Revista Lifenews - Edição 29 - Outubro 2018

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Ano 2

Ed 29  Outubro de 2018

ATUALIDADE: CRIANÇAS DEVEM PARTICIPAR DA FESTA DE HALLOWEEN?

fonte de inspiração para sua vida

www.revistalifenews.com

SÍNDROME DO NINHO VAZIO Você está preparado para vencer?

ELEIÇÕES 2018 NO BRASIL: DECISÃO FICA PARA SEGUNDO TURNO ENTRE BOLSONARO E HADDAD

VIDA CRISTÃ: CUIDE DA SUA LÍNGUA: COMO DIZEMOS DIFICULTA O QUE FAZEMOS

TRÊS PERIGOS A EVITAR QUANDO VOCÊ ESTÁ SUPER OCUPADO!

JUDEUS ANUNCIAM NASCIMENTO DE NOVILHA VERMELHA EM ISRAEL; ANIMAL ESTÁ LIGADO A PROFECIAS



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NESTA EDIÇÃO Ano 2  Edição 29  Outubro de 2018

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lifenews fonte de inspiração para sua vida

CAPA

NINHO VAZIO: O VOO DOS FILHOS, NOVA VIDA PARA OS PAIS

ESPECIAL ATUALIDADE

CRIANÇAS DEVEM PARTICIPAR DA FESTA DE HALLOWEEN?

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06 EDITORIAL 08 ARTIGO 10 REFLEXÃO 12 PELO MUNDO 14 IMIGRAÇÃO 16 COMUNIDADE 28 ESPIRITUALIDADE 32 CURTAS 34 ISRAEL 36 CLICK ACONTECIMENTOS 38 PALAVRA DO PASTOR

ESPECIAL VIDA CRISTÃ

CUIDE DA SUA LÍNGUA: COMO DIZEMOS DIFICULTA O QUE FAZEMOS


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DIRETO DA

REDAÇÃO NINHO VAZIO, O QUE FAZER?

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a mesma forma que muitos não se preparam para casar e terem filhos, muitos também não estão preparados para quando seus filhos precisam sair de casa. A síndrome do ninho vazio é um processo natural da vida. Os filhos crescem, deixam a família e vão viver suas vidas. Tornam-se independentes e decidem morar sozinhos, seja porque vão casar, cursar uma universidade ou buscar mais autonomia. A solidão física ou mental que atinge os pais ou tutores quando seus filhos deixam seus lares é conhecida como a síndrome do ninho vazio. Tristeza , vazio, sensação de inutilidade, incapacidade de concentração, fadiga, preocupação excessiva, e até sentimento de culpa quando a relação entre pais e filhos é tensa, são os sintomas mais frequentes. Esses sintomas variam de pessoa para pessoa, dependendo de sua personalidade, do estado emocional e até do grau de relacionamento que mantinha com aquele que deixou o lar. É necessário um lento processo de adaptação e mudança diante dessa nova realidade. É importante ressaltar que toda relação deve ser cultivada, portanto o fato de estarem distantes não significa a perda dos nossos filhos, e sim uma nova forma de convivência com eles. A prevenção é a melhor forma de combatermos a síndrome, evitando o controle excessivo, dando-lhes aos poucos maior au-

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tonomia, e mesmo estando presentes, deixando-os tomar suas próprias decisões. Se a sua vida não foi estruturada apenas em torno dos seus filhos, é fácil seguir adiante. É um processo natural que os filhos saiam de casa. É mais uma etapa de crescimento e evolução, que a princípio pode parecer estranho, causando vazio e solidão. Devemos aceitar como um recomeço, não só para eles que sairão em busca de novos desafios e experiências, mas também para os pais, com um novo conceito de vida e de novas perspectivas. Nada vai substituir a saída dos filhos, mas é preciso entender que a fase da vida mudou, e se a pessoa não buscar outras fontes de prazer ela pode desenvolver muitas doenças. Não é para ignorar os sintomas, mas sim aceitar a dor, aceitar a saída dos filhos, se adaptar a essa mudança e dar novo sentido para a vida. Os últimos meses no Brasil, foram marcados por debates acirrados e muitas discussões sobre o futuro político de nossa nação. Dentre os candidatos à presidente, o povo escolheu Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que irão disputar , no segundo turno, a cadeira mais importante do Brasil. Parabéns aos brasileiros que vivem nos Estados Unidos e em outras nações pela mobilização e votarem em seus candidatos. Que Deus ajude o Brasil a sair dessa crise de corrupção que se instalou em todos os níveis de governo. Vale a pena conferir.

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ARTIGO

HERNANDES DIAS LOPES

é bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul, Campinas/SP e doutor em Ministério pelo Reformed Theological Seminary de Jackson, no Missisipi, Estados Unidos. Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória desde 1985, conferencista e escritor, com mais de 70 livros publicados.

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EU SOU O MEU MAIOR PROBLEMA

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ão é uma questão de retórica não; de fato, eu sou o meu maior problema. Sou uma pessoa mais complicada do que aquelas que estão ao meu redor podem perceber. Sou a fonte dos meus maiores dissabores e poucas vezes de minhas mais saborosas alegrias. Elencarei aqui algumas razões porque eu sou o meu maior problema. Em primeiro lugar, porque embora salvo da condenação do pecado, ainda cometo terríveis transgressões. Inobstante ter sido regenerado, ainda tenho um coração inclinado ao mal. Meu coração cogita o que não é santo, meus olhos veem o que não é puro e minhas mãos fazem o que não é reto. Minha língua, às vezes, murmura em vez de adorar a Deus. Meus lábios se abrem para falar mal daqueles que foram criados à imagem e semelhança de Deus, em vez de abençoá-los com palavras de sabedoria. Meus pés, são inclinados a se desviarem em vez de andarem em retas veredas. Oh, desventurado homem que sou! Em segundo lugar, porque tenho a tendência de enxergar um cisco nos olhos do meu irmão e não ver uma tábua encravada nos meus próprios olhos. Sou complacente com os meus erros e implacável com as falhas do meu próximo. Vejo as mínimas deficiências nos outros e não consigo diagnosticar pecados gritantes em mim mesmo. Sou exigente com os outros e muito tolerante comigo. Sou inflexível quando se trata de cobrar dos outros, mas extremamente complacente comigo mesmo. Condeno nos outros o que não tenho coragem confrontar no meu próprio coração. Muitas vezes, afivelo no rosto uma grossa máscara de piedade, quando o que desfila garbosamente na feira das vaidades é uma deslavada hipocrisia. Oh, desventurado homem que sou! Em terceiro lugar, porque faço promessas a Deus e ao próximo acerca daquilo que não tenho a disposição de cumprir. Como sou pródigo em minhas promessas a Deus! Digo a ele que o amo, mas entristeço-o com meus pecados. Prometo a ele sincera amizade, mas não faço o que ele manda.

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Estadeio a ele minha inegociável fidelidade, mas troco-o, com frequência, por um prato raso de prazeres efêmeros. Faço estudos profundos sobre oração, mas meus joelhos não se dobram em deleitosa adoração. Ergo minha voz e digo para todos que sou um embaixador, mas me calo covardemente tantas vezes, deixando de anunciar as boas novas do evangelho aos que perecem em seus pecados. Reconheço que sou apenas mordomo e não o dono do que está em minhas mãos, mas nem sequer entrego a ele, com fidelidade, os dízimos e as ofertas. Oh, desventurado homem que sou! Em quarto lugar, porque minha vida nem sempre é avalista de minhas palavras. Minhas palavras são mais bonitas do que minhas obras. Sou como a figueira cheia de folhas, mas desprovida de frutos. Toco trombeta quando dou um esmola, mas faço-o para que as pessoas vejam quão generoso eu sou. Gosto de ser reconhecido pelos homens e deles receber aplausos mais do que agradar a Deus, que tudo vê em secreto. Escoa dos meus lábios torrentes de palavras bonitas, para impressionar as pessoas que só veem minha aparência, mas escondo no coração cogitações perversas que fariam afastar de mim os meus mais achegados amigos. Oh, desventurado homem que sou! Em quinto lugar, porque sou um ser contraditório que acabo fazendo o que detesto e deixando de fazer o que aprovo. Meu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. É um laboratório que produz, em larga escala, o que traz desonra para Deus e ofensa para o próximo. Sou um ser a tal ponto paradoxal, que o bem que eu quero fazer, não faço e o mal, que não quero, esse pratico. Meus lábios na mesma medida que adoram a Deus com cânticos espirituais no templo, ferem os irmãos como palavras grosseiras no pátio da igreja. Alteio minha voz para dizer que sou um pacificador, mas muitas vezes, acabo semeando contendas entre os irmãos, o pecado que Deus mais abomina. Oh, desventurado homem que sou! Minha esperança não está em quem sou nem no que faço, mas na graça daquele que tudo fez por mim, morrendo na cruz em meu lugar, para me dar a vida eterna!


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REFLEXÃO

“Tente achar graça da sua confusão; tente sorrir em meio às lágrimas; viva lembrando a si mesmo que tudo que lhe acontece, acontece por uma razão e trabalha para o seu bem, para lhe fazer melhor. Tente não seguir o seu coração quando ele está mais confuso do que a sua cabeça. Confusões aparecem quando queremos convencer a cabeça de coisas e situações que o coração afirma serem erradas.”

DR. SILMAR COELHO

Dr. Silmar Coelho é casado com Janice Coelho há mais de 43 anos. É pai de 4 filhos, Tiago, Filipe, Lucas e Cristine. Avô de 8 netos, Ana Lia, Giovanna e Serena, Pedro Filipe e Arthur, Luka, Lis e Leo. Tiago e Lucas são pastores. Filipe é economista e administrador de empresas. Cristine estudou propaganda e marketing. Orgulha-se dos seus filhos e de seus netos. Ele está entre os mais conceituados e respeitados motivadores e pregadores do país. Viaja constantemente por dezenas de países. É um especialista nas áreas de família e formação de líderes.

