novas linhas novos futuros Graduação
Serviços de Relações Externas Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro Portugal Tel. 234 370 211 Fax 234 370 985 sre@ua.pt www.ua.pt
Ensino Universitário Licenciaturas
Ensino Politécnico Bacharelato
.Administração Pública .Biologia .Bioquímica e Química Alimentar .Design .Economia .Educação de Infância .Engenharia Cerâmica e do Vidro .Engenharia Civil .Engenharia de Computadores e Telemática .Engenharia de Materiais .Engenharia do Ambiente .Engenharia e Gestão Industrial .Engenharia Electrónica e Telecomunicações .Engenharia Física .Engenharia Geológica .Engenharia Mecânica .Engenharia Química .Ensino Básico – 1.º Ciclo .Ensino de Biologia e Geologia .Ensino de Electrónica e Informática .Ensino de Física e Química .Ensino de Inglês e Alemão .Ensino de Matemática .Ensino de Música .Ensino de Português e Francês .Ensino de Português e Inglês .Ensino de Português, Latim e Grego .Física .Gestão .Gestão e Planeamento em Turismo .Línguas e Administração Editorial Novo .Línguas e Relações Empresariais .Línguas e Tradução Especializada Novo .Línguas, Literaturas e Culturas Novo .Matemática Aplicada e Computação .Meteorologia e Oceanografia Física .Novas Tecnologias da Comunicação .Planeamento Regional e Urbano .Química .Química Industrial e Gestão .Tecnologias de Informação e Comunicação
.Técnico Superior de Justiça
Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro Licenciatura .Enfermagem
Licenciaturas Bi-etápicas .Fisioterapia .Gerontologia .Radiologia .Radioterapia .Terapia da Fala
Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda Bacharelatos .Documentação e Arquivística .Engenharia Electromecânica .Engenharia Electrotécnica .Engenharia Geográfica .Estudos Superiores de Comércio .Gestão Pública e Autárquica .Secretariado de Direcção
Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro Licenciaturas Bi-etápicas .Contabilidade e Administração Pública .Contabilidade e Administração: -Ramo Contabilidade e Auditoria -Ramo Contabilidade e Administração de Empresas -Ramo Fiscalidade
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16
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publicações da comunidade académica
competições na ua captam a atenção de alunos de todas as idades
40
54
68
42
56
medicina e ciências biomédicas integram projecto da ua Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré
personalidades e acontecimentos que marcaram a história da ua: Prof. Renato Araújo Prof. João Lopes Baptista
10
fábrica de ciência viva Prof. Paulo Trincão Dr. Francisco Providência Dr. Manuel Ferreira Rodrigues
o processo de bolonha como oportunidade para a mudança Prof. Isabel Alarcão
melhorar a educação de infância na guiné-bissau Prof. Gabriela Portugal
24
casos de sucesso antigos alunos da ua têm carreiras bem sucedidas
projecto kits didácticos alternativas para promover a cultura científica desde cedo
projecto do lipa pesca descontrolada na ria de aveiro ameaça recursos piscícolas
instituto de investigação da ua dez anos a promover a qualidade e a excelência
prof. José Cavaleiro três décadas ao serviço da química, na ua, reconhecidas com prémio
novos cursos na ua línguas com novas licenciaturas, ambiente e saúde com novos mestrados
feira de emprego quatro edições coroadas de êxito
I fórum de estudantes palop recomendações documentadas em carta de aveiro
dia aberto e dia da universidade dois dias marcantes para a comunidade académica
ua nos media 38 10 – UA com regresso anunciado
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publicações da comunidade académica
competições na ua captam a atenção de alunos de todas as idades
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medicina e ciências biomédicas integram projecto da ua Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré
personalidades e acontecimentos que marcaram a história da ua: Prof. Renato Araújo Prof. João Lopes Baptista
10
fábrica de ciência viva Prof. Paulo Trincão Dr. Francisco Providência Dr. Manuel Ferreira Rodrigues
o processo de bolonha como oportunidade para a mudança Prof. Isabel Alarcão
melhorar a educação de infância na guiné-bissau Prof. Gabriela Portugal
24
casos de sucesso antigos alunos da ua têm carreiras bem sucedidas
projecto kits didácticos alternativas para promover a cultura científica desde cedo
projecto do lipa pesca descontrolada na ria de aveiro ameaça recursos piscícolas
instituto de investigação da ua dez anos a promover a qualidade e a excelência
prof. José Cavaleiro três décadas ao serviço da química, na ua, reconhecidas com prémio
novos cursos na ua línguas com novas licenciaturas, ambiente e saúde com novos mestrados
feira de emprego quatro edições coroadas de êxito
I fórum de estudantes palop recomendações documentadas em carta de aveiro
dia aberto e dia da universidade dois dias marcantes para a comunidade académica
ua nos media 38 10 – UA com regresso anunciado
Linhas
05
outubro ‘04
processos clínicos. Mantém-se, assim, a tradição da Universidade de Aveiro de promoção da formação em contexto de investigação.
Maria Helena Nazaré Reitora
Medicina e Ciências Biomédicas integram projecto da UA Atenta aos desafios crescentes que a sociedade portuguesa enfrenta no domínio da saúde
Esta é uma proposta em que a toda a Universidade se tem vindo a empenhar no sentido de constituir um programa pedagógico, de investigação e de intervenção social inovador e de qualidade para a área das Ciências da Saúde.
e à importância estratégica de intervenção nesta área, potenciando valências existentes nesta instituição, a Universidade de Aveiro prepara mais um passo no desenvolvimento do seu Projecto: o lançamento do Programa de Formação Inicial Universitária em Medicina e Ciências Biomédicas.
O Programa é eminentemente vocacionado para a resolução de questões concretas com que a sociedade portuguesa se depara e de que se ressente o próprio Sistema Nacional de Saúde. Estão identificados e diagnosticados alguns factores que caracterizam e condicionam a actual conjuntura neste domínio: a evolução tecnológica e a transferência de novos conhecimentos para a área da Saúde; a evolução demográfica e os novos paradigmas de cuidados de Saúde; a situação do ensino nesta área em Portugal e as tendências modernas de formação dos profissionais de saúde são alguns desses factores. Medicina. Porquê? Uma recente análise do panorama nacional de formação na área das Ciências da Saúde permitiu identificar que, para Portugal acompanhar as dinâmicas dos países desenvolvidos, terá necessidade de aumentar o número de médicos a formar por ano. Seria viável colmatar a falta de profissionais de Medicina, no curto prazo, com o aumento da admissão de cerca de 350 alunos/ano nos cursos de Medicina já existentes no nosso país.
Mas será esse o caminho? A UA propõe uma nova oferta de formação em Medicina, que se distancia substancialmente dos formatos tradicionais. O plano curricular da licenciatura em Medicina da UA aponta para a formação de médicos generalistas, com um forte enfoque na prevenção, no diagnóstico precoce, nos cuidados continuados e no enquadramento sócio-cultural da doença, paradigmas que actualmente sustentam uma nova orientação das Ciências da Saúde. Por outro lado, é, eminentemente, uma proposta de formação em contexto profissional que coloca o aluno em contacto com o doente e com a realidade do Sistema Nacional de Saúde, desde o 1º ano curricular, através da realização de estágios, preferencialmente em centros de saúde e, posteriormente, em hospitais próximos. É uma proposta assumidamente próxima da comunidade e das suas necessidades, proporcionando aos futuros médicos uma forte vivência clínica e de contextualização social e humana, desde a base curricular, realçando-se o importante papel do clínico geral e do “médico de família”, em particular. O já longo percurso da UA no desenvolvimento de investigação em áreas como a do sinal e imagem médica, a telemedicina, a biomedicina e a instrumentação médica facilita, por outro lado, que a formação de médicos recorra intensivamente a esses conhecimentos e recursos, hoje correntemente aplicados nos
Outras novas formações: Biomedicina Farmacêutica e Biomedicina Molecular Esta perspectiva alicerça a capacidade da UA para preparar, também, técnicos na área da saúde com um perfil diferenciado da tradicional formação: pelo que se avançam, também, neste programa, duas licenciaturas em Ciências Biomédicas. A licenciatura em Biomedicina Farmacêutica visa formar profissionais com conhecimentos adequados ao estudo e investigação do medicamento, vacinas ou dispositivos médicos. Não intervindo clinicamente, estes profissionais estão qualificados a participar no desenvolvimento de fármacos, a acompanhar o seu registo pelas autoridades reguladoras, e a assistir medicamente ao seu uso e aplicação prática. Em Portugal, como em toda a União Europeia, existe uma notória carência destes técnicos que, em muito, podem contribuir para a afirmação da área da investigação do medicamento e para impulsionar o elevado potencial económico desta indústria. O vertiginoso avanço científico proporcionado pela sequenciação do genoma e a evolução da biologia molecular na última década proporcionam novos desafios à Medicina. A aplicação da Biomedicina Molecular ao Homem nas suas diferentes vertentes (diagnóstico, terapêutica, medicina forense e investigação) é quase ficção em Portugal, mas irá requerer a re-engenharia do processo de prestação de cuidados médicos. Para se poderem fornecer cuidados de saúde recorrendo às mais modernas técnicas é necessário treinar profissionais com essas competências. É a proposta da UA ao alinhar o curso de Licenciatura em Biomedicina Molecular. A UA sustenta que a intervenção na formação em saúde se deve apoiar na interdisciplinaridade entre as várias áreas
científicas, não se dissociando nunca a investigação como forma de antecipar a mudança e de promover a transferência e a interacção de conhecimentos com o Sistema de Saúde Português.
medicina e ciências biomédicas
a incluir no seu Plano de Desenvolvimento 1999/2003 a implementação e desenvolvimento de um Programa para as Ciências da Saúde. Daí decorreu a criação, em 2001, da Escola Superior de Saúde, que é responsável pela formação inicial politécnica, e ministra actualmente uma licenciatura
O Programa da UA na Comunidade Mantendo uma política de integração entre ensino, investigação e prestação de serviços à comunidade, traço característico desta Universidade, pretende-se intervir no próprio sistema de saúde. Pondera-se a gestão integrada de centros de saúde da região e contempla-se, também, a criação de um Complexo Clínico-Cirúrgico que reunirá um conjunto de unidades vocacionadas para a prestação de serviços, mas que assumirão um papel igualmente importante nas componentes da formação e investigação. As áreas prioritárias de intervenção dessas unidades são a farmacologia humana, a imagiologia, a cirurgia, os cuidados paliativos e a aplicação da bioinformática à clínica.
em Enfermagem, cinco licenciaturas bi-etápicas nas áreas de Fisioterapia, Radiologia, Radioterapia, Terapia da Fala e Gerontologia e um curso de complemento de formação em Enfermagem. Criada simultaneamente, a Secção Autónoma de Ciências da Saúde tem como missão o desenvolvimento de formação inicial universitária em Ciências Biomédicas e programas de pós-graduação. Ministra um curso de formação especializada e um mestrado em Geriatria e Gerontologia e um mestrado em Ciências da Fala e da Audição. Participa também nos cursos de formação especializada em Telemática na Saúde, em Boas Práticas em Serviços Telemáticos de Saúde e no mestrado em Engenharia Biomédica da responsabilidade de outros Departamentos da UA. A investigação desenvolvida por esta unidade centrase em temas interdisciplinares, relevantes e inovadores no actual panorama português e mesmo internacional. O envelhecimento, considerado na perspectiva
É para a Universidade de Aveiro claro que o sucesso de um projecto desta natureza depende em grande medida das vontades, valências e vocações institucionais que se conseguem congregar e, por isso, procurou, desde o início, formar as parcerias que considera críticas para este projecto, e consultar os melhores especialistas internacionais nas diferentes áreas.
abrangente das ciências sociais e humanas, das tecnologias e da investigação fundamental, é uma aposta estratégica importante. Muito anterior a esta realidade é a intervenção da UA em termos de desenvolvimento de investigação em Engenharia Biomédica e na aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação à área da Saúde, que remonta à década de 70. Projectos pioneiros nas áreas de telemedicina, biomedicina e instrumentação médica têm proporcionado
Sendo um projecto ambicioso e inovador, é também sustentado, à semelhança da própria Universidade de Aveiro. Internamente o Programa acolheu a aprovação do Senado Universitário. Aguardam-se agora os desenvolvimentos por parte da tutela.
interessantes parcerias e colaborações com instituições médicas e entidades nacionais e estrangeiras. Mais recentemente, novas áreas têm tido relevantes desenvolvimentos através de projectos de outras Unidades de Investigação associadas aos Departamentos de Biologia, de Química, de Eng. Cerâmica e do Vidro, de Ciências da Educação e de Electrónica e Telecomunicações, que mantém
A Saúde na UA
actualmente em curso 79 projectos de I&D.
O percurso trilhado pela UA no domínio das Ciências
Em 2002, a UA lançou, com recurso a receitas
da Saúde, que sustenta esta intervenção, agora num
próprias, um concurso interno para projectos de
novo sentido, conta já com algumas etapas bem
investigação multidisciplinares no domínio das
sucedidas.
Ciências da Saúde, que permitiu impulsionar novas
A constatação das carências de pessoal técnico
áreas ou reforçar prioridades.
qualificado no Sistema Nacional de Saúde e o enquadramento proporcionado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º140/98 impulsionou a UA
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outubro ‘04
processos clínicos. Mantém-se, assim, a tradição da Universidade de Aveiro de promoção da formação em contexto de investigação.
Maria Helena Nazaré Reitora
Medicina e Ciências Biomédicas integram projecto da UA Atenta aos desafios crescentes que a sociedade portuguesa enfrenta no domínio da saúde
Esta é uma proposta em que a toda a Universidade se tem vindo a empenhar no sentido de constituir um programa pedagógico, de investigação e de intervenção social inovador e de qualidade para a área das Ciências da Saúde.
e à importância estratégica de intervenção nesta área, potenciando valências existentes nesta instituição, a Universidade de Aveiro prepara mais um passo no desenvolvimento do seu Projecto: o lançamento do Programa de Formação Inicial Universitária em Medicina e Ciências Biomédicas.
O Programa é eminentemente vocacionado para a resolução de questões concretas com que a sociedade portuguesa se depara e de que se ressente o próprio Sistema Nacional de Saúde. Estão identificados e diagnosticados alguns factores que caracterizam e condicionam a actual conjuntura neste domínio: a evolução tecnológica e a transferência de novos conhecimentos para a área da Saúde; a evolução demográfica e os novos paradigmas de cuidados de Saúde; a situação do ensino nesta área em Portugal e as tendências modernas de formação dos profissionais de saúde são alguns desses factores. Medicina. Porquê? Uma recente análise do panorama nacional de formação na área das Ciências da Saúde permitiu identificar que, para Portugal acompanhar as dinâmicas dos países desenvolvidos, terá necessidade de aumentar o número de médicos a formar por ano. Seria viável colmatar a falta de profissionais de Medicina, no curto prazo, com o aumento da admissão de cerca de 350 alunos/ano nos cursos de Medicina já existentes no nosso país.
Mas será esse o caminho? A UA propõe uma nova oferta de formação em Medicina, que se distancia substancialmente dos formatos tradicionais. O plano curricular da licenciatura em Medicina da UA aponta para a formação de médicos generalistas, com um forte enfoque na prevenção, no diagnóstico precoce, nos cuidados continuados e no enquadramento sócio-cultural da doença, paradigmas que actualmente sustentam uma nova orientação das Ciências da Saúde. Por outro lado, é, eminentemente, uma proposta de formação em contexto profissional que coloca o aluno em contacto com o doente e com a realidade do Sistema Nacional de Saúde, desde o 1º ano curricular, através da realização de estágios, preferencialmente em centros de saúde e, posteriormente, em hospitais próximos. É uma proposta assumidamente próxima da comunidade e das suas necessidades, proporcionando aos futuros médicos uma forte vivência clínica e de contextualização social e humana, desde a base curricular, realçando-se o importante papel do clínico geral e do “médico de família”, em particular. O já longo percurso da UA no desenvolvimento de investigação em áreas como a do sinal e imagem médica, a telemedicina, a biomedicina e a instrumentação médica facilita, por outro lado, que a formação de médicos recorra intensivamente a esses conhecimentos e recursos, hoje correntemente aplicados nos
Outras novas formações: Biomedicina Farmacêutica e Biomedicina Molecular Esta perspectiva alicerça a capacidade da UA para preparar, também, técnicos na área da saúde com um perfil diferenciado da tradicional formação: pelo que se avançam, também, neste programa, duas licenciaturas em Ciências Biomédicas. A licenciatura em Biomedicina Farmacêutica visa formar profissionais com conhecimentos adequados ao estudo e investigação do medicamento, vacinas ou dispositivos médicos. Não intervindo clinicamente, estes profissionais estão qualificados a participar no desenvolvimento de fármacos, a acompanhar o seu registo pelas autoridades reguladoras, e a assistir medicamente ao seu uso e aplicação prática. Em Portugal, como em toda a União Europeia, existe uma notória carência destes técnicos que, em muito, podem contribuir para a afirmação da área da investigação do medicamento e para impulsionar o elevado potencial económico desta indústria. O vertiginoso avanço científico proporcionado pela sequenciação do genoma e a evolução da biologia molecular na última década proporcionam novos desafios à Medicina. A aplicação da Biomedicina Molecular ao Homem nas suas diferentes vertentes (diagnóstico, terapêutica, medicina forense e investigação) é quase ficção em Portugal, mas irá requerer a re-engenharia do processo de prestação de cuidados médicos. Para se poderem fornecer cuidados de saúde recorrendo às mais modernas técnicas é necessário treinar profissionais com essas competências. É a proposta da UA ao alinhar o curso de Licenciatura em Biomedicina Molecular. A UA sustenta que a intervenção na formação em saúde se deve apoiar na interdisciplinaridade entre as várias áreas
científicas, não se dissociando nunca a investigação como forma de antecipar a mudança e de promover a transferência e a interacção de conhecimentos com o Sistema de Saúde Português.
medicina e ciências biomédicas
a incluir no seu Plano de Desenvolvimento 1999/2003 a implementação e desenvolvimento de um Programa para as Ciências da Saúde. Daí decorreu a criação, em 2001, da Escola Superior de Saúde, que é responsável pela formação inicial politécnica, e ministra actualmente uma licenciatura
O Programa da UA na Comunidade Mantendo uma política de integração entre ensino, investigação e prestação de serviços à comunidade, traço característico desta Universidade, pretende-se intervir no próprio sistema de saúde. Pondera-se a gestão integrada de centros de saúde da região e contempla-se, também, a criação de um Complexo Clínico-Cirúrgico que reunirá um conjunto de unidades vocacionadas para a prestação de serviços, mas que assumirão um papel igualmente importante nas componentes da formação e investigação. As áreas prioritárias de intervenção dessas unidades são a farmacologia humana, a imagiologia, a cirurgia, os cuidados paliativos e a aplicação da bioinformática à clínica.
em Enfermagem, cinco licenciaturas bi-etápicas nas áreas de Fisioterapia, Radiologia, Radioterapia, Terapia da Fala e Gerontologia e um curso de complemento de formação em Enfermagem. Criada simultaneamente, a Secção Autónoma de Ciências da Saúde tem como missão o desenvolvimento de formação inicial universitária em Ciências Biomédicas e programas de pós-graduação. Ministra um curso de formação especializada e um mestrado em Geriatria e Gerontologia e um mestrado em Ciências da Fala e da Audição. Participa também nos cursos de formação especializada em Telemática na Saúde, em Boas Práticas em Serviços Telemáticos de Saúde e no mestrado em Engenharia Biomédica da responsabilidade de outros Departamentos da UA. A investigação desenvolvida por esta unidade centrase em temas interdisciplinares, relevantes e inovadores no actual panorama português e mesmo internacional. O envelhecimento, considerado na perspectiva
É para a Universidade de Aveiro claro que o sucesso de um projecto desta natureza depende em grande medida das vontades, valências e vocações institucionais que se conseguem congregar e, por isso, procurou, desde o início, formar as parcerias que considera críticas para este projecto, e consultar os melhores especialistas internacionais nas diferentes áreas.
abrangente das ciências sociais e humanas, das tecnologias e da investigação fundamental, é uma aposta estratégica importante. Muito anterior a esta realidade é a intervenção da UA em termos de desenvolvimento de investigação em Engenharia Biomédica e na aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação à área da Saúde, que remonta à década de 70. Projectos pioneiros nas áreas de telemedicina, biomedicina e instrumentação médica têm proporcionado
Sendo um projecto ambicioso e inovador, é também sustentado, à semelhança da própria Universidade de Aveiro. Internamente o Programa acolheu a aprovação do Senado Universitário. Aguardam-se agora os desenvolvimentos por parte da tutela.
interessantes parcerias e colaborações com instituições médicas e entidades nacionais e estrangeiras. Mais recentemente, novas áreas têm tido relevantes desenvolvimentos através de projectos de outras Unidades de Investigação associadas aos Departamentos de Biologia, de Química, de Eng. Cerâmica e do Vidro, de Ciências da Educação e de Electrónica e Telecomunicações, que mantém
A Saúde na UA
actualmente em curso 79 projectos de I&D.
O percurso trilhado pela UA no domínio das Ciências
Em 2002, a UA lançou, com recurso a receitas
da Saúde, que sustenta esta intervenção, agora num
próprias, um concurso interno para projectos de
novo sentido, conta já com algumas etapas bem
investigação multidisciplinares no domínio das
sucedidas.
Ciências da Saúde, que permitiu impulsionar novas
A constatação das carências de pessoal técnico
áreas ou reforçar prioridades.
qualificado no Sistema Nacional de Saúde e o enquadramento proporcionado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º140/98 impulsionou a UA
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outubro ‘04
06 07
rememorando
João Lopes Baptista Professor Aposentado do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro - UA
rememorando O que sabe o Senhor Doutor sobre as modernas teorias do ensino-aprendizagem? O Senhor Doutor era eu e a pergunta, inesperada, quási me deixou apopléctico.
A rápida e preciosa intervenção do Reitor impediu a resposta desabrida. O Reitor tinha outros métodos. Aliás aquela reunião na reitoria não era nada do que eu tinha pretendido. Um docente que a várias turmas do primeiro ano tinha dado três ou quatro aulas, por atacado, isto é, todas seguidas, encomendando depois aos alunos um trabalho de grupo no resto do semestre, merecia ser chamado à pedra, achava eu, Vice–Reitor. É verdade que os alunos até nem deviam ter achado mau o método. Só se me tinham começado a queixar já no fim das aulas quando as notas, tipo sorteio do totoloto, apareceram. Eu, depois de ter posto toda a Universidade durante um ou dois dias a escrever os sumários do semestre, pusera-me a recolher evidências, turma a turma, aluno a aluno. No mínimo queria um processo disciplinar, seguido de castigo exemplar. Para servir de exemplo a quantos na altura se serviam da Universidade em vez de a servirem. Mas o Reitor, um negociador nato, sempre atento às nuances da razão dos outros, tinha outros métodos. A reunião lá prosseguiu, Senhor Professor para aqui, Senhor Professor para ali, tudo numa boa, no dizer dos alunos, e eu não
obtive o processo disciplinador. Sem eu nunca ter percebido bem porquê e como, o Senhor Professor resolveu abandonarnos no fim desse ano. Terá ido pregar para outra freguesia. Ainda hoje tenho dúvidas se, em circunstâncias parecidas, não seria tentado a resolver assunto idêntico à minha maneira. Mas eu sou assim. Na sofreguidão justiceira dos primeiros ímpetos não distingo os meios termos. Dum lado está o Certo, do outro o Errado. Dum lado o Bem, do outro o Mal. Nisto não saí ao meu pai. Era comerciante e quando eu o incitava a exigir aos que lhe deviam que pagassem, dizia-me muito calmo: deixa lá, não faz mal, se não pagarem ficam a dever. Como se fosse igual! A propósito vem-me à memória o filho do Nero, o cão navarro puro do Miguel Torga. Nas caçadas, sôfrego, nervoso, espantava as perdizes antes que o dono lhes chegasse ao pé. Tinha saído ao lençol de baixo e o dono não teve outro remédio senão dá-lo. Eu consegui cumprir um mandato. A verdade seja dita, eu de facto não sabia nada dessas modernas teorias, ignorância que, aliás, se estendia igualmente às menos modernas. Confesso aqui, tardiamente, a minha falta. Tardiamente
Linhas
outubro ‘04
06 07
rememorando
João Lopes Baptista Professor Aposentado do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro - UA
rememorando O que sabe o Senhor Doutor sobre as modernas teorias do ensino-aprendizagem? O Senhor Doutor era eu e a pergunta, inesperada, quási me deixou apopléctico.
A rápida e preciosa intervenção do Reitor impediu a resposta desabrida. O Reitor tinha outros métodos. Aliás aquela reunião na reitoria não era nada do que eu tinha pretendido. Um docente que a várias turmas do primeiro ano tinha dado três ou quatro aulas, por atacado, isto é, todas seguidas, encomendando depois aos alunos um trabalho de grupo no resto do semestre, merecia ser chamado à pedra, achava eu, Vice–Reitor. É verdade que os alunos até nem deviam ter achado mau o método. Só se me tinham começado a queixar já no fim das aulas quando as notas, tipo sorteio do totoloto, apareceram. Eu, depois de ter posto toda a Universidade durante um ou dois dias a escrever os sumários do semestre, pusera-me a recolher evidências, turma a turma, aluno a aluno. No mínimo queria um processo disciplinar, seguido de castigo exemplar. Para servir de exemplo a quantos na altura se serviam da Universidade em vez de a servirem. Mas o Reitor, um negociador nato, sempre atento às nuances da razão dos outros, tinha outros métodos. A reunião lá prosseguiu, Senhor Professor para aqui, Senhor Professor para ali, tudo numa boa, no dizer dos alunos, e eu não
obtive o processo disciplinador. Sem eu nunca ter percebido bem porquê e como, o Senhor Professor resolveu abandonarnos no fim desse ano. Terá ido pregar para outra freguesia. Ainda hoje tenho dúvidas se, em circunstâncias parecidas, não seria tentado a resolver assunto idêntico à minha maneira. Mas eu sou assim. Na sofreguidão justiceira dos primeiros ímpetos não distingo os meios termos. Dum lado está o Certo, do outro o Errado. Dum lado o Bem, do outro o Mal. Nisto não saí ao meu pai. Era comerciante e quando eu o incitava a exigir aos que lhe deviam que pagassem, dizia-me muito calmo: deixa lá, não faz mal, se não pagarem ficam a dever. Como se fosse igual! A propósito vem-me à memória o filho do Nero, o cão navarro puro do Miguel Torga. Nas caçadas, sôfrego, nervoso, espantava as perdizes antes que o dono lhes chegasse ao pé. Tinha saído ao lençol de baixo e o dono não teve outro remédio senão dá-lo. Eu consegui cumprir um mandato. A verdade seja dita, eu de facto não sabia nada dessas modernas teorias, ignorância que, aliás, se estendia igualmente às menos modernas. Confesso aqui, tardiamente, a minha falta. Tardiamente
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outubro ‘04
porque já não podem vir a assacar-me responsabilidades. Corte no vencimento, por exemplo. Fui professor e investigador por gosto. Para mim ensinar foi sempre um prazer, ainda por cima pago. Tive a sorte, que talvez tenha colmatado a insuficiência pedagógica, de ter sempre ensinado daquilo que sabia e de nunca ter tido que ensinar a ensinar o que não sabia. O avatar do modernismo ficou sem resposta. O Reitor é que tinha sido eleito, portanto com pleno direito a resolver as coisas à sua maneira. Eu era apenas um Vice-Reitor escolhido por ele. Os meus pais, de temperamentos bem diferentes, numa coisa coincidiram no ensinamento, talvez mais vulgar na época – o respeitinho! Eu lá fui tentando segui-lo durante o mandato.
governo alterou as regras. Não sei se, à data, era um governo de direita ou de esquerda mas qualquer governo tem sempre medo da esquerda à sua esquerda, reivindicativa, chata, não tendo em devida conta, ou até em nenhuma conta, os superiores interesses da Nação.
A eleição do Reitor, a primeira na Universidade de Aveiro, seguiu-se à declaração pública do Ministro que, para espanto de alguns de nós, disse que a nossa Universidade faria a eleição do Reitor quando assim o entendesse. Espanto motivado pela convicção (ou informação?) quási generalizada de que estaria dependente, há anos, de autorização do Ministério. A primeira eleição de um Reitor é um acontecimento inesquecível. Foi uma eleição directa. Montes de empenhamento! Anfiteatros cheios de perguntadores e de respostas comedidas, que nisto os universitários não são como outros, que prometem mundos e fundos. Os fundos nunca vêm quanto mais os mundos. Nas eleições directas há um extravasar de adrenalina propício a discutir e aprofundar o mérito relativo das alternativas. Mas, depois, o Governo alterou as regras. Agora as eleições, se ainda continuam na mesma, são pouco mais do que consensos resolvidos meses ou anos antes. Programas, por vezes bem elaborados, a merecer discussão e aprofundamento ou até rejeição, mas que poucos se dão ao trabalho de ler e que a Universidade olimpicamente ignora. Uma boa e periódica explosão de adrenalina faz muita falta. Só que explosão lembra anarquia, anarquia lembra esquerda e o
No caso da universidade nem se percebe o porquê da alteração. A esquerda universitária não é do tipo agressivo, reivindicativo. Teve ordenados iguais aos dos juízes, cortaram-lhe a regalia e nem protestou nada que se visse. É mais do tipo intelectual. Há quem, incorrectamente é certo, a queira incluir na chamada esquerda caviar. Não é de certeza do tipo que, incorrectamente também, somos tentados a atribuir à Francisca. A Francisca, mais conhecida por Chica, mas que eu insisto em tratar por Francisca porque gosto mais, foi nossa mulher a horas. Três horas num dia, quatro noutro. E outras horas noutros lados. Deixou-nos por um emprego estável. Trabalho toda a semana, horário fixo, folga ao Domingo, ordenado certo. No matadouro em tempos municipal, agora privatizado. Há dias, estava eu e a Beatriz a tomar a bica depois do almoço numa esplanada, passou a Francisca. Nas horas de trabalho por aqui? Era a crise. Em tempo de pré-retoma perdera o emprego. Estava com subsídio de desemprego a sustentar dois filhos pequenos, ambos de pais valdevinos. Ia ao Pingo Doce porque lhe constara que precisavam de pessoal de limpeza. Desabafou: se um dia vejo por cá o cadelo do Bagão Barroso dou-lhe uma bajolada no meio dos cornos. Instintivamente lancei o olhar pelas mesas mais próximas. A Francisca entre outros atributos próprios dos quási trinta anos, que chamam sobre ela a atenção de qualquer esplanada, tem uma tez pelo menos tão morena como a dos marroquinos que por aqui nos tentam vender tapetes, malas de viagem e ventoinhas. Quem pode hoje estar seguro de não vir a ser considerado conivente num futuro atentado da Al Qaeda? A frase da Francisca nem pode ser
08 09
considerada como agressiva. Não passa dum linguajar próprio de quem saiu apressado dos bancos da escola, com outras contas a dar à vida. Daí a utilização dum vernáculo regional altamente especializado que ao primeiro impacto quási fere ouvidos delicados. Tivesse a Francisca nascido mais ao norte e teria talvez dito: que Deus me ajude a resolver esta crise. Mesmo aceitando que a frase tem alguma agressividade e ainda que venha a ter o projéctil à mão duvido que acertasse fosse no que fosse, tal a confusão que vai na frase e porventura na sua mente. Basta ver, por exemplo, que os cachorros não costumam ter cornos. Os bezerros é que têm. Além disso quem pode ter a certeza que a Francisca é de esquerda ou até de direita? Se por acaso ela se interessa por política e tão só por análise da frase que proferiu, somos levados a pensar que terá uma apetência natural pelo partido a que Saramago chama partido do meio. Seja como for a esquerda universitária não é seguramente deste tipo. É do tipo intelectual. Mas, perdoem-me que antes de continuar com o que estou rememorando e de deixar em paz a Francisca, que até é uma excelente e corajosa rapariga e não tem nada a ver com a Al Qaeda, informe que ela voltou a passar, ainda nós estávamos na esplanada. Voltou a passar desempregada. Se souberem de alguém que precise de umas horitas. Tem que ser à sucapa para não perder o subsídio. Mas aí Francisca, alto e pára o baile, pois parece-me que queres fazer o que não está certo. Tentar enganar os fiscais. Tentar enganar o Estado. Ou será que os meus conceitos do Bem e do Mal começam a estar baralhados e vais tentar enganar para enganares a Fome? Voltando então à esquerda universitária intelectual e bem pensante que, como já disse, há quem incorrectamente inclua na esquerda caviar. Era bom era, quando muito e por razões óbvias, a maioria dela poderá aspirar a ser chamada de esquerda pizza. Tem sorte porque os filhos já são suficientemente crescidos para se deliciarem sozinhos com os hamburguers. Não fosse
isso e ainda lhe podiam vir a chamar esquerda McDonald´s. Aí, convenhamos, já era com intenção de ofender. Shame on you mister Bush. Shame on you. Valente Moore! Sendo esta a esquerda universitária porquê o medo? Mas enfim, parece que nada há a fazer. Deixemos isto e voltemos à primeira eleição para Reitor. Ganha em boa hora por quem, evidenciando desde logo as características de excelente negociador, consegue resolver em pouco tempo o problema, até aí considerado quási insolúvel, do acesso aos terrenos do campus universitário. Insolúvel não era, mas que à partida parecia bastante complicado isso parecia. Lembro-me de ter lido, antes ainda de se pôr a hipótese de ali vir a situar a universidade, dos confrontos entre a GNR e agricultores com enxadas e carabinas de permeio. Coisas que só julgávamos possíveis nos romances com lobos do Aquilino. Daí que, durante anos e anos, não se vissem progressos num assunto de tão vital importância. Sei como foi resolvido mas não pus nisso prego nem estopa. Limitei-me a ver entrar no gabinete do Reitor uns cidadãos, às vezes
com caras de poucos amigos, que saiam de lá já afeiçoados ao diálogo e em tempo recorde tudo ficou acordado. Uma vez na posse do campus seguiu-se a encomenda a um excelente grupo de arquitectos do plano geral e dos planos de pormenor de cada edifício, tornando assim possível o acesso rápido aos fundos comunitários para executar as obras. Assim dito, em meia dúzia de linhas parece fácil. Para mim, tenho que se trata de uma sequência de decisões memorável. Reveladora de uma visão ímpar do desenvolvimento na altura necessário à Universidade e que culminou num dos mais belos e funcionais campus que Portugal possui. Chamam-lhe Campus de Santiago. Não gosto do nome! Não sei se é pela confusão que sempre faço entre os feitos do vários santos, se é pelo nome da ordem religiosa, se é pela lembrança ainda recente das sacholadas na GNR. Seja pelo que for, associo sempre o nome de Santiago a dragões atravessados por lanças de cavaleiros, braços decepados de cristãos libertadores, cabeças de infiéis degolados. Um horror! Nada que se adeque à Universidade que temos. Por mim, mudava-lhe o nome. Não era nada
rememorando
de mais. Chamava-lhe Campus Renato Araújo, assim só, sem Professor, nem Doutor, nem sequer Reitor. Só o nome do Homem. Seria então o Campus Renato Araújo, em Santiago. O campus e quem o ajudou a nascer como está, merecem-no. Será que lhes ficamos a dever? “Escrito em Beja aos trinta de Junho de dois mil e quatro com trinta e nove graus à sombra das árvores da esplanada”.
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porque já não podem vir a assacar-me responsabilidades. Corte no vencimento, por exemplo. Fui professor e investigador por gosto. Para mim ensinar foi sempre um prazer, ainda por cima pago. Tive a sorte, que talvez tenha colmatado a insuficiência pedagógica, de ter sempre ensinado daquilo que sabia e de nunca ter tido que ensinar a ensinar o que não sabia. O avatar do modernismo ficou sem resposta. O Reitor é que tinha sido eleito, portanto com pleno direito a resolver as coisas à sua maneira. Eu era apenas um Vice-Reitor escolhido por ele. Os meus pais, de temperamentos bem diferentes, numa coisa coincidiram no ensinamento, talvez mais vulgar na época – o respeitinho! Eu lá fui tentando segui-lo durante o mandato.
governo alterou as regras. Não sei se, à data, era um governo de direita ou de esquerda mas qualquer governo tem sempre medo da esquerda à sua esquerda, reivindicativa, chata, não tendo em devida conta, ou até em nenhuma conta, os superiores interesses da Nação.
A eleição do Reitor, a primeira na Universidade de Aveiro, seguiu-se à declaração pública do Ministro que, para espanto de alguns de nós, disse que a nossa Universidade faria a eleição do Reitor quando assim o entendesse. Espanto motivado pela convicção (ou informação?) quási generalizada de que estaria dependente, há anos, de autorização do Ministério. A primeira eleição de um Reitor é um acontecimento inesquecível. Foi uma eleição directa. Montes de empenhamento! Anfiteatros cheios de perguntadores e de respostas comedidas, que nisto os universitários não são como outros, que prometem mundos e fundos. Os fundos nunca vêm quanto mais os mundos. Nas eleições directas há um extravasar de adrenalina propício a discutir e aprofundar o mérito relativo das alternativas. Mas, depois, o Governo alterou as regras. Agora as eleições, se ainda continuam na mesma, são pouco mais do que consensos resolvidos meses ou anos antes. Programas, por vezes bem elaborados, a merecer discussão e aprofundamento ou até rejeição, mas que poucos se dão ao trabalho de ler e que a Universidade olimpicamente ignora. Uma boa e periódica explosão de adrenalina faz muita falta. Só que explosão lembra anarquia, anarquia lembra esquerda e o
No caso da universidade nem se percebe o porquê da alteração. A esquerda universitária não é do tipo agressivo, reivindicativo. Teve ordenados iguais aos dos juízes, cortaram-lhe a regalia e nem protestou nada que se visse. É mais do tipo intelectual. Há quem, incorrectamente é certo, a queira incluir na chamada esquerda caviar. Não é de certeza do tipo que, incorrectamente também, somos tentados a atribuir à Francisca. A Francisca, mais conhecida por Chica, mas que eu insisto em tratar por Francisca porque gosto mais, foi nossa mulher a horas. Três horas num dia, quatro noutro. E outras horas noutros lados. Deixou-nos por um emprego estável. Trabalho toda a semana, horário fixo, folga ao Domingo, ordenado certo. No matadouro em tempos municipal, agora privatizado. Há dias, estava eu e a Beatriz a tomar a bica depois do almoço numa esplanada, passou a Francisca. Nas horas de trabalho por aqui? Era a crise. Em tempo de pré-retoma perdera o emprego. Estava com subsídio de desemprego a sustentar dois filhos pequenos, ambos de pais valdevinos. Ia ao Pingo Doce porque lhe constara que precisavam de pessoal de limpeza. Desabafou: se um dia vejo por cá o cadelo do Bagão Barroso dou-lhe uma bajolada no meio dos cornos. Instintivamente lancei o olhar pelas mesas mais próximas. A Francisca entre outros atributos próprios dos quási trinta anos, que chamam sobre ela a atenção de qualquer esplanada, tem uma tez pelo menos tão morena como a dos marroquinos que por aqui nos tentam vender tapetes, malas de viagem e ventoinhas. Quem pode hoje estar seguro de não vir a ser considerado conivente num futuro atentado da Al Qaeda? A frase da Francisca nem pode ser
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considerada como agressiva. Não passa dum linguajar próprio de quem saiu apressado dos bancos da escola, com outras contas a dar à vida. Daí a utilização dum vernáculo regional altamente especializado que ao primeiro impacto quási fere ouvidos delicados. Tivesse a Francisca nascido mais ao norte e teria talvez dito: que Deus me ajude a resolver esta crise. Mesmo aceitando que a frase tem alguma agressividade e ainda que venha a ter o projéctil à mão duvido que acertasse fosse no que fosse, tal a confusão que vai na frase e porventura na sua mente. Basta ver, por exemplo, que os cachorros não costumam ter cornos. Os bezerros é que têm. Além disso quem pode ter a certeza que a Francisca é de esquerda ou até de direita? Se por acaso ela se interessa por política e tão só por análise da frase que proferiu, somos levados a pensar que terá uma apetência natural pelo partido a que Saramago chama partido do meio. Seja como for a esquerda universitária não é seguramente deste tipo. É do tipo intelectual. Mas, perdoem-me que antes de continuar com o que estou rememorando e de deixar em paz a Francisca, que até é uma excelente e corajosa rapariga e não tem nada a ver com a Al Qaeda, informe que ela voltou a passar, ainda nós estávamos na esplanada. Voltou a passar desempregada. Se souberem de alguém que precise de umas horitas. Tem que ser à sucapa para não perder o subsídio. Mas aí Francisca, alto e pára o baile, pois parece-me que queres fazer o que não está certo. Tentar enganar os fiscais. Tentar enganar o Estado. Ou será que os meus conceitos do Bem e do Mal começam a estar baralhados e vais tentar enganar para enganares a Fome? Voltando então à esquerda universitária intelectual e bem pensante que, como já disse, há quem incorrectamente inclua na esquerda caviar. Era bom era, quando muito e por razões óbvias, a maioria dela poderá aspirar a ser chamada de esquerda pizza. Tem sorte porque os filhos já são suficientemente crescidos para se deliciarem sozinhos com os hamburguers. Não fosse
isso e ainda lhe podiam vir a chamar esquerda McDonald´s. Aí, convenhamos, já era com intenção de ofender. Shame on you mister Bush. Shame on you. Valente Moore! Sendo esta a esquerda universitária porquê o medo? Mas enfim, parece que nada há a fazer. Deixemos isto e voltemos à primeira eleição para Reitor. Ganha em boa hora por quem, evidenciando desde logo as características de excelente negociador, consegue resolver em pouco tempo o problema, até aí considerado quási insolúvel, do acesso aos terrenos do campus universitário. Insolúvel não era, mas que à partida parecia bastante complicado isso parecia. Lembro-me de ter lido, antes ainda de se pôr a hipótese de ali vir a situar a universidade, dos confrontos entre a GNR e agricultores com enxadas e carabinas de permeio. Coisas que só julgávamos possíveis nos romances com lobos do Aquilino. Daí que, durante anos e anos, não se vissem progressos num assunto de tão vital importância. Sei como foi resolvido mas não pus nisso prego nem estopa. Limitei-me a ver entrar no gabinete do Reitor uns cidadãos, às vezes
com caras de poucos amigos, que saiam de lá já afeiçoados ao diálogo e em tempo recorde tudo ficou acordado. Uma vez na posse do campus seguiu-se a encomenda a um excelente grupo de arquitectos do plano geral e dos planos de pormenor de cada edifício, tornando assim possível o acesso rápido aos fundos comunitários para executar as obras. Assim dito, em meia dúzia de linhas parece fácil. Para mim, tenho que se trata de uma sequência de decisões memorável. Reveladora de uma visão ímpar do desenvolvimento na altura necessário à Universidade e que culminou num dos mais belos e funcionais campus que Portugal possui. Chamam-lhe Campus de Santiago. Não gosto do nome! Não sei se é pela confusão que sempre faço entre os feitos do vários santos, se é pelo nome da ordem religiosa, se é pela lembrança ainda recente das sacholadas na GNR. Seja pelo que for, associo sempre o nome de Santiago a dragões atravessados por lanças de cavaleiros, braços decepados de cristãos libertadores, cabeças de infiéis degolados. Um horror! Nada que se adeque à Universidade que temos. Por mim, mudava-lhe o nome. Não era nada
rememorando
de mais. Chamava-lhe Campus Renato Araújo, assim só, sem Professor, nem Doutor, nem sequer Reitor. Só o nome do Homem. Seria então o Campus Renato Araújo, em Santiago. O campus e quem o ajudou a nascer como está, merecem-no. Será que lhes ficamos a dever? “Escrito em Beja aos trinta de Junho de dois mil e quatro com trinta e nove graus à sombra das árvores da esplanada”.
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fábrica de ciência viva
Paulo Trincão Professor do Departamento de Geociências - UA e Director da Fábrica, Centro de Ciência Viva
o renascer das Moagens: Fábrica, Centro de Ciência Viva Há muito que Aveiro merecia um Centro de Ciência Viva, porque a sua Universidade sempre valorizou a comunicação e a divulgação, à cidade e ao país, dos seus trabalhos de ciência e tecnologia. A Semana de Ciência e Tecnologia organizada, exemplarmente, no mês de Novembro, tem representado um ponto alto nesta prática, contribuindo para abrir as portas da Universidade a todos aqueles que sentem vontade de saber mais e, de uma forma mais próxima, como se faz ciência, quem são os cientistas e investigadores que dão vida aos laboratórios espalhados por todo o campus universitário. A existência de actividades de divulgação, como o EquaMat ou a Biologia na Noite, conseguiram, pela sua qualidade, granjear prestígio nacional. Com a criação do Mestrado em Comunicação e Educação em Ciência, a Universidade dá uma contribuição para a formação de uma nova classe de profissionais nesta área, que muito irão valorizar ao nível nacional, centros de divulgação de ciência e instituições museológicas. A aquisição pela Reitoria da antiga Fábrica de Moagens de Aveiro introduziu a componente física que faltava: o espaço para a instalação do centro.
O desafio A Reitoria lançou-me, em Outubro de 2003, um desafio, claro e concreto, como são os verdadeiros desafios: pensar, estudar, parametrizar e estabelecer um programa e um calendário, para potenciais ocupações das Moagens, no âmbito de actividades culturais e de divulgação de ciência e tecnologia. Confesso que não me assustei particularmente com o que vi na minha primeira visita à Fábrica. Era mais um edifício em ruína, mantendo alguma dignidade, escondida entre ferros e entulho, que a procura de uma operacionalidade, que permitisse a sobrevivência, obrigou a introduzir ao longo da vida industrial da fábrica. O que mais me influenciou foi a escala do edifício, onde a área disponível, cerca de 10.000 m2, constituía, e continua a constituir, um dos problemas mais complexos de equacionar. Face a esta situação colocavam-se duas alternativas: .definição de um programa para a ocupação futura do edifício, com a procura de recursos financeiros para a sua concretização; .ocupação imediata de uma parte do edifício, com a realização de obras de limpeza mínimas, com a definição do programa futuro a ocorrer simultanea-
mente com o desenvolvimento de actividades. Como é fácil de constatar, a opção tomada foi a segunda. O que fazer? Por tudo o que foi dito, a criação de um Centro de Ciência Viva aparecia como uma solução possível. O conhecimento do funcionamento do programa, associado ao total empenhamento logístico e financeiro da Universidade, permitiu criar, muito rapidamente, uma candidatura sólida à rede nacional de centros, que graças ao excelente funcionamento da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica Ciência Viva, veio a ser aprovada no passado mês de Abril. A coordenação e gestão e o tratamento de imagem corporativa, realizados de uma forma eficaz pela Fundação João Jacinto de Magalhães, o apoio da Câmara Municipal e do Ministério da Cultura, através da cedência de os direitos de adaptação de parte de uma exposição, permitiram a criação deste Centro com grande rapidez. Com a participação directa de Amadeu Soares e Ivonne Delgadillo, foi possível definir as linhas gerais programáticas das exposições e espaços laboratoriais.
Contudo, o Centro nunca teria aberto tão rapidamente sem a eficácia dos Serviços Técnicos da Universidade, que foram capazes de reunir um equipa multifacetada e encarar cada problema como um desafio, ao qual foi sempre capaz de dar a resposta adequada. O que já está disponível Fábrica de Ciência Viva procura transmitir a ideia de permanente construção. Tudo está inacabado, tudo está em construção. A relação, que se procura estabelecer com os que a visitam, incentiva a participação e a crítica. Idealmente, na Fábrica, todos os dias serão diferentes aos olhos dos que a visitam. A interacção com escolas de diferentes níveis de ensino, bem como a conquista de novos públicos para a ciência e tecnologia são apostas fortes deste Centro. A cultura científica e tecnológica é promovida através do incentivo à experimentação. O facto de a Universidade de Aveiro ter um papel central na criação e gestão deste centro, oferece-lhe características particulares, porque permite o afluxo constante de informação, propostas e projectos, que muito contribuem para o dinamismo do Centro.
Organização estrutural da Fábrica A Fábrica está organizada em vários sectores: Salas de Exposições temporárias e de projecção, Laboratório Didáctico, Estádio Nacional de Futebol Robótico e Zona Administrativa. “Os Genes e a Alimentação” é a exposição temporária actualmente existente e poderá ser visitada, até Julho de 2005. Através da observação e da interacção, os visitantes poderão conhecer mais sobre os elos de ligação entre assuntos tão diferentes como a agricultura primitiva e a engenharia genética. A versão apresentada, realizada a partir da exposição produzida inicialmente para o Alimentarium, Museu da Alimentação, em Vevey, Suíça, foi totalmente construída para maximizar o efeito cénico da antiga fábrica. Revela como a espécie humana sempre moldou o meio ambiente, de acordo com as suas necessidades, e como assegurou, expandiu e constantemente melhorou, a materialização das suas necessidades nutricionais básicas, através de processos de observação e selecção. Assente numa perspectiva histórica, a exposição mostra também as aplicações contemporâneas dos métodos biológi-
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fábrica de ciência viva
Paulo Trincão Professor do Departamento de Geociências - UA e Director da Fábrica, Centro de Ciência Viva
o renascer das Moagens: Fábrica, Centro de Ciência Viva Há muito que Aveiro merecia um Centro de Ciência Viva, porque a sua Universidade sempre valorizou a comunicação e a divulgação, à cidade e ao país, dos seus trabalhos de ciência e tecnologia. A Semana de Ciência e Tecnologia organizada, exemplarmente, no mês de Novembro, tem representado um ponto alto nesta prática, contribuindo para abrir as portas da Universidade a todos aqueles que sentem vontade de saber mais e, de uma forma mais próxima, como se faz ciência, quem são os cientistas e investigadores que dão vida aos laboratórios espalhados por todo o campus universitário. A existência de actividades de divulgação, como o EquaMat ou a Biologia na Noite, conseguiram, pela sua qualidade, granjear prestígio nacional. Com a criação do Mestrado em Comunicação e Educação em Ciência, a Universidade dá uma contribuição para a formação de uma nova classe de profissionais nesta área, que muito irão valorizar ao nível nacional, centros de divulgação de ciência e instituições museológicas. A aquisição pela Reitoria da antiga Fábrica de Moagens de Aveiro introduziu a componente física que faltava: o espaço para a instalação do centro.
O desafio A Reitoria lançou-me, em Outubro de 2003, um desafio, claro e concreto, como são os verdadeiros desafios: pensar, estudar, parametrizar e estabelecer um programa e um calendário, para potenciais ocupações das Moagens, no âmbito de actividades culturais e de divulgação de ciência e tecnologia. Confesso que não me assustei particularmente com o que vi na minha primeira visita à Fábrica. Era mais um edifício em ruína, mantendo alguma dignidade, escondida entre ferros e entulho, que a procura de uma operacionalidade, que permitisse a sobrevivência, obrigou a introduzir ao longo da vida industrial da fábrica. O que mais me influenciou foi a escala do edifício, onde a área disponível, cerca de 10.000 m2, constituía, e continua a constituir, um dos problemas mais complexos de equacionar. Face a esta situação colocavam-se duas alternativas: .definição de um programa para a ocupação futura do edifício, com a procura de recursos financeiros para a sua concretização; .ocupação imediata de uma parte do edifício, com a realização de obras de limpeza mínimas, com a definição do programa futuro a ocorrer simultanea-
mente com o desenvolvimento de actividades. Como é fácil de constatar, a opção tomada foi a segunda. O que fazer? Por tudo o que foi dito, a criação de um Centro de Ciência Viva aparecia como uma solução possível. O conhecimento do funcionamento do programa, associado ao total empenhamento logístico e financeiro da Universidade, permitiu criar, muito rapidamente, uma candidatura sólida à rede nacional de centros, que graças ao excelente funcionamento da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica Ciência Viva, veio a ser aprovada no passado mês de Abril. A coordenação e gestão e o tratamento de imagem corporativa, realizados de uma forma eficaz pela Fundação João Jacinto de Magalhães, o apoio da Câmara Municipal e do Ministério da Cultura, através da cedência de os direitos de adaptação de parte de uma exposição, permitiram a criação deste Centro com grande rapidez. Com a participação directa de Amadeu Soares e Ivonne Delgadillo, foi possível definir as linhas gerais programáticas das exposições e espaços laboratoriais.
