organização e faz parte da estratégia de crescimento de qualquer negócio. Por incrível que pareça, é comum encontrar quem ainda acredite que TI é algo caro e complexo, contudo o conceito correto é o custo da oportunidade, ou seja, quanto custa não tê-la? Quantas pessoas seriam necessárias para gerar manualmente os mesmos resultados? Investir em tecnologia da informação é fundamental para o desenvolvimento de uma empresa ágil, competitiva, capaz de vender para diferentes regiões, produzir com eficiência, entregar no prazo combinado e, principalmente, gerenciar seus clientes, custos, receitas e resultados financeiros. Contudo, antes de investir é importante garantir que o investimento esteja alinhado com os objetivos estratégicos da empresa, caso contrário o resultado pode ser apenas a adoção de uma tecnologia cara e que não vai gerar o resultado esperado.

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 35

Leandro Pereira Martins é graduado em Ciência da Computação com pós-graduação em Tecnologia da Informação e MBA em Gerenciamento de Projetos. Atualmente é sócio diretor da Meta Tecnologia e presidente da Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec)


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 36

JUSTIÇA ◄► Simples

Conciliar é mais rápido e barato GOIáS É O 2º ESTADO QUE MAIS REALIZA AUDIêNCIAS DE CONCILIAçãO NO PAÍS, SEGUNDO O CNJ. CORTE DE CONCILIAçãO DA ACIEG É PIONEIRA ANA HELENA BORGES

egundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Goiás é o 2º Estado que mais realiza audiências conciliatórias no Brasil, com 32 mil audiências feitas somente em 2010. O Estado é também o 2º a efetuar maior número de acordos, com mais de 18 mil conciliações realizadas no mesmo período, ficando atrás apenas da Bahia. Os números atingidos pela conciliação são surpreendentes quando comparados aos resultados alcançados pelos processos judiciais de trâmite normal em todo país. Enquanto, um processo na justiça comum demora em média quatro anos, uma ação de conciliação é resolvida com

S

prazo máximo de 60 dias. E, as custas judiciais na conciliação são em regra um terço menor do que na justiça convencional. Mas, essa diferença de valores pode ser ainda maior, pois, segundo o conciliador árbitro e coordenador da Corte da Acieg, Newton Batista Xavier, em caso de grandes ações, as conciliações chegam a ter um valor final 20 vezes menor do que a justiça convencional. O CNJ aponta que as audiências de conciliação, além de mais rápidas e terem menos custo, garantem que as duas partes saiam, de alguma forma, atendidas, sendo que 60% dos envolvidos em litígios que foram resolvidos pela conciliação/arbitragem consideram o resultado satisfatório. É o que salienta o conciliador árbitro da Acieg

ao afirmar que “o maior benefício para as empresas não reside somente na celeridade ou nas custas, mas na possibilidade de restabelecer seu cliente já que o resultado será vantajoso para ambos.” O advogado e administrador dos camelódromos do Setor Campinas, em Goiânia, Leonardo Guerreiro do Vale, considera esse um dos principais motivos para indicar o uso da Corte de Conciliação em cláusula contratual. Ele afirma que, graças ao trabalho da conciliação e arbitragem, os problemas com inquilinos foram resolvidos e todos continuaram a ser seus clientes. “Se fosse resolvido na justiça convencional, é bem provável que eles deixassem o Camelódromo. Com o resultado das conciliações todos ainda perma-

ENTENDA MAIS Como funciona a Corte de Conciliação? Uma das partes envolvidas em um conflito procura a 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem iniciando o processo A audiência, com a participação das duas partes e mediada pelo conciliador, é realizada em até 15 dias. Nesta são apresentados os problemas e o conciliador busca junto com as partes possíveis soluções. Em

87% dos casos, a audiência termina em acordo com a assinatura do termo de conciliação. Nos casos em que não ocorre conciliação já na primeira audiência, é marcada a audiência de instrução com a assinatura do termo de compromisso arbitral. A audiência arbitral é realizada em até 30 dias após a assinatura do compromisso ar-

bitral. As partes escolhem o árbitro para apresentação das provas e testemunhas para esclarecimento dos fatos. O árbitro possui o prazo de 30 dias para avaliação do caso e emitir a sentença arbitral. A sentença é irrecorrível. Média de protocolos por mês na 1ª Corte – 100 processos.

36 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 37

A CONCILIAÇÃO O que é conciliação e arbitragem? É um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa, sob a figura do conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo. A conciliação é a forma preferida de resolução de conflitos no nosso sistema processual, porque ela é mais rápida, barata, eficaz e pacífica. Por meio dela não há risco de injustiça, na medida em que são as próprias partes que, mediadas e auxiliadas pelo juiz/conciliador, encontram a solução para o conflito de interesses. Nela não há perdedor. Já a arbitragem é um método alternativo de resolução de controvérsia, por livre e espontânea vontade das partes, transferindo para terceiros, os árbitros, a solução do litígio.

Quem é o conciliador? O conciliador é uma pessoa da sociedade que atua, de forma voluntária e após treinamento específico, como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo, à aproximação de interesses e à harmonização das relações.

Quem é o árbitro? Pessoa da sociedade civil equiparado ao funcionário público, para os efeitos da legislação penal, com competência para agir nos litígios de forma imparcial, independente, competente, diligente e discreta. A sentença proferida pelo árbitro produz os mesmos efeitos da sentença judicial, não estando sujeita a recurso ou homologação pelo Poder Judiciário, o que garante a celeridade da arbitragem.

Quando a conciliação e arbitragem são indicadas? Segundo o CNJ só não podem realizar audiências de conciliação e arbitragem partes envolvidas em crimes, sendo indicadas especialmente para a resolução de problemas envolvendo dinheiro e prestação de serviços. Por considerar que as audiências de conciliação são a forma mais rápida, menos custosa de resolver processos judiciais, e diminuir os conflitos entre as partes, o CNJ indica às micro, pequenas e médias empresas sua

neceram aqui”, garante. Por ser alternativa considerada nova do judiciário brasileiro para diminuir a morosidade da justiça, poucas empresas adotam a conciliação como método de resolução dos problemas. O advogado Adriano Curado começou a utilizar a Corte da Acieg há

utilização como primeira alternativa.