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CONFUSÃO

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modo de vida da maioria revela que existe muita frustração e ira dentro das pessoas. Então, viverá melhor se não espalhar as suas; já tem gente demais confusa e sofrendo. A vida é como um prova de múltipla escolha; às vezes, são as escolhas que lhe confundem, não a pergunta em si. É difícil escolher; mas na maioria das vezes, as escolhas mais difíceis e certas são as mesmas. O teste não visa reprovar ninguém; a finalidade é testar o seu conhecimento para passar de ano, subir um degrau, lhe capacitar para crescer. Tente achar graça da sua confusão; tente sorrir em meio às lágrimas; viva lembrando a si mesmo que tudo que lhe acontece, acontece por uma razão e trabalha para o seu bem, para lhe fazer melhor. Tente não seguir o seu coração quando ele está mais confuso do que a sua cabeça. Confusões aparecem quando queremos convencer a cabeça de coisas e situações que o coração afirma serem erradas. A maioria das confusões, nós mesmos nos

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metemos nelas. “Onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins” (Tiago 3:16). Para viver bem e ser feliz é essencial buscar e encontrar Deus. Esse encontro, fará com que o seu caos interior faça sentido; que o seu vazio interior seja preenchido; que a sua confusão encontre a paz; que a sua solidão desapareça ao ter a companhia Daquele que acalma as dores e santifica as alegrias; que na sua jornada, você não mais se sinta perdido; e que afinal, tenha total segurança, ao encontrar com Deus, você entenderá que chegou ao seu destino, chegou ao lar. “Deus não é de confusão, e sim de paz. (1 Coríntios 14:33).


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PELO MUNDO

PAPA FRANCISCO PEDE ORAÇÕES EM OUTUBRO CONTRA O DIABO

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papa Francisco pediu aos católicos de todo o mundo que rezem todos os dias de outubro o Rosário, para "proteger a Igreja contra o diabo", informou o Vaticano em um comunicado. "O Santo Padre pediu aos fiéis do mundo inteiro que rezem para que a Santa Mãe de Deus coloque a Igreja sob sua proteção: para preservá-la dos ataques do maligno, o grande acusador, e a torne mais consciente dos golpes, dos erros e dos abusos cometidos hoje e no passado", afirma o texto. O diabo, completa a nota, "sempre busca nos separar de Deus e uns dos outros". Esta exortação à oração acontece no momento em que a Igreja Católica se vê abalada pelas revelações abusos sexuais cometidos por integrantes do clero, na Alemanha, Estados Unidos, Chile e Austrália.

PRIMEIRA-MINISTRA MAY DESAFIA CRÍTICOS; DIVISÕES SOBRE BREXIT AUMENTAM

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premiê Theresa May convocou seu partido, para se unir ao plano de o Reino Unido deixar a União Europeia, em um apelo direto aos críticos, dizendo que seu desejo de um acordo de livre comércio estaria no centro de suas propostas para o Brexit. No início do que deve ser uma das mais tempestuosas conferências anuais do Partido Conservador, os planos de May foram, mais uma vez, atacados por dois ex-ministros, com seu ex-secretário de Relações Exteriores, Boris Johnson, chamando-os de “desequilibrados”. Mas ela também ganhou forte apoio de outros ministros apoiadores do Brexit, com o ministro do Comércio, Liam Fox, e o ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, expressando sua raiva contra a UE “por insultar Theresa May, uma das pessoas mais polidas do mundo”. Apenas seis meses antes de o Reino Unido deixar a UE na maior mudança do país em política externa e comercial em mais de 40 anos, o debate sobre como deixar o bloco ainda está em curso no Partido Conservador, de centro-direita, e até mesmo no governo. A liderança já frágil de May foi pressionada ainda mais este mês, quando a UE rejeitou partes do chamado plano Chequers. Ela, no entanto, contornou as conversas dizendo que estava pronta para considerar as preocupações da UE. “Minha mensagem para o partido é que vamos nos unir e conseguir o melhor acordo para o Reino Unido”, disse May à BBC na cidade inglesa de Birmingham. “No coração do plano Chequers está um acordo de livre comércio e sem atrito... No momento, é o único plano na mesa que cumpre a votação do Brexit ... e também atende às pessoas da Irlanda do Norte.” May mostrou poucos sinais de se afastar de seu plano de Chequers, batizado com o nome de sua residência no país, onde ela fez um acordo sobre Brexit com seus ministros em julho, apesar

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das crescentes críticas de que suas propostas oferecem o pior de todos os mundos. Johnson, que deixou o gabinete de May depois que Chequers foi elaborado, chamou seus planos de “desequelibrados” e atacou a primeira-ministra por não acreditar no Brexit. Ele e o ex-ministro do Brexit, David Davis, pressionam por um acordo de livre comércio no estilo do Canadá com a União Europeia — uma proposta que May diz que separará a Irlanda do Norte do Reino Unido, fazendo a província britânica aderir a diferentes regras alfandegárias. Michael Gove, ministro do Meio Ambiente de May, rejeitou as propostas de seu ex-aliado no Brexit de deixar a UE, que foram apelidadas de “super Canadá”. “Sou a favor de um acordo super britânico”, disse ele em um evento. “A primeira-ministra apresentou uma proposta, que eu apoio.”


PELO MUNDO

EXERCÍCIO NO VOLANTE: CARRO CONCEITUAL TROCA ACELERADOR POR PEDAL DE BIKE

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á pensou em dirigir um carro com um pedal em vez de um acelerador? Pois essa é a ideia por trás do FitCar, que se apresenta como o primeiro veículo criado para que o motorista queime calorias no volante. Desenvolvido pela BPO, uma empresa holandesa de engenharia, o conceito foi aplicado a um carro da marca Audi, que perdeu o acelerador, freio e volante originais em troca de um pedal e um volante com freio manual, como o usado em veículos adaptados para deficientes físicos. O projeto teve início há dois anos, após o saudita Nasser Al Shawaf contatar a BPO com a proposta da criação de um automóvel que permitisse que o motorista realizasse alguma atividade física enquanto sentado e dirigindo. "Nasser veio a nós com a pergunta: 'como podemos usar nosso deslocamento de uma forma mais eficiente?' Tivemos várias ideias estranhas, um sistema de remada, um sistema de exercícios, mas esses eram muito volumosos para integrar a um carro", explicou Oscar Brocades Zaalberg, fundador da

BPO. A empresa concluiu que o sistema com pedal era o mais compatível, o que resultou no conceito do carro apresentado neste ano. Oscar diz que o modelo pode ser implementado em qualquer carro e é fácil de dirigir, além de saudável. Segundo a BPO, ao dirigir o FitCar, o motorista pode perder até 300 calorias em 30 minutos de viagem. O carro com pedal tornaria um período sedentário do dia em uma oportunidade para a se exercitar, inclusive quando o veículo estiver parado. Isso porque o FitCar apresenta três configurações: dirigir devagar, rápido e pedalar com o carro estático no trânsito. Na prática, você não acelera ao pedalar com maior ou menor intensidade, apenas ativa uma velocidade padrão do veículo, apropriada para um tráfego mais congestionado ou então para estradas. Não parece muito intuitivo, mas, de acordo com a "Wired", a autoridade de trânsito holandesa fez uma vistoria do Audi A4 adaptado pela BPO e o considerou dentro das leis para circular nas ruas do país.

NÚMERO DE SUICÍDIOS AUMENTOU 2,3% NO BRASIL; 1 CASO A CADA 46 MINUTOS

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etembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015 no Brasil. Os números oficiais divulgados nem Brasília, pelo Ministério da Saúde, indicam que o número de casos está aumentando no país. O tema gera preocupação. A taxa de suicídio a cada 100 mil habitantes chegou a 9,2 entre os homens, um aumento de 28% em uma década. Entre as mulheres, a taxa é de 2,4. Ademais, o suicídio já é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. As estatísticas mais recentes são de 2016, ano em que ocorreram 11.433 mortes auto infligidas. Na média, um caso a cada 46 minutos. Isso representa um crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior, quando 11.178 pessoas tiraram a própria vida. Porém, a diretora da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, estima que o número seja maior. Em entrevista ao Estadão, ela citou que existe “um subdiagnóstico de 20%”. Ou seja, por algum motivo não foram reportados como suicídio ou a pessoa morreu posteriormente em consequência da tentativa. Segundo Marinho, os motivos são vários, geralmente associados à depressão. Mas este ano ficou evidenciado que “o desemprego também tem sido um fator de risco”. Na análise dos casos de tentativas, 52% dos que traziam informações sobre a vítima apontam que ela estava desempregada.

muitos insistem em rotular. Ainda que as condições variem de caso a caso, existe tratamento para essa doença. “É possível ter algumas deficiências químicas no organismo que podem produzir depressão. É normal na vida sofrer decepções, frustrações, traições e muita tribulação. Mas é normal também as alegrias, as recompensas, as vitórias, as celebrações”, assevera. “O importante é lembrar que podemos nos sentir sozinhos, mas nunca estamos sós. O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam”, ensina. Falando ao Gospel Prime sobre os números divulgados pelo Ministério da Saúde, reiterou que esse tema deveria ser abordado pela igreja com seriedade. “O discípulo de Jesus precisa se importar com o aumento de suicídio de pessoas de bem no Brasil. Talvez exista alguém perto de você que precisa de sua oração, de sua ajuda e de uma palavra de estímulo para viver. Traga em todo tempo uma palavra de esperança para quem está do teu lado. Diga sempre: Eu preciso de você! Eu te amo! Em que eu posso te ajudar? Juntos nós nunca iremos desistir da vida!”, ensina.

