ISSN 1983-8476
GRUPPEM
Revista
Grupo de Pesquisa e Produção em Multimídia Grupo
Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Taubaté - SP / Brasil
Entrevista com Gilberto Rodrigues da Silva Rádios comunitárias: o que são e para quem são A legislação para rádios comunitárias 3° Encontro de Rádio com o tema “informação em tempo de Internet” Iniciações científicas sobre rádios comunitárias Saiba como enviar artigos científicos para a Revista GRUPPEM
Novembro
Ano I N° 03
Revista de Divulgação Científica do Grupo de Pesquisa e Produção em Multimídia do Curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté
2 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Editorial
A terceira edição da Revista GRUPPEM propõe discutir o papel das rádios comunitárias existentes em nossa região. Mais que isso promover o debate sobre a atuação dessas emissoras dentro da sociedade. Uma rádio comunitária de acordo com a legislação tem por objetivo criar um canal de comunicação de uma comunidade para com ela mesma. Uma oportunidade para que os moradores possam encontrar caminhos para a resolução dos problemas existentes em um bairro. Mas será que essas rádios conseguem criar esse vinculo com os moradores? Muitas sobrevivem de favores, pessoas voluntárias que por vezes não conseguem colocar na prática a real característica das rádios comunitárias. Será um desinteresse da própria comunidade? A programação das rádios comunitárias, em boa parte, se assemelha ao das rádios comerciais, tanto na forma como no conteúdo. Profissionais de rádio que atuam na programação diminuiriam a participação da comunidade local onde a emissora está instalada? Portanto a nossa proposta é debater essas relações das emissoras com a comunidade e até que ponto inibe ou potencializa a participação dos moradores. “Rádios comunitárias: um exercício de cidadania” é o tema discutido na nessa edição da Revista GRUPPEM. Esperamos sua participação para trocarmos experiências e socializarmos o conhecimento.
Índice Rádios comunitárias: o que são e para quem são Matéria __________________________________3 A Legislação para rádios comunitárias _________________________________ 4 Matéria 3º Encontro de Rádio Matéria Especial __________________________________5 Gilberto Rodrigues da Silva
Entrevista _______________________________________11
A atuação das rádios comunitárias na região do Vale do Paraíba Iniciação Científica _________________________________13 A linguagem na rádio comunitária e sua real interação com o ouvinte Iniciação Científica _________________________________14 Normas para elaboração e envio de artigos para a Revista GRUPPEM Envio de Artigos __________________________________15 Revista GRUPPEM
Expediente Administração Superior Reitora Profa. Dra. Maria Lucila Junqueira Barbosa Vice-reitor Prof. Dr. José Rui Camargo Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Francisco José Grandinetti Pró-reitora de Economia e Finanças Profa. Ms. Marisa de Moura Marques Pró-reitor Estudantil Prof. Ms. Armando Antonio Monteiro de Castro Pró-reitora de Extensão e Relações Comunitárias Profa. Dra. Ana Aparecida da Silva Almeida Pró-reitora de Graduação Profa. Ms. Mara Cristina Bicudo de Souza Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. José Roberto Cortelli
Departamento de Comunicação Social Chefe do Departamento Prof. Ms. Marcelo Tadeu dos Reis Pimentel Coordenador do Curso de Jornalismo Prof. Ms. Maurílio do Prado Láua
Conselho editorial Prof. Dr. Robson Bastos da Silva Profa. Ms. Débora Burini Prof. Ms. Gerson Mario de Abreu Farias Prof. Ms. Jefferson José Ribeiro de Moura Prof. Ms. Lourival da Cruz Galvão Júnior Prof. Ms. Maurílio do Prado Láua Prof. Ms. Robson Luiz Monteiro Profa. Especialista Adriana Rabelo Rodrigues Marcelo Editor Prof. Ms. Gerson Mario de Abreu Farias Revisão Prof. Ms. Jefferson José Ribeiro de Moura Colaboradores Bruno Castilho - 2° JO B noturno Carolina Girotto Ochoa - 2° JO B noturno Fernanda Rocha - 1° JO matutino Pedro Almeida - 1° JO matutino Arte Jonas Barbetta - 1° JO matutino Gerência do Blog Carolina Girotto Ochoa - 2° JOB noturno Gerson Mario de Abreu Farias Contato E-mail:gruppem.adm@gmail.com Endereço: Av. Prof. Walther Thaumaturgo, 700 Centro - Taubaté / SP CEP: 12030-030
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Matéria
Rádios comunitárias: o que são e para quem são Pedro Almeida
O rádio foi o primeiro veículo de comunicação de amplo alcance. Diferente do jornal, que demorava no mínimo 24 horas para chegar até o leitor, a radiodifusão possibilitava ao ouvinte ser informado rapidamente. Atualmente, existem no Brasil mais de 2890 rádios comunitárias, entre as 6900 que veiculam músicas e informações diariamente no país. A rádio comunitária é caracterizada por oferecer à comunidade um canal de comunicação dirigido e diferenciado, para isso, utiliza a linguagem particular da comunidade que pertence e buscam oferecer interatividade, manifestações culturais e discussão de temas que afetam diretamente os ouvintes. “A rádio comunitária é um espaço democrático, além de ser um espaço que os membros da comunidade têm para debater livremente o que eles pensam sobre vários assuntos em vários aspectos, seja esse social, cultural, político, econômico” analisa a professora, Adriana Rodrigues, que acredita que implantar rádios comunitárias estimula a formação de senso crítico nas pessoas. Ajudar no desenvolvimento local por meio da divulgação de eventos culturais, sociais, comunitários e de utilidade pública são alguns dos objetivos das rádios comunitárias. Essas emissoras
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atuam em freqüência modulada, FM, e são operadas em baixa potência, resultando em uma cobertura restrita, pois são canais dedicados exclusivamente aos interesses locais. A comunidade interessada em possuir uma rádio comunitária deve encaminhar para o Ministério das Comunicações uma demonstração de interesse e depois aguardar que a habilitação seja publicada no “Diário Oficial da União”. Essa concessão, cedida apenas para fundações e as associações comunitárias sem fins lucrativos, vale por 10 anos e permite que a transmissão seja feita até 1km a partir da antena transmissora. A programação das rádios comunitárias deve ser aberta à comunidade, sem discriminar as pessoas por raça, credo, sexo, convicções políticopartidárias e condições sociais, devem estimular a participação dos membros da comunidade e difundir notícias de interesse local, além de respeitar os valores éticos e sociais da família e da pessoa e oferecer igual espaço de participação às diversas partes envolvidas em qualquer assunto polêmico. Por ser uma instituição sem fins lucrativos, não existe a possibilidade de contrato de trabalho e/ou prestação de serviço como ocorre nas rádios comercial, desse modo quem compõem o quadro de funcionários das rádios
comunitárias é a própria comunidade, por meio do voluntariado, porém, atualmente não é isso que se presencia nas emissoras comunitárias. “Quando trabalhei na rádio comunitária, o contato com a comunidade era muito importante e, por isso, era necessária aquela interação, porque a rádio era feita para eles e sem eles não há sentido em ser comunitária, porque a falta de voluntários e de participação da comunidade prejudicam o bom funcionamento da rádio”, explica Rafael Ramos, que durante dois anos foi voluntário na Rádio Liberdade, em Taubaté. “É necessário que as escolas trabalhem a necessidade da participação popular, a partir do momento que o cidadão, desde pequeno, passa a entender a importância da atuação popular em todos os movimentos comunitários e inclusive nos meios de comunicação comunitários, as rádios comunitárias terão um futuro positivo pela frente”, acredita Adriana. Atualmente, algumas rádios comunitárias permitem que estudantes de Comunicação Social participem ativamente da programação das rádios, o que, muitas vezes, inibe a criatividade e a participação da comunidade, que por ver futuros profissionais da área atuando passam a acreditar que a programação da emissora não possa ser feita pela população atingida pela comunidade.