1ª CORTE DE CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM DE GOIÁS A Corte de Conciliação e Arbitragem da Acieg foi a primeira fundada no Estado e recebeu em 2005 o Prêmio Nacional de Acesso à Justiça do Sebrae, como Casos de Sucesso. Atende às questões que envolva direito patrimonial e é acessível a todos. Atualmente, recebe mais de 1.500 processos por ano. As audiências são marcadas no prazo máximo de 20 dias após o protocolo da ação e aproximadamente 90% dos casos são resolvidos logo na primeira audiência. Nos casos remanescentes uma nova audiência é marcada para realização com no máximo 30 dias. O árbitro escolhido pelas partes recebe as provas e testemunhas e a sentença é dada com 30 dias. A decisão do árbitro é irrecorrível.

SERVIÇO 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem Endereço: Acieg, 1º andar (Rua 14, 50 - Setor Oeste - Goiânia – GO) Horário de Atendimento: 9h às 12h e 13h30 às 18h Telefone: (62) 3237-2627

três anos após ver resultados de processo resolvido pela conciliação. Adriano Curado diz que alguns clientes ainda resistem ao uso da Corte, como ele fazia há alguns anos. “Porém, isso ocorre somente na primeira vez. Após o acordo, preferem que todos os problemas sejam resol-

vidos por meio da conciliação.” Já o advogado Fabiano Rodrigues da Costa utiliza a Corte há mais de 14 anos e indica a todos que conhece. “Para colegas de trabalhos, clientes, empresas e para todos que conheço garanto a conciliação com certeza da eficácia ”, ressalta o advogado.

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012| 37


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 38

cenário econômico PONTO ELETRÔNICO Começou a vigorar a obrigatoriedade do novo sistema de registro de ponto eletrônico (SRPE) após uma série de adiamentos. Com a portaria do Ministério do Trabalho, todas as empresas que possuem mais de dez empregados terão que instalar o sistema. Aproximadamente 400 mil empresas do País de vários setores terão de adotar os equipamentos que permitem a impressão de comprovantes de entrada, saída e intervalos no trabalho. A implementação será feita em três etapas: As empresas do varejo, indústria e setor de serviços (financeiro, de transportes, de construção, de comunicações, de energia, de saúde e de educação) já têm de utilizar o SRPE. Para as empresas que

“Sucesso é 99% fracasso.” SOICHIRO HONDA

exploram atividade agroeconômica o prazo para instalação é até 1º de junho. Já as micro e pequenas empresas terão até o dia 3 de setembro para se adequar.

INCENTIVOS FISCAIS O governo estadual suspendeu o benefício tributário do Produzir-Fomentar, por meio da portaria 064 de 30 de março de 2012, da Sefaz-GO de 45 empresas instaladas em Goiás, entre elas as usinas Anicuns, Centroalcool, Cremmy, Goiás Refrigerantes, Pastifício Araguaia e Prometálica. Na prática, representa aproximadamente 10% das empresas beneficiadas pelos programas de incentivos do Estado. A suspensão dos Tares (Termos de Acordo de Regime Especial) das empresas se

deu por estas não terem apresentado a Certidão Negativa de Débito (CDN) Previdenciária.

PIB TRIMESTRAL Pela primeira vez, a Segplan divulgou o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral de Goiás, com metodologia própria a qual vem sendo ajustada à do PIB regional. Segundo o cálculo da Segplan, no quarto trimestre de 2011 o indicador estimado do PIB trimestral de Goiás cresceu 2,5%, em comparação ao mesmo trimestre de 2010. No período, a indústria registrou o melhor desempenho (4,9%), vindo em seguida a agropecuária (4,1%) e serviços (2,0%). Outro destaque ficou com a construção civil (2,6%).

Impostômetro Impostômetro já alcançou R$ 500 bilhões de impostos pagos pelos brasileiros até última semana de abril. O Impostômetro, ferramenta utilizada para contabilizar os tributos arrecadados no País, está disponível para consulta instantânea no site da Acieg. Com o valor, a média mensal de impostos pagos pelo brasileiro é R$ 1,2 bilhão, somente em 2012. Veja o que é possível fazer com o valor arrecadado até hoje: • Pagar mais de 643 milhões de salários mínimos • Comprar mais de 14 milhões de carros populares • Comprar mais de 333 milhões de notebooks • Comprar mais de 363 milhões de geladeiras simples. • Construir mais de 11 milhões de casas populares de 40 metros quadrados • Construir mais de 28,9 milhões de salas de aula equipadas • Construir mais de 1,3 milhão postos de saúde equipados ou mais de 8,3 milhões de postos policiais • Poderiam ser construídos mais de 4,3 milhões de quilômetros de redes de esgotos • Pagar mais de 643 milhões de salários mínimos. • Plantar mais de 80 bilhões de árvores 38 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 39

Moeda goiana O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento de uma moeda comemorativa em homenagem à cidade de Goiás. A moeda integrará a série da coleção de estudos “Cidades”, Patrimônio da Humanidade no Brasil, juntamente com as moedas já lançadas de Brasília e Ouro Preto.

MÉRITO EMPREENDEDOR

GOIÁS É 7º EM FORMALIZAÇÃO

A presidente da Acieg, Helenir Queiroz, recebeu, no dia 23 de abril, o Troféu Mérito Empreendedor, em cerimônia no Salão Nobre da Churrascaria Lancaster. Criado pela diretoria da Associação de Empresas Pró-Desenvolvimento Econômico (Caede), o Troféu Mérito Empreendedor é entregue para dez personalidades de destaque do meio político e empresarial, como forma de reconhecimento da dedicação, empenho, inovação e ousadia na conduta profissional e/ou política para desenvolvimento do Estado de Goiás.

O Estado de Goiás está em sétimo lugar no ranking nacional de cadastros no Empreendedor Individual (EI). Pesquisa realizada pela Receita Federal, até o dia 20 de março, constatou que 82.338 autônomos goianos, trabalhadores por conta própria, se inscreveram na nova modalidade jurídica. O EI é a forma especial de formalização de profissionais liberais, como costureiras e pedreiros, entre 471 atividades que alcancem faturamento de, no máximo, R$ 60 mil por ano. Para ser um EI é necessário, ainda, não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Segundo estudo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás), as atividades econômicas mais procuradas em Goiás para registro do EI são comércio de artigos do vestuário e acessórios, cabeleireiros e lanchonetes. Já as cinco cidades com o maior número de EI regularizados no Estado são Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Luziânia.