Contudo, o Centro nunca teria aberto tão rapidamente sem a eficácia dos Serviços Técnicos da Universidade, que foram capazes de reunir um equipa multifacetada e encarar cada problema como um desafio, ao qual foi sempre capaz de dar a resposta adequada. O que já está disponível Fábrica de Ciência Viva procura transmitir a ideia de permanente construção. Tudo está inacabado, tudo está em construção. A relação, que se procura estabelecer com os que a visitam, incentiva a participação e a crítica. Idealmente, na Fábrica, todos os dias serão diferentes aos olhos dos que a visitam. A interacção com escolas de diferentes níveis de ensino, bem como a conquista de novos públicos para a ciência e tecnologia são apostas fortes deste Centro. A cultura científica e tecnológica é promovida através do incentivo à experimentação. O facto de a Universidade de Aveiro ter um papel central na criação e gestão deste centro, oferece-lhe características particulares, porque permite o afluxo constante de informação, propostas e projectos, que muito contribuem para o dinamismo do Centro.
Organização estrutural da Fábrica A Fábrica está organizada em vários sectores: Salas de Exposições temporárias e de projecção, Laboratório Didáctico, Estádio Nacional de Futebol Robótico e Zona Administrativa. “Os Genes e a Alimentação” é a exposição temporária actualmente existente e poderá ser visitada, até Julho de 2005. Através da observação e da interacção, os visitantes poderão conhecer mais sobre os elos de ligação entre assuntos tão diferentes como a agricultura primitiva e a engenharia genética. A versão apresentada, realizada a partir da exposição produzida inicialmente para o Alimentarium, Museu da Alimentação, em Vevey, Suíça, foi totalmente construída para maximizar o efeito cénico da antiga fábrica. Revela como a espécie humana sempre moldou o meio ambiente, de acordo com as suas necessidades, e como assegurou, expandiu e constantemente melhorou, a materialização das suas necessidades nutricionais básicas, através de processos de observação e selecção. Assente numa perspectiva histórica, a exposição mostra também as aplicações contemporâneas dos métodos biológi-
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(IEETA/DET), desde meados da década de 1990, inicialmente no âmbito pedagógico, mas, a partir de 1999, também a nível de investigação, culminando na criação da Actividade Transversal em Robótica Inteligente (ATRI). Um dos projectos actuais da ATRI é o projecto CAMBADA (Cooperative Autonomous Mobile roBots with Advanced Distributed Architecture), financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia. O objectivo deste projecto é desenvolver uma equipa de futebol robótico para competição nos campeonatos nacionais e internacionais, na modalidade de robôs médios. No campo de futebol robótico da Fábrica, equipas de robots disputarão animados campeonatos, acompanhados de uma ruidosa claque cibernética, à qual o visitante se pode associar. cos e genéticos modernos, que nos permitem hoje melhorar, ainda mais, os nossos alimentos e tornar a produção agrícola mais eficiente, mais sustentável e menos nociva para o meio ambiente. Boa parte dos conteúdos são evidenciados de forma interactiva e esteticamente apelativa. Laboratório Didáctico O Laboratório Didáctico é um espaço polivalente, aberto à realização de experiências científicas de todo o tipo, que gradualmente irão sendo propostas pelo Centro aos seus visitantes. Extrair o ADN de um comum kiwi ou analisar os nutrientes dos alimentos, que comemos diariamente, são exemplos de tarefas a executar neste Laboratório. As experiências, com uma duração média prevista de 40 minutos, funcionarão sempre com a presença de um ou mais monitores; no entanto, o objectivo é que os participantes possam, eles próprios, executar e não apenas assistir a um procedimento. No Laboratório, o visitante poderá executar experiências científicas simples, quer em pequenos grupos, com prévia marcação, quer como simples curioso, assistindo a um trabalho já em curso.
Um desafio às nossas escolas Alguns trabalhos poderão mesmo ser executados e dirigidos por equipas de jovens estudantes de diversos graus de ensino, estimulando a participação das escolas neste projecto. Nesta modalidade, o Laboratório funcionará como uma montra de mini-projectos de divulgação científica a apresentar pelas escolas de diferentes pontos do país. O Laboratório está equipado, ainda que de forma simples, com material, reagentes e equipamentos correntes num verdadeiro laboratório de investigação científica, possuindo três bancadas de trabalho. A marcação de experiências deve ser feita antecipadamente. Robótica: Estádio Nacional de Futebol Robótico O Estádio Nacional de Futebol Robótico constitui o primeiro campo de futebol robótico permanente, em Portugal. Para além de treinos e jogos de futebol, serão igualmente efectuados, neste espaço, um conjunto variado de demonstrações das capacidades dos robots. A robótica tem estado presente nas actividades da Universidade de Aveiro
O que já se poderá ver muito em breve A Cozinha é um Laboratório será um espaço a abrir a partir de Janeiro de 2005. No espaço Cozinha-Laboratório pretende explicar-se, de uma forma divertida e interactiva, os processos subjacentes às transformações químicas, que ocorrem nos alimentos quando os preparamos. O visitante poderá saber, por exemplo, que transformações ocorrem quando preparamos gelados, manteiga, pão e pipocas. As experiências funcionarão na presença de monitores e os “cozinheiros” serão incentivados a pôr as mãos na massa e, no final, poderão provar os resultados das suas experiências. De forma a promover a divulgação cientifica, será proposto um desafio aos alunos: repetir as experiências nas respectivas escolas e explicá-las aos colegas.
em Lisboa, onde se apresentou “A verdadeira história da química do ovo mole”. Para o ano de 2005 estão previstas outras novidades que, oportunamente, serão notícia. Com a Fábrica, a Universidade e a cidade ganharam um espaço de raiz dedicado à promoção da cultura científica e tecnológica.
Francisco Providência
farinha a fábrica de cientistas. O que falta a Portugal,
Professor do Departamento de Comunicação
diz-se que é, entre outros, a falta de uma cultura
e Arte - UA
científica; fabricar cultura científica, significa educar os cidadãos desde a idade infantil até ao estado
Fábrica: industrialização do
de adultos, para o conhecimento científico. Embora
conhecimento/laboratório da criatividade
estejamos habituados a afastar — na tradição
“Fábrica” tem origem remota no latim significando
humanista clássica — o homem das suas criaturas
o lugar onde se opera a transformação da matéria
mecânicas, a verdade é que, sem o poder produtivo
bruta em obra d’arte, por acção do trabalho;
da fábrica, ser-nos-á difícil atingir resultados
ou seja, a Fábrica enquanto oficina – fabrico,
significativos na mudança da cultura portuguesa,
Fábrica
construção –, aparece já na língua portuguesa desde
em tempo útil. O carácter eminentemente lúdico e
Todos os contactos e realização de marcações
o séc. XIV, mantendo-se com o mesmo significado
didáctico deste experimentário de ciência e tecno-
de visitas podem ser obtidos em:
de fábrica oficina, até ao séc. XVIII.
logia, contrasta com a imagem de massificação
tel: 234 427 053
No séc. XVI encontramos referência a inúmeras
industrial veiculada pelo laconismo do seu nome.
fax: 234 426 077
fábricas por todo o país, desde fábricas de cal e
Eis, portanto, uma boa razão para a defesa desta
e-mail: fabrica.cienciaviva@gabs.ua.pt
telha, a cerâmica e vidro, até a pólvora e conservas.
designação: numa época de desmantelamento
www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Fábrica seria uma palavra sem dúvida na moda
industrial, surge em Aveiro a Fábrica do Conheci-
durante o séc. XVI.
mento ou a Fábrica da Ciência, onde se poderá
Por extensão, fábrica significa também aquela
encontrar também uma Fábrica de Robots, uma
máquina que, no desígnio cego de produzir, reduz
Fábrica de Exposições e o Bar da Fábrica.
o homem a escravo, como aquele que trabalhava no engenho de fabrico do açúcar no Brasil do séc. XVIII. Fabricar talentos, fabricar cientistas ou fabricar
Para além da interacção com escolas, “A Cozinha é um Laboratório” pretende despertar o interesse de outros públicos, pondo à disposição um vasto leque de actividades, relacionadas com a temática da ciência dos alimentos. A fase de arranque e preparação foi realizada em 25 de Julho com uma acção no Pavilhão do Conhecimento
artistas, é uma das maiores expectativas sobre a produção universitária, a que a Universidade de Aveiro também se obriga ao abrigar o projecto da Fábrica. A fábrica tem hoje um sentido produtivo muito marcado pela arqueologia industrial do séc. XIX, origem da massificação de produtos e de mercados; mas é nessa memória que se encontra o humor necessário para a elevação de uma fábrica de
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(IEETA/DET), desde meados da década de 1990, inicialmente no âmbito pedagógico, mas, a partir de 1999, também a nível de investigação, culminando na criação da Actividade Transversal em Robótica Inteligente (ATRI). Um dos projectos actuais da ATRI é o projecto CAMBADA (Cooperative Autonomous Mobile roBots with Advanced Distributed Architecture), financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia. O objectivo deste projecto é desenvolver uma equipa de futebol robótico para competição nos campeonatos nacionais e internacionais, na modalidade de robôs médios. No campo de futebol robótico da Fábrica, equipas de robots disputarão animados campeonatos, acompanhados de uma ruidosa claque cibernética, à qual o visitante se pode associar. cos e genéticos modernos, que nos permitem hoje melhorar, ainda mais, os nossos alimentos e tornar a produção agrícola mais eficiente, mais sustentável e menos nociva para o meio ambiente. Boa parte dos conteúdos são evidenciados de forma interactiva e esteticamente apelativa. Laboratório Didáctico O Laboratório Didáctico é um espaço polivalente, aberto à realização de experiências científicas de todo o tipo, que gradualmente irão sendo propostas pelo Centro aos seus visitantes. Extrair o ADN de um comum kiwi ou analisar os nutrientes dos alimentos, que comemos diariamente, são exemplos de tarefas a executar neste Laboratório. As experiências, com uma duração média prevista de 40 minutos, funcionarão sempre com a presença de um ou mais monitores; no entanto, o objectivo é que os participantes possam, eles próprios, executar e não apenas assistir a um procedimento. No Laboratório, o visitante poderá executar experiências científicas simples, quer em pequenos grupos, com prévia marcação, quer como simples curioso, assistindo a um trabalho já em curso.
Um desafio às nossas escolas Alguns trabalhos poderão mesmo ser executados e dirigidos por equipas de jovens estudantes de diversos graus de ensino, estimulando a participação das escolas neste projecto. Nesta modalidade, o Laboratório funcionará como uma montra de mini-projectos de divulgação científica a apresentar pelas escolas de diferentes pontos do país. O Laboratório está equipado, ainda que de forma simples, com material, reagentes e equipamentos correntes num verdadeiro laboratório de investigação científica, possuindo três bancadas de trabalho. A marcação de experiências deve ser feita antecipadamente. Robótica: Estádio Nacional de Futebol Robótico O Estádio Nacional de Futebol Robótico constitui o primeiro campo de futebol robótico permanente, em Portugal. Para além de treinos e jogos de futebol, serão igualmente efectuados, neste espaço, um conjunto variado de demonstrações das capacidades dos robots. A robótica tem estado presente nas actividades da Universidade de Aveiro
O que já se poderá ver muito em breve A Cozinha é um Laboratório será um espaço a abrir a partir de Janeiro de 2005. No espaço Cozinha-Laboratório pretende explicar-se, de uma forma divertida e interactiva, os processos subjacentes às transformações químicas, que ocorrem nos alimentos quando os preparamos. O visitante poderá saber, por exemplo, que transformações ocorrem quando preparamos gelados, manteiga, pão e pipocas. As experiências funcionarão na presença de monitores e os “cozinheiros” serão incentivados a pôr as mãos na massa e, no final, poderão provar os resultados das suas experiências. De forma a promover a divulgação cientifica, será proposto um desafio aos alunos: repetir as experiências nas respectivas escolas e explicá-las aos colegas.
em Lisboa, onde se apresentou “A verdadeira história da química do ovo mole”. Para o ano de 2005 estão previstas outras novidades que, oportunamente, serão notícia. Com a Fábrica, a Universidade e a cidade ganharam um espaço de raiz dedicado à promoção da cultura científica e tecnológica.
Francisco Providência
farinha a fábrica de cientistas. O que falta a Portugal,
Professor do Departamento de Comunicação
diz-se que é, entre outros, a falta de uma cultura
e Arte - UA
científica; fabricar cultura científica, significa educar os cidadãos desde a idade infantil até ao estado
Fábrica: industrialização do
de adultos, para o conhecimento científico. Embora
conhecimento/laboratório da criatividade
estejamos habituados a afastar — na tradição
“Fábrica” tem origem remota no latim significando
humanista clássica — o homem das suas criaturas
o lugar onde se opera a transformação da matéria
mecânicas, a verdade é que, sem o poder produtivo
bruta em obra d’arte, por acção do trabalho;
da fábrica, ser-nos-á difícil atingir resultados
ou seja, a Fábrica enquanto oficina – fabrico,
significativos na mudança da cultura portuguesa,
Fábrica
construção –, aparece já na língua portuguesa desde
em tempo útil. O carácter eminentemente lúdico e
Todos os contactos e realização de marcações
o séc. XIV, mantendo-se com o mesmo significado
didáctico deste experimentário de ciência e tecno-
de visitas podem ser obtidos em:
de fábrica oficina, até ao séc. XVIII.
logia, contrasta com a imagem de massificação
tel: 234 427 053
No séc. XVI encontramos referência a inúmeras
industrial veiculada pelo laconismo do seu nome.
fax: 234 426 077
fábricas por todo o país, desde fábricas de cal e
Eis, portanto, uma boa razão para a defesa desta
e-mail: fabrica.cienciaviva@gabs.ua.pt
telha, a cerâmica e vidro, até a pólvora e conservas.
designação: numa época de desmantelamento
www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Fábrica seria uma palavra sem dúvida na moda
industrial, surge em Aveiro a Fábrica do Conheci-
durante o séc. XVI.
mento ou a Fábrica da Ciência, onde se poderá
Por extensão, fábrica significa também aquela
encontrar também uma Fábrica de Robots, uma
máquina que, no desígnio cego de produzir, reduz
Fábrica de Exposições e o Bar da Fábrica.
o homem a escravo, como aquele que trabalhava no engenho de fabrico do açúcar no Brasil do séc. XVIII. Fabricar talentos, fabricar cientistas ou fabricar
Para além da interacção com escolas, “A Cozinha é um Laboratório” pretende despertar o interesse de outros públicos, pondo à disposição um vasto leque de actividades, relacionadas com a temática da ciência dos alimentos. A fase de arranque e preparação foi realizada em 25 de Julho com uma acção no Pavilhão do Conhecimento
artistas, é uma das maiores expectativas sobre a produção universitária, a que a Universidade de Aveiro também se obriga ao abrigar o projecto da Fábrica. A fábrica tem hoje um sentido produtivo muito marcado pela arqueologia industrial do séc. XIX, origem da massificação de produtos e de mercados; mas é nessa memória que se encontra o humor necessário para a elevação de uma fábrica de
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a ‘fábrica’ no início do século XX Breve nota histórica sobre os primórdios da Companhia Aveirense de Moagens
Manuel Ferreira Rodrigues Professor da UA
Tal como noutros sectores de actividade, também na moagem a difusão do vapor foi lenta e tardia. Os velhos moinhos e as azenhas resistiram à moagem industrial até há poucas décadas. Segundo A. Jorge Dias, na década de 1950, “havia ainda cerca de 30.000 moinhos de água e de vento registados, enquanto hoje [em 1964] não há 10.000 em actividade, dos quais 3000 devem ser a vento. É de supor que, dos 7000 hidráulicos restantes, cerca de 5000 sejam de rodízio. Em 1960 havia cerca de 3000 moinhos de vento em laboração, dos quais só 1000 chegaram a 1964.” Em Aveiro, a primeira moagem a vapor nasce em finais de 1874. Foi instalada num edifício antigo, conhecido até ao início do século XX por Casa dos Moinhos, mas que nos é mais familiar pelo nome de Capitania, por ali ter funcionado a Capitania do Porto de Aveiro, entre 1926 e 1995. O velho casarão, que na sua origem fora um moinho de maré, terá moído trigo e milho a vapor durante dez anos. Entre os cinco elementos da sociedade então constituída, com um capital social de 6.000$000 réis, contavam-se Sebastião de Carvalho Lima, um dos mais importantes políticos aveirenses do
século XIX, pai de Sebastião e Jaime Magalhães Lima, e Manuel Simões Amaro, referido, em 1868, como “construtor de moinhos de maré». No final de Oitocentos, nasce outra moagem a vapor em Aveiro. Em 1896, ano em que é fundada a fábrica de telha de Jerónimo Pereira Campos, Manuel Homem de Carvalho Cristo, mestre-de-obras e proprietário da padaria da Rua dos Tavares, instala uma moagem a vapor num edifício da Rua da Alfândega. A novel fábrica de moagem de cereais e «acidentalmente de descasque de arroz e de serração de madeira”, com alvará passado em 1897, empregava, em 1900, 15 trabalhadores. Mas a vida desta empresa, nos primeiros anos de vida, não foi fácil. Em 1903, o seu passivo cifrava-se em 19.100$000 réis, quando o valor do edifício da fábrica, de dois armazéns e de um quintal no Bairro dos Santos Mártires, bem como o de toda a maquinaria e utensílios perfazia 3.820$000 réis. Perante esta situação, Manuel Homem de Carvalho Cristo socorre-se de alguns comerciantes amigos, como Manuel da Rocha e Albino Pinto de Miranda, e de pessoas da sua família, como o seu mais conhecido irmão, Francisco M.
Homem Cristo. Assim, em 11 de Maio de 1903, forma uma sociedade, em nome colectivo, com o mesmo objecto social, sob a firma Cristo, Rocha, Miranda & Companhia. Manuel Cristo entrou com os bens referidos e os restantes cinco sócios com quotas iguais, no valor de 3.820$000 réis. Se, ao fim de três anos, os prejuízos persistissem – lê-se na escritura –, proceder-se-ia à dissolução e liquidação da sociedade. Manuel Homem de Carvalho Cristo detém à época um currículo cívico e profissional notável. Na sequência da demolição da igreja do Espírito Santo, às Cinco Bicas, este mestre-de-obras foi responsável pela edificação da torre da Sé, que foi concluída em 1859. Em 1882, é um dos fundadores da primeira companhia de bombeiros voluntários de Aveiro, e ocupa desde então um papel de relevo na redacção do periódico republicano Povo de Aveiro, fundado pelo irmão, nesse mesmo ano.
Em Junho desse mesmo ano, prestes a iniciar a produção, a empresa anuncia a “moagem de milho e trigo, à qual se adicionará o fabrico de massas alimentícias, descasque de arroz e serração de madeiras.” Nos anos seguintes, a situação não melhorou muito. Em 1909-1910, o passivo volta a superar o activo. Dois sócios cedem as suas quotas, e os que ficam aumentam o capital para 36 contos de réis. Durante a I Guerra Mundial, período de grandes carências, apesar do papel regulador da moagem contra a carestia do pão, a situação da empresa regista uma expressiva melhoria. Como consequência, o capital social passa sucessivamente de 45 para 80 contos e é reforçada a sua capacidade produtiva com a introdução do sistema austro-húngaro de moagem de trigo, milho e descasque de arroz.
Posteriormente, integrou a comissão para a erecção da estátua de José Estêvão, inaugurada em 1889. Nos anos seguintes envolver-se-ia na direcção da Sociedade Recreio Artístico (1897, 19001906 e 1919) e da Associação Comercial de Aveiro (1898-1901). O comerciante Manuel da Rocha era um amigo de longa data de Jerónimo Pereira Campos. Foi director da Associação de Socorros Mútuos, em 1866. Em 1888 é um dos fundadores da Fábrica Nacional de Vidros de Aveiro (1888-1891). Foi vereador de 1890 a 1893 e de 1902 a 1904.
Em 1922, a imprensa regionalista aveirense anuncia com optimismo: “Aveiro tem fábricas de conservas, de ladrilho, de lixa, nada menos de quatro de louça e duas de moagem de cereais, empresas de pesca, duas das quais em S. Jacinto, duas fábricas de pirolitos e quatro de preparo de sardinha, tanoarias, torrefacção de café, isto sem falar nas companhias de pesca e navegação e em tantos outros estabelecimentos dignos de serem mencionados.” O aparecimento da electricidade, antes da crise da segunda metade dos Anos Vinte, também alimentou sonhos desenvolvimentistas.
É então decidida a construção de novas instalações, num espaço mais desafogado, nos Santos Mártires. Uma equipa de técnicos estrangeiros instala a máquina a vapor e demais equipamentos, no início de 1904. A imprensa dá conta do curso dos trabalhos, considerando “audaciosa e perigosa” a iniciativa, “atendendo à crise que presentemente atravessam as fábricas de moagem”; considerava, no entanto, que a fábrica era “um dos estabelecimentos mais aperfeiçoados no seu género que ultimamente se têm posto a funcionar.”
Em 1920 – um ano após o nascimento de uma outra moagem a vapor em Aveiro –, e no âmbito da acção da militância regionalista, os melhores comerciantes e industriais da cidade fundam o Banco Regional de Aveiro. Nesse mesmo ano, esta casa bancária adquire a moagem de Cristo, Rocha, Miranda & Companhia, por 850 contos, “a fim de dar maior incremento aos seus negócios e introduzir o fabrico de bolachas e de massas alimentícias”. Em 28 de Outubro de 1920 é constituída uma sociedade anónima de responsabilidade social, denominada “Companhia
fábrica de ciência viva
Aveirense de Moagens”. Entre os onze sócios da nova firma contam-se três da sociedade anterior, mas o seu “administrador”, Manuel Homem de Carvalho Cristo, cede então o lugar aos três “administradores-delegados” que compõem o Conselho de Administração: o influente comerciante Albino Pinto de Miranda, que já antes integrava a direcção da empresa, o “carpinteiro” Henrique dos Santos Rato e o “proprietário” Manuel Barreiros de Macedo. Albino Pinto de Miranda, um dos fundadores do Banco Regional de Aveiro, contribuíra, em 1903, para a sobrevivência da moagem e estava agora na linha da frente no salto qualitativo dos Anos Vinte. Este comerciante, oriundo de Oliveira do Bairro, fixou-se em Aveiro em 1894. Esteve ligado a diversos sectores, da moagem à cerâmica, dos impostos municipais, aos negócios dos fósforos e do tabaco, assumindo papel de relevo na Associação Comercial de Aveiro e nos clubes da cidade, durante perto de quatro décadas. Inicia-se assim uma nova e próspera fase da vida da empresa, que se torna, desde então, uma das mais importantes moagens do país. Em 1925, ainda surge uma outra moagem, mas a Companhia Aveirense de Moagens havia reunido condições e meios para fazer face aos efeitos da concorrência das unidades que nasceram um pouco por todo o país neste período, mormente na região da Ria de Aveiro.
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a ‘fábrica’ no início do século XX Breve nota histórica sobre os primórdios da Companhia Aveirense de Moagens
Manuel Ferreira Rodrigues Professor da UA
Tal como noutros sectores de actividade, também na moagem a difusão do vapor foi lenta e tardia. Os velhos moinhos e as azenhas resistiram à moagem industrial até há poucas décadas. Segundo A. Jorge Dias, na década de 1950, “havia ainda cerca de 30.000 moinhos de água e de vento registados, enquanto hoje [em 1964] não há 10.000 em actividade, dos quais 3000 devem ser a vento. É de supor que, dos 7000 hidráulicos restantes, cerca de 5000 sejam de rodízio. Em 1960 havia cerca de 3000 moinhos de vento em laboração, dos quais só 1000 chegaram a 1964.” Em Aveiro, a primeira moagem a vapor nasce em finais de 1874. Foi instalada num edifício antigo, conhecido até ao início do século XX por Casa dos Moinhos, mas que nos é mais familiar pelo nome de Capitania, por ali ter funcionado a Capitania do Porto de Aveiro, entre 1926 e 1995. O velho casarão, que na sua origem fora um moinho de maré, terá moído trigo e milho a vapor durante dez anos. Entre os cinco elementos da sociedade então constituída, com um capital social de 6.000$000 réis, contavam-se Sebastião de Carvalho Lima, um dos mais importantes políticos aveirenses do
século XIX, pai de Sebastião e Jaime Magalhães Lima, e Manuel Simões Amaro, referido, em 1868, como “construtor de moinhos de maré». No final de Oitocentos, nasce outra moagem a vapor em Aveiro. Em 1896, ano em que é fundada a fábrica de telha de Jerónimo Pereira Campos, Manuel Homem de Carvalho Cristo, mestre-de-obras e proprietário da padaria da Rua dos Tavares, instala uma moagem a vapor num edifício da Rua da Alfândega. A novel fábrica de moagem de cereais e «acidentalmente de descasque de arroz e de serração de madeira”, com alvará passado em 1897, empregava, em 1900, 15 trabalhadores. Mas a vida desta empresa, nos primeiros anos de vida, não foi fácil. Em 1903, o seu passivo cifrava-se em 19.100$000 réis, quando o valor do edifício da fábrica, de dois armazéns e de um quintal no Bairro dos Santos Mártires, bem como o de toda a maquinaria e utensílios perfazia 3.820$000 réis. Perante esta situação, Manuel Homem de Carvalho Cristo socorre-se de alguns comerciantes amigos, como Manuel da Rocha e Albino Pinto de Miranda, e de pessoas da sua família, como o seu mais conhecido irmão, Francisco M.
Homem Cristo. Assim, em 11 de Maio de 1903, forma uma sociedade, em nome colectivo, com o mesmo objecto social, sob a firma Cristo, Rocha, Miranda & Companhia. Manuel Cristo entrou com os bens referidos e os restantes cinco sócios com quotas iguais, no valor de 3.820$000 réis. Se, ao fim de três anos, os prejuízos persistissem – lê-se na escritura –, proceder-se-ia à dissolução e liquidação da sociedade. Manuel Homem de Carvalho Cristo detém à época um currículo cívico e profissional notável. Na sequência da demolição da igreja do Espírito Santo, às Cinco Bicas, este mestre-de-obras foi responsável pela edificação da torre da Sé, que foi concluída em 1859. Em 1882, é um dos fundadores da primeira companhia de bombeiros voluntários de Aveiro, e ocupa desde então um papel de relevo na redacção do periódico republicano Povo de Aveiro, fundado pelo irmão, nesse mesmo ano.
Em Junho desse mesmo ano, prestes a iniciar a produção, a empresa anuncia a “moagem de milho e trigo, à qual se adicionará o fabrico de massas alimentícias, descasque de arroz e serração de madeiras.” Nos anos seguintes, a situação não melhorou muito. Em 1909-1910, o passivo volta a superar o activo. Dois sócios cedem as suas quotas, e os que ficam aumentam o capital para 36 contos de réis. Durante a I Guerra Mundial, período de grandes carências, apesar do papel regulador da moagem contra a carestia do pão, a situação da empresa regista uma expressiva melhoria. Como consequência, o capital social passa sucessivamente de 45 para 80 contos e é reforçada a sua capacidade produtiva com a introdução do sistema austro-húngaro de moagem de trigo, milho e descasque de arroz.
Posteriormente, integrou a comissão para a erecção da estátua de José Estêvão, inaugurada em 1889. Nos anos seguintes envolver-se-ia na direcção da Sociedade Recreio Artístico (1897, 19001906 e 1919) e da Associação Comercial de Aveiro (1898-1901). O comerciante Manuel da Rocha era um amigo de longa data de Jerónimo Pereira Campos. Foi director da Associação de Socorros Mútuos, em 1866. Em 1888 é um dos fundadores da Fábrica Nacional de Vidros de Aveiro (1888-1891). Foi vereador de 1890 a 1893 e de 1902 a 1904.
Em 1922, a imprensa regionalista aveirense anuncia com optimismo: “Aveiro tem fábricas de conservas, de ladrilho, de lixa, nada menos de quatro de louça e duas de moagem de cereais, empresas de pesca, duas das quais em S. Jacinto, duas fábricas de pirolitos e quatro de preparo de sardinha, tanoarias, torrefacção de café, isto sem falar nas companhias de pesca e navegação e em tantos outros estabelecimentos dignos de serem mencionados.” O aparecimento da electricidade, antes da crise da segunda metade dos Anos Vinte, também alimentou sonhos desenvolvimentistas.
É então decidida a construção de novas instalações, num espaço mais desafogado, nos Santos Mártires. Uma equipa de técnicos estrangeiros instala a máquina a vapor e demais equipamentos, no início de 1904. A imprensa dá conta do curso dos trabalhos, considerando “audaciosa e perigosa” a iniciativa, “atendendo à crise que presentemente atravessam as fábricas de moagem”; considerava, no entanto, que a fábrica era “um dos estabelecimentos mais aperfeiçoados no seu género que ultimamente se têm posto a funcionar.”
Em 1920 – um ano após o nascimento de uma outra moagem a vapor em Aveiro –, e no âmbito da acção da militância regionalista, os melhores comerciantes e industriais da cidade fundam o Banco Regional de Aveiro. Nesse mesmo ano, esta casa bancária adquire a moagem de Cristo, Rocha, Miranda & Companhia, por 850 contos, “a fim de dar maior incremento aos seus negócios e introduzir o fabrico de bolachas e de massas alimentícias”. Em 28 de Outubro de 1920 é constituída uma sociedade anónima de responsabilidade social, denominada “Companhia
fábrica de ciência viva
Aveirense de Moagens”. Entre os onze sócios da nova firma contam-se três da sociedade anterior, mas o seu “administrador”, Manuel Homem de Carvalho Cristo, cede então o lugar aos três “administradores-delegados” que compõem o Conselho de Administração: o influente comerciante Albino Pinto de Miranda, que já antes integrava a direcção da empresa, o “carpinteiro” Henrique dos Santos Rato e o “proprietário” Manuel Barreiros de Macedo. Albino Pinto de Miranda, um dos fundadores do Banco Regional de Aveiro, contribuíra, em 1903, para a sobrevivência da moagem e estava agora na linha da frente no salto qualitativo dos Anos Vinte. Este comerciante, oriundo de Oliveira do Bairro, fixou-se em Aveiro em 1894. Esteve ligado a diversos sectores, da moagem à cerâmica, dos impostos municipais, aos negócios dos fósforos e do tabaco, assumindo papel de relevo na Associação Comercial de Aveiro e nos clubes da cidade, durante perto de quatro décadas. Inicia-se assim uma nova e próspera fase da vida da empresa, que se torna, desde então, uma das mais importantes moagens do país. Em 1925, ainda surge uma outra moagem, mas a Companhia Aveirense de Moagens havia reunido condições e meios para fazer face aos efeitos da concorrência das unidades que nasceram um pouco por todo o país neste período, mormente na região da Ria de Aveiro.
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processo de bolonha
Isabel Alarcão Vice-Reitora entre 1994/2001, Reitora em exercício entre Julho 2001 e Janeiro 2002, Professora do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa - UA
O Processo de Bolonha
como oportunidade para a mudança Todos quantos, na sua vida académica, têm a experiência de terem mudado de instituição a meio do seu percurso, sabem como é difícil obter uma equivalência ou um reconhecimento dos estudos realizados. A situação é ainda mais complicada quando a mudança ocorre ao nível transnacional.
Se bem que, nos últimos anos, se tenham verificado indícios de mudança nas culturas nacionais e institucionais, têm faltado mecanismos que diminuam a opacidade do valor dos vários diplomas e graus atribuídos pelos diferentes países e facilitem a transferabilidade indispensável à continuidade de estudos e ao fomento da empregabilidade. Os documentos que testemunham os nossos percursos académicos são, em geral, muito pouco informativos e aqueles de nós a quem são solicitados pareceres sobre equivalências conhecem por dentro as dificuldades do processo. O nome de um curso, a lista das disciplinas realizadas, o número e a natureza das horas de leccionação, ou mesmo os créditos alcançados sem o referencial da sua contabilização ou os conteúdos desalinhados de objectivos dizem-nos muito pouco sobre as competências desejadas e efectivamente alcançadas. No mundo globalizado e na sociedade do conhecimento e da mobilidade em que hoje nos movemos, estes processos assumem um carácter cada vez mais anacrónico, a exigir reflexão e acção. Fiquemo-nos pela Europa para lançar um olhar sobre a janela que, sobre este e outros aspectos, nos abre a tão
propalada “Declaração de Bolonha”. Assinada em 1999 por Ministros da Educação dos 29 Estados Membros, a Declaração de Bolonha surge na sequência de outros dois documentos (A Magna Carta Universitatum, 1988 e a Declaração da Sorbonne,1998) e preconiza a constituição de um espaço de ensino superior europeu a partir de 2010. A ela vieram juntar-se outras declarações que, numa evidente linha de continuidade, têm vindo a aprofundar as ideias originais (com destaque para a declaração de Praga, em 2001 e de Berlim, em 2003, que, por sua vez, assumem contributos de convenções intermédias).
vendo a formação ao nível do primeiro ciclo ser relevante para o mercado do trabalho. O sistema de acumulação e transferência dos conhecimentos, vulgo ECTS (European Credit Transfer System), baseado na atribuição de créditos como unidade de estudos definida em função da carga de trabalho dos estudantes e dos resultados esperados e obtidos, emergiu como instrumento de comparabilidade apropriado e, de certo modo, já testado nos programas europeus de mobilidade estudantil. A cooperação entre instituições e entre estados membros na avaliação da qualidade da formação foi outra das estratégias desde logo apontadas.
Os objectivos da constituição deste espaço assinalavam, logo no início do processo, a mobilidade de diplomados e estudantes, a empregabilidade dos diplomados e a competitividade no espaço europeu e extra-europeu. Como condição para a sua concretização salientava-se o reconhecimento das qualificações obtidas e o corolário deste pressuposto: a transparência e inteligibilidade dos graus e dos curricula. Numa aproximação às estratégias para a acção, preconizou-se a organização do ensino superior em três ciclos, de-
Estas ideias fundacionais têm vindo a ser aprofundadas e desenvolvidas. Assim, a declaração de Praga explicita a função dos ECTS na mobilidade dos estudantes, na flexibilidade das formações e na promoção da autonomia dos estudantes relativamente à construção, responsável, dos seus percursos de estudo. Além disso, assume a educação superior como um bem público, acentua a importância da educação ao longo da vida, chama a atenção para a necessidade de se envolverem as universidades e os estudantes, defende a instituciona-
lização de graus conjuntos e salienta a necessidade de ser assegurada a garantia de qualidade. A Declaração de Berlim, por sua vez, enfatiza a articulação entre educação e investigação, o reconhecimento de competências previamente adquiridas e o estabelecimento de redes de formação. (Sobre o Processo de Bolonha e as iniciativas que, sobre este processo, têm sido tomadas na UA, cf. o site http://paco.ua.pt/documentos/) Considero que o Processo de Bolonha proporciona um contexto favorável a uma mudança profunda no sistema de ensino superior no nosso país, um país da Europa. E, não obstante a fraca pro-actividade que se tem manifestado e uma atitude de expectativa, pendente de que alguém venha dizer-nos como é que deve ser, teimo em acreditar que ainda vamos a tempo de agarrar esta oportunidade. Para isso, porém, temos de compreender o Processo de Bolonha na sua essência e não apenas num ou noutro aspecto isolado. Até agora temo-nos centrado demasiado, quase exclusivamente, na duração do 1º ciclo de estudos que a Lei de Bases da Educação, recentemente aprovada na Assembleia da República, definiu para Portugal como o grau de licenciatura
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processo de bolonha
Isabel Alarcão Vice-Reitora entre 1994/2001, Reitora em exercício entre Julho 2001 e Janeiro 2002, Professora do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa - UA
O Processo de Bolonha
como oportunidade para a mudança Todos quantos, na sua vida académica, têm a experiência de terem mudado de instituição a meio do seu percurso, sabem como é difícil obter uma equivalência ou um reconhecimento dos estudos realizados. A situação é ainda mais complicada quando a mudança ocorre ao nível transnacional.
Se bem que, nos últimos anos, se tenham verificado indícios de mudança nas culturas nacionais e institucionais, têm faltado mecanismos que diminuam a opacidade do valor dos vários diplomas e graus atribuídos pelos diferentes países e facilitem a transferabilidade indispensável à continuidade de estudos e ao fomento da empregabilidade. Os documentos que testemunham os nossos percursos académicos são, em geral, muito pouco informativos e aqueles de nós a quem são solicitados pareceres sobre equivalências conhecem por dentro as dificuldades do processo. O nome de um curso, a lista das disciplinas realizadas, o número e a natureza das horas de leccionação, ou mesmo os créditos alcançados sem o referencial da sua contabilização ou os conteúdos desalinhados de objectivos dizem-nos muito pouco sobre as competências desejadas e efectivamente alcançadas. No mundo globalizado e na sociedade do conhecimento e da mobilidade em que hoje nos movemos, estes processos assumem um carácter cada vez mais anacrónico, a exigir reflexão e acção. Fiquemo-nos pela Europa para lançar um olhar sobre a janela que, sobre este e outros aspectos, nos abre a tão
propalada “Declaração de Bolonha”. Assinada em 1999 por Ministros da Educação dos 29 Estados Membros, a Declaração de Bolonha surge na sequência de outros dois documentos (A Magna Carta Universitatum, 1988 e a Declaração da Sorbonne,1998) e preconiza a constituição de um espaço de ensino superior europeu a partir de 2010. A ela vieram juntar-se outras declarações que, numa evidente linha de continuidade, têm vindo a aprofundar as ideias originais (com destaque para a declaração de Praga, em 2001 e de Berlim, em 2003, que, por sua vez, assumem contributos de convenções intermédias).
vendo a formação ao nível do primeiro ciclo ser relevante para o mercado do trabalho. O sistema de acumulação e transferência dos conhecimentos, vulgo ECTS (European Credit Transfer System), baseado na atribuição de créditos como unidade de estudos definida em função da carga de trabalho dos estudantes e dos resultados esperados e obtidos, emergiu como instrumento de comparabilidade apropriado e, de certo modo, já testado nos programas europeus de mobilidade estudantil. A cooperação entre instituições e entre estados membros na avaliação da qualidade da formação foi outra das estratégias desde logo apontadas.
Os objectivos da constituição deste espaço assinalavam, logo no início do processo, a mobilidade de diplomados e estudantes, a empregabilidade dos diplomados e a competitividade no espaço europeu e extra-europeu. Como condição para a sua concretização salientava-se o reconhecimento das qualificações obtidas e o corolário deste pressuposto: a transparência e inteligibilidade dos graus e dos curricula. Numa aproximação às estratégias para a acção, preconizou-se a organização do ensino superior em três ciclos, de-
Estas ideias fundacionais têm vindo a ser aprofundadas e desenvolvidas. Assim, a declaração de Praga explicita a função dos ECTS na mobilidade dos estudantes, na flexibilidade das formações e na promoção da autonomia dos estudantes relativamente à construção, responsável, dos seus percursos de estudo. Além disso, assume a educação superior como um bem público, acentua a importância da educação ao longo da vida, chama a atenção para a necessidade de se envolverem as universidades e os estudantes, defende a instituciona-
lização de graus conjuntos e salienta a necessidade de ser assegurada a garantia de qualidade. A Declaração de Berlim, por sua vez, enfatiza a articulação entre educação e investigação, o reconhecimento de competências previamente adquiridas e o estabelecimento de redes de formação. (Sobre o Processo de Bolonha e as iniciativas que, sobre este processo, têm sido tomadas na UA, cf. o site http://paco.ua.pt/documentos/) Considero que o Processo de Bolonha proporciona um contexto favorável a uma mudança profunda no sistema de ensino superior no nosso país, um país da Europa. E, não obstante a fraca pro-actividade que se tem manifestado e uma atitude de expectativa, pendente de que alguém venha dizer-nos como é que deve ser, teimo em acreditar que ainda vamos a tempo de agarrar esta oportunidade. Para isso, porém, temos de compreender o Processo de Bolonha na sua essência e não apenas num ou noutro aspecto isolado. Até agora temo-nos centrado demasiado, quase exclusivamente, na duração do 1º ciclo de estudos que a Lei de Bases da Educação, recentemente aprovada na Assembleia da República, definiu para Portugal como o grau de licenciatura
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Passou o tempo de poder considerar-se o ensino como uma actividade individual, realizada no isolamento da sala de aula. (seis a oito semestres podendo, em casos excepcionais, incluir mais um a quatro semestres). A duração, embora importante, não é o elemento fundamental na desejada constituição do espaço europeu preconizado por Bolonha. Reduzir Bolonha à duração dos cursos é desvirtuar o espírito da Declaração. A leitura do documento evidencia claramente que, para além da questão da duração e da articulação entre os ciclos, é fundamental repensar as estratégias de formação e de creditação e sistematicamente avaliar a sua qualidade se queremos um espaço europeu caracterizado pela coesão, pela harmonia e pela competitividade. Não se trata de uniformizar, pois a formação joga-se no equilíbrio entre a universalidade do conhecimento e a particularidade de cada situação. Do que se trata é de tornar inteligível essa mesma universalidade e essa mesma particularidade. Trata-se de atribuir um significado claro aos diplomas que conferem os graus e estabelecer a harmonia com outros diplomas. O previsto Suplemento ao Diploma tem essa função: informar sobre as características da formação realizada a nível curricular, para-curricular e extra-curricular.
Os diplomas devem traduzir um conjunto de competências, alicerçadas em conhecimentos e atitudes, adquiridas através do trabalho dos estudantes num contexto de ensino indagador e crítico e certificadas pela avaliação das aprendizagens e do próprio curso. Uma leitura atenta da última frase evoca a necessidade de planos de acção para mudar muito do que hoje é o nosso ensino superior. O processo de Bolonha abre caminhos a uma auto-transformação das instituições no modo como se organizam para articular ciclos (1º, 2º e 3º), formações (inicial, pós-graduada, especializada, ao longo da vida) e desempenhos sociais. Mas também ao modo como concebem e gerem os curricula, como compreendem e assumem os novos papéis de professores e de estudantes num ensino que se quer problematizante, profundo e aberto, para se adequar ao desenvolvimento das competências que a sociedade hoje exige aos seus diplomados. O conhecimento que vamos construindo na nossa experiência docente vê hoje confirmado pela investigação que um dos factores mais decisivos na aprendizagem é o esforço, o envolvimento e a
responsabilidade que os estudantes dedicam às tarefas de aprendizagem (no pressuposto de que a natureza destas proporcione aprendizagens!). A ideia da aprendizagem mais centrada no aluno não é menos exigente para os professores, como o confirmam as opiniões dos que se têm envolvido em experiências do tipo da aprendizagem à base de problemas ou à base de projectos. É uma outra maneira de ser professor, provocadora de uma outra maneira de ser aluno. Eu seria, certamente, mais correcta se dissesse que a provocação é bi-direccional. A referência que acabo de fazer à aprendizagem à base de projectos desviou a minha atenção para uma inovação pedagógica em curso na ESTGA/UA (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda/ Universidade de Aveiro). Como o desvio se harmoniza com a linha de pensamento que tenho vindo a seguir e que pretende argumentar em favor da necessidade e da possibilidade de auto-transformação e de inovação, vou deixarme conduzir por esse trilho. Tenho entre mãos um relatório que dá conta da origem, do desenvolvimento e da avaliação, ainda intercalar, desta
inovação pedagógica. A necessidade de encontrar formas de organizar o ensino e a aprendizagem que se coadunassem com as características do ensino politécnico, de natureza diferente da do ensino universitário, incentivou o estudo de modelos de aprendizagem à base de projectos, já praticada noutras situações e noutros países. A experiência da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, serviu de referente a analisar (mas não de modelo a copiar). Institucionalmente apoiada pelos vários níveis de decisão (Reitoria, Direcção da Escola, Conselhos vários), a iniciativa foi orientada por uma liderança democrática, enquadrada por formação docente em contexto de tarefa (desenvolvimento do currículo e implementação), realizada por docentes com grande empenhamento e espírito de inovação e sistematicamente avaliada. O facto de se tratar de uma inovação muito recente não permite ainda proceder a uma avaliação significativa dos resultados, em termos de desempenho profissional dos diplomados. Mas, a avaliar pelos resultados parciais e pelas opiniões recolhidas, parece estar-se perante uma inovação pedagógica bem sucedida e bem necessária no contexto actual de promoção do sucesso
académico e de clarificação da natureza das aprendizagens no ensino superior politécnico. Inovação que, pelo modo como está a acontecer, se enquadra nas condições de mudança educacional para as quais aponta a investigação, entre elas: introdução de novas ideias, liderança clara, equilíbrio entre desafios e apoios, alinhamento entre objectivos, estratégias, monitorização e avaliação, reflexão sobre a inovação-em-acção, estabilidade, desenvolvimento profissional dos agentes no seu próprio ambiente de trabalho com envolvimento nos processos de decisão e realização. Passou o tempo de poder considerar-se o ensino como uma actividade individual, realizada no isolamento da sala de aula. Se os esforços dos professores, individualmente, podem ter um impacto ao nível dos seus alunos, a sua influência é diminuta na mudança das culturas institucionais. Passageira, esvai-se com o professor e pouco contribui para a constituição de um corpo de saberes, sempre em actualização, sobre o modo de construir curricula, de fazer aprender através do ensino, de avaliar a presença das competências
esperadas e dos conhecimentos e atitudes que lhes subjazem. Não basta que os professores, isoladamente, sejam criativos, reflexivos. Importa que o colectivo dos professores e dos alunos também o sejam. Importa que a instituição, como um todo, o seja, igualmente. As inovações são, muitas vezes, induzidas por influências exteriores. O Processo de Bolonha tem potencialidades de ser indutor da tão desejada auto-transformação (a nível individual, institucional e intersistémico). Está nas mãos de todos nós transformar as potencialidades em realidades.
Linhas
18 19
outubro ‘04
processo de bolonha
Passou o tempo de poder considerar-se o ensino como uma actividade individual, realizada no isolamento da sala de aula. (seis a oito semestres podendo, em casos excepcionais, incluir mais um a quatro semestres). A duração, embora importante, não é o elemento fundamental na desejada constituição do espaço europeu preconizado por Bolonha. Reduzir Bolonha à duração dos cursos é desvirtuar o espírito da Declaração. A leitura do documento evidencia claramente que, para além da questão da duração e da articulação entre os ciclos, é fundamental repensar as estratégias de formação e de creditação e sistematicamente avaliar a sua qualidade se queremos um espaço europeu caracterizado pela coesão, pela harmonia e pela competitividade. Não se trata de uniformizar, pois a formação joga-se no equilíbrio entre a universalidade do conhecimento e a particularidade de cada situação. Do que se trata é de tornar inteligível essa mesma universalidade e essa mesma particularidade. Trata-se de atribuir um significado claro aos diplomas que conferem os graus e estabelecer a harmonia com outros diplomas. O previsto Suplemento ao Diploma tem essa função: informar sobre as características da formação realizada a nível curricular, para-curricular e extra-curricular.
Os diplomas devem traduzir um conjunto de competências, alicerçadas em conhecimentos e atitudes, adquiridas através do trabalho dos estudantes num contexto de ensino indagador e crítico e certificadas pela avaliação das aprendizagens e do próprio curso. Uma leitura atenta da última frase evoca a necessidade de planos de acção para mudar muito do que hoje é o nosso ensino superior. O processo de Bolonha abre caminhos a uma auto-transformação das instituições no modo como se organizam para articular ciclos (1º, 2º e 3º), formações (inicial, pós-graduada, especializada, ao longo da vida) e desempenhos sociais. Mas também ao modo como concebem e gerem os curricula, como compreendem e assumem os novos papéis de professores e de estudantes num ensino que se quer problematizante, profundo e aberto, para se adequar ao desenvolvimento das competências que a sociedade hoje exige aos seus diplomados. O conhecimento que vamos construindo na nossa experiência docente vê hoje confirmado pela investigação que um dos factores mais decisivos na aprendizagem é o esforço, o envolvimento e a
responsabilidade que os estudantes dedicam às tarefas de aprendizagem (no pressuposto de que a natureza destas proporcione aprendizagens!). A ideia da aprendizagem mais centrada no aluno não é menos exigente para os professores, como o confirmam as opiniões dos que se têm envolvido em experiências do tipo da aprendizagem à base de problemas ou à base de projectos. É uma outra maneira de ser professor, provocadora de uma outra maneira de ser aluno. Eu seria, certamente, mais correcta se dissesse que a provocação é bi-direccional. A referência que acabo de fazer à aprendizagem à base de projectos desviou a minha atenção para uma inovação pedagógica em curso na ESTGA/UA (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda/ Universidade de Aveiro). Como o desvio se harmoniza com a linha de pensamento que tenho vindo a seguir e que pretende argumentar em favor da necessidade e da possibilidade de auto-transformação e de inovação, vou deixarme conduzir por esse trilho. Tenho entre mãos um relatório que dá conta da origem, do desenvolvimento e da avaliação, ainda intercalar, desta
inovação pedagógica. A necessidade de encontrar formas de organizar o ensino e a aprendizagem que se coadunassem com as características do ensino politécnico, de natureza diferente da do ensino universitário, incentivou o estudo de modelos de aprendizagem à base de projectos, já praticada noutras situações e noutros países. A experiência da Universidade de Aalborg, na Dinamarca, serviu de referente a analisar (mas não de modelo a copiar). Institucionalmente apoiada pelos vários níveis de decisão (Reitoria, Direcção da Escola, Conselhos vários), a iniciativa foi orientada por uma liderança democrática, enquadrada por formação docente em contexto de tarefa (desenvolvimento do currículo e implementação), realizada por docentes com grande empenhamento e espírito de inovação e sistematicamente avaliada. O facto de se tratar de uma inovação muito recente não permite ainda proceder a uma avaliação significativa dos resultados, em termos de desempenho profissional dos diplomados. Mas, a avaliar pelos resultados parciais e pelas opiniões recolhidas, parece estar-se perante uma inovação pedagógica bem sucedida e bem necessária no contexto actual de promoção do sucesso
académico e de clarificação da natureza das aprendizagens no ensino superior politécnico. Inovação que, pelo modo como está a acontecer, se enquadra nas condições de mudança educacional para as quais aponta a investigação, entre elas: introdução de novas ideias, liderança clara, equilíbrio entre desafios e apoios, alinhamento entre objectivos, estratégias, monitorização e avaliação, reflexão sobre a inovação-em-acção, estabilidade, desenvolvimento profissional dos agentes no seu próprio ambiente de trabalho com envolvimento nos processos de decisão e realização. Passou o tempo de poder considerar-se o ensino como uma actividade individual, realizada no isolamento da sala de aula. Se os esforços dos professores, individualmente, podem ter um impacto ao nível dos seus alunos, a sua influência é diminuta na mudança das culturas institucionais. Passageira, esvai-se com o professor e pouco contribui para a constituição de um corpo de saberes, sempre em actualização, sobre o modo de construir curricula, de fazer aprender através do ensino, de avaliar a presença das competências
esperadas e dos conhecimentos e atitudes que lhes subjazem. Não basta que os professores, isoladamente, sejam criativos, reflexivos. Importa que o colectivo dos professores e dos alunos também o sejam. Importa que a instituição, como um todo, o seja, igualmente. As inovações são, muitas vezes, induzidas por influências exteriores. O Processo de Bolonha tem potencialidades de ser indutor da tão desejada auto-transformação (a nível individual, institucional e intersistémico). Está nas mãos de todos nós transformar as potencialidades em realidades.
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20 21
outubro ‘04
Gabriela Portugal Professora do Departamento de Ciências da Educação - UA
melhorar a educação de infância na Guiné-Bissau
Apesar de vários esforços feitos ao longo dos anos após a independência, a Guiné-Bissau não conseguiu definir, ainda, uma política para a Educação de Infância. Esta tem-se limitado a uma educação pré-escolar essencialmente urbana e muito selectiva, desperdiçando a mais-valia da Educação de Infância no contributo para a melhoria das condições de vida das crianças em vários aspectos, desde a educação propriamente dita até à saúde, nutrição e protecção em geral. De acordo com os dados projectados pelo Gabinete de Estudos e Planeamentos (GEP) com o apoio da equipa técnica da missão do Banco Mundial, em 1999, num universo de 306.607 crianças com a idade compreendida entre 0-6 anos, apenas 4.159 crianças de 3-6 anos tinham acesso à educação pré-escolar o que correspondia a uma taxa de 2,3%.
de uma melhoria dos serviços. Faltam princípios e fundamentos educativos, orientações curriculares, espaços, equipamentos e materiais pedagógicos de qualidade, formação e supervisão. Esta situação vem provocando uma multiplicidade e diversificação de intervenções, na sua maioria inadequadas, grassando o desalento e a frustração na comunidade educativa.
-se planificações semanais/mensais por sala ou por instituição, verificando-se algumas práticas de reuniões entre profissionais para planeamento e avaliação das actividades. Apesar de algumas reuniões para pensar a acção no jardim de infância, muitas práticas e rotinas estão instaladas por hábito, não parecendo haver reflexão e argumentação para a sua manutenção.
