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DEU NA IMPRENSA
Deu na imprensa Crise do coronavirus vai impactar mercado severamente
QUEDA NA
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PRODUÇÃO
Será grande e multifacetado o impacto do agravamento da pandemia de coronavírus na indústria automotiva brasileira. Trabalho dos consultores Paulo Cardamone e Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, divulgado na sextafeira, 20, indica que a produção de veículos leves (automóveis e utilitários) deverá recuar a patamar pouco inferior ao de 2017, para 2,67 milhões de unidades em 2020, ou 4% abaixo de 2019, revertendo a expectativa do fabricantes, que era de crescimento de 7%, para 2,8 milhões. Os consultores ponderam que o desempenho poderá ser ainda pior se as paralisações já anunciadas de linhas de produção no País entre este mês e o próximo forem estendidas por mais tempo. Eles fizeram a projeção de redução da produção considerando que o pico da disseminação do coronavírus vai acontecer nos próximos 30 a 45 dias e estabilização da propagação só viria no último trimestre de 2020. Mesmo sem as interrupções nas 14 | www.portalinterbuss.com.br • Do Automotive Business <automotivebusiness.com.br> fábricas, o desempenho da produção brasileira de veículos já estava prejudicado pelas exportações reduzidas em função da recessão dos mercados com os quais o Brasil se relaciona, além da provável falta de peças importadas. A paralisação nos últimos meses de empresas em Wuhan, epicentro da pandemia do Covid-19 e sede de grande parte dos fornecedores chineses de autopeças, já se fez sentir nas fábricas mais próximas, com falta de componentes para montadoras na Coréia do Sul e Japão. No Brasil, onde a maioria das operações deverá parar nas próximas semanas, os efeitos dessa quebra de fornecimento continuarão a ser sentidos nos próximos dois ou três meses, dizem os consultores. “A busca pela recuperação futura da produção perdida está fora do radar neste momento e será dependente de improvável retomada mais acelerada das vendas e de custos maiores causados principalmente pela desvalorização cambial”, dizem os consultores da Bright. Os consultores da Bright avaliam que a recessão econômica global causada pela pandemia afetará com força o mercado brasileiro de veículos leves. As vendas de carros novos ou usados vão cair tanto pela perda de produção quanto pela falta de compradores. Levando em conta o cenário atual, a consultoria estima que serão vendidos este ano no País 2,61 milhões de veículos leves, nível próximo ao de 2018 e 3% menor em relação a 2019, também revertendo as expectativas dos fabricantes, que esperavam mercado 9% maior este ano. O resultado positivo previsto de aproximadamente 600 mil emplacamentos no primeiro trimestre, que representa alta de 5% na comparação com os mesmos três meses do ano passado, deverá ser revertido ao longo dos próximos meses de queda. Primeiro, a aplicação de quarentena e regimes de emergência para conter o contágio já faz cair naturalmente a demanda por automóveis, pois as pessoas não sairão de casa e grande parte da rede de concessionárias estará fechada. Mas depois disso os estragos continuam, com tendência de crescimento do desemprego e consumidores inseguros em fazer compras de alto valor ou financiamentos neste momento.
A MAIOR
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CRISE DA HISTÓRIA
• Do Automotive Business <automotivebusiness.com.br>
“Está claro que esta é a pior crise de todos os tempos a impactar a indústria automotiva.” Assim Eric-Mark Huitema, diretor geral da Acea, a associação dos fabricantes europeus de veículos, definiu em comunicado o atual momento do setor em meio à pandemia de coronavírus que está paralisando as linhas de produção no mundo inteiro.
“Com toda as fábricas sendo paralisadas e a rede de revendas fechada, estão agora em jogo os empregos de cerca de 14 milhões de trabalhadores europeus. Pedimos ações fortes e coordenadas em níveis nacionais e da União Europeia para promover apoio de liquidez imediata para as companhias automotivas, seus fornecedores e concessionários”, afirma EricMarkHuitema, diretor geral da Acea.
www.portalinterbuss.com.br | 15 colapso na demanda e o consequente fechamento temporário da maior parte das fábricas de veículos e componentes na Europa. Também estão sendo enfrentados casos de contágio e quarentena entre os empregados. Os 16 grupos fabricantes de veículos associados à Acea têm 229 plantas de montagem e produção em operação nos países da União Europeia, que juntas empregam diretamente 2,6 milhões de pessoas na manufatura. Em toda a cadeia são gerados mais 13,8 milhões de empregos indiretos. “Apreciamos as medidas que já foram anunciadas para o imediato apoio aos trabalhadores e às empresas. Mas precisamos abrir diálogo urgente com o presidente da Comissão Europeia para duas propostas. Primeiro, é necessário adotar medidas concretas para evitar danos irreversíveis ao setor que podem vir com perda permanente de empregos, capacidade de produção, pesquisa e inovação. Em segundo lugar, a Europa precisa estimular a recuperação da indústria, que será um contribuinte-chave para acelerar a retomada da economia europeia como um todo”, defende Huitema. A Acea destacou ainda que também é importante manter o fornecimento de componentes de reposição, bem como a rede de serviços de manutenção, que são vitais para funcionamento de serviços de emergência como ambulâncias, assistência médica, bombeiros, polícia e organizações de apoio. Em todo o mundo a crise financeira causada pela pandemia de coronavirus vai causar grande impacto não só nas compras e vendas mas também nos salários e nos empregos. Muita gente já diz que grandes mudanças vão acontecer e que talvez o mundo nunca mais volte a ser como antes O jeito é esperar para saber como as pessoas que realmente estão com o dinheiro nas mãos vão lidar com as mudanças que já acontecerem e as que ainda estão por vir. A situação é mais grave do que parece.