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Matéria
A Legislação para rádios comunitárias Com a criação da lei que autoriza a prestação de serviços de rádio comunitária em 1998, tornou-se necessário entender como funcionam essas emissoras de caráter diferenciado Carolina Ochoa
O serviço de radiodifusão comunitário é regulamentado pela Lei 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, que determina em 25 watts a potência máxima e em 30 metros a irradiação das ondas de rádio, além de estabelecer que a emissora comunitária deva voltar os serviços para um bairro ou uma vila, veiculando a expressão de uma determinada comunidade. Dar oportunidade à difusão de idéias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais da comunidade, oferecer mecanismos à formação e integração da comunidade, estimulando o lazer, a cultura e o convívio social, prestar serviços de utilidade pública, integrando-se aos serviços de defesa civil, sempre que necessário, contribuir para o aperfeiçoamento profissional nas áreas de atuação dos jornalistas e radialistas, de conformidade com a legislação profissional vigente e permitir a capacitação dos cidadãos no exercício do direito de expressão da forma mais acessível possível são as finalidades determinadas pela legislação que regulamenta as rádios comunitárias. Revista GRUPPEM
A programação deve dar preferência I a projetos educativos, artísticos, culturais e informativos, que contribuam para o crescimento da comunidade, além de promover atividades artísticas e jornalísticas com a participação dos membros da comunidade, sempre respeitando valores éticos e sociais, para que não haja descriminação de raça, religião, sexo, opções sexuais, concepções políticas e condição social. A legislação garante, a qualquer membro da comunidade atingida pela rádio comunitária, o direito de emitir opiniões sobre temas diversos, mediante pedido enviado à direção da emissora. O Artigo 7° determina que somente fundações e associações comunitárias sem fins lucrativos, legalmente instituídas e registradas em nome de dirigentes brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, possuem o direito de solicitar o serviço de radiodifusão para uma comunidade. As rádios comunitárias são consideradas prestadoras de serviço e só podem receber
patrocínio, para os programas transmitidos, na forma de apoio cultural dos estabelecimentos localizados na área atingida pela rádio e são proibidas de retransmitir programação de outras emissoras. Para obter uma autorização de funcionamento para rádio comunitária é preciso que a comunidade interessada encaminhe ao Ministério das Comunicações o formulário de demonstração de interesse preenchido, que irá verificar se há freqüência disponível para a comunidade de interesse. Se o canal estiver livre na área solicitada, será publicado no Diário Oficial da União um aviso de inscrição de habilitação. Caso o serviço seja autorizado, o Diário Oficial da Nação publicará um ato de autorização do Ministério das Comunicações, que só terá validade após deliberação do Congresso Nacional, que concede a execução do serviço de rádio comunitária por 10 anos, mas que podem ser renovados por mais 10 anos, além de definir como intransferível o direito de concessão.
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3º Encontro de Rádio Fernanda Rocha
Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Da esquerda para direita: José Caetano, Sidney Barbosa, professora Adriana Rodrigues, Flávia Giovana e Cláudio Nicolini
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Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
O 3º Encontro de Rádio que abordou o tema “A informação em Tempos de Internet”, contou com a presença de profissionais da área de comunicação, professores e alunos. O evento tinha como objetivo discutir a utilização da Internet na elaboração de matérias para programas jornalísticos radiofônicos. Realizado dia 8 de novembro, a partir das 9h, na sala 01, do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté, o encontro promoveu discussões relevates para a formação dos estudantes de comunicação social. Os jornalistas Claudio Nicolini,da Rede Bandeirantes Vale do Paraíba, Flávia Giovana, da Rádio e TV Metropolitana de Taubaté, Sidney Barbosa, da Rádio Cacique-Jovem Pan e o estudante de jornalismo José Caetano, editor chefe da Agência Zenit (portal internacional on-line de notícias do Vaticano), foram convidados à integrar a mesa de discussões mediada pela organizadora do encontro,
Profissionais de comunicação, professores e alunos discutiram sobre a formação atual do jornalista e a realção com a apuração on-line das notícias
professora Adriana Rodrigues. As pesquisas científicas “Atuação das rádios comunitárias do Vale do Paraíba”, realizada pelos alunos Fernanda Rocha e Ricardo Gimenes, do 1° ano de jornalismo, sob orientação da professora Adriana Rodrigues, e “A linguagem da rádio comunitária e sua real interação com o ouvinte”, produzida pelo aluno do 2° ano de jornalismo, Carlos Henrique dos Santos Júnior, sob orientação do professor Jefferson Moura, foram apresentados na abertura do evento. A profa. Dra. Mônica Franchi Carniello, explanou e apresentou dados sobre “A percepção dos profissionais de comunicação do Vale do Paraíba sobre as mudanças na profissão decorrentes da digitalização das mídias”, que teve como base uma pesquisa realizada por alunos de jornalismo, sob orientação da professora Mônica.