PRÊMIO COMPETITIVIDADE Estão abertas as inscrições do 8º Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, cujo objetivo é reconhecer empresários e instituições que investem em conceitos e práticas de gestão. O prêmio busca valorizar ideias e difundir valores como o aumento da qualidade, da produtividade e da competitividade das MPE. Para se inscrever o interessado deve acessar o site www.premiompe.sebrae.com.br. Além de receber um relatório personalizado com pontos fortes e a indicação de oportunidades de melhoria na gestão, o inscrito pode participar, ainda, do seminário de Excelência em Gestão gratuitamente. Por meio dessa iniciativa as organizações têm a oportunidade de potencializar seu negócio, ao aumentar a competitividade e melhorar seus produtos e serviços, contribuindo para o desenvolvimento econômico da sua comunidade. O MPE Brasil premia as empresas em oito categorias (indústria, serviços, comércio, educação, saúde, TI, turismo e agronegócio), além dos Destaques de Responsabilidade Social e Inovação.

INTERNET BANDA LARGA Mais de 140 dos 256 municípios de Goiás já têm internet Banda Larga Popular com velocidade igual ou superior a 1MB (um megabit por segundo), o dobro daquela oferecida no lançamento do programa, há menos de um ano. O aumento da velocidade de conexão de internet de 512 KBps para 1 MB ou mais já é realidade em exatas 142 cidades, elevando o número de adesões ao programa, que chegou a 3.799 novos planos apenas no mês de março deste ano. O preço dos planos continua o mesmo: no máximo R$ 29,90 por mês.

ESPAÇO JURÍDICO INTERNET - As empresas Bud Comércio de Eletrodomésticos e Whirlpool Eletrodomésticos conseguiram na Justiça liminar impedindo a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos vendidos pela internet que entram no Estado. A decisão foi do juiz substituto em segundo grau Fernando de Castro Mesquita, que aponta que o recolhimento do tributo por parte da Secretaria da Fazenda afronta o princípio da legalidade tributária, já que o Estado assinou o Protocolo 21/2011, do

Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Com isso, no caso das compras eletrônicas, o ICMS é recolhido aos Estados de saída das mercadorias. ______________________________________

produtos comprados via internet. Segundo estimativas, mudança representará um acréscimo de aproximadamente R$ 2,3 bilhões para os estados mais pobres. ______________________________________

ICMS NA WEB - Novas regras de

EXPORTADORAS - A Receita Federal estabeleceu as regras para devolução de créditos tributários do PIS, Cofins e IPI para as empresas exportadoras no caso de aquisição e fusão. O fisco deverá, no prazo máximo de 30 dias contados da data do pedido de ressarcimento dos créditos, pagar 50% do valor pleiteado.

arrecadação do ICMS sobre o comércio eletrônico podem ser votadas em maio pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Em pauta, o substitutivo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para as três propostas de emenda à Constituição (PECs) que tratam do ICMS recolhido sobre os GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 39


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 40

Acieg na rede

"É preciso parar de encarar a Internet como uma rede de computadores. Ela é uma rede de pessoas." DAvID SIEGEL Sugestões: gestaoacieg@gmail.com

Reportagens online Quer se manter atualizado sobre temas de interesse do setor empresarial? Diariamente, matérias relacionadas à economia, recursos humanos, tecnologia, marketing, gestão, financiamento, entre outros temas, são publicadas no site da Acieg e replicadas nas redes sociais da entidade. Para acompanhar siga a Acieg no Twitter (@acieg) e curta a página da entidade no Facebook: ww.facebook.com.br/aciegonline.

Enquetes Com temas diversos, a Acieg publica toda segunda-feira, em sua página no Facebook, enquete para ser respondida por usuários da rede social. Os resultados colaboram para que a associação conheça a opinião dos goianos que acessam o Facebook e desen-

Blog do Empresário

Resultado enquete Acieg Quais serviços são mais deficientes para sua empresa ou mais atrapalham o andamento de suas atividades? Telefonia móvel e fixa Internet Serviços bancários Outros

30% 30% 10% 30%

volva ações que contribuam para melhorar o ambiente de negócios no Estado de Goiás.

Por meio do site da Acieg, é possível acessar o Blog do Empresário, espaço em que a presidente da Acieg, Helenir Queiroz, e diretores da entidade têm para postagem de artigos de opinião. Para acompanhar as publicações, basta acessar a página principal do site da Acieg (www.acieg.com.br) e clicar no link Blog do Empresário.

Impostômetro No site da Acieg é possível acompanhar online o Impostômetro – ferramenta que mostra o quanto o brasileiro já pagou de tributos no ano de 2012. Até o dia 30 de abril, por exemplo, o valor de tributos chegou a mais de R$ 500 bilhões. Para saber o que poder ser investido com esse valor, acesse o site da Acieg.

No Twitter da Acieg @pedrobittar> @acieg o meu respeito e admiração pela equipe Acieg que sempre fizeram a diferença. @nivaldomorais> Belo trabalho de @HelenirQueiroz a frente da @acieg, inovação com Ação! RT Central do Empresário terá educação empresarial com @sebraegoias @leopoldoveiga > Aos que não conhecem.... recomendo acessar o site da @acieg http://www.acieg.com.br muito bom. :) @Betoq> @HelenirQueiroz: 75 anos da @acieg comemorados com Central Empresário+Show Zeca Pagodinho no Jaó.

Merecida festa para quem luta por Goiás @ValeriaAquino> Eu já assinei indico a todos rt "@leopoldoveiga:Aos que ainda não assinaram segue o link http://www.fichalimpagoias.com.br @henrique_oabgo @oabgo @acieg" @alexandrebaldy> Parceria c/ Gov de Goiás, @ComtecGo e @acieg levam 14 empresários de TI p CEBIT/Hannover. Dilma e Merkel @marconiperillo @henrique_oabgo> @HelenirQueiroz: Sucesso do Ficha Limpa é animador. Adesão de entidades é ótima e vai influenciar. @henrique_oabgo @acieg @Abraselgo 40 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

@ademarborges27> @HelenirQueiroz @marconiperillo @alexandrebaldy @acieg os empresários das peq e micros empresas devem e tem q tomar atitude, BASTA. (Sobre campanha da Acieg contra aumento dos impostos para micro e pequenas empresas) @antonioluiz_go > Excelente iniciativa a rodada de negócio com empresários portugueses promovida pela @acieg @DecisaoSistemas > Empresários de factoring » Quais os custos que mais pesaram para sua empresa no 1º bimestre de 2012? (via @acieg)