De entre os objectivos da Fundação para a Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau destacam-se a melhoria da qualidade da educação de crianças e a formação de recursos humanos para a educação. Nesse sentido, o protocolo estabelecido com a Universidade de Aveiro, visa o desenvolvimento de parcerias e acções nos domínios da educação de infância e ensino básico (1º ciclo) que concorram para esses objectivos.
Verifica-se predominância de actividades dirigidas em função do grande grupo, apelando sobretudo à reprodução, à repetição em coro e à uniformização das expressões, não se observando incentivo à iniciativa da criança quer na escolha de actividades, quer na discussão de ideias, quer ainda na resolução de problemas ou de conflitos interpessoais. O grau de passividade e atitudes de “espera” por parte das crianças em contexto de sala de jardim de infância é grande. O leque de actividades disponíveis é reduzido sendo sobrevalorizadas aprendizagens “escolares” e menos valorizadas as actividades lúdicas (brincar) e actividades de descoberta e de expressão; aparentemente a cultura africana é desconsiderada pois as cantigas, brinquedos, histórias, imagens ou figuras decorativas,… são importadas de outras culturas.
“Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau” é um
Projecto de Investigação-Acção em desenvolvimento no âmbito
do Protocolo de Cooperação celebrado entre a Fundação
Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau e a Universidade
de Aveiro, em 2003, e enquadrado no Departamento de Ciências
da Educação e na Unidade de Investigação Construção do
Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação – Linha
de Investigação Educação de Infância.
Em termos de infra-estruturas para acolhimento, dados estatísticos fornecidos pela mesma fonte revelam a existência de 55 centros de educação pré-escolar distribuídos de forma desigual por diferentes regiões do país. Só em Bissau existiam 32 desses centros. Em termos de recursos humanos, o sector apresentava profundas carências. Dos 231 educadores e animadores, em exercício, apenas 43 (18.6%) possuíam qualificação pedagógica minimamente adequada. Hoje, no entanto, devido ao aumento significativo desses centros, calcula-se que a percentagem de crianças beneficiárias tenha aumentado para 6,5%, contando com os jardins comunitários de apoio às crianças. Das poucas crianças que conseguem frequentar uma instituição pré-escolar, a maioria é oriunda de famílias urbanas, um pouco mais escolarizadas e com um pouco mais de poder económico. Essas crianças adquirem em geral um melhor domínio do português, facto que as coloca em situação de vantagem, à entrada escolar, face à grande maioria sem esse privilégio. O aumento significativo de centros de infância não foi, contudo, acompanhado
melhorar a educação de infância na guiné-bissau
Da realidade guineense… à definição de objectivos No que respeita à Educação de Infância, contactos iniciais com a realidade educativa guineense permitiram a consciencialização in loco das principais questões e dificuldades, bem como dos recursos ou “forças” existentes. Encontraram-se profissionais abertos, interessados em confrontar ideias, esclarecer dúvidas, melhorar e inovar as suas práticas de educação, simpáticos e acolhedores no contacto com os visitantes; atentos, calmos e afáveis na interacção com as crianças e preocupados em compreender e atender às necessidades e dificuldades das crianças e suas famílias (que, em geral, expressam uma imagem positiva relativamente ao valor da educação de infância). A exposição e valorização dos trabalhos das crianças são significativas havendo uma forte preocupação com a educação da cortesia, conhecimento e respeito pelas regras da vida em comum, bem como na preparação da criança para as aprendizagens de leitura e escrita. Nalguns jardins de infância encontram-
Um problema sério é o que se reporta às dificuldades de comunicação em língua portuguesa por parte das crianças e de muitos profissionais, o que dificulta o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e do raciocínio (aspecto particularmente importante considerando que a escolaridade obrigatória adopta o português como língua oficial e que as estruturas básicas de pensamento se começam a organizar precocemente). Por outro lado, apesar de alguns jardins de infância disporem de boas infra-estruturas (edifício, salas, recreio, hortas e jardins, …), a maior parte deles dispõem de salas pequenas, com insuficiente iluminação e demasiado ocupadas com mesas e cadeiras, o espaço para movimentações mais amplas sendo extremamente dificultado e verificando-se a
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Gabriela Portugal Professora do Departamento de Ciências da Educação - UA
melhorar a educação de infância na Guiné-Bissau
Apesar de vários esforços feitos ao longo dos anos após a independência, a Guiné-Bissau não conseguiu definir, ainda, uma política para a Educação de Infância. Esta tem-se limitado a uma educação pré-escolar essencialmente urbana e muito selectiva, desperdiçando a mais-valia da Educação de Infância no contributo para a melhoria das condições de vida das crianças em vários aspectos, desde a educação propriamente dita até à saúde, nutrição e protecção em geral. De acordo com os dados projectados pelo Gabinete de Estudos e Planeamentos (GEP) com o apoio da equipa técnica da missão do Banco Mundial, em 1999, num universo de 306.607 crianças com a idade compreendida entre 0-6 anos, apenas 4.159 crianças de 3-6 anos tinham acesso à educação pré-escolar o que correspondia a uma taxa de 2,3%.
de uma melhoria dos serviços. Faltam princípios e fundamentos educativos, orientações curriculares, espaços, equipamentos e materiais pedagógicos de qualidade, formação e supervisão. Esta situação vem provocando uma multiplicidade e diversificação de intervenções, na sua maioria inadequadas, grassando o desalento e a frustração na comunidade educativa.
-se planificações semanais/mensais por sala ou por instituição, verificando-se algumas práticas de reuniões entre profissionais para planeamento e avaliação das actividades. Apesar de algumas reuniões para pensar a acção no jardim de infância, muitas práticas e rotinas estão instaladas por hábito, não parecendo haver reflexão e argumentação para a sua manutenção.
De entre os objectivos da Fundação para a Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau destacam-se a melhoria da qualidade da educação de crianças e a formação de recursos humanos para a educação. Nesse sentido, o protocolo estabelecido com a Universidade de Aveiro, visa o desenvolvimento de parcerias e acções nos domínios da educação de infância e ensino básico (1º ciclo) que concorram para esses objectivos.
Verifica-se predominância de actividades dirigidas em função do grande grupo, apelando sobretudo à reprodução, à repetição em coro e à uniformização das expressões, não se observando incentivo à iniciativa da criança quer na escolha de actividades, quer na discussão de ideias, quer ainda na resolução de problemas ou de conflitos interpessoais. O grau de passividade e atitudes de “espera” por parte das crianças em contexto de sala de jardim de infância é grande. O leque de actividades disponíveis é reduzido sendo sobrevalorizadas aprendizagens “escolares” e menos valorizadas as actividades lúdicas (brincar) e actividades de descoberta e de expressão; aparentemente a cultura africana é desconsiderada pois as cantigas, brinquedos, histórias, imagens ou figuras decorativas,… são importadas de outras culturas.
“Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau” é um
Projecto de Investigação-Acção em desenvolvimento no âmbito
do Protocolo de Cooperação celebrado entre a Fundação
Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau e a Universidade
de Aveiro, em 2003, e enquadrado no Departamento de Ciências
da Educação e na Unidade de Investigação Construção do
Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação – Linha
de Investigação Educação de Infância.
Em termos de infra-estruturas para acolhimento, dados estatísticos fornecidos pela mesma fonte revelam a existência de 55 centros de educação pré-escolar distribuídos de forma desigual por diferentes regiões do país. Só em Bissau existiam 32 desses centros. Em termos de recursos humanos, o sector apresentava profundas carências. Dos 231 educadores e animadores, em exercício, apenas 43 (18.6%) possuíam qualificação pedagógica minimamente adequada. Hoje, no entanto, devido ao aumento significativo desses centros, calcula-se que a percentagem de crianças beneficiárias tenha aumentado para 6,5%, contando com os jardins comunitários de apoio às crianças. Das poucas crianças que conseguem frequentar uma instituição pré-escolar, a maioria é oriunda de famílias urbanas, um pouco mais escolarizadas e com um pouco mais de poder económico. Essas crianças adquirem em geral um melhor domínio do português, facto que as coloca em situação de vantagem, à entrada escolar, face à grande maioria sem esse privilégio. O aumento significativo de centros de infância não foi, contudo, acompanhado
melhorar a educação de infância na guiné-bissau
Da realidade guineense… à definição de objectivos No que respeita à Educação de Infância, contactos iniciais com a realidade educativa guineense permitiram a consciencialização in loco das principais questões e dificuldades, bem como dos recursos ou “forças” existentes. Encontraram-se profissionais abertos, interessados em confrontar ideias, esclarecer dúvidas, melhorar e inovar as suas práticas de educação, simpáticos e acolhedores no contacto com os visitantes; atentos, calmos e afáveis na interacção com as crianças e preocupados em compreender e atender às necessidades e dificuldades das crianças e suas famílias (que, em geral, expressam uma imagem positiva relativamente ao valor da educação de infância). A exposição e valorização dos trabalhos das crianças são significativas havendo uma forte preocupação com a educação da cortesia, conhecimento e respeito pelas regras da vida em comum, bem como na preparação da criança para as aprendizagens de leitura e escrita. Nalguns jardins de infância encontram-
Um problema sério é o que se reporta às dificuldades de comunicação em língua portuguesa por parte das crianças e de muitos profissionais, o que dificulta o desenvolvimento da expressão oral, do pensamento e do raciocínio (aspecto particularmente importante considerando que a escolaridade obrigatória adopta o português como língua oficial e que as estruturas básicas de pensamento se começam a organizar precocemente). Por outro lado, apesar de alguns jardins de infância disporem de boas infra-estruturas (edifício, salas, recreio, hortas e jardins, …), a maior parte deles dispõem de salas pequenas, com insuficiente iluminação e demasiado ocupadas com mesas e cadeiras, o espaço para movimentações mais amplas sendo extremamente dificultado e verificando-se a
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outubro ‘04
permanência das crianças em posição “sentadas à mesa” durante períodos demasiado longos, gerando-se baixa implicação e mal-estar. A maior parte dos materiais são muito escassos, pouco diversificados, em deficiente estado de conservação e inacessíveis às crianças (por vezes, os materiais mantêm-se empacotados, em armários fechados ou em prateleiras altas). Contudo, parece haver, em muitos casos, possibilidade de diversificação e ampliação dos espaços educativos pela utilização dos espaços e recursos naturais exteriores (recreio, hortas, jardim, exploração de materiais e recursos naturais, visitas,…). Salienta-se ainda a aproximação e convívio natural que ocorre no jardim de infância, entre as crianças e diferentes profissionais e respectivas actividades (cozinheira, costureira, agricultores…) amplificando as experiências de vida das crianças. Aliás, nalguns contextos, o número de adultos por sala é muito adequado, considerando o número de crianças e a faixa etária.
peita à prática pedagógica. Esta opção acontece por se considerar que o valor e interesse da abordagem experiencial, em diversos contextos educativos europeus, na prossecução de práticas educativas inclusivas de elevada qualidade, têm sido sobejamente comprovados. Acontece ainda porque a equipa da prática pedagógica da Licenciatura em Educação de Infância se identifica e genuinamente acredita nos seus pressupostos e conceitos organizadores. Mas, até que ponto os seus pressupostos e conceitos de qualidade são pertinentes e culturalmente adequados à realidade africana? De que forma ou até que ponto é possível enquadrar uma prática de educação de infância na Guiné-Bissau segundo esta abordagem pedagógica? Acreditando que os indicadores processuais de qualidade (bemestar emocional e implicação) propostos neste modelo experiencial são universais, ainda que se possam revestir de formas de expressão culturalmente determinadas, baseamos a intervenção nesta linha de pensamento.
Com esta situação presente, tem-se procurado desenvolver o projecto de investigação-acção “Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau”, onde se destacam quatro importantes objectivos a realizar, em parceria com elementos da Fundação e educadores guineenses: (1) apoiar a elaboração de orientações curriculares para a educação pré-escolar e conceber uma estratégia pedagógica de implementação no terreno dessas orientações, num processo reflexivo contínuo, (2) criar um grupo de supervisores educacionais locais para acompanhar e apoiar o processo de implementação, (3) avaliar o impacto ou efeitos do programa no terreno, nos diversos níveis da intervenção (crianças, educadores e supervisores) (4) lançar bases sustentadas para a constituição de uma dinâmica e estrutura de funcionamento capaz de continuar para além do próprio projecto que a cria. Já há alguns anos que a Educação Experiencial tem sido o modelo norteador da formação dos educadores de infância na Universidade de Aveiro, no que res-
Pensamos, naturalmente, que as formas práticas de promover níveis de bem-estar emocional e de implicação/desenvolvimento das crianças pressupõe estratégias que só poderão ser concebidas tendo em consideração a realidade, os interesses, necessidades e possibilidades locais. A organização do ambiente educativo, ainda que possa ser enquadrada pela abordagem experiencial, deverá necessariamente ser pensada em função das particularidades sociais e culturais. Da definição de objectivos… à implementação do projecto O desenvolvimento deste projecto iniciou-se em Janeiro de 2004, com um grupo de 35 formandos/educadores, através de uma acção de formação inicial dirigida para a concepção de orientações curriculares gerais e abrangentes, não prescritivas, que incluam a possibilidade de fundamentar diversas opções educativas e para uma abordagem experiencial da educação de infância focalizada no enriquecimento do meio, na comunicação empática e na livre iniciativa da criança.
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melhorar a educação de infância na guiné-bissau
A introdução de conceitos e instrumentos que operacionalizam a intervenção pressupõe a sua adaptação e ilustração em função do contexto educativo guineense, no sentido de os tornar acessíveis, válidos e generalizáveis a um grupo mais vasto de educadores. Neste processo, tem-se afigurado fundamental o estabelecimento de relações equitativas entre todos os intervenientes de modo a que cada um se sinta capaz de exprimir os seus pontos de vista, tornando-se possível a troca e confronto de ideias, processo crucial ao afinar dos conceitos e aperfeiçoamento das práticas e ao estabelecimento de um consenso acerca da importância do quadro conceptual que norteia o programa de intervenção. Só uma identificação e mobilização conjunta de todos os intervenientes no programa de acção garante consistência e coerência na acção. Do grupo inicial de 35 formandos, identificaram-se os quatro educadores que têm assumido as funções locais de supervisão, sendo desejável que estes venham a realizar uma formação em supervisão, durante quatro semanas, na Universidade de Aveiro, num futuro próximo. Por outro lado, afigura-se desejável ir assegurando formação complementar, ao longo do desenvolvimento do projecto, em resposta a necessidades e interesses identificados localmente. Neste contexto, e no seguimento da formação de Janeiro, delineou-se e realizou-se, ainda, em Abril de 2004, uma formação complementar sobre trabalho com famílias e comunidades e trabalho em equipa. A priori parece ser pertinente vir a considerar para os próximos anos lectivos, acções de formação que visem sensibilizar e preparar os educadores para temas como educação multicultural, direitos da criança, ensino precoce do português, abordagem à leitura e escrita, áreas curriculares em educação de infância como ciências e matemática, expressões artísticas e motoras, etc.
Todo este processo pressupõe um forte apoio financeiro, sem o qual será difícil prosseguir com o projecto, associado a um acompanhamento e supervisão do trabalho realizado nas diferentes equipas, por parte de investigadores-formadores ligados à Universidade de Aveiro, ao longo de diferentes momentos, incluindo, no mínimo, dois a três encontros anuais na Guiné. Na prossecução desta ideia e na sequência da formação inicial e paralelamente à formação de Abril, foram sendo realizadas reuniões, quer com o conjunto dos supervisores, quer com as respectivas equipas, bem como visitas e observações em jardins-de-infância, com vista a perceber e acompanhar in loco a dinâmica de inovação em curso. Neste âmbito, prepararam-se instrumentos de registo (ex. sistema de acompanhamento das crianças), que apoiem os educadores nas suas observações e análises periódicas da sala e de cada criança, oferecendo, em simultâneo, aos investigadores-formadores da UA, elementos para monitorização do processo. Efectivamente, o sistema de acompanhamento das crianças, é particularmente útil na sistematização dos
dados de avaliação, principalmente no que respeita aos índices de implicação e bem-estar das crianças e às áreas curriculares e de desenvolvimento trabalhadas com as crianças. A estrutura de supervisão que acompanha e apoia os educadores do terreno procura assegurar o desenvolvimento contínuo de um processo de reflexão e avaliação sobre o impacto e significado da intervenção, quer para os educadores, quer para as crianças, quer para os supervisores e outros elementos da comunidade que eventualmente venham a ser envolvidos e abrangidos pelas acções. Em síntese, a intervenção realiza-se em diferentes jardins-de-infância, procurando os supervisores e educadores reflectir quinzenalmente sobre as práticas, procurando, inicialmente, desenvolver um consenso acerca da importância das orientações curriculares e das variáveis bem-estar emocional e implicação, enquanto indicadores de qualidade; gradualmente, compreender e respeitar os actuais níveis de implicação e bem-estar emocional das crianças, o desenvolvimento de competências, as circunstâncias e as limitações; seleccionar um domínio ou actividade para intervir
no sentido de aumentar a qualidade percebida, procurando realizar-se todas as iniciativas que possam tornar a experiência bem sucedida. Paralelamente, pretende-se estimular a comunicação ao nível da equipa, alternando tempos de acção com tempos de reflexão/avaliação, e promover a abertura a outros parceiros educativos disponíveis na comunidade (famílias e outros agentes). Este Projecto, que teve início em 2003 e se estenderá até 2007, tem já calendarizado um conjunto de acções para a concretização dos seus objectivos, entre as quais se destacam actividades de acompanhamento e de apoio à supervisão por parte de formadores ligados à UA, formações complementares que respondam a necessidades e interesses locais e mobilização de um movimento de apoio e de recolha de materiais e de equipamentos para apetrechamento de jardins de infância da Guiné-Bissau. Equipa responsável Universidade de Aveiro: Gabriela Portugal Fundação para a Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau: Alexandre Furtado
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permanência das crianças em posição “sentadas à mesa” durante períodos demasiado longos, gerando-se baixa implicação e mal-estar. A maior parte dos materiais são muito escassos, pouco diversificados, em deficiente estado de conservação e inacessíveis às crianças (por vezes, os materiais mantêm-se empacotados, em armários fechados ou em prateleiras altas). Contudo, parece haver, em muitos casos, possibilidade de diversificação e ampliação dos espaços educativos pela utilização dos espaços e recursos naturais exteriores (recreio, hortas, jardim, exploração de materiais e recursos naturais, visitas,…). Salienta-se ainda a aproximação e convívio natural que ocorre no jardim de infância, entre as crianças e diferentes profissionais e respectivas actividades (cozinheira, costureira, agricultores…) amplificando as experiências de vida das crianças. Aliás, nalguns contextos, o número de adultos por sala é muito adequado, considerando o número de crianças e a faixa etária.
peita à prática pedagógica. Esta opção acontece por se considerar que o valor e interesse da abordagem experiencial, em diversos contextos educativos europeus, na prossecução de práticas educativas inclusivas de elevada qualidade, têm sido sobejamente comprovados. Acontece ainda porque a equipa da prática pedagógica da Licenciatura em Educação de Infância se identifica e genuinamente acredita nos seus pressupostos e conceitos organizadores. Mas, até que ponto os seus pressupostos e conceitos de qualidade são pertinentes e culturalmente adequados à realidade africana? De que forma ou até que ponto é possível enquadrar uma prática de educação de infância na Guiné-Bissau segundo esta abordagem pedagógica? Acreditando que os indicadores processuais de qualidade (bemestar emocional e implicação) propostos neste modelo experiencial são universais, ainda que se possam revestir de formas de expressão culturalmente determinadas, baseamos a intervenção nesta linha de pensamento.
Com esta situação presente, tem-se procurado desenvolver o projecto de investigação-acção “Melhorar a Educação de Infância na Guiné-Bissau”, onde se destacam quatro importantes objectivos a realizar, em parceria com elementos da Fundação e educadores guineenses: (1) apoiar a elaboração de orientações curriculares para a educação pré-escolar e conceber uma estratégia pedagógica de implementação no terreno dessas orientações, num processo reflexivo contínuo, (2) criar um grupo de supervisores educacionais locais para acompanhar e apoiar o processo de implementação, (3) avaliar o impacto ou efeitos do programa no terreno, nos diversos níveis da intervenção (crianças, educadores e supervisores) (4) lançar bases sustentadas para a constituição de uma dinâmica e estrutura de funcionamento capaz de continuar para além do próprio projecto que a cria. Já há alguns anos que a Educação Experiencial tem sido o modelo norteador da formação dos educadores de infância na Universidade de Aveiro, no que res-
Pensamos, naturalmente, que as formas práticas de promover níveis de bem-estar emocional e de implicação/desenvolvimento das crianças pressupõe estratégias que só poderão ser concebidas tendo em consideração a realidade, os interesses, necessidades e possibilidades locais. A organização do ambiente educativo, ainda que possa ser enquadrada pela abordagem experiencial, deverá necessariamente ser pensada em função das particularidades sociais e culturais. Da definição de objectivos… à implementação do projecto O desenvolvimento deste projecto iniciou-se em Janeiro de 2004, com um grupo de 35 formandos/educadores, através de uma acção de formação inicial dirigida para a concepção de orientações curriculares gerais e abrangentes, não prescritivas, que incluam a possibilidade de fundamentar diversas opções educativas e para uma abordagem experiencial da educação de infância focalizada no enriquecimento do meio, na comunicação empática e na livre iniciativa da criança.
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melhorar a educação de infância na guiné-bissau
A introdução de conceitos e instrumentos que operacionalizam a intervenção pressupõe a sua adaptação e ilustração em função do contexto educativo guineense, no sentido de os tornar acessíveis, válidos e generalizáveis a um grupo mais vasto de educadores. Neste processo, tem-se afigurado fundamental o estabelecimento de relações equitativas entre todos os intervenientes de modo a que cada um se sinta capaz de exprimir os seus pontos de vista, tornando-se possível a troca e confronto de ideias, processo crucial ao afinar dos conceitos e aperfeiçoamento das práticas e ao estabelecimento de um consenso acerca da importância do quadro conceptual que norteia o programa de intervenção. Só uma identificação e mobilização conjunta de todos os intervenientes no programa de acção garante consistência e coerência na acção. Do grupo inicial de 35 formandos, identificaram-se os quatro educadores que têm assumido as funções locais de supervisão, sendo desejável que estes venham a realizar uma formação em supervisão, durante quatro semanas, na Universidade de Aveiro, num futuro próximo. Por outro lado, afigura-se desejável ir assegurando formação complementar, ao longo do desenvolvimento do projecto, em resposta a necessidades e interesses identificados localmente. Neste contexto, e no seguimento da formação de Janeiro, delineou-se e realizou-se, ainda, em Abril de 2004, uma formação complementar sobre trabalho com famílias e comunidades e trabalho em equipa. A priori parece ser pertinente vir a considerar para os próximos anos lectivos, acções de formação que visem sensibilizar e preparar os educadores para temas como educação multicultural, direitos da criança, ensino precoce do português, abordagem à leitura e escrita, áreas curriculares em educação de infância como ciências e matemática, expressões artísticas e motoras, etc.
Todo este processo pressupõe um forte apoio financeiro, sem o qual será difícil prosseguir com o projecto, associado a um acompanhamento e supervisão do trabalho realizado nas diferentes equipas, por parte de investigadores-formadores ligados à Universidade de Aveiro, ao longo de diferentes momentos, incluindo, no mínimo, dois a três encontros anuais na Guiné. Na prossecução desta ideia e na sequência da formação inicial e paralelamente à formação de Abril, foram sendo realizadas reuniões, quer com o conjunto dos supervisores, quer com as respectivas equipas, bem como visitas e observações em jardins-de-infância, com vista a perceber e acompanhar in loco a dinâmica de inovação em curso. Neste âmbito, prepararam-se instrumentos de registo (ex. sistema de acompanhamento das crianças), que apoiem os educadores nas suas observações e análises periódicas da sala e de cada criança, oferecendo, em simultâneo, aos investigadores-formadores da UA, elementos para monitorização do processo. Efectivamente, o sistema de acompanhamento das crianças, é particularmente útil na sistematização dos
dados de avaliação, principalmente no que respeita aos índices de implicação e bem-estar das crianças e às áreas curriculares e de desenvolvimento trabalhadas com as crianças. A estrutura de supervisão que acompanha e apoia os educadores do terreno procura assegurar o desenvolvimento contínuo de um processo de reflexão e avaliação sobre o impacto e significado da intervenção, quer para os educadores, quer para as crianças, quer para os supervisores e outros elementos da comunidade que eventualmente venham a ser envolvidos e abrangidos pelas acções. Em síntese, a intervenção realiza-se em diferentes jardins-de-infância, procurando os supervisores e educadores reflectir quinzenalmente sobre as práticas, procurando, inicialmente, desenvolver um consenso acerca da importância das orientações curriculares e das variáveis bem-estar emocional e implicação, enquanto indicadores de qualidade; gradualmente, compreender e respeitar os actuais níveis de implicação e bem-estar emocional das crianças, o desenvolvimento de competências, as circunstâncias e as limitações; seleccionar um domínio ou actividade para intervir
no sentido de aumentar a qualidade percebida, procurando realizar-se todas as iniciativas que possam tornar a experiência bem sucedida. Paralelamente, pretende-se estimular a comunicação ao nível da equipa, alternando tempos de acção com tempos de reflexão/avaliação, e promover a abertura a outros parceiros educativos disponíveis na comunidade (famílias e outros agentes). Este Projecto, que teve início em 2003 e se estenderá até 2007, tem já calendarizado um conjunto de acções para a concretização dos seus objectivos, entre as quais se destacam actividades de acompanhamento e de apoio à supervisão por parte de formadores ligados à UA, formações complementares que respondam a necessidades e interesses locais e mobilização de um movimento de apoio e de recolha de materiais e de equipamentos para apetrechamento de jardins de infância da Guiné-Bissau. Equipa responsável Universidade de Aveiro: Gabriela Portugal Fundação para a Educação e Desenvolvimento da Guiné-Bissau: Alexandre Furtado
Linhas
outubro ‘04
Élia Mendes Gato
Miguel Coutinho
carreiras
24 25
Glória Cruz Ferreira
bem sucedidas
Hélder Oliveira
casos de sucesso
Jacinta
Élia Mendes Gato, Miguel Coutinho, Glória Cruz Ferreira, Hélder Oliveira e
Jacinta são mais cinco exemplos de antigos alunos da Universidade de Aveiro
que, pelos trajectos profissionais que seguiram, em Portugal ou no estrangeiro,
são hoje considerados casos de sucesso. A “Linhas” conversou com eles e
dá-lhe a conhecer o que os fez optar por estudar nesta Universidade e o percurso
bem sucedido que após a licenciatura têm vindo a traçar.
Linhas
outubro ‘04
Élia Mendes Gato
Miguel Coutinho
carreiras
24 25
Glória Cruz Ferreira
bem sucedidas
Hélder Oliveira
casos de sucesso
Jacinta
Élia Mendes Gato, Miguel Coutinho, Glória Cruz Ferreira, Hélder Oliveira e
Jacinta são mais cinco exemplos de antigos alunos da Universidade de Aveiro
que, pelos trajectos profissionais que seguiram, em Portugal ou no estrangeiro,
são hoje considerados casos de sucesso. A “Linhas” conversou com eles e
dá-lhe a conhecer o que os fez optar por estudar nesta Universidade e o percurso
bem sucedido que após a licenciatura têm vindo a traçar.
Linhas
26 27
outubro ‘04
Já no liceu, em Abrantes, Élia Gato se distinguia na área das ciências. Chegada a altura de optar por uma carreira, ainda considerou a hipótese de seguir desporto ou biologia, pelo fascínio que tinha pela investigação na área, mas as duvidosas saídas profissionais levaram-na a decidirse pelo Ensino de Biologia e Geologia na Universidade de Aveiro, consciente de que o curso a iria preparar para a profissão docente.
Élia Mendes Gato
No comando de uma escola única Com 43 anos, uma mão cheia de projectos e um discurso extremamente rico, Élia Mendes Gato é uma das primeiras licenciadas em Ensino de Biologia e Geologia pela UA.
Hoje é Presidente do Conselho Executivo da Escola EB 2,3/S Doutora Maria Judite Serrão Andrade, no Sardoal; uma escola estruturada em Agrupamento Vertical que, por isso mesmo, abrange seis estabelecimentos de educação pré-escolar, sete escolas do 1º ciclo e a escola sede, onde funciona o primeiro,
Com a conclusão da profissionalização em exercício, na Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro, Élia Gato terminou a licenciatura em 1984. “Aprendi muito com o meu orientador de estágio, sobretudo a nível pedagógico. Detentor de uma vasta experiência docente, ensinou-nos que o professor de Biologia e Geologia deve ser um investigador, conhecer profundamente a forma como os jovens de hoje aprendem e, sobretudo, ser um professor com imaginação e espírito criador. Alertou-nos para o facto de ser difícil possuir todas estas qualificações, mas advertiu-nos para nunca as ignorarmos ou esquecermos”. Antes de ter sido colocada como Professora Efectiva do 11º Grupo B na Escola C+S de Sardoal, Élia Gato passou pelas Escolas Secundárias de Ponte de Sôr e de Mação. Hoje é Presidente do Conselho Executivo numa escola única, onde diz trabalhar há 17 anos, “por pura opção”, e onde já desempenhou também as funções de Directora de Turma, Delegada de Grupo, Directora de Instalações, Coordenadora de Departamento e VicePresidente do Conselho Directivo.
o segundo e o terceiro ciclos e, ainda, o ensino secundário. Foi precisamente durante o seu mandato de Vice-Presidente do Conselho Directivo, entre 87 e 90, que a Escola passou a proporcionar aos jovens do concelho de Sardoal o Ensino Secundário. “Com algumas infra-estruturas de base e a aposta em mais recursos educativos, a Escola apresentou-se como uma opção viável para os jovens do concelho. A população escolar foi aumentando e hoje contamos com cerca de 800 alunos e 100 docentes”.
União no combate ao isolamento Como parte integrante de um dos 34 Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) existentes em Portugal, esta escola resulta de uma parceria comunitária que envolve a Câmara Municipal de Sardoal, as Juntas de Freguesia do Concelho, o Centro de Saúde, a GNR, os Bombeiros, a Filarmónica União Sardoalense, e, entre outras entidades, a Associação de Pais e Encarregados de Educação. É um projecto, explica Élia Gato, que visa promover uma acção educativa integrada, combatendo o isolamento entre escolas e entre estas e a comunidade; dinamizar a cultura e o desporto na região, promovendo hábitos de saúde, higiene e respeito pelo património; lutar por um sucesso educativo de acordo com as necessidades, desejos e saberes da população escolar; multiplicar, rentabilizar e gerir de forma integrada os recursos humanos e materiais; e promover a formação permanente de toda a comunidade educativa, com base nas reais necessidades educativas. “Temos, por isso, vindo a desenvolver um conjunto de projectos direccionados para os vários graus de ensino de forma a diversificar a oferta educativa dos alunos. Aventuro-me a dizer que o TEIP de Sardoal cumpriu, na medida do possível, os seus propósitos, atenuando situações de desvantagem e combatendo o insucesso escolar. Criou-se, por exemplo, a Sala em Movimento, Ser Limpo, Biblioteca Escolar, Expressão Físico – Motora, Horizonte Juvenil – Jornal escolar, Clubes de Línguas estrangeiras e de música, Observatório de Qualidade, e Ver e Viver a História, um sub-projecto que, no final do ano lectivo passado, envolveu todas as escolas do Agrupamento e toda a comunidade, fazendo a Vila de Sardoal vestir-se a rigor para receber uma Feira Medieval.”. Esta escola singular, dirigida por Élia Gato, já teve honras de visita do Presidente da República. Jorge Sampaio destacou, na altura, o enorme apoio que a Câmara Municipal do Sardoal dá ao
ensino, o que se traduz na melhoria das condições de vida dos seus munícipes e na quebra do isolamento, esbatendo-se as desigualdades entre o interior e o litoral mais desenvolvido. Com um dia-a-dia sempre imprevisível, extremamente activo mas, graças às características de uma Vila do interior de Portugal, livre de stress, Élia Gato aplica a maior parte do seu tempo no exercício das funções inerentes ao cargo que ocupa na Escola. “Resolvo os problemas que vão surgindo no dia-a-dia, redijo ofícios, despacho correio, leio actas, participo em reuniões, e desloco-me, uma vez por outra, à DREL e ao CAE da Lezíria e Médio Tejo. No entanto, a minha equipa, constituída por quatro Vicepresidentes e uma Assessora, facilitam-se muito a vida. Todos trabalhamos no sentido de construirmos uma Escola mais ligada à comunidade, mais participada, mais interventiva e atenta à cidadania”. Momentos inesquecíveis É por tudo isto que Élia Gato não tem dúvidas em afirmar que se sente realizada. “O meu dia-a-dia tem vindo a mostrar-se uma espécie de luta motivada pelos meus sonhos. Construí com muitos uma vida que, tanto familiar como profissionalmente, me faz sentir realizada, mas continuo a ter o desejo de ser mais para com os outros; uma intenção que está muito associada à perspectiva de cidadania e ciência postas em prática na Universidade, aquando da minha formação”. Uma carreira profissional que só conheceu o sentido ascendente, a par da grata sensação de realização não é, contudo, sinónimo de falta de projectos futuros. Élia Gato revela um conjunto de acções que realmente gostaria de ver concretizadas através do estabelecimento de parcerias com o poder autárquico, “para promover, por exemplo, o artesanato local”; com instituições locais ligadas ao Ministério da Saúde, “para coerentemente se difundir informação/formação sobre a temática da sexualidade”; e com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, “para tornar possível a realização de
casos de sucesso
trabalhos de investigação e experimentação associados ao conhecimento das potencialidades da cultura científico – tecnológica.”. Entre os seus planos está ainda a realização de trabalhos que evidenciem tanto a formação de uma mentalidade ecológica como o aprofundamento das potencialidades da Internet; “projectos que muito teriam a ganhar se desenvolvidos em parceria com a UA”. Com o mesmo entusiasmo com que fala de todos estes seus planos, Élia Gato recorda os bons momentos que passou enquanto estudante da UA e os episódios que considera inesquecíveis. “As aulas práticas, leccionadas pelo Prof. Doutor Rino, eram sempre momentos entusiasmantes de trabalho. Alegre e bem disposto, transmitia o seu estado de espírito aos alunos. Aprendíamos num clima de auto-confiança e autoestima. Lembro-me, por exemplo, das nossas observações ao microscópio óptico diatomáceas. Pedíamos-lhe para verificar se era ou não uma alga o que se encontrava no campo do microscópio e ele dizia Ó tecto, não caias!. Bastavanos esta expressão para sabermos que estávamos a observar qualquer outro corpo estranho, menos aquele grupo de algas unicelulares. E a colecção de xaropes, Doutor Rino? E o livro que se dispunha escrever sobre As novas formas de escrever em Português? E as aulas teóricas? E a quantidade de informação transmitida, a forma como se envolvia na exposição, o enlevo e a magia que punha nas palavras? Enfim, houve professores que, pelo seu empenho, dedicação e amor à profissão, desenvolveram estratégias e adoptaram um estilo de ensino de tal modo eficaz que foram capazes de desenvolver nos futuros professores de Biologia e Geologia, um pensamento de inquérito científico, essencial ao carácter mutável da ciência biológica e consequente necessidade de mudança dos objectivos do ensino. A todos o meu bem-haja!”.
Linhas
28 29
outubro ‘04
Miguel Coutinho
Ambientalista q.b. Miguel Coutinho, 41 anos, licenciou-se em Engenharia do Ambiente em 1986. Cinco anos depois era Mestre em Engenharia Térmica e, em 1996, Doutor em Ciências Aplicadas ao Ambiente.
Desde então, assumiu as funções de Secretário-Geral do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD); função que, há cerca de dois anos, acumula com a de Administrador do Parque Desportivo de Aveiro – uma empresa constituída pela Câmara Municipal de Aveiro.
Sempre foi bom aluno e o 1º da turma a terminar todos os exames. Antes de vir estudar para Aveiro, em 1981, Miguel Coutinho chegou a viver um ano nos Estados Unidos. Filho de mãe italiana, apetência para línguas não lhe faltava, mas foi a sua atitude claramente ambientalista – andava sempre de bicicleta na cidade do Porto – que o levou a optar por Engenharia do Ambiente. “Queria proteger o ambiente e um dia vim visitar a Universidade de Aveiro. Na altura só existiam três edifícios, mas tudo tinha um ar muito arranjadinho. Todas as salas estavam equipadas com relógios e todos estavam sincronizados na mesma hora. Pode parecer estranho mas, naquela época de pós 25 de Abril, esta organização não era muito comum. A verdade é que gostei do que vi. Deu-me segurança.” Concluída a licenciatura, começou imediatamente a trabalhar na linha de investigação do Departamento de Ambiente e Ordenamento, coordenada pelo Prof. Borrego. O grupo de investigação que integrava tinha por missão detectar os níveis de poluição atmosférica que a implantação de uma nova fábrica, em dado lugar, poderia originar na sua área envolvente. “Neste grupo, lembrome que um dos primeiros projectos que realizei tinha por objectivo determinar a altura que deveria ter a chaminé da central do Pego, perto de Abrantes, para reduzir os valores de poluentes». Sem deixar de pertencer ao grupo de investigação, o percurso de Miguel Coutinho incluiu uma passagem pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde tirou o Mestrado em Engenharia Térmica, e o regresso à UA para se doutorar em Ciências Aplicadas ao Ambiente, com um estudo sobre a dispersão dos poluentes fabris, consoante o comportamento dos ventos típicos da zona costeira portuguesa. Ao mesmo tempo, no início dos anos 90, Miguel Coutinho e alguns colegas do mesmo grupo de investigação criaram a Coriolis – uma das primeiras empresas de Ambiente que tinha por
missão exclusiva a área da poluição atmosférica. “Esta empresa existiu durante uns seis anos, com o trabalho de todos os sócios que ao mesmo tempo estavam a tirar os seus mestrados e doutoramentos. Quando alguns de nós passaram a ter maior disponibilidade, já tinham surgido no mercado outras empresas com uma implantação mais forte do que a nossa. Apesar de termos optado por encerrar a empresa, foi um projecto importante que nos obrigou a enfrentar os desafios inerentes ao sermos responsáveis pelos nossos próprios projectos.” Maestro do IDAD Em 1994 surgiu o IDAD, uma Associação sem fins lucrativos que integra 17 parceiros regionais e nacionais, cuja missão é prestar serviços na área do Ambiente. “O IDAD arrancou para dar resposta ao crescente conjunto de serviços solicitados ao Departamento de Ambiente e Ordenamento, que assim passou a poder dedicar-se exclusivamente à formação e à investigação. A estes projectos na área do Ambiente vieram juntar-se outros departamentos da Universidade de Aveiro, como o de Física, Química, Geociências e, também outras instituições regionais e nacionais, como a AIDA, AMRIA, o Instituto de Conservação da Natureza e o Instituto do Ambiente, etc.”. Foi então em Maio de 1994 que Miguel Coutinho começou a exercer as funções de Secretário-Geral do IDAD, coordenando as actividades do dia-a-dia; isto é, os cerca de 20 a 30 projectos/ano que se prolongam por dois, três meses, assim como o enorme conjunto de projectos que se concluem em muito menos tempo. “Sinto-me muitas vezes como o maestro de uma orquestra que leva um conjunto de pessoas a atingir um determinado objectivo. Há no IDAD um conjunto de projectos a decorrer, uns que requerem mais urgência que outros, e a minha função é garantir o funcionamento da “máquina”. Por outro lado, há um
casos de sucesso
conjunto de projectos em que a responsabilidade técnica é também minha, como é o caso de um trabalho que tenho em mãos relacionado com a monitorização das dioxinas na atmosfera do Grande Porto. O meu dia-a-dia é, por isso, normalmente preenchido entre o dar resposta a todas as questões técnicas e de gestão de projectos que me são colocadas, e as deslocações às empresas que nos solicitam os projectos para discutir determinados problemas. Por outro lado, faço questão de regularmente produzir alguns artigos científicos.”. A verdade é que o Instituto do Ambiente e Desenvolvimento intervém em vários domínios. Ali se fazem, desde análises à qualidade da água a projectos relacionados com a área da monitorização das unidades de incineração de resíduos. Com a construção das incineradoras do Porto e de Lisboa e, mais recentemente, a da Madeira, as instituições que gerem estas unidades viram-se obrigadas a medir uma série de parâmetros no meio ambiente para verificar se há ou não contaminação. O IDAD ficou, então, envolvido nesses programas, embora com tipos de intervenção diferente. “No caso da Lipor, e ao contrário do que é comum tanto em Portugal como no estrangeiro, todo o programa de monitorização é da nossa responsabilidade, o que implica que temos a nosso cargo, desde a medição da qualidade do ar, do rio, dos solos, das couves e dos ovos das galinhas, até ao sangue das pessoas. Já no que diz respeito às incineradoras de Lisboa e da Madeira somos apenas responsáveis pela parte da qualidade do ar. Estes são exemplos de projectos muito importantes, que se prolongam ao longo de quatro, cinco anos”.
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Já no liceu, em Abrantes, Élia Gato se distinguia na área das ciências. Chegada a altura de optar por uma carreira, ainda considerou a hipótese de seguir desporto ou biologia, pelo fascínio que tinha pela investigação na área, mas as duvidosas saídas profissionais levaram-na a decidirse pelo Ensino de Biologia e Geologia na Universidade de Aveiro, consciente de que o curso a iria preparar para a profissão docente.
Élia Mendes Gato
No comando de uma escola única Com 43 anos, uma mão cheia de projectos e um discurso extremamente rico, Élia Mendes Gato é uma das primeiras licenciadas em Ensino de Biologia e Geologia pela UA.
Hoje é Presidente do Conselho Executivo da Escola EB 2,3/S Doutora Maria Judite Serrão Andrade, no Sardoal; uma escola estruturada em Agrupamento Vertical que, por isso mesmo, abrange seis estabelecimentos de educação pré-escolar, sete escolas do 1º ciclo e a escola sede, onde funciona o primeiro,
Com a conclusão da profissionalização em exercício, na Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro, Élia Gato terminou a licenciatura em 1984. “Aprendi muito com o meu orientador de estágio, sobretudo a nível pedagógico. Detentor de uma vasta experiência docente, ensinou-nos que o professor de Biologia e Geologia deve ser um investigador, conhecer profundamente a forma como os jovens de hoje aprendem e, sobretudo, ser um professor com imaginação e espírito criador. Alertou-nos para o facto de ser difícil possuir todas estas qualificações, mas advertiu-nos para nunca as ignorarmos ou esquecermos”. Antes de ter sido colocada como Professora Efectiva do 11º Grupo B na Escola C+S de Sardoal, Élia Gato passou pelas Escolas Secundárias de Ponte de Sôr e de Mação. Hoje é Presidente do Conselho Executivo numa escola única, onde diz trabalhar há 17 anos, “por pura opção”, e onde já desempenhou também as funções de Directora de Turma, Delegada de Grupo, Directora de Instalações, Coordenadora de Departamento e VicePresidente do Conselho Directivo.
o segundo e o terceiro ciclos e, ainda, o ensino secundário. Foi precisamente durante o seu mandato de Vice-Presidente do Conselho Directivo, entre 87 e 90, que a Escola passou a proporcionar aos jovens do concelho de Sardoal o Ensino Secundário. “Com algumas infra-estruturas de base e a aposta em mais recursos educativos, a Escola apresentou-se como uma opção viável para os jovens do concelho. A população escolar foi aumentando e hoje contamos com cerca de 800 alunos e 100 docentes”.
União no combate ao isolamento Como parte integrante de um dos 34 Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) existentes em Portugal, esta escola resulta de uma parceria comunitária que envolve a Câmara Municipal de Sardoal, as Juntas de Freguesia do Concelho, o Centro de Saúde, a GNR, os Bombeiros, a Filarmónica União Sardoalense, e, entre outras entidades, a Associação de Pais e Encarregados de Educação. É um projecto, explica Élia Gato, que visa promover uma acção educativa integrada, combatendo o isolamento entre escolas e entre estas e a comunidade; dinamizar a cultura e o desporto na região, promovendo hábitos de saúde, higiene e respeito pelo património; lutar por um sucesso educativo de acordo com as necessidades, desejos e saberes da população escolar; multiplicar, rentabilizar e gerir de forma integrada os recursos humanos e materiais; e promover a formação permanente de toda a comunidade educativa, com base nas reais necessidades educativas. “Temos, por isso, vindo a desenvolver um conjunto de projectos direccionados para os vários graus de ensino de forma a diversificar a oferta educativa dos alunos. Aventuro-me a dizer que o TEIP de Sardoal cumpriu, na medida do possível, os seus propósitos, atenuando situações de desvantagem e combatendo o insucesso escolar. Criou-se, por exemplo, a Sala em Movimento, Ser Limpo, Biblioteca Escolar, Expressão Físico – Motora, Horizonte Juvenil – Jornal escolar, Clubes de Línguas estrangeiras e de música, Observatório de Qualidade, e Ver e Viver a História, um sub-projecto que, no final do ano lectivo passado, envolveu todas as escolas do Agrupamento e toda a comunidade, fazendo a Vila de Sardoal vestir-se a rigor para receber uma Feira Medieval.”. Esta escola singular, dirigida por Élia Gato, já teve honras de visita do Presidente da República. Jorge Sampaio destacou, na altura, o enorme apoio que a Câmara Municipal do Sardoal dá ao
ensino, o que se traduz na melhoria das condições de vida dos seus munícipes e na quebra do isolamento, esbatendo-se as desigualdades entre o interior e o litoral mais desenvolvido. Com um dia-a-dia sempre imprevisível, extremamente activo mas, graças às características de uma Vila do interior de Portugal, livre de stress, Élia Gato aplica a maior parte do seu tempo no exercício das funções inerentes ao cargo que ocupa na Escola. “Resolvo os problemas que vão surgindo no dia-a-dia, redijo ofícios, despacho correio, leio actas, participo em reuniões, e desloco-me, uma vez por outra, à DREL e ao CAE da Lezíria e Médio Tejo. No entanto, a minha equipa, constituída por quatro Vicepresidentes e uma Assessora, facilitam-se muito a vida. Todos trabalhamos no sentido de construirmos uma Escola mais ligada à comunidade, mais participada, mais interventiva e atenta à cidadania”. Momentos inesquecíveis É por tudo isto que Élia Gato não tem dúvidas em afirmar que se sente realizada. “O meu dia-a-dia tem vindo a mostrar-se uma espécie de luta motivada pelos meus sonhos. Construí com muitos uma vida que, tanto familiar como profissionalmente, me faz sentir realizada, mas continuo a ter o desejo de ser mais para com os outros; uma intenção que está muito associada à perspectiva de cidadania e ciência postas em prática na Universidade, aquando da minha formação”. Uma carreira profissional que só conheceu o sentido ascendente, a par da grata sensação de realização não é, contudo, sinónimo de falta de projectos futuros. Élia Gato revela um conjunto de acções que realmente gostaria de ver concretizadas através do estabelecimento de parcerias com o poder autárquico, “para promover, por exemplo, o artesanato local”; com instituições locais ligadas ao Ministério da Saúde, “para coerentemente se difundir informação/formação sobre a temática da sexualidade”; e com o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, “para tornar possível a realização de
casos de sucesso
trabalhos de investigação e experimentação associados ao conhecimento das potencialidades da cultura científico – tecnológica.”. Entre os seus planos está ainda a realização de trabalhos que evidenciem tanto a formação de uma mentalidade ecológica como o aprofundamento das potencialidades da Internet; “projectos que muito teriam a ganhar se desenvolvidos em parceria com a UA”. Com o mesmo entusiasmo com que fala de todos estes seus planos, Élia Gato recorda os bons momentos que passou enquanto estudante da UA e os episódios que considera inesquecíveis. “As aulas práticas, leccionadas pelo Prof. Doutor Rino, eram sempre momentos entusiasmantes de trabalho. Alegre e bem disposto, transmitia o seu estado de espírito aos alunos. Aprendíamos num clima de auto-confiança e autoestima. Lembro-me, por exemplo, das nossas observações ao microscópio óptico diatomáceas. Pedíamos-lhe para verificar se era ou não uma alga o que se encontrava no campo do microscópio e ele dizia Ó tecto, não caias!. Bastavanos esta expressão para sabermos que estávamos a observar qualquer outro corpo estranho, menos aquele grupo de algas unicelulares. E a colecção de xaropes, Doutor Rino? E o livro que se dispunha escrever sobre As novas formas de escrever em Português? E as aulas teóricas? E a quantidade de informação transmitida, a forma como se envolvia na exposição, o enlevo e a magia que punha nas palavras? Enfim, houve professores que, pelo seu empenho, dedicação e amor à profissão, desenvolveram estratégias e adoptaram um estilo de ensino de tal modo eficaz que foram capazes de desenvolver nos futuros professores de Biologia e Geologia, um pensamento de inquérito científico, essencial ao carácter mutável da ciência biológica e consequente necessidade de mudança dos objectivos do ensino. A todos o meu bem-haja!”.
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Miguel Coutinho
Ambientalista q.b. Miguel Coutinho, 41 anos, licenciou-se em Engenharia do Ambiente em 1986. Cinco anos depois era Mestre em Engenharia Térmica e, em 1996, Doutor em Ciências Aplicadas ao Ambiente.
Desde então, assumiu as funções de Secretário-Geral do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD); função que, há cerca de dois anos, acumula com a de Administrador do Parque Desportivo de Aveiro – uma empresa constituída pela Câmara Municipal de Aveiro.
Sempre foi bom aluno e o 1º da turma a terminar todos os exames. Antes de vir estudar para Aveiro, em 1981, Miguel Coutinho chegou a viver um ano nos Estados Unidos. Filho de mãe italiana, apetência para línguas não lhe faltava, mas foi a sua atitude claramente ambientalista – andava sempre de bicicleta na cidade do Porto – que o levou a optar por Engenharia do Ambiente. “Queria proteger o ambiente e um dia vim visitar a Universidade de Aveiro. Na altura só existiam três edifícios, mas tudo tinha um ar muito arranjadinho. Todas as salas estavam equipadas com relógios e todos estavam sincronizados na mesma hora. Pode parecer estranho mas, naquela época de pós 25 de Abril, esta organização não era muito comum. A verdade é que gostei do que vi. Deu-me segurança.” Concluída a licenciatura, começou imediatamente a trabalhar na linha de investigação do Departamento de Ambiente e Ordenamento, coordenada pelo Prof. Borrego. O grupo de investigação que integrava tinha por missão detectar os níveis de poluição atmosférica que a implantação de uma nova fábrica, em dado lugar, poderia originar na sua área envolvente. “Neste grupo, lembrome que um dos primeiros projectos que realizei tinha por objectivo determinar a altura que deveria ter a chaminé da central do Pego, perto de Abrantes, para reduzir os valores de poluentes». Sem deixar de pertencer ao grupo de investigação, o percurso de Miguel Coutinho incluiu uma passagem pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde tirou o Mestrado em Engenharia Térmica, e o regresso à UA para se doutorar em Ciências Aplicadas ao Ambiente, com um estudo sobre a dispersão dos poluentes fabris, consoante o comportamento dos ventos típicos da zona costeira portuguesa. Ao mesmo tempo, no início dos anos 90, Miguel Coutinho e alguns colegas do mesmo grupo de investigação criaram a Coriolis – uma das primeiras empresas de Ambiente que tinha por
missão exclusiva a área da poluição atmosférica. “Esta empresa existiu durante uns seis anos, com o trabalho de todos os sócios que ao mesmo tempo estavam a tirar os seus mestrados e doutoramentos. Quando alguns de nós passaram a ter maior disponibilidade, já tinham surgido no mercado outras empresas com uma implantação mais forte do que a nossa. Apesar de termos optado por encerrar a empresa, foi um projecto importante que nos obrigou a enfrentar os desafios inerentes ao sermos responsáveis pelos nossos próprios projectos.” Maestro do IDAD Em 1994 surgiu o IDAD, uma Associação sem fins lucrativos que integra 17 parceiros regionais e nacionais, cuja missão é prestar serviços na área do Ambiente. “O IDAD arrancou para dar resposta ao crescente conjunto de serviços solicitados ao Departamento de Ambiente e Ordenamento, que assim passou a poder dedicar-se exclusivamente à formação e à investigação. A estes projectos na área do Ambiente vieram juntar-se outros departamentos da Universidade de Aveiro, como o de Física, Química, Geociências e, também outras instituições regionais e nacionais, como a AIDA, AMRIA, o Instituto de Conservação da Natureza e o Instituto do Ambiente, etc.”. Foi então em Maio de 1994 que Miguel Coutinho começou a exercer as funções de Secretário-Geral do IDAD, coordenando as actividades do dia-a-dia; isto é, os cerca de 20 a 30 projectos/ano que se prolongam por dois, três meses, assim como o enorme conjunto de projectos que se concluem em muito menos tempo. “Sinto-me muitas vezes como o maestro de uma orquestra que leva um conjunto de pessoas a atingir um determinado objectivo. Há no IDAD um conjunto de projectos a decorrer, uns que requerem mais urgência que outros, e a minha função é garantir o funcionamento da “máquina”. Por outro lado, há um
casos de sucesso
conjunto de projectos em que a responsabilidade técnica é também minha, como é o caso de um trabalho que tenho em mãos relacionado com a monitorização das dioxinas na atmosfera do Grande Porto. O meu dia-a-dia é, por isso, normalmente preenchido entre o dar resposta a todas as questões técnicas e de gestão de projectos que me são colocadas, e as deslocações às empresas que nos solicitam os projectos para discutir determinados problemas. Por outro lado, faço questão de regularmente produzir alguns artigos científicos.”. A verdade é que o Instituto do Ambiente e Desenvolvimento intervém em vários domínios. Ali se fazem, desde análises à qualidade da água a projectos relacionados com a área da monitorização das unidades de incineração de resíduos. Com a construção das incineradoras do Porto e de Lisboa e, mais recentemente, a da Madeira, as instituições que gerem estas unidades viram-se obrigadas a medir uma série de parâmetros no meio ambiente para verificar se há ou não contaminação. O IDAD ficou, então, envolvido nesses programas, embora com tipos de intervenção diferente. “No caso da Lipor, e ao contrário do que é comum tanto em Portugal como no estrangeiro, todo o programa de monitorização é da nossa responsabilidade, o que implica que temos a nosso cargo, desde a medição da qualidade do ar, do rio, dos solos, das couves e dos ovos das galinhas, até ao sangue das pessoas. Já no que diz respeito às incineradoras de Lisboa e da Madeira somos apenas responsáveis pela parte da qualidade do ar. Estes são exemplos de projectos muito importantes, que se prolongam ao longo de quatro, cinco anos”.