Durante o encontro, foram abordados assuntos que despertaram a curiosidade dos alunos em saber como os profissionais de rádio da região trabalham a questão da identificação da fonte e o uso correto das informações contidas em portais e a atuação do repórter tanto na rua como na redação. “Tem muita gente com a barriga encostada atrás da mesa agora, puxando o que interessa pra ele da internet, isso faz com que a profissão de jornalista deixe de ser o que é esperado”, salientou o jornalista da Rádio CaciqueJovem Pan, Sidney Barbosa. “A informação no rádio está crescendo, então a internet hoje é uma grande aliada, mas é preciso usar isso como algo que vá fazer bem para o rádio e que não vá banalizar a informação. Uma palestra como essa devia ser feita outras vezes”, acredita a jornalista Flávia Giovana,da Rádio e TV Metropolitana.
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Matéria Especial
internet. É natural “Independente de Tem que ensinar para perder alguns ouvintes, internet, ética você o aluno que a sua fonte Revista GRUPPEM - Qual a mas o bolo, o meio do tem ou não” não é só o Google, essa é uma ferramenta importantíssima e importância do tema da palestra pra rádio não, esse só tem crescido. fantástica, mas é preciso o você? Revista GRUPPEM - Você falou jornalista ir pra rua e buscar as suas Cláudio Nicolini - Eu acho que o Vnews é o único blog de fontes, buscar o contato com as importantíssimo. A internet é um notícias aqui, você acha que seria pessoas, se não você vai morrer na instrumento novo que está cada vez possível os veículos do Vale se praia. mais popular. Ela está muito ligada unissem para criar um blog de Revista GRUPPEM - Então o ao rádio. E hoje a maioria das noticias? jornalista se acomodou com o emissoras tem disponibilizado seu áudio que expande fronteirais. E Cláudio Nicolini - Eu cheguei a avento da internet? isso é muito legal. “A internet não veio comentar que se eu Cláudio Nicolini - Alguns sim, R e v i s t a para acabar com o tivesse dinheiro eu criaria mas não todos, tem muita gente aí GRUPPEM - No rádio, isso tem que um blog de notícias, é batendo perna, por isso que está que você espera ter ficar muito claro” preciso de patrocínio pra t e n d o contribuído para os alunos, apesar sustentar. O Vale tem tudo pra isso s u c e s s o . “E que essa geração do pouco número de alunos aqui é preciso ter investidos, por que o Depois você venha sempre com presentes? difícil é você manter. Pois se você pergunta – ética, mantendo a quer fazer uma coisa séria, com Por que ele credibilidade que a Cláudio Nicolini - Um número jornalistas e profissionais conseguiu? nossa profissão pequeno, mas atento, isso que eu trabalhando, isso custa. O Por que ele é exige, por que um dia acho mais importante. Eu acho que problema é cultural das empresas de olho é importante afomentar a idéia do investirem, correr atrás de patrocínio que o jornalismo azul? Não, trabalho de parceria com a internet. pra sustentar tudo isso. É preciso por que ele já perder a credibilidade, E saber que a internet não veio para investir alguns mil reais em mídia tinha ido lá um abraço”. acabar com o radio, isso tem que de internet, por que hoje tem site conhecer e conversar com a fonte. ficar muito claro. que tem dez mil acessos no dia que E na hora de dar a entrevista, ligou tem uma audiência maior do que um Revista GRUPPEM - Após o monte de rádio que eu conheço e pra quem? Para o cara que foi advento da internet, você acha que que cobra muito mais caro do que conversar com ele antes e não com os ouvintes de rádio diminuíram, ou aquele site pra anunciar, isso é uma o que persquisou tudo na internet. todos passaram para a internet, ou questão cultural. Revista GRUPPEM - Pra finalizar, se frustraram com a internet e o que você deseja e espera dos voltaram para o radio? Revista GRUPPEM - A falta de alunos que estão se formando? ética no jornalismo aumentou com Cláudio Nicolini - Eu acho que a internet? ouvinte de rádio é ouvinte de rádio é Cláudio Nicolini ouvinte de rádio, seja no banheiro, Cláudio Nicolini - Eu “O que eu vejo são Eu espero que ele no quarto, pra escutar o futebol de acho que não, ética você novas disciplinas a geração deles domingo a tarde, é possível ouvir tem ou não tem, e isso ligadas à internet, a seja tão boa quanto radio pela internet, e acabou também ocorre na única coisa que eu a minha, o ganhando ouvintes que só ficam na internet, isso não fez jornalismo é acho é que tem que tanta diferença. ensinar a ética do evolutivo e quando Revista GRUPPEM - jornalismo que vale a gente brincou sobre os Você acha que a formação pra qualquer um dos dinossauros é um acadêmica prepara o estudante para usar a veículos, a ética é modo carinhoso de internet como fonte? uma só” falar com as pessoas mais antigas. O modo de fazer rádio de fazer Cláudio Nicolini - Eu não sou do jornalismo, mudou, está mudando. tempo da internet na faculdade, E que essa geração venha sempre numa visão dos alunos, o que eu com ética, mantendo a credibilidade vejo são novas disciplinas ligadas que a nossa profissão exige, por que à internet, a única coisa que eu um dia que o jornalismo perder a acho é que tem que ensinar a ética credibilidade, um abraço. “Independente de internet, ética você tem ou não”, acredita do jornalismo que vale pra qualquer Nicolini. um dos veículos, a ética é uma só.