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:33 Page 41


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 42

TRIBUTOS ◄► Normas

Um goiano no cérebro do tributo nacional DOV GILVANCI LEVI É O úNICO GOIANO NO CARF, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

S

e a matéria tributária é debatida aos quatro cantos do País, em rádio, TV e jornal, em um lugar especificamente, o confronto de ideias e práticas tributárias ganha vazão. É no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que foi criado pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e instalado pelo Ministro da Fazenda, em 15 de fevereiro deste ano, mediante Portaria MF nº 41, de 2009. É onde todos dos mais complexos aos mais simples questionamentos tributários vão parar. E, no cérebro tributário do País, está o goiano Dov Gilvanci Levi Najman, diretor-executivo da Gennesys Consulting. “O Carf tem como principal objetivo tornar-se conhecido até 2012 pela excelência no julgamento dos litígios tributários. Com a nova estrutura, foi criada também uma central de informações. Agora, para os advogados pesquisarem processos nas secretarias das câmaras, é

necessário obter autorização.” “É uma responsabilidade muito grande, pois as decisões, em muitos casos, ganham jurisprudência na Justiça”, diz Dov, único goiano no Conselho. A Presidência do Carf declarou que será necessária a colaboração de todos servidores, conselheiros, procuradores e advogados para ser atingida a meta de julgar cada processo em, no máximo, 180 dias. Hoje, o acervo do conselho é de 66 mil processos, sendo que 57 mil aguardam sorteio para serem distribuídos. Os demais estão em trâmite. NOVO REGIMENTOS

Como esses casos tramitavam no Conselho de Contribuintes antes da edição do novo regimento da instância administrativa, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) ainda pode usar o recurso privativo referente a eles. A medida é positiva para o contribuinte, porque em diversos casos a Fazenda conseguia reverter decisões favoráveis ao contribuinte por meio do recurso privativo.

Dov Gilvanci Levi: “É muita responsabilidade”

42 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 43


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 44

MISSÃO ◄► Europa

Na CeBit, na Alemanha, e na visita aos parques tecnológicos, na Espanha, grupo goiano privilegiou a integração

Tecnologia em pauta na Europa COMITIVA DE 14 EMPRESAS VISITA FEIRA DE NEGÓCIOS DIGITAIS NA ALEMANHA E PARQUES TECNOLÓGICOS EM PORTUGAL E NA ESPANHA presidente da Acieg, Helenir Queiroz, integrou comitiva de empresários goianos que participou, no mês de março, em Hannover, na Alemanha, da CeBIT maior feira de Tecnologia da Informação (TI) do mundo. O evento, realizado de 6 a 10 de março, reuniu aproximadamente 4,2 mil expositores de 70 países participantes. Apresentações de novas tendências e tecnologias, demonstração de

A

produtos específicos para TI e identificação de novos parceiros estavam entre as atividades disponíveis nafeira. Além da visita à CeBIT, acomitiva goiana participou de visitas técnicas a três importantes parques tecnológicos europeus, em Lisboa (Portugal), Málaga e Barcelona (Espanha). Para Helenir Queiroz, a ida dos empresários goianos para a Europa foi importante para ampliar a visão sobre o que pode ser feito na área de TI em Goiás.

44 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

“Percebemos que os parques tecnológicos que visitamos são verdadeiras indústrias de empresas, em que as de grande porte auxiliam, em todos os processos, as pequenas empresas incubadas. Com essa visão, foi possível constatar que o segmento de TI deve ser a alavanca para desenvolvimento do Estado de Goiás, principalmente de apoio à micro e pequenas empresas que buscam a inovação”, afirmou a presidente da Acieg.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 45


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 46

NEGÓCIOS ◄► Internacionais

Goianos e portugueses fecham parceria EMPRESAS GOIANAS GANHAM REPRESENTANTES EM PORTUGAL ANA HELENA BORGES

D

urante rodada de negócios com a comitiva de empresários portugueses, a presidente da Associação Comercial da Região de Santarém, de Portugal (Nersant), disse que a entidade será um braço da Acieg em Portugal. No último dia 11 de abril, a entidade goiana recebeu a comitiva dos empresários portugueses que buscavam novos negócios no Brasil. Representantes de 13 empresas, do governo português e da Associação Comercial da Região de Santarém (Portugal) – Nersant – conversaram com empresas goianas sobre oportunidades da formação de parceria e investimentos mútuos. Foram articuladas dez mesas, com temas diversos, como logística, agronegócio, agricultura, combustíveis, telecomunicação, imobiliário e consultoria, no qual 21 empresas goianas puderam conhecer as propostas dos portugueses. A expectativa é de que a rodada de negócios gere contratos que podem chegar a 15 milhões de euros - aproximadamente R$ 36 milhões – em mé-

dio e longo prazo. O evento foi aberto pelo secretário estadual de Indústria e Comércio de Goiás (SIC), Alexandre Baldy, que ministrou a palestra “Potencial Produtivo do Centro-Oeste”. Na apresentação, o secretário afirmou que o crescimento do Estado fez com que Goiás se tornasse não somente um centro atrativo de investimentos, mas também um potencial investidor em outros mercados como a Europa, que passa atualmente por uma crise econômica. Alexandre Baldy disse também que o Estado cresce acima da média nacional, e que a meta do Governo é fazer com que este crescimento coloque Goiás entre os seis Estados mais produtivos e ricos do País, o que garante desenvol-

46 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 47

vimento a todos que aqui investirem. Para a presidente da Nersant, Maria Salomé Rafael, o potencial econômico do Estado faz com que ele seja uma das principais alternativas de investimento para os empresários europeus que buscam fugir da crise europeia. Maria Salomé Rafael afirmou ainda que a rodada de negócios era primordial para o início dos investimentos, mas o maior benefício para a Nersant e os empresários portugueses é a aproximação com a Acieg. “A

Nersant, a partir de agora, será representante goiana dentro de Portugal, um braço da Acieg em Santarém, e nosso objetivo é fazer com que a Acieg também seja representante da Nersant aqui no Brasil.” A presidente da Acieg, Helenir Queiroz, reiterou a importância da parceria entre as duas entidades como forma de geração de vínculos empresariais que gerem importação e exportação, principalmente para o setor de agronegócio que é o de maior interesse para as partes.