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Não foi a vontade de seguir Engenharia do Ambiente (a licenciatura ainda nem tinha sido criada) que levou Glória C. Ferreira a candidatar-se à Universidade de Aveiro, mas sim a sugestão dos pais de, face à instabilidade político-social que Portugal atravessava na época, ingressar numa universidade nova. “No liceu, as disciplinas de química, física, matemática e biologia eram as que mais me entusiasmavam, por isso queria seguir um curso que abordasse estas matérias. Acabei por partir de Santarém, ingressar em Ciências da Natureza na UA e abandonar a ideia de me matricular em Medicina, na Universidade de Lisboa”.
Glória Cruz Ferreira
Cientista /investigadora nos EUA Em 1981, Glória Cruz Ferreira licenciou-se em Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro. Um ano depois, a atracção pela bioquímica levou-a a partir para os Estados Unidos da América para fazer doutoramento.
Dois anos depois de ter entrado na UA, a crescente atracção pela bioquímica, levava-a a ponderar seriamente os conselhos de diversos professores, nomeadamente os dos Prof. Doutores Aristides Hall e Victor Gil, de avançar para uma pós-graduação no estrangeiro, dada a inexistência desta licenciatura em Portugal. “Nos últimos três anos como aluna da UA, optei por ingressar na entretanto criada Engenharia do Ambiente e, concluído o curso, fui durante 10 meses assistente estagiária no Departamento de Química”.
Hoje, tem 45 anos, vive em Tampa, na Florida, e para além de Professora Catedrática é cientista/investigadora no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da University of South Florida, onde o trabalho que desenvolve assume especial relevo no campo da definição de novas terapêuticas e diagnósticos de doenças como a anemia e a leucemia.
Sabendo que aos alunos de Doutoramento nos EUA eram, em determinadas circunstâncias, atribuídas teaching assistantships, as quais lhes permitiam estudar para o doutoramento em troca de aulas laboratoriais dadas aos alunos undergraduate, Glória C. Ferreira decidiu tomar esse rumo. As funções de teaching and research assistant viriam a financiar-lhe o seu doutoramento na Universidade da Geórgia. “Cheguei à Geórgia em Setembro de 82 e até 86, dei aulas e trabalhei no meu doutoramento, cuja investigação envolveu a purificação e caracterização de duas enzimas da via biosintética do hemo (o elemento essencial de proteínas como a hemoglobina).”. Já doutorada, esteve como post-doctoral fellow, na Johns Hopkins University School of Medicine, onde investigou a
utilização de técnicas de biologia molecular como um meio para abordar questões relacionadas com a química de proteínas e, fundamentalmente, uma proteína mitocondrial, o transportador de fosfato, que tem um papel crítico na manutenção da energia celular e no bem-estar da célula. Para melhores terapias e diagnósticos Em 1991 começou a trabalhar na University of South Florida, como Assistant Professor (Professor Auxiliar) e, em 1999, já tinha atingido o topo da carreira académica, com a atribuição do título de Professora Catedrática. “Apesar do meu título oficial, a nível universitário ser o de professora catedrática, creio que sou essencialmente cientista/ investigadora”. Na verdade, Glória C. Ferreira é responsável pelo programa de investigação de um laboratório da Universidade de South Florida, cujo trabalho se tem centrado no estudo de enzimas e mecanismos de regulação da síntese do hemo. “Utilizando engenharia de proteínas é possível modificá-las de modo a obter formas variadas que nos auxiliam a desvendar o seu mecanismo de funcionamento a nível molecular. Várias doenças, como porfirias, anemia sideroblastica, leucemia e outros tipos de cancro, estão associadas a deficiências nas enzimas (e nos genes que as codificam) da síntese do hemo, pelo que a investigação no meu laboratório tem implicações no desenvolvimento de terapias e diagnósticos. Uma outra dimensão dos nossos projectos tem a ver com evolução dirigida, com a qual pretendemos obter novas enzimas de interesse em biotecnologia”. Glória C. Ferreira dedica em média 12 horas por dia à Universidade. Para além das actividades de gestão do laboratório, que implicam delinear os principais objectivos da investigação do seu grupo, coordena e orienta a investigação dos alunos de doutoramento e pós-doutoramento, dos estudantes de medicina (nos EUA, Medicina é um curso de pósgraduação), dos de licenciatura e dos técnicos assistentes. Sob a sua
casos de sucesso
responsabilidade está também a própria gestão económica do laboratório. “Escrevo os projectos de investigação essenciais para assegurar a viabilidade do meu laboratório e, sozinha ou como co-autora, artigos que descrevem o nosso trabalho e as nossas descobertas.” Paralelamente, Glória C. Ferreira tem sido regularmente convidada a fazer parte de painéis de diferentes agências ou fundações americanas, como a U.S. National Science Foundation, cuja missão é avaliar a qualidade científica dos projectos candidatos a bolsas, e avalia frequentemente artigos submetidos a publicação em várias revistas científicas. A par das diversas disciplinas que lecciona nos cursos de doutoramento e Medicina, e de todo o trabalho administrativo relacionado com a vida universitária; isto é, a definição de novos currículos, comités de admissão de alunos de doutoramento, avaliação de candidatos a docentes, discussão e planeamento de orçamentos, etc.., é muitas vezes chamada a integrar júris de defesa de doutoramento. “Tenho também organizado conferências internacionais e tenho tido actividades em diversas sociedades associadas com a minha área, como é o caso da Division of Biological Chemistry of the American Chemical Society. Em congressos, apresento frequentemente seminários sobre o trabalho de investigação realizado no meu laboratório. Finalmente, já não com a frequência de há dez anos, faço as minhas experiências na bancada de laboratório”. Glória C. Ferreira acredita que atingiu as metas que estabeleceu para si própria, mas porque considera que em carreiras extremamente dinâmicas como a sua, há sempre novos objectivos a atingir, não pode dizer que se sente realizada. “Gosto de pensar que ainda não parei e que ainda não estou pronta para a tal avaliação de realização”. Quanto a projectos futuros, voltar para Portugal é algo que só recentemente começou a equacionar, especialmente por motivos familiares.
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Não foi a vontade de seguir Engenharia do Ambiente (a licenciatura ainda nem tinha sido criada) que levou Glória C. Ferreira a candidatar-se à Universidade de Aveiro, mas sim a sugestão dos pais de, face à instabilidade político-social que Portugal atravessava na época, ingressar numa universidade nova. “No liceu, as disciplinas de química, física, matemática e biologia eram as que mais me entusiasmavam, por isso queria seguir um curso que abordasse estas matérias. Acabei por partir de Santarém, ingressar em Ciências da Natureza na UA e abandonar a ideia de me matricular em Medicina, na Universidade de Lisboa”.
Glória Cruz Ferreira
Cientista /investigadora nos EUA Em 1981, Glória Cruz Ferreira licenciou-se em Engenharia do Ambiente na Universidade de Aveiro. Um ano depois, a atracção pela bioquímica levou-a a partir para os Estados Unidos da América para fazer doutoramento.
Dois anos depois de ter entrado na UA, a crescente atracção pela bioquímica, levava-a a ponderar seriamente os conselhos de diversos professores, nomeadamente os dos Prof. Doutores Aristides Hall e Victor Gil, de avançar para uma pós-graduação no estrangeiro, dada a inexistência desta licenciatura em Portugal. “Nos últimos três anos como aluna da UA, optei por ingressar na entretanto criada Engenharia do Ambiente e, concluído o curso, fui durante 10 meses assistente estagiária no Departamento de Química”.
Hoje, tem 45 anos, vive em Tampa, na Florida, e para além de Professora Catedrática é cientista/investigadora no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da University of South Florida, onde o trabalho que desenvolve assume especial relevo no campo da definição de novas terapêuticas e diagnósticos de doenças como a anemia e a leucemia.
Sabendo que aos alunos de Doutoramento nos EUA eram, em determinadas circunstâncias, atribuídas teaching assistantships, as quais lhes permitiam estudar para o doutoramento em troca de aulas laboratoriais dadas aos alunos undergraduate, Glória C. Ferreira decidiu tomar esse rumo. As funções de teaching and research assistant viriam a financiar-lhe o seu doutoramento na Universidade da Geórgia. “Cheguei à Geórgia em Setembro de 82 e até 86, dei aulas e trabalhei no meu doutoramento, cuja investigação envolveu a purificação e caracterização de duas enzimas da via biosintética do hemo (o elemento essencial de proteínas como a hemoglobina).”. Já doutorada, esteve como post-doctoral fellow, na Johns Hopkins University School of Medicine, onde investigou a
utilização de técnicas de biologia molecular como um meio para abordar questões relacionadas com a química de proteínas e, fundamentalmente, uma proteína mitocondrial, o transportador de fosfato, que tem um papel crítico na manutenção da energia celular e no bem-estar da célula. Para melhores terapias e diagnósticos Em 1991 começou a trabalhar na University of South Florida, como Assistant Professor (Professor Auxiliar) e, em 1999, já tinha atingido o topo da carreira académica, com a atribuição do título de Professora Catedrática. “Apesar do meu título oficial, a nível universitário ser o de professora catedrática, creio que sou essencialmente cientista/ investigadora”. Na verdade, Glória C. Ferreira é responsável pelo programa de investigação de um laboratório da Universidade de South Florida, cujo trabalho se tem centrado no estudo de enzimas e mecanismos de regulação da síntese do hemo. “Utilizando engenharia de proteínas é possível modificá-las de modo a obter formas variadas que nos auxiliam a desvendar o seu mecanismo de funcionamento a nível molecular. Várias doenças, como porfirias, anemia sideroblastica, leucemia e outros tipos de cancro, estão associadas a deficiências nas enzimas (e nos genes que as codificam) da síntese do hemo, pelo que a investigação no meu laboratório tem implicações no desenvolvimento de terapias e diagnósticos. Uma outra dimensão dos nossos projectos tem a ver com evolução dirigida, com a qual pretendemos obter novas enzimas de interesse em biotecnologia”. Glória C. Ferreira dedica em média 12 horas por dia à Universidade. Para além das actividades de gestão do laboratório, que implicam delinear os principais objectivos da investigação do seu grupo, coordena e orienta a investigação dos alunos de doutoramento e pós-doutoramento, dos estudantes de medicina (nos EUA, Medicina é um curso de pósgraduação), dos de licenciatura e dos técnicos assistentes. Sob a sua
casos de sucesso
responsabilidade está também a própria gestão económica do laboratório. “Escrevo os projectos de investigação essenciais para assegurar a viabilidade do meu laboratório e, sozinha ou como co-autora, artigos que descrevem o nosso trabalho e as nossas descobertas.” Paralelamente, Glória C. Ferreira tem sido regularmente convidada a fazer parte de painéis de diferentes agências ou fundações americanas, como a U.S. National Science Foundation, cuja missão é avaliar a qualidade científica dos projectos candidatos a bolsas, e avalia frequentemente artigos submetidos a publicação em várias revistas científicas. A par das diversas disciplinas que lecciona nos cursos de doutoramento e Medicina, e de todo o trabalho administrativo relacionado com a vida universitária; isto é, a definição de novos currículos, comités de admissão de alunos de doutoramento, avaliação de candidatos a docentes, discussão e planeamento de orçamentos, etc.., é muitas vezes chamada a integrar júris de defesa de doutoramento. “Tenho também organizado conferências internacionais e tenho tido actividades em diversas sociedades associadas com a minha área, como é o caso da Division of Biological Chemistry of the American Chemical Society. Em congressos, apresento frequentemente seminários sobre o trabalho de investigação realizado no meu laboratório. Finalmente, já não com a frequência de há dez anos, faço as minhas experiências na bancada de laboratório”. Glória C. Ferreira acredita que atingiu as metas que estabeleceu para si própria, mas porque considera que em carreiras extremamente dinâmicas como a sua, há sempre novos objectivos a atingir, não pode dizer que se sente realizada. “Gosto de pensar que ainda não parei e que ainda não estou pronta para a tal avaliação de realização”. Quanto a projectos futuros, voltar para Portugal é algo que só recentemente começou a equacionar, especialmente por motivos familiares.
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outubro ‘04
Ainda Hélder frequentava o liceu e já aproveitava as férias escolares para acompanhar o seu irmão mais velho à empresa cerâmica onde, como Engenheiro Químico, exercia o cargo de Director de Produção. “Embora o meu sonho fosse vir a ser médico, desde muito cedo que estas estadas na empresa me despertaram o interesse e o gosto que tenho pela cerâmica. Lembro-me que naquela altura estavam a lançar-se os mosaicos vidrados por cozedura rápida e eu pude assistir ao desenvolvimento de toda esta tecnologia.”
Hélder Oliveira
Carreira na cerâmica Hélder Oliveira, 43 anos, licenciou-se em Engenharia Cerâmica e do Vidro em 1984. Hoje é Director Técnico da Quimicer, uma empresa
A viver em Coimbra, Hélder ainda pensou por lá ficar e seguir Engenharia Química, mas Aveiro era perto e a vontade de se vir a especializar no ramo da Cerâmica e do Vidro falou mais alto. Entrou na UA em 1980. Durante os seus 3º e 4º anos foi representante dos alunos do seu curso, no Conselho Pedagógico, e ainda hoje não esquece a mais-valia que o rigor e a exigência que caracterizavam alguns dos então professores imprimiam ao Departamento de Cerâmica e do Vidro.
fornecedora de vidrado cerâmico às indústrias de pavimento e revestimento nacionais e internacionais. Localizada na Zona Industrial do Mamodeiro, a Quimicer Portugal, S.A. factura anualmente mais de dois milhões de contos e emprega três outros engenheiros cerâmicos formados pela Universidade de Aveiro.
Já no final do curso, uma visita de estudo a uma empresa espanhola acabava por vir a abrir-lhe as portas de toda a sua carreira. “Tanto eu como um colega que hoje está na Sanitana, aproveitámos o convite do Colorifício Cerâmico Bonnet e partimos para Espanha para realizar um estágio de um mês”. O grupo lançou entretanto, em Portugal, a Esmalticer, onde, logo em 1986, Hélder foi assumir o cargo de Director Técnico, chefiando o laboratório. “Para além dos valiosos métodos de trabalho e do sentido de responsabilidade perante os clientes, que aprendi na minha passagem por Espanha, ao serviço da Esmalticer fiz imensa formação em Espanha e Itália, países onde o sector dos vidrados cerâmicos evoluía a um ritmo alucinante.”. Em 1991, da divisão que se operou no grupo, surgiu em Espanha a Quimicer. Hélder Oliveira foi convidado a liderar
um projecto que se viria a chamar, em Portugal, Onix Cristal, hoje Quimicer Portugal, SA. Desde então assumiu a Direcção Técnica desta empresa, que emprega 30 pessoas, e trabalha lado a lado com o irmão, a quem cabe a Direcção Comercial. “O know-how do vidrado está nas mãos dos colorifícios, muito desenvolvidos em Espanha e Itália. Nós somos um braço deste sector. Importamos a frita e adicionamos-lhe matérias-primas de forma a criar vidrados cerâmicos com características diversas (brilhante, mate, opaco). É esse vidrado final composto que fornecemos a fábricas cerâmicas portuguesas e de inúmeros países estrangeiros, o que faz da Quimicer a única empresa de colorifícios instalada em território nacional a exportar os seus produtos, representando já cerca de 30 a 40% da nossa facturação. Os nossos clientes escolhem as peças padrão que expomos em função das tendências, da cor e do desenho, ou de texturas novas. Todo este processo de transformação da matéria-prima em vidrados, que engloba a composição do vidrado, seu desenvolvimento em laboratório e o design final, é da minha responsabilidade. Comigo trabalham técnicos de laboratório no desenvolvimento de produto, técnicos do laboratório de controlo, e designers”.
Rigor e rapidez é a chave para o sucesso Aproveitando o percurso que tem que fazer de Coimbra até à fábrica, Hélder começa normalmente o seu dia de trabalho com uma visita aos clientes, “muitas vezes, só para saber se está tudo a correr bem.”. À tarde, já na fábrica, divide o seu tempo entre o acompanhamento de todo o trabalho de desenvolvimento que o laboratório tem em mãos e o controlo permanente das produções para envio aos clientes, passando pelos inúmeros contactos telefónicos com Espanha, e principalmente com Itália, já que a
casos de sucesso
direcção técnica da Quimicer Itália está sob a sua responsabilidade. Viagens regulares ao estrangeiro fazem ainda parte da sua carreira, uma vez que acompanha o arranque de cada nova fábrica no estrangeiro. Metódico, exigente e com grande facilidade em estabelecer contactos, Hélder Oliveira confessa-se exigente com as pessoas com quem trabalha e diz nunca esquecer nada que pede para ser feito. Aprendeu que o rigor e a rapidez na resolução dos problemas é a chave do sucesso e tudo faz para satisfazer os seus clientes. É isso mesmo que tenta transmitir aos seus colaboradores e variados estagiários do Departamento de Cerâmica e do Vidro da Universidade de Aveiro que a Quimicer acolhe anualmente. De resto, Hélder Oliveira defende que o conhecimento prático do sector que os antigos alunos de Engenharia Cerâmica e Vidro poderão transmitir aos actuais estudantes é fundamental e, por isso, já lançou o desafio ao Departamento. “Através de seminários ou visitas de estudo, os antigos alunos deveriam transmitir aos actuais, todo o conhecimento de uma vida prática na indústria cerâmica. Esta seria uma enorme mais-valia para os licenciados pela Universidade de Aveiro”.
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Ainda Hélder frequentava o liceu e já aproveitava as férias escolares para acompanhar o seu irmão mais velho à empresa cerâmica onde, como Engenheiro Químico, exercia o cargo de Director de Produção. “Embora o meu sonho fosse vir a ser médico, desde muito cedo que estas estadas na empresa me despertaram o interesse e o gosto que tenho pela cerâmica. Lembro-me que naquela altura estavam a lançar-se os mosaicos vidrados por cozedura rápida e eu pude assistir ao desenvolvimento de toda esta tecnologia.”
Hélder Oliveira
Carreira na cerâmica Hélder Oliveira, 43 anos, licenciou-se em Engenharia Cerâmica e do Vidro em 1984. Hoje é Director Técnico da Quimicer, uma empresa
A viver em Coimbra, Hélder ainda pensou por lá ficar e seguir Engenharia Química, mas Aveiro era perto e a vontade de se vir a especializar no ramo da Cerâmica e do Vidro falou mais alto. Entrou na UA em 1980. Durante os seus 3º e 4º anos foi representante dos alunos do seu curso, no Conselho Pedagógico, e ainda hoje não esquece a mais-valia que o rigor e a exigência que caracterizavam alguns dos então professores imprimiam ao Departamento de Cerâmica e do Vidro.
fornecedora de vidrado cerâmico às indústrias de pavimento e revestimento nacionais e internacionais. Localizada na Zona Industrial do Mamodeiro, a Quimicer Portugal, S.A. factura anualmente mais de dois milhões de contos e emprega três outros engenheiros cerâmicos formados pela Universidade de Aveiro.
Já no final do curso, uma visita de estudo a uma empresa espanhola acabava por vir a abrir-lhe as portas de toda a sua carreira. “Tanto eu como um colega que hoje está na Sanitana, aproveitámos o convite do Colorifício Cerâmico Bonnet e partimos para Espanha para realizar um estágio de um mês”. O grupo lançou entretanto, em Portugal, a Esmalticer, onde, logo em 1986, Hélder foi assumir o cargo de Director Técnico, chefiando o laboratório. “Para além dos valiosos métodos de trabalho e do sentido de responsabilidade perante os clientes, que aprendi na minha passagem por Espanha, ao serviço da Esmalticer fiz imensa formação em Espanha e Itália, países onde o sector dos vidrados cerâmicos evoluía a um ritmo alucinante.”. Em 1991, da divisão que se operou no grupo, surgiu em Espanha a Quimicer. Hélder Oliveira foi convidado a liderar
um projecto que se viria a chamar, em Portugal, Onix Cristal, hoje Quimicer Portugal, SA. Desde então assumiu a Direcção Técnica desta empresa, que emprega 30 pessoas, e trabalha lado a lado com o irmão, a quem cabe a Direcção Comercial. “O know-how do vidrado está nas mãos dos colorifícios, muito desenvolvidos em Espanha e Itália. Nós somos um braço deste sector. Importamos a frita e adicionamos-lhe matérias-primas de forma a criar vidrados cerâmicos com características diversas (brilhante, mate, opaco). É esse vidrado final composto que fornecemos a fábricas cerâmicas portuguesas e de inúmeros países estrangeiros, o que faz da Quimicer a única empresa de colorifícios instalada em território nacional a exportar os seus produtos, representando já cerca de 30 a 40% da nossa facturação. Os nossos clientes escolhem as peças padrão que expomos em função das tendências, da cor e do desenho, ou de texturas novas. Todo este processo de transformação da matéria-prima em vidrados, que engloba a composição do vidrado, seu desenvolvimento em laboratório e o design final, é da minha responsabilidade. Comigo trabalham técnicos de laboratório no desenvolvimento de produto, técnicos do laboratório de controlo, e designers”.
Rigor e rapidez é a chave para o sucesso Aproveitando o percurso que tem que fazer de Coimbra até à fábrica, Hélder começa normalmente o seu dia de trabalho com uma visita aos clientes, “muitas vezes, só para saber se está tudo a correr bem.”. À tarde, já na fábrica, divide o seu tempo entre o acompanhamento de todo o trabalho de desenvolvimento que o laboratório tem em mãos e o controlo permanente das produções para envio aos clientes, passando pelos inúmeros contactos telefónicos com Espanha, e principalmente com Itália, já que a
casos de sucesso
direcção técnica da Quimicer Itália está sob a sua responsabilidade. Viagens regulares ao estrangeiro fazem ainda parte da sua carreira, uma vez que acompanha o arranque de cada nova fábrica no estrangeiro. Metódico, exigente e com grande facilidade em estabelecer contactos, Hélder Oliveira confessa-se exigente com as pessoas com quem trabalha e diz nunca esquecer nada que pede para ser feito. Aprendeu que o rigor e a rapidez na resolução dos problemas é a chave do sucesso e tudo faz para satisfazer os seus clientes. É isso mesmo que tenta transmitir aos seus colaboradores e variados estagiários do Departamento de Cerâmica e do Vidro da Universidade de Aveiro que a Quimicer acolhe anualmente. De resto, Hélder Oliveira defende que o conhecimento prático do sector que os antigos alunos de Engenharia Cerâmica e Vidro poderão transmitir aos actuais estudantes é fundamental e, por isso, já lançou o desafio ao Departamento. “Através de seminários ou visitas de estudo, os antigos alunos deveriam transmitir aos actuais, todo o conhecimento de uma vida prática na indústria cerâmica. Esta seria uma enorme mais-valia para os licenciados pela Universidade de Aveiro”.
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Em criança sonhava com uma carreira ligada à dança. A música sempre esteve presente na sua vida. Aos 4 anos começou a ter aulas de música, na Escola das Irmãs de Maria, na Gafanha da Nazaré. Com 12, entrou no Conservatório de Música de Aveiro. Enquanto concluía o ensino secundário, terminou o conservatório e aos 19 anos entrou no curso de composição clássica. “Naquela altura, a voz para mim não passava de um hobbie. Só quando fui estudar para a UA é que assumiu um papel mais importante. Comecei a considerá-la como um instrumento. Foi então que iniciei o estudo da técnica vocal e, ao mesmo tempo, me interessei pelo Jazz”.
Jacinta
Cantora de Jazz Depois de ter vivido alguns anos em Nova Iorque e em S. Francisco, nos Estados Unidos, onde regularmente actuava em restaurantes de cinco estrelas, Jacinta, 33 anos, natural da Gafanha da Nazaré, regressou a Portugal no início de 2004.
Licenciou-se, em 1995, na Universidade de Aveiro em Ensino de Música (área específica de composição) e em 1997 partiu para Nova Iorque para fazer mestrado em Jazz Vocal – performance. O seu primeiro CD – Um tributo a Bessie Smith – foi lançado há um ano em Portugal, com a chancela da Blue Note – a maior companhia de jazz do mundo – mas o sucesso que atingiu já o fez sair na Suiça, Alemanha e Espanha.
Anos antes, com 14/15 anos, Jacinta chegou mesmo a querer deixar de estudar para se tornar uma cantora de blues. “Lembro-me de dizer que também gostava de jazz, mas não sabia muito bem o que era. Havia alguma coisa no som que me atraía mas nem músicos de jazz conhecia. Só aos 18 anos comecei a conhecer as grandes cantoras de jazz, como Sarah Vaughan, Ella Fiztgerald e Billie Holiday, que são as minhas divas favoritas”. Jacinta chegou a fazer parte de um grupo de rock progressivo, mas foi a participação no programa de televisão Chuva de Estrelas, que lhe serviu de verdadeiro trampolim para o jazz. “Tinha 22 anos e, no Chuva de Estrelas, descobri o meu potencial como cantora de jazz. Por outro lado, músicos e promotores de concertos que me ouviram no programa passaram a contratar-me como cantora de jazz. De um momento para o outro comecei a ter dinheiro para poder contratar músicos profissionais e actuar. Foi o pontapé de saída que me obrigou a entrar profundamente no jazz». Terminado o curso na Universidade de Aveiro, Jacinta mudou-se de armas e bagagens para Nova Iorque para seguir o conselho dado pelo Prof. João Pedro Oliveira no primeiro dia de aulas na UA – fazer mestrado na Manhattan School
of Music. Durante dois anos dedicou-se de alma e coração ao mestrado e diz que nunca há-de esquecer o tanto que lá aprendeu. Agradável surpresa Jacinta viveu também em S. Francisco, onde logo que chegou começou a actuar ao vivo em duas bandas como convidada. Com constantes espectáculos em vários locais famosos da cidade, conheceu os melhores músicos de jazz da Califórnia. Foi neste contexto que surgiu a sua actual banda e projecto: Jacinta canta Monk, que estreou em Portugal e se apresentou também no Festival Internacional de Música de Aveiro, em Março de 2003. “Este meu novo projecto foi depois expandido para Orquestra Sinfónica, na sequência de um convite que me foi endereçado pelo Maestro Graça Moura. Fiz uma temporada com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e mais recentemente actuei com a Filarmonia das Beiras, no Festival Internacional de Música de Aveiro deste ano”. Foi também durante a época em que esteve a viver em S. Francisco que o trompetista português Laurent Filipe a convidou para fazer uma série de concertos de homenagem a Bessie Smith. Este convite trouxe-a a Portugal em Fevereiro de 2001. “A estreia decorreu no Centro Cultural de Belém e correu tão bem que recebemos pedidos para ir actuar a vários pontos do país”. “Em Setembro, quando voltei a Portugal para mais concertos, a Associação de Turismo de Lisboa da Câmara Municipal resolveu gravar um disco, o que à partida seria uma edição local limitada. No entanto, os críticos de jazz que me tinham visto actuar, começaram a mexer-se e a verdade é que o disco foi parar à EMI – Valentim de Carvalho. Por insistência quase diária do maior crítico de Jazz português, José Duarte, a EMI acabou por ouvir o disco e resolveu enviá-lo ao Director da Blue Note. Foi assim que me tornei no primeiro músico da história do Jazz português a gravar para Blue Note – a maior companhia de
casos de sucesso
jazz do mundo. Tudo isto aconteceu sem eu ter tido conhecimento. Portanto, a saída do disco, um ano e meio depois da sua rápida gravação, na Blue Note, foi uma agradável e grande surpresa!” Agora de novo a viver em Portugal, Jacinta diz ter ainda muitos sonhos por realizar. Afirma-se como uma cantora polivalente e, por isso, quer atirar-se a cada um dos projectos de estilos de jazz diferente que possam surgir. Segura de si, não hesita em aconselhar quem queira seguir uma carreira musical: “Mal um músico se sinta profissional e tecnicamente preparado deve assumir-se como profissional. Na maior parte das vezes, em Portugal só se é cantor quando uma editora descobre as potencialidades de um artista, o que é muito difícil de acontecer. Nos Estados Unidos, a mentalidade é diferente. As pessoas assumem-se como músicos e seguem uma carreira, quer sejam conhecidas por 100 ou milhares de pessoas. Por isso, defendo que se deve tomar nas próprias mãos uma carreira, fazendo tudo o que é necessário para a promover, arranjar espectáculos e conseguir viver da música. As pessoas devem pensar: vou realizar-me profissionalmente quer toque toda a vida numa determinada região ou tenha concertos em todo o mundo”.
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Em criança sonhava com uma carreira ligada à dança. A música sempre esteve presente na sua vida. Aos 4 anos começou a ter aulas de música, na Escola das Irmãs de Maria, na Gafanha da Nazaré. Com 12, entrou no Conservatório de Música de Aveiro. Enquanto concluía o ensino secundário, terminou o conservatório e aos 19 anos entrou no curso de composição clássica. “Naquela altura, a voz para mim não passava de um hobbie. Só quando fui estudar para a UA é que assumiu um papel mais importante. Comecei a considerá-la como um instrumento. Foi então que iniciei o estudo da técnica vocal e, ao mesmo tempo, me interessei pelo Jazz”.
Jacinta
Cantora de Jazz Depois de ter vivido alguns anos em Nova Iorque e em S. Francisco, nos Estados Unidos, onde regularmente actuava em restaurantes de cinco estrelas, Jacinta, 33 anos, natural da Gafanha da Nazaré, regressou a Portugal no início de 2004.
Licenciou-se, em 1995, na Universidade de Aveiro em Ensino de Música (área específica de composição) e em 1997 partiu para Nova Iorque para fazer mestrado em Jazz Vocal – performance. O seu primeiro CD – Um tributo a Bessie Smith – foi lançado há um ano em Portugal, com a chancela da Blue Note – a maior companhia de jazz do mundo – mas o sucesso que atingiu já o fez sair na Suiça, Alemanha e Espanha.
Anos antes, com 14/15 anos, Jacinta chegou mesmo a querer deixar de estudar para se tornar uma cantora de blues. “Lembro-me de dizer que também gostava de jazz, mas não sabia muito bem o que era. Havia alguma coisa no som que me atraía mas nem músicos de jazz conhecia. Só aos 18 anos comecei a conhecer as grandes cantoras de jazz, como Sarah Vaughan, Ella Fiztgerald e Billie Holiday, que são as minhas divas favoritas”. Jacinta chegou a fazer parte de um grupo de rock progressivo, mas foi a participação no programa de televisão Chuva de Estrelas, que lhe serviu de verdadeiro trampolim para o jazz. “Tinha 22 anos e, no Chuva de Estrelas, descobri o meu potencial como cantora de jazz. Por outro lado, músicos e promotores de concertos que me ouviram no programa passaram a contratar-me como cantora de jazz. De um momento para o outro comecei a ter dinheiro para poder contratar músicos profissionais e actuar. Foi o pontapé de saída que me obrigou a entrar profundamente no jazz». Terminado o curso na Universidade de Aveiro, Jacinta mudou-se de armas e bagagens para Nova Iorque para seguir o conselho dado pelo Prof. João Pedro Oliveira no primeiro dia de aulas na UA – fazer mestrado na Manhattan School
of Music. Durante dois anos dedicou-se de alma e coração ao mestrado e diz que nunca há-de esquecer o tanto que lá aprendeu. Agradável surpresa Jacinta viveu também em S. Francisco, onde logo que chegou começou a actuar ao vivo em duas bandas como convidada. Com constantes espectáculos em vários locais famosos da cidade, conheceu os melhores músicos de jazz da Califórnia. Foi neste contexto que surgiu a sua actual banda e projecto: Jacinta canta Monk, que estreou em Portugal e se apresentou também no Festival Internacional de Música de Aveiro, em Março de 2003. “Este meu novo projecto foi depois expandido para Orquestra Sinfónica, na sequência de um convite que me foi endereçado pelo Maestro Graça Moura. Fiz uma temporada com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e mais recentemente actuei com a Filarmonia das Beiras, no Festival Internacional de Música de Aveiro deste ano”. Foi também durante a época em que esteve a viver em S. Francisco que o trompetista português Laurent Filipe a convidou para fazer uma série de concertos de homenagem a Bessie Smith. Este convite trouxe-a a Portugal em Fevereiro de 2001. “A estreia decorreu no Centro Cultural de Belém e correu tão bem que recebemos pedidos para ir actuar a vários pontos do país”. “Em Setembro, quando voltei a Portugal para mais concertos, a Associação de Turismo de Lisboa da Câmara Municipal resolveu gravar um disco, o que à partida seria uma edição local limitada. No entanto, os críticos de jazz que me tinham visto actuar, começaram a mexer-se e a verdade é que o disco foi parar à EMI – Valentim de Carvalho. Por insistência quase diária do maior crítico de Jazz português, José Duarte, a EMI acabou por ouvir o disco e resolveu enviá-lo ao Director da Blue Note. Foi assim que me tornei no primeiro músico da história do Jazz português a gravar para Blue Note – a maior companhia de
casos de sucesso
jazz do mundo. Tudo isto aconteceu sem eu ter tido conhecimento. Portanto, a saída do disco, um ano e meio depois da sua rápida gravação, na Blue Note, foi uma agradável e grande surpresa!” Agora de novo a viver em Portugal, Jacinta diz ter ainda muitos sonhos por realizar. Afirma-se como uma cantora polivalente e, por isso, quer atirar-se a cada um dos projectos de estilos de jazz diferente que possam surgir. Segura de si, não hesita em aconselhar quem queira seguir uma carreira musical: “Mal um músico se sinta profissional e tecnicamente preparado deve assumir-se como profissional. Na maior parte das vezes, em Portugal só se é cantor quando uma editora descobre as potencialidades de um artista, o que é muito difícil de acontecer. Nos Estados Unidos, a mentalidade é diferente. As pessoas assumem-se como músicos e seguem uma carreira, quer sejam conhecidas por 100 ou milhares de pessoas. Por isso, defendo que se deve tomar nas próprias mãos uma carreira, fazendo tudo o que é necessário para a promover, arranjar espectáculos e conseguir viver da música. As pessoas devem pensar: vou realizar-me profissionalmente quer toque toda a vida numa determinada região ou tenha concertos em todo o mundo”.
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projecto kits didácticos
UA cria
alternativas para promover
cultura científica
Aprender ciências desde cedo Despertar crianças do 1º Ciclo e em idade pré-escolar para a ciência não é ainda uma tarefa comum. Principalmente se tivermos em conta os recursos disponíveis. O Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, não alheio a esse facto, vem desenvolvendo um conjunto de Kits didácticos que têm conseguido prender a atenção dos mais novos. Colocados à prova junto dos especialistas mais exigentes, o entusiasmo é notório e não deixa margens para dúvidas: “é muito mais divertido aprender assim”.
– E o sal, de onde vem o sal? – O sal vem do mar. – Só do mar? – Não, dos rios. – Os rios também dão sal? –… – Não. Há o sal do mar, que é extraído da água do mar, e há uma rocha que se chama sal-gema da qual também se pode extrair o sal. Aparentemente, o diálogo parece retirado de uma aula normal. Mas não é! É uma aula muito especial sobre objectos e materiais, cuja particularidade é ser “assistida” por alguns recursos didácticos desenvolvidos na Universidade de Aveiro. Falamos de um conjunto de Kits didácticos que têm vindo a ser concebidos e produzidos no âmbito de um Projecto de Investigação do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA (DDTE), envolvendo alunos finalistas da Licenciatura em Ensino Básico - 1º ciclo na disciplina de Seminário, com o intuito principal de melhorar e criar alternativas para uma educação em ciências que promova a cultura científica das crianças, logo no primeiro contacto com a escola. “Há uma consciência crescente na nossa sociedade de que a cultura científica do público em geral é baixa e que a educação em ciência e para a ciência tem que começar nos primeiros anos”, refere a Prof. Doutora Isabel Martins, coordenadora da área de Didáctica das Ciências para os primeiros anos e responsável pelo Laboratório Aberto de Educação em Ciências do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, onde o Projecto de Investigação se desenvolve. Nesta matéria, acrescenta a docente, “a escola tem um papel importantíssimo no desenvolvimento de metodologias, abordagens e estratégias que promovam essa cultura científica, pelo que é necessário investir na formação de professores e na produção de recursos didácticos que lhes sejam úteis para trabalhar com as crianças”. Embora sejam as crianças dos seis aos dez anos as destinatárias, por excelência,
deste projecto e dos recursos didácticos nele produzidos, para que possam deles beneficiar é indispensável que os professores a eles acedam e os compreendam de modo a poderem explorá-los. Como explicou a Professora, “uma criança não acede ao recurso por ela; só tem acesso a ele se o professor destinar utilizá-lo com o seu grupo. Por isso, ele tem que conhecer o recurso e conhecer formas de o explorar, consoante o nível de escolaridade, o desenvolvimento cognitivo das crianças, as aprendizagens e as experiências anteriores; daí a importância de trabalhar sobre a concepção de recursos didácticos na formação de professores do 1º Ciclo do EB”. Perspectiva humanista da ciência Mas porque não basta ter conhecimento, “visto que ele tem que se traduzir em algo com valor para se saber ser e estar como indivíduo, para compreender o que nos rodeia e até saber tomar posição sobre algumas situações”, como fez questão de salientar a entrevistada, o projecto não se resume a um objectivo de instrução. Trata-se, antes, de um projecto de produção de recursos didácticos que permitam proporcionar aprendizagens com valor educativo. Nas palavras da coordenadora da equipa, «as nossas propostas didácticas incluem dimensões de educação em ciência, educação sobre ciência e educação através da ciência. Pretendemos dar uma perspectiva humanista da ciência e da sua importância”. Mais do que isto, este projecto pretende “dar à escola e à educação em ciência nos primeiros anos uma perspectiva inovadora, a noção de que a ciência tem a ver com o mundo que nos cerca, fornecendo também aos docentes uma via alternativa para explorar temas pertinentes do ponto de vista educativo e social”. Foi esta a razão pela qual se escolheu como tema os Materiais e Objectos. “Tudo o que utilizamos são objectos e todos os objectos são feitos de um ou vários materiais. Tivemos a preocupação de nos centrarmos na realidade em que nos inserimos e de mostrar que através
da Ciência é possível compreender melhor uma parte dessa realidade. Optamos, assim, por determinados materiais e debruçamo-nos então sobre propriedades macroscópicas desses materiais”, elucidou a Prof. Doutora Isabel Martins.
científico lhes molda a personalidade. Deixemos, pois, a aula continuar… –…E o que é que vocês estão a observar? – O tecido está a enrolar. – Muito bem. Isso quer dizer que este tecido é de origem artificial. Se ele queimasse era de origem natural…
Com início há cinco anos, este projecto conta já vários Kits didácticos sobre a origem dos materiais, suas propriedades, diferença entre materiais e objectos e, finalmente, classes de materiais específicos, nomeadamente plásticos, fibras têxteis, metais e ligas metálicas.
Rui Neves, 7 anos Escola EB1 do Seixo, Válega Eu gostei muito de vir aqui. Aprendi a fazer experiências com os materiais dos objectos. Conheci alguns materiais novos, como o sisal, o cobre e a estearina e também aprendi donde vêm estes materiais e o que é que podemos fazer com eles. Nós apalpávamos uma bola e depois sem ver a bola
Criatividade e Originalidade aprovam Kits com distinção Para a concepção destes recursos é necessário conjugar criatividade e originalidade já que se pretende produzir algo que ainda não existe e, ao mesmo tempo, garantir que tal é adequado às crianças desse nível etário. Para isso é de grande importância a fase de validação que decorre sempre em escolas e com crianças, a partir da qual se infere a sua adequabilidade e/ou se introduzem alterações no conteúdo ou na exploração.
tínhamos que adivinhar de que material é que ela era. Depois a Professora disse-nos o nome do material e donde ele vinha e porque era diferente dos outros.
Catarina, 8 anos e Helena, 7 anos Escola EB1 do Seixo, Válega Hoje aprendemos os tipos de tecidos; se eram de origem animal, vegetal ou artificial. Estivemos a falar da lã, da seda, do algodão, do linho, da licra, do poliéster. Nós já os conhecíamos, só o poliéster é que não. Aprendemos que podem ser de origem natural, artificial, sintética, animal, vegetal… Descobrimos ainda como são feitos os tecidos
No contacto que os professores e as crianças têm tido com estes Kits, quer durante os Dias Abertos e as Semanas Abertas da Ciência e Tecnologia na própria UA, quer através do empréstimo às escolas, é evidente um grau de entusiasmo elevado em professores e alunos, podendo considerar-se que o trabalho do grupo de investigação já passou com distinção nas provas práticas.
através do papel que vem com a roupa: as etiquetas. A professora também fez uma experiência para descobrir qual é o tecido sem vermos na etiqueta. Queimou o tecido com um isqueiro ou com uma vela. Os tecidos que enrolaram eram artificiais e os que queimaram eram de origem natural.
Equipa de investigação Isabel P. Martins (Responsável) Maria Fernanda Couceiro Ana V. Rodrigues
Únicos no seu género, têm sido bastante elogiados também por investigadores estrangeiros, nomeadamente em congressos internacionais. Por enquanto, são produzidos pela equipa da UA, em exemplar único, mas a sua duplicação e a sua comercialização não está posta de parte. E lá inovadores são eles, não só pelos temas que abordam mas também pela forma de explorar esses temas e pelo feedback apresentado pelas crianças. De resto, as perguntas não se esgotam e a curiosidade dos pequenos parece aguçar-se, à medida que o espírito
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Linhas
projecto kits didácticos
UA cria
alternativas para promover
cultura científica
Aprender ciências desde cedo Despertar crianças do 1º Ciclo e em idade pré-escolar para a ciência não é ainda uma tarefa comum. Principalmente se tivermos em conta os recursos disponíveis. O Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, não alheio a esse facto, vem desenvolvendo um conjunto de Kits didácticos que têm conseguido prender a atenção dos mais novos. Colocados à prova junto dos especialistas mais exigentes, o entusiasmo é notório e não deixa margens para dúvidas: “é muito mais divertido aprender assim”.
– E o sal, de onde vem o sal? – O sal vem do mar. – Só do mar? – Não, dos rios. – Os rios também dão sal? –… – Não. Há o sal do mar, que é extraído da água do mar, e há uma rocha que se chama sal-gema da qual também se pode extrair o sal. Aparentemente, o diálogo parece retirado de uma aula normal. Mas não é! É uma aula muito especial sobre objectos e materiais, cuja particularidade é ser “assistida” por alguns recursos didácticos desenvolvidos na Universidade de Aveiro. Falamos de um conjunto de Kits didácticos que têm vindo a ser concebidos e produzidos no âmbito de um Projecto de Investigação do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA (DDTE), envolvendo alunos finalistas da Licenciatura em Ensino Básico - 1º ciclo na disciplina de Seminário, com o intuito principal de melhorar e criar alternativas para uma educação em ciências que promova a cultura científica das crianças, logo no primeiro contacto com a escola. “Há uma consciência crescente na nossa sociedade de que a cultura científica do público em geral é baixa e que a educação em ciência e para a ciência tem que começar nos primeiros anos”, refere a Prof. Doutora Isabel Martins, coordenadora da área de Didáctica das Ciências para os primeiros anos e responsável pelo Laboratório Aberto de Educação em Ciências do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, onde o Projecto de Investigação se desenvolve. Nesta matéria, acrescenta a docente, “a escola tem um papel importantíssimo no desenvolvimento de metodologias, abordagens e estratégias que promovam essa cultura científica, pelo que é necessário investir na formação de professores e na produção de recursos didácticos que lhes sejam úteis para trabalhar com as crianças”. Embora sejam as crianças dos seis aos dez anos as destinatárias, por excelência,
deste projecto e dos recursos didácticos nele produzidos, para que possam deles beneficiar é indispensável que os professores a eles acedam e os compreendam de modo a poderem explorá-los. Como explicou a Professora, “uma criança não acede ao recurso por ela; só tem acesso a ele se o professor destinar utilizá-lo com o seu grupo. Por isso, ele tem que conhecer o recurso e conhecer formas de o explorar, consoante o nível de escolaridade, o desenvolvimento cognitivo das crianças, as aprendizagens e as experiências anteriores; daí a importância de trabalhar sobre a concepção de recursos didácticos na formação de professores do 1º Ciclo do EB”. Perspectiva humanista da ciência Mas porque não basta ter conhecimento, “visto que ele tem que se traduzir em algo com valor para se saber ser e estar como indivíduo, para compreender o que nos rodeia e até saber tomar posição sobre algumas situações”, como fez questão de salientar a entrevistada, o projecto não se resume a um objectivo de instrução. Trata-se, antes, de um projecto de produção de recursos didácticos que permitam proporcionar aprendizagens com valor educativo. Nas palavras da coordenadora da equipa, «as nossas propostas didácticas incluem dimensões de educação em ciência, educação sobre ciência e educação através da ciência. Pretendemos dar uma perspectiva humanista da ciência e da sua importância”. Mais do que isto, este projecto pretende “dar à escola e à educação em ciência nos primeiros anos uma perspectiva inovadora, a noção de que a ciência tem a ver com o mundo que nos cerca, fornecendo também aos docentes uma via alternativa para explorar temas pertinentes do ponto de vista educativo e social”. Foi esta a razão pela qual se escolheu como tema os Materiais e Objectos. “Tudo o que utilizamos são objectos e todos os objectos são feitos de um ou vários materiais. Tivemos a preocupação de nos centrarmos na realidade em que nos inserimos e de mostrar que através
da Ciência é possível compreender melhor uma parte dessa realidade. Optamos, assim, por determinados materiais e debruçamo-nos então sobre propriedades macroscópicas desses materiais”, elucidou a Prof. Doutora Isabel Martins.
científico lhes molda a personalidade. Deixemos, pois, a aula continuar… –…E o que é que vocês estão a observar? – O tecido está a enrolar. – Muito bem. Isso quer dizer que este tecido é de origem artificial. Se ele queimasse era de origem natural…
Com início há cinco anos, este projecto conta já vários Kits didácticos sobre a origem dos materiais, suas propriedades, diferença entre materiais e objectos e, finalmente, classes de materiais específicos, nomeadamente plásticos, fibras têxteis, metais e ligas metálicas.
Rui Neves, 7 anos Escola EB1 do Seixo, Válega Eu gostei muito de vir aqui. Aprendi a fazer experiências com os materiais dos objectos. Conheci alguns materiais novos, como o sisal, o cobre e a estearina e também aprendi donde vêm estes materiais e o que é que podemos fazer com eles. Nós apalpávamos uma bola e depois sem ver a bola
Criatividade e Originalidade aprovam Kits com distinção Para a concepção destes recursos é necessário conjugar criatividade e originalidade já que se pretende produzir algo que ainda não existe e, ao mesmo tempo, garantir que tal é adequado às crianças desse nível etário. Para isso é de grande importância a fase de validação que decorre sempre em escolas e com crianças, a partir da qual se infere a sua adequabilidade e/ou se introduzem alterações no conteúdo ou na exploração.
tínhamos que adivinhar de que material é que ela era. Depois a Professora disse-nos o nome do material e donde ele vinha e porque era diferente dos outros.
Catarina, 8 anos e Helena, 7 anos Escola EB1 do Seixo, Válega Hoje aprendemos os tipos de tecidos; se eram de origem animal, vegetal ou artificial. Estivemos a falar da lã, da seda, do algodão, do linho, da licra, do poliéster. Nós já os conhecíamos, só o poliéster é que não. Aprendemos que podem ser de origem natural, artificial, sintética, animal, vegetal… Descobrimos ainda como são feitos os tecidos
No contacto que os professores e as crianças têm tido com estes Kits, quer durante os Dias Abertos e as Semanas Abertas da Ciência e Tecnologia na própria UA, quer através do empréstimo às escolas, é evidente um grau de entusiasmo elevado em professores e alunos, podendo considerar-se que o trabalho do grupo de investigação já passou com distinção nas provas práticas.
através do papel que vem com a roupa: as etiquetas. A professora também fez uma experiência para descobrir qual é o tecido sem vermos na etiqueta. Queimou o tecido com um isqueiro ou com uma vela. Os tecidos que enrolaram eram artificiais e os que queimaram eram de origem natural.
Equipa de investigação Isabel P. Martins (Responsável) Maria Fernanda Couceiro Ana V. Rodrigues
Únicos no seu género, têm sido bastante elogiados também por investigadores estrangeiros, nomeadamente em congressos internacionais. Por enquanto, são produzidos pela equipa da UA, em exemplar único, mas a sua duplicação e a sua comercialização não está posta de parte. E lá inovadores são eles, não só pelos temas que abordam mas também pela forma de explorar esses temas e pelo feedback apresentado pelas crianças. De resto, as perguntas não se esgotam e a curiosidade dos pequenos parece aguçar-se, à medida que o espírito
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Pela boca morre o peixe! No caso da Ria de Aveiro, é precisamente o excesso de pesca desportiva e comercial ao longo dos anos que tem levado a que o volume do pescado seja, anualmente, três vezes superior à capacidade produtiva da laguna. Se a isto se juntar a falta de dados estatísticos e a fraca fiscalização sobre a pesca em geral e a ausência de avaliação e controlo dos recursos pelas entidades que supervisionam a laguna, será alarmismo considerar que a biodiversidade da
ria sem braços para tanto pescador
Ria esteja em risco? O Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro dá-lhe a resposta.