Cláudio Nicolini
Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
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Matéria Especial
Flávia Giovana Revista GRUPPEM - O que você achou do tema da palestra?
atento nisso, ficar ligado no que está acontecendo no Brasil, na sua cidade. Um encontro como esse serve para que o aluno vá atrás das informações aqui discutidas. A dificuldade do estagiário é saber o que funciona na cidade dele, o que é um departamento de prefeitura, etc. Saber o que acontece numa redação por que é diferente, pois é aí que voce vê a dificuldade do estagiário, de formular uma pergunta, de achar a pauta. Espero que a gente tenha contribuído para que vocês se esforcem cada vez mais, tanto na vida acadêmica quanto na vida profissional.
Bruno Castilho / Revista GRUPPEM
Flavia Giovana - Eu acho que por ser discutido na faculdade é importante, pois fala do futuro do rádio na internet, principalmente aqui é importante discutir com os alunos. A ética na profissão a credibilidade que nós damos para a nossa fonte. A informação no rádio está crescendo, então a internet hoje é uma grande aliada, mas é preciso usar isso como algo que vá fazer bem para o rádio e que não vá banalizar a “A internet só dá o meio Flavia Giovana - Isso seria muito informação. Uma de você criar uma pauta Revista GRUPPEM complicado, pois os veículos - Com o advento da competem pela busca do furo, palestra como essa e levantar um assunto, internet, você acha busca da informação, muita gente devia ser feita outras não de elaborar uma que o ouvinte da segura a informação. Isso não seria vezes, como o Sidney noticia ou uma radio migrou para a possível, pois é preciso uma equipe havia falado, mesmo com o pouco numero entrevista e colocar no internet? especifica. A junção seria impossível de alunos, essas ar” por causa da competição entre as palestras deviam ser mais Flavia Giovana - A rádio tem emissoras, unir as mídias do Vale freqüentes pois agregam ouvintes fiéis, a programação é nisso eu não creio. Mas juntar conhecimentos tanto para o aluno diferente, existe rádio jovem, rádio jornalistas capazes de fazer esse quanto para o profissional. sertaneja, popular, o “você tem que buscar blog, isso sim deveria ouvinte é fiel. Mas e o conhecimento é conhecer, e não Revista GRUPPEM - O que você existe aquele ouvinte poderia ser vinculado espera ter contribuído para os que liga o rádio, como que dá base pra isso, para ter as que não características dele e alunos nessa palestra? foi aqui discutido, que para liga o rádio pra saber coloquemos noticias crescer como um Flavia Giovana - Eu trabalho com noticia da estrada, do constrangedoras no veículo a parte. muito estagiário lá na tempo. Então a ar”. Metropolitana, esses encontros são muito importantes, deveriam ter importância de você ter um Revista GRUPPEM - Você acha mais vezes. A maior dificuldade é planejamento pra conquistar o seu que a formação acadêmica prepara fazer com que o estagiário saiba ouvinte. Creio que o ouvinte não o estudante para usar a internet lidar com a dificuldade do dia a dia, brigou, por que a internet é uma como fonte? a gente aprende as coisas mesmo aliada, ela é um complemento, por Flavia Giovana - A faculdade dá na rua. Essa discussão, essa que o radio você leva pra onde você uma base sim, é o que eu coloquei, quiser. Por que quem gosta de rádio contribuição contando como é a a faculdade passa à ética e o gosta, quem não gosta ouve apenas nossa carreira, de como funciona para se informar. Isso reflete no e s t u d a n t e “A informação no rádio uma redação de jornal impresso, de caso da internet acabar com o jornal tem que está crescendo, então a rádio, isso é uma contribuição muito impresso. Há variações, mas tomar o grande, mostra para o aluno que ele internet hoje é uma migração total não. cuidado de tem que buscar a informação. Essa buscar a grande aliada, mas é formação a universidade não dá e Revista GRUPPEM - O jornalista informação preciso usar isso como somos nós que temos que passaClaudio Nicolini falou que se tivesse e dar a algo que vá fazer bem las, saber o que está acontecendo dinheiro, faria um blog de noticias. credibilidade no mundo, nem na cidade, pois o para o rádio e que não Atualmente o Vnews é o único blog pra fonte. É radio esta ficando muito regional, é banalizar a de noticias aqui, você acha que o caráter e a vá preciso o aluno saber da sua Uma seria possível os veículos do Vale ética do informação. cidade. Como funciona uma se unissem para criar um blog de profissional palestra como essa Câmara, uma Prefeitura, então toda noticias? que vai devia ser feita outras a experiência que a gente pode definir isso. passar pra vocês, é importante ficar vezes”
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Revista GRUPPEM - O jornalista se acomodou em elaborar pautas com o advento da internet? Flavia Giovana - Na minha opinião, isso acontece mais nas redações de jornal impresso. Rádio e TV ainda são um meio da gente levantar algumas pautas, mas na hora de você colocar informação pro ouvinte, é preciso ir pra rua. A internet só dá o meio de você criar uma pauta e levantar um assunto, não de elaborar uma noticia ou uma entrevista e colocar no ar. Ela dá apenas a idéia. Rádio e TV precisam de voz diferente de jornal impresso, dessa forma é preciso ir pra rua. Hoje é preciso falar de tudo, a Metropolitana está em Taubaté, mas ela fala do Vale todo, o numero de informação aumentou, dessa forma é preciso escolher, algumas nós apuramos por telefone e outras é preciso ir pra rua. Acredito que não seja preguiça mas pelo acumulo de informação. Revista GRUPPEM - O que você deseja e espera para os alunos que estão no curso de jornalismo? Flavia Giovana - Que vocês leiam mais, assistam mais jornal. O que eu encontro na Metropolitana é falta de informação do estagiário do que acontece na sua cidade, são coisas que eles não buscam; como funciona uma partida de futebol, como que funciona uma Câmara Municipal, como que funciona uma Prefeitura. Não conhece nada da cidade, qual bairro é precário qual bairro que não é. E hoje a noticia esta cada vez mais regional e o aluno não deve ficar só na região, mas no Brasil também, saber o que está acontecendo na economia do Brasil, as noticias principais. Muitos estudantes não lêem, não procuram saber da região onde vivem. Aí acontece que uma noticia está acontecendo e o aluno não está sabendo de nada, daí pergunta – Quando está acontecendo isso? Então o aluno deve estar antenado a tudo. A grande preocupação é se o aluno está atento a tudo que acontece. Que eles busquem cada
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vez mais, por que a faculdade oferece uma faculdade boa, mostra como fazer e conduzir uma entrevista, todas as técnicas, mas a prática depende de cada um, saber tirar da fonte aquilo que você quer, com ‘jeitinho’, sem ser grosso com ela. Você saber como abordar uma pessoa num assunto mais difícil. Então isso a faculdade não te dá, e você tem que buscar e o conhecimento é que dá base pra isso, para que não coloquemos noticias constrangedoras no ar.