DEPRESSÃO NÃO É PECADO

O pastor Josimar Salum, do ministério Kings Net [Rede dos Reis], de Boston (EUA), tem escrito sobre o assunto em seu blog. Ele conta que já passou por períodos de depressão e acredita que a depressão, “não é pecado”, como

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IMIGRAÇÃO

MUDANÇA NO GREEN CARD PROPOSTA POR TRUMP PREOCUPA BRASILEIROS

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migrantes dependentes de certos benefícios sociais, como de saúde, moradia e alimentação, terão mais dificuldade para conseguir um green card nos EUA a partir de agora, segundo uma proposta anunciada pelo Departamento de Segurança Interna do país. A estimativa do governo Trump é de que mais de 382 mil pessoas sejam afetadas ao ano pela medida, e brasileiros não seriam exceção. Mas a notícia ainda não gerou tanta comoção na comunidade brasileira que vive no país, que não está familiarizada com as mais de 400 páginas da proposta e prefere não se desesperar antes da versão final da regra entrar em vigor. "Ainda vai demorar um pouco até as pessoas entenderem como funciona", diz Liliane Costa, diretora executiva do Brazilian-American Center, organização que assiste imigrantes na região de Framingham, em Massachusetts, reduto de brasileiros. "Ainda não está tudo claro." Heloísa Galvão, diretora executiva do Grupo Mulher Brasileira, organização de brasileiras imigrantes no mesmo estado, promoveu uma reunião na manhã desta terça (25) entre lideranças comunitárias e religiosas da região na qual a proposta do governo Trump foi discutida. "As pessoas não estão bem informadas", afirma. "A coisa mais importante é deixar claro para a comunidade que a medida ainda não está em vigor e que as pessoas não devem deixar de requerer benefícios por isso." Os Estados Unidos já dificultavam o processo de obtenção de visa ou do status de residente permanente para aqueles que tinham boas chances de serem dependentes de programas do governo. Mas não consideravam benefícios como o Medicaid (que promove cobertura de saúde para indivíduos de baixa renda), o Snap (programa de assistência de nutrição suple-

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mentar) e o Housing Choice Voucher Program (que fornece subsídios para moradia) na hora de conceder a permissão. Aqueles que já têm o green card e os imigrantes ilegais, que já não têm direito a boa parte dos benefícios, não devem ser afetados pela mudança. A preocupação será maior em famílias que buscam se regularizar e nas quais ao menos um dos integrantes está inscrito em programas de assistência. "Acho que a administração está tentando excluir pessoas com pouco recurso", diz Annelise Araújo, advogada especializada em imigração. "Quem tem dinheiro terá grande vantagem." Para Jason Boyd, da Aila (associação de advogados de imigração), a nova regra é "profundamente preocupante". "Representa um ataque às famílias que trabalham duro e elevaria a novas alturas o muro invisível que coloca imigrantes para fora do país", diz. A proposta está prevista para ser publicada no Federal Register, Diário Oficial dos Estados Unidos, nas próximas semanas. Depois, ficará aberta a comentários públicos por 60 dias. Ela não precisa da aprovação do Congresso para entrar em vigor. O advogado de imigração Antonio Massa Viana, que atua em Massachusetts, diz que, se existe uma preocupação com a novidade, não pode haver histeria, acrescentando que o projeto ainda pode sofrer modificações. Jesse Bless, conselheiro legal do escritório Jeff Goldman Immigration, acredita que a publicação da regra poderia, inclusive, ser afetada pelas eleições legislativas de novembro. A assistente de compras Alice Vieira, 36, que está no processo para obter o status de residente permanente, não está preocupada com a nova proposta. Seus três filhos, de 1, 14 e 16 anos, são americanos e já usaram o Snap. "Essas propostas sempre geram pânico, mas eu sei que muitos fatores pesam na hora de conseguir um green card, diz ela, há 16 anos no país, entre idas e vindas. "Eu não vejo como uma ameaça. Cada caso é um caso." Ela acredita que a nova regra não deve afetar muito o volume de concessões de status de residente permanente. "Mas vai fazer as pessoas pensarem bem antes de aplicar para os benefícios." Segundo o Departamento de Segurança Interna, 35.665 brasileiros obtiveram o status de residentes permanentes entre outubro de 2013 e setembro de 2016 (cerca de 1% do total). No quarto trimestre de 2017, foram concedidos 3.515 green cards. A medida é só mais uma dentro da política anti-imigração de Donald Trump. No ano passado, o republicano anunciou que privilegiaria imigrantes altamente qualificados na hora de conceder o green card. Uma das últimas ações do republicano foi reduzir em um terço o número de refugiados que serão reassentados no país em 2019, em comparação com o teto de 2018.


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COMUNIDADE

ESTUDANDO A DISTÂNCIA NOS ESTADOS UNIDOS COM A UNIGRAN FLORIDA

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Unigran Florida é uma faculdade brasileira que, desde o início de 2017, está nos Estados Unidos oportunizando o ensino superior para aqueles que vieram do Brasil e aqui se en-

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contram atualmente. Para dar mais detalhes sobre a instituição e os cursos oferecidos, a revista Lifenews conversou com o gestor Alexandre Barretto. Confira a entrevista!


COMUNIDADE ximadamente 25 mil alunos matriculados em mais de 150 polos no Brasil e no exterior.” LN: Além dos Estados Unidos e do Brasil, em que outros países a Unigran está presente? AB: “Há dez anos a UNIGRAN atua também na Europa. Atualmente possui 12 unidades em nove países: Portugal, Espanha, Bélgica, Suíça, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Itália e Irlanda. Além disso, está na Ásia com dois polos no Japão. No continente Europeu, a UNIGRAN já formou mais de 500 profissionais brasileiros. Boa parte dos graduados já está inserida no mercado de trabalho, atuando como profissionais de nível superior, e muitos obtiveram a equivalência de seus diplomas brasileiros nos países onde residem. Alguns, inclusive, ingressaram em programas de mestrados em Portugal, Suíça e Inglaterra.” LN: Qual a avaliação do Ministério da Educação para os cursos oferecidos pela Unigran? AB: “O Ministério da Educação, o MEC, possui diversos conceitos, que vão de 1 a 5, e medem o nível de qualidade de Instituições do Ensino Superior. O principal deles é o Conceito Institucional (CI), que é a avaliação in loco feita por uma comissão de três doutores nomeados pelo INEP/MEC. Em 2018, recebemos a nota máxima 5 na avaliação do Conceito Institucional e há cinco anos consecutivos, temos recebido a nota 4 no Índice Geral de Cursos (ICG), que é o resultado dos conceitos obtidos nos ENADEs, Por isso é considerada uma instituição com excelência de ensino presencial e de ensino na modalidade a distância.”

LIFENEWS: O grupo Unigran Educacional tem tradição no ensino superior. Quantas pessoas já tiveram a vida profissional transformada pela instituição? ALEXANDRE BARRETTO: “A UNIGRAN iniciou suas atividades em 1976, na cidade de Dourados, estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo sempre foi oferecer ensino de qualidade, formando profissionais e cidadãos críticos capacitados para o trabalho intelectual e de pesquisa. Em função disso, não se restringiu apenas à graduação, ampliando suas atividades com cursos de pós-graduação e inúmeras atividades de pesquisa e extensão, que são hoje de fundamental importância à comunidade. Nesses 42 anos de existência da UNIGRAN formou mais de 32mil profissionais, sendo cerca de 20 mil nos cursos de graduação presenciais e 12 mil nos cursos a distância. No total, o grupo tem apro-

LN: Qual o objetivo da Unigran Florida nos Estados Unidos e quais as principais vantagens da instituição? AB: “Sem dúvida alguma o objetivo da Unigran Florida nos Estados Unidos é levar o ensino Universitário a toda Comunidade Brasileira presente em solo americano. Queremos viabilizar a nossa comunidade, onde quer que ela esteja a possibilidade do importante e tão sonhado diploma universitário. Com relação às vantagens, oferecemos cursos na modalidade a distância e, desta forma, o aluno pode estudar conforme a sua disponibilidade de tempo e de onde estiver, pelo celular ou notebook. Nossos cursos são todos em português e o material didático, também em português, é gratuito, já incluso no valor da mensalidade. Outra vantagem é o valor acessível, sendo que a maioria custa 150$ dólares mensais.” LN: Quantos cursos são oferecidos pela Unigran Florida? AB: “São 25 cursos de graduação, tanto de bacharelado, como de licenciatura e tecnologia, além de 27 cursos de MBA e pós-graduação e mais 28 cursos livres. Todos são oferecidos na modalidade a distância, cursados totalmente on-line. Agora em 2018 ainda teremos sete novos cursos. A relação completa, bem como os detalhes de cada curso, pode ser obtida no nosso site: www.unigranflorida.com.”

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COMUNIDADE LN: Alunos que iniciaram a graduação no Brasil e não concluíram por lá podem terminar o curso aqui nos EUA na Unigran Florida? AB: “Sim, como somos uma faculdade brasileira, podemos receber os documentos dos alunos que possuem graduação incompleta no Brasil, fazer a análise de dispensas de disciplinas e proporcionar que a pessoa conclua o curso aqui nos EUA. Os documentos necessários para a análise, que devem ser solicitados à secretaria da instituição de ensino do Brasil, são o Histórico da Graduação não concluída e também o Plano de Ensino do curso.” LN: Onde a Unigran Florida está sediada? Os alunos precisam ir até a Florida para fazer provas? AB: “A Unigran Florida está sediada na cidade de Dania Beach - FL, entre as cidades de Miami e Fort Launderdale. No entanto, atuamos em todo território americano. A Unigran Florida possui inúmeras bases de apoio, para atender seus alunos atuais e futuros, distribuídas em diversos estados onde se concentra boa parte da Comunidade Brasileira. Essas bases de apoio cadastradas atuam exclusivamente na aplicação de provas, evitando que os alunos precisem se deslocar para fazer suas provas na Flórida que, por exigência do MEC, precisam ser presenciais. Já temos hoje bases de apoio próprias nos estados da Flórida, Massachussets, Connecticut, Maryland, Georgia, California, Pennsylvannia, New Jersey, North Carolina, South Carolina, Nevada, Colorado, Virginia, Utah, Texas, Michigan, Kansas, Tennesse, Ohio e Ilinois. Já na Florida, além da nossa sede em Miami, temos pontos de aplicação de prova nas cidades de Orlando, Tampa, Jacksonville e Fort Myers. Vale reforçar, que novas bases de

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apoio estão sendo abertas e em breve a lista de estados americanos atendidos vai aumentar.” LN: Como se inscrever? É necessário esperar o início de cada semestre letivo para ingressar? AB: “Não é necessário esperar o início de cada semestre. Na Unigran Florida, nosso processo de ingresso é contínuo ao longo do ano. As disciplinas de cada curso são ministradas de forma sequencial e o aluno pode ingressar a qualquer momento, sempre na data da próxima disciplina a iniciar. Para se inscrever, basta o aluno acessar o nosso site www.unigranflorida.com que verá facilmente o link para inscrição. Basta seguir o passo a passo do site e em menos de três minutos a inscrição estará concluída. A partir daí, nossa equipe entrará em contato para dar toda a orientação sobre os passos seguintes.” LN: Para concluir, qual recado a ser dado aos brasileiros interessados? AB: “Estamos de braços abertos a toda comunidade brasileira. Sabemos a importância do tão sonhado diploma universitário e estamos totalmente engajados com a nossa comunidade para fazer a diferença na vida de cada um. Temos um alto compromisso com a qualidade dos nossos cursos e com a excelência em nosso atendimento. Quem tiver dúvida, fique a vontade para entrar em contato conosco pelos telefones (954) 404-8909 e (844) 200-9024 ou pelo e-mail florida@unigran.br. Acesse também nosso site e nossas páginas nas mídias sociais para saber tudo que estamos preparando para nossa comunidade brasileira aqui nos EUA. Fica o convite para se juntar a nós nessa valiosa jornada. Vem ser Unigran você também!”