Pesca descontrolada ameaça recursos piscícolas Os responsáveis pelo Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura do Departamento de Biologia da UA (LIPA) estão apreensivos quanto ao futuro do equilíbrio ecológico da Ria de Aveiro. Estudos realizados desde 1999, e agora em fase de conclusão, apontam para a existência de uma captura anual de pescado três vezes superior à capacidade produtiva desta bacia lagunar. Como explica o Prof. Doutor José Eduardo Rebelo, coordenador da equipa do LIPA, “entendendo-se por produtividade, no caso dos peixes, a capacidade que um sistema ecológico tem de gerar determinado peso desses mesmos peixes por unidade de tempo, aquilo que se pesca durante esse período, suponhamos um ano, não deve exceder aquilo que esse sistema tem capacidade de produzir. De outro modo, assistiremos ao longo do tempo à diminuição dos recursos e, num prazo mais ou menos curto, a uma mais que provável extinção das espécies sujeitas a sobrepesca”. Desde a 1ª República, quando em 1915 foi publicado o “Relatório Oficial do Regulamento da Ria”, de autoria de Augusto Nobre, Jaime Afreixo e Jorge Macedo, que viria a originar o “Regula-
mento de Pescas e Apanha de Moliço da Ria de Aveiro”, que a laguna não tem tido a devida atenção por parte das instituições governamentais que a gerem, particularmente no que diz respeito à avaliação e controlo dos recursos de pesca. De facto, foi a falta de números oficiais rigorosos sobre a quantidade de peixe capturada por ano na laguna que levou os cientistas a vestir a pele de detective, já que “para fazer avaliações precisas é necessário ter dados estatísticos seguros; de contrário temos que ir por outros caminhos”. Foi o que o LIPA fez, como contou o Professor. “Apostámos em estudos de produtividade, complementados por inquéritos feitos directamente aos pescadores, os quais, aliás, nos revelaram aspectos surpreendentes”. E, embora os dados provenientes dos inquéritos devam ser tomados com natural precaução, dada a escassez de informação-base, como admitiu o responsável, há, no entanto, algumas conclusões que não deixam dúvidas, sendo a mais preocupante a já referida disparidade entre o volume de pesca e a capacidade produtiva do espaço aquífero. “A Ria de Aveiro produz cerca de 100 toneladas de
peixe por ano. Segundo os nossos cálculos são pescadas, no mesmo período, cerca de 300 toneladas; ou seja, o triplo do que a laguna produz”. Intensa pesca desportiva Desde tempos remotos que a pesca se assumiu como um dos pilares de sustentação económica das populações da beira ria, à semelhança das marinhas de sal, muitas delas agora convertidas em propriedades de aquicultura. No entanto, o LIPA constatou, com surpresa, que, actualmente, a pesca comercial na Ria de Aveiro não é tão representativa como a pesca desportiva, que excede em muito a primeira. “Com a quantidade de embarcações de recreio que existem na Ria e com o número de marinas construídas recentemente, e com tendência para aumentar, assistimos a um crescimento desmesurado e descontrolado do uso da Ria. Presume-se que das 7500 embarcações de recreio registadas uma grande parte seja utilizada para recreio, onde se inclui maioritariamente a pesca desportiva. Para além destas embarcações, teremos ainda que considerar os ocasionais botes insufláveis e pesca feita directamente da margem”, asseverou o Prof. José Eduardo Rebelo.
A título de agravante, registe-se outro aspecto muito particular que também deve ser tido em consideração. As espécies que são alvo da pesca, tanto desportiva como comercial, utilizam a Ria apenas na sua fase juvenil, ou seja, antes de se reproduzirem uma vez sequer. Com a captura intensiva e descontrolada desses exemplares, corre-se o risco de ultrapassar a taxa mínima de sustentabilidade das espécies. Uma lei sem aplicabilidade A Ria de Aveiro é um ecossistema disperso por 47 km2, com zonas de pesca disseminadas de norte ao sul, o que dificulta sobremaneira uma fiscalização eficaz das actividades piscatórias. Embora exista a Docapesca, esta não tem meios suficientes para fiscalizar e controlar toda a extensão da Ria, de forma a ficar a saber o que é exactamente pescado, seja quantitativamente seja qualitativamente, estimando-se que lá seja desembarcado apenas entre 3 a 5 por cento do pescado. A esta facilidade de fuga, junta-se uma legislação que peca pela falta de contextualização específica, quando a Ria de Aveiro é, sem dúvida, um caso sui-generis no panorama hidrográfico nacional e internacional. A verdade é que existe legislação, aprovada em 1992, que regula a pesca na Ria de Aveiro e que proíbe a pesca de juvenis, mas, como refere o Prof. José Eduardo Rebelo, “se esta lei fosse aplicada, terminava a pesca na Ria de Aveiro, já que a maior parte das espécies, com particular destaque para as de interesse comercial, só frequenta a Ria de Aveiro na sua fase juvenil”. Devido a esta inaplicabilidade da Lei, nada mais resta aos pescadores senão ignorá-la, atitude que até o próprio professor é obrigado a aceitar, uma vez que, explica, “são leis e iniciativas feitas de fora para dentro sem ter em consideração as especificidades da Ria e do interesse das populações. A principal regulamentação em vigor resulta de uma transposição da legislação comunitária para a Ria de Aveiro sem ter em conta as suas características próprias.
No entanto, é urgente colocar algumas restrições para bem deste ecossistema”. Fica o alerta!
projecto do lipa
Todavia, a toxicidade não tem sido a única preocupação do LIPA. A aquicultura da região de Aveiro tem estado também em observação, até porque como referiu o responsável “é importante
LIPA: cinco anos a pesquisar na Ria de Aveiro
determinar as consequências que este tipo de cultura
O Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura
tem para a Ria, já que são zonas de grande
do Departamento de Biologia da UA nasceu há
concentração de peixe, sem grande movimento, na
cinco anos, sob orientação do Prof. Doutor José
qual acumula bastantes resíduos das rações e dos
Eduardo Rebelo, com o objectivo de estudar os
próprios dejectos dos peixes que depois são
peixes da Ria de Aveiro nas suas várias vertentes:
arrastados para a Ria”, alertou o investigador,
produtividade, ciclo de vida, inventariação,
salientando ainda que “temos de saber se isso é
desenvolvimento, biodiversidade e a evolução dessa
poluente antes de resolvermos entrar em massa
biodiversidade ao longo do século XX.
nesta cultura”.
Abarcando as áreas da ictiologia, pescas e
No entanto, o LIPA, embora ocupado actualmente
aquicultura, vários têm sido os estudos desenvol-
com esta questão, está disponível para realizar outros
vidos pelo LIPA, que lhe permitem, actualmente,
estudos que possam contribuir para a preservação
apresentar um conjunto de relevantes informações
de um ecossistema tão único quanto frágil. Como
sobre uma das mais belas bacias lagunares do
o Professor fez questão de referir, “a Ria de Aveiro
litoral português.
é o nosso laboratório de investigação e o LIPA estará
“Temos muito conhecimento científico sistematizado
interessado em aprofundar qualquer questão que a
e fundamental sobre as espécies da Ria de Aveiro,
envolva e que possa contribuir para um conhecimento
que nos permitem fazer ligações de carácter prático
aprofundado da sua realidade. Só desta forma
à pesca e à aquicultura”, salientou o Prof. Doutor
poderemos perspectivar uma gestão sustentada dos
José Eduardo Rebelo, coordenador do Laboratório,
seus recursos”.
explicando que “estudámos a ecologia, a idade e o crescimento dos peixes, a biodiversidade, os
ficha técnica
seus predadores e de que se alimentam, as doenças
Investigador Responsável
e os parasitas que algumas espécies podem
José Eduardo Rebelo
apresentar e, ainda, a influência que os predadores
Equipa de Investigação
podem ter nesta diversidade de peixes. A partir daí,
José Eduardo Rebelo
ficámos com um conhecimento-base bastante
Lúcia Pombo
substancial para avançarmos noutros aspectos
Sónia Guiomar
como, por exemplo, a sua aplicação”.
Elisabete Soares Carla Lopes
Calcular a produtividade da Ria de Aveiro, determinar
Sandra Guedes.
a idade dos peixes ou avaliar a importância dos chocos para os peixes da Ria de Aveiro são apenas
Entidades Parceiras
algumas das diversas investigações que têm ocupado
Universidade do Algarve
os biólogos da UA que têm procurado, assim,
Universidade do Porto
encontrar respostas para alguns dos problemas mais
University of Hull (UK)
pertinentes que assolam a laguna, como por exemplo
Université des Antilles et de la Guyane (França)
a toxicidade das espécies da Ria de Aveiro. “Há
Aquacria
cerca de dois anos, fizemos estudos em relação ao nível de mercúrio no robalo, uma das espécies mais importantes e mais abundantes na Ria de Aveiro. Verificámos que no Largo do Laranjo os níveis registados eram significativamente superiores aos verificados na restante área da laguna. No entanto, esses valores encontravam-se abaixo dos níveis aceites pela legislação da União Europeia. Este foi um estudo de nossa livre e espontânea vontade, embora na altura se falasse muito no assunto”, referiu o investigador.
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Pela boca morre o peixe! No caso da Ria de Aveiro, é precisamente o excesso de pesca desportiva e comercial ao longo dos anos que tem levado a que o volume do pescado seja, anualmente, três vezes superior à capacidade produtiva da laguna. Se a isto se juntar a falta de dados estatísticos e a fraca fiscalização sobre a pesca em geral e a ausência de avaliação e controlo dos recursos pelas entidades que supervisionam a laguna, será alarmismo considerar que a biodiversidade da
ria sem braços para tanto pescador
Ria esteja em risco? O Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro dá-lhe a resposta.
Pesca descontrolada ameaça recursos piscícolas Os responsáveis pelo Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura do Departamento de Biologia da UA (LIPA) estão apreensivos quanto ao futuro do equilíbrio ecológico da Ria de Aveiro. Estudos realizados desde 1999, e agora em fase de conclusão, apontam para a existência de uma captura anual de pescado três vezes superior à capacidade produtiva desta bacia lagunar. Como explica o Prof. Doutor José Eduardo Rebelo, coordenador da equipa do LIPA, “entendendo-se por produtividade, no caso dos peixes, a capacidade que um sistema ecológico tem de gerar determinado peso desses mesmos peixes por unidade de tempo, aquilo que se pesca durante esse período, suponhamos um ano, não deve exceder aquilo que esse sistema tem capacidade de produzir. De outro modo, assistiremos ao longo do tempo à diminuição dos recursos e, num prazo mais ou menos curto, a uma mais que provável extinção das espécies sujeitas a sobrepesca”. Desde a 1ª República, quando em 1915 foi publicado o “Relatório Oficial do Regulamento da Ria”, de autoria de Augusto Nobre, Jaime Afreixo e Jorge Macedo, que viria a originar o “Regula-
mento de Pescas e Apanha de Moliço da Ria de Aveiro”, que a laguna não tem tido a devida atenção por parte das instituições governamentais que a gerem, particularmente no que diz respeito à avaliação e controlo dos recursos de pesca. De facto, foi a falta de números oficiais rigorosos sobre a quantidade de peixe capturada por ano na laguna que levou os cientistas a vestir a pele de detective, já que “para fazer avaliações precisas é necessário ter dados estatísticos seguros; de contrário temos que ir por outros caminhos”. Foi o que o LIPA fez, como contou o Professor. “Apostámos em estudos de produtividade, complementados por inquéritos feitos directamente aos pescadores, os quais, aliás, nos revelaram aspectos surpreendentes”. E, embora os dados provenientes dos inquéritos devam ser tomados com natural precaução, dada a escassez de informação-base, como admitiu o responsável, há, no entanto, algumas conclusões que não deixam dúvidas, sendo a mais preocupante a já referida disparidade entre o volume de pesca e a capacidade produtiva do espaço aquífero. “A Ria de Aveiro produz cerca de 100 toneladas de
peixe por ano. Segundo os nossos cálculos são pescadas, no mesmo período, cerca de 300 toneladas; ou seja, o triplo do que a laguna produz”. Intensa pesca desportiva Desde tempos remotos que a pesca se assumiu como um dos pilares de sustentação económica das populações da beira ria, à semelhança das marinhas de sal, muitas delas agora convertidas em propriedades de aquicultura. No entanto, o LIPA constatou, com surpresa, que, actualmente, a pesca comercial na Ria de Aveiro não é tão representativa como a pesca desportiva, que excede em muito a primeira. “Com a quantidade de embarcações de recreio que existem na Ria e com o número de marinas construídas recentemente, e com tendência para aumentar, assistimos a um crescimento desmesurado e descontrolado do uso da Ria. Presume-se que das 7500 embarcações de recreio registadas uma grande parte seja utilizada para recreio, onde se inclui maioritariamente a pesca desportiva. Para além destas embarcações, teremos ainda que considerar os ocasionais botes insufláveis e pesca feita directamente da margem”, asseverou o Prof. José Eduardo Rebelo.
A título de agravante, registe-se outro aspecto muito particular que também deve ser tido em consideração. As espécies que são alvo da pesca, tanto desportiva como comercial, utilizam a Ria apenas na sua fase juvenil, ou seja, antes de se reproduzirem uma vez sequer. Com a captura intensiva e descontrolada desses exemplares, corre-se o risco de ultrapassar a taxa mínima de sustentabilidade das espécies. Uma lei sem aplicabilidade A Ria de Aveiro é um ecossistema disperso por 47 km2, com zonas de pesca disseminadas de norte ao sul, o que dificulta sobremaneira uma fiscalização eficaz das actividades piscatórias. Embora exista a Docapesca, esta não tem meios suficientes para fiscalizar e controlar toda a extensão da Ria, de forma a ficar a saber o que é exactamente pescado, seja quantitativamente seja qualitativamente, estimando-se que lá seja desembarcado apenas entre 3 a 5 por cento do pescado. A esta facilidade de fuga, junta-se uma legislação que peca pela falta de contextualização específica, quando a Ria de Aveiro é, sem dúvida, um caso sui-generis no panorama hidrográfico nacional e internacional. A verdade é que existe legislação, aprovada em 1992, que regula a pesca na Ria de Aveiro e que proíbe a pesca de juvenis, mas, como refere o Prof. José Eduardo Rebelo, “se esta lei fosse aplicada, terminava a pesca na Ria de Aveiro, já que a maior parte das espécies, com particular destaque para as de interesse comercial, só frequenta a Ria de Aveiro na sua fase juvenil”. Devido a esta inaplicabilidade da Lei, nada mais resta aos pescadores senão ignorá-la, atitude que até o próprio professor é obrigado a aceitar, uma vez que, explica, “são leis e iniciativas feitas de fora para dentro sem ter em consideração as especificidades da Ria e do interesse das populações. A principal regulamentação em vigor resulta de uma transposição da legislação comunitária para a Ria de Aveiro sem ter em conta as suas características próprias.
No entanto, é urgente colocar algumas restrições para bem deste ecossistema”. Fica o alerta!
projecto do lipa
Todavia, a toxicidade não tem sido a única preocupação do LIPA. A aquicultura da região de Aveiro tem estado também em observação, até porque como referiu o responsável “é importante
LIPA: cinco anos a pesquisar na Ria de Aveiro
determinar as consequências que este tipo de cultura
O Laboratório de Ictiologia, Pescas e Aquicultura
tem para a Ria, já que são zonas de grande
do Departamento de Biologia da UA nasceu há
concentração de peixe, sem grande movimento, na
cinco anos, sob orientação do Prof. Doutor José
qual acumula bastantes resíduos das rações e dos
Eduardo Rebelo, com o objectivo de estudar os
próprios dejectos dos peixes que depois são
peixes da Ria de Aveiro nas suas várias vertentes:
arrastados para a Ria”, alertou o investigador,
produtividade, ciclo de vida, inventariação,
salientando ainda que “temos de saber se isso é
desenvolvimento, biodiversidade e a evolução dessa
poluente antes de resolvermos entrar em massa
biodiversidade ao longo do século XX.
nesta cultura”.
Abarcando as áreas da ictiologia, pescas e
No entanto, o LIPA, embora ocupado actualmente
aquicultura, vários têm sido os estudos desenvol-
com esta questão, está disponível para realizar outros
vidos pelo LIPA, que lhe permitem, actualmente,
estudos que possam contribuir para a preservação
apresentar um conjunto de relevantes informações
de um ecossistema tão único quanto frágil. Como
sobre uma das mais belas bacias lagunares do
o Professor fez questão de referir, “a Ria de Aveiro
litoral português.
é o nosso laboratório de investigação e o LIPA estará
“Temos muito conhecimento científico sistematizado
interessado em aprofundar qualquer questão que a
e fundamental sobre as espécies da Ria de Aveiro,
envolva e que possa contribuir para um conhecimento
que nos permitem fazer ligações de carácter prático
aprofundado da sua realidade. Só desta forma
à pesca e à aquicultura”, salientou o Prof. Doutor
poderemos perspectivar uma gestão sustentada dos
José Eduardo Rebelo, coordenador do Laboratório,
seus recursos”.
explicando que “estudámos a ecologia, a idade e o crescimento dos peixes, a biodiversidade, os
ficha técnica
seus predadores e de que se alimentam, as doenças
Investigador Responsável
e os parasitas que algumas espécies podem
José Eduardo Rebelo
apresentar e, ainda, a influência que os predadores
Equipa de Investigação
podem ter nesta diversidade de peixes. A partir daí,
José Eduardo Rebelo
ficámos com um conhecimento-base bastante
Lúcia Pombo
substancial para avançarmos noutros aspectos
Sónia Guiomar
como, por exemplo, a sua aplicação”.
Elisabete Soares Carla Lopes
Calcular a produtividade da Ria de Aveiro, determinar
Sandra Guedes.
a idade dos peixes ou avaliar a importância dos chocos para os peixes da Ria de Aveiro são apenas
Entidades Parceiras
algumas das diversas investigações que têm ocupado
Universidade do Algarve
os biólogos da UA que têm procurado, assim,
Universidade do Porto
encontrar respostas para alguns dos problemas mais
University of Hull (UK)
pertinentes que assolam a laguna, como por exemplo
Université des Antilles et de la Guyane (França)
a toxicidade das espécies da Ria de Aveiro. “Há
Aquacria
cerca de dois anos, fizemos estudos em relação ao nível de mercúrio no robalo, uma das espécies mais importantes e mais abundantes na Ria de Aveiro. Verificámos que no Largo do Laranjo os níveis registados eram significativamente superiores aos verificados na restante área da laguna. No entanto, esses valores encontravam-se abaixo dos níveis aceites pela legislação da União Europeia. Este foi um estudo de nossa livre e espontânea vontade, embora na altura se falasse muito no assunto”, referiu o investigador.
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instituto de investigação da ua
instituto de
investigação da UA Dez anos a promover a qualidade e a excelência
A comemorar a sua primeira década de existência, o Instituto
de Investigação da UA (II) tem já um currículo invejável. Com
cerca de 75% das suas unidades classificadas com “Excelente”
e “Muito Bom”, um valor claramente acima da média nacional,
o Instituto de Investigação prepara-se agora para reforçar os
seus recursos humanos com a contratação de investigadores
de elevado mérito, nas áreas das ciências de materiais,
telecomunicações, ambiente e química orgânica.
Criado, em 1994, com o objectivo de promover e dinamizar uma plataforma de contacto e coordenação entre as Unidades de Investigação da UA, disponibilizando recursos para a concretização da sua política de investigação, o II integra actualmente 14 unidades de investigação e dois laboratórios associados em áreas tão diversas como a biologia, ambiente, línguas, mecânica, educação, geociências, física, electrónica e telemática, matemática, química, comunicação e arte, planeamento do território e as telecomunicações. O incremento da inovação, da qualidade e de uma cultura de excelência tem-se assumido como o principal desafio desde a sua criação. Logo nos primeiros anos, era atribuída uma parte do valor total do Orçamento de Estado para a investigação às unidades com melhores índices de desempenho e, em 1999, celebra-se um Contrato Programa entre a Reitoria da Universidade e o II, que estabelece um financiamento total de cerca de 5 milhões de euros às unidades de investigação para o triénio 1999/2001, que permitiu melhorar as suas infra-estruturas e reforçar os seus recursos humanos. Foi, segundo o Prof. Francisco Vaz, Presidente do Instituto de Investigação, “uma medida imprescindível para manter a qualidade na investigação. A prova
disso é que, depois das sucessivas avaliações externas promovidas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 75% das unidades de investigação da UA têm sido classificadas com “Excelente” e “Muito Bom”, um valor claramente acima da média nacional que se fica pelos 50%. Estes resultados são reconhecidos tanto a nível nacional como internacional”. Actualmente, a investigação continua a ser uma preocupação e a grande aposta da UA. Embora nos últimos anos as verbas do estado destinadas à investigação tenham reduzido, a Universidade de Aveiro tem procurado manter o apoio que vinha prestando com o financiamento de bolsas de estudo a doutorandos e pós-doutorados e pretende, já no próximo ano, reforçar os seus recursos humanos, promovendo a contratação de investigadores de “elevado mérito” reconhecidos no estrangeiro e que aceitem vir para Aveiro trabalhar em áreas específicas e fulcrais para esta universidade. “Não estamos a pensar trazer os vencedores dos prémios Nobel, mas sim investigadores com alguma reputação, com um pós-doutoramento com sete a dez anos e que tenham capacidade para organizar uma equipa e de trazer consigo um conjunto de projectos que permitam lançar uma área de investigação”, explicou o Presidente do Instituto.
Não descurando as outras áreas em que a UA desenvolve a sua investigação, a aposta incidirá nas de excelência como a área das ciências de materiais, as telecomunicações, o ambiente e a química orgânica. Como explicou o Prof. Francisco Vaz, “estas são as áreas onde vamos apostar, mas queremos investir também em áreas interdisciplinares como é o caso da saúde. Para nós apostar na saúde é apostar em investigação integrada, já que envolve as ciências sociais, as tecnologias e as telecomunicações aplicadas, a tele-medicina, as práticas clínicas, o apoio ao cidadão com deficiências, as químicas farmacológicas, engenharia de materiais, o ambiente e muitas outras”.
Unidades de Investigação CBC – Centro de Biologia Celular CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar CLC – Centro de Línguas e Culturas TEMA – Centro de Tecnologia Mecânica e Automação DTFF – Centro de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores CCPSF – Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação ELMAS – Evolução da Litosférica e do Meio Ambiental de Superfície FSCOSD – Física de Semicondutores em Camadas, Optoelectrónica e Sistemas Desordenados IEETA – Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro MA – Matemática e Aplicações MIA – Minerais Industriais e Argilas
Cinquenta a 70 mil euros por ano é o que custará à UA cada um destes investigadores, uma decisão arrojada numa altura em que se verifica uma retracção estatal no apoio orçamental destinado à investigação, salientou o docente. “É um investimento que fica caro. O apoio financeiro tem sido a nível interno e, tendo em conta os montantes que a UA retira do OE atribuído para a investigação, ela é talvez a única universidade do país que está a aplicar tanto dinheiro nessa área. Desde há cinco anos, com o lançamento do Programa Ciência, que não há um grande investimento em infra-estrutura científica. Se queremos ser competitivos temos que investir”.
QOPNA – Química Orgânica e de Produtos Naturais e Agro-Alimentares UniCA – Unidade de Investigação em Comunicação e Arte CEOC – Centro de Estudos em Optimização e Controlo
Laboratórios Associados CICECO – Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos IT – Instituto de Telecomunicações – Pólo da UA
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instituto de
investigação da UA Dez anos a promover a qualidade e a excelência
A comemorar a sua primeira década de existência, o Instituto
de Investigação da UA (II) tem já um currículo invejável. Com
cerca de 75% das suas unidades classificadas com “Excelente”
e “Muito Bom”, um valor claramente acima da média nacional,
o Instituto de Investigação prepara-se agora para reforçar os
seus recursos humanos com a contratação de investigadores
de elevado mérito, nas áreas das ciências de materiais,
telecomunicações, ambiente e química orgânica.
Criado, em 1994, com o objectivo de promover e dinamizar uma plataforma de contacto e coordenação entre as Unidades de Investigação da UA, disponibilizando recursos para a concretização da sua política de investigação, o II integra actualmente 14 unidades de investigação e dois laboratórios associados em áreas tão diversas como a biologia, ambiente, línguas, mecânica, educação, geociências, física, electrónica e telemática, matemática, química, comunicação e arte, planeamento do território e as telecomunicações. O incremento da inovação, da qualidade e de uma cultura de excelência tem-se assumido como o principal desafio desde a sua criação. Logo nos primeiros anos, era atribuída uma parte do valor total do Orçamento de Estado para a investigação às unidades com melhores índices de desempenho e, em 1999, celebra-se um Contrato Programa entre a Reitoria da Universidade e o II, que estabelece um financiamento total de cerca de 5 milhões de euros às unidades de investigação para o triénio 1999/2001, que permitiu melhorar as suas infra-estruturas e reforçar os seus recursos humanos. Foi, segundo o Prof. Francisco Vaz, Presidente do Instituto de Investigação, “uma medida imprescindível para manter a qualidade na investigação. A prova
disso é que, depois das sucessivas avaliações externas promovidas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 75% das unidades de investigação da UA têm sido classificadas com “Excelente” e “Muito Bom”, um valor claramente acima da média nacional que se fica pelos 50%. Estes resultados são reconhecidos tanto a nível nacional como internacional”. Actualmente, a investigação continua a ser uma preocupação e a grande aposta da UA. Embora nos últimos anos as verbas do estado destinadas à investigação tenham reduzido, a Universidade de Aveiro tem procurado manter o apoio que vinha prestando com o financiamento de bolsas de estudo a doutorandos e pós-doutorados e pretende, já no próximo ano, reforçar os seus recursos humanos, promovendo a contratação de investigadores de “elevado mérito” reconhecidos no estrangeiro e que aceitem vir para Aveiro trabalhar em áreas específicas e fulcrais para esta universidade. “Não estamos a pensar trazer os vencedores dos prémios Nobel, mas sim investigadores com alguma reputação, com um pós-doutoramento com sete a dez anos e que tenham capacidade para organizar uma equipa e de trazer consigo um conjunto de projectos que permitam lançar uma área de investigação”, explicou o Presidente do Instituto.
Não descurando as outras áreas em que a UA desenvolve a sua investigação, a aposta incidirá nas de excelência como a área das ciências de materiais, as telecomunicações, o ambiente e a química orgânica. Como explicou o Prof. Francisco Vaz, “estas são as áreas onde vamos apostar, mas queremos investir também em áreas interdisciplinares como é o caso da saúde. Para nós apostar na saúde é apostar em investigação integrada, já que envolve as ciências sociais, as tecnologias e as telecomunicações aplicadas, a tele-medicina, as práticas clínicas, o apoio ao cidadão com deficiências, as químicas farmacológicas, engenharia de materiais, o ambiente e muitas outras”.
Unidades de Investigação CBC – Centro de Biologia Celular CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar CLC – Centro de Línguas e Culturas TEMA – Centro de Tecnologia Mecânica e Automação DTFF – Centro de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores CCPSF – Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação ELMAS – Evolução da Litosférica e do Meio Ambiental de Superfície FSCOSD – Física de Semicondutores em Camadas, Optoelectrónica e Sistemas Desordenados IEETA – Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro MA – Matemática e Aplicações MIA – Minerais Industriais e Argilas
Cinquenta a 70 mil euros por ano é o que custará à UA cada um destes investigadores, uma decisão arrojada numa altura em que se verifica uma retracção estatal no apoio orçamental destinado à investigação, salientou o docente. “É um investimento que fica caro. O apoio financeiro tem sido a nível interno e, tendo em conta os montantes que a UA retira do OE atribuído para a investigação, ela é talvez a única universidade do país que está a aplicar tanto dinheiro nessa área. Desde há cinco anos, com o lançamento do Programa Ciência, que não há um grande investimento em infra-estrutura científica. Se queremos ser competitivos temos que investir”.
QOPNA – Química Orgânica e de Produtos Naturais e Agro-Alimentares UniCA – Unidade de Investigação em Comunicação e Arte CEOC – Centro de Estudos em Optimização e Controlo
Laboratórios Associados CICECO – Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos IT – Instituto de Telecomunicações – Pólo da UA
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vem desses tempos e a sua atribuição surpreendeu o próprio homenageado. “Naquela altura, cada um dos alunos do 3º ano de doutoramento tinha que fazer um colóquio em âmbito departamental sobre o seu trabalho, cabendo ao melhor um prémio”, conta o professor e continuando, “a decisão cabia aos docentes do departamento e nesse ano o prémio foi-me atribuído, o que me causou alguma surpresa, já que a maioria dos meus colegas eram ingleses. Esse prémio consistiu em receber uma carta da Instituição alusiva ao facto e uma nota de 5 libras”.
José Cavaleiro Três décadas ao serviço da Química, na UA, reconhecidas com prémio Graças ao seu empenho e à obra científica produzida enquanto docente e investigador na Universidade de Aveiro, o Prof. Doutor José Cavaleiro, Professor Catedrático no Departamento de Química da UA, foi
Um prémio que “recebo com grande satisfação”, é como o Prof. Doutor José Cavaleiro caracteriza este ponto alto do seu já longo trajecto profissional, entendendo-o como “o reconhecimento de todo o meu passado e de todo o trabalho que desempenhei até agora, e especialmente do levado a cabo em Aveiro”. Instituído em 1981, pela Sociedade Portuguesa de Química, o prémio “Ferreira da Silva” é concedido a um químico português que, pela obra científica produzida em Portugal, tenha contribuído significativamente para o avanço da Química.
recentemente distinguido pela Sociedade Portuguesa de Química, com o prémio de carreira “Ferreira da Silva”. O primeiro investigador da área da Química Orgânica a receber esta distinção.
Efectivamente, foram cerca de três décadas de dedicação e devoção ao ensino e à ciência, a contribuir significativamente para o avanço da Química Orgânica, período esse que o homenageado recorda com prazer. Em anos já distantes, influenciado por um professor, o então jovem José Cavaleiro cedo optou pelas ciências, iniciando um trajecto que, em 1965, faria dele o primeiro licenciado da sua aldeia natal - Meãs, no concelho de Montemor-o-Velho.
Ingressa na carreira docente logo que termina a sua Licenciatura em Ciências Físico-Químicas na Universidade de Coimbra, iniciando-se como Assistente no Laboratório de Química dessa Universidade. Um ano depois parte para a Universidade de Lourenço Marques, acompanhando o Prof. Doutor Vitor P. Crespo, seu director departamental nessa Universidade. Aí teve oportunidade de leccionar aulas práticas e teorico-práticas de disciplinas de várias áreas da Química. Também teve a seu cargo a regência teórica da disciplina Química Orgânica, o que foi para si uma experiência determinante para inserir os seus interesses científicos nessa área. O seu primeiro prémio: 5 libras esterlinas A ligação à Universidade de Lourenço Marques e uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian foram as ajudas necessárias para conhecer novas realidades. Em Outubro de 1970 partiu para a Universidade de Liverpool à conquista de novos saberes. Aí trabalhou afincadamente, tendo, em Julho de 1973, concluído o Doutoramento em Química Orgânica. O seu primeiro prémio
De regresso a Lourenço Marques o Professor constata uma pequena mas promissora mudança de cenário. A Universidade adquirira entretanto algum material e equipamento, o que tornaria possível a realização de algum trabalho de investigação. Mas a primavera de Abril acabou por ditar o seu regresso a Portugal, tendo iniciado o serviço militar obrigatório na “famosa” incorporação de Outubro de 74. Após uma permanência, por alguns meses, no Quadro Geral de Adidos, tomou posse na Universidade de Aveiro, em Agosto de 1975, como Professor Auxiliar. Desde então tem participado na implementação e afirmação da Universidade em várias das suas vertentes. De docente e investigador a editor O ano de 1999 marca mais um significativo momento na carreira do Prof. Doutor José Cavaleiro. Várias sociedades europeias de Química, com a Sociedade Portuguesa de Química aí incluída, decidiram terminar as suas publicações científicas de índole nacional e, em substituição, criar em conjunto publicações ditas europeias. O Prof. José Cavaleiro é, então, convidado para integrar o grupo de editores científicos de uma dessas novas e importantes publicações de cariz internacional, o “European Journal of Organic Chemistry” (EurJOC). O Prof. José Cavaleiro confessa que aceitou com muito gosto, embora prevendo que isso lhe iria trazer
bastante trabalho. Tentou algumas vezes informar os colegas portugueses das vantagens de publicarem os seus bons trabalhos de Química Orgânica nessa revista. Apesar de reconhecer que “o desenvolvimento da investigação portuguesa de há quinze anos para cá tem sido bastante significativo, no EurJOC isso ainda não é muito visível dado o reduzido número de publicações portuguesas que lá têm aparecido”.
professor josé cavaleiro
dessas células. É a chamada terapia fotodinâmica já em uso em muitos países no tratamento de muitos tipos de cancros.
A Universidade de Aveiro, através do grupo de Química Orgânica e Produtos Naturais, coordenado pelo Prof. Doutor José Cavaleiro, tem estado envolvida em projectos nacionais e internacionais visando a síntese e avaliação biológica de muitos compostos sintetizados no grupo. Uma outra possível aplicação também em estudo considera o uso de metalo-porfirinas como catalisadores em
Tem vindo a leccionar disciplinas da área de Química Orgânica a cursos de Licenciatura e de Mestrado na Universidade de Aveiro, actividade que vai mantendo a par da sua investigação sobre porfirinas, flavonoides e compostos naturais. O Prof. Doutor José Cavaleiro confidencia ser um apaixonado pela Química e não concebe a sua vida sem a envolvente científica. Relembra as dificuldades nos princípios da Universidade de Aveiro e agora, com as condições actuais, gostaria de “andar por cá muito tempo”.
transformações oxidativas com peróxido de hidrogénio, um oxidante de eleição. Essas metaloporfirinas, segundo explicou o Professor, permitem então “transformar qualquer composto natural, abundante e com pouco valor, num outro mais valioso. Na UA faz-se síntese química, isto é, estudam-se as vias de preparação para novos compostos. Estamos bem posicionados relativamente às complexas tarefas de síntese, mas para a avaliação biológica deparamo-nos com algumas dificuldades, uma vez que isso terá que ser feito através de estudos interdisciplinares.
Contudo algumas acções já desenvolvidas levaramnos a resultados muito bons que nos permitiram já
Porfirinas: os compostos vitais
ter duas patentes registadas, uma sobre acção
Compostos de tipo porfirínico, geralmente na forma
virucida e a outra sobre acção fungicida de alguns
de complexos metálicos, desempenham funções
dos nossos compostos”. A realização desses
vitais na Natureza (na respiração, fotossíntese,
estudos interdisciplinares é uma questão com
destoxificação, etc). O reconhecimento de tal
alguma solução “intra-muros” no âmbito do
significado biológico tem levado a que tais
programa lançado recentemente pela UA na área
compostos tenham sido alvo, sobretudo a partir da
da Saúde. De facto, como avançou o investigador,
segunda guerra mundial, de estudos intensivos
“está a ser desenvolvido um projecto, com a
visando o estabelecimento de novas sínteses, o
colaboração dos Departamentos de Física e de
esclarecimento dos modos de acção e catabolismo,
Biologia, para, numa acção integrada entre os três
e particularmente a procura de potenciais
departamentos, poderem vir a ser validados para
aplicações, medicinais e outras, para os mesmos.
a área de diagnóstico alguns dos compostos que estamos a preparar”.
A aplicação em medicina é estudada desde há várias décadas. Tornou-se conhecido que alguns compostos desse tipo, se forem injectados em animais, poderão acumular-se preferencialmente em determinadas zonas, sobretudo malignas. Assim esses compostos, por serem fluorescentes, poderão ser utilizados como marcadores na localização de tumores. Além disso, sob acção de luz ou radiação adequada e controlada, esses compostos podem transformar o oxigénio normal, o que se respira, numa outra espécie muito reactiva. Esta espécie reactiva, gerada no local onde se concentra o composto, isto é, nas células doentes, reagirá com constituintes celulares, originando a destruição
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vem desses tempos e a sua atribuição surpreendeu o próprio homenageado. “Naquela altura, cada um dos alunos do 3º ano de doutoramento tinha que fazer um colóquio em âmbito departamental sobre o seu trabalho, cabendo ao melhor um prémio”, conta o professor e continuando, “a decisão cabia aos docentes do departamento e nesse ano o prémio foi-me atribuído, o que me causou alguma surpresa, já que a maioria dos meus colegas eram ingleses. Esse prémio consistiu em receber uma carta da Instituição alusiva ao facto e uma nota de 5 libras”.
José Cavaleiro Três décadas ao serviço da Química, na UA, reconhecidas com prémio Graças ao seu empenho e à obra científica produzida enquanto docente e investigador na Universidade de Aveiro, o Prof. Doutor José Cavaleiro, Professor Catedrático no Departamento de Química da UA, foi
Um prémio que “recebo com grande satisfação”, é como o Prof. Doutor José Cavaleiro caracteriza este ponto alto do seu já longo trajecto profissional, entendendo-o como “o reconhecimento de todo o meu passado e de todo o trabalho que desempenhei até agora, e especialmente do levado a cabo em Aveiro”. Instituído em 1981, pela Sociedade Portuguesa de Química, o prémio “Ferreira da Silva” é concedido a um químico português que, pela obra científica produzida em Portugal, tenha contribuído significativamente para o avanço da Química.
recentemente distinguido pela Sociedade Portuguesa de Química, com o prémio de carreira “Ferreira da Silva”. O primeiro investigador da área da Química Orgânica a receber esta distinção.
Efectivamente, foram cerca de três décadas de dedicação e devoção ao ensino e à ciência, a contribuir significativamente para o avanço da Química Orgânica, período esse que o homenageado recorda com prazer. Em anos já distantes, influenciado por um professor, o então jovem José Cavaleiro cedo optou pelas ciências, iniciando um trajecto que, em 1965, faria dele o primeiro licenciado da sua aldeia natal - Meãs, no concelho de Montemor-o-Velho.
Ingressa na carreira docente logo que termina a sua Licenciatura em Ciências Físico-Químicas na Universidade de Coimbra, iniciando-se como Assistente no Laboratório de Química dessa Universidade. Um ano depois parte para a Universidade de Lourenço Marques, acompanhando o Prof. Doutor Vitor P. Crespo, seu director departamental nessa Universidade. Aí teve oportunidade de leccionar aulas práticas e teorico-práticas de disciplinas de várias áreas da Química. Também teve a seu cargo a regência teórica da disciplina Química Orgânica, o que foi para si uma experiência determinante para inserir os seus interesses científicos nessa área. O seu primeiro prémio: 5 libras esterlinas A ligação à Universidade de Lourenço Marques e uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian foram as ajudas necessárias para conhecer novas realidades. Em Outubro de 1970 partiu para a Universidade de Liverpool à conquista de novos saberes. Aí trabalhou afincadamente, tendo, em Julho de 1973, concluído o Doutoramento em Química Orgânica. O seu primeiro prémio
De regresso a Lourenço Marques o Professor constata uma pequena mas promissora mudança de cenário. A Universidade adquirira entretanto algum material e equipamento, o que tornaria possível a realização de algum trabalho de investigação. Mas a primavera de Abril acabou por ditar o seu regresso a Portugal, tendo iniciado o serviço militar obrigatório na “famosa” incorporação de Outubro de 74. Após uma permanência, por alguns meses, no Quadro Geral de Adidos, tomou posse na Universidade de Aveiro, em Agosto de 1975, como Professor Auxiliar. Desde então tem participado na implementação e afirmação da Universidade em várias das suas vertentes. De docente e investigador a editor O ano de 1999 marca mais um significativo momento na carreira do Prof. Doutor José Cavaleiro. Várias sociedades europeias de Química, com a Sociedade Portuguesa de Química aí incluída, decidiram terminar as suas publicações científicas de índole nacional e, em substituição, criar em conjunto publicações ditas europeias. O Prof. José Cavaleiro é, então, convidado para integrar o grupo de editores científicos de uma dessas novas e importantes publicações de cariz internacional, o “European Journal of Organic Chemistry” (EurJOC). O Prof. José Cavaleiro confessa que aceitou com muito gosto, embora prevendo que isso lhe iria trazer
bastante trabalho. Tentou algumas vezes informar os colegas portugueses das vantagens de publicarem os seus bons trabalhos de Química Orgânica nessa revista. Apesar de reconhecer que “o desenvolvimento da investigação portuguesa de há quinze anos para cá tem sido bastante significativo, no EurJOC isso ainda não é muito visível dado o reduzido número de publicações portuguesas que lá têm aparecido”.
professor josé cavaleiro
dessas células. É a chamada terapia fotodinâmica já em uso em muitos países no tratamento de muitos tipos de cancros.
A Universidade de Aveiro, através do grupo de Química Orgânica e Produtos Naturais, coordenado pelo Prof. Doutor José Cavaleiro, tem estado envolvida em projectos nacionais e internacionais visando a síntese e avaliação biológica de muitos compostos sintetizados no grupo. Uma outra possível aplicação também em estudo considera o uso de metalo-porfirinas como catalisadores em
Tem vindo a leccionar disciplinas da área de Química Orgânica a cursos de Licenciatura e de Mestrado na Universidade de Aveiro, actividade que vai mantendo a par da sua investigação sobre porfirinas, flavonoides e compostos naturais. O Prof. Doutor José Cavaleiro confidencia ser um apaixonado pela Química e não concebe a sua vida sem a envolvente científica. Relembra as dificuldades nos princípios da Universidade de Aveiro e agora, com as condições actuais, gostaria de “andar por cá muito tempo”.
transformações oxidativas com peróxido de hidrogénio, um oxidante de eleição. Essas metaloporfirinas, segundo explicou o Professor, permitem então “transformar qualquer composto natural, abundante e com pouco valor, num outro mais valioso. Na UA faz-se síntese química, isto é, estudam-se as vias de preparação para novos compostos. Estamos bem posicionados relativamente às complexas tarefas de síntese, mas para a avaliação biológica deparamo-nos com algumas dificuldades, uma vez que isso terá que ser feito através de estudos interdisciplinares.
Contudo algumas acções já desenvolvidas levaramnos a resultados muito bons que nos permitiram já
Porfirinas: os compostos vitais
ter duas patentes registadas, uma sobre acção
Compostos de tipo porfirínico, geralmente na forma
virucida e a outra sobre acção fungicida de alguns
de complexos metálicos, desempenham funções
dos nossos compostos”. A realização desses
vitais na Natureza (na respiração, fotossíntese,
estudos interdisciplinares é uma questão com
destoxificação, etc). O reconhecimento de tal
alguma solução “intra-muros” no âmbito do
significado biológico tem levado a que tais
programa lançado recentemente pela UA na área
compostos tenham sido alvo, sobretudo a partir da
da Saúde. De facto, como avançou o investigador,
segunda guerra mundial, de estudos intensivos
“está a ser desenvolvido um projecto, com a
visando o estabelecimento de novas sínteses, o
colaboração dos Departamentos de Física e de
esclarecimento dos modos de acção e catabolismo,
Biologia, para, numa acção integrada entre os três
e particularmente a procura de potenciais
departamentos, poderem vir a ser validados para
aplicações, medicinais e outras, para os mesmos.
a área de diagnóstico alguns dos compostos que estamos a preparar”.
A aplicação em medicina é estudada desde há várias décadas. Tornou-se conhecido que alguns compostos desse tipo, se forem injectados em animais, poderão acumular-se preferencialmente em determinadas zonas, sobretudo malignas. Assim esses compostos, por serem fluorescentes, poderão ser utilizados como marcadores na localização de tumores. Além disso, sob acção de luz ou radiação adequada e controlada, esses compostos podem transformar o oxigénio normal, o que se respira, numa outra espécie muito reactiva. Esta espécie reactiva, gerada no local onde se concentra o composto, isto é, nas células doentes, reagirá com constituintes celulares, originando a destruição
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Línguas com novas licenciaturas Ambiente e Saúde com novos mestrados
novos cursos da ua São nove os cursos que vão funcionar pela primeira vez este ano lectivo, na Universidade de Aveiro. Cinco mestrados e três licenciaturas e, ainda, um Curso de Qualificação para o Exercício de outras Funções Educativas na área da Formação, Comunicação Educacional e Gestão de Informação.
novos cursos na ua
Depois do sucesso com a abertura da Licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, em 2001/2002, o Departamento de Línguas e Culturas avançou para a proposta de criação de três novos cursos de Licenciatura: Línguas, Literaturas e Culturas; Línguas e Administração Editorial; e Línguas e Tradução Especializada. O Senado aprovou-os por unanimidade e o primeiro dos quatro anos destas licenciaturas arranca já este ano lectivo.
licenciatura mantém a formação base que permitirá aos alunos, logo a partir do 2º ano, obterem formação nas áreas científicas opcionais de Ciências da Educação e de Didáctica e Tecnologia Educativa, e orientarem, assim, o seu percurso para a via ensino. Deste modo, a alteração, decorrente, em grande medida, das orientações dos acordos de Bolonha, incide sobre o modelo, e não sobre a possibilidade e a vontade de continuar a formar professores”.
ministrado em disciplinas como: Laboratório Multimédia; Projecto em Design; Direitos de Autor; Introdução à Ilustração; Ecdótica: Técnicas de Revisão. Já as competências exigidas para a promoção e colocação eficazes dos produtos editoriais junto dos consumidores vão ser adquiridas nas disciplinas de Introdução à Gestão; Introdução à Economia das Empresas; Orçamentação e Gestão de Projectos; e Marketing, entre outras.
Se até há bem pouco tempo, o Departamento de Línguas e Culturas da UA estava exclusivamente orientado para a formação de licenciados em ensino de línguas, a saturação do mercado de trabalho nesta área e a consequente quebra de procura destes cursos, tornou imperiosa a obrigação de repensar a oferta de formação graduada do Departamento, criando-se condições para atrair novas candidaturas. Desenharam-se, assim, cursos inovadores, com a introdução, nos planos de estudos, de novos cruzamentos de saberes. Mobilizaram-se e potenciaram-se os recursos humanos da UA e definiu-se o maior número possível de disciplinas comuns.
Línguas e Administração Editorial No que diz respeito à licenciatura em Línguas e Administração Editorial, a principal preocupação foi preencher as lacunas resultantes da actual inexistência, no panorama nacional, de cursos universitários de formação inicial nesta área de formação, respondendo às necessidades existentes no mercado de trabalho, reconhecidas pelos próprios representantes da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, e viabilizando a formação de competências nesta área profissional por parte de candidatos oriundos de países de língua portuguesa.
Esta licenciatura, que abriu com 25 vagas, compreende ainda disciplinas de opção que possibilitam a escolha de percursos diversificados nos três principais domínios do curso: Literatura (Literaturas de Língua Portuguesa); Tecnologia (Laboratório Multimédia III e IV); Design (Projecto em Design II).
Línguas, Literaturas e Culturas Possibilitando uma saída alternativa para os cursos de formação de professores, a licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas abriu com 30 vagas e vem criar espaço para as formações científicas específicas (literatura, cultura, linguística e língua, das áreas de especialidade – Português, Inglês, Francês, Alemão, Latim e Grego), a que darão continuidade os actuais cursos de pós-graduação nos diferentes ramos de estudo (Cursos de Formação Especializada e Mestrados em Estudos Portugueses, Estudos Franceses, Estudos Ingleses, Estudos Alemães, Estudos Clássicos). Deve sublinhar-se, contudo, afirma o Presidente do Conselho Directivo do Departamento de Línguas e Culturas, Prof. António José Miranda, que “a formação de professores de línguas não é interrompida, dado que esta nova
“O campo editorial exige, na actualidade, a agregação de um amplo e variado conjunto de saberes, que englobam a formação literária, linguística e cultural, o conhecimento dos meios de suporte e acompanhamento do processo editorial, e as competências para a promoção e colocação eficazes dos seus produtos junto dos consumidores”, adverte o Prof. Miranda, adiantando que a formação literária, linguística e cultural será contemplada num amplo elenco de disciplinas que incluem, entre outras, as de História do Livro e das Técnicas Gráficas; Sociologia do Livro e da Leitura; Língua, Literatura e Cultura Portuguesas; Língua, Literatura e Cultura Inglesas; Língua, Literatura e Cultura de outra língua europeia (Alemão, Francês, Espanhol); e História da Arte. Por seu turno, o conhecimento dos meios de suporte técnico e de acompanhamento do processo editorial será
Línguas e Tradução Especializada Com 30 vagas arranca a licenciatura em Línguas e Tradução Especializada, cujo objectivo é dar resposta à inexistência em Portugal de um curso com uma configuração curricular que contempla duas línguas estrangeiras, a língua materna, componentes tecnológicas relativas ao trabalho de tradução e a oferta de um leque diversificado de áreas de especialização. Além disso, é ainda objectivo deste curso responder de forma inovadora às necessidades de tradução, sobretudo no segmento de tradução especializada em diferentes áreas do saber científico e tecnológico e abrir caminho à criação de cursos de pós-graduação em sectores específicos da tradução especializada. De acordo com o Prof. António José Miranda, “a crescente especialização da tradução decorre da diversificação dos meios tecnológicos colocados à sua disposição e das exigências que os vários campos do saber impõem à sua realização”. Os conteúdos programáticos da área específica das metodologias e tecnologias que assistem a tradução, como processo e
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Línguas com novas licenciaturas Ambiente e Saúde com novos mestrados
novos cursos da ua São nove os cursos que vão funcionar pela primeira vez este ano lectivo, na Universidade de Aveiro. Cinco mestrados e três licenciaturas e, ainda, um Curso de Qualificação para o Exercício de outras Funções Educativas na área da Formação, Comunicação Educacional e Gestão de Informação.
novos cursos na ua
Depois do sucesso com a abertura da Licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, em 2001/2002, o Departamento de Línguas e Culturas avançou para a proposta de criação de três novos cursos de Licenciatura: Línguas, Literaturas e Culturas; Línguas e Administração Editorial; e Línguas e Tradução Especializada. O Senado aprovou-os por unanimidade e o primeiro dos quatro anos destas licenciaturas arranca já este ano lectivo.
licenciatura mantém a formação base que permitirá aos alunos, logo a partir do 2º ano, obterem formação nas áreas científicas opcionais de Ciências da Educação e de Didáctica e Tecnologia Educativa, e orientarem, assim, o seu percurso para a via ensino. Deste modo, a alteração, decorrente, em grande medida, das orientações dos acordos de Bolonha, incide sobre o modelo, e não sobre a possibilidade e a vontade de continuar a formar professores”.
ministrado em disciplinas como: Laboratório Multimédia; Projecto em Design; Direitos de Autor; Introdução à Ilustração; Ecdótica: Técnicas de Revisão. Já as competências exigidas para a promoção e colocação eficazes dos produtos editoriais junto dos consumidores vão ser adquiridas nas disciplinas de Introdução à Gestão; Introdução à Economia das Empresas; Orçamentação e Gestão de Projectos; e Marketing, entre outras.
Se até há bem pouco tempo, o Departamento de Línguas e Culturas da UA estava exclusivamente orientado para a formação de licenciados em ensino de línguas, a saturação do mercado de trabalho nesta área e a consequente quebra de procura destes cursos, tornou imperiosa a obrigação de repensar a oferta de formação graduada do Departamento, criando-se condições para atrair novas candidaturas. Desenharam-se, assim, cursos inovadores, com a introdução, nos planos de estudos, de novos cruzamentos de saberes. Mobilizaram-se e potenciaram-se os recursos humanos da UA e definiu-se o maior número possível de disciplinas comuns.
Línguas e Administração Editorial No que diz respeito à licenciatura em Línguas e Administração Editorial, a principal preocupação foi preencher as lacunas resultantes da actual inexistência, no panorama nacional, de cursos universitários de formação inicial nesta área de formação, respondendo às necessidades existentes no mercado de trabalho, reconhecidas pelos próprios representantes da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, e viabilizando a formação de competências nesta área profissional por parte de candidatos oriundos de países de língua portuguesa.
Esta licenciatura, que abriu com 25 vagas, compreende ainda disciplinas de opção que possibilitam a escolha de percursos diversificados nos três principais domínios do curso: Literatura (Literaturas de Língua Portuguesa); Tecnologia (Laboratório Multimédia III e IV); Design (Projecto em Design II).
Línguas, Literaturas e Culturas Possibilitando uma saída alternativa para os cursos de formação de professores, a licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas abriu com 30 vagas e vem criar espaço para as formações científicas específicas (literatura, cultura, linguística e língua, das áreas de especialidade – Português, Inglês, Francês, Alemão, Latim e Grego), a que darão continuidade os actuais cursos de pós-graduação nos diferentes ramos de estudo (Cursos de Formação Especializada e Mestrados em Estudos Portugueses, Estudos Franceses, Estudos Ingleses, Estudos Alemães, Estudos Clássicos). Deve sublinhar-se, contudo, afirma o Presidente do Conselho Directivo do Departamento de Línguas e Culturas, Prof. António José Miranda, que “a formação de professores de línguas não é interrompida, dado que esta nova
“O campo editorial exige, na actualidade, a agregação de um amplo e variado conjunto de saberes, que englobam a formação literária, linguística e cultural, o conhecimento dos meios de suporte e acompanhamento do processo editorial, e as competências para a promoção e colocação eficazes dos seus produtos junto dos consumidores”, adverte o Prof. Miranda, adiantando que a formação literária, linguística e cultural será contemplada num amplo elenco de disciplinas que incluem, entre outras, as de História do Livro e das Técnicas Gráficas; Sociologia do Livro e da Leitura; Língua, Literatura e Cultura Portuguesas; Língua, Literatura e Cultura Inglesas; Língua, Literatura e Cultura de outra língua europeia (Alemão, Francês, Espanhol); e História da Arte. Por seu turno, o conhecimento dos meios de suporte técnico e de acompanhamento do processo editorial será
Línguas e Tradução Especializada Com 30 vagas arranca a licenciatura em Línguas e Tradução Especializada, cujo objectivo é dar resposta à inexistência em Portugal de um curso com uma configuração curricular que contempla duas línguas estrangeiras, a língua materna, componentes tecnológicas relativas ao trabalho de tradução e a oferta de um leque diversificado de áreas de especialização. Além disso, é ainda objectivo deste curso responder de forma inovadora às necessidades de tradução, sobretudo no segmento de tradução especializada em diferentes áreas do saber científico e tecnológico e abrir caminho à criação de cursos de pós-graduação em sectores específicos da tradução especializada. De acordo com o Prof. António José Miranda, “a crescente especialização da tradução decorre da diversificação dos meios tecnológicos colocados à sua disposição e das exigências que os vários campos do saber impõem à sua realização”. Os conteúdos programáticos da área específica das metodologias e tecnologias que assistem a tradução, como processo e
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produto, estão contemplados nas disciplinas de Tecnologias Aplicadas à Tradução; Teoria e Metodologia da Tradução; Tradução Audiovisual; Localização; e Terminologia.
educativa de quadros qualificados para gerirem e tomarem decisões relacionadas com a Educação em Línguas no contexto da gestão curricular do 1º Ciclo do Ensino Básico, bem como desenvolver nos formandos saberes, competências e atitudes investigativas e criar espaços de reflexão epistemológica, orientada para as finalidades formativas e sociais da Educação em Línguas.