José Caetano - Olha, essa é uma pergunta interessante, não dá pra saber. Como também não dá pra saber o que a internet nos espera. Como eu já tinha dito, durante a mesa redonda, tudo que se fala de internet é profetismo, um exercício de futurologia. Eu acredito também que as faculdades tenham iniciado a preparar o aluno, por que ninguém sabe o que vai ser da internet no futuro. Eu acredito que só no fato da Unitau ter uma matéria no currículo que é o Jornalismo online o jornalismo web, então já está preparando pra isso.
José Caetano
Revista GRUPPEM - Então por causa do advento da internet, o jornalista se acomodou na José Caetano - O tema “Eu acredito que o ra- elaboração de da palestra da pauta? conversação na verdade dio vai existir por foi que o debate é muito muito tempo, por que José Caetano interessante, é atual. a internet não faz Esse fenômeno Tem que ser aberto essa parte da realidade existe, os discussão em relação a brasileira” jornalistas estão mais sentados. rádios na internet. A internet é um Eu não diria que acomodaram-se na meio de comunicação novo, tem realização pauta mas acomodaramque ser investigado. Então já estava se na investigação em si. Hoje é mais que na hora de ter um debate muito mais fácil você pela manhã sobre essa ligação de rádio com ver o que está circulando nos sites internet. noticiosos ou portais e então pautar o seu dia de matéria, e às vezes Revista GRUPPEM - A partir dessa não precisa sair da mesa e você confirmação, o que você espera ter consegue informações suficientes, agregado para os alunos, apesar do claro, pífias, mas se for pra publicar pouco numero de alunos na algo você tem. Contudo o jornalista palestra? é o cara que está investigando mesmo, mas é verdade, a internet José Caetano - Foi boa a presença veio pra dar uma ‘preguicite aguda’ dos alunos de primeiro ano em alguns jornalistas. inclusive, por que já começam a faculdade com uma outra visão. Eu Revista GRUPPEM - Os ouvintes espero ter passado para os alunos de rádio migraram para a internet e que o ramo do jornalismo e da comunicação em sim, é muito amplo. E a gente tem esse campo novo da internet pra estudar, pra fazer algo diferente, fazer algo novo e não ficar apenas nos blogs e nos podcast, mas fazer algo. Eu espero que eu tenha deixado isso. Revista GRUPPEM - O que você achou do tema da palestra?
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Revista GRUPPEM - Então você acha que a formação acadêmica está preparando o estudante para usar a internet como fonte?
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fez com que o radio “A internet é um meio Revista GRUPPEM - vai depender dos anos de carreira. fosse desvalorizado, de comunicação A ética no jornalismo Mas eu espero que a faculdade nos ou você não concorda diminuiu com o de pelo menos esse potencial de novo, tem que ser advento da internet? com isso? sermos bons jornalistas. E o fato investigado”José Caetano - Na verdade, não deu ter começado pelo caminho José Caetano - Não eu não que a ética tenha diminuído. errado como eu havia dito [na concordo com isso, o rádio continua Falando em ética no jornalismo no palestra], exerço a profissão pra sendo muito valorizado, aqui no Brasil isso é muito recente. Temos depois procuro a formação. A interior talvez nem tanto, mas se apenas 200 anos de imprensa e formação ela é necessária e não dá você está nos grandes centros e “A idéia existe, a pra trabalhar na área voce passa mais de três horas por pouquíssimos anos de sem ter informação da no transito, o rádio é a sua única cursos jornalismo idéia é boa, a idéia teórica mesmo, companhia em termos de o f i c i a l m e n t e é fantástica! Eu vejo formação acadêmica comunicação ali. Eu mesmo já tive estabelecidos. Então o que os alunos da sobre jornalismo. a experiência de morar e trabalhar jornalismo foi exercido U n i v e r s i d a d e Jornalismo hoje é para em São Paulo. E eu era fiel a uma durante anos por boas cabeças, para nós poderiam criar um rádio todos os dias, no horário do pessoas que não eram estudamos, muito que rush, tinha um programa que era jornalistas oficialmente blog continue estudando muito bom, era 15 FM bem de formação, ás vezes respeitado, com muito, lendo muito. E interessante com noticia, até bons jornalistas. A noticias se eles que tenham um entrevistas. Então eu acredito que questão de ética eu correrem atrás, se alicerce, não dá pra o radio vai existir por muito tempo, creio que ela tenha quiserem fazer algo começar do meio do por que a internet não faz parte da iniciado mais nos meios nada, pegar um microfone e sair realidade brasileira. O Brasil é o país acadêmicos. Agora a bom” com mais horas navegadas na internet é um novo meio para se falando, tem que estudar. internet, onde as pessoas ficam quebrar as regras, como tudo que mais tempo navegando, mas numa existe por aí, existe meios de se realidade que mais de 200 milhões quebrar as regras, mas o respeito de pessoas, 80 milhões tem pela ética não depende da criação Revista GRUPPEM - O que você acesso a isso. Então é muito de novos meios. Eu acho que achou do tema da palestra? pequeno e o rádio todo mundo tem. aqueles que sempre quebraram as leis éticas sempre vão continuar Sidney Barbosa - A cada dia da Revista GRUPPEM - O jonalista quebrando, agora cabe aos novos profissão a gente tem que se Claudio Nicolini havia afirmado na que façam o seu trabalho direitinho. atualizar, apesar de estar a 32 anos de vida no rádio, eu considero a palestra que se ele tivesse dinheiro para criar um