A linguagem na rádio comunitária e sua real interação com o ouvinte

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A linguagem na rádio comunitária e sua real interação com o ouvinte Autor: Carlos Henrique dos Santos Júnior Orientador: Jefferson José Ribeiro de Moura

Grupo de Pesquisa e Produção em Multimídia

Universidade de Taubaté

INTRODUÇÃO Hoje, a programação das rádios comunitárias se assemelha ao das rádios comerciais, tanto na forma como no conteúdo. Este projeto tem como objeto de pesquisa as emissoras comunitárias da região de Taubaté, Pindamonhangaba, Santo Antonio do Pinhal e Roseira. Pretendemos avaliar as relações sócio-políticas das emissoras com a comunidade, a grade da programação e seu viés comunitário, considerando se elas se comportam como rádios comunitárias ou como emissoras comerciais de segunda categoria. Avaliaremos também, a participação de profissionais de rádio nos programas e seu envolvimento efetivo com a comunidade. Não há intenção, neste trabalho, de criticar gêneros e formatos de programa. O objetivo é verificar se uma suposta tentativa de “profissionalização”, que busca oferecer uma estética mais próxima às rádios comerciais, inibe a efetiva participação da comunidade, limitando a liberdade de atuação.

RESULTADOS Foram coletados os dados da Rádio Liberdade, de Taubaté, que permitiu detectar que a rádio comunitária analisada já possuíu e/ou possui o auxílio de profissionais ou estudantes de comunicação para elaborar e produzir a programação. Também foi constatada uma parcela muito pequena da comunidade, atingida pela rádio, participa efetivamente da programação e da elaboração de programas. Outra característica encontrada está relacionada à área de recepção do sinal da emissora comunitária, que atinge grande parte da cidade e não somente uma comunidade específica.

OBJETIVOS

CONCLUSÃO

Esta pesquisa tem como objetivo analisar a programação das rádios comunitárias, com o intuito de verificar se a participação de profissionais da área de comunicação inibem a participação da população e acabam criando um modelo de rádio muito semelhante aos oferecidos pelas emissoras comerciais, por adotar um modelo já existente e não permitir que a comunidade tenha a liberdade de recriar a programação, além de verificar se o conteúdo veiculado é voltado exclusivamente para a comunidade que recebe o sinal comunitário.

A partir dos resultados obtidos, foi possível perceber que a atuação de profissionais ou estudantes de comunicação nas rádios comunitárias interfere na participação da comunidade na produção de programas e no direcionamento do conteúdo para temas específicos da comunidade, o que resulta em programações semelhantes às das rádios comerciais, pois não permitem que inovações sejam estabeleciadas pela população, porque os conceitos de rádio já estão estabelecidos pelos profissionais ou estudantes que buscam uma plástica próxima àquela apresentada pelo mercado. A participação de pessoas que estão fora do contexto das localidades que possuem rádios comunitárias é prejudicial à construção da cidadania proposta pelos projetos de rádios comunitárias.

METODOLOGIA A metodologia deste trabalho consiste na coleta de dados de rádios comunitárias, que possuem ou não concessão governamental para funcionar, como nome das emissoras, freqüência, tempo de permanência no ar, há quanto tempo foi fundada, qual a região atingida pela rádio, a qual comunidade pertence a rádio, há quanto tempo possuem autorização para funcionar, qual a grade de programação, se há anúncios nos intervalos e quais são esses anúncios e se há a participação de profissionais de comunicação no funcionamento dessas emissoras comunitárias. Com base nessas informações, foi analisado se a programação é produzida e voltada para a comunidade atingida e se a participação de profissionais da área de comunicação, na produção e veiculação de programas acaba inibindo a participação e as inovações propostas pela comunidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMWORCEL, Ana. A Radiojornalismo e sentido no novo milênio. In: MOREIRA, Sonia Virginia; DEL BIANCO, Nélia R. (Org.). Desafios do rádio no século XXI. São Paulo: Intercom; Rio de Janeiro: UERJ. 2001, p. 107-116. BARBEIRO, Herodoto Barbeiro. Radiojornalismo cidadão. In: FILHO, André Barbosa; PIOVESAN, Angelo; BENETON, Rosana. (Org.). Rádio, sintonia do futuro. São Paulo: Paulinas, 2004. DETONI, Marcia. Rádios comunitárias: revolução no ar. In: FILHO, André Barbosa; PIOVESAN, Angelo; BENETON, Rosana. (Org.). Rádio, sintonia do futuro. São Paulo: Paulinas, 2004. WITIUK, Luiz. O rádio e as novas tecnologias. In: CASTRO, Alexandre; LIMA, Marcelo; BARREIROS, Tomás. (Org.). Jornalismo-reflexões, experiências, ensino. Curitiba: Pós-Escrito. 2006, p. 113-133 MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação – teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular. Ed.UFSC, 2001. 304p. GOMES, A. L.. O rádio e a experiência estética na constituição do ouvinte. Biblioteca On Line de Ciências da Comunicação, Universidade do Minho, 2006. Disponível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/gomes-adriano-radio-experienciaestetica.pdf.>. Acesso em: 11.nov.2007


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