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Promoção

da Igualdade Racial

época em que era estudante. Para isso, entendeu que era necessário falar do racismo com os pequenos. “O racismo é aprendido. A criança não nasce racista, ela é ensinada.”

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O projeto será incluído nas abordagens da unidade neste ano, aproveitando os componentes curriculares para ir além daquilo que está nos livros. “O que a gente vê na história da África no Brasil e a presença negra no Brasil é só a escravidão, mas tem muitas outras coisas, a própria contribuição, hábitos culturais, palavras africanas presentes na nossa cultura”, opina a professora, que também contribuiu com as atividades desenvolvidas pelos colegas da profissão.

Na Rede Municipal de Ensino de Joinville, outras escolas abraçam a temática e ampliam a discussão como parte do planejamento escolar, como é o caso da EM Monsenhor Sebastião Scarzello, de anos iniciais, que trabalha a educação antirracista com todas as turmas da unidade.

Para fazer da escola um espaço cada vez mais inclusivo às diferenças, as Leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2008, tornam obrigatório o ensino do histórico africano nas escolas. Para ir ao encontro das necessidades dos alunos, a Secretaria Municipal de Educação de Joinville ofertou o Seminário Municipal de Educação para Promoção da Igualdade Racial, neste mês de março. “O seminário teve como objetivo trazer essa provocação ao debate para reforçar temas de combate ao preconceito, intolerância religiosa, xenofobia e ao racismo. Esse foi o grande objetivo do seminário, que está inserido dentro da Década Internacional de Afrodescentes, que foi instituída pela ONU em 2014”, expressa o diretor executivo de formação e inovação, Cleberson de Lima Mendes. O evento contou com palestras e a participação de professores, gestores e profissionais da educação. Neste ano, a novidade foi a apresentação de banner e a explicação de trabalhos desenvolvidos na Rede Municipal.

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O que você vai encontrar por aqui:

Conheça a proposta de uma minicidade desenvolvida na EM Nelson de Miranda Coutinho.

Já pensou ter em suas mãos a missão de arquitetar uma nova cidade, construída no mesmo lugar onde está a sua escola? Aprender sobre educação financeira, serviços de segurança pública, manutenção de uma casa e ainda dominar as obrigações e funções de uma prefeitura é o que propõe “Coutinópolis”, a minicidade da Escola Municipal Nelson de Miranda Coutinho, que vai atender estudantes do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental. O local, inaugurado recentemente, será mais um espaço escolar para desenvolvimento de habilidades e competências.

Com o início do projeto em 2019, cada item de Coutinópolis foi escolhido pelas turmas, responsáveis por elencar as organizações essenciais para manter o funcionamento do local – desde o desenho com ideias de como seria a minicidade até acompanhamento nas etapas de construção para estudos matemáticos.

A primeira a cogitar uma solução para o espaço livre da escola foi a professora Gerusa Conick Voltolini, que trabalha com a alfabetização dos pequenos. “Eles (alunos) foram dando as ideias e desenhando: tem que ter mercado, verdureira, farmácia. Foram falando o que tinha ao redor de casa para poder colocar na cidade”, relembra a professora. Agora que a minicidade está pronta, uma nova etapa se desenha ainda para este ano: fazer uma eleição para que autoridades, representadas por estudantes, assumam papéis importantes em Coutinópolis. Além dessa etapa, também é preciso unir os novos ambientes com aquilo que deve ser repassado para os alunos.

“Falta a parte pedagógica, que está pronta, mas precisa ser formatada, tem que ir para a parede, para o planejamento do professor. Essa é a terceira fase do nosso projeto, que é implantá-lo dentro da proposta pedagógica da escola”, conta a diretora da unidade, Marta Aparecida Bonardi.

POR QUE VIVER EM COUTINÓPOLIS?

Se você já mudou de bairro ou de Estado, sabe que existem diversos critérios que devem ser avaliados antes da decisão. Estrutura, serviços e gestão pública são os itens mais importantes, afinal, sem os quesitos básicos fica difícil imaginar como será a rotina da população.

Em Coutinópolis, esses problemas serão resolvidos por aqueles que estão aprendendo em sala de aula, levando o conhecimento para o espaço que foi construído nos últimos anos. Mais do que proporcionar um novo ambiente, o intuito é que a novidade possa trazer bons frutos no futuro. “É transformar aquele espaço em um ambiente de práticas sociais envolvendo os componentes curriculares. Então a gente vê que, quando eles estiverem trabalhando na cooperativa ou no espaço de saúde, a gente vai estar alinhando os conteúdos do currículo com as ações. E eu vejo que isso é muito perfeito porque é a formação do ser humano”, explica a coordenadora pedagógica Rosiane Ribeiro Justino.

E ainda que as idas às casas e construções não sejam parte da rotina de toda a unidade, existem benefícios que parecem claros. “Eu vejo que é trazer aquela funcionalidade à educação. A forma como eu trago para os pequenos de uma maneira lúdica, e para os grandes uma contextualização mesmo. Ele (estudante) vai ter uma noção concreta de como construir política pública”, opina Marta.

Por mais que o local seja o mesmo para todos, a abordagem de cada profissional, de acordo com a idade e tema, poderá dar uma vida diferente para Coutinópolis, como se a cidade fosse capaz de mudar conforme os moradores. Em breve, a minicidade estará aberta à visitação de escolas da comunidade.

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