blog de noticias ele Revista GRUPPEM - Você já internet uma das principais criaria. Você acha que seria possível exerce a profissão de jornalista, mas ferramentas, só que ela tem que ser as mídias do Vale se unissem pra agora está buscando a informação, bem utilizada, principalmente por o que é que você deseja e espera vocês estudantes, não fique criar esse blog? tanto pra nossa sala quanto para pensado que internet vai resolver José Caetano - A idéia existe, a os alunos que estão se formando tudo vai resolver em partes, o caminho é esse idéia é boa, a idéia é fantástica! Eu em jornalismo? vejo que os alunos da Universidade poderiam criar um blog muito José Caetano - Eu poderia dizer Revista GRUPPEM - Você tinha respeitado, com noticias se eles que eu espero uma preparação para dito no inicio da palestra que estava correrem atrás, se quiserem fazer o mercado de trabalho, mas isso é decepcionado com o numero de algo bom. Em relação aos grupos ridículo, cada um vai buscar exercer alunos, mas no que você espera ter de mídia, eu acho um pouco difícil a profissão no meio r vai aprender contribuído para os alunos? de acontecer, na realidade o que eu muita coisa assim, na raça. Mas existe é certa concorrência, que foi eu espero que a faculdade sirva de Sidney Barbosa - Eu até peço falado muito bem na mesa redonda, longo alicerce. Por que nenhum desculpas, a gente fala coisa que existe uma concorrência com os prédio, nenhuma casa é não deve, eu não tenho nada a ver repórteres do meio. Se fosse unir conseguido sem o alicerce. Que com isso, cada um é responsável essa galera pra fazer um resumo seja um alicerce sólido, pelos seus atos. Mas eu entrei aqui de noticias é complicado. Contudo principalmente na questão ética por na faculdade com 45 anos, não sei alguém pode fazer, existe essa que a pessoa sai daqui com por que, mas a turma em que eu caí era mais interessada, a gente possibilidade e eu vejo que ela é capacidade de ser um bom jornalista, sai com um potencial tinha interesse em participar. Não interessante. para ser um bom jornalista. Agora é o só o caso da palestra da se vai ser um bom jornalista ou não, Comunicação em relação o rádio na
Sidney Barbosa
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Matéria Especial
“O rádio sem que se você receber Sidney Barbosa - Olha, a cada vez dúvida continua uma informação da que eu venho ao Departamento, eu internet, que pode ser aprendo mais, eu cheguei aqui com sendo o veiculo uma pauta boa e 45 anos, foi muito difícil, meus mais ouvido, mais adaptá-la para a filhos, minha esposa era contra, eu utilizado em linguagem do radio, a não aceitava ter que vir para buscar do a formação, não tive incentivo, não qualquer lugar no linguagem impresso, a linguagem tive apoio. A gente brincou na mundo seja no da televisão, sem palestra sobre os dinossauros, e eu deserto, no meio problema ela pode ser ouvia muito isso. “Ah, você vai ser da guerra, sempre usada o mesmo dinossauro, vai lá e não Revista GRUPPEM vai ter um rádio lá” vai aprender nada.” E eu quero dizer Com o advento da Revista GRUPPEM - “Tem muita gente a todos os nossos internet, você acha que o ouvinte da A falta de ética no com a barriga colegas futuros jornalistas radio migrou para a internet e o rádio jornalismo aumentou encostada atrás da tem que estudar com deixou de ter o poder que ele tinha? muita perseverança, com com o advento na mesa agora, muita força de vontade. Sidney Barbosa - Não, de jeito internet? puxando o que Tem hora que dá vontade nenhum. O rádio sem duvida Sidney Barbosa - interessa pra ele de jogar tudo pra cima, de continua sendo o veiculo mais Ah, jornalista – da internet, isso ir embora, mas quando ouvido, mais utilizado em qualquer radialista, sempre foi faz com que a você cai na real, você vê lugar no mundo seja no deserto, no que vale a pena, hoje uma categoria muito meio da guerra, sempre vai ter um de nenhuma emissora de desunida é ‘lobo profissão rádio lá. E a internet possibilitou comendo lobo’, falta jornalista deixe de rádio está admitindo um mais ainda o seu acesso em muita ética, um ser o que é locutor que não seja relação ao rádio normal, mas acho desrespeito, com o esperado” jornalista, é o caso da emissora que todas as rádios daqui um tempo internet, pode ter sido pelo dia, um sábado, a moçada chega cansada da balada, enfim, deve haver mais participação nas atividades extracurriculares, que é o caso de palestras e debates.
vão estar interligadas, ainda mais com o rádio no celular isso vai ser mais explorado. Revista GRUPPEM - O jornalista de acomodou com a elaboração de pauta com o advento da internet? Sidney Barbosa - Ah claro, claro! Tem muita gente com a barriga encostada atrás da mesa agora, puxando o que interessa pra ele da internet, isso faz com que a profissão de jornalista deixe de ser o que é esperado. Só se faz um bom jornalismo, uma boa reportagem, no local dos fatos, e o rádio pelo eu imediatismo, ele fala através do celular, do orelhão, do Nextel e do próprio rádio. Revista GRUPPEM - Você acha que a formação acadêmica prepara o estudante para usar a internet como fonte? Sidney Barbosa - Eu acho que sim, em alguns momentos somos obrigados a contradizer, o jovem usa hoje a internet como se tomasse uma Coca – Cola, um refrigerante, você tem que utilizar essa ferramenta de forma boa, claro
Revista GRUPPEM
advento da internet isso aumentou, eu não gosto de falar muito de ética, pois, hoje aqui no Brasil pra ser uma pessoa ética é muito... Principalmente no nosso ramo de Comunicação.