“Eles possuem produtos valorosos para nós como couro, vinho, azeite e tecnologia. E, nós temos grande capacidade industrial, principalmente, no setor de transformação e de agronegócio que são os de maior interesse dos empresários.” Para selar o compromisso entre as entidades, governo português e do Estado de Goiás, foi assinado um Protocolo de Intenções visando estabelecer parâmetros para continuidade das parcerias comerciais.

Acieg e Nersant, representantes mútuas Empresários goianos recebem orientação para investimentos no exterior. Criação de vínculo permanente e intercâmbio de informações para internacionalização da economia goiana. Este é, segundo o diretor de relações internacionais da Acieg, Giordano Sarvio de Souza, o maior legado da Rodada de Negócios com a comitiva portuguesa. Em entrevista cedida à revista Gestão, o diretor falou sobre a visita dos portugueses, a rodada de negócios e a atuação da Acieg para que os empresários possam expandir seu negócio para outros continentes. O que os negócios gerados representam para o desenvolvimento econômico do Estado? Giordano – A rodada de negócios é a possibilidade de internacionalização da economia goiana, onde o empresário daqui passa a ter maiores condições de contato com oportunidades vindas de

países europeus, ou seja, há condições de abrir fronteiras para a participação das riquezas geradas a partir do crescimento do Brasil no mercado internacional. A presidente da Acieg, Helenir Queiroz, e da Nersant, Maria Salomé Rafael, afirmaram que as duas entidades tornam-se representantes mútuas em cada país. Confira a seguir entrevista com o diretor da Acieg, Giordano xxxx: Qual o significado dessa representação para o empresário? Giordano – Com a parceria cria-se um vínculo permanente de intercâmbio de informações. E, o Protocolo de Intenções abre precedentes para criação de um fórum de discussão entre os representantes dos dois países para que as empresas goianas possam atuar no mercado externo e receber benefícios das empresas portuguesas. Como será feito o auxílio aos empresários que passam a ter agora parceiros internacionais, ou que ainda pos-

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 47

suem dúvidas de como entrar e se manter em países estrangeiros? A diretoria de relações internacionais irá agregar as informações circuladas entre os países e irá promovê-las, indicando a melhor forma de atuação. A Acieg, por meio da diretoria, irá auxiliar aqueles que já formaram as parcerias na rodada de negócios, e incentivar os que têm intenções de atuar em conjunto com empresas estrangeiras. O objetivo é dar apoio de como investir internacional tanto para os que atuam como para os que ainda possuem alguma dúvida de como proceder. Há alguma nova rodada de negócios com comitivas de outros países planejadas para este ano? Há sim, já está fechada. A missão dos holandeses, chamada Rotterdam Climate Inintative – visiting Brazil, será realizado de seis a doze de maio. Desta vez a Acieg vai receber os empresários holandeses que vêm ao Estado em busca de parcerias para o setor de energias renováveis.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 48

TRIBUTOS ◄► Código

Não se deve temer fiscalização tributária TRIBUTARISTA EXPLICA QUE AINDA FALTA O CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE PARA LIMITAR AçãO FISCAL EM ESTABELECIMENTOS EMPRESARIAIS

Há direitos garantidos pela Constituição Federal que não devem ser violados por causa de suspeitas.”

Alexandre Limiro, Tributarista

ANA HELENA BORGES

É

recorrente a veiculação de notícias que mostram operações da fiscalização tributária que resultam em acesso a ambientes restritos de estabelecimentos comerciais, e de seus proprietários, em apreensões de arquivos e quebra de sigilo bancário. Mas, você sabe qual é o limite previsto em lei para essas ações? Para o advogado tributarista Alexandre Limiro, essas dificuldades de limitações entre o legal e o arbitrário na fiscalização tributária decorrem da

falta de regulamentação específica para proteção do contribuinte. De acordo com o advogado, para evitar arbitrariedades seria necessário que houvesse uma espécie de “Código de Defesa do Contribuinte”, no qual fossem estabelecidos claramente todos os trâmites que devem ser seguidos tanto pela sociedade civil quanto pela administração tributária. “A fiscalização tributária deve ocorrer dentro de um bom senso para não expor erroneamente a imagem da empresa.” O Codecon é uma das defesas desta gestão da Acieg e já está para votação na Assembleia Legislativa.

48 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

Alexandre Limiro ressalta que mesmo sem regulamentação específica o contribuinte deve exigir o cumprimento de seus direitos estabelecidos pela Constituição Federal e pelo próprio Código Tributário. “Há direitos garantidos pela Constituição Federal que não devem ser violados por causa de suspeitas. E, o Código Tributário prevê procedimentos para a fiscalização e entrada nas empresas, como a notificação anterior à apreensão de materiais, o elemento surpresa pode até existir, mas deve ser extremamente embasado e deve partir de solicitação judicial”, afirma o advogado.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 49

HISTÓRIA ◄► Goiânia

Concurso define logo e jingle dos 80 anos de Goiânia ACIEG E SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO LANçAM CONCURSO EM COMEMORAçãO AOS 80 ANOS DE GOIâNIA MAYARA OLIVEIRA

F

undada em 1933, a cidade de Goiânia é composta por uma mistura de culturas e povos de várias regiões do País. Conhecida como a capital verde e pelo elevado índice de qualidade de vida, Goiânia está entre as cidades que mais crescem no país. Em 2013, nossa cidade completa 80 anos, e toda a sociedade está convidada para participar da organização desta festa. Com o intuito de criar uma marca visual e um ritmo musical para divulgação do aniversário da capital, a Acieg em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo, realiza o concurso “Goiânia 80 anos”, de logo e jingle. O material deverá ser enviado para a Acieg do dia 7 de maio a 7 de junho, sendo que a temática deverá ser inspirada em aspectos culturais, históricos e sociais de Goiânia. A presidente da Acieg, Helenir Queiroz, destaca que este evento deve ser comemorado e bem organizado, por se tratar de um momento histórico para a cidade. Para ela, o concurso democratiza a