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CAPA

NINHO VAZIO:

O VOO DOS FILHOS, NOVA VIDA PARA OS PAIS

Um dia, os filhos crescem e seguem seus rumos. É preciso então substituir o sentimento de perda por novas descobertas.

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índrome do Ninho Vazio. Você está preparado para vencer? A experiência da maternidade e da paternidade é tão forte na vida de um casal que para falar da liberdade que os pais adquirem com a saída dos filhos de casa – o que aqui chamamos de “o voo dos pais”– é preciso antes falar do voo dos filhos.

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Embora o termo “síndrome do ninho vazio” seja muito conhecido, há uma longa estrada a se percorrer até a descoberta do lado bonito e libertador dessa fase na vida dos cônjuges. Os pais devem compreender o novo ciclo e se entregar a experiências diferentes como casal e como indivíduos. Como em uma brincadeira de caça ao tesouro, Comunhão vai apontar diferentes pistas que irão deixar pais


CAPA e mães cheios de vontade de voar. Para explicar as incríveis facetas desse processo, usaremos uma alegoria, uma parábola, um personagem bíblico e um testemunho atual. Preparados? Então, posicionem-se para viver uma nova forma e um novo conceito de vida. A flecha é a primeira figura de linguagem escolhida para dar compreensão sobre como se precaver e atravessar essa etapa inicial na vida. A pastora Célia Ferreira, da Comunidade Batista Família na Rocha, em Vila Velha (ES), cita o Salmos 127:4 “Como flechas na mão do guerreiro são os filhos da juventude”. E dá um aviso: “Por mais doloroso que seja, precisamos entender que os filhos não são nossos, mas sim de Deus. São presentes do Senhor para um tempo. Precisam ser instruídos a andar em Seus caminhos. Ouvi de meu pai, aos 16 anos: ‘Vá! Chegou a sua hora de voar. Seja flecha que acerta o alvo e cumpra sua missão, pois até aqui eu cumpri meu dever com o Estado’. E, hoje, escritos e estabelecidos estão todos os seus ensinamentos no meu coração”, recorda a pastora. Assim como esse artefato pontiagudo é disparado com um arco e algumas penas darão firmeza e estabilidade na trajetória do voo, para fins de esporte, caça e guerra, assim também os pais preparam seus filhos, afiando-os e dando-lhes direção e equilíbrio para que acertem o alvo nas três esferas da vida: prazer, sobrevivência e luta. Feito isso, um sentimento de missão cumprida invadirá a alma do casal e, por que não dizer?, orgulho por ver suas “crias” preparadas para assumir seu caminho com independência. A pastora Célia, prestes a se tornar psicanalista, informa que alguns casais sofrem um pouco mais, porque não se prepararam para esse momento; outros são mais “descolados” e estão procurando fazer novos planos. Foi o que aconteceu com Gilberto e Ana Margarida Fonseca, membros da Primeira Igreja Batista do Ibes, em Vila Velha/ES, pais de Thiago, Kesia e Asaphe, todos casados e independentes. Eles contam como foi o lançamento de cada flecha. “Preparamos cada um. A saída do Thiago foi muito sentida por ser o primeiro, o mais velho, e por isso uma novidade para nós. O segundo lançamento, também doloroso, foi nossa única menina; ela se mudou para o Estado do Rio de Janeiro. E, por último, saiu o caçula, que por ter ficado mais tempo conosco inaugurou o nosso ninho vazio. Mas, quando percebemos que eles vivem suas próprias histórias e experiências, sentimos uma grande satisfação do dever cumprido”, conta Margarida.

"MUITOS CASAIS ENFRENTAM PROBLEMAS NA FASE DO NINHO VAZIO PORQUE PRIORIZARAM OS FILHOS, ISTO É, TORNARAM OS FILHOS O CENTRO DA FAMÍLIA” – GILSON BIFANO, PASTOR DO MINISTÉRIO DE FAMÍLIA OIKOS, NO RIO DE JANEIRO

DESAPEGA! Essa primeira fase da caça ao tesouro para pais que desejam alçar seu próprio voo constitui-se no início do

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CAPA esvaziamento do ninho, um processo natural da vida. É preciso desapegar-se e ter a coragem de liberar os filhos; lançar as flechas para o alvo que desejam alcançar. Uma decisão fundamental para quem quer deixar os filhos crescerem e buscarem autonomia. Esse esvaziamento dentro de casa pode fazer com que pais e tutores sintam-se profundamente abatidos e solitários, mas se trata de uma etapa evolutiva tanto para os filhos que partem quanto para os pais que ficam. Como diz o pensador Richard Bach: “Não se lamente pelas perdas. Elas são necessárias para voltar a se encontrar”. O pastor Gilson Bifano, do Ministério de Família Oikos, no Rio de Janeiro, explica por que desapegar-se é vital para se precaver e atravessar a fase do ninho vazio. Ele afirma que tudo vai depender de como os casais vivenciaram as fases anteriores, ou seja, como construíram a relação conjugal e familiar. “Se os cônjuges priorizaram a conjugalidade, já terá sido um bom caminho. Muitos casais enfrentam problemas na fase do ninho vazio porque priorizaram os filhos, isto é, tornaram os filhos o centro da família”, destaca Bifano. O pastor complementa: “Quando estes se vão, o casal não se conhece mais, e aí vêm o tédio e a possibilidade de divórcio. Porém, se marido e mulher valorizaram a conjugalidade (ou seja, criaram os filhos, mas tiveram a relação conjugal como a prioridade), o ninho vazio será uma rica experiência”, explica. O casal só fica sem saber o que fazer quando o centro da vida foram os filhos. E aí, como já dissemos, a vida a dois, a partir do voo das “crias” do ninho, perde o seu sentido. Se o casal está centrado na sua relação, o ninho vazio oferece realmente muitas oportunidades para o crescimento conjugal, como a diminuição das despesas domésticas e mais tempo para passear e para a intimi-

“Quando percebemos que eles vivem suas próprias histórias e experiências, sentimos uma grande satisfação do dever cumprido”, disse Ana Margarida Fonseca, membro da Primeira Igreja Batista do Ibes, em Vila Velha/ES

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dade”, afirma o pastor, que prefere não adotar o termo “síndrome do ninho vazio”, e sim a expressão “outras fases” ou “estágios do casamento”. Bastante empregada pela medicina e pela psicologia, a palavra síndrome (do grego “syndromé”) é classificada como um conjunto de características que, quando associadas a situações críticas, podem gerar insegurança ou medo.

DESCUBRA! Após desapegarem-se e liberarem as filhas, o casal Roberto e Vânia de Oliveira, da Igreja Presbiteriana de Curitiba (PR), aceitou e descobriu um recomeço para si próprio, vivendo exatamente as perspectivas de vida conjugal apontadas pelo pastor Bifano. Num intervalo de dois anos, as três meninas de Roberto e Vânia se foram. Chantel se casou e partiu para os Estados Unidos. Sara foi fazer estágio na Noruega. Cíntia voltou para São Paulo, onde a família morava anteriormente. De repente, depois de um momento de festa e celebração, os pais voltam para casa e encontram um apartamento vazio. “Foi uma ruptura muito grande. Eu estava com 48 anos na época, na pré-menopausa. Eu diria que esse período na vida da mulher coincide com a saída dos filhos, mas também com uma mudança na saúde física, ou alterações hormonais que a deixam muito vulnerável. É um momento delicado, em que a pessoa precisa procurar ajuda e pensar numa atividade física. Uma coisa muito boa que me aconteceu é que tive a oportunidade de ter um projeto profissional novo e em outra cidade, tive o apoio de Roberto. Também criei vínculo com algumas mulheres, uma espécie de mentoria com elas. Dez anos mais tarde, estive com uma delas e vi que foi um tempo muito rico que frutificou na sua vida.” Com quase 62 anos de idade, Vânia faz do cuidado consigo mesma e do marido uma prioridade. Eles fizeram descobertas e autoconhecimento. “É um tempo de voltar para si, de se cuidar e de estabelecer novos contatos, principalmente se foi totalmente voltada para a maternidade. Um tempo de revisão de vida, de colocar diante de Deus todos esses anseios e mudanças. É um momento de praticar a solitude, que é aprender a estar só. E esse estar só é diferente da solidão e pode ser curtido como nunca antes, já que não há filhos em casa para se preocupar. Sinto muita falta das meninas, com certeza, tenho meus amigos, mas eu aprendi muito a estar só, e isso é muito bom. O companheiro pode ser um grande auxiliador. A gente acaba descobrindo potenciais, novos horizontes. É uma oportunidade de deslanchar uma profissão ou um ministério novo. Acho bonita essa coisa de renovação. É um período árido, mas, após essa sequidão, há lugar para renascer de uma nova maneira. A mulher se torna muito mais segura e livre daqueles padrões que tanto nos parecem secundários. Minhas dicas são: cuidar do seu físico, da sua mente, e conhecer Deus, numa intimidade maior”, narra Vânia.


CAPA Ela e o marido saem juntos nos fins de semana ou fazem viagens diversas. Roberto comprou uma moto e, de vez em quando, sai com a esposa para dar umas voltas. Para o casal, é preciso compreender cada ciclo de vida. “Nesta fase pode haver um distanciamento, mas pode haver também uma aproximação. Com a saída dos filhos, a convivência do casal é muito mais forte. Às vezes, a gente brinca. Quando ele faz uma bagunça, por exemplo, não dá para culpar as filhas. Só tem a gente, é um ou outro. É uma convivência bem intensa também. Roberto sempre foi uma pessoa de adquirir novos desafios, novos projetos. Ele está sempre motivado e não pensa em se aposentar. Traz essa vitalidade e me motiva a olhar para mim mesma e pensar: puxa, quais são os meus desafios?”. E é no contexto de vida deles que entra em cena a segunda figura de linguagem que servirá para traduzir o que significa a fase da descoberta logo depois de o ninho estar vazio: a parábola do relógio perdido.