Revista GRUPPEM - O jornalista Claudio Nicolini falou que se tivesse dinheiro, faria um blog de noticias. Atualmente o Vnews é o único blog de noticias aqui, você acha que seria possível os veículos do Vale se unissem para criar um blog de noticias?
onde eu trabalho. Lá não aceita profissionais que não sejam jornalistas. Então o caminho é esse, e parabéns pela iniciativa do trabalho de vocês. Volto a insistir, tenham paciência, calma, tranqüilidade, você vai ouvir assim. “Olha você está se formando em jornalismo, não tem emprego”. Mentira, se você fizer um bom curso, brigar pelos seus direitos, defender suas teses, sair por aí, criar pautas, eu garanto que você vai conseguir um bom emprego. Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Sidney Barbosa - Ah, eu acho impossível, concorrência, problemas empresariais o patrão não fala com o patrão de outra emissora. Mas se o Nicolini quiser montar esse blog ele consegue, foi colocado no inicio da palestra que é um investimento alto, mas é um investimento que vai dar retorno. Revista GRUPPEM - O que você espera e deseja para os alunos do curso de jornalismo?
Novembro de 2008
11 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Entrevista
Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Em Taubaté, há sete anos a Rádio Comunitária Liberdade FM opera na sintonia 104,9 Mhz com o aval do Ministério das Comunicações. Uma rádio comunitária tem por objetivo atender as necessidades da comunidade onde ela foi instalada. É um canal de comunicação para que os moradores possam discutir, debater e procurar soluções para os próprios problemas. Muitas emissoras comunitárias passam por dificuldades financeiras, a Liberdade FM não foge à regra. Longe do bolo publicitário e da briga por audiência a rádio sobrevive de trabalhos voluntários para preencher sua grade de programação. Por vezes, alguns desses voluntários não são da comunidade local e deixam em segundo plano a missão da emissora em oferecer ao bairro do Alto de São Pedro a oportunidade de debater seus reais problemas. Seu Gilberto Rodrigues da Silva, diretor da entidade mantenedora da emissora, nos conta nessa entrevista, como funciona, quais as dificuldades e como a rádio Liberdade FM trabalha a questão dos serviços prestados à comunidade local. Carlos Henrique dos Santos Júnior
Revista GRUPPEM - Como foi fundada a rádio comunitária ‘Liberdade’, de Taubaté?
Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Seu Gilberto – Como eu trabalhei em rádio AM e FM por uns dez anos,e como andar da carruagem surgiu que eu ia ter o serviço de radiodifusão comunitária. Eu tinha um serviço de som, então pensei por que não uma rádio comunitária que vai trabalhar na cidade. Aí, eu procurei saber o que era necessário, fazer a documentação, fazer a associação e a gente pôs a mão na massa, constituí uma entidade com o nome de Rádio Liberdade Comunitária, registrei, dei entrada
nos lugares certos, nos órgãos públicos, Receita Federal, Anatel, aí foi pra Brasília e ficou rodando. Daí, veio a lei que instituiu a rádio comunitária, a lei 1.912, em junho de 98. Eu comecei em 97, então estava com a documentação em dia, dei entrada e passado o tempo, eu tive a comunicação da habilitação da rádio, smepre cumprindo as exigências do Ministério das Comunicações. A lei veio em 98, em 99 a gente já estava quase com a rádio montada, aguardando a liberação da norma complementar, então pela norma 98, a gente passou a ter a rádio como experiência. Revista GRUPPEM - Qual a infraestrutura da rádio? Seu Gilberto – O acervo musical toda a vida eu tenho, eu tenho uma propriedade assim, um acervo de musicas nacionais e internacionais, porque eu coleciono desde 1950 e pouco,
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então tem coisa histórica. Eu passo ali, porque pra atualizar é fácil, o problema é pegar coisas do fundo do baú. É isso que dá audiência pra rádio. Eu sou técnico formado em eletrônica, então a mão-de-obra quase não teve custo e a aparelhagem caseira é praticamente o que se usa em uma rádio comunitária. A única coisa que muda é que a rádio comunitária tem que ter um transmissor, um gerador, uma torre e uma antena, o resto é normal, é um toca-CD, um tocadisco, um gravador de fita, um reprodutor de fita, um rádio AM/FM para poder monitorar o som da rádio e só isso aí é suficiente. E os microfones que são principais, que são coisas baratas e a equipe de voluntários, porque sozinho você não consegue. Revista GRUPPEM - Qual o vínculo das pessoas que participam da produção dos programas com a rádio?
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12 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Entrevista
Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
para os poderes públicos e alguma campanha, porque a rádio está sempre disposta a fazer esse trabalho para a comunidade, porque a rádio comunitária deve estar voltada para a comunidade, por isso a gente tem as portar abertas para as comunidades onde a rádio está servindo. Como Taubaté não tem outra rádio comunitária legalizada, no momento, há 7 anos, a nossa é a única, a gente presta serviço para a cidade toda. Revista GRUPPEM - Qual o público-alvo dos programas produzidos pela ‘Rádio Liberdade’?
Revista GRUPPEM - Como é constituída programação da ‘Rádio Liberdade’? Seu Gilberto – Ela funciona assim, com voluntariado e coma grade de programas muito bom, sertanejo, jornalismo, esporte, música romântica, música para todos os gostos. Então ela tem 10 programas diários, de segunda a sexta, com variação no sábado e do domingo, que muda o esquema de alguns programas. E aos sábados e domingos, os voluntários, pra eles é um lazer. Revista GRUPPEM A comunidade participa ativamente da produção dos programas rádio? Seu Gilberto – A comunidade participa mais na parte social de eventos, de utilidade pública, achados e perdidos, reclamações
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Revista GRUPPEM - Como a comunidade auxilia a rádio? Seu Gilberto – A comunidade não tem condições de arcar com contribuições financeiras porque nós moramos em um bairro, onde todas as pessoas são Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Revista GRUPPEM - Quais dificuldades a emissora enfrenta para se manter no ar? Seu Gilberto – É difícil, porque a rádio tem que sobreviver de apoios culturais. Como a lei é rígida pra rádio comunitária, tem um limite, e esse limite não deixa que a gente consiga ter um apoio cultural, porque é muito restrito, então, tornase restrito. A rádio comunitária, as rádios comunitárias do Brasil, vivem com dificuldade, por causa dessa exigência que deixa muito a desejar, da parte de um apoio cultural. Tem muita limitação, então isso aí tornase difícil. Hoje, por exemplo, eu mantenho a rádio às minhas custas. Revista GRUPPEM - Como essas adversidades são enfrentadas? Carolina Ochoa / Revista GRUPPEM
Seu Gilberto – A gente que tem uma boa amizade, um bom conhecimento, foi fácil de recrutar os amigos, e muitos deles continuam até hoje com a gente, e outros vieram, a universidade por exemplo, a Unitau, chegou junto também com a parte de alunos. Os alunos vieram aqui pra conhecer, então a gente une o útil ao agradável, a unitau chegou com os alunos e a gente deu seqüência ao jornalismo e esporte.