escolha dos elementos que serão a marca da divulgação do aniversário de Goiânia. “O objetivo do concurso é valorizar os artistas e dar oportunidade para que todas as pessoas possam participar até mesmo aqueles que não residem em Goiânia. Imagine quantos talentos escondidos nós poderemos descobrir com esta iniciativa”, acrescenta. O diretor da Seturde, José Luiz Uzêda, explica que a ideia é criar uma ação capaz de fortalecer a marca e gerar uma identidade para as comemorações do aniversário de Goiânia. “Queremos promover uma grande festa em comemoração aos 80 anos da nossa cidade. O intuito do concurso é criar a logo e o jingle que começarão a ser divulgados no início de janeiro de 2013”, ressalta. Os candidatos devem escrever um breve texto de apresentação defendendo a temática do seu trabalho. A inscrição é totalmente gratuita, e estará disponível juntamente com o regulamento no hot site da Acieg. Os dois ganhadores receberão a quantia de R$ 1000 cada um. A logo e o jingle precisam ser encaminhados atendendo as especificações de forGESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 49

mato, tamanho, qualidade e documentação estabelecidas no edital. Os participantes precisam ser pessoas físicas maiores de 18 anos. Sendo que autoria do trabalho deverá ser individual, sob pena de desclassificação dos candidatos. Além disso, cada concorrente poderá enviar apenas um trabalho, logo ou jingle. Os trabalhos vencedores serão divulgados nas mídias, por meio de sites, TV, rádio e redes sociais. Os materiais que não atenderem aos requisitos propostos no edital serão desclassificados. Os ganhadores cedem seus direitos sobre os trabalhos para a Acieg e a Secretaria Municipal de Turismo. Os funcionários das duas instituições, bem como seus familiares e parentes de até 3º grau, não poderão participar do concurso. Os primeiros lugares de cada categoria, logo e jingle, receberão o prêmio no valor de R$ 1000, sendo que os segundos e terceiros lugares ganharão menção honrosa. As inscrições serão gratuitas e estarão abertas do dia 10 de maio à 11 de junho. O regulamento do concurso está disponível no site da Acieg (www.acieg.com.br).


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 50

IMOBILIÁRIO ◄► Tendência

É a hora e a vez da sua empresa ter sede própria PROJETOS IMOBILIáRIOS QUE INTEGRAM ESPAçOS RESIDENCIAIS E CORPORATIVOS ESTãO EM ALTA NA CAPITAL. TENDêNCIA É EXPANDIR MAIS

MAYARA DE OLIVEIRA

BEM ABAIXO DA MÉDIA

evido aos problemas dos grandes centros urbanos, como trânsito, segurança pública e a falta de mobilidade urbana, muitos empresários estão procurando instalar seus empreendimentos em imóveis que ofereçam maior comodidade agregando diversos serviços numa mesma localidade. No intuito de atrair esses empreendedores e possibilitar uma maior qualidade no ambiente corporativo, empresas como a EBM Construções estão investindo em projetos conhecidos como mixed-use. O objetivo é desenvolver complexos imobiliários erguidos em bairros nobres que unam em um mesmo espaço construções voltadas para moradia, trabalho e comércio, como já existem em outros grandes pólos empresariais.

D

Estoque total de escritórios por cidade

CIDADE

ESCRITÓRIO

POPULAçãO M²/HAB.

São Paulo Rio de Janeiro Brasilia B.H. Curitiba P. Alegre Campinas Goiânia

10.871.055 5.828.083 2.941.682 2.042.564 1.604.930 947.468 674.248 283.761

10,9 milhões 6,1 milhões 2,5 milhões 2,4 milhões 1,8 milhões 1,4 milhões 1 milhões 1,2 milhões

Segundo o diretor comercial da EBM, Rodrigo Meirelles, a tendência é que haja cada vez mais uma procura por este tipo de investimento devido os diferenciais que estes imóveis oferecem. “Esses condomínios proporcionam mais segurança, mais comodidade, aumenta o status do serviço, possui garagem com número de vagas rotativas, lojas de diversos serviços, agências ban-

50 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

0,99 0,95 1,15 0,84 0,88 0,66 0,64 0,23

cárias, academias e melhor logística para quem vai implantar seu negócio”, acrescenta ele. Em Goiânia, segundo pesquisa da CBRE (CB Richard Ellis), empresa de consultoria imobiliária, existe 0,23 m² de escritórios empresariais por habitante. Diferentemente de cidades como Brasília onde o percentual é de 1,15 m² por habitante e São Paulo que a quantidade de me-


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 51

tros quadrados de construções de ambientes empresariais é de 1m². Para Rodrigo Meirelles, Goiânia perde em número de m² de empreendimentos comerciais por habitante, porque há uma cultura nesse ramo dos negócios que prioriza os ambientes residenciais para implantação de empresas. Ele explica que essa prática tende a diminuir com o passar dos anos, principalmente devido à pouca segurança oferecidas por esses imóveis. Para o diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi), Ilézio Inácio Ferreira, o crescimento imobiliário no Estado de forma geral foi o maior de todos os tempos em 2011. A associação é a responsável pelo monitoramento das vendas, da procura e oferta do ramo imobiliário, por meio de pesquisas. Segundo Ilézio, existe uma carência de espaço para locação de imóvel comercial de alto padrão, como empreendimentos de mixed-use. Ele ressalta que a demanda por este tipo de empreendimento é significativa, principalmente por investidores que veem no mercado imobiliário um produto mais adequado para investimento. O diretor destaca que os condomínios de mixed-use oferecem mais segurança, acessibilidade e custos mais baixos, porque os gastos são divididos entre os condôminos. Ilézio explica que estes imóveis atraem principalmente pessoas interessadas em diminuir seus problemas

com deslocamento, como trânsito e falta de vagas de estacionamento. O economista Sérgio Paulo Carrijo comprou um apartamento no Edifício Metropolitan Business com o objetivo de diversificar seus investimentos anteriormente focados no mercado financeiro. Ele explica que devido aos incentivos fiscais oferecidos pelo governo federal e por conta do aquecimento econômico no ramo dos imóveis, os empreendimentos comerciais de alto padrão como os condomínios mixed-used são bons investimentos para quem tem interesse em atrair empresários de fora do estado e do País. “Existe uma demanda positiva para quem tem o objetivo de diversificar sua economia com a renda de imóveis. Hoje Goiânia está crescendo para o Brasil, assim como o país está para o mercado internacional”, acrescenta.

Rodrigo diz que uso de casas para instalar empresas em Goiás tende a reduzir

SALAS CORPORATIVAS

Sérgio ressalta que o maior atrativo desses imóveis além da segurança, são as salas corporativas bem estruturadas, com ar condicionado central, elevadores exclusivos e inteligentes, bem como o conforto e agilidade do serviço que para ele, é o cartão de visita do empreendimento. O economista pontua que os condomínios de Goiânia, no quesito qualidade, estão concorrendo de igual para igual com outros polos empresariais de grandes cidades. “Os imóveis precisam atrair o consumidor para formar neles o conceito de boa recepção dos negócios”, afirma.