SUPERE! A história do personagem bíblico Noemi registrada no capítulo 1 do livro de Rute, é a terceira ferramenta usada para esclarecer o processo do ninho vazio. Mas desta vez, não porque seus filhos se casaram ou foram trabalhar em terras distantes. O seu ninho esvaziou-se em um quadro dramático que tomou conta da sua vida. As circunstâncias que a rodeavam eram terríveis. Noemi conheceu tempos felizes com seu esposo, Elimeleque, e seus dois filhos, Malom e Quiliom. Mas a Bíblia nos diz que seu companheiro morreu, deixando-a com os dois filhos, que se casaram com “mulheres moabitas”. “E era o nome de uma Orfa, e o da outra, Rute; e ficaram ali quase 10 anos” (Rute 1:4). Ela era feliz com os filhos e com as suas duas noras. Mas sua vida iria mudar radicalmente. A Bíblia nos revela o que aconteceu: “…morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim a mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido” (Rute 1:5). E, indo elas caminhando, para voltarem à terra de Judá, tentou despedir-se de suas noras, mas Rute decidiu segui-la até aquela terra que ela não conhecia. Já idosa, Noemi teria que ter uma pessoa que a amasse, cuidasse dela e trouxesse alimento para casa. Por causa do seu sofrimento, Noemi chegou ao ponto de pedir às pessoas que a chamassem de “Mara”, que quer dizer “amarga”. Mas o tempo da fome foi substituído pelo trigo que a própria Rute colhia nos

campos de Boaz, o homem com quem ela se casaria. Noemi se alegrou com este casamento, mas ficou muito mais feliz quando pôde colocar em seus braços já cansados o pequeno Obede, filho de Rute e Boaz, e ela foi a sua ama. “E as vizinhas disseram: ‘A Noemi nasceu um filho. E deram-lhe o nome de Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi’” (Rt 4:16-17). A vida de Noemi teve o antes e o depois. Teve que superar momentos de aflição e solidão até poder ver seu ninho vazio novamente visitado e preenchido. Noemi superou a sequidão familiar confiando em Deus. Ela não desistiu, não parou. Optou por continuar caminhando em busca de socorro para superar essa etapa e vencer.

APROVEITE O NINHO VAZIO – LIBERTE-SE E VOE Aos 74 anos, a aposentada e viúva Eulina Barros, moradora da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, é um exemplo. Mãe de quatro filhos, ao se ver completamente sozinha, tomou uma decisão que mudou radicalmente sua história. “Eu larguei o ninho vazio e o deixei sozinho, porque eu mesma não fico nele. Não paro em casa, saio com as amigas, assisto aos jogos de futebol, viajo, passeio, bato papo, presto serviço na comunidade e na igreja. Eu não vou ficar em casa chocando um ninho vazio, sem ovos”, brincou ela. Eulina soube aproveitar os últimos anos ao lado do marido, fazendo o que gostavam. “Agora, faço um trabalho espiritual que eu nunca pensei em fazer na minha vida, e foi ele quem me ensinou. Aproveito a pensão que me deixou e me permito voar, porque é perigoso ficar sozinha, chorando em casa, sem pessoas para conversar, isso pode nos levar à depressão.

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CAPA

Por isso, vou voando nesta vida feliz que escolhi.” Ao ser questionada sobre sua rotina e projetos, ela foi enfática sobre planos no curto e no longo prazo. “Para amanhã meus compromissos são dirigir o culto de oração, às 7h. Às 14h30 vou à Assembleia Anual das Igrejas Batistas, porque sou vice-presidente e tenho deveres a cumprir. À noite, vou fazer o Pequeno Grupo no lar. Para meados do mês, meu próximo voo será a Convenção Fluminense em Teresópolis, Rio de Janeiro. E para o próximo ano quero ir a Manaus, no Amazonas, participar da Convenção Nacional. Meu sonho? Chegar aos 80 anos e dar uma festa bem grande para toda a família”, pontua. A filha, Marli, afirma que a mãe passou por vários sofrimentos na vida, mas não se tornou uma pessoa amargurada. “Ela é um exemplo para mim. Falo com meus filhos: ‘Sua vó nunca deixou pobreza, doença, nada abalar. E assim ela vai, uma mulher realmente guerreira. Mamãe nunca enfartou, porque não guarda nada. O que tiver que falar, ela fala. Depois, se precisar, ela até pede desculpas, mas na hora ela bota tudo para fora. Às vezes brigo, porque ela não nos avisa quando vai sair de casa. A agenda da ‘veia’ é muito cheia. Acabei de ligar para convidá-la a vir aqui em casa. Ela deu uma gargalhada, ficou feliz, mas não pode vir hoje porque já marcou um compromisso. Está esperando visitas para assistir ao jogo e depois vão sair. É o que estou te falando, ela larga é o ninho vazio”, comemora a filha. Esse testemunho atual aperfeiçoa a brincadeira caça ao tesouro, citada no início da matéria. Agora, ao encontrar o objeto de valor, o vencedor não deverá escondê-lo novamente, mas compartilhá-lo para que outros desfrutem do objeto descoberto: “o voo dos pais”.

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“Por mais doloroso que seja, precisamos entender que os filhos não são nossos, mas sim de Deus. São presentes do Senhor para um tempo”, diz Célia Ferreira, pastora da Comunidade Batista Família na Rocha, em Vila Velha (ES).


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ATUALIDADE Especial | Leandro Quadros

CRIANÇAS DEVEM PARTICIPAR DA FESTA DE HALLOWEEN?

O Halloween é celebrado anualmente em vários países. Podemos comemorar essa festa que assumiu um caráter cultural? Cristianismo e Halloween combinam? 26

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ATUALIDADE É claro que criança alguma que se veste de “bruxa” ou “mago” está invocando o Diabo. Nada disso! O problema é que, por Deus “abominar” tudo relacionado à bruxaria, isso nos leva a concluir que realmente Ele não tem o mínimo interesse que seus filhos tenham qualquer relação com isso. A palavra “abominação” significa “repugnante”, e é um termo muito forte para desconsiderarmos na avaliação dessa festa. Vemos em Levítico 19:27 que Deus pediu aos Israelitas para não cortarem o cabelo em redondo e nem apararem a barba, pois, não desejava que Seus filhos se familiarizassem com os egípcios que, através desse estilo, praticavam ritos pagãos de luto. Cremos que o mesmo princípio se aplica ao chamado “Dia das Bruxas”. Além de não se familiarizar com práticas culturais que evocam crenças antibíblicas, o cristão também não deve ser fanático e muito menos deselegante. Se uma criança chegar à sua casa pedindo um doce, poderá recebê-la com um sorrio no rosto, dar-lhe o docinho e aproveitar a oportunidade para testemunhar com amor: “quero que saiba que Jesus tem planos para todas as crianças, e que foi Ele – não as bruxas – quem me deu recursos para lhe dar esse presentinho, ok? Deus abençoe a você e a seus papais”. Portanto, enquanto as pessoas celebram o Halloween, seja uma luz para a vida delas, para que por meio de suas palavras elas sintam vontade de conhecer o amorável Salvador: “Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam. Vocês são a luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.” (Mateus 5:13-16, NTLH).

FAMOSO PASTOR CONDENA PARTICIPAÇÃO DE CRISTÃOS NO HALLOWEEN

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alloween é uma palavra inglesa que significa “Dia das Bruxas” e, segundo o site Wikipedia, este é um evento cultural comemorado especialmente em países como os EUA, Canadá, Irlanda e Reino Unido, tendo-se originado das antigas celebrações dos povos Celtas que costumavam cultuar os mortos. Este ano nos EUA a dia do Halloween será 31 de outubro. Há uma origem pagã em tal celebração, porém, este não é o grande problema. Afinal, celebramos o Natal de modo não pagão, e até mesmo usamos roupas, tecnologia e alimentos produzidos por “pagãos”. Mais do que avaliar algo por sua origem, devemos analisar o princípio que está por trás. O cristão não deve ser contra as manifestações culturais saudáveis que não contradizem princípios bíblicos. Não somos do mundo, mas estamos nele. Portanto, não somos extraterrestres. Todavia, aquilo que o Halloween evoca, mesmo que de brincadeira, tem a ver com práticas que Deus literalmente “abomina”: a feitiçaria e a consulta a mortos (veja Êxodo 22:18; Lv Dt 18:10-14; 1Sm 15:23; 2Rs 21:6; Ap 22:15).

O pastor Pat Robertson, televangelista conhecido por suas declarações peculiares e conservadoras, afirmou em seu programa de TV, o The 700 Club, que a festa é maligna e não deve ser compartilhada por cristãos. “Esse é o dia em que milhões de crianças e adultos vão se vestir como demônios, bruxas e duendes para celebrar a satanás”, afirmou. “Eles não percebem o que estão fazendo”, acrescentou Robertson. Há tempos que Pat Robertson se dedica a desencorajar a “adoração a satanás” nas festas de Halloween. Em 2011, questionado por um espectador de seu programa sobre a validade ética da estratégia da igreja que frequentava em usar a festa para alcançar as pessoas que não conhecem o Evangelho, Robertson condenou a ideia e frisou que os cristãos não devem tomar parte no Halloween porque “é a noite de Satanás, é a noite do diabo”. No Brasil, as festas de “dia das bruxas” são realizadas há pouco tempo, comparativamente com os Estados Unidos, por exemplo, que tem a celebração entre suas tradições culturais populares, com atividades realizadas em escolas e em associações de bairro, sempre com as crianças fantasiadas. revistalifenews.com | OUTUBRO 2018

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ESPIRITUALIDADE Especial

TRÊS PERIGOS A EVITAR QUANDO VOCÊ ESTÁ SUPER OCUPADO!

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or mais agitada e frustrante que a vida moderna possa ser, os maiores perigos não são as inconveniências materiais ou temporais. Uma pessoa pode fazer trabalho físico por doze horas diárias, seis dias por semana, a vida inteira e não sofrer por isso. Na verdade, ele (ou ela) poderá ser mais saudável ao fazer isso. Mas se o esforço for mental — como é o caso da maioria dos empregos e para a maioria de nós — os efeitos negativos sobre o corpo poderão ser gigantescos. Assim, não ignore o perigo físico de estar ocupado demais. Mas lembre apenas que as ameaças mais sérias são os perigos espirituais. Quando estamos ocupados como loucos, colocamos em risco nossa alma. O desafio não é apenas fazer desaparecer alguns maus hábitos. O desafio é impedir que as nossas vidas espirituais desvaneçam. Os perigos são sérios e crescentes. Poucos entre nós estão tão seguros quanto pensamos. O PRIMEIRO PERIGO É QUE ESTAR OCUPADO DEMAIS PODE ESTRAGAR NOSSA ALEGRIA. Esta é a ameaça espiritual mais imediata e óbvia. Como cristãos, nossas vidas deviam ser caracterizadas pela alegria (Filipenses 4.4), com sabor de alegria (Gálatas 5.22) e cheias da plenitude da alegria (João 15.11). Ocupação em demasia ataca tudo isso. Um estudo diz que pessoas que viajam diariamente a serviço experimentam maior nível de estresse do que pilotos de aviões de bombardeio ou policiais. É isso que estamos enfrentando. Quando nossa vida está frenética e desvairada, somos mais propensos à ansiedade, ressentimentos, impaciência e irritabilidade.