Seu Gilberto – É todo nível, todas as faixas etárias, todas as faixas de camadas sociais. A gente tem conhecimento de audiência desde a pessoa mais simples a pessoa do nível social mais alto da cidade, nós temos aí autoridades, políticos, religiosos, que compõem a programação da rádio, porque ela agrada a todos porque tem variação.
Seu Gilberto – Posso dizer que a maior parte do meu tempo eu dedico à rádio, porque eu levanto às 5h, 5h30, no máximo, e vou dormir 00h30. Há 7 anos estou assim, e estou chegando no limite, porque a gente parte do objetivo de ter uma nova geração pra rádio. Como a gente tem um prazo, 2009, no começo de 2009 a gente vai diminuir essa carga e vai ser apenas um voluntário e não um dirigente.
trabalhadoras. Hoje em dia, tem muitas pessoas desempregadas, então tudo isso aí torna difícil formar um quadro de associados e exigir que circule uma mensalidade; Hoje eu venho mantendo a rádio sem passar essa obrigação para quem quer que seja. Revista GRUPPEM - Qual a importância da divulgação das rádios comunitárias? Seu Gilberto – Agradeço por você fazerem esse trabalho, porque muita gente não sabe o que é uma rádio comunitária e através de uma entidade ela deve passar pra muitas pessoas isso aí e pra gente é muito gratificante, porque você sente um desabafo quando fala qualquer coisa que você ta teimando em ter e somente Deus sabe como.
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13 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Iniciação Científica
A atuação das rádios comunitárias na região do Vale do Paraíba RESUMO: Hoje em dia, o número de rádios comunitárias tem crescido em todo Brasil. Paralelo a isso, o número de rádios não autorizadas também vem crescendo no cenário nacional, quer por dificuldades de conseguir concessão ou por má fé. Este trabalho pretende realizar um levantamento das emissoras comunitárias da região do Vale do Paraíba. Pretendemos gerar um mapa das emissoras legalizadas e não legalizadas da região, há quanto tempo estão no ar e a quais comunidades estão ligadas. Avaliar tempo de concessão e programação. Determinar as relações sócio-políticas da emissora com a comunidade. Determinar a relação da comunidade com a emissora. Este projeto pretende gerar um artigo crítico sobre os objetivos comunitários dos programas das emissoras, um “manual” de como realizar programas comunitários e um “manual” de como promover a participação efetiva da comunidade na programação de uma rádio comunitária. Bruno Castilho / Revista GRUPPEM
A pesquisa foi desenvolvida pelos alunos integrantes do Núcleo de Pesquisa do GRUPPEM, que cursam o 1° ano de Jornalismo matutino, Fernanda Carolina Rocha e Ricardo Gimenes, sob orientação da professora Adriana Rodrigues, e foi apresentada no Encontro de Iniciação
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Científica do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté. Fernanda Carolina Rocha, também apresentou o trabalho na abertura do 3° Encontro de Rádio, que teve como tema “Informação em tempo de Internet”.
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14 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Iniciação Científica
A linguagem na rádio comunitária e sua real interação com o ouvinte
A pesquisa foi desenvolvida pelo aluno integrante do Núcleo de Pesquisa do GRUPPEM, que cursa o 2° ano de Jornalismo matutino, Carlos Henrique dos Santos Júnior, sob orientação do professor Jefferson de Moura, e foi apresentada no Encontro de Iniciação Científica do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté. Carolina Girotto Ochoa, integrante do GRUPPEM e aluna do 2° ano de Jornalismo noturno, apresentou o trabalho na abertura do 3° Encontro de Rádio, que teve como tema “Informação em tempo de Internet”.
Bruno Castilho / Revista
Resumo: Hoje, a programação das rádios comunitárias se assemelha ao das rádios comerciais, tanto na forma como no conteúdo. Este projeto tem como objeto de pesquisa as emissoras comunitárias da região de Taubaté, Pindamonhangaba, Santo Antonio do Pinhal e Roseira. Pretendemos avaliar as relações sócio-políticas das emissoras com a comunidade, a grade da programação e seu viés comunitário, considerando se elas se comportam como rádios comunitárias ou como emissoras comerciais de segunda categoria. Avaliaremos também, a participação de profissionais de rádio nos programas e seu envolvimento efetivo com a comunidade. Não há intenção, neste trabalho, de criticar gêneros e formatos de programa. O objetivo é verificar se uma suposta tentativa de “profissionalização”, que busca oferecer uma estética mais próxima às rádios comerciais, inibe a efetiva participação da comunidade, limitando a liberdade de atuação.
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Revista GRUPPEM
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15 Rádios comunitárias: um exercício de cidadania?
Normas para Envio de Artigos
Normas para elaboração e envio de artigos para a Revista GRUPPEM A Revista GRUPPEM é uma publicação mensal do curso de Jornalismo, do Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté. Aceita produções científicas de seus docentes e discentes, bem como de outros autores nacionais e internacionais. Não há obrigatoriedade de o trabalho ser inédito, podendo ter sido publicado em outros veículos. Os trabalhos encaminhados à revista serão analisados pelo Conselho Editorial, conforme a sua especialidade e serão avaliados segundo os seguintes critérios: 1) Relação com os temas da Revista; 2) conteúdo técnico-científico; 3) relevância; 4) clareza e qualidade da redação; 5) qualidade e adequação do referencial teórico utilizado. Os artigos assinados, assim como a exatidão das referências bibliográficas, são de responsabilidade exclusiva dos autores e as opiniões e julgamentos neles contidos não expressam necessariamente as posições do Conselho
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Editorial.
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