Refere ainda o mesmo docente que “nas primeiras edições do curso, a especialização vai centrar-se na área da Saúde e Ciências da Vida, e a formação contemplar a nomenclatura, os processos, as especificidades discursivas e os géneros textuais desta área do saber, com disciplinas como: Nomenclatura e Conhecimento Científico; Química da Vida; Nomenclatura das Ciências Biomédicas, e Biologia. Em edições posteriores será aberta a especialização da área das Ciências Sociais e Administração Pública e, posteriormente, outras especializações que vierem a revelar-se oportunas no contexto profissional”. À semelhança do que tem vindo a acontecer desde a abertura da licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, o Presidente do Conselho Directivo do Departamento está confiante. “Contamos que estas três novas licenciaturas correspondam em igual medida às nossas expectativas, isto é 100% de inscrições em todos os anos”. Novos mestrados em Educação… É já sabido que a Universidade de Aveiro tem desempenhado um papel importante na formação de professores. Com o novo mestrado em Educação em Línguas no 1º Ciclo do Ensino Básico, esta instituição pretende aprofundar a formação dos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, de modo a permitir-hes compreender a importância de uma adequada educação em Línguas, capacitando-os, assim, a intervir de forma fundamentada nas suas próprias escolas e na comunidade em que estas se inserem. São objectivos centrais deste mestrado promover o sucesso educativo, através da criação de condições propiciadoras a novas práticas pedagógico-didácticas, dotar as estruturas de coordenação
O Mestrado dirige-se a docentes do 1º Ciclo do Ensino Básico, docentes do Ensino Superior com responsabilidades na área da Educação em Línguas ligada à formação de professores para o 1º Ciclo, nomeadamente em Didáctica/metodologia da Língua Materna, do Português Língua não Materna e das Línguas Estrangeiras, e ainda a outros profissionais envolvidos em projectos de intervenção educativa nestes domínios. … Planeamento do Território… Pioneira, a nível nacional, na criação de um curso superior inteiramente dedicado ao Planeamento Regional e Urbano, a Universidade de Aveiro vai igualmente passar a ministrar um novo programa de formação pós-graduada em Planeamento do Território que compreende os mestrados em Planeamento do Território – Ordenamento da Cidade; Planeamento do Território – Inovação e Políticas do Desenvolvimento; Planeamento do Território – Riscos Naturais e Tecnológicos. O primeiro destes três novos mestrados tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento científico e pedagógico do Planeamento Regional e Urbano no domínio do urbanismo, assim como para o melhor ordenamento do território e para uma maior influência e divulgação do projecto PRU. Terá, por isso, na sua componente lectiva módulos de Ambiente, Desenvolvimento, Mobilidade, Execução Urbanística e Planeamento da Cidade. Os destinatários preferenciais deste curso são os técnicos actualmente a desempenhar funções de decisão e investigadores no domínio do urbanismo, bem como técnicos de câmaras municipais, das Comissões de Coordenação
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e Desenvolvimento Regional, de gabinetes de planeamento e urbanismo e estudantes de pós-graduação em urbanismo ou em outros domínios com ele confluentes detentores de formação superior diversificada. O Mestrado em Planeamento do Território – Inovação e Políticas do Desenvolvimento destina-se fundamentalmente a licenciados que pretendam promover a capacidade de análise das dinâmicas e estratégias de desenvolvimento do território, queiram desenvolver competências para a aplicação do conhecimento – Ciência, Tecnologia, Inovação – em dinâmicas sócio-económicas e territoriais; ambicionem avaliar a eficiência e eficácia dos processos de transferência de conhecimento; e desejem aprofundar conhecimentos sobre princípios, políticas e programas de promoção do desenvolvimento económico a nível local, regional, nacional e da União Europeia. A construção de políticas capazes de estimular processos de aprendizagem que articulem Ciência e Tecnologia com as dinâmicas sócioculturais territoriais é o objectivo central deste Mestrado. O Mestrado em Planeamento do Território – Riscos Naturais e Tecnológicos visa abordar as várias situações de risco, fornecer instrumentos para a sua avaliação e gestão e possibilitar formas de actuação consentâneas com as consequências, no sentido de melhorar a prevenção e minimizar os prejuízos ambientais e sócio-económicos. Uma vez que a temática dos riscos naturais e tecnológicos não pode ser actualmente abordada numa só perspectiva, este Mestrado promove um conhecimento interdisciplinar (ciências sociais, ciências da terra e engenharias). Dirige-se a profissionais em áreas em que a prevenção, avaliação e gestão de riscos se constitui como uma componente importante na sua actividade, bem como a técnicos da administração central e local, da protecção civil, seguros, serviços financeiros e de saúde,
técnicos da indústria, dos transportes, actividades portuárias, e ainda dos PALOP’s, Norte de África e América Latina, … e Enfermagem A evolução dos conhecimentos em Ciências da Saúde, o percurso epistemológico do saber em Enfermagem, tanto a nível da formação como do desenvolvimento profissional, criaram exigências de formação aprofundada neste domínio. Na verdade, para além da necessidade de consolidação de quadros docentes nas escolas superiores de enfermagem/saúde, em virtude da sua integração no ensino superior, o impacto do desenvolvimento científico e tecnológico na prestação dos cuidados de saúde e na organização dos serviços, as exigências sociais caracterizadas por um desejável acesso generalizado aos cuidados de saúde primária e uma atenção a uma população envelhecida, justificam a criação de um mestrado em Enfermagem. Este mestrado, integrado no programa de pós-graduação para a área de Ciências da Saúde, dirige-se exclusiva-
mente a enfermeiros, e contemplará quatro áreas de especialização: Enfermagem Comunitária, Enfermagem Gerontológica, Avaliação da Qualidade em Serviços de Enfermagem, e Informação e Procedimentos de Enfermagem. Curso de Qualificação O novo curso de qualificação para o exercício de outras funções educativas na área de formação de comunicação educacional e gestão de informação “Tecnologias na Comunicação Educacional e na Gestão da Informação” dirige-se a professores com um mínimo de cinco anos de serviço docente, titulares do grau de bacharel ou equivalente. O objectivo é requalificar/reorientar professores e educadores de infância, licenciados ou bacharéis, tornando-os aptos para o exercício de novas funções educativas, designadamente: coordenação e/ou gestão de Centros de Recursos de Escolas; promoção, desenvolvimento e avaliação de projectos de intervenção a nível de escola ou do agrupamento na área do curso; formação de outros professores/educadores (da escola ou do agrupamento) e, assim, potenciar o papel multiplicador da
formação e desenvolvimento de competências na área do ensino e da formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). A criação deste curso justifica-se, desde logo, pela informatização dos diferentes sectores da sociedade que colocam novos desafios à escola, pelo diagnóstico das necessidades de formação de professores para uma efectiva integração das TIC em contexto educativo, e pela necessidade de requalificação dos professores, enquanto processo de valorização do sistema educativo. O curso deverá funcionar em horário pós-laboral conferindo o grau de licenciado aos professores e educadores de infância detentores do grau de bacharel (ou equivalente) que o concluam com sucesso. Informações adicionais sobre todos estes cursos poderão ser obtidas em: http://acesso.ua.pt e http://www.posgrad.ua.pt/
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produto, estão contemplados nas disciplinas de Tecnologias Aplicadas à Tradução; Teoria e Metodologia da Tradução; Tradução Audiovisual; Localização; e Terminologia.
educativa de quadros qualificados para gerirem e tomarem decisões relacionadas com a Educação em Línguas no contexto da gestão curricular do 1º Ciclo do Ensino Básico, bem como desenvolver nos formandos saberes, competências e atitudes investigativas e criar espaços de reflexão epistemológica, orientada para as finalidades formativas e sociais da Educação em Línguas.
Refere ainda o mesmo docente que “nas primeiras edições do curso, a especialização vai centrar-se na área da Saúde e Ciências da Vida, e a formação contemplar a nomenclatura, os processos, as especificidades discursivas e os géneros textuais desta área do saber, com disciplinas como: Nomenclatura e Conhecimento Científico; Química da Vida; Nomenclatura das Ciências Biomédicas, e Biologia. Em edições posteriores será aberta a especialização da área das Ciências Sociais e Administração Pública e, posteriormente, outras especializações que vierem a revelar-se oportunas no contexto profissional”. À semelhança do que tem vindo a acontecer desde a abertura da licenciatura em Línguas e Relações Empresariais, o Presidente do Conselho Directivo do Departamento está confiante. “Contamos que estas três novas licenciaturas correspondam em igual medida às nossas expectativas, isto é 100% de inscrições em todos os anos”. Novos mestrados em Educação… É já sabido que a Universidade de Aveiro tem desempenhado um papel importante na formação de professores. Com o novo mestrado em Educação em Línguas no 1º Ciclo do Ensino Básico, esta instituição pretende aprofundar a formação dos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, de modo a permitir-hes compreender a importância de uma adequada educação em Línguas, capacitando-os, assim, a intervir de forma fundamentada nas suas próprias escolas e na comunidade em que estas se inserem. São objectivos centrais deste mestrado promover o sucesso educativo, através da criação de condições propiciadoras a novas práticas pedagógico-didácticas, dotar as estruturas de coordenação
O Mestrado dirige-se a docentes do 1º Ciclo do Ensino Básico, docentes do Ensino Superior com responsabilidades na área da Educação em Línguas ligada à formação de professores para o 1º Ciclo, nomeadamente em Didáctica/metodologia da Língua Materna, do Português Língua não Materna e das Línguas Estrangeiras, e ainda a outros profissionais envolvidos em projectos de intervenção educativa nestes domínios. … Planeamento do Território… Pioneira, a nível nacional, na criação de um curso superior inteiramente dedicado ao Planeamento Regional e Urbano, a Universidade de Aveiro vai igualmente passar a ministrar um novo programa de formação pós-graduada em Planeamento do Território que compreende os mestrados em Planeamento do Território – Ordenamento da Cidade; Planeamento do Território – Inovação e Políticas do Desenvolvimento; Planeamento do Território – Riscos Naturais e Tecnológicos. O primeiro destes três novos mestrados tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento científico e pedagógico do Planeamento Regional e Urbano no domínio do urbanismo, assim como para o melhor ordenamento do território e para uma maior influência e divulgação do projecto PRU. Terá, por isso, na sua componente lectiva módulos de Ambiente, Desenvolvimento, Mobilidade, Execução Urbanística e Planeamento da Cidade. Os destinatários preferenciais deste curso são os técnicos actualmente a desempenhar funções de decisão e investigadores no domínio do urbanismo, bem como técnicos de câmaras municipais, das Comissões de Coordenação
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e Desenvolvimento Regional, de gabinetes de planeamento e urbanismo e estudantes de pós-graduação em urbanismo ou em outros domínios com ele confluentes detentores de formação superior diversificada. O Mestrado em Planeamento do Território – Inovação e Políticas do Desenvolvimento destina-se fundamentalmente a licenciados que pretendam promover a capacidade de análise das dinâmicas e estratégias de desenvolvimento do território, queiram desenvolver competências para a aplicação do conhecimento – Ciência, Tecnologia, Inovação – em dinâmicas sócio-económicas e territoriais; ambicionem avaliar a eficiência e eficácia dos processos de transferência de conhecimento; e desejem aprofundar conhecimentos sobre princípios, políticas e programas de promoção do desenvolvimento económico a nível local, regional, nacional e da União Europeia. A construção de políticas capazes de estimular processos de aprendizagem que articulem Ciência e Tecnologia com as dinâmicas sócioculturais territoriais é o objectivo central deste Mestrado. O Mestrado em Planeamento do Território – Riscos Naturais e Tecnológicos visa abordar as várias situações de risco, fornecer instrumentos para a sua avaliação e gestão e possibilitar formas de actuação consentâneas com as consequências, no sentido de melhorar a prevenção e minimizar os prejuízos ambientais e sócio-económicos. Uma vez que a temática dos riscos naturais e tecnológicos não pode ser actualmente abordada numa só perspectiva, este Mestrado promove um conhecimento interdisciplinar (ciências sociais, ciências da terra e engenharias). Dirige-se a profissionais em áreas em que a prevenção, avaliação e gestão de riscos se constitui como uma componente importante na sua actividade, bem como a técnicos da administração central e local, da protecção civil, seguros, serviços financeiros e de saúde,
técnicos da indústria, dos transportes, actividades portuárias, e ainda dos PALOP’s, Norte de África e América Latina, … e Enfermagem A evolução dos conhecimentos em Ciências da Saúde, o percurso epistemológico do saber em Enfermagem, tanto a nível da formação como do desenvolvimento profissional, criaram exigências de formação aprofundada neste domínio. Na verdade, para além da necessidade de consolidação de quadros docentes nas escolas superiores de enfermagem/saúde, em virtude da sua integração no ensino superior, o impacto do desenvolvimento científico e tecnológico na prestação dos cuidados de saúde e na organização dos serviços, as exigências sociais caracterizadas por um desejável acesso generalizado aos cuidados de saúde primária e uma atenção a uma população envelhecida, justificam a criação de um mestrado em Enfermagem. Este mestrado, integrado no programa de pós-graduação para a área de Ciências da Saúde, dirige-se exclusiva-
mente a enfermeiros, e contemplará quatro áreas de especialização: Enfermagem Comunitária, Enfermagem Gerontológica, Avaliação da Qualidade em Serviços de Enfermagem, e Informação e Procedimentos de Enfermagem. Curso de Qualificação O novo curso de qualificação para o exercício de outras funções educativas na área de formação de comunicação educacional e gestão de informação “Tecnologias na Comunicação Educacional e na Gestão da Informação” dirige-se a professores com um mínimo de cinco anos de serviço docente, titulares do grau de bacharel ou equivalente. O objectivo é requalificar/reorientar professores e educadores de infância, licenciados ou bacharéis, tornando-os aptos para o exercício de novas funções educativas, designadamente: coordenação e/ou gestão de Centros de Recursos de Escolas; promoção, desenvolvimento e avaliação de projectos de intervenção a nível de escola ou do agrupamento na área do curso; formação de outros professores/educadores (da escola ou do agrupamento) e, assim, potenciar o papel multiplicador da
formação e desenvolvimento de competências na área do ensino e da formação em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). A criação deste curso justifica-se, desde logo, pela informatização dos diferentes sectores da sociedade que colocam novos desafios à escola, pelo diagnóstico das necessidades de formação de professores para uma efectiva integração das TIC em contexto educativo, e pela necessidade de requalificação dos professores, enquanto processo de valorização do sistema educativo. O curso deverá funcionar em horário pós-laboral conferindo o grau de licenciado aos professores e educadores de infância detentores do grau de bacharel (ou equivalente) que o concluam com sucesso. Informações adicionais sobre todos estes cursos poderão ser obtidas em: http://acesso.ua.pt e http://www.posgrad.ua.pt/
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Horizontes Sociais
O Boletim “Horizontes Sociais”, cujo primeiro número foi publicado em 2001, constitui o meio normal e regular de divulgação da informação processada pelo Observatório Permanente de Desenvolvimento Social de Aveiro, pretendendo ser um barómetro da conjuntura social da cidade e concelho. Com uma periodicidade anual, nele é divulgado regularmente um conjunto de indicadores de desenvolvimento social relativos às condições de vida da população da cidade e do concelho de Aveiro e apresentada uma análise sintética das mudanças ocorridas no período a que cada número se refere. Esses indicadores são o resultado da pesquisa realizada no âmbito do projecto Observatório Permanente de Desenvolvimento Social (OPDS), que se iniciou no ano 2000 por iniciativa da Universidade de Aveiro e co-financiado, desde 2002, pela Câmara Municipal de Aveiro, Administração Regional de Saúde do Centro – Sub-Região de Saúde de Aveiro e Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Aveiro. Esta revista destina-se, em geral, à comunidade aveirense e, em particular, aos profissionais de saúde e acção social que exercem a sua actividade junto da população socialmente mais vulnerável do concelho. Apresenta informação semi-elaborada e sem grande tratamento analítico, embora rigorosa, pretendendo-se que seja acessível a toda a população e útil para quem tem a responsabilidade de intervir no âmbito do desenvolvimento social no concelho de Aveiro. Tem sido concebida como um instrumento para o conhecimento das mudanças sociais, facilitador da implementação de estratégias de intervenção
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O Barão de Branquinho da Fonseca e de Luís de Sttau Monteiro ajustadas a essas transformações. De facto, no âmbito do desenvolvimento social a observação continuada das condições de vida dos indivíduos e das famílias, dos problemas que enfrentam e das medidas destinadas a combatê-los revelase uma estratégia decisiva e fecunda, dada a extrema variabilidade dos fenómenos sociais. No seu propósito de aumentar o conhecimento da realidade social local, os trabalhos de pesquisa divulgados nesta publicação não prescindem da contribuição de todas as instituições produtoras de informação, cooperando para elevar a quantidade e qualidade da informação e para ajustar os indicadores e as análises às próprias instituições. Coordenação Liliana Sousa e Pedro Hespanha, Observatório Permanente de Desenvolvimento Social da UA Edição Universidade de Aveiro / Observatório Permanente de Desenvolvimento Social da UA, 2004 Páginas 115 ISSN 1645-0906
Partindo de uma reflexão sobre os aspectos teóricos da narratividade que enforma os textos literários narrativos e os textos dramáticos, este ensaio centra-se na análise e na interpretação da narrativa breve O Barão, que Branquinho da Fonseca, sob o pseudónimo de António Madeira, publicou em 1942, na colecção «As melhores novelas dos melhores novelistas», da Editorial Inquérito, e da sua adaptação projectada para o teatro, em 1964, por Luís de Sttau Monteiro. No capítulo em que analisa a novela, a autora começa por mostrar, noutras obras de Branquinho da Fonseca, a sugestão de uma zona de mistério e complexidade psicológica, em certos casos tornada imperscrutável, pela incomunicabilidade que corrói a existência das personagens. No caso de O Barão, ainda mais difícil se torna a apreensão dessa realidade existencial de frustrações e incompletudes, que impulsiona um anacrónico Barão a actos de violência latente, mas, ao mesmo tempo, de uma tocante fragilidade, resultantes da vivência obsessiva de um amor impossível e da sua profunda necessidade da presença humana, numa recôndita aldeia da serra do Barroso, de costumes arcaicos e como que irremediavelmente petrificados no tempo. As dificuldades de interpretação da novela são acrescidas pelo facto de tudo nos ser narrado por um inspector das escolas de instrução primária, cujas observações nem sempre são fiáveis, dado que, como narrador e como personagem, encontra-se sujeito a diversas limitações de perspectiva: não apenas pelo seu desconhecimento do espaço físico e social, e pelos mistérios parcialmente aflorados nas
publicações
CiberMat: Parque Virtual para o Ensino da Matemática a Crianças com Necessidades Especiais penumbras da noite passada no solar do Barão, mas sobretudo pelos próprios complexos psicológicos e recalques inconscientes do ser humano que o constitui, a quem Luís de Sttau Monteiro atribui a consciência de ser «um pesapapéis sem Bela Adormecida e sem alma para a ter», resultado do automatismo e da burocratização da vida moderna. A autora comenta os principais textos exegéticos da novela, em especial no que se refere à problemática do superior realismo de Branquinho da Fonseca, e analisa, no texto dramático, a interpretação pessoal que dela elabora Luís de Sttau Monteiro, privilegiando, pela ostensividade dos meios visuais e sonoros da arte teatral, os elementos que funcionam como símbolos da necessidade de expressão da criatividade e de comunicação entre os seres humanos. Autora Maria Saraiva de Jesus, Professora do Departamento de Línguas e Culturas da UA ( 2004) Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 110 ISBN 972-8021-92-5
O cd-rom CiberMat é um ambiente virtual baseado na representação de um parque infantil e tem como principal objectivo a introdução de conceitos matemáticos a crianças com necessidades especiais (proporcionando um leque de interfaces adaptadas), permitindo desenvolver actividades correspondentes ao curriculum escolar e produzir relatórios que facilitem o acompanhamento da aprendizagem. Ao entrar no CiberMat deparamo-nos com um parque infantil, com árvores, flores, baloiços, brinquedos, etc, o qual está dividido por áreas e cada uma delas corresponde a um grupo de ensino: conceitos verbais relativos à numeração – espaço (atrás e à frente); conceitos verbais relativos à numeração – dimensões (mais pequeno e maior); conceitos verbais relativos à numeração – quantidade (tanto como, mais/menos, muitos/poucos, só um); contagem (cardinal e ordinal); enumeração e transformação de quantidades; comparação de quantidades (mais e menos). Cada grupo de ensino é constituído pelas animações e por uma sequência de jogos/exercícios relacionados com os respectivos conceitos matemáticos. Com a sua génese no Projecto Desenvolvimento de Novas Estratégias para a Introdução de Conceitos Matemáticos do Programa Cite 2000, do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, o CiberMat foi desenvolvido por uma equipa constituída por investigadores da Universidade de Aveiro/IEETA e por técnicos do Núcleo Regional Norte e do Núcleo Regional Sul da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral. Coordenação Nelson Rocha, Director da ESSUA Coordenação Técnica Clara Sousa Edição Universidade de Aveiro, 2004
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Horizontes Sociais
O Boletim “Horizontes Sociais”, cujo primeiro número foi publicado em 2001, constitui o meio normal e regular de divulgação da informação processada pelo Observatório Permanente de Desenvolvimento Social de Aveiro, pretendendo ser um barómetro da conjuntura social da cidade e concelho. Com uma periodicidade anual, nele é divulgado regularmente um conjunto de indicadores de desenvolvimento social relativos às condições de vida da população da cidade e do concelho de Aveiro e apresentada uma análise sintética das mudanças ocorridas no período a que cada número se refere. Esses indicadores são o resultado da pesquisa realizada no âmbito do projecto Observatório Permanente de Desenvolvimento Social (OPDS), que se iniciou no ano 2000 por iniciativa da Universidade de Aveiro e co-financiado, desde 2002, pela Câmara Municipal de Aveiro, Administração Regional de Saúde do Centro – Sub-Região de Saúde de Aveiro e Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Aveiro. Esta revista destina-se, em geral, à comunidade aveirense e, em particular, aos profissionais de saúde e acção social que exercem a sua actividade junto da população socialmente mais vulnerável do concelho. Apresenta informação semi-elaborada e sem grande tratamento analítico, embora rigorosa, pretendendo-se que seja acessível a toda a população e útil para quem tem a responsabilidade de intervir no âmbito do desenvolvimento social no concelho de Aveiro. Tem sido concebida como um instrumento para o conhecimento das mudanças sociais, facilitador da implementação de estratégias de intervenção
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O Barão de Branquinho da Fonseca e de Luís de Sttau Monteiro ajustadas a essas transformações. De facto, no âmbito do desenvolvimento social a observação continuada das condições de vida dos indivíduos e das famílias, dos problemas que enfrentam e das medidas destinadas a combatê-los revelase uma estratégia decisiva e fecunda, dada a extrema variabilidade dos fenómenos sociais. No seu propósito de aumentar o conhecimento da realidade social local, os trabalhos de pesquisa divulgados nesta publicação não prescindem da contribuição de todas as instituições produtoras de informação, cooperando para elevar a quantidade e qualidade da informação e para ajustar os indicadores e as análises às próprias instituições. Coordenação Liliana Sousa e Pedro Hespanha, Observatório Permanente de Desenvolvimento Social da UA Edição Universidade de Aveiro / Observatório Permanente de Desenvolvimento Social da UA, 2004 Páginas 115 ISSN 1645-0906
Partindo de uma reflexão sobre os aspectos teóricos da narratividade que enforma os textos literários narrativos e os textos dramáticos, este ensaio centra-se na análise e na interpretação da narrativa breve O Barão, que Branquinho da Fonseca, sob o pseudónimo de António Madeira, publicou em 1942, na colecção «As melhores novelas dos melhores novelistas», da Editorial Inquérito, e da sua adaptação projectada para o teatro, em 1964, por Luís de Sttau Monteiro. No capítulo em que analisa a novela, a autora começa por mostrar, noutras obras de Branquinho da Fonseca, a sugestão de uma zona de mistério e complexidade psicológica, em certos casos tornada imperscrutável, pela incomunicabilidade que corrói a existência das personagens. No caso de O Barão, ainda mais difícil se torna a apreensão dessa realidade existencial de frustrações e incompletudes, que impulsiona um anacrónico Barão a actos de violência latente, mas, ao mesmo tempo, de uma tocante fragilidade, resultantes da vivência obsessiva de um amor impossível e da sua profunda necessidade da presença humana, numa recôndita aldeia da serra do Barroso, de costumes arcaicos e como que irremediavelmente petrificados no tempo. As dificuldades de interpretação da novela são acrescidas pelo facto de tudo nos ser narrado por um inspector das escolas de instrução primária, cujas observações nem sempre são fiáveis, dado que, como narrador e como personagem, encontra-se sujeito a diversas limitações de perspectiva: não apenas pelo seu desconhecimento do espaço físico e social, e pelos mistérios parcialmente aflorados nas
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CiberMat: Parque Virtual para o Ensino da Matemática a Crianças com Necessidades Especiais penumbras da noite passada no solar do Barão, mas sobretudo pelos próprios complexos psicológicos e recalques inconscientes do ser humano que o constitui, a quem Luís de Sttau Monteiro atribui a consciência de ser «um pesapapéis sem Bela Adormecida e sem alma para a ter», resultado do automatismo e da burocratização da vida moderna. A autora comenta os principais textos exegéticos da novela, em especial no que se refere à problemática do superior realismo de Branquinho da Fonseca, e analisa, no texto dramático, a interpretação pessoal que dela elabora Luís de Sttau Monteiro, privilegiando, pela ostensividade dos meios visuais e sonoros da arte teatral, os elementos que funcionam como símbolos da necessidade de expressão da criatividade e de comunicação entre os seres humanos. Autora Maria Saraiva de Jesus, Professora do Departamento de Línguas e Culturas da UA ( 2004) Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 110 ISBN 972-8021-92-5
O cd-rom CiberMat é um ambiente virtual baseado na representação de um parque infantil e tem como principal objectivo a introdução de conceitos matemáticos a crianças com necessidades especiais (proporcionando um leque de interfaces adaptadas), permitindo desenvolver actividades correspondentes ao curriculum escolar e produzir relatórios que facilitem o acompanhamento da aprendizagem. Ao entrar no CiberMat deparamo-nos com um parque infantil, com árvores, flores, baloiços, brinquedos, etc, o qual está dividido por áreas e cada uma delas corresponde a um grupo de ensino: conceitos verbais relativos à numeração – espaço (atrás e à frente); conceitos verbais relativos à numeração – dimensões (mais pequeno e maior); conceitos verbais relativos à numeração – quantidade (tanto como, mais/menos, muitos/poucos, só um); contagem (cardinal e ordinal); enumeração e transformação de quantidades; comparação de quantidades (mais e menos). Cada grupo de ensino é constituído pelas animações e por uma sequência de jogos/exercícios relacionados com os respectivos conceitos matemáticos. Com a sua génese no Projecto Desenvolvimento de Novas Estratégias para a Introdução de Conceitos Matemáticos do Programa Cite 2000, do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, o CiberMat foi desenvolvido por uma equipa constituída por investigadores da Universidade de Aveiro/IEETA e por técnicos do Núcleo Regional Norte e do Núcleo Regional Sul da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral. Coordenação Nelson Rocha, Director da ESSUA Coordenação Técnica Clara Sousa Edição Universidade de Aveiro, 2004
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Formação e Inovação no Ensino Superior Com a Declaração de Bolonha ou sem ela e toda a discussão, nem sempre conduzida da forma mais coerente e eficaz, que se tem gerado à sua volta, uma realidade incontornável se apresenta e é aceite por todos aqueles que estudam, investigam ou, simplesmente, se interessam e preocupam com a problemática da transformação ou, até, da transmutação do ensino superior. Referimonos à ideia da necessidade de uma mudança profunda e, porventura, radical que, de algum modo, atravessa o livro “Formação e Inovação no Ensino Superior”. Uma mudança que, na opinião do autor, terá de passar por verdadeiras rupturas sobretudo ao nível das atitudes e das concepções e girar em torno de diversos factores: os actores da formação (alunos, docentes e outros agentes educativos e administrativos), os curricula como instrumentos de formação, os lugares, os tempos, os recursos materiais e a sua organização e gestão. Porém, estes factores deverão ter subjacente uma dinâmica investigativa e inovadora séria, rigorosa e sistematizada, sem as quais não haverá mudança que valha, pois uma verdadeira mudança, transformação ou transmutação exigem, certamente, rupturas quer ao nível das atitudes e das concepções quer ao nível dos métodos, das estratégias e das políticas. A esta luz, o leitor não deverá pretender encontrar neste livro soluções ou receitas para os males de que enferma o ensino superior pois, segundo o autor desta obra, o sistema está esgotado, não obstante a persistência e esforço de alguns que teimam em não querer admiti-lo. Trata-se antes de uma simples, despretenciosa e profunda reflexão dirigida a todos aqueles que trabalham ou se interessam por um maior sucesso do ensino superior mesmo que isso implique mudar de ideias, mais disponibilidade e mais
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outubro ‘04
Apprendre à Lire en Français
trabalho e dedicação para a sua transformação ou transmutação. Este constitui também um grande desafio que deixamos ao longo das suas 160 páginas. O ensino superior, nos seus subsistemas precisa de uma nova alma que o revitalize por dentro e não de mais cosméticas como muitas daquelas em que as diferentes comissões em torno da Declaração de Bolonha se têm entretido a discutir no decorrer destes últimos tempos sobre se se deve ou não optar por ciclos de 4+1+3 ou 3+2+3 ou outro modelo qualquer. Estes problemas deverão ser resolvidos rapidamente para que a verdadeira discussão que é urgente fazer se centre sobre as melhores formas e, se possível, as mais inovadoras e adequadas, para repensar e implementar uma formação europeia mais coerente e eficaz em consonância com os grandes ideais dos cidadãos europeus e de cada País Membro e que essa mudança aconteça efectivamente no interior das diferentes instituições de formação. Esta publicação, porém, não se reduz à formação de educadores e formadores quer ela se inscreva num perfil de monodocência ou pluridocência, mas a todas as formas e tipos de formação de verdadeiros profissionais capazes e competentes seja ao nível de graduação, de especialização ou pós-graduação tendo em conta a actividade que se possa vir a exercer. Autor José Tavares, Professor do Departamento de Ciências da Educação da UA Edição Porto Editora, 2004 Páginas 160 ISBN 972-0-34735-X
O CD-Rom “Apprendre à lire en Français” constitui um material multimédia dirigido a lusófonos que pretendem iniciar-se na aprendizagem do Francês, língua próxima mas desconhecida, e visa, essencialmente, o desenvolvimento de competências de compreensão escrita. Em termos de pressupostos didácticos, procura-se explorar a proximidade linguística entre as línguas românicas, tendo como base a sua origem comum, o latim, rentabilizando-se as relações que o aprendente é capaz de estabelecer entre a sua língua materna e a língua-alvo, passando eventualmente por outras línguas da mesma família com as quais já tenham contactado. “Apprendre à lire en Français” foi produzido no quadro do projecto Galatea: Apprentissage de la Compréhension en Langues Voisines – Domaine Roman, um projecto europeu que decorreu entre 1995-1999, coordenado pelo Centre de Didactique des Langues da Université Stendhal, Grenoble III – França, e que agrupou cinco equipas de quatro países de língua românica (Portugal, França, Espanha e Itália). O objectivo foi desenvolver produtos multimédia que permitissem ao locutor de línguas românicas mobilizar rapidamente a capacidade de compreender uma língua da mesma família da sua mas que lhe fosse desconhecida.
publicações
Livro de Pano: Momentos de ludicidade construtiva nas práticas pedagógicas portuguesas No caso português, este projecto resultou na construção deste CD-Rom, assente na rentabilização do grau de parentesco entre as línguas românicas e composto por seis módulos em que se procura consciencializar o utilizador para o mundo da latinidade, para as estratégias de leitura utilizadas e para a possibilidade de rentabilizar conhecimentos prévios. Concepção Didáctica Ana Isabel Andrade e Maria Helena Araújo e Sá, Professoras do Departamento de Didáctica e Tecnologia da Educação da UA Colaboração Maria de Fátima Almeida Edição Universidade de Aveiro
“Livro de Pano: Momentos de ludicidade construtiva nas práticas pedagógicas portuguesas” resultou de um projecto interdisciplinar e em parceria sobre a construção do livro de pano que se desenvolveu, na Universidade de Aveiro, sob a coordenação da Professora Jucimara Rojas, estagiária de Pós-doutoramento na UA, em colaboração com os docentes e as educadoras nas actividades da Prática Pedagógica para educadores de infância, com base num protocolo de cooperação entre a UA e a Universidade de Mato Grosso do Sul. O Projecto “Livro de Pano – Ludicidade, Parceria e Práxis-Projeto LP” teve como objecto de estudo a ludicidade, formação e práxis do educador de infância. Segundo a autora “primamos por trabalhar a prática desse educador enquanto processo metodológico no locus de acção. Com essa construtividade pretendemos demonstrar que a estratégia é auxílio metodológico e compromisso na acção. Não enfatizamos apenas uma linha teórica, mas optamos por construir a teoria de forma interdisciplinar mostrando o valor do sujeito no processo que habita. Em uma axiologia de saberes já contextualizados e em outros, ainda não vistos, permitimo-nos elaborar, reflectir e equacionar momentos da ludicidade do Educador de Infância, formador/formando, em escolas portuguesas. Legitimamos que a feitura de tal processo construtivo nos demanda um exercício intelectual elaborativo teóricoprático e prático-teórico paralelos, concretizando e efectivando a práxis. Vislumbramos uma intencionalidade prática, numa visão poliocular em que tentamos compreender e, não apenas explicar, os
momentos lúdicos que se vão sucedendo. (…)Delimitamos um primeiro momento, o que chamamos de um caminho de construção, cuja presença do veículo estratégico livro-de-panoLP, é a solidez para uma abertura construtiva na prática pedagógica do educador de infância, em escolas portuguesas, e, um segundo momento, conjugando por meio de diferentes olhares em busca de uma cultura lúdica, alicerces de construção significativos à uma praxiologia do educador de infância. Percebemos ainda várias visões teóricas, estilos e pensares que fazem a interdisciplinaridade construtiva da prática pedagógica, em Educação de Infância do Departamento de Ciências da Educação, na Universidade de Aveiro». O «Livro de Pano: Momentos de Ludicidade Construtiva nas Práticas Pedagógicas Portuguesas» como todos os outros livros do mundo pressupõe uma verdadeira construção de conhecimento nos seus diferentes níveis de acção dos sujeitos sobre os objectos, as situações, os acontecimentos no seu próprio acontecer livre e espontâneo quer ao nível sensorial, perceptivo, imaginativo, intuitivo, conceptual, crítico, inferencial, criativo e decisório. Autora Jucimara Rojas, estagiária de Pós-doutoramento na Universidade de Aveiro Edição Universidade de Aveiro, 2004 ISBN 972-789-106-3
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Formação e Inovação no Ensino Superior Com a Declaração de Bolonha ou sem ela e toda a discussão, nem sempre conduzida da forma mais coerente e eficaz, que se tem gerado à sua volta, uma realidade incontornável se apresenta e é aceite por todos aqueles que estudam, investigam ou, simplesmente, se interessam e preocupam com a problemática da transformação ou, até, da transmutação do ensino superior. Referimonos à ideia da necessidade de uma mudança profunda e, porventura, radical que, de algum modo, atravessa o livro “Formação e Inovação no Ensino Superior”. Uma mudança que, na opinião do autor, terá de passar por verdadeiras rupturas sobretudo ao nível das atitudes e das concepções e girar em torno de diversos factores: os actores da formação (alunos, docentes e outros agentes educativos e administrativos), os curricula como instrumentos de formação, os lugares, os tempos, os recursos materiais e a sua organização e gestão. Porém, estes factores deverão ter subjacente uma dinâmica investigativa e inovadora séria, rigorosa e sistematizada, sem as quais não haverá mudança que valha, pois uma verdadeira mudança, transformação ou transmutação exigem, certamente, rupturas quer ao nível das atitudes e das concepções quer ao nível dos métodos, das estratégias e das políticas. A esta luz, o leitor não deverá pretender encontrar neste livro soluções ou receitas para os males de que enferma o ensino superior pois, segundo o autor desta obra, o sistema está esgotado, não obstante a persistência e esforço de alguns que teimam em não querer admiti-lo. Trata-se antes de uma simples, despretenciosa e profunda reflexão dirigida a todos aqueles que trabalham ou se interessam por um maior sucesso do ensino superior mesmo que isso implique mudar de ideias, mais disponibilidade e mais
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Apprendre à Lire en Français
trabalho e dedicação para a sua transformação ou transmutação. Este constitui também um grande desafio que deixamos ao longo das suas 160 páginas. O ensino superior, nos seus subsistemas precisa de uma nova alma que o revitalize por dentro e não de mais cosméticas como muitas daquelas em que as diferentes comissões em torno da Declaração de Bolonha se têm entretido a discutir no decorrer destes últimos tempos sobre se se deve ou não optar por ciclos de 4+1+3 ou 3+2+3 ou outro modelo qualquer. Estes problemas deverão ser resolvidos rapidamente para que a verdadeira discussão que é urgente fazer se centre sobre as melhores formas e, se possível, as mais inovadoras e adequadas, para repensar e implementar uma formação europeia mais coerente e eficaz em consonância com os grandes ideais dos cidadãos europeus e de cada País Membro e que essa mudança aconteça efectivamente no interior das diferentes instituições de formação. Esta publicação, porém, não se reduz à formação de educadores e formadores quer ela se inscreva num perfil de monodocência ou pluridocência, mas a todas as formas e tipos de formação de verdadeiros profissionais capazes e competentes seja ao nível de graduação, de especialização ou pós-graduação tendo em conta a actividade que se possa vir a exercer. Autor José Tavares, Professor do Departamento de Ciências da Educação da UA Edição Porto Editora, 2004 Páginas 160 ISBN 972-0-34735-X
O CD-Rom “Apprendre à lire en Français” constitui um material multimédia dirigido a lusófonos que pretendem iniciar-se na aprendizagem do Francês, língua próxima mas desconhecida, e visa, essencialmente, o desenvolvimento de competências de compreensão escrita. Em termos de pressupostos didácticos, procura-se explorar a proximidade linguística entre as línguas românicas, tendo como base a sua origem comum, o latim, rentabilizando-se as relações que o aprendente é capaz de estabelecer entre a sua língua materna e a língua-alvo, passando eventualmente por outras línguas da mesma família com as quais já tenham contactado. “Apprendre à lire en Français” foi produzido no quadro do projecto Galatea: Apprentissage de la Compréhension en Langues Voisines – Domaine Roman, um projecto europeu que decorreu entre 1995-1999, coordenado pelo Centre de Didactique des Langues da Université Stendhal, Grenoble III – França, e que agrupou cinco equipas de quatro países de língua românica (Portugal, França, Espanha e Itália). O objectivo foi desenvolver produtos multimédia que permitissem ao locutor de línguas românicas mobilizar rapidamente a capacidade de compreender uma língua da mesma família da sua mas que lhe fosse desconhecida.
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Livro de Pano: Momentos de ludicidade construtiva nas práticas pedagógicas portuguesas No caso português, este projecto resultou na construção deste CD-Rom, assente na rentabilização do grau de parentesco entre as línguas românicas e composto por seis módulos em que se procura consciencializar o utilizador para o mundo da latinidade, para as estratégias de leitura utilizadas e para a possibilidade de rentabilizar conhecimentos prévios. Concepção Didáctica Ana Isabel Andrade e Maria Helena Araújo e Sá, Professoras do Departamento de Didáctica e Tecnologia da Educação da UA Colaboração Maria de Fátima Almeida Edição Universidade de Aveiro
“Livro de Pano: Momentos de ludicidade construtiva nas práticas pedagógicas portuguesas” resultou de um projecto interdisciplinar e em parceria sobre a construção do livro de pano que se desenvolveu, na Universidade de Aveiro, sob a coordenação da Professora Jucimara Rojas, estagiária de Pós-doutoramento na UA, em colaboração com os docentes e as educadoras nas actividades da Prática Pedagógica para educadores de infância, com base num protocolo de cooperação entre a UA e a Universidade de Mato Grosso do Sul. O Projecto “Livro de Pano – Ludicidade, Parceria e Práxis-Projeto LP” teve como objecto de estudo a ludicidade, formação e práxis do educador de infância. Segundo a autora “primamos por trabalhar a prática desse educador enquanto processo metodológico no locus de acção. Com essa construtividade pretendemos demonstrar que a estratégia é auxílio metodológico e compromisso na acção. Não enfatizamos apenas uma linha teórica, mas optamos por construir a teoria de forma interdisciplinar mostrando o valor do sujeito no processo que habita. Em uma axiologia de saberes já contextualizados e em outros, ainda não vistos, permitimo-nos elaborar, reflectir e equacionar momentos da ludicidade do Educador de Infância, formador/formando, em escolas portuguesas. Legitimamos que a feitura de tal processo construtivo nos demanda um exercício intelectual elaborativo teóricoprático e prático-teórico paralelos, concretizando e efectivando a práxis. Vislumbramos uma intencionalidade prática, numa visão poliocular em que tentamos compreender e, não apenas explicar, os
momentos lúdicos que se vão sucedendo. (…)Delimitamos um primeiro momento, o que chamamos de um caminho de construção, cuja presença do veículo estratégico livro-de-panoLP, é a solidez para uma abertura construtiva na prática pedagógica do educador de infância, em escolas portuguesas, e, um segundo momento, conjugando por meio de diferentes olhares em busca de uma cultura lúdica, alicerces de construção significativos à uma praxiologia do educador de infância. Percebemos ainda várias visões teóricas, estilos e pensares que fazem a interdisciplinaridade construtiva da prática pedagógica, em Educação de Infância do Departamento de Ciências da Educação, na Universidade de Aveiro». O «Livro de Pano: Momentos de Ludicidade Construtiva nas Práticas Pedagógicas Portuguesas» como todos os outros livros do mundo pressupõe uma verdadeira construção de conhecimento nos seus diferentes níveis de acção dos sujeitos sobre os objectos, as situações, os acontecimentos no seu próprio acontecer livre e espontâneo quer ao nível sensorial, perceptivo, imaginativo, intuitivo, conceptual, crítico, inferencial, criativo e decisório. Autora Jucimara Rojas, estagiária de Pós-doutoramento na Universidade de Aveiro Edição Universidade de Aveiro, 2004 ISBN 972-789-106-3
Linhas
Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências É importante fomentar o entusiasmo de todos os cidadãos, em particular dos mais jovens, pelo estudo das Ciências como a melhor forma de que podemos dispor para o conhecimento do mundo natural. Disso depende em boa parte não só o desenvolvimento científico/tecnológico das sociedades modernas, mas também a capacidade de todos poderem participar na construção de sociedades que se querem livres e democráticas. No entanto, é hoje patente a existência de um divórcio de um número substancial de jovens portugueses por estudos científico/tecnológicos. Temos massificação do ensino mas não da aprendizagem e, por isso mesmo, a Educação em Ciência que temos não ajuda demasiados jovens a perceberem porque é que é importante aprender ciências ou, dito de outra maneira, a não perderem uma boa oportunidade de ter uma outra perspectiva de compreensão do mundo (certamente mais rica do que a visão limitada oriunda do senso comum), o que é preocupante. Para quem, como os autores desta obra, entende a ciência como um dos marcos culturais da humanidade e exemplo de criatividade e inteligência humanas, a defesa de uma tradição científica passa por sermos capazes de facultar aos jovens experiências de aprendizagem que lhe permitam apreciar a vitalidade dessa tradição científica. Aos professores de Ciências cabe, assim, uma tarefa de primeiro relevo já que, para os autores de «Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências», eles continuam a ser os agentes centrais (e tantas vezes esquecidos) da inovação do ensino. É, pois para eles que em primeiro
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O Ensino Técnico em Portugal
lugar, este livro se dirige, incluindo os professores do 1º ciclo do ensino básico, que é por onde o ensino inovador das Ciências deve começar. Em “Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências”, defende-se através de três exemplos recentes, realizados nas nossas escolas, que a inovação no ensino das Ciências passa necessariamente por uma reflexão epistemológica sobre o sentido da própria Ciência que se ensina e não só sobre métodos e técnicas pedagógicas de cariz essencialmente instrumental. Os exemplos apresentados são para estudo crítico e não têm qualquer intenção prescritiva. Para ser consciente a inovação faz-se no dia a dia da acção docente e a sua maior riqueza reside em não seguir nenhum estereótipo. Autores António Cachapuz, Professor do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, João Praia, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Manuela Jorge, Professora na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Edição Ministério da Educação, 2004 Páginas 353 ISBN 972-783-083-8
O papel do Estudo Técnico na actualidade educativa nacional e brasileira é a proposta que nos trazem duas das mais recentes publicações editadas pela UA. Um conjunto de estudos que incidem sobre as oportunidades e limitações de uma formação com um vínculo de conexão umbilical ao mundo do trabalho, a exigir dos cursos uma especificidade incontestavelmente pragmática. Nascido a pretexto do projecto de trabalho sobre o ensino técnico e profissional em Portugal e no Brasil, envolvendo investigadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, este trabalho sobre o Ensino Técnico em Portugal acabou por se transformar num roteiro histórico da evolução do ensino técnico e profissional de nível secundário no nosso país. No plano cronológico descreve e vai reflectindo sobre os seus principais movimentos desde a fundação da Aula do Comércio em 1759, comummente aceite como ponto de partida deste tipo de ensino em Portugal, até à análise dos documentos principais referentes à última reforma do ensino tecnológico e profissional, no âmbito da reforma do ensino secundário, cuja aprovação definitiva ocorreu já no ano de 2004. Tendo como principal fio condutor a análise da evolução do currículo prescrito nos textos legais, segue uma linha cronológica de apresentação dos factos sem esquecer a sua contextualização em termos históricos e políticos para cada um dos períodos tratados – desde a Aula do Comércio
publicações
O Ensino técnico em Portugal e no Brasil: uma perspectiva da realidade e o Marquês de Pombal, às diversas etapas do liberalismo oitocentista (a importância da legislação de Passos Manuel, mas sobretudo a de Fontes Pereira de Melo e a acção de António Augusto de Aguiar), à obra da 1ª República, da Ditadura Nacional e do Estado Novo, à Revolução do 25 de Abril, à Lei de Bases do Sistema Educativo de 1986 e até às reformas mais recentes. Nele perpassam igualmente problemáticas como a dicotomia humanismo versus técnica, ensino teórico e ensino profissional, liceu e escola técnica, bem como os condicionalismos sociais que lhe andam associados. Autores Luís Pardal e Alexandre Ventura, Professores do Departamento de Ciências da Educação da UA e Carlos Dias, Mestre em Ciências da Educação na especialidade de Análise Social e Administração da Educação pela UA Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 149 ISBN 972-789-099-7
“O Ensino técnico em Portugal e no Brasil: uma perspectiva da realidade” trata-se de uma publicação constituída por dois estudos sobre a situação actual do ensino técnico e profissional em Portugal e no Brasil ao nível do ensino secundário (nomenclatura portuguesa) e do ensino médio (nomenclatura brasileira). Têm em comum não só a área de incidência mas também a metodologia seguida, o estudo de caso, mas não foram concebidos nem podem ser entendidos como estudos comparativos das duas realidades. Os cinco casos estudados em Portugal envolvem cursos tecnológicos de duas escolas secundárias do ensino público (Informática e Electrónica) e três de escolas profissionais (Telecomunicações, Turismo e Mecatrónica), estas com uma lógica privada de funcionamento, ainda que uma delas, excepcionalmente, seja de iniciativa e propriedade públicas. Ao longo de sete capítulos tentam discutir-se as tendências actuais do ensino técnico e profissional, procura caracterizar-se a realidade portuguesa actual e contextualizar as escolas estudadas, identificar os actores e os seus percursos, reflectir sobre a formação, as expectativas e níveis de satisfação, sobre o currículo e as ligações ao mundo do trabalho. No caso brasileiro, o estudo envolveu cursos de três escolas da região de São Paulo (Informática Diurno, Turismo Nocturno, Regular Nocturno e Regular Diurno) procurando caracterizá-las do ponto de vista da sua inserção local, da organização e dos cursos que oferecem, descrevendo e reflectindo sobre o perfil dos alunos e dos professores, bem como sobre as opiniões, as expectativas e competências de que são portadores.
Autores Luís Pardal, Professor do Departamento de Ciências da Educação da UA, Carlos Dias, Mestre em Ciências da Educação na especialidade de Análise Social e Administração da Educação pela UA, Maria Laura Franco, Gláucia Novaes e Clarilza Prado Sousa Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 185 ISBN 972-789-103-9
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Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências É importante fomentar o entusiasmo de todos os cidadãos, em particular dos mais jovens, pelo estudo das Ciências como a melhor forma de que podemos dispor para o conhecimento do mundo natural. Disso depende em boa parte não só o desenvolvimento científico/tecnológico das sociedades modernas, mas também a capacidade de todos poderem participar na construção de sociedades que se querem livres e democráticas. No entanto, é hoje patente a existência de um divórcio de um número substancial de jovens portugueses por estudos científico/tecnológicos. Temos massificação do ensino mas não da aprendizagem e, por isso mesmo, a Educação em Ciência que temos não ajuda demasiados jovens a perceberem porque é que é importante aprender ciências ou, dito de outra maneira, a não perderem uma boa oportunidade de ter uma outra perspectiva de compreensão do mundo (certamente mais rica do que a visão limitada oriunda do senso comum), o que é preocupante. Para quem, como os autores desta obra, entende a ciência como um dos marcos culturais da humanidade e exemplo de criatividade e inteligência humanas, a defesa de uma tradição científica passa por sermos capazes de facultar aos jovens experiências de aprendizagem que lhe permitam apreciar a vitalidade dessa tradição científica. Aos professores de Ciências cabe, assim, uma tarefa de primeiro relevo já que, para os autores de «Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências», eles continuam a ser os agentes centrais (e tantas vezes esquecidos) da inovação do ensino. É, pois para eles que em primeiro
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O Ensino Técnico em Portugal
lugar, este livro se dirige, incluindo os professores do 1º ciclo do ensino básico, que é por onde o ensino inovador das Ciências deve começar. Em “Ciência, Educação em Ciência e Ensino das Ciências”, defende-se através de três exemplos recentes, realizados nas nossas escolas, que a inovação no ensino das Ciências passa necessariamente por uma reflexão epistemológica sobre o sentido da própria Ciência que se ensina e não só sobre métodos e técnicas pedagógicas de cariz essencialmente instrumental. Os exemplos apresentados são para estudo crítico e não têm qualquer intenção prescritiva. Para ser consciente a inovação faz-se no dia a dia da acção docente e a sua maior riqueza reside em não seguir nenhum estereótipo. Autores António Cachapuz, Professor do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, João Praia, Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Manuela Jorge, Professora na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Edição Ministério da Educação, 2004 Páginas 353 ISBN 972-783-083-8
O papel do Estudo Técnico na actualidade educativa nacional e brasileira é a proposta que nos trazem duas das mais recentes publicações editadas pela UA. Um conjunto de estudos que incidem sobre as oportunidades e limitações de uma formação com um vínculo de conexão umbilical ao mundo do trabalho, a exigir dos cursos uma especificidade incontestavelmente pragmática. Nascido a pretexto do projecto de trabalho sobre o ensino técnico e profissional em Portugal e no Brasil, envolvendo investigadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, este trabalho sobre o Ensino Técnico em Portugal acabou por se transformar num roteiro histórico da evolução do ensino técnico e profissional de nível secundário no nosso país. No plano cronológico descreve e vai reflectindo sobre os seus principais movimentos desde a fundação da Aula do Comércio em 1759, comummente aceite como ponto de partida deste tipo de ensino em Portugal, até à análise dos documentos principais referentes à última reforma do ensino tecnológico e profissional, no âmbito da reforma do ensino secundário, cuja aprovação definitiva ocorreu já no ano de 2004. Tendo como principal fio condutor a análise da evolução do currículo prescrito nos textos legais, segue uma linha cronológica de apresentação dos factos sem esquecer a sua contextualização em termos históricos e políticos para cada um dos períodos tratados – desde a Aula do Comércio
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O Ensino técnico em Portugal e no Brasil: uma perspectiva da realidade e o Marquês de Pombal, às diversas etapas do liberalismo oitocentista (a importância da legislação de Passos Manuel, mas sobretudo a de Fontes Pereira de Melo e a acção de António Augusto de Aguiar), à obra da 1ª República, da Ditadura Nacional e do Estado Novo, à Revolução do 25 de Abril, à Lei de Bases do Sistema Educativo de 1986 e até às reformas mais recentes. Nele perpassam igualmente problemáticas como a dicotomia humanismo versus técnica, ensino teórico e ensino profissional, liceu e escola técnica, bem como os condicionalismos sociais que lhe andam associados. Autores Luís Pardal e Alexandre Ventura, Professores do Departamento de Ciências da Educação da UA e Carlos Dias, Mestre em Ciências da Educação na especialidade de Análise Social e Administração da Educação pela UA Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 149 ISBN 972-789-099-7
“O Ensino técnico em Portugal e no Brasil: uma perspectiva da realidade” trata-se de uma publicação constituída por dois estudos sobre a situação actual do ensino técnico e profissional em Portugal e no Brasil ao nível do ensino secundário (nomenclatura portuguesa) e do ensino médio (nomenclatura brasileira). Têm em comum não só a área de incidência mas também a metodologia seguida, o estudo de caso, mas não foram concebidos nem podem ser entendidos como estudos comparativos das duas realidades. Os cinco casos estudados em Portugal envolvem cursos tecnológicos de duas escolas secundárias do ensino público (Informática e Electrónica) e três de escolas profissionais (Telecomunicações, Turismo e Mecatrónica), estas com uma lógica privada de funcionamento, ainda que uma delas, excepcionalmente, seja de iniciativa e propriedade públicas. Ao longo de sete capítulos tentam discutir-se as tendências actuais do ensino técnico e profissional, procura caracterizar-se a realidade portuguesa actual e contextualizar as escolas estudadas, identificar os actores e os seus percursos, reflectir sobre a formação, as expectativas e níveis de satisfação, sobre o currículo e as ligações ao mundo do trabalho. No caso brasileiro, o estudo envolveu cursos de três escolas da região de São Paulo (Informática Diurno, Turismo Nocturno, Regular Nocturno e Regular Diurno) procurando caracterizá-las do ponto de vista da sua inserção local, da organização e dos cursos que oferecem, descrevendo e reflectindo sobre o perfil dos alunos e dos professores, bem como sobre as opiniões, as expectativas e competências de que são portadores.