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Enquanto eu trabalhava neste livro, pude perceber em meu interior um espírito melhorado. Não por meus escritos, mas pelo tempo de folga que recebi para fazer o trabalho de escrever. Durante aquelas semanas sem as pressões de viajar, reuniões e constante preparo de sermões, descobri estar mais paciente com meus filhos, mais atento e sensível para com minha esposa, mais disposto a ouvir de Deus. É óbvio que todo mundo tem semanas e meses em que tudo que pode dar errado, e dá mesmo errado. Nesses períodos teremos de lutar com força para ter alegria no meio de muita ocupação. Mas poucos de nós lutarão agora mesmo em prol da alegria da próxima semana, enfrentando os hábitos desnecessários de ocupação atarantada que tornam a maioria das semanas em infeliz perturbação. Há muitos anos escutei uma entrevista com Richard Swenson, médico cristão, sobre o conceito de “margem”. Não existe nada singularmente cristão sobre a ideia em si; mas existe algo muito anticristão em ignorá-la. “Margem”, diz Swenson, “é o espaço entre nosso fardo e nossos limites”. Planejar com margem significa planejar para o não planejável. Quer dizer que entendemos o que é possível a nós, criaturas finitas, e então agendamos para menos que isso! No ano que se passou, percebi que eu não planejara nenhuma margem em minhas semanas — na verdade, tenho uma margem reversa. Olho para a próxima semana e antes de surgir qualquer interrupção ou novas oportunidades ou empecilhos, já tenho ideia de como conseguir fazer tudo. Vejo o agendamento das reuniões, os sermões que terei de preparar, os e-mails que preciso escrever, os blogs que tenho de postar, os projetos que tenho de completar, as pes-


ESPIRITUALIDADE soas que tenho de atender, e calculo que, se tudo der certo, ou um pouco melhor do que esperado, consigo espremer tudo na agenda. Mas, claro, não existem semanas ideais, e acabo sem nenhuma margem para absorver as surpresas. Então, eu corro, me arraso, e ocupando-me loucamente, boto a mão na massa. É só isso que consigo fazer naquele momento, porque não planejei melhor semanas atrás. A ocupação desenfreada é como o pecado: mate-o ou ele vai matar você. Todos nós caímos num molde previsível. Começamos a nos sentir sobrepujados por um ou dois grandes projetos. Depois ficamos arrasados com o desgaste e perdemos esperança de encontrar novamente a paz e juramos que temos de mudar as coisas. Aí, duas semanas mais tarde, a vida parece mais suportável e esquecemos o que juramos até que o ciclo se repita novamente. Não percebemos que o tempo todo temos sido uns desgraçados sem alegria, retrucando sem dó e sendo pessoalmente simpáticos tanto quanto um gato arredio. Quando a ocupação vai atrás da alegria, vai contra a alegria de todo mundo. O SEGUNDO PERIGO É QUE ESSA OCUPAÇÃO DESENFREADA PODE ROUBAR O CORAÇÃO. O semeador jogou a semente com liberalidade. Algumas sementes caíram à beira do caminho e as aves devoraram tudo. Algumas caíram em chão rochoso e brotaram rapidamente, mas murcharam com o calor do primeiro sol ardente. Algumas sementes caíram entre os espinhos que sufocaram sua frágil vida. Nesta parábola de Jesus, há uma clara progressão (Marcos 4.1–20). Em alguns corações, a Palavra de Deus nada faz. Satanás a tira, logo que acabou de ser plantada. Em outros corações, de início a Palavra cresce, mas desvanece tão depressa quanto cresceu. As perseguições e provações colocam o possível cristão fora de ação. Mas na terceira categoria de falta de sucesso no plantio, a Palavra penetra mais fundo. A planta brota, chega quase ao ponto de produzir fruto. Parece que a terra é boa. Vida nova aparentemente está formando raízes. Tudo está a caminho para uma boa colheita. Até que surgem os espinhos. João Calvino disse que o coração humano é “uma espessa floresta de espinhos”. Jesus dá nome específico a dois deles. O primeiro ele chama de “os cuidados deste mundo” (Marcos 4.19). Você sabe por que retiros, viagens missionárias, acampamentos e conferências cristãs quase sempre fazem bem para nosso crescimento espiritual? Porque para participar deles, temos de liberar nossa agenda. Você sai. Deixa de lado sua insanidade normal para um final de semana e encontra espaço para pensar, orar e adorar a Deus. Para a maioria de nós, não é a heresia ou apostasia que fazem nossa fé sair dos eixos. São as preocupações da vida. Você tem de consertar o carro. O aquecedor de água pifa. A criançada precisa ir ao médico. Você ainda não conseguiu fazer sua declaração de imposto de renda. Sua conta no banco está sem saldo. Você se atrasou em escrever notas de agradecimento. Você prometeu à sua mãe que iria para a casa dela dar um jeito de consertar a torneira. Você está atrasado no planejamento para seu casamento. O concurso ou seu exame da OAB está chegando. Tem de mandar imediatamente mais currículos. O prazo da sua dissertação de mestrado está se esgotando. O tanque está vazio. O gramado precisa ser aparado. As cortinas da casa não estão colocadas. A lavadora de roupa está sacudindo e fazendo

um barulho assustador. Esta é a vida para a maioria de nós, e está sufocando nossa vida espiritual. Jesus sabe do que está falando. Por mais que oremos contra o diabo e oremos pela igreja perseguida, no pensamento de Jesus a maior ameaça ao evangelho é a mera exaustão. A situação de estar ocupado demais mata mais cristãos do que balas. Quantos sermões perdem seu poder por causa de excessivas preparações de almoços ou jantares e jogos de futebol profissionais? Quantos momentos de dor são desperdiçados porque nunca paramos tempo suficiente para aprender com eles? Quantas vezes o culto particular e familiar foi esmagado por projetos de escola ou jogos de futebol? Precisamos guardar, vigiar o coração. A semente da Palavra de Deus não cresce para frutificação sem ser podada por repouso, calma e quietude. O TERCEIRO PERIGO É QUE ESTAR OCUPADO DEMAIS PODE ENCOBRIR A PODRIDÃO DE NOSSA ALMA. O compasso agitado da vida pode nos tornar física e espiritualmente doentes. Provavelmente isso não é surpresa para você. O que talvez não reconheçamos é que nossas agendas amalucadas muitas vezes são sinal de que um mal já se instalou. Desde 2002 tenho me reunido a cada outono com alguns amigos do seminário. Nove dentre nós nos reuníamos semanalmente quando cursávamos o Gordon-Conwell, e quando nos formamos, fizemos um compromisso de nos encontrarmos uma vez ao ano. Comemos bastante, rimos muito e assistimos muito futebol. Também conversamos sobre nossas alegrias e lutas dos últimos doze meses. Com o passar dos anos temos observado temas conhecidos de cada um de nós. Talvez um esteja lutando com o descontentamento, outro com desânimo, outro com que direção tomar e outro com pressões relacionais no trabalho. Todos nós temos pecados que nos afligem e questões previsíveis. O meu pecado tem sido andar ocupado demais. Quando chega a hora de compartilhar, todo mundo já espera que vou falar o quanto tenho para fazer e que não sei o que eliminar da minha vida. A presença de ocupação extrema em nossa vida pode estar apontando para problemas mais profundos — insidiosa tendência de agradar sobretudo às pessoas, ambição implacável, um sentimento de mal-estar, de falta de significado. “Ocupação em demasia serve como uma espécie de segurança existencial, um muro contra o vazio”, escreve Tim Kreider em seu artigo viral, “The ‘Busy’ Trap”, [A armadilha do ocupado] para o New York Times. “É óbvio que a sua vida não pode ser tola, trivial ou sem sentido se você estiver atarefado, de agenda completamente cheia, procurado para atender algo em todas as horas do dia”.O maior perigo com estar ocupado que nem louco é que podem existir perigos que você nunca teve tempo de considerar. “Super ocupado” não significa que você seja um cristão fiel ou frutífero. Só quer dizer que você está ocupado, como todo mundo. E, como todo mundo, a sua alegria, o seu coração, a sua alma estão em perigo. Precisamos da Palavra de Deus para nos libertar. Precisamos de sabedoria bíblica para nos endireitar. O que realmente necessitamos é que o grande médico cure nossas almas exageradamente agendadas. revistalifenews.com | OUTUBRO 2018

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VIDA CRISTÃ Especial | Joseph D’Souza

CUIDE DA SUA LÍNGUA: COMO DIZEMOS DIFICULTA O QUE FAZEMOS

Eu assisti recentemente a um debate na TV na Índia sobre conversões religiosas. Se você sabe alguma coisa sobre conversões religiosas na Índia, então você sabe que é um assunto altamente controverso, muitas vezes usado para atacar os cristãos.

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eia dúzia de estados indianos promulgaram leis contra as chamadas conversões “forçadas” ou “fraudulentas”, que os cristãos negam. Tem havido incidentes assustadores de linchamento de muçulmanos acusados d ​​ e “jihad amoroso”, uma teoria selvagem de que os muçulmanos se casam com garotas hindus para convertê-los ao islamismo. E recentemente, um proeminente ativista hindu de 78 anos foi espancado por uma multidão que alegou estar

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participando de uma reunião para encorajar o povo indígena da Índia a se converter ao cristianismo. No debate na TV, porta-vozes do partido governante da Índia acusaram os cristãos de proselitismo direcionado. Como prova, eles apontaram para um site bem conhecido que lista os grupos de pessoas “não alcançados” do mundo, aqueles que ainda não ouviram o evangelho. Segundo o site, a maioria desses grupos habita na Índia e no Oriente Médio, entre os hindus, budistas e muçulmanos.


