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DE OLHO NO ‘RESTÔMETRO’
Pensando em reduzir o desperdício, professores e alunos criam sistema responsável por pesar e mapear alimentos que são descartados no recreio escolar
POR ANA CAROLINE ARJONAS E RENATA BOMFIM
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Na hora em que o sinal toca, o caminho da sala até o pátio é acompanhado da curiosidade para saber quais serão as opções do cardápio do dia. Com legumes, salada e frutas, a alimentação é pensada de acordo com o desejo de cada aluno, responsável por escolher aquilo que deve estar no prato.
Entretanto, existe um cuidado que deve ser mantido durante a escolha: a quantidade de comida. Na Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes, os alunos do quinto e do sexto ano estão contribuindo com o acompanhamento daquilo que é desperdiçado. A ideia começou a ser avaliada no fim do ano passado.
O ponto de partida foi a análise da quantidade de alimentos que estavam sendo desperdi- çados. “Nove dias de observação foi equivalente a 42 quilos jogados fora, mais 12 quilos de sobra (incluindo a parte líquida)”, conta a professora integradora de mídias e metodologias (PIMM), Giselda Maria Barbosa, que notou o espanto dos professores com os números, mapeados nos quatro recreios da unidade.
E a iniciativa de envolver as turmas no cuidado e no rastreamento começou neste ano. Hoje, o papel é acompanhar a escolha dos colegas e aquilo que é deixado de lado, incentivando a repetição, mas nunca o excesso. Após a contabilização dos restos, os estudantes das turmas-piloto também são responsáveis por passar de sala em sala dizendo o nível de desperdício da escola.
Presença garantida no Campeonato Joinvilense de Robótica
A ideia foi levada para o 3º Campeonato Joinvilense de Robótica, disputado em 17 de junho. Com a participação de 250 alunos e professores da Rede Municipal, os estudantes da Escola Municipal Prefeito Luiz Gomes foram premiados na categoria robótica educacional. Agora o próximo passo é expandir as ações para as demais turmas da unidade, colocando todos os alunos no processo de observação, pesagem e acompanhamento. O foco é reduzir o desperdício.
O projeto, que recebeu o nome de “Restômetro”, já começou a dar resultados, mostrando que a conversa e a assistência são passos importantes contra o desperdício. “O dia em que zera eles ganham uma estrelinha, então agora nós dividimos por cor. De zero a 399 é a cor verde, de 400 a 599 fica na cor amarela, e depois de 600, vermelho”, explica Giselda.
Além da participação na hora do recreio, os envolvidos foram responsáveis por criar a balança que está sendo utilizada na pesagem e os cartazes com LED, encarregados por indicar o nível de desperdício. “Na parte da robótica nos envolvemos bastante para fazer a balança, circuitos, mas nos envolvemos dentro de sala de aula, as matérias já explicaram a parte da matemática, os gráficos. Também contou sobre a história da balança”, diz Giovana Mórbis Lemos, 11, do sexto ano. Os estudantes usam coletes das cores azul, vermelho, verde e amarelo, indicando o lixo em que deve ser feito o descarte correto (papel, plástico, vidro e metal).
Para Henrique Liczikovski de Lima, 12, estudante do sexto ano, a iniciativa já foi responsável por uma mudança de hábito, evitando as sobras. “Às vezes acontecia, só que agora não acontece mais”, comenta o estudante. Além da conscientização, os profissionais optaram por outras medidas para inibir o descarte, incluindo o uso de um balde transparente para colocar os alimentos. “A louça também foi trocada por transparente para eles observarem o que estão colocando no prato, trabalhada pela consciência. Quer repetir? Põe um pouquinho; gostou, quer mais, vai lá e repete. Eles podem repetir, não precisam encher o prato. Muitos agora começaram a se ensinar, porque eles estão se servindo”, fala a professora de ciências Alessandra Machado Alvarez. A iniciativa já chegou às famílias, que agora querem instigar a mesma consciência dentro de casa.
A 23ª Feira Municipal de Matemática reuniu 75 trabalhos de alunos da Rede Municipal de Ensino na Escola Municipal Prefeito Max Colin, no bairro Iririú. O evento foi realizado pela Secretaria de Educação, com a participação de alunos de 44 Escolas e CEIs. Eles apresentaram os trabalhos desenvolvidos em sala de aula para outros estudantes e aos profissionais da Rede Municipal de Ensino. O objetivo foi despertar o interesse pelo ensino para a aprendizagem da matemática. Foram selecionados 20 destaques, divididos por categorias, encaminhados para a 21ª Mostra Regional de Matemática, neste mês de agosto.
Alunos da Rede Municipal de Ensino participaram de dois dias de hackathon dentro do programa Hellow, em parceria com o Senai. Foram 240 estudantes de oitavo e nono ano classificados para esta etapa, realizada em 25 escolas municipais. O Hellow iniciou com dois mil alunos inscritos na primeira fase, sendo que os cinco melhores ranqueados de cada ano, por unidade, foram classificados para o hackathon. Ao fim da jornada, 50 alunos do oitavo ano e outros 50 estudantes do nono ano ganharam como prêmio um curso de “Introdução aos Jogos Digitais - Criança seu primeiro game”, no Senai.