Ilézio aponta que o mercado goiano é carente de opções para locação de imóvel comercial

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 51


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 52

novo armazém

“As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada.” PHILIP KOTLER

O BOTICÁRIO

BBTRENDS O Flamboyant Shopping Center amplia seu mix de produtos para bebês com a inauguração da primeira loja BBtrends do Estado. A marca é importadora exclusiva das empresas internacionais Quinny, Maxi Cosi, Bloom, Baby Moov e outras renomadas. Por isso, a loja, localizada na Expansão – térreo 1, oferece o que há de mais moderno e sofisticado para os baixinhos como carrinhos, cadeirinhas para carro, bebêsconforto, moisés, cadeiras para alimentação, brinquedos e muito mais. Outros destaques são os móveis para o quarto do bebê e acessórios de decoração, além de toda linha de puericultura.

SILUETS Goiânia inaugurou sua primeira Siluets, franquia que trabalha com um inovador sistema de fotodepilação de luz pulsada intensa (IPL) sistema GEM, que permite tratar um número maior de tipos de pele e cores de pelo, além de resultar num tratamento indolor, eficaz, seguro e econômico. Todos os equipamentos encontram-se devidamente autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. A Siluets fica no Shopping Buena Vista. www.siluets.com.br.

Há 17 anos no portfólio de O Boticário, Floratta já é um ícone entre os consumidores brasileiros e Floratta in Blue, uma das fragrâncias mais vendidas do País. Mais feminina e sofisticada, a linha toda está de cara nova, incluindo logomarca, frasco e cartucharia. Para representar essa nova fase, a marca buscou inspiração na beleza do desabrochar das flores, um dos momentos mais sublimes da natureza. As novidades, disponíveis nas versões in blue, in gold, in rose e emotion, chegaram às mais de 3 mil lojas de O Boticário no País em março.

HIPER MOREIRA O Hiper Moreira lançará um novo conceito da marca. Em breve, o maior hipermercado regional do Centro-Oeste estará com um visual mais moderno, mantendo sua história e a aproximação com os clientes conquistada em seus 41 anos de história. O Hiper Moreira estará, também, presente nas mídias digitais, se modernizando também neste segmento. O Hiper Moreira é hoje um dos maiores contribuintes do ICMS e se orgulha de ser o primeiro hipermercado 100% goiano.

qUALITy A Quality, única empresa do estado de Goiás que produz o leite tipo A, lançou a coalhada Quality nos sabores integral com açúcar, adoçante light, ameixa, mel e morango (foto). Feita na fazenda Granja Leiteira Sol Dourado, a coalhada é produzida com padrão internacional, aproveitando o máximo de nutrientes e vitaminas existentes no leite, sem o uso de conservantes. A empresa Quality já comercializa o leite tipo A em Goiânia e Anápolis, e pretende expandir as vendas para mais cidades no Estado. 52 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 53

fim de semana A Era do Gelo 4 Em a Era do Gelo 4, o personagem Scrat desencadeia um evento cataclísmico. Sid, Manny e Diego são empurrados para alto mar e terão de lidar com perigos que jamais puderam imaginar que existiam, como um bando de piratas de quinta categoria. Sob muita adrenalina, os heróis de Era do Gelo terão de passar por cima deles e achar o caminho de volta para casa. A cada filme, a franquia obteve mais sucesso financeiro: o primeiro fez US$ 383 milhões, o segundo fez US$ 655 milhões e 'A Era do Gelo 3' arrecadou incríveis US$ 900 milhões. Previsão de estreia: 29 de junho.

Faroeste Caboclo Faroeste Caboclo conta a história de João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira), que sai de Salvador e vai para Brasília traficar drogas. Na capital do País, o protagonista se apaixona por Maria Lúcia (Ísis Valverde) e se envolve em uma disputa com Jeremias (Felipe Abib), um traficante rival. O filme é adaptação de uma das canções de rock mais inusitadas do país, 'Faroeste Caboclo', do inesquecível Renato Russo. Previsão de estreia: 25 de maio

DVD/Blu-ray

Game of Thrones Baseado na série best-seller "A Song of Ice and Fire", escrita por George R.R. Martin, "Game of Thrones: 1ª Temporada" é ambientado em um mundo onde verões alcançam décadas e invernos podem durar uma vida inteira! Das maquinações vindas do sul e das selvagens terras orientais, do norte congelado à antiga Muralha que protege o reino da misteriosa escuridão, as poderosas famílias dos Sete Reinos travam uma épica batalha pelo Trono de Ferro. Esta é uma história de cumplicidade e traição, nobreza e honra, conquista e triunfo, em que você corre o risco de sair vivo ou não. Disponível nas lojas. GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 53


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:34 Page 54

facebook.com/totvsunidadegoias

twitter.com/totvs_go

Bem-vindo ao mundo das grandes oportunidades.

www.totvs.com www.totvs.com t 62 3097 9900


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 55

Associado Conversa com o

Goiânia, maio de 2012 - Ano V - n° 15 - www.acieg.com.br

TRIAGEM

Décadas produzindo moda jovem MAYARA OLIVEIRA

A

ssociado à Acieg desde a década de 70, o empresário José Antônio Simão, de 81 anos, construiu empreendimento de sucesso: inicialmente sob o nome de Confecções Kênia, e hoje conhecida como Triagem, a rede de confecções e lojas de moda jeans wear e fashion. A indústria começou a partir da idealização de José Antônio e sua esposa. Ele trabalhava na empresa de engenharia de seu tio, e ela tinha seu próprio escritório de contabilidade. Sem nenhum conceito técnico, estudo e capital, o empresário decidiu que não trabalharia para os outros e que seria dono do seu próprio negócio. O primeiro passo foi contratar um cortador que pudesse modelar as peças e repassar o material para costureiras que pegassem o serviço. Por meio de empréstimos contraídos com bancos e familiares, José Antônio comprou as máquinas para a confecção, que teve início na dé-

cada de 70. O empreendedor ressalta que os conceitos norteadores aprendidos com a família sempre pautaram sua conduta. “Meus pais me ensinaram a ter dignidade, honestidade, franqueza e transparência”, acrescenta. Para o empresário, o empreendedor nunca pode ter medo, é preciso ser corajoso para enfrentar as dificuldades que surgem pelo caminho. “Nós não podemos desanimar diante dos problemas. Eu, minha esposa e filhas passamos por momentos em que só tínhamos arroz para comer. A vontade de desistir é

Mostruário da marca é sempre produzido com alta qualidadde grande, mas se você abre mão, é aí que surgem os fracassos.” José Antônio, considerado como precursor do comércio de vestuário em Goiás, fundou o Sindicato da Indústria Vestuária no Estado e ajudou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) a implantar o primeiro curso de costura e modelagem, fornecendo suas máquinas para as alunas. Ele conta o segredo do seu sucesso. “É preciso ver os problemas atrás das montanhas, antes que eles aconteçam. Também devemos ter intuição e não ficar com medo da concorrência”, ressalta.

