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DEU NA IMPRENSA

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Deu na imprensa Hoje é dia delas celebrarem e pedirem mais igualdade

IGUALDADE NO

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DIA DAS MULHERES

Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, o setor automotivo tem nas mãos um desafio muito maior do que o de entregar mimos às suas funcionárias: oferecer equidade de oportunidades e um ambiente justo para que estas profissionais desenvolvam suas carreiras. O nível de satisfação tem grande potencial para melhorar. Em pesquisa com leitoras feita entre 3 e 6 de março, Automotive Business constatou que 63,6% das respondentes já se sentiram prejudicadas em sua vida profissional no setor automotivo por causa dos preconceitos e vieses inconscientes presentes nas organizações e lideranças. Não é para menos: apesar do público feminino ser o principal responsável pela decisão de compra de carros, esta indústria ainda é um terreno pouco desbravado pelas mulheres. Entre fornecedores e fabricantes veículos, apenas 19,7% da força de trabalho é 14 | www.portalinterbuss.com.br • Do Automotive Business <automotivebusiness.com.br> feminina. Na alta liderança das organizações, este porcentual encolhe para tímidos 6% de participação das mulheres. Os dados são do estudo Diversidade no Setor Automotivo, realizado por Automotive Business e MHD Consultoria em 2019 a partir de entrevistas com 89 companhias do segmento. Diante de um cenário tão adverso, a única opção para as empresas do segmento é assumir a responsabilidade pelo problema e se empenhar para tornar seus ambientes mais acolhedores às mulheres e à diversidade. Esta é a recomendação dada por Antonio Filosa, presidente da FCA América Latina, durante entrevista para o especial Liderança do Setor Automotivo, que vai ao ar nos próximos dias em Automotive Business “Precisamos espelhar a sociedade que queremos servir. É uma responsabilidade ética, mas também uma questão de mercado: se mais de 50% dos consumidores são mulheres e pessoas negras, porque não temos esta representação nas lideranças das empresas? É obrigação do setor mudar”, defende. Para o executivo, o pensamento precisa ser pragmático: se a indústria tem um desafio quando se trata de equidade, ela precisa também assumir a responsabilidade por construir a solução. Quem tem um olhar parecido é Pablo Di Si, presidente da Volkswagen América do Sul:

“Temos um problema na indústria automotiva quando se trata de diversidade. Isto não acontece porque as pessoas são contra a mulher, o negro ou o homossexual. O que falta são as políticas para incluir estas pessoas, para entregar o que estes grupos precisam no trabalho, as coisas que permitem que todos se sintam à vontade em estar na empresa”, resume.

Se lideranças estão engajadas, o caminho é adotar ações afirmativas e políticas capazes de tornar as empresas mais convidativas para o desenvolvimento de carreiras femininas e, assim, capazes de reter estes talentos.

Cancelamento de participações de algumas montadoras já ditavam o tom para este ano

SALÃO DE SP

CANCELADO

• Do Automotive Business <automotivebusiness.com.br>

Após o alto número de desistências na participação do Salão do Automóvel de São Paulo este ano, as montadoras decidiram por unanimidade adiar o evento para 2021, sem no entanto confirmar qual será a nova data. Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea, a decisão foi tomada em consenso de todas as empresas associadas, “as que iam e as que disseram que não iam”, levando em consideração a necessidade de mudar o evento diante das tendências globais que afetam o setor e, principalmente, para reduzir os altos custos do evento.

“O setor gasta de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões em um salão. É legítimo discutir se faz sentido gastar valores tão elevados em um momento que precisamos fazer grandes investimentos em novas tecnologias, redução de emissões e eficiência energética. Temos ainda grande ociosidade nas fábricas, não alcançamos o crescimento que

www.portalinterbuss.com.br | 15 precisamos e as matrizes não podem mais enviar recursos para cá diante dos pesados investimentos que precisam também realizar lá”, afirma Luiz Carlos Moraes. Nos custos mencionados, Moraes explica que estão envolvidos muitos gastos diferentes, que excedem em muito os valores pagos pelo aluguel do espaço da organizadora oficial do evento, a Reed Exhibitions Alcântara Machado, que cobra R$ 450 por metro quadrado locado no pavilhão São Paulo Expo, onde o evento vinha acontecendo desde 2016. “Cada marca investe a soma que deseja em seu estande, são muitos fatores envolvidos, tem a contratação de pessoal, pagamento pela presença de artistas e pilotos, também custa muito caro importar ou fazer protótipos para o salão. Enfim, é necessário fazer um evento que represente as tendências globais do setor, mas que seja mais barato.”, afirma o presidente da Anfavea. Moraes insiste que “o salão foi adiado, não cancelado”, embora a data de realização do evento em 2021 não tenha sido definida. “Mas queremos fazer isso logo. Já na semana que vem vamos nos reunir com as associadas e a Reed para estudar propostas para um novo salão, com novo formato e novo público. Esperamos anunciar o mais rápido possível”, promete. Ele acrescenta que a Oica, a Organização Internacional dos Construtores de Veículos, já foi informada sobre o adiamento, e não cancelamento, do salão brasileiro. No auge da mais recente crise econômica no Brasil, em 2016 foi realizado o primeiro salão no espaço do SP Expo com quase todas as fabricantes e importadoras presentes. Na edição seguinte do evento, em 2018, cinco marcas desistiram de montar seu estande, mas o salão continuou grande, talvez mostrando os últimos suspiros de uma pujança que o setor não tinha mais em seu caixa, esvaziado por anos de vendas em queda livre e rentabilidade baixa ou negativa. Não fosse por isso, é certo que ninguém estaria discutindo os custos deste salão – como não se discutiu em momentos piores do que o atual.

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