Autores Luís Pardal, Professor do Departamento de Ciências da Educação da UA, Carlos Dias, Mestre em Ciências da Educação na especialidade de Análise Social e Administração da Educação pela UA, Maria Laura Franco, Gláucia Novaes e Clarilza Prado Sousa Edição Universidade de Aveiro, 2004 Páginas 185 ISBN 972-789-103-9
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candidaturas, nas áreas de Economia, Engenharias, Contabilidade, tanto de licenciados pela Universidade de Aveiro como por outras universidades e de alunos que estão a terminar o curso. Agora vamos integrar todos os currículos na nossa base de dados e assim que surjam pedidos dos nossos clientes com o perfil destes candidatos, vamos contactá-los para marcar entrevistas”.
feira de emprego quatro anos de sucesso Acabar o curso e entrar de imediato no mercado de trabalho é a aspiração da maioria dos estudantes do ensino superior. É a pensar nesta legítima ambição de finalistas e recém-licenciados e na sua rápida inserção no mercado de trabalho que a Universidade de Aveiro promove há já quatro anos a Feira de Emprego. Ao mesmo tempo, a UA dispõe de um Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, continua a cimentar relações de cooperação com instituições de cariz potencialmente empregador e, através da Associação Académica, vai brevemente dispor de uma UNIVA.
A par das iniciativas dos vários departamentos da Universidade que permitem assegurar a oferta de estágios curriculares aos alunos de grande parte dos cursos da UA e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, designadamente ao nível de recolha e divulgação de ofertas de emprego e estágios e da colocação e acompanhamento em empregos e estágios, a Feira de Emprego é uma excelente iniciativa para colocar em diálogo directo potenciais recrutadores e candidatos a estágios ou ao primeiro emprego. À semelhança do que aconteceu nas primeiras três edições da Feira de Emprego, a Universidade montou uma tenda na alameda do Campus universitário onde albergou, no início de Maio, várias empresas, o IEFP, organismos ligados à formação e emprego, e agências de recrutamento de recursos humanos nas mais diversas áreas. Por aquele espaço passaram milhares de finalistas e recém-licenciados das várias áreas de formação da Universidade de Aveiro e até de outras universidades do país. Ao mesmo tempo, numa sala do edifício da Reitoria, entidades ligadas à formação e à temática do emprego deram a
conhecer aos estudantes da UA as melhores técnicas de procura de emprego, as várias ofertas de formação especializada que constituem alternativa a uma situação de não emprego, o leque de programas de estágio nacionais e estrangeiros ou os passos a dar quando se pretende enveredar pelo empreendedorismo. Para as empresas que aceitaram o convite da UA, este diálogo directo com os candidatos a estágio ou primeiro emprego que a Feira de Emprego proporciona é uma óptima oportunidade para empresas e candidatos se darem a conhecer, estabelecerem contactos, perceberem as competências que adquirem nos seus percursos de formação e concluírem que, por vezes, podem exercer funções que vão para além das suas expectativas. Susana Marques, responsável de selecção na agência de Aveiro da Adecco – Recursos Humanos, considera esta iniciativa da Universidade de Aveiro excelente para quem anda à procura de emprego e também para as próprias empresas que estão representadas. “Passou imensa gente por aqui ao longo destes três dias. Até agora posso assegurar que recebemos cerca de 150
Para Regina Sachetti, responsável pela organização e gestão de recursos na Inova-Ria – um cluster de 18 empresas de telecomunicações, a Feira de Emprego da UA é uma iniciativa muito importante para os alunos que estão a terminar o curso e para aqueles que já procuram o seu primeiro emprego. “Os currículos que recebemos são analisados e seleccionados de acordo com as necessidades das 18 empresas pertencentes à Inova-Ria. Quem visitou a Feira de Emprego ficou a saber quem somos, quais os nossos objectivos na região e detalhes sobre o Programa Talento InovaRia 2004, direccionado a estagiários”. Já Ana Sofia Casais, responsável pela comunicação e recrutamento da Altran em Portugal e do Grupo, a nível internacional, não tem dúvidas em afirmar que a Feira de Emprego da UA é uma excelente iniciativa que devia ser adoptada por todas as universidades. “A atitude por parte dos visitantes desta Feira de Emprego de ter já um currículo elaborado surpreendeu-me pela positiva. Tento sempre evitar que as pessoas deixem o seu currículo sem saberem o que é a Altran ou pelo menos sem conhecerem as oportunidades de recrutamento que existem. Neste momento existem oportunidades, sobretudo nas áreas de engenharia. A nossa presença aqui tem por objectivo conhecer pessoas com diferentes perfis e escolher as melhores. Vamos fazer uma primeira triagem e analisar as competências das pessoas. Nas edições anteriores integramos candidatos da Universidade de Aveiro. Todos os currículos que chegam até nós têm necessariamente uma resposta. Se for positiva, os
candidatos são convidados a ir a uma primeira entrevista. Se for negativa, há uma base de dados interna, a que têm acesso as quatro empresas do grupo Altran em Portugal.” Oportunidades move visitantes Aos recém-licenciados é a expectativa de virem a conseguir uma oportunidade que os move. Dora Zita Teixeira, 29 anos, licenciou-se em Engenharia e Gestão Industrial na UA, em 1998. Já trabalhou numa empresa de consultadoria em Aveiro e na Associação Industrial, onde tentou implementar um gabinete de qualidade, mas por questões financeiras, terminado o contrato, acabou por ficar desempregada. “É por este motivo que estou na Feira de Emprego da UA. Tenho esperança de vir a conseguir emprego. Estão cá grandes empresas. E uma coisa é certa: todas as empresas presentes nos dão uma resposta, ao contrário do que acontece quando nos candidatamos por outras vias. No ano passado vim à Feira de Emprego e fui chamada a uma entrevista.”. Filipe Cravo, 25 anos, já andou em Ensino de Electrónica e Informática, mas decidiu optar por um curso com uma forte componente prática e é agora aluno do 3º ano de Engenharia Electromecânica, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda. “Embora esteja convencido de que o meu curso tem boas saídas profissionais, começo agora a preocupar-me com o assunto. Por isso, vim conhecer e estabelecer contactos com as empresas”. Liliana Rodrigues, 26 anos, concluiu o bacharelato em Contabilidade e Administração e terminou a licenciatura em Auditoria em 2003. “Ainda não tive qualquer experiência profissional, tirando um trabalho de auditoria a uma empresa ainda no âmbito do curso, por isso ando a tentar encontrar emprego. Já fui a uma Feira de Emprego em Sever do Vouga mas tinha muito menos empresas representadas que esta da Universidade de Aveiro. Acho esta iniciativa muito positiva porque nos permite conhecer
feira de emprego
empresas e darmo-nos a conhecer a essas mesmas empresas. É uma forma concreta de entregarmos currículos e aguardar uma oportunidade”. O aumento das hipóteses de emprego para os estudantes da Universidade de Aveiro é para o Vice-Reitor, Prof. Fernando Marques, a grande mais-valia da Feira de Emprego. “Todos os anos mais de mil currículos são entregues pelos estudantes e recém-licenciados que passam nesta Feira, o que traz seguramente algumas dezenas de empregos e a vantagem dos estudantes se habituarem ao tipo de questões que as empresas colocam quando pretendem recrutar pessoal. Para além disso, visitando esta Feira, os estudantes ficam com uma noção mais exacta do que é pedido num currículo e aprendem a valorizar a sua apresentação nos contactos que estabelecem com os futuros empregadores. A Feira de Emprego é um dos vários instrumentos de que a UA dispõe para facilitar a inserção de diplomados no mercado de trabalho. É uma acção em que se vai continuar a apostar claramente. Estamos conscientes de que as empresas estão a retrair os seus investimentos, por isso, é positivo conseguirmos atrair à UA uma dezena de empresas e a representação de muitas outras, através por exemplo da Inova-Ria”. Para o próximo ano há mais e o convite está lançado. Se quiser ver a sua empresa representada na Feira de Emprego da UA, contacte os Serviços de Relações Externas da Universidade de Aveiro. Serviços de Relações Externas http://www.adm.ua.pt/sre tel. 234 370 211 fax 234 370 985 e-mail: sre@adm.ua.pt
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candidaturas, nas áreas de Economia, Engenharias, Contabilidade, tanto de licenciados pela Universidade de Aveiro como por outras universidades e de alunos que estão a terminar o curso. Agora vamos integrar todos os currículos na nossa base de dados e assim que surjam pedidos dos nossos clientes com o perfil destes candidatos, vamos contactá-los para marcar entrevistas”.
feira de emprego quatro anos de sucesso Acabar o curso e entrar de imediato no mercado de trabalho é a aspiração da maioria dos estudantes do ensino superior. É a pensar nesta legítima ambição de finalistas e recém-licenciados e na sua rápida inserção no mercado de trabalho que a Universidade de Aveiro promove há já quatro anos a Feira de Emprego. Ao mesmo tempo, a UA dispõe de um Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, continua a cimentar relações de cooperação com instituições de cariz potencialmente empregador e, através da Associação Académica, vai brevemente dispor de uma UNIVA.
A par das iniciativas dos vários departamentos da Universidade que permitem assegurar a oferta de estágios curriculares aos alunos de grande parte dos cursos da UA e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, designadamente ao nível de recolha e divulgação de ofertas de emprego e estágios e da colocação e acompanhamento em empregos e estágios, a Feira de Emprego é uma excelente iniciativa para colocar em diálogo directo potenciais recrutadores e candidatos a estágios ou ao primeiro emprego. À semelhança do que aconteceu nas primeiras três edições da Feira de Emprego, a Universidade montou uma tenda na alameda do Campus universitário onde albergou, no início de Maio, várias empresas, o IEFP, organismos ligados à formação e emprego, e agências de recrutamento de recursos humanos nas mais diversas áreas. Por aquele espaço passaram milhares de finalistas e recém-licenciados das várias áreas de formação da Universidade de Aveiro e até de outras universidades do país. Ao mesmo tempo, numa sala do edifício da Reitoria, entidades ligadas à formação e à temática do emprego deram a
conhecer aos estudantes da UA as melhores técnicas de procura de emprego, as várias ofertas de formação especializada que constituem alternativa a uma situação de não emprego, o leque de programas de estágio nacionais e estrangeiros ou os passos a dar quando se pretende enveredar pelo empreendedorismo. Para as empresas que aceitaram o convite da UA, este diálogo directo com os candidatos a estágio ou primeiro emprego que a Feira de Emprego proporciona é uma óptima oportunidade para empresas e candidatos se darem a conhecer, estabelecerem contactos, perceberem as competências que adquirem nos seus percursos de formação e concluírem que, por vezes, podem exercer funções que vão para além das suas expectativas. Susana Marques, responsável de selecção na agência de Aveiro da Adecco – Recursos Humanos, considera esta iniciativa da Universidade de Aveiro excelente para quem anda à procura de emprego e também para as próprias empresas que estão representadas. “Passou imensa gente por aqui ao longo destes três dias. Até agora posso assegurar que recebemos cerca de 150
Para Regina Sachetti, responsável pela organização e gestão de recursos na Inova-Ria – um cluster de 18 empresas de telecomunicações, a Feira de Emprego da UA é uma iniciativa muito importante para os alunos que estão a terminar o curso e para aqueles que já procuram o seu primeiro emprego. “Os currículos que recebemos são analisados e seleccionados de acordo com as necessidades das 18 empresas pertencentes à Inova-Ria. Quem visitou a Feira de Emprego ficou a saber quem somos, quais os nossos objectivos na região e detalhes sobre o Programa Talento InovaRia 2004, direccionado a estagiários”. Já Ana Sofia Casais, responsável pela comunicação e recrutamento da Altran em Portugal e do Grupo, a nível internacional, não tem dúvidas em afirmar que a Feira de Emprego da UA é uma excelente iniciativa que devia ser adoptada por todas as universidades. “A atitude por parte dos visitantes desta Feira de Emprego de ter já um currículo elaborado surpreendeu-me pela positiva. Tento sempre evitar que as pessoas deixem o seu currículo sem saberem o que é a Altran ou pelo menos sem conhecerem as oportunidades de recrutamento que existem. Neste momento existem oportunidades, sobretudo nas áreas de engenharia. A nossa presença aqui tem por objectivo conhecer pessoas com diferentes perfis e escolher as melhores. Vamos fazer uma primeira triagem e analisar as competências das pessoas. Nas edições anteriores integramos candidatos da Universidade de Aveiro. Todos os currículos que chegam até nós têm necessariamente uma resposta. Se for positiva, os
candidatos são convidados a ir a uma primeira entrevista. Se for negativa, há uma base de dados interna, a que têm acesso as quatro empresas do grupo Altran em Portugal.” Oportunidades move visitantes Aos recém-licenciados é a expectativa de virem a conseguir uma oportunidade que os move. Dora Zita Teixeira, 29 anos, licenciou-se em Engenharia e Gestão Industrial na UA, em 1998. Já trabalhou numa empresa de consultadoria em Aveiro e na Associação Industrial, onde tentou implementar um gabinete de qualidade, mas por questões financeiras, terminado o contrato, acabou por ficar desempregada. “É por este motivo que estou na Feira de Emprego da UA. Tenho esperança de vir a conseguir emprego. Estão cá grandes empresas. E uma coisa é certa: todas as empresas presentes nos dão uma resposta, ao contrário do que acontece quando nos candidatamos por outras vias. No ano passado vim à Feira de Emprego e fui chamada a uma entrevista.”. Filipe Cravo, 25 anos, já andou em Ensino de Electrónica e Informática, mas decidiu optar por um curso com uma forte componente prática e é agora aluno do 3º ano de Engenharia Electromecânica, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda. “Embora esteja convencido de que o meu curso tem boas saídas profissionais, começo agora a preocupar-me com o assunto. Por isso, vim conhecer e estabelecer contactos com as empresas”. Liliana Rodrigues, 26 anos, concluiu o bacharelato em Contabilidade e Administração e terminou a licenciatura em Auditoria em 2003. “Ainda não tive qualquer experiência profissional, tirando um trabalho de auditoria a uma empresa ainda no âmbito do curso, por isso ando a tentar encontrar emprego. Já fui a uma Feira de Emprego em Sever do Vouga mas tinha muito menos empresas representadas que esta da Universidade de Aveiro. Acho esta iniciativa muito positiva porque nos permite conhecer
feira de emprego
empresas e darmo-nos a conhecer a essas mesmas empresas. É uma forma concreta de entregarmos currículos e aguardar uma oportunidade”. O aumento das hipóteses de emprego para os estudantes da Universidade de Aveiro é para o Vice-Reitor, Prof. Fernando Marques, a grande mais-valia da Feira de Emprego. “Todos os anos mais de mil currículos são entregues pelos estudantes e recém-licenciados que passam nesta Feira, o que traz seguramente algumas dezenas de empregos e a vantagem dos estudantes se habituarem ao tipo de questões que as empresas colocam quando pretendem recrutar pessoal. Para além disso, visitando esta Feira, os estudantes ficam com uma noção mais exacta do que é pedido num currículo e aprendem a valorizar a sua apresentação nos contactos que estabelecem com os futuros empregadores. A Feira de Emprego é um dos vários instrumentos de que a UA dispõe para facilitar a inserção de diplomados no mercado de trabalho. É uma acção em que se vai continuar a apostar claramente. Estamos conscientes de que as empresas estão a retrair os seus investimentos, por isso, é positivo conseguirmos atrair à UA uma dezena de empresas e a representação de muitas outras, através por exemplo da Inova-Ria”. Para o próximo ano há mais e o convite está lançado. Se quiser ver a sua empresa representada na Feira de Emprego da UA, contacte os Serviços de Relações Externas da Universidade de Aveiro. Serviços de Relações Externas http://www.adm.ua.pt/sre tel. 234 370 211 fax 234 370 985 e-mail: sre@adm.ua.pt
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1º forum de estudantes palop
estudantes PALOP
de todo o país reuniram na UA
É difícil ser estudante PALOP em Portugal. Somos muitas vezes abandonados à nossa sorte. A iniciativa partiu de um grupo de estudantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe, residentes em Aveiro. O resultado foi a realização, na UA, do I Fórum de Estudantes do Ensino Superior dos PALOP em Portugal. O encontro decorreu no final de Maio, reuniu estudantes de todo o país, Ministros, Embaixadores dos PALOP e a Ministra da Ciência e do Ensino Superior nacional que, no último dia, esteve no ISCA-UA para ouvir a “Carta de Aveiro”,
O desabafo dos estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa é geral: “É difícil ser estudante PALOP em Portugal. Somos muitas vezes abandonados à nossa sorte. Estamos à margem do sistema em domínios como a acção social e o Plano Nacional de Saúde. Organizámos, por isso, um encontro para proporcionar um debate profundo, entre estudantes e decisores, sobre os problemas que enfrentamos no dia-a-dia em Portugal e encontrar soluções para as nossas dificuldades que acabam por se reflectir no nosso desempenho escolar”.
um documento que sintetizou os trabalhos realizados nos dois dias do encontro e apontou recomendações para os governantes PALOP nas negociações com o Estado Português, com vista à resolução dos problemas sentidos por estes estudantes.
Na verdade, durante os dois dias do encontro muitos foram os temas abordados pelas várias individualidades que participaram nos diferentes painéis. Discutiu-se, por exemplo, a cooperação entre a Universidade de Aveiro e os PALOP, a harmonização de políticas sociais e de cooperação, as estratégias de formação, internacionalização e o apoio aos estudantes, ou os incentivos e saídas profissionais para os futuros quadros.
O resultado destes e doutros temas debatidos durante os dois dias do encontro, levou à redacção da “Carta de Aveiro” e à sua apresentação na cerimónia de encerramento do Fórum. Perante a Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, o Decano dos Ministros da Educação dos PALOP e a Reitora da UA, os alunos deram a conhecer os problemas que vivem no dia-a-dia, apontaram algumas recomendações com vista à actualização de todos os acordos bilaterais existentes nas áreas da Educação e do Ensino Superior, e frisaram a necessidade de todos os PALOP serem apoiados nas áreas social, cultural e da saúde. Paralelamente a esta abordagem mais séria dos problemas dos estudantes PALOP em Portugal, o Fórum integrou um conjunto de actividades de índole cultural que serviu, sobretudo, para fomentar o intercâmbio, a amizade e o companheirismo entre PALOPs e entre estes e os portugueses. Destaque-se as participações de Paulino Vieira e
Steve Potts que, num concerto que lotou o auditório da Reitoria, apresentaram duas perspectivas diferentes da música negra. No final deste grande concerto, Paulino Vieira, o orquestrador, cantor, compositor, poeta multi-instrumentista e pianista do disco “Miss perfumado”, de Cesária Évora, juntou-se ao grande saxofonista americano Steve Potts, protagonizando um inesquecível dueto final.
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1º forum de estudantes palop
estudantes PALOP
de todo o país reuniram na UA
É difícil ser estudante PALOP em Portugal. Somos muitas vezes abandonados à nossa sorte. A iniciativa partiu de um grupo de estudantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe, residentes em Aveiro. O resultado foi a realização, na UA, do I Fórum de Estudantes do Ensino Superior dos PALOP em Portugal. O encontro decorreu no final de Maio, reuniu estudantes de todo o país, Ministros, Embaixadores dos PALOP e a Ministra da Ciência e do Ensino Superior nacional que, no último dia, esteve no ISCA-UA para ouvir a “Carta de Aveiro”,
O desabafo dos estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa é geral: “É difícil ser estudante PALOP em Portugal. Somos muitas vezes abandonados à nossa sorte. Estamos à margem do sistema em domínios como a acção social e o Plano Nacional de Saúde. Organizámos, por isso, um encontro para proporcionar um debate profundo, entre estudantes e decisores, sobre os problemas que enfrentamos no dia-a-dia em Portugal e encontrar soluções para as nossas dificuldades que acabam por se reflectir no nosso desempenho escolar”.
um documento que sintetizou os trabalhos realizados nos dois dias do encontro e apontou recomendações para os governantes PALOP nas negociações com o Estado Português, com vista à resolução dos problemas sentidos por estes estudantes.
Na verdade, durante os dois dias do encontro muitos foram os temas abordados pelas várias individualidades que participaram nos diferentes painéis. Discutiu-se, por exemplo, a cooperação entre a Universidade de Aveiro e os PALOP, a harmonização de políticas sociais e de cooperação, as estratégias de formação, internacionalização e o apoio aos estudantes, ou os incentivos e saídas profissionais para os futuros quadros.
O resultado destes e doutros temas debatidos durante os dois dias do encontro, levou à redacção da “Carta de Aveiro” e à sua apresentação na cerimónia de encerramento do Fórum. Perante a Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, o Decano dos Ministros da Educação dos PALOP e a Reitora da UA, os alunos deram a conhecer os problemas que vivem no dia-a-dia, apontaram algumas recomendações com vista à actualização de todos os acordos bilaterais existentes nas áreas da Educação e do Ensino Superior, e frisaram a necessidade de todos os PALOP serem apoiados nas áreas social, cultural e da saúde. Paralelamente a esta abordagem mais séria dos problemas dos estudantes PALOP em Portugal, o Fórum integrou um conjunto de actividades de índole cultural que serviu, sobretudo, para fomentar o intercâmbio, a amizade e o companheirismo entre PALOPs e entre estes e os portugueses. Destaque-se as participações de Paulino Vieira e
Steve Potts que, num concerto que lotou o auditório da Reitoria, apresentaram duas perspectivas diferentes da música negra. No final deste grande concerto, Paulino Vieira, o orquestrador, cantor, compositor, poeta multi-instrumentista e pianista do disco “Miss perfumado”, de Cesária Évora, juntou-se ao grande saxofonista americano Steve Potts, protagonizando um inesquecível dueto final.
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dia da universidade assinalado com entrega de diplomas e visita ministerial Manuel António Coimbra, Maria João Pires da Rosa, Ângela Curado e Maria José Amorim estão de parabéns. Obtiveram, respectivamente, os graus de Doutor com Agregação, Doutor, Mestre e Licenciatura pela Universidade de Aveiro e, por isso mesmo, foram quatro dos 1383 novos graduados que estiveram presentes na cerimónia de entrega de diplomas 2002/2003. Este importante momento da vida académica realizou-se no último Sábado de Maio e trouxe à UA milhares de familiares e amigos dos diplomados. A par da inauguração do edifício central da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, pela Ministra Graça Carvalho, a entrega de diplomas marcou a história do Dia da Universidade 2004.
É Vice-Presidente do Conselho Científico, membro da Comissão Coordenadora do Mestrado em Química e Qualidade dos Alimentos e, desde 2003, Professor Associado com Agregação no Departamento de Química da Universidade de Aveiro. Manuel António Coimbra, 41 anos, foi um dos nove doutores com agregação que recebeu no Dia da Universidade o Diploma de Agregação em Química – Bioquímica e Química Alimentar. “Tanto o dia em que prestei provas, como este em que me foi atribuído o respectivo Diploma, fazem parte do percurso académico de um Professor Universitário. São, por isso, momentos vividos e encarados com a naturalidade de quem tem passado a sua vida profissional a avaliar e a ser avaliado, a dar lições e a recebê-las, a confrontar as suas ideias e as suas interpretações com as dos seus colegas, a ouvir e a ser ouvido. Não é mais do que a nossa obrigação, mas ao mesmo tempo representa mais uma etapa cumprida na nossa vida académica.” Ora Coordenador Científico, ora investigador responsável, ora participante numa série de projectos de investigação da área da Química Alimentar, Química de Polissacarídeos, Química, Bioquímica e Ciências Agrárias, Manuel Coimbra tem ocupado grande parte dos últimos 10 anos, a descobrir, no Grupo de Bioquímica e Química Alimentar do Departamento de Química, a relação existente entre as características estruturais dos polissacarídeos e as propriedades que estes conferem à textura da azeitona e da pêra passa de Viseu, à espuma do café expresso, ou à limpidez dos vinhos brancos da Bairrada. Foi precisamente uma lição sobre “Química de Polissacarídeos Aplicada a Alimentos – Relação entre as características estruturais dos polissacarídeos e as propriedades que estes conferem aos alimentos” que Manuel Coimbra deu no segundo dia das provas que prestou em 2003. “No primeiro dia de provas de Agregação, depois de ter sido analisado o meu Curriculum Vitae e a sua relevância científica, pedagógica, de participação nos órgãos de gestão da Universidade
dia aberto e dia da universidade
e actividades de extensão à sociedade, apresentei uma proposta de disciplina a ser leccionada nas universidades portuguesas (Química e Análise de Açúcares e Polissacarídeos, disciplina incluída no Mestrado em Química e Qualidade dos Alimentos da Universidade de Aveiro), com o respectivo título, escolaridade, enquadramento, objectivos, conteúdos programáticos, metodologias de ensino, bibliografia recomendada e avaliação. No segundo dia das provas de Agregação fiz uma exposição de uma hora, ou seja, dei uma lição sobre a área em que tenho feito investigação.”
grandes expectativas sobre o dia de entrega de diplomas e, por isso, nem sequer tinha pensado muito no que iria sentir, mas confesso que a cerimónia organizada pela Universidade teve para mim o tal significado especial: o dia em que recebi o meu Diploma! Fez-me lembrar de todos aqueles que me ajuda ram a chegar até aqui, muito especialmente da minha filha (que recebeu o diploma comigo), marido, pais, irmão e avós que, pela confiança que sempre me transmitiram, me fizeram acreditar que nada é impossível e que vale a pena sonhar”.
Para Manuel Coimbra, as provas de agregação são sem dúvida uma mais-valia individual, mas também colectiva, já que constituem a prova da idoneidade científica e pedagógica individual, mas também do grupo de trabalho. “Toda uma estrutura (funcionários, alunos de graduação e de pós-graduação, professores, infra-estruturas como laboratórios e respectivos equipamentos, e todos os serviços de apoio) tem que estar montada para que a investigação e a actividade docente de um professor possa dar frutos. É também fundamental a existência de um ambiente propício ao desenvolvimento de um clima de cooperação e de junção de esforços de todos os que trabalham sob um mesmo tecto. No nosso caso, é o que tem acontecido. Por isso, estou reconhecido à Universidade de Aveiro e ao Departamento de Química pelas condições excelentes, materiais e humanas, que proporcionam ao nosso trabalho, ao Grupo de Bioquímica e Química Alimentar, à Prof. Ivonne Delgadillo, pioneira do Grupo e sua responsável desde a primeira hora, aos meus colegas e aos alunos de pós-graduação que tenho tido o prazer de orientar”.
Depois de se ter licenciado em Engenharia Química, na Universidade de Coimbra, e por insistência do então seu Professor e orientador do trabalho final de licenciatura, Pedro Manuel Saraiva, Maria João decidiu avançar para doutoramento. “Nunca tinha equacionado esta hipótese. Parecia-me um projecto enorme e demasiado ambicioso para alguém que tinha acabado de concluir uma licenciatura. Mas o Prof. Pedro Saraiva convenceu-me. Só fiz questão de o vir a realizar na UA, na área da gestão da qualidade.”.
Muita descoberta e evolução constante Já Maria João Pires da Rosa, 31 anos, Professora Auxiliar Convidada do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da UA, diz ter sido com “algum espanto, mas com grande alegria” que deu por si nervosa e emocionada ao receber o diploma das mãos da Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré. “Não tinha
“Definição de Bases Estratégicas e de Excelência para o Desenvolvimento do Ensino Superior em Portugal” foi a tese que defendeu em Dezembro de 2003, sob a supervisão dos Professores Henrique Diz (UA) e Pedro Manuel Saraiva (FCTUC). Face à inexistência de um mecanismo de avaliação institucional, Maria João desenvolveu um modelo de auto-avaliação das instituições, baseado em nove critérios de análise. “O modelo proposto pretende ser uma ferramenta de avaliação e gestão que suporte a auto-análise de uma instituição de ensino superior, funcionando simultaneamente como uma fonte de oportunidades de melhoria contínua. O modelo foi aplicado num conjunto de instituições de ensino superior portuguesas, numa universidade em particular e numa unidade orgânica dessa mesma universidade. Os resultados obtidos com o estudo realizado permitiram concluir que o modelo desenvolvido e testado pode ser aplicado pelas instituições de ensino superior portu-
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dia da universidade assinalado com entrega de diplomas e visita ministerial Manuel António Coimbra, Maria João Pires da Rosa, Ângela Curado e Maria José Amorim estão de parabéns. Obtiveram, respectivamente, os graus de Doutor com Agregação, Doutor, Mestre e Licenciatura pela Universidade de Aveiro e, por isso mesmo, foram quatro dos 1383 novos graduados que estiveram presentes na cerimónia de entrega de diplomas 2002/2003. Este importante momento da vida académica realizou-se no último Sábado de Maio e trouxe à UA milhares de familiares e amigos dos diplomados. A par da inauguração do edifício central da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, pela Ministra Graça Carvalho, a entrega de diplomas marcou a história do Dia da Universidade 2004.
É Vice-Presidente do Conselho Científico, membro da Comissão Coordenadora do Mestrado em Química e Qualidade dos Alimentos e, desde 2003, Professor Associado com Agregação no Departamento de Química da Universidade de Aveiro. Manuel António Coimbra, 41 anos, foi um dos nove doutores com agregação que recebeu no Dia da Universidade o Diploma de Agregação em Química – Bioquímica e Química Alimentar. “Tanto o dia em que prestei provas, como este em que me foi atribuído o respectivo Diploma, fazem parte do percurso académico de um Professor Universitário. São, por isso, momentos vividos e encarados com a naturalidade de quem tem passado a sua vida profissional a avaliar e a ser avaliado, a dar lições e a recebê-las, a confrontar as suas ideias e as suas interpretações com as dos seus colegas, a ouvir e a ser ouvido. Não é mais do que a nossa obrigação, mas ao mesmo tempo representa mais uma etapa cumprida na nossa vida académica.” Ora Coordenador Científico, ora investigador responsável, ora participante numa série de projectos de investigação da área da Química Alimentar, Química de Polissacarídeos, Química, Bioquímica e Ciências Agrárias, Manuel Coimbra tem ocupado grande parte dos últimos 10 anos, a descobrir, no Grupo de Bioquímica e Química Alimentar do Departamento de Química, a relação existente entre as características estruturais dos polissacarídeos e as propriedades que estes conferem à textura da azeitona e da pêra passa de Viseu, à espuma do café expresso, ou à limpidez dos vinhos brancos da Bairrada. Foi precisamente uma lição sobre “Química de Polissacarídeos Aplicada a Alimentos – Relação entre as características estruturais dos polissacarídeos e as propriedades que estes conferem aos alimentos” que Manuel Coimbra deu no segundo dia das provas que prestou em 2003. “No primeiro dia de provas de Agregação, depois de ter sido analisado o meu Curriculum Vitae e a sua relevância científica, pedagógica, de participação nos órgãos de gestão da Universidade
dia aberto e dia da universidade
e actividades de extensão à sociedade, apresentei uma proposta de disciplina a ser leccionada nas universidades portuguesas (Química e Análise de Açúcares e Polissacarídeos, disciplina incluída no Mestrado em Química e Qualidade dos Alimentos da Universidade de Aveiro), com o respectivo título, escolaridade, enquadramento, objectivos, conteúdos programáticos, metodologias de ensino, bibliografia recomendada e avaliação. No segundo dia das provas de Agregação fiz uma exposição de uma hora, ou seja, dei uma lição sobre a área em que tenho feito investigação.”
grandes expectativas sobre o dia de entrega de diplomas e, por isso, nem sequer tinha pensado muito no que iria sentir, mas confesso que a cerimónia organizada pela Universidade teve para mim o tal significado especial: o dia em que recebi o meu Diploma! Fez-me lembrar de todos aqueles que me ajuda ram a chegar até aqui, muito especialmente da minha filha (que recebeu o diploma comigo), marido, pais, irmão e avós que, pela confiança que sempre me transmitiram, me fizeram acreditar que nada é impossível e que vale a pena sonhar”.
Para Manuel Coimbra, as provas de agregação são sem dúvida uma mais-valia individual, mas também colectiva, já que constituem a prova da idoneidade científica e pedagógica individual, mas também do grupo de trabalho. “Toda uma estrutura (funcionários, alunos de graduação e de pós-graduação, professores, infra-estruturas como laboratórios e respectivos equipamentos, e todos os serviços de apoio) tem que estar montada para que a investigação e a actividade docente de um professor possa dar frutos. É também fundamental a existência de um ambiente propício ao desenvolvimento de um clima de cooperação e de junção de esforços de todos os que trabalham sob um mesmo tecto. No nosso caso, é o que tem acontecido. Por isso, estou reconhecido à Universidade de Aveiro e ao Departamento de Química pelas condições excelentes, materiais e humanas, que proporcionam ao nosso trabalho, ao Grupo de Bioquímica e Química Alimentar, à Prof. Ivonne Delgadillo, pioneira do Grupo e sua responsável desde a primeira hora, aos meus colegas e aos alunos de pós-graduação que tenho tido o prazer de orientar”.
Depois de se ter licenciado em Engenharia Química, na Universidade de Coimbra, e por insistência do então seu Professor e orientador do trabalho final de licenciatura, Pedro Manuel Saraiva, Maria João decidiu avançar para doutoramento. “Nunca tinha equacionado esta hipótese. Parecia-me um projecto enorme e demasiado ambicioso para alguém que tinha acabado de concluir uma licenciatura. Mas o Prof. Pedro Saraiva convenceu-me. Só fiz questão de o vir a realizar na UA, na área da gestão da qualidade.”.
Muita descoberta e evolução constante Já Maria João Pires da Rosa, 31 anos, Professora Auxiliar Convidada do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da UA, diz ter sido com “algum espanto, mas com grande alegria” que deu por si nervosa e emocionada ao receber o diploma das mãos da Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré. “Não tinha
“Definição de Bases Estratégicas e de Excelência para o Desenvolvimento do Ensino Superior em Portugal” foi a tese que defendeu em Dezembro de 2003, sob a supervisão dos Professores Henrique Diz (UA) e Pedro Manuel Saraiva (FCTUC). Face à inexistência de um mecanismo de avaliação institucional, Maria João desenvolveu um modelo de auto-avaliação das instituições, baseado em nove critérios de análise. “O modelo proposto pretende ser uma ferramenta de avaliação e gestão que suporte a auto-análise de uma instituição de ensino superior, funcionando simultaneamente como uma fonte de oportunidades de melhoria contínua. O modelo foi aplicado num conjunto de instituições de ensino superior portuguesas, numa universidade em particular e numa unidade orgânica dessa mesma universidade. Os resultados obtidos com o estudo realizado permitiram concluir que o modelo desenvolvido e testado pode ser aplicado pelas instituições de ensino superior portu-
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guesas como uma ferramenta de auto-avaliação e suporte aos seus esforços continuados de melhoria da qualidade.”. Para Maria João a obtenção do grau de Doutor foi o culminar de um trabalho de investigação que lhe permitiu descobrir, aprender e evoluir muito, tanto a nível profissional como pessoal. “Foi uma caminhada que teve os seus momentos difíceis, mas outros de grande entusiasmo.” Em termos de carreira universitária, a realização de doutoramento é condição necessária para a aspiração ao sucesso e, nessa medida, “a obtenção do grau de doutor foi certamente o primeiro passo para o meu sucesso profissional, embora não seja, obviamente, o seu garante.” De aqui em diante, Maria João espera continuar a trabalhar as questões da qualidade no ensino superior e a leccionar na UA, “uma actividade que só recentemente descobri mas que me tem dado um grande prazer e uma oportunidade única não só de ajudar os outros na sua aprendizagem, mas também de eu própria aprender.” Arquitectura + Ambiente Também Ângela Curado, 38 anos, decidiu não se ficar pela licenciatura em Arquitectura, concluída em 1989, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Depois de ter passado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória e pela Direcção Regional dos
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Assuntos Culturais da Secretaria Regional da Educação e Cultura da Região Autónoma dos Açores, Ângela Curado integra o quadro de pessoal não docente da Universidade de Aveiro, onde, desde de Janeiro de 1993, desempenha funções de Assessoria Técnica no domínio da Arquitectura, nos Serviços Técnicos da Universidade. “Com o decorrer da licenciatura, transmitiram-me o princípio de que para além de formação específica, estava a adquirir uma licença para estudar sozinha. Por isso, nunca o deixei de fazer. No entanto, a minha formação base não me permitia estudar de forma autónoma uma área tão apaixonante e preocupante como o Ambiente e decidi fazer mestrado em Gestão e Políticas Ambientais”. Com a tese “A Eficiência Energética dos Edifícios. Uma Estratégia para a Universidade de Aveiro”, Ângela Curado abordou a crescente preocupação ambiental resultante da permanente utilização de fontes de energia não renováveis e a forma nem sempre mais eficiente de a utilizar no que diz respeito aos edifícios. “O desenvolvimento sustentável é uma meta importante a atingir e as alterações climáticas são uma das mais fortes ameaças para as quais é urgente encontrar formas de controlo”, reconhece. O potencial dos edifícios e as tecnologias existentes no Campus da Universidade
Maria João Pires da Rosa
Manuel António Coimbra
de Aveiro, levaram Ângela Curado a seleccionar este espaço físico para explorar as possibilidades de aplicação de uma estratégia sustentável. Dadas as características do Campus, Ângela concluiu que se tratava de uma excelente oportunidade para implementar estas estratégias e tecnologias, pelo que propôs a adopção de um modelo que implica uma política energética integrada para os edifícios existentes e para os já projectados para o Campus. “Com este trabalho, torna-se sobretudo possível identificar carências e oportunidades, definir prioridades e elaborar um conjunto de recomendações.”.
De GPT à direcção de um Hotel Entre os 1156 licenciados que aguardavam ser chamados a receber o tão ansiado canudo, estava também Maria José Amorim. Entrou na Universidade de Aveiro em 1990 no curso de Matemática Aplicada e Computação (MAC) mas foi em Gestão e Planeamento em Turismo que se acabou por licenciar. “Desisti de MAC passados sete anos, que encaro, agora, como anos de tortura. Sentia-me muito frustrada e decidi parar para reflectir por uns meses. Foi então que, com a ajuda dos meus familiares, principalmente da minha avó, mãe e melhor amigo (o meu marido), decidi recomeçar tudo de novo”.
No último Sábado de Maio, Ângela Curado esteve na UA mas ao contrário do habitual, não entrou no gabinete onde trabalha. À sua espera, na tenda gigante montada no Campus para acolher diplomados e convidados, estava o seu lugar entre os colegas de mestrado. Foi em Gestão e Políticas Ambientais que se fez Mestre; uma nova formação que considera representar uma mais-valia não só por lhe ter permitido fazer a ponte entre a arquitectura e o ambiente, mas também porque espera que a sua tese constitua uma base para a “implementação de uma estratégia de utilização racional de energia nos edifícios da UA, contribuindo assim para que, no futuro, seja mais um exemplo de excelência para o desenvolvimento da Universidade de Aveiro”.
Maria José analisou pormenorizadamente os planos curriculares dos cursos que mais julgava irem ao encontro das suas expectativas de realização. “Quando descobri o de Gestão e Planeamento em Turismo acabaram-se as dúvidas. Em 1998 consegui a transferência e a minha vida alterou-se radicalmente. Para além de me ter aberto as portas para o mercado de trabalho, este curso permitiu-me relacionar-me com excelentes professores, colegas e profissionais da área”. Embora considere o dia da Bênção de Finalistas o tal a que atribui aquele significado especial, a oportunidade de prestar uma merecida homenagem à avó foi o principal motivo que trouxe Maria José à UA no dia de entrega de diplomas. “A minha avó sempre acreditou e me fez
dia aberto e dia da universidade
Ângela Curado
acreditar que este dia chegaria… Esteve sempre presente nos momentos de maior angústia, dando-me a força e a coragem necessárias para nunca desistir deste objectivo da Licenciatura. Infelizmente não assistiu à cerimónia, por ter falecido, mas sei que bem lá do Céu esteve atenta à chamada do meu nome para receber o diploma! Aveiro é também teu, Avó!”. Da vida de estudante, Maria José não esquece um conjunto de muitos bons pequenos momentos que, afinal, fizeram um largo período de vida de estudante ter valido a pena. “O que nunca vou esquecer desta fase de estudante? É difícil responder, pois passei por muitos momentos, uns bons outros piores, muitas vitórias… mas seguramente o que nunca vou esquecer é que Aveiro é nosso e há-se ser!” Hoje, aos 37 anos, Maria José está a trabalhar num Hotel em Anadia. É responsável pela sua promoção comercial, exercendo ainda funções de Direcção do Hotel. “Não enviei qualquer currículo, simplesmente contactei o Hotel, consegui uma entrevista, apresentei-me, mostrando-lhes a mais-valia que lhes podia oferecer. Deixei que a minha força e vontade transparecessem e consegui o lugar!” Atestado de competências A cerimónia de entrega de diplomas que todos os anos se repete no final do ano lectivo, começou, como não podia deixar de ser, com o discurso de boas-vindas
da Reitora da UA. Começando por dar os parabéns a todos os novos graduados pela UA, a Prof. Maria Helena Nazaré salientou “a alegria e orgulho” com que este momento tão especial para os diplomados é partilhado com os familiares e amigos. Reconheceu o “trabalho árduo e o sacrifício por que os novos graduados passaram” e afirmou que o diploma atesta a competência de cada um para aprender criticamente. “O diploma que hoje vos vai ser entregue certifica competências que, temos a certeza, são a melhor garantia de que cada um pode conduzir o seu percurso, de acordo com as escolhas e ambições que lhe são próprias.”. Como é costume nesta celebração anual, a Reitora aproveitou também para fazer o balanço do ano académico. Referiuse ao sucesso dos 10 anos de actividade do Instituto de Investigação “patente nos resultados da avaliação externa e internacional das Unidades de Investigação, que classifica 75% das unidades existentes com Excelente ou Muito Bom”, e à aposta, a partir de Setembro, na contratação de cientistas de elevado mérito em áreas estratégicas para a Universidade. (ver pág. 42) Depois de nomear o conjunto de iniciativas que marcaram o ano lectivo 2003/2004 e de salientar o alargamento do leque de cursos de pós-graduação, a par da consolidação do programa de Cursos de Formação Tecnológica, a
Linhas
Maria José Amorim
guesas como uma ferramenta de auto-avaliação e suporte aos seus esforços continuados de melhoria da qualidade.”. Para Maria João a obtenção do grau de Doutor foi o culminar de um trabalho de investigação que lhe permitiu descobrir, aprender e evoluir muito, tanto a nível profissional como pessoal. “Foi uma caminhada que teve os seus momentos difíceis, mas outros de grande entusiasmo.” Em termos de carreira universitária, a realização de doutoramento é condição necessária para a aspiração ao sucesso e, nessa medida, “a obtenção do grau de doutor foi certamente o primeiro passo para o meu sucesso profissional, embora não seja, obviamente, o seu garante.” De aqui em diante, Maria João espera continuar a trabalhar as questões da qualidade no ensino superior e a leccionar na UA, “uma actividade que só recentemente descobri mas que me tem dado um grande prazer e uma oportunidade única não só de ajudar os outros na sua aprendizagem, mas também de eu própria aprender.” Arquitectura + Ambiente Também Ângela Curado, 38 anos, decidiu não se ficar pela licenciatura em Arquitectura, concluída em 1989, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Depois de ter passado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória e pela Direcção Regional dos
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Assuntos Culturais da Secretaria Regional da Educação e Cultura da Região Autónoma dos Açores, Ângela Curado integra o quadro de pessoal não docente da Universidade de Aveiro, onde, desde de Janeiro de 1993, desempenha funções de Assessoria Técnica no domínio da Arquitectura, nos Serviços Técnicos da Universidade. “Com o decorrer da licenciatura, transmitiram-me o princípio de que para além de formação específica, estava a adquirir uma licença para estudar sozinha. Por isso, nunca o deixei de fazer. No entanto, a minha formação base não me permitia estudar de forma autónoma uma área tão apaixonante e preocupante como o Ambiente e decidi fazer mestrado em Gestão e Políticas Ambientais”. Com a tese “A Eficiência Energética dos Edifícios. Uma Estratégia para a Universidade de Aveiro”, Ângela Curado abordou a crescente preocupação ambiental resultante da permanente utilização de fontes de energia não renováveis e a forma nem sempre mais eficiente de a utilizar no que diz respeito aos edifícios. “O desenvolvimento sustentável é uma meta importante a atingir e as alterações climáticas são uma das mais fortes ameaças para as quais é urgente encontrar formas de controlo”, reconhece. O potencial dos edifícios e as tecnologias existentes no Campus da Universidade
Maria João Pires da Rosa
Manuel António Coimbra
de Aveiro, levaram Ângela Curado a seleccionar este espaço físico para explorar as possibilidades de aplicação de uma estratégia sustentável. Dadas as características do Campus, Ângela concluiu que se tratava de uma excelente oportunidade para implementar estas estratégias e tecnologias, pelo que propôs a adopção de um modelo que implica uma política energética integrada para os edifícios existentes e para os já projectados para o Campus. “Com este trabalho, torna-se sobretudo possível identificar carências e oportunidades, definir prioridades e elaborar um conjunto de recomendações.”.
De GPT à direcção de um Hotel Entre os 1156 licenciados que aguardavam ser chamados a receber o tão ansiado canudo, estava também Maria José Amorim. Entrou na Universidade de Aveiro em 1990 no curso de Matemática Aplicada e Computação (MAC) mas foi em Gestão e Planeamento em Turismo que se acabou por licenciar. “Desisti de MAC passados sete anos, que encaro, agora, como anos de tortura. Sentia-me muito frustrada e decidi parar para reflectir por uns meses. Foi então que, com a ajuda dos meus familiares, principalmente da minha avó, mãe e melhor amigo (o meu marido), decidi recomeçar tudo de novo”.
No último Sábado de Maio, Ângela Curado esteve na UA mas ao contrário do habitual, não entrou no gabinete onde trabalha. À sua espera, na tenda gigante montada no Campus para acolher diplomados e convidados, estava o seu lugar entre os colegas de mestrado. Foi em Gestão e Políticas Ambientais que se fez Mestre; uma nova formação que considera representar uma mais-valia não só por lhe ter permitido fazer a ponte entre a arquitectura e o ambiente, mas também porque espera que a sua tese constitua uma base para a “implementação de uma estratégia de utilização racional de energia nos edifícios da UA, contribuindo assim para que, no futuro, seja mais um exemplo de excelência para o desenvolvimento da Universidade de Aveiro”.
Maria José analisou pormenorizadamente os planos curriculares dos cursos que mais julgava irem ao encontro das suas expectativas de realização. “Quando descobri o de Gestão e Planeamento em Turismo acabaram-se as dúvidas. Em 1998 consegui a transferência e a minha vida alterou-se radicalmente. Para além de me ter aberto as portas para o mercado de trabalho, este curso permitiu-me relacionar-me com excelentes professores, colegas e profissionais da área”. Embora considere o dia da Bênção de Finalistas o tal a que atribui aquele significado especial, a oportunidade de prestar uma merecida homenagem à avó foi o principal motivo que trouxe Maria José à UA no dia de entrega de diplomas. “A minha avó sempre acreditou e me fez
dia aberto e dia da universidade
Ângela Curado
acreditar que este dia chegaria… Esteve sempre presente nos momentos de maior angústia, dando-me a força e a coragem necessárias para nunca desistir deste objectivo da Licenciatura. Infelizmente não assistiu à cerimónia, por ter falecido, mas sei que bem lá do Céu esteve atenta à chamada do meu nome para receber o diploma! Aveiro é também teu, Avó!”. Da vida de estudante, Maria José não esquece um conjunto de muitos bons pequenos momentos que, afinal, fizeram um largo período de vida de estudante ter valido a pena. “O que nunca vou esquecer desta fase de estudante? É difícil responder, pois passei por muitos momentos, uns bons outros piores, muitas vitórias… mas seguramente o que nunca vou esquecer é que Aveiro é nosso e há-se ser!” Hoje, aos 37 anos, Maria José está a trabalhar num Hotel em Anadia. É responsável pela sua promoção comercial, exercendo ainda funções de Direcção do Hotel. “Não enviei qualquer currículo, simplesmente contactei o Hotel, consegui uma entrevista, apresentei-me, mostrando-lhes a mais-valia que lhes podia oferecer. Deixei que a minha força e vontade transparecessem e consegui o lugar!” Atestado de competências A cerimónia de entrega de diplomas que todos os anos se repete no final do ano lectivo, começou, como não podia deixar de ser, com o discurso de boas-vindas
da Reitora da UA. Começando por dar os parabéns a todos os novos graduados pela UA, a Prof. Maria Helena Nazaré salientou “a alegria e orgulho” com que este momento tão especial para os diplomados é partilhado com os familiares e amigos. Reconheceu o “trabalho árduo e o sacrifício por que os novos graduados passaram” e afirmou que o diploma atesta a competência de cada um para aprender criticamente. “O diploma que hoje vos vai ser entregue certifica competências que, temos a certeza, são a melhor garantia de que cada um pode conduzir o seu percurso, de acordo com as escolhas e ambições que lhe são próprias.”. Como é costume nesta celebração anual, a Reitora aproveitou também para fazer o balanço do ano académico. Referiuse ao sucesso dos 10 anos de actividade do Instituto de Investigação “patente nos resultados da avaliação externa e internacional das Unidades de Investigação, que classifica 75% das unidades existentes com Excelente ou Muito Bom”, e à aposta, a partir de Setembro, na contratação de cientistas de elevado mérito em áreas estratégicas para a Universidade. (ver pág. 42) Depois de nomear o conjunto de iniciativas que marcaram o ano lectivo 2003/2004 e de salientar o alargamento do leque de cursos de pós-graduação, a par da consolidação do programa de Cursos de Formação Tecnológica, a
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Reitora avançou com a notícia de que para breve estará o arranque da construção de um novo complexo de residências no Crasto.