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 55


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 56

AGENDA E FILIAÇÕES

PROGRAME-SE

Capacitação para o empresário Com o objetivo de proporcionar ao empresário goiano e seus colaboradores ferramenta de capacitação, a Acieg oferece calendário de cursos mensais, que são ministrados na sede da entidade. Para informações sobre os cursos oferecidos, a equipe do departamento Comercial da Acieg está sempre disponível, por meio do telefone (62) 3237-2626 ou (62) 32372613. Confira os cursos que já estão previstos para o mês de junho. Associados e estudantes têm desconto no valor das inscrições: TEMA

INSTRUTOR

PERÍODO

HORáRIO

Vendas e negociação com Programação Neurolinguística

Ricardo Gameiro

11 a 13 de junho

18h30 às 22h30

Como fazer auditoria em folhas de pagamento

Fábio da Silva

18 de junho

18h30 às 22h30

Gestão de liderança

Bruna Tomazetti

19 a 21 de junho

18h30 às 22h30

Liderança Coaching

Ricardo Gameiro

25 a 27 de junho

18h30 às 22h30

NOVOS FILIADOS ACIEG A Especialista Além Mar Comercial e Indústria Alto Verão Ambiente Móveis Atitude Palestra Bella Gourmet Block Sat Cartório Mais Cemaco Colégio Shallon Digitu's Contabilidade Energoato Eletricidade Farma Life Fiscal Printo

Franchising e Treinamento Zequinha Naves Funny Hair Hiper Morita Imagem Painéis, Outdoors & Indoors João Palestino Eventos La Pizza Lagyn Lajes e Pré Moldados Leon Deniz Advogados Associados M A F Albernaz Távora Malta Panificadora Marol Serviços Contábeis Mestra

56 | GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012

MRV Engenharia Ousada Propaganda PA Arquivos Pivot Equipamentos Agrícolas Planej Assessoria Contábil Producenter e Associados Rodizzo Pizzaria Shadow Super Vip Supermercado Tecnodonto Ultimatum Viva Medicamentos


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 57

ARTIGO

Helenir queiroz

O sacrifício do comerciante

A

s cidades brasileiras estão povoadas de lojas e pequenos comércios de onde milhões de brasileiros tiram o seu honrado sustento. Gente honesta e trabalhadora que acorda cedo e dorme tarde na luta para manter vivo seu ganha-pão. Incentivar os pequenos negócios é um dever de Estado. A longo prazo se reduz a dependência de benefícios sociais como Bolsa Família e seguro desemprego. Isso é ensinar a pescar. Mas o Brasil, por meio do CONFAZ achou um caminho para fazê-las pagar 17% de ICMS. E pior: antecipadamente. Quem dita a margem de lucro do negócio é o governo, que estabelece margens de 40% a 80% a seu critério. E não é tudo: elas terão que pagar ICMS sobre seu estoque antes de vender, drenando o pouco dinheiro de giro. Essa maldade tem o pomposo nome de Substituição Tributária. É defendida sob a alegação de reduzir a sonegação, mas também aumenta em dez vezes a alíquota do ICMS das microempresas. Em Goiás já foram afetados

autopeças, bebidas quentes, ração animal e materiais de construção. Em seguida outros dez segmentos serão penalizados, incluindo vestuário. Esta pode ser a pá de cal numa luta já desigual com os competitivos chineses e os informais. O ICMS sobre energia elétrica, combustíveis e comunicação representa 50% da arrecadação. Cigarros, bebidas, veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, pneus e autopeças representam outros 25%; sobram 25% para todos os outros produtos. Ou seja, o sacrifício das pequenas empresas não é significativo para a arrecadação. Em Goiás a visão da Sefaz é que essa preocupação é excessiva pois o mercado se ajusta, imposto é custo e custo se repassa no preço final. Sim, o mercado se ajusta. Mas a que preço? O mais provável é a morte das milhares de lojinhas espalhadas pelo Estado, que terão de pagar o mesmo imposto das grandes empresas sem ter a mesma condição de competir. Sem poder de fogo para comprar grandes volumes, aproveitar créditos fiscais, obter redução de impostos por

GESTÃO, Empresas & Produtos | Maio de 2012 | 57

meio de Tare´s ou incentivos do Produzir, elas vão simplesmente fechar as portas. Uma morte lenta e triste, sem testemunhas. Precisamos das grandes empresas. Geram empregos, trazem competitividade e inovação e são as âncoras da economia de qualquer país. Mas também precisamos dos pequenos comerciantes, que garantem o sustento e o emprego da metade da população ativa em Goiás. Há um ano temos lutado cotidianamente para defender as microempresas de terem os benefícios do Simples neutralizados pelo abusivo aumento de ICMS. Ainda há uma luz no fim do túnel acesa pelo governador Marconi Perillo em reunião com os empresários, onde foi prometido diálogo sobre o tema. Mas esta luzinha fica cada dia mais fraca diante da determinação da SEFAZ de não poupar ninguém e ignorar um fato que o mundo todo conhece: que o crescimento de nossa economia e do mercado interno passa pelas microempresas, as grandes empregadoras do País. HELENIR QUEIROZ Empresária e presidene da Acieg


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 58

galeria

RENATO CONDE Nesta edição, GALERIA traz trabalho do premiado fotógrafo Renato Conde.Nas fotos, 1ª foto, são crianças no lixão de Aparecide de Goiânia, que foi capa do jornal Popular. Ao lado, adolescente usuário de drogras e, logo abaixo, cobertura de uma partida de futebol.


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 59


28 início FINAL_Layout 1 08/05/2012 12:35 Page 60


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.