VIDA CRISTÃ Ao falar com os líderes desses grupos religiosos, aprendi que, embora bem-intencionada, nossa linguagem missiológica comunicou o oposto do que pretendíamos. O que ouvimos como um apelo convincente para testemunhar o amor incondicional de Deus aos nossos vizinhos, eles interpretam como uma campanha para tornar uma religião dominante sobre outra. A abordagem surpreendentemente humilde de Paulo para “tornar todas as coisas para todas as pessoas” é prejudicada quando as pessoas se vêem como “alvos” de organizações estrangeiras. Parte da confusão decorre do fato de que a igreja desenvolveu sua linguagem missiológica há mais de 50 anos, quando o Ocidente surgiu como uma potência política e econômica e antes do advento da internet. Destinado ao uso interno da igreja, a linguagem se tornou pública e, como tal, precisamos vê-la à luz daqueles que a estão ouvindo agora. Aqui estão alguns dos termos que a igreja deveria reconsiderar em sua linguagem missiológica:

1) NÃO ALCANÇADOS Quando dizemos que as pessoas são “não alcançadas”, queremos dizer que o evangelho não está imediatamente acessível a elas. Talvez a Bíblia não tenha sido traduzida para a língua deles, ou há tão poucos cristãos que o evangelho não foi pregado para a população maior. Isto é o que queremos dizer com ‘não alcançados’, mas o que eles ouvem é que eles não são alcançados por Deus. “O Ocidente tem mais de Deus do que nós?” é uma das perguntas que eu ouvi. A resposta é, obviamente, não. É óbvio que partes da Europa e das Américas poderiam ser consideradas como não alcançadas, dado o recente aumento acentuado dos religiosos não filiados. Devemos lembrar que, embora Deus trabalhe através da igreja, ele não está ligado a ela. Jesus disse que o Espírito é como o vento – ele vai para onde quiser. Existem inúmeras histórias de pessoas de países “não alcançados” que tiveram visões, sonhos e curas sobrenaturais que os levaram a Jesus. Só porque não há uma forte presença cristã em um país, isso não significa que Deus não esteja presente. Não há um lugar que não seja alcançado por Deus.

2) GRUPOS DE PESSOAS Até hoje as pessoas têm dificuldade em entender por que há tanta tensão étnica em lugares como a África, o Oriente Médio e o Sul da Ásia. É porque as pessoas têm múltiplas identidades culturais, étnicas e tribais. Tomemos por exemplo o chamado grupo de pessoas Bhojpuri do norte da Índia – 150 milhões de pessoas agrupadas porque compartilham a língua Bhojpuri. Mas dentro da maior população de Bhojpuri existem Bihari Bhojpuri e Uttar Pradesh Bhojpuri que se vêem distintos um do outro. Além disso, existem castas dentro do grupo Bhojpuri, incluindo os Dalits. Um brâmane Bhojpuri de Bihar pode se casar com um brâmane Bhojpuri de Uttar Pradesh, mas não se casará com um Bhojpuri Dalit ou uma casta baixa. E quando se trata de linguagem, eles lêem e escrevem em hindi, mesmo enquanto

mantêm sua língua materna. Não existe uma identidade unificada de casta Bhojpuri e, neste mundo como um todo, a cultura não se encaixa em definições antropológicas lineares.

3) DIRECIONAMENTO A segmentação pode ser um conceito simples e comercial para os cristãos no Ocidente, mas para pessoas que há menos de um século estavam sob o domínio colonial, o termo traz lembranças de conquistas religiosas e políticas. Desta terminologia surgiu a noção de alcançar uma nação inteira para Jesus, mas nunca houve uma nação que fosse totalmente cristã. Mesmo quando Constantino declarou o cristianismo como a fé oficial do Império Romano no quarto século, os cristãos constituíam não mais do que um quarto de toda a população. O próprio Jesus ensinou que a maioria das pessoas acharia seus ensinamentos difíceis, e apenas alguns o seguiriam e encontrariam o “caminho estreito” para seu Reino (Mateus 7: 13-14).

CONVERSÃO Quando se trata de conversão, tendemos a pensar em termos individuais – uma decisão pessoal de fé. No entanto, nas sociedades coletivas, aonde o senso de identidade das pessoas vem de suas comunidades, a conversão assume um tom político. Isso pode significar que você está se voltando contra sua cultura local, nação ou família. Em países como a Índia, a segmentação por conversão evoca memórias de subjugação colonial. ‘Regeneração’ é uma palavra melhor para descrever a experiência de salvar a fé em Jesus através do Espírito Santo. Captura a ideia de vir a uma nova vida em Jesus sem necessariamente implicar que você está se voltando contra sua cultura ou herança.

CHAMADO DE FAZER DISCÍPULOS Mahatma Gandhi – o pai da Índia moderna – disse certa vez: “Eu gosto do seu Cristo, não gosto dos seus cristãos”. Gandhi estava enamorado de Jesus e de seus ensinamentos, mas um encontro azedo com um pregador de rua que estava denegrindo o hinduísmo deixou-o com um gosto ruim em sua boca para com os cristãos. Precisamos lembrar que Jesus nos chamou para o processo de longo prazo de fazer discípulos, que é a transformação de nossas vidas na pessoa de Jesus. É importante como pregamos o evangelho. Nossa linguagem missiológica precisa refletir Jesus. Se não tivermos cuidado, isso pode se tornar um grande obstáculo para o testemunho de Jesus. Como Pedro nos exorta: “Esteja sempre preparado para dar uma resposta a todos que lhe pedirem a razão da esperança que você tem. Mas faça isso com gentileza e respeito … ‘(1 Pedro 3:15). Rev. Joseph D’Souza da Igreja Bom Pastor da Índia-anglicana. Christianity Today.

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CURTAS

GRAMMY LATINO – SAI A LISTA DOS INDICADOS AO PRÊMIO

“Estou muito feliz e radiante por ter sido indicado, pois são músicos e cantores votando. Para mim isso já é uma premiação, já me sinto honrado por isso, pois não merecia estar ali. E isso é mais do que nunca a oportunidade de glorificar o nome do Senhor e quanto maior a plataforma melhor para falar do reino de Deus. Se não for pra isso não terá sucesso. Eu nem estava esperando por isso”, contou. Pelas redes sociais, a cantora Léa Mendonça publicou um vídeo expressando a sua alegria por ter sido indicada.

Anderson Freire concorre ao prêmio pela quarta vez. Foto: Divulgação

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Academia Latina da Gravação divulgou a lista dos indicados ao Grammy Latino 2018, a ser entregue para artistas, bandas, engenheiros de som e outros profissionais. A cerimônia da 19ª edição será em Las Vegas (EUA), em 15 de novembro. Tradicionalmente, a premiação traz uma categoria dedicada à música cristã contemporânea. Como “Melhor Álbum” de Música Cristã, foram indicados os seguintes títulos: “Som da Minha Vida”, de Fernanda Brum; “Nível do Céu”, de Cassiane; “Contagem Regressiva”, de Anderson Freire; “Pintor do Mundo”, do Pr. Lucas; “Adoração na Guerra Ao Vivo”, de Léa Mendonça. Esta é a quarta vez que o cantor Anderson Freire é indicado ao prêmio. Em 2016 ele venceu o Grammy com o álbum “Deus não te rejeita”. Em entrevista à Comunhão, o artista contou que chegar a essa fase não é fácil. E não escondeu a felicidade de ter sido novamente indicado.

Pr. Lucas, recebeu sua primeira indicação ao prêmio. Foto: Divulgação

Nesses 34 anos de carreira, foi a primeira vez que a cantora foi indicada a premiação. “Estou numa alegria muito grande por essa notícia. E eu profetizando que vinha coisa boa por aí e chegou algo novo para mim. Minha gratidão a Deus e a minha gravadora MK”, declarou. O Pastor Lucas também usou sua conta no facebook para comentar a indicação. Em suas palavras apenas agradecimento. “Grato grato grato grato. É o que sei dizer. Queria por aqui o nome de todo mundo, mas não sei se vou esquecer algum. Mas Obrigado demais fãs, amigos, minha família linda, meus pais, gravadora e tantos outros”.

ATOR FELIPE FOLGOSI LANÇA HQ INSPIRADA NA BÍBLIA

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ator Felipe Folgosi, conhecido pela sua participação em várias novelas da Rede Globo, esteve na 14ª edição da Expo Cristã, lançando dois livros “Comunhão” e “Aurora” no formato de história em quadrinhos. Em entrevista exclusiva ao Gospel Prime, ele conta que tem paixão por esse tipo de trabalho, desde sua infância. “Pra mim os quadrinhos é um tipo de mídia que consegue atrair pessoas com dificuldade de leitura. É como um cinema

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sem som, porque é uma narrativa visual. Também é uma estratégia que Deus me deu pra falar com o público secular sobre uma moral e uma ética cristã", inicia. Folgosi é ator há quase 30 anos, fez faculdade de cinema e se especializou em roteiro de cinema nos EUA. “Meu foco é missionário e evangelístico. Eu uso muita simbologia, tanto nos nomes quanto na parte gráfica. A ideia é provocar uma reflexão naqueles que ainda não são cristãos”, explica.


CURTAS

ELEIÇÕES 2018 NO BRASIL: DECISÃO FICA PARA SEGUNDO TURNO ENTRE BOLSONARO E HADDAD

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erca de 147 milhões de eleitores eram esperados nas urnas no dia 7 de outubro para escolher quem vai comandar o Brasil pelos próximos quatro anos. E o resultado será um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) no próximo dia 28 de outubro. Treze candidatos disputaram a Presidência da República. Além de Bolsonaro e Haddad, concorreram Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), José Maria Eymael (DC), Cabo Daciolo (Patriota), João Goulart Filho (PPL) e Vera Lucia (PSTU). É a primeira vez desde 2002 que um candidato do PSDB não vai à segunda rodada do pleito com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O candidato do PSL teve 46,1% dos votos, contra 29,2% do petista. Em seu pronunciamento após o resultado, Bolsonaro questionou a segurança das urnas. “Se tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o voto do futuro presidente da República decidido no dia de hoje”, disse, em vídeo publicado em suas redes sociais. Já Haddad, em seu comitê em um hotel em São Paulo,

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) comemoram após avançarem para o segundo turno da eleição presidencial 07/10/2018 (Facebook/Reprodução - Nelson Almeida/AFP)

reconheceu que o cenário daqui para frente é desafiador. “Os resultados são bastante expressivos e me fazem atentar para os riscos que a democracia corre”, afirmou. Em terceiro lugar, com 12,5% dos votos, Ciro Gomes fez um aceno ao petista. O pedetista não adiantou apoio, mas frisou que “sempre defendeu a democracia” e finalizou o discurso dizendo “Ele não”.

PRÊMIO NOBEL DA PAZ PARA CRISTÃOS PERSEGUIDOS

O

s cristãos coptas, que sofrem perseguição religiosa no Egito, foram nomeados para o Prêmio Nobel da Paz de 2018. Eles são o primeiro grupo etno-religioso a receber a honraria. Eles fazem parte dos 331 indicados ao Prêmio desse ano, que tem o maior número de candidatos desde 2016. A comissão responsável pela premiação não divulgou os nomes dos cristãos indicados ao Nobel. Eles representam apenas 10% da população do país.

