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DEU NA IMPRENSA

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A IMAGEM MARCANTE

A IMAGEM MARCANTE

As duas associadas vão reduzir capacidade de produção para se adaptar à nova realidade

CORTES PARA SOBREVIVER

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Após divulgar na quarta-feira, 27, um novo plano estratégico global para aproveitar o melhor que cada empresa pode oferecer em desenvolvimento de produtos e desempenho comercial nas diferentes regiões do mundo, nos dias seguintes os dois sócios da Aliança Renault-Nissan (que também tem a Mitsubishi a bordo) apresentaram programas de severo encolhimento de empregados e fábricas, que envolve cortes de custos anuais de US$ 5 bilhões e redução de 2 milhões de veículos da capacidade total de produção total dos grupos nos próximos três anos. A reestruturação é uma resposta para conter os prejuízos que ambas as companhias acumularam no último ano, sensivelmente aprofundados em 2020 pela pandemia de coronavírus. Na contramão da estratégia traçada pelo franco-brasileiro-libanês Carlos Ghosn – principal arquiteto da Aliança Renault-Nissan e hoje fugitivo da justiça japonesa exilado no Líbano –, o 14 | www.portalinterbuss.com.br

• Do Automotive Business

<automotivebusiness.com.br> objetivo das duas companhias não é mais ser o maior produtor de veículos do mundo, mas buscar a sustentabilidade dos negócios (leia-se rentabilidade) para atravessar os anos de penúria que devem vir pela frente. Nesse sentido, na quinta-feira, 28, a Nissan apresentou seu plano de reestruturação global que envolve cortes de custos fixos anuais de 300 bilhões de ienes (US$ 2,8 bilhões) até 2023. No dia seguinte foi a vez de a Renault fazer o mesmo, anunciando que cortará € 2 bilhões (US$ 2,2 bilhões) de seu orçamento anual, em programa com custo estimado de € 1,2 bilhão que envolve fechamento de fábricas e a demissão de 15 mil empregados no mundo todo (4,6 mil na França). “O pensamento mudou completamente. A linha anterior era alcançar volumes para ser o primeiro do pódio. Mas pensamos alto demais em termos de vendas. Não visamos mais estar no topo do mundo, o que queremos é uma companhia sustentável e lucrativa”, afirmou Clotilde Delbos, CEO interina do Grupo Renault. Delbos afirmou durante a apresentação do plano de reestruturação que a Renault deverá “voltar às suas bases” após anos investindo e gastando demais. Para tanto, o grupo francês pretende até 2024 reduzir em 17,5%, de 4 milhões para 3,3 milhões, sua capacidade global de produção de veículos, o que envolve fechamento ou redução de atividades em seis de suas 14 fábricas de veículos e componentes na França. Um dos exemplos é a planta de Flins, perto de Paris, onde hoje é produzido o elétrico Zoe, que deverá parar de montar carros e ser transformada em unidade de reciclagem de materiais. O anúncio de que a maioria das fábricas fechadas ou reestruturadas e um terço das demissões pretendidas será na França frustrou os sindicatos, que esperavam pela repatriação da capacidade de produção da Renault fora do país. A empresa dependia da aprovação do seu plano de cortes de custos para obter ajuda financeira do governo francês, que condicionou garantir um empréstimo de € 5 bilhões à manutenção de empregos e desenvolvimento de tecnologias em território nacional.

VOLKS

APRESENTA O NIVUS

• Do Automotive Business

<automotivebusiness.com.br>

Em uma apresentação on-line transmitida para mais de 50 países, a Volkswagen finalmente apresentou por inteiro o Nivus ao mundo na quinta-feira, 28. O SUV compacto com linhas de cupê é uma invenção da equipe brasileira de designers, que projetou o modelo sobre a plataforma global MQB do Grupo VW. A produção em série em São Bernardo do Campo (SP) começa dentro de duas semanas para abastecer o mercado brasileiro a partir de julho, a Argentina recebe o carro até o fim de 2020, nos demais países da América do Sul e México ele será lançado no primeiro semestre de 2021, e no fim do ano que vem está previsto o início da fabricação em Pamplona, na Espanha – fazendo do Nivus o primeiro veículo da marca projetado no Brasil a ser produzido na Europa. “O Nivus é um marco para a Volkswagen na América Latina. Há dois anos mostramos o carro ao conselho mundial do grupo, gostaram tanto que também decidiram fabricá-lo na Europa. É a primera vez que isso acontece e confirma que aqui podemos fazer produtos globais competitivos”, comemora Pablo Di Si, presidente da VW América Latina. Apesar da pandemia de coronavírus que paralisou todas as fábricas no País, a VW manteve a revelação do Nivus para este mês, como havia anunciado no fim de 2019, contudo a produção seriada e o lançamento comercial foram atrasados. Por isso o lançamento foi incompleto, não houve divulgação de versões nem preços ainda. A pré-venda via internet deve ser aberta nas próximas semanas, mas as primeiras entregas físicas nas concessionárias só começam no decorrer de julho. “Decidimos manter a apresentação porque já havíamos programado que o lançamento do Nivus seria 80% digital. O que fizemos foi acelerar os 20% que faltavam. É a primeira vez que vamos começar a vender um carro antes de ele estar disponível fisicamente na rede de concessionárias”, destaca Di Si. “Essa será uma estratégia mais explorada daqui para frente.” O Nivus está na ponta final de um ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões da

www.portalinterbuss.com.br | 15 Volkswagen no Brasil, que envolveu 20 lançamentos, iniciando em 2017 com o Polo e que deve terminar este ano com mais um SUV, pouco maior que o T-Cross, o projeto Tarek, que será produzido na Argentina. O Nivus integra a gama de cinco SUVs que a marca pretende comercializar no Brasil até o fim de 2020, que inclui os já lançados Tiguan Allspace (importado do México), o T-Cross produzido em São José dos Pinhais (PR), o futuro Tarek argentino e possivelmente o Atlas, de grande porte, feito atualmente nos Estados Unidos. Segundo o vice-presidente de vendas e marketing Gustavo Schmidt, a Volkswagen quer posicionar o Nivus no mercado brasileiro na faixa de preços que varia entre um modelo hatchback topo de linha e a entrada do segmento de SUVs no País. Olhando para a tabela da própria marca, isso quer dizer que o SUV-cupê deve ser vendido por valores acima das versões de topo do Polo 200 TSI com câmbio automático, de R$ 75 mil a R$ 87 mil, e ficar pouco abaixo do T-Cross equipado com o mesmo motor 1.0 turbinado, de R$ 98 mil a R$ 110 mil.

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