O ganhador do Prêmio será anunciado na sexta-feira, 5 de outubro. Mas a cerimônia oficial está marcada para dezembro. Esta não foi a primeira vez que cristãos coptas são indicados ao Nobel da Paz. Em 2012, a líder cristã “Mama Maggie” Gobran foi nomeada para o Prêmio Nobel da Paz 2012 por seu trabalho abnegado de assistência às pessoas carentes das favelas em lixões no Cairo, capital do Egito. Nos últimos anos, os cristãos coptas foram alvos de numerosos ataques violentos cometidos por extremistas islâmicos no Egito. Em abril de 2017, duas igrejas foram alvos de atentados a bomba coordenados, que deixaram 25 mortos. No mês seguinte, jihadistas atacaram um grupo de cristãos no sul do Cairo, matando cerca de 30 pessoas. Segundo o relatório da Open Doors (Missão Portas Abertas dos EUA), só no ano passado, 128 cristãos egípcios morreram por conta de sua fé. E mais de 200 foram expulsos de suas casas. De acordo com a ONG, a perseguição aos cristãos se intensificaram em 2011, quando os protestos da “Primavera Árabe” levaram à derrubada do ditador Hosni Mubarak. “Os cristãos no Egito enfrentam atualmente níveis sem precedentes de perseguição. Apesar disso, os coptas sempre se recusaram a retaliar e continuarão a praticar a coexistência pacífica”, disse a organização.

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ISRAEL

JUDEUS ANUNCIAM NASCIMENTO DE NOVILHA VERMELHA EM ISRAEL; ANIMAL ESTÁ LIGADO A PROFECIAS

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s judeus que se organizaram em torno dos planos de reconstrução do Templo de Jerusalém estão comemorando o nascimento da primeira novilha vermelha adequada para o ritual de purificação dos judeus, sem manchas ou pelos de cores diferentes. A novilha nasceu em Israel em uma fazenda sob os cuidados do Instituto do Templo, que ao longo dos últimos anos se dedicou a preparar todos os itens necessários para o ritual. Faltava apenas o animal, que nasceu de um programa veterinário dedicado a esse fim. No versículo 2 do capítulo 19 do livro bíblico de Números, a novilha vermelha é citada como necessário para o sacrifício: “Este é o estatuto da lei, que o Senhor ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha ruiva, que não tenha defeito, e sobre a qual não tenha sido posto jugo”. Em quase mil anos, durante o tempo em que o primeiro e o segundo templos em Jerusalém estavam de pé, apenas nove animais com essas características foram encontrados e usados no ritual. Para muitos judeus, dada a raridade dos animais, a décima só surgiria quando o Messias estivesse à frente do povo, segundo informações do Breaking Israel News. Devido às leis que restringem a importação de gado vivo para Israel, o Instituto do Templo importou embriões congelados de bois da raça red angus, implantando-os em vacas domésticas israelenses. As vacas prenhes foram criadas em fazendas de gado em diferentes locais do país. As vacas estão dando à luz nesta estação, com vários bezerros já nascidos. Uma semana depois do nascimento, a novilha recém-nascida foi certificada por uma junta de rabinos como cumprindo todos os requisitos bíblicos. Os rabinos enfatizavam que a novilha poderia, a qualquer momento, adquirir uma mancha que a tornasse inadequada. Eles estarão inspecionando o bezerro periodicamente para verificar sua condição. A novilha vermelha foi o principal componente do processo de purificação ritual da impureza da religião judaica, que resulta da proximidade ou do contato com um corpo morto. Porque os elementos necessários para esta cerimônia têm faltado desde a destruição do Segundo Templo, todos os judeus hoje são considerados ritualmente impuros, impedindo assim o retorno do culto no Templo. Ao longo dos últimos anos, várias novilhas foram encontradas e, numa primeira análise, pareciam se qualificar, mas, em última análise, eram impróprias para o ritual. No início deste mês, dois bezerros nascidos em Israel no programa de criação do Instituto do Templo foram considerados inadequados para o cumprimento da mitzvah. Um dos bezerros era um touro, enquanto o segundo, uma novilha,

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tinha um pequeno pedaço de pelo branco que a desqualificava, informou o portal Breaking Israel News. Em 2017, um rabino encontrou uma novilha vermelha na Califórnia e se espantou, por sempre ter ouvido a respeito da raridade do animal. Benny Hershcovich, no entanto, disse que sentiu-se desqualificado para determinar se esta novilha, particularmente, cumpriria os requisitos da Torá. “Independentemente de seu status, apenas o fato de ver algo que era parte integrante do Templo e da história judaica, já foi realmente magnífico. Fiquei simplesmente ‘hipnotizado’ ao ver essa novilha”, afirmou na ocasião.

PROFECIAS

Para os judeus, somente a construção do Terceiro Templo poderia restabelecer a condição de adoração perfeita a Deus, mas para isso, alguns rituais da religião tem que ser cumpridos. E um dos principais, a purificação dos sacerdotes, não pode ser feita sem as cinzas de uma novilha vermelha, conforme descrito no livro de Números. Os líderes judeus vivem atentos a alguns sinais que, dentro de sua tradição, significaria o surgimento do Messias, uma vez que eles não reconhecem Jesus como o Filho de Deus. O nascimento de uma novilha vermelha fez a comunidade judaica – e também os cristãos – especularem sobre o início do fim dos tempos. Em 2014, outra novilha vermelha havia nascido em Israel, fato que não era registrado desde o ano 70 d. C., com o animal sem defeitos, conforme exige o texto sagrado. A raridade do animal fez com que os envolvidos a transportassem para os Estados Unidos, para ser criada em segurança. “O papel do Terceiro Templo para toda a humanidade traz a visão messiânica do futuro: o chamado para viver uma vida eterna, liberado da farsa e da infelicidade que é a condição atual de tantas pessoas. A ordenança divina da novilha, que está além do alcance frágil do intelecto humano, com todos os detalhes de sua preparação e cerimônia, chama a Israel e a todos os que procuram agarrar-se a Palavra Viva do Deus de Israel: purifiquem-se”, dizia um trecho do comunicado do Instituto à época. Em outras situações, animais que carregavam a mesma expectativa, foram mortos por judeus que temiam que a realização dos rituais acirrassem os ânimos com os palestinos, afinal, o Terceiro Templo teria que ser construído em Jerusalém, cidade que hoje tem seu território dividido com muçulmanos e cristãos, no local onde hoje está edificada a mesquita Al-Aqsa, conhecida como Cúpula da Rocha. A construção do Terceiro Templo é descrita no Apocalipse como um dos eventos que caracterização o reinado do anticristo, já na Grande Tribulação, após o arrebatamento da Igreja de Cristo, de acordo com uma das linhas interpretativas do texto sagrado.


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CLICK

ACONTECIMENTOS LIFEPOINT CONFERENCE 2018

Aconteceu nos dias 5, 6 e 7 de outubro a Lifepoint Conference 2018. A igreja liderada pelos pastores Pedro e Sandra Corrá promoveu a conferência com a presença dos preletores: Pr. Pedro Corrá - Lead Pastor - Lifepoint Church, Pr. Tiago Brunet - Pastor, Life Coach e Escritor - Casa de Destino, São Paulo, Brasil; Pr. Jimmy Scroggins - Lea Pastor - Family Church, West Palm Beach, Flórida e Ap. Paulo Tércio - Lead Pastor - Novidade de Vida Church, São Paulo, Brasil com a participação musical do Lifepoint Worship e Family Church Worship Team. Confira as fotos!

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PALAVRA DO PASTOR

NOVOS OLHARES

ESTEVAM FERNANDES DE OLIVEIRA

é Pastor da 1a Igreja Batista de João Pessoa. Pscicólogo clínico, escritor, conferencista, mestre e doutor em Ciências Sociais.

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xiste uma relação muito significativa entre a qualidade de vida de uma pessoa e a maneira como ela olha para o mundo ao seu redor. Nesta perspectiva, quatro olhares poderão fazer uma grande diferença em nossa existência. Primeiro: Olhar para trás com gratidão. Muitas pessoas têm uma péssima imagem do seu passado. Fazem um esforço enorme para negá-lo ou esquecê-lo. Todavia, nenhum passado foi de todo ruim. Muita coisa boa pode ser resgatada quando aprendemos a olhar para trás com gratidão. Quantas bênçãos Deus nos concedeu! Quantas pessoas especiais passaram por nosso caminho e, como flores, adornaram e perfumaram nossa vida! Viver somente amaldiçoando o tempo que se passou é apenas uma forma de perpetuar amarguras e revoltas. Quando olhamos para trás com gratidão, percebemos o quanto as lágrimas, as provações e o sofrimento foram importantes para a construção do nosso presente. Segundo: Olhar para os lados com amor. A vida requer um exercício contínuo de solidariedade. Quando aprendemos a olhar ao nosso redor de forma diferente, motivados pelo amor, descobrimos que não estamos sozinhos. Há sempre alguém sofrendo perto de nós. Às vezes, mais perto do que imaginamos. Exercitar o amor, o companheirismo, torna-nos mais humanos e menos egoístas, e confere à nossa existência um novo sentido, uma nova dimensão. Terceiro: Olhar para cima com louvor. Quem olha apenas para o chão ou em volta tem uma visão muito limitada pelas circunstâncias que o pressionam e ameaçam-no. O mundo fica pequeno demais. A dimensão transcendental é a única que não conhece limites. Quem aprende a olhar para cima, com louvor, liberta a sua alma das garras da murmuração e descobre o caminho da graça e da sabedoria do Deus que cuida do universo e de nós também. Só quem está no fundo do poço sabe que é de cima que vem o seu socorro. O louvor nos liberta e abre-nos caminhos novos até então encobertos pelo véu da nossa própria condição humana. Quarto: Olhar para frente com esperança. O combustível da vida é a esperança. Quando ela acaba, a vida perde os seus movimentos. Fica paralizada. Por maiores que sejam os obstáculos, não devemos manter nossos olhos presos às circunstâncias. Toda caminhada pressupõe a possibilidade de lutas, dificuldades e frustrações. Contudo, viver é encarar os desafios. É preciso olhar sempre para frente. Afinal, tudo passa. Aprenda a lançar seu olhar para um futuro cheio de esperança sabendo que as aflições do presente não se comparam com as alegrias que estão por vir. Contemple a vida por meio de novos olhares, novas possibilidades. Veja quanta felicidade está reservada para os que olham para seu passado com gratidão; ao seu redor, cheios de amor; para cima, com louvor; e vislumbram o seu futuro com as lentes da esperança. Certamente, esses vivem melhor! 

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