Ao longo da sua intervenção, Maria da Graça Carvalho falou ainda do processo de Bolonha e da nova Lei de Bases da Educação “orientada para as novas exigências do ensino superior”, da integração do novo programa de Ciência e Inovação 2010 no PRODEP, com “financiamento que permitirá a mobilidade estudantil dentro do ensino superior nacional e para o mundo empresarial” e da continuação da aposta nos Cursos de Especialização Tecnológica envolvendo estabelecimentos de ensino superior.
Ministra Graça Carvalho inaugurou edifício na ESTGA Terminada a sessão de entrega de Diplomas e o tradicional almoço oferecido pela Universidade a diplomados e convidados, foi tempo de rumar a Águeda. A Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, era aguardada para proceder à inauguração do edifício central da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda. Depois de visitar as novas instalações da Escola e de prometer aos estudantes fazer tudo o que está ao alcance do seu Ministério para acelerar o processo de assinatura do Despacho conjunto que permite a realização de obras no edifício destinado às residências estudantis de Águeda (a gestão do edifício está depende dos Ministérios da Defesa, Finanças e Ciência e do Ensino Superior), a Ministra usou da palavra para elogiar o método de ensino que caracteriza esta Escola Politécnica da Universidade de Aveiro. “É um método profundamente inovador, que vai de encontro à séria revolução que todo o nosso sistema de ensino tem que fazer (…) É um bom exemplo que demonstra ser possível, em apenas três anos, formar profissionais muito úteis à sociedade e à região em que se inserem”.
A Ministra aproveitou ainda para dar conta de que, na sequência da aprovação do espaço de ensino superior do mundo da Lusofonia, passará a ser possível promover-se a mobilidade de estudantes e licenciados entre os países de língua portuguesa e que, no que diz respeito à Ciência, é intenção do Governo continuar a apostar em quatro eixos fundamentais: aumentar o investimento público, promover o ambiente facilitador ao investimento privado, aumentar os recursos humanos qualificados e o número de investigadores nas áreas das ciências e das tecnologias, e promover o emprego científico.
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Dia Aberto recheado de actividades Na véspera do Dia da Universidade e, cumprindo a tradição de quase três décadas, a Universidade de Aveiro reservou todo um dia para se mostrar ao exterior e receber os interessados em conhecer os cursos que ministra, as actividades de investigação que desenvolve, as iniciativas culturais que promove e as próprias instalações, já premiadas pela sua qualidade arquitectónica. Para acolher da melhor forma os alunos e professores de todos os graus de ensino mas também os interessados em conhecer a Universidade de Aveiro, os vários Departamentos, Escolas Superiores e Serviços da UA, e até a própria Associação Académica, prepararam um conjunto de experiências em laboratórios, sessões de esclarecimento sobre os vários cursos ministrados pela UA e respectivas saídas profissionais, palestras temáticas, exposições, mostras e visitas guiadas. A par deste conjunto de actividades, a comunidade académica reuniu-se a meio da manhã para participar na habitual cerimónia de entrega de medalhas aos funcionários que completaram 10, 20, 25 e 30 anos de serviço. No mesmo dia inauguraram-se as exposições “O espólio gráfico Madeira Luís e a memória da UA”, e a “Mostra retrospectiva da obra do Pintor Zé Penicheiro”.
Esta exposição “Espólio Gráfico Madeira Luís” assumiu um especial destaque, uma vez que resultou da crescente preocupação em preservar a memória de uma Universidade que já completou 30 anos, contou com o grande envolvimento do Departamento de Comunicação e Arte e dos Serviços de Documentação, e traduz “a felicidade de ter encontrado uma pessoa que não só nos doou um espólio de cerca de uma centena de milhar de cartazes, como se vem implicando, directamente, na constituição da imprescindível reserva documental e museológica da Universidade de Aveiro. Falo, é claro, do Francisco Madeira Luís que, para além de tudo isto, se tornou num formidável embaixador itinerante da UA e, portanto, num ilustre membro da nossa família”, afirmou o Vice-Reitor, Prof. Manuel Assunção. O Vice-Reitor salientou, ainda, que a mostra marca uma nova etapa no relacionamento que a UA vai mantendo com os materiais gráficos que vai produzindo, e adiantou que a colecção Madeira Luís está, em paralelo, a ser objecto de tratamento documental e de investigação. “Já está a ser utilizada em aulas e queremos que seja disponibilizada à comunidade em geral”. A inauguração da mostra retrospectiva de Zé Penicheiro, artista residente da UA, foi outro dos momentos altos do dia. Reuniu mais de 70 obras representativas
dia aberto e dia da universidade
do seu percurso artístico, reflectindo a arte de uma vida de expressividade, entre a pintura, a caricatura e a serigrafia. O Dia Aberto foi ainda preenchido com a realização do Seminário Internacional “Sal Português”, com as iniciativas que integraram o Fórum Cidadania Activa, promovido pela CIVITAS, e com as comemorações do 10º aniversário do Instituto de Investigação (ver pág. 42), que contou com a presença especial do Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Prof. Ramôa Ribeiro. Por seu lado, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda recebeu o Ministro Marques Mendes para falar sobre o tema “Portugal: Desafios perante a Nova Europa”. O programa do dia terminou, à noite, no auditório da Reitoria, com um Concerto pela Orquestra Filarmonia das Beiras. Sob a direcção do Maestro António Vassalo e com a participação da violoncelista Teresa Valente Pereira, a Filarmonia das Beiras interpretou obras de Wolfgang Amadeus Mozart e de Joseph Haydn; um espectáculo com a marca de excelência que caracteriza esta orquestra.
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Reitora avançou com a notícia de que para breve estará o arranque da construção de um novo complexo de residências no Crasto.
Ao longo da sua intervenção, Maria da Graça Carvalho falou ainda do processo de Bolonha e da nova Lei de Bases da Educação “orientada para as novas exigências do ensino superior”, da integração do novo programa de Ciência e Inovação 2010 no PRODEP, com “financiamento que permitirá a mobilidade estudantil dentro do ensino superior nacional e para o mundo empresarial” e da continuação da aposta nos Cursos de Especialização Tecnológica envolvendo estabelecimentos de ensino superior.
Ministra Graça Carvalho inaugurou edifício na ESTGA Terminada a sessão de entrega de Diplomas e o tradicional almoço oferecido pela Universidade a diplomados e convidados, foi tempo de rumar a Águeda. A Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, era aguardada para proceder à inauguração do edifício central da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda. Depois de visitar as novas instalações da Escola e de prometer aos estudantes fazer tudo o que está ao alcance do seu Ministério para acelerar o processo de assinatura do Despacho conjunto que permite a realização de obras no edifício destinado às residências estudantis de Águeda (a gestão do edifício está depende dos Ministérios da Defesa, Finanças e Ciência e do Ensino Superior), a Ministra usou da palavra para elogiar o método de ensino que caracteriza esta Escola Politécnica da Universidade de Aveiro. “É um método profundamente inovador, que vai de encontro à séria revolução que todo o nosso sistema de ensino tem que fazer (…) É um bom exemplo que demonstra ser possível, em apenas três anos, formar profissionais muito úteis à sociedade e à região em que se inserem”.
A Ministra aproveitou ainda para dar conta de que, na sequência da aprovação do espaço de ensino superior do mundo da Lusofonia, passará a ser possível promover-se a mobilidade de estudantes e licenciados entre os países de língua portuguesa e que, no que diz respeito à Ciência, é intenção do Governo continuar a apostar em quatro eixos fundamentais: aumentar o investimento público, promover o ambiente facilitador ao investimento privado, aumentar os recursos humanos qualificados e o número de investigadores nas áreas das ciências e das tecnologias, e promover o emprego científico.
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Dia Aberto recheado de actividades Na véspera do Dia da Universidade e, cumprindo a tradição de quase três décadas, a Universidade de Aveiro reservou todo um dia para se mostrar ao exterior e receber os interessados em conhecer os cursos que ministra, as actividades de investigação que desenvolve, as iniciativas culturais que promove e as próprias instalações, já premiadas pela sua qualidade arquitectónica. Para acolher da melhor forma os alunos e professores de todos os graus de ensino mas também os interessados em conhecer a Universidade de Aveiro, os vários Departamentos, Escolas Superiores e Serviços da UA, e até a própria Associação Académica, prepararam um conjunto de experiências em laboratórios, sessões de esclarecimento sobre os vários cursos ministrados pela UA e respectivas saídas profissionais, palestras temáticas, exposições, mostras e visitas guiadas. A par deste conjunto de actividades, a comunidade académica reuniu-se a meio da manhã para participar na habitual cerimónia de entrega de medalhas aos funcionários que completaram 10, 20, 25 e 30 anos de serviço. No mesmo dia inauguraram-se as exposições “O espólio gráfico Madeira Luís e a memória da UA”, e a “Mostra retrospectiva da obra do Pintor Zé Penicheiro”.
Esta exposição “Espólio Gráfico Madeira Luís” assumiu um especial destaque, uma vez que resultou da crescente preocupação em preservar a memória de uma Universidade que já completou 30 anos, contou com o grande envolvimento do Departamento de Comunicação e Arte e dos Serviços de Documentação, e traduz “a felicidade de ter encontrado uma pessoa que não só nos doou um espólio de cerca de uma centena de milhar de cartazes, como se vem implicando, directamente, na constituição da imprescindível reserva documental e museológica da Universidade de Aveiro. Falo, é claro, do Francisco Madeira Luís que, para além de tudo isto, se tornou num formidável embaixador itinerante da UA e, portanto, num ilustre membro da nossa família”, afirmou o Vice-Reitor, Prof. Manuel Assunção. O Vice-Reitor salientou, ainda, que a mostra marca uma nova etapa no relacionamento que a UA vai mantendo com os materiais gráficos que vai produzindo, e adiantou que a colecção Madeira Luís está, em paralelo, a ser objecto de tratamento documental e de investigação. “Já está a ser utilizada em aulas e queremos que seja disponibilizada à comunidade em geral”. A inauguração da mostra retrospectiva de Zé Penicheiro, artista residente da UA, foi outro dos momentos altos do dia. Reuniu mais de 70 obras representativas
dia aberto e dia da universidade
do seu percurso artístico, reflectindo a arte de uma vida de expressividade, entre a pintura, a caricatura e a serigrafia. O Dia Aberto foi ainda preenchido com a realização do Seminário Internacional “Sal Português”, com as iniciativas que integraram o Fórum Cidadania Activa, promovido pela CIVITAS, e com as comemorações do 10º aniversário do Instituto de Investigação (ver pág. 42), que contou com a presença especial do Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Prof. Ramôa Ribeiro. Por seu lado, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda recebeu o Ministro Marques Mendes para falar sobre o tema “Portugal: Desafios perante a Nova Europa”. O programa do dia terminou, à noite, no auditório da Reitoria, com um Concerto pela Orquestra Filarmonia das Beiras. Sob a direcção do Maestro António Vassalo e com a participação da violoncelista Teresa Valente Pereira, a Filarmonia das Beiras interpretou obras de Wolfgang Amadeus Mozart e de Joseph Haydn; um espectáculo com a marca de excelência que caracteriza esta orquestra.
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competições na ua
concursos, competições e jogos didácticos Despertar o interesse pela Química, incentivar a criatividade e potencialidades electrónicas ou alterar a ideia generalizada de que a Matemática é uma disciplina difícil são alguns dos propósitos que levam alunos, docentes e investigadores da Universidade de Aveiro a promover regularmente um conjunto de iniciativas dirigidas a estudantes dos mais variados graus de ensino. Abril e Maio são os meses do ano mais movimentados. Em finais de Abril, por exemplo, a Mat12 trouxe à UA mais de 600 alunos dos 10º, 11º e 12º anos; já em Maio, a EquaMat juntou perto de 4 mil, enquanto a final das Olimpíadas da Química e as Olimpíadas de Química Júnior trouxeram, respectivamente, os 27 finalistas desta competição e 150 alunos do 9º ano. Entre os vários concursos, competições e jogos promovidos pela instituição, destaque ainda para o concurso Micro-Rato e para o jogo educativo Ecotoons, cujo sucesso leva a equipa responsável a avançar para um novo desafio.
captam a atenção de alunos de todas as idades Comecemos então pelas “Olimpíadas da Química” que, nas suas diversas fases e ao longo do ano, trouxeram ao Campus Universitário cerca de 320 estudantes do ensino básico e secundário. Organizadas pela Sociedade Portuguesa de Química (SPQ), em colaboração com várias universidades do país, esta competição anual dirige-se a estudantes do ensino básico e secundário. Visa testar conhecimentos, dinamizar o estudo e o ensino da química, e despertar o interesse pela ciência, cativando vocações para carreiras científico-tecnológicas. É também através desta competição que são seleccionados os alunos que vão representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais. Diz o Coordenador nacional da iniciativa, Prof. Paulo Ribeiro Claro, que “para a organização das Olimpíadas de Química, a SPQ conta com a colaboração de várias universidades do país e de muitos professores das escolas básicas e secundárias, mas a Universidade de Aveiro tem desempenhado um papel de particular relevo”. Na verdade, “é na UA que se realiza a final nacional das Olimpíadas de Química do ensino secundário (além de uma semifinal regional)”, afirma, acrescentando que “é também na UA que é efectuada a preparação dos alunos para as competições internacionais”. Além disso, foi
o Departamento de Química da UA que assumiu, este ano, o desafio da realização da primeira edição das Olimpíadas de Química Júnior, destinadas aos estudantes do ensino básico. “Para tal contribuiu a dedicação e o esforço de muitos docentes do Departamento de Química, mas também o apoio institucional do próprio Departamento e da Reitoria da Universidade”. Paulo Ribeiro Claro refere também que “as Olimpíadas de Química 2004 tiveram a maior participação de sempre, com 96 escolas secundárias inscritas (288 alunos). Depois das semi-finais que decorreram em Março, em Lisboa, Porto e Aveiro, os 27 finalistas estiveram em Maio na UA para realizar a prova final. Durante a manhã, a prova consistiu num teste escrito e à tarde numa prova laboratorial, realizada nos laboratórios do Complexo Pedagógico”. Quanto a classificações, este ano os melhores foram: Ana Ortins Pina, da ES Infanta D. Maria – Coimbra (Ouro), Cristina Paula Marques, da ES CacilhasTejo – Almada (Prata) e Ricardo José Ladeiras Lopes, da ES da Boa Nova – Leça da Palmeira (Bronze). Por seu lado, a primeira edição das “Olimpíadas de Química Júnior” decorreu a 24 de Abril e contou com a participação de 25 escolas básicas, que trouxeram à UA cerca de 150 alunos do 9º ano de
escolaridade, dispostos a demonstrar os seus conhecimentos de química. “Não querendo reduzir as Olimpíadas às pouco atractivas provas de “papel-e-lápis”, a organização arriscou a preparação de um conjunto de provas em laboratório que tiveram uma excelente resposta por parte dos participantes. No final, as medalhas foram entregues às equipas constituídas por Diana Monteiro, Ricardo Ferreira e Miguel Saraiva, do Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus (Ouro), Ana Catarina, Marta Braga e Vânia Costa, da Escola EB23 de Arrifana (Prata), e Ana Silva, Pedro Silva e David Wessling, da Escola Evaristo Nogueira – Viseu (Bronze)”, conclui o Prof. Paulo Ribeiro Claro. Micro-Rato A 9ª edição do concurso Micro-Rato decorreu a 5 de Maio e englobou, à semelhança das duas anteriores edições, as categorias Micro-Rato, destinada a pequenos robôs móveis autónomos construídos e programados pelas equipas concorrentes, e o Ciber-Rato, uma competição com robôs virtuais, cujo desafio se prende apenas com a sua respectiva programação. O elevado número de inscrições (26 no Micro-Rato, 20 no Ciber-Rato), provenientes de instituições de ensino de todo país, equipas particulares e até de escolas secundárias e profissionais, permitiu, desde logo, antever um bom
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competições na ua
concursos, competições e jogos didácticos Despertar o interesse pela Química, incentivar a criatividade e potencialidades electrónicas ou alterar a ideia generalizada de que a Matemática é uma disciplina difícil são alguns dos propósitos que levam alunos, docentes e investigadores da Universidade de Aveiro a promover regularmente um conjunto de iniciativas dirigidas a estudantes dos mais variados graus de ensino. Abril e Maio são os meses do ano mais movimentados. Em finais de Abril, por exemplo, a Mat12 trouxe à UA mais de 600 alunos dos 10º, 11º e 12º anos; já em Maio, a EquaMat juntou perto de 4 mil, enquanto a final das Olimpíadas da Química e as Olimpíadas de Química Júnior trouxeram, respectivamente, os 27 finalistas desta competição e 150 alunos do 9º ano. Entre os vários concursos, competições e jogos promovidos pela instituição, destaque ainda para o concurso Micro-Rato e para o jogo educativo Ecotoons, cujo sucesso leva a equipa responsável a avançar para um novo desafio.
captam a atenção de alunos de todas as idades Comecemos então pelas “Olimpíadas da Química” que, nas suas diversas fases e ao longo do ano, trouxeram ao Campus Universitário cerca de 320 estudantes do ensino básico e secundário. Organizadas pela Sociedade Portuguesa de Química (SPQ), em colaboração com várias universidades do país, esta competição anual dirige-se a estudantes do ensino básico e secundário. Visa testar conhecimentos, dinamizar o estudo e o ensino da química, e despertar o interesse pela ciência, cativando vocações para carreiras científico-tecnológicas. É também através desta competição que são seleccionados os alunos que vão representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais. Diz o Coordenador nacional da iniciativa, Prof. Paulo Ribeiro Claro, que “para a organização das Olimpíadas de Química, a SPQ conta com a colaboração de várias universidades do país e de muitos professores das escolas básicas e secundárias, mas a Universidade de Aveiro tem desempenhado um papel de particular relevo”. Na verdade, “é na UA que se realiza a final nacional das Olimpíadas de Química do ensino secundário (além de uma semifinal regional)”, afirma, acrescentando que “é também na UA que é efectuada a preparação dos alunos para as competições internacionais”. Além disso, foi
o Departamento de Química da UA que assumiu, este ano, o desafio da realização da primeira edição das Olimpíadas de Química Júnior, destinadas aos estudantes do ensino básico. “Para tal contribuiu a dedicação e o esforço de muitos docentes do Departamento de Química, mas também o apoio institucional do próprio Departamento e da Reitoria da Universidade”. Paulo Ribeiro Claro refere também que “as Olimpíadas de Química 2004 tiveram a maior participação de sempre, com 96 escolas secundárias inscritas (288 alunos). Depois das semi-finais que decorreram em Março, em Lisboa, Porto e Aveiro, os 27 finalistas estiveram em Maio na UA para realizar a prova final. Durante a manhã, a prova consistiu num teste escrito e à tarde numa prova laboratorial, realizada nos laboratórios do Complexo Pedagógico”. Quanto a classificações, este ano os melhores foram: Ana Ortins Pina, da ES Infanta D. Maria – Coimbra (Ouro), Cristina Paula Marques, da ES CacilhasTejo – Almada (Prata) e Ricardo José Ladeiras Lopes, da ES da Boa Nova – Leça da Palmeira (Bronze). Por seu lado, a primeira edição das “Olimpíadas de Química Júnior” decorreu a 24 de Abril e contou com a participação de 25 escolas básicas, que trouxeram à UA cerca de 150 alunos do 9º ano de
escolaridade, dispostos a demonstrar os seus conhecimentos de química. “Não querendo reduzir as Olimpíadas às pouco atractivas provas de “papel-e-lápis”, a organização arriscou a preparação de um conjunto de provas em laboratório que tiveram uma excelente resposta por parte dos participantes. No final, as medalhas foram entregues às equipas constituídas por Diana Monteiro, Ricardo Ferreira e Miguel Saraiva, do Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus (Ouro), Ana Catarina, Marta Braga e Vânia Costa, da Escola EB23 de Arrifana (Prata), e Ana Silva, Pedro Silva e David Wessling, da Escola Evaristo Nogueira – Viseu (Bronze)”, conclui o Prof. Paulo Ribeiro Claro. Micro-Rato A 9ª edição do concurso Micro-Rato decorreu a 5 de Maio e englobou, à semelhança das duas anteriores edições, as categorias Micro-Rato, destinada a pequenos robôs móveis autónomos construídos e programados pelas equipas concorrentes, e o Ciber-Rato, uma competição com robôs virtuais, cujo desafio se prende apenas com a sua respectiva programação. O elevado número de inscrições (26 no Micro-Rato, 20 no Ciber-Rato), provenientes de instituições de ensino de todo país, equipas particulares e até de escolas secundárias e profissionais, permitiu, desde logo, antever um bom
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espectáculo tecnológico. “Apesar de “alguns problemas técnicos inesperados terem acabado por reduzir o número de equipas participantes, tendo sido efectivamente admitidas a concurso 17 equipas na categoria Micro-Rato e 13 no Ciber-Rato, o público reagiu com entusiasmo ao evoluir dos robôs em prova”, salientou um dos membros da organização desta iniciativa, Prof. Luís Almeida.
MINIMat, EquaMat e Mat12 Para acabar com a fama de “bicho-desete-cabeças” a inverter os menos bons resultados que a maioria dos estudantes da disciplina de Matemática obtém ao longo da sua vida escolar, a Universidade de Aveiro tudo tem feito. Através do Projecto Matemática Ensino (PmatE), coordenado pelo Prof. Batel Anjo, a UA tem vindo a promover um conjunto de competições que abrangem alunos de todos os graus de ensino.
“A maior parte das equipas que participaram no Ciber-Rato conseguiram concretizar os dois objectivos propostos; a saber: a movimentação até uma zona escondida no labirinto (sinalizada por um pequeno farol de luz infra-vermelha, no caso do Micro-Rato), e o regresso à zona da partida, parando nessa posição. Este segundo objectivo é substancialmente difícil do ponto de vista técnico, requerendo uma programação e capacidade sensorial mais refinada”, lembra, acrescentando que, “curiosamente, na modalidade Micro-Rato houve menos equipas a tentar o regresso à posição de partida do que em edições anteriores, o que mostra que o problema continua a dar que fazer a todos os que se submetem a esta prova”. Na categoria Micro-Rato todos os prémios ficaram em casa. O “Voyager 1.0”, do Departamento de Electrónica e Telecomunicações da Universidade de Aveiro (DETUA) classificou-se em primeiro lugar, seguido do “Made in Águeda V”, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), e do “Sukata_2”, também do DETUA. O prémio especial do júri foi atribuído ao “Made in Águeda V” e o Prémio DETUA ao “Voyager 1.0”. Na categoria Ciber-Rato, o primeiro lugar foi para “Miau” (Ancorensis – V. P. de Âncora), o segundo para “Nai” (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), e o terceiro foi atribuído a “Rathlon” (Ancorensis – V. P. de Âncora). O prémio DETUA coube ao “NightMare”, do DETUA.
Na verdade, o Projecto Matemática Ensino é um projecto de Investigação e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro, que interage com escolas de variados graus de ensino. Avaliação e aprendizagem assistidas por computador são os temas dominantes do trabalho desenvolvido e a integração de um sistema inteligente é um dos seus objectivos principais (que se mantém desde a origem do projecto). “Não é pois de estranhar, que a Informática e a Matemática surjam como áreas científicas naturalmente ligadas ao projecto, conferindo-lhe uma característica de autonomia científica”, admite o Prof. Batel Anjo. Este ano, para além de dezenas de conferências e muitas outras actividades nas escolas do país e em Moçambique, o PmatE realizou três grandes eventos na Universidade de Aveiro. O Prof. Batel Anjo recorda-os aqui, um a um, em jeito de “crónica da vida de um projecto”. “A MINIMat, uma mini-competição matemática para alunos do 3º ao 6º ano, contou, este ano, com a presença de 400 ruidosos, mas simpáticos e bem comportados, alunos dos 3º e 4º anos. Ganhou a equipa da Inês e do Gonçalo, da Escola da Chousa Velha e o prémio escola foi ganho pela Escola da Glória. Todos de olhos grandes para ver a Universidade e a peça de teatro “Falha de Cálculo”, com Anabiribana (lê-se de trás para a frente ou de frente para trás?), Gertrudes, a mulher da forma geométrica, e o Cálculo Mental, o homem das contas de cabeça. Uma experiência fantástica que se vai repetir no próximo
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ano. Os meninos do 5º e 6º anos não devem ficar tristes, pois no próximo vão ter a sua competição. A EquaMat associou-se às comemorações dos 30 anos da Universidade de Aveiro e juntou 3.400 alunos, de 199 escolas de todo o país. Teve honras de visita de Ministro da Educação e foi, como sempre, uma festa em grande. A equipa vencedora era composta por alunos do 7º ano de escolaridade, numa competição dirigida sobretudo a alunos do 9º ano. A equipa do Pedro e da Catarina vieram do Colégio Internato dos Carvalhos, que também ganhou o primeiro prémio escola. “Problema? Que problema?” foi a peça que o Teatro da Trindade apresentou. Perante uma plateia repleta de alunos, os actores conseguiram representar, com toda a coragem, várias e várias vezes a mesma peça, sempre com alegria e rigor. Ou de Matemática não se tratasse. A EquaMat teve, este ano, uma variante digna de registo – a EquaMat em Rede. Realizou-se em 12 pólos dinamizadores, que convidaram alunos de outras escolas a participar, à mesma hora, a partir de vários pontos do país e na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Língua Portuguesa em Moçambique. Participaram nesta EquaMat em Rede mais de mil alunos. A Mat12 reuniu 600 alunos dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu e ainda contou com a participação especial da Região Autónoma da Madeira. O primeiro prémio foi atribuído ao António e à Inês, da Escola Secundária com 3º ciclo do Ensino Básico Ferreira de Castro. O prémio escola foi ganho pela Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de Santa Maria da Feira. Importa referir que para todas estas provas decorreram milhares e milhares de treinos, estimando-se que tenham estado envolvidos mais de 8 mil estudantes.”.
Sucesso do Ecotoons cria BioMat Com um cariz exclusivamente educativo e pedagógico, o Jogo de Matemática Ecotoons fez mais uma vez as delícias dos alunos da Escola da Glória que, a 14 de Maio, voltaram à UA para participar num jogo que, afinal, ajudaram a criar. De acordo com a coordenadora deste projecto, Prof. Ana Breda, o jogo educativo de Matemática Ecotoons é o resultado de um trabalho de três anos, realizado por uma equipa da Universidade de Aveiro que envolveu docentes e discentes dos Departamentos de Matemática, Comunicação e Arte e Didáctica e Tecnologia Educativa. “É um jogo destinado ao 1º Ciclo do Ensino Básico que entrou no circuito comercial em Dezembro de 2003, atra-
vés das Edições Nova Gaia. Aliando a vertente pedagógica à lúdica, este jogo educativo coloca o ambiente no centro das questões, socorrendo-se da matemática para resolver os problemas que vão surgindo”, explica. O Jogo Ecotoons, tem um módulo pedagógico acoplado, que permite ajustar os desafios propostos aos conteúdos ministrados, tornando possível a sua utilização em qualquer fase de leccionação. “O jogo permite a versatilidade de ser executado em módulo de treino ou de competição. No módulo treino, o jogador pode aprender e/ou consolidar um ou mais tópicos onde sinta não estar ainda suficientemente à vontade. No módulo de competição poderá testar a sua mestria”, afirma.
Para acabar com a fama de “bicho-de-sete-cabeças” e inverter os menos bons resultados que maioria dos estudantes da disciplina de Matemática obtém ao longo da sua vida escolar, a Universidade de Aveiro tudo tem feito.
competições na ua
Conta a Prof. Ana Breda que durante estes três anos, mais de 2 mil alunos de diversas escolas básicas do país testaram o jogo, “ajudando-nos a efectuar diversas aferições que serviram para posteriores melhoramentos. As crianças que connosco colaboraram foram, sem margem para dúvida, um dos êmbolos impulsionadores do Jogo”. O primeiro teste ao Jogo foi efectuado por alunos do 1º Ciclo da Escola Nº 1 da Glória. “Quisemos, por isso, com elas festejar o culminar deste projecto. Assim, no dia 14 de Maio de 2004, reunimos, na Universidade de Aveiro, todos os alunos desta Escola, para que pudessem uma vez mais participar em algo que eles efectivamente ajudaram a criar. Foi gratificante ver a forma interessada, desportiva e alegre com que se entregaram ao Jogo. Para todos eles um muito obrigada”. “Os alunos de estágio de Ensino de Matemática foram um veículo privilegiado para levar o Jogo Ecotoons a Escolas Básicas situadas em zonas periféricas, inserindo este evento no seu plano de actividades. Continuaremos a utilizar este procedimento no próximo ano lectivo”, defende Ana Breda, que avança “estamos agora empenhados na concepção e implementação de um jogo educativo de Matemática para os 5º e 6ºs anos de escolaridade, que alia a Matemática e as Ciências da Natureza”. Trata-se do BioMat, que pretendem, diz, “que não se limite a testar competências nestas áreas científicas. No BioMat a coordenação e a gestão de tempos empregues nas diversas actividades (académicas, lazer, formação...) de acordo com os desafios propostos, serão os agentes determinísticos da melhor ou pior performance do utilizador”.
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espectáculo tecnológico. “Apesar de “alguns problemas técnicos inesperados terem acabado por reduzir o número de equipas participantes, tendo sido efectivamente admitidas a concurso 17 equipas na categoria Micro-Rato e 13 no Ciber-Rato, o público reagiu com entusiasmo ao evoluir dos robôs em prova”, salientou um dos membros da organização desta iniciativa, Prof. Luís Almeida.
MINIMat, EquaMat e Mat12 Para acabar com a fama de “bicho-desete-cabeças” a inverter os menos bons resultados que a maioria dos estudantes da disciplina de Matemática obtém ao longo da sua vida escolar, a Universidade de Aveiro tudo tem feito. Através do Projecto Matemática Ensino (PmatE), coordenado pelo Prof. Batel Anjo, a UA tem vindo a promover um conjunto de competições que abrangem alunos de todos os graus de ensino.
“A maior parte das equipas que participaram no Ciber-Rato conseguiram concretizar os dois objectivos propostos; a saber: a movimentação até uma zona escondida no labirinto (sinalizada por um pequeno farol de luz infra-vermelha, no caso do Micro-Rato), e o regresso à zona da partida, parando nessa posição. Este segundo objectivo é substancialmente difícil do ponto de vista técnico, requerendo uma programação e capacidade sensorial mais refinada”, lembra, acrescentando que, “curiosamente, na modalidade Micro-Rato houve menos equipas a tentar o regresso à posição de partida do que em edições anteriores, o que mostra que o problema continua a dar que fazer a todos os que se submetem a esta prova”. Na categoria Micro-Rato todos os prémios ficaram em casa. O “Voyager 1.0”, do Departamento de Electrónica e Telecomunicações da Universidade de Aveiro (DETUA) classificou-se em primeiro lugar, seguido do “Made in Águeda V”, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), e do “Sukata_2”, também do DETUA. O prémio especial do júri foi atribuído ao “Made in Águeda V” e o Prémio DETUA ao “Voyager 1.0”. Na categoria Ciber-Rato, o primeiro lugar foi para “Miau” (Ancorensis – V. P. de Âncora), o segundo para “Nai” (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), e o terceiro foi atribuído a “Rathlon” (Ancorensis – V. P. de Âncora). O prémio DETUA coube ao “NightMare”, do DETUA.
Na verdade, o Projecto Matemática Ensino é um projecto de Investigação e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro, que interage com escolas de variados graus de ensino. Avaliação e aprendizagem assistidas por computador são os temas dominantes do trabalho desenvolvido e a integração de um sistema inteligente é um dos seus objectivos principais (que se mantém desde a origem do projecto). “Não é pois de estranhar, que a Informática e a Matemática surjam como áreas científicas naturalmente ligadas ao projecto, conferindo-lhe uma característica de autonomia científica”, admite o Prof. Batel Anjo. Este ano, para além de dezenas de conferências e muitas outras actividades nas escolas do país e em Moçambique, o PmatE realizou três grandes eventos na Universidade de Aveiro. O Prof. Batel Anjo recorda-os aqui, um a um, em jeito de “crónica da vida de um projecto”. “A MINIMat, uma mini-competição matemática para alunos do 3º ao 6º ano, contou, este ano, com a presença de 400 ruidosos, mas simpáticos e bem comportados, alunos dos 3º e 4º anos. Ganhou a equipa da Inês e do Gonçalo, da Escola da Chousa Velha e o prémio escola foi ganho pela Escola da Glória. Todos de olhos grandes para ver a Universidade e a peça de teatro “Falha de Cálculo”, com Anabiribana (lê-se de trás para a frente ou de frente para trás?), Gertrudes, a mulher da forma geométrica, e o Cálculo Mental, o homem das contas de cabeça. Uma experiência fantástica que se vai repetir no próximo
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ano. Os meninos do 5º e 6º anos não devem ficar tristes, pois no próximo vão ter a sua competição. A EquaMat associou-se às comemorações dos 30 anos da Universidade de Aveiro e juntou 3.400 alunos, de 199 escolas de todo o país. Teve honras de visita de Ministro da Educação e foi, como sempre, uma festa em grande. A equipa vencedora era composta por alunos do 7º ano de escolaridade, numa competição dirigida sobretudo a alunos do 9º ano. A equipa do Pedro e da Catarina vieram do Colégio Internato dos Carvalhos, que também ganhou o primeiro prémio escola. “Problema? Que problema?” foi a peça que o Teatro da Trindade apresentou. Perante uma plateia repleta de alunos, os actores conseguiram representar, com toda a coragem, várias e várias vezes a mesma peça, sempre com alegria e rigor. Ou de Matemática não se tratasse. A EquaMat teve, este ano, uma variante digna de registo – a EquaMat em Rede. Realizou-se em 12 pólos dinamizadores, que convidaram alunos de outras escolas a participar, à mesma hora, a partir de vários pontos do país e na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Língua Portuguesa em Moçambique. Participaram nesta EquaMat em Rede mais de mil alunos. A Mat12 reuniu 600 alunos dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu e ainda contou com a participação especial da Região Autónoma da Madeira. O primeiro prémio foi atribuído ao António e à Inês, da Escola Secundária com 3º ciclo do Ensino Básico Ferreira de Castro. O prémio escola foi ganho pela Escola Secundária com 3º Ciclo do Ensino Básico de Santa Maria da Feira. Importa referir que para todas estas provas decorreram milhares e milhares de treinos, estimando-se que tenham estado envolvidos mais de 8 mil estudantes.”.
Sucesso do Ecotoons cria BioMat Com um cariz exclusivamente educativo e pedagógico, o Jogo de Matemática Ecotoons fez mais uma vez as delícias dos alunos da Escola da Glória que, a 14 de Maio, voltaram à UA para participar num jogo que, afinal, ajudaram a criar. De acordo com a coordenadora deste projecto, Prof. Ana Breda, o jogo educativo de Matemática Ecotoons é o resultado de um trabalho de três anos, realizado por uma equipa da Universidade de Aveiro que envolveu docentes e discentes dos Departamentos de Matemática, Comunicação e Arte e Didáctica e Tecnologia Educativa. “É um jogo destinado ao 1º Ciclo do Ensino Básico que entrou no circuito comercial em Dezembro de 2003, atra-
vés das Edições Nova Gaia. Aliando a vertente pedagógica à lúdica, este jogo educativo coloca o ambiente no centro das questões, socorrendo-se da matemática para resolver os problemas que vão surgindo”, explica. O Jogo Ecotoons, tem um módulo pedagógico acoplado, que permite ajustar os desafios propostos aos conteúdos ministrados, tornando possível a sua utilização em qualquer fase de leccionação. “O jogo permite a versatilidade de ser executado em módulo de treino ou de competição. No módulo treino, o jogador pode aprender e/ou consolidar um ou mais tópicos onde sinta não estar ainda suficientemente à vontade. No módulo de competição poderá testar a sua mestria”, afirma.
Para acabar com a fama de “bicho-de-sete-cabeças” e inverter os menos bons resultados que maioria dos estudantes da disciplina de Matemática obtém ao longo da sua vida escolar, a Universidade de Aveiro tudo tem feito.
competições na ua
Conta a Prof. Ana Breda que durante estes três anos, mais de 2 mil alunos de diversas escolas básicas do país testaram o jogo, “ajudando-nos a efectuar diversas aferições que serviram para posteriores melhoramentos. As crianças que connosco colaboraram foram, sem margem para dúvida, um dos êmbolos impulsionadores do Jogo”. O primeiro teste ao Jogo foi efectuado por alunos do 1º Ciclo da Escola Nº 1 da Glória. “Quisemos, por isso, com elas festejar o culminar deste projecto. Assim, no dia 14 de Maio de 2004, reunimos, na Universidade de Aveiro, todos os alunos desta Escola, para que pudessem uma vez mais participar em algo que eles efectivamente ajudaram a criar. Foi gratificante ver a forma interessada, desportiva e alegre com que se entregaram ao Jogo. Para todos eles um muito obrigada”. “Os alunos de estágio de Ensino de Matemática foram um veículo privilegiado para levar o Jogo Ecotoons a Escolas Básicas situadas em zonas periféricas, inserindo este evento no seu plano de actividades. Continuaremos a utilizar este procedimento no próximo ano lectivo”, defende Ana Breda, que avança “estamos agora empenhados na concepção e implementação de um jogo educativo de Matemática para os 5º e 6ºs anos de escolaridade, que alia a Matemática e as Ciências da Natureza”. Trata-se do BioMat, que pretendem, diz, “que não se limite a testar competências nestas áreas científicas. No BioMat a coordenação e a gestão de tempos empregues nas diversas actividades (académicas, lazer, formação...) de acordo com os desafios propostos, serão os agentes determinísticos da melhor ou pior performance do utilizador”.
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ua nos media
a UA nos média 38 10 – UA regressa em outubro A ousadia da Universidade falou mais alto e o desafio lançado pelo canal “A Dois” às Universidades portuguesas resultou num programa semanal de televisão inteiramente produzido pela UA. Ao longo de nove semanas, o 38 10 – UA deu a conhecer ao país a dinâmica de uma Universidade que ainda muitos não imaginavam existir.
A par desta emissão semanal, as actividades de investigação e cooperação com a sociedade, os novos cursos criados pela instituição, as actividades culturais que promoveu ou os prémios ganhos por membros da comunidade académica, foram também motivo de atenção por parte de vários meios de comunicação social. A “Linhas” avança com a informação de que, já no início de Outubro, o 38 10 – UA vai voltar à antena da Dois e destaca algumas das restantes coberturas mediáticas de que a UA foi alvo ao longo dos últimos meses.
O desafio foi lançado no início do ano académico pelo novo canal “A Dois” e a Universidade de Aveiro foi a única instituição de ensino universitário público a responder afirmativamente, aderindo ao espaço Universidades. Durante os meses de Junho e Julho todas as terças-feiras à noite, pela 1 da manhã, o 38 10 – UA levou à antena da Dois um programa de 55 minutos inteiramente produzido e realizado pela Universidade de Aveiro. Para o Prof. Fernando Ramos, responsável institucional por este projecto, “…embora haja diversos aspectos a melhorar, quer ao nível de conteúdos quer ao nível da estrutura do programa, os resultados obtidos nesta primeira fase são muito encorajadores, e julgo que correspondem, no essencial, aos objectivos que a Universidade se propôs quando decidiu aceitar este desafio. Para além da promoção e divulgação das actividades de investigação e formação, um aspecto muito importante que deve ser realçado é a significativa participação de alunos, o que é uma forma muito interessante de enriquecimento da formação académica dos nossos alunos, dado possibilitar um contacto directo com a realidade do mundo do trabalho. Por outro lado, este projecto tem um grande potencial de catalisador de outros projectos na área do audiovisual, tanto ao nível de formação como ao nível de investigação, que podem vir a ter repercussões, de âmbito institucional e regional, muito interessantes.”
Integrada no CEMED, a equipa do programa foi crescendo à medida das necessidades e conta agora com cinco jornalistas, dois câmaras, dois editores de imagem, um produtor, e um realizador. Para além destes profissionais, fundamental é igualmente a colaboração da restante equipa do CEMED e, obviamente, dos estudantes dos diversos cursos ministrados na UA, nomeadamente na concepção da imagem gráfica do programa e na autoria da música original. Outros estudantes colaboram, ainda, em outras áreas de trabalho, incluindo na recolha e edição áudio e vídeo. A verdade é que todos não tiveram mãos a medir para montar o projecto e fazer os nove primeiros programas. “A maior parte da equipa do 3810-UA trabalhou mais de 12 horas diárias para assegurar a qualidade das peças emitidas”, garante o realizador, que é também um dos coordenadores do projecto, João Salvado. Reportagens institucionais demonstrativas da forma como a UA alia a qualidade do ensino a uma investigação de excelência e a uma intensa cooperação com o mundo empresarial e a sociedade que a rodeia, foram uma constante nos programas, mas o 3810 – UA apresentou também apontamentos sobre o quotidiano dos estudantes, professores e técnicos, histórias do presente e do passado e não esqueceu a riqueza cultural, económica e social da região em que está inserida.
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a UA nos média 38 10 – UA regressa em outubro A ousadia da Universidade falou mais alto e o desafio lançado pelo canal “A Dois” às Universidades portuguesas resultou num programa semanal de televisão inteiramente produzido pela UA. Ao longo de nove semanas, o 38 10 – UA deu a conhecer ao país a dinâmica de uma Universidade que ainda muitos não imaginavam existir.
A par desta emissão semanal, as actividades de investigação e cooperação com a sociedade, os novos cursos criados pela instituição, as actividades culturais que promoveu ou os prémios ganhos por membros da comunidade académica, foram também motivo de atenção por parte de vários meios de comunicação social. A “Linhas” avança com a informação de que, já no início de Outubro, o 38 10 – UA vai voltar à antena da Dois e destaca algumas das restantes coberturas mediáticas de que a UA foi alvo ao longo dos últimos meses.
O desafio foi lançado no início do ano académico pelo novo canal “A Dois” e a Universidade de Aveiro foi a única instituição de ensino universitário público a responder afirmativamente, aderindo ao espaço Universidades. Durante os meses de Junho e Julho todas as terças-feiras à noite, pela 1 da manhã, o 38 10 – UA levou à antena da Dois um programa de 55 minutos inteiramente produzido e realizado pela Universidade de Aveiro. Para o Prof. Fernando Ramos, responsável institucional por este projecto, “…embora haja diversos aspectos a melhorar, quer ao nível de conteúdos quer ao nível da estrutura do programa, os resultados obtidos nesta primeira fase são muito encorajadores, e julgo que correspondem, no essencial, aos objectivos que a Universidade se propôs quando decidiu aceitar este desafio. Para além da promoção e divulgação das actividades de investigação e formação, um aspecto muito importante que deve ser realçado é a significativa participação de alunos, o que é uma forma muito interessante de enriquecimento da formação académica dos nossos alunos, dado possibilitar um contacto directo com a realidade do mundo do trabalho. Por outro lado, este projecto tem um grande potencial de catalisador de outros projectos na área do audiovisual, tanto ao nível de formação como ao nível de investigação, que podem vir a ter repercussões, de âmbito institucional e regional, muito interessantes.”
Integrada no CEMED, a equipa do programa foi crescendo à medida das necessidades e conta agora com cinco jornalistas, dois câmaras, dois editores de imagem, um produtor, e um realizador. Para além destes profissionais, fundamental é igualmente a colaboração da restante equipa do CEMED e, obviamente, dos estudantes dos diversos cursos ministrados na UA, nomeadamente na concepção da imagem gráfica do programa e na autoria da música original. Outros estudantes colaboram, ainda, em outras áreas de trabalho, incluindo na recolha e edição áudio e vídeo. A verdade é que todos não tiveram mãos a medir para montar o projecto e fazer os nove primeiros programas. “A maior parte da equipa do 3810-UA trabalhou mais de 12 horas diárias para assegurar a qualidade das peças emitidas”, garante o realizador, que é também um dos coordenadores do projecto, João Salvado. Reportagens institucionais demonstrativas da forma como a UA alia a qualidade do ensino a uma investigação de excelência e a uma intensa cooperação com o mundo empresarial e a sociedade que a rodeia, foram uma constante nos programas, mas o 3810 – UA apresentou também apontamentos sobre o quotidiano dos estudantes, professores e técnicos, histórias do presente e do passado e não esqueceu a riqueza cultural, económica e social da região em que está inserida.
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João Salvado não tem dúvidas. “A minha experiência na área leva-me a considerar como sinal muito positivo a ausência de críticas demolidoras. Num projecto como este, apontado a uma comunidade específica, a relação de proximidade do espectador com os conteúdos, é maior. A televisão funciona como uma lupa – baixa a relação de indiferença, e as pessoas adoram ou odeiam o que vêem.”
Os números falam por si O 38 10 – UA é o programa mais visto entre os programas das universidades, obtendo um share de 6,8 contra os 3 e 4 das restantes universidades. O share do canal (A Dois) é de 4,3. Cada programa 3810 – UA é visto, em média, por 363.800 espectadores. (5% acima da média das universidades). A audiência média estabilizada de cada programa é de 44.300 pessoas. (30% acima da média das universidades). A região do país onde o programa é mais visto é o Litoral Norte, atingindo aqui um share de 14,3.
Desenhado como um projecto de médio/longo prazo, o 38 10 – UA começa agora a estabilizar. “Já conseguimos criar rotinas, quer a nível técnico, quer logístico, quer até de métodos de trabalho. A estrutura formal do programa que seguimos foi, intencionalmente, um pouco conservadora, mas tenderá a alterar-se, dando provavelmente lugar a peças mais experimentais… Optámos por essa estrutura clássica por ela representar como que o “menor múltiplo comum” entre os diversos públicos desta comunidade. Por outro lado fomos confrontados com a necessidade de fazer um programa de 55 minutos, sem intervalo. Tivemos, por isso, que introduzir mecanismos de promoção interna do programa, e mexemos na duração e no ritmo das reportagens. Pensamos que no futuro próximo, poderemos desenvolver o projecto noutras direcções e até criar formatos diferentes.”.
Nesta região, o share do 38 10 – UA quase quadruplica o valor médio do canal. Nenhuma outra
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TSF e RTP na UA No intervalo de apenas um mês, a TSF – Rádio Notícias esteve duas vezes na Universidade de Aveiro. Do Departamento de Ambiente e Ordenamento emitiu, em directo, o Fórum TSF dedicado ao Planeamento Regional e Urbano. Os convidados eram, claro, da casa. Os professores Rosa Pires e Eduardo Anselmo discutiram os prós e contras da criação das áreas metropolitanas; um debate onde entrou igualmente o então Secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas.
região do país vê qualquer outro programa Universidades acima do dígito 6. Depois do Litoral Norte, as regiões que mais vêm o 3810 são o Grande Porto (9,1) e o Litoral Centro (5,1).
A faixa etária que mais vê “A Dois” àquela hora, todos os dias, ronda os 64 anos. No entanto, o 38 10 – UA é o único programa do espaço Universidades que consegue uma penetração significativa na faixa etária que se situa entre os 25 e os 34 anos (8,5% da UA contra 1,5% das outras universidades). Comparando com os programas das outras universidades, o 38 10 – UA mantém os mesmos níveis de penetração nas classes alta e média alta, mas é o único que penetra significativamente na
Dias mais tarde, a TSF voltou à UA. Desta vez para gravar o programa TSF/Diário Económico. Os jornalistas João Morais (TSF) e Madalena Queirós (Diário Económico) convidaram a Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, a Presidente da Associação Académica, Rosa Nogueira, o responsável pela GrupUnave, Eng. Fernando Santos, e os engenheiros Paulo Monteiro (Siemens) e Cristina Bóia (Extrusal) para uma conversa, em que interveio também a Ministra da Ciência e do Ensino Superior e o Prof. Jorge Alves (Casa do Futuro).
classe média e média/baixa, conseguindo reter, nestas classes, algum auditório que habitualmente prefere a programação mais popular dos outros canais, àquela hora. (12,5% contra 4%). Fonte: RTP/A Dois/Markdata Referente ao período Maio/Junho 2004
O programa foi para o ar a 1 de Maio e girou em torno do facto da UA ser considerada uma universidade de ponta, da excepcional classificação obtida pelas Unidades de Investigação da casa e do financiamento a estas Unidades concedido. A criação da Escola Superior
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Aveiro Norte, em Oliveira de Azeméis, a aposta da instituição em formar pessoas para as empresas, o diálogo constante mantido com o tecido empresarial da região, o projecto Casa do Futuro e as mais recentes disciplinas leccionadas na UA, pelo crítico de jazz, José Duarte, foram outras das temáticas abordadas ao longo do programa. Por seu turno, o Euro 2004 foi o mote para um conjunto de directos realizados pela RTP, a partir das cidades que acolheram o Campeonato Europeu de Futebol. Convidada a participar, a Universidade fez-se representar pela Reitora, que confirmou a forte ligação da UA às empresas da região e a constante preocupação na colocação dos seus licenciados no mercado de trabalho. O programa incluiu, ainda, um trabalho da autoria do jornalista Alberto Serra sobre a intensa cooperação da Universidade com as empresas e sociedade, mostrando como a Feira de Emprego, que anualmente se realiza na UA, funciona como um posto de escuta entre empresários e estudantes.
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João Salvado não tem dúvidas. “A minha experiência na área leva-me a considerar como sinal muito positivo a ausência de críticas demolidoras. Num projecto como este, apontado a uma comunidade específica, a relação de proximidade do espectador com os conteúdos, é maior. A televisão funciona como uma lupa – baixa a relação de indiferença, e as pessoas adoram ou odeiam o que vêem.”
Os números falam por si O 38 10 – UA é o programa mais visto entre os programas das universidades, obtendo um share de 6,8 contra os 3 e 4 das restantes universidades. O share do canal (A Dois) é de 4,3. Cada programa 3810 – UA é visto, em média, por 363.800 espectadores. (5% acima da média das universidades). A audiência média estabilizada de cada programa é de 44.300 pessoas. (30% acima da média das universidades). A região do país onde o programa é mais visto é o Litoral Norte, atingindo aqui um share de 14,3.
Desenhado como um projecto de médio/longo prazo, o 38 10 – UA começa agora a estabilizar. “Já conseguimos criar rotinas, quer a nível técnico, quer logístico, quer até de métodos de trabalho. A estrutura formal do programa que seguimos foi, intencionalmente, um pouco conservadora, mas tenderá a alterar-se, dando provavelmente lugar a peças mais experimentais… Optámos por essa estrutura clássica por ela representar como que o “menor múltiplo comum” entre os diversos públicos desta comunidade. Por outro lado fomos confrontados com a necessidade de fazer um programa de 55 minutos, sem intervalo. Tivemos, por isso, que introduzir mecanismos de promoção interna do programa, e mexemos na duração e no ritmo das reportagens. Pensamos que no futuro próximo, poderemos desenvolver o projecto noutras direcções e até criar formatos diferentes.”.
Nesta região, o share do 38 10 – UA quase quadruplica o valor médio do canal. Nenhuma outra
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TSF e RTP na UA No intervalo de apenas um mês, a TSF – Rádio Notícias esteve duas vezes na Universidade de Aveiro. Do Departamento de Ambiente e Ordenamento emitiu, em directo, o Fórum TSF dedicado ao Planeamento Regional e Urbano. Os convidados eram, claro, da casa. Os professores Rosa Pires e Eduardo Anselmo discutiram os prós e contras da criação das áreas metropolitanas; um debate onde entrou igualmente o então Secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas.
região do país vê qualquer outro programa Universidades acima do dígito 6. Depois do Litoral Norte, as regiões que mais vêm o 3810 são o Grande Porto (9,1) e o Litoral Centro (5,1).
A faixa etária que mais vê “A Dois” àquela hora, todos os dias, ronda os 64 anos. No entanto, o 38 10 – UA é o único programa do espaço Universidades que consegue uma penetração significativa na faixa etária que se situa entre os 25 e os 34 anos (8,5% da UA contra 1,5% das outras universidades). Comparando com os programas das outras universidades, o 38 10 – UA mantém os mesmos níveis de penetração nas classes alta e média alta, mas é o único que penetra significativamente na
Dias mais tarde, a TSF voltou à UA. Desta vez para gravar o programa TSF/Diário Económico. Os jornalistas João Morais (TSF) e Madalena Queirós (Diário Económico) convidaram a Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, a Presidente da Associação Académica, Rosa Nogueira, o responsável pela GrupUnave, Eng. Fernando Santos, e os engenheiros Paulo Monteiro (Siemens) e Cristina Bóia (Extrusal) para uma conversa, em que interveio também a Ministra da Ciência e do Ensino Superior e o Prof. Jorge Alves (Casa do Futuro).
classe média e média/baixa, conseguindo reter, nestas classes, algum auditório que habitualmente prefere a programação mais popular dos outros canais, àquela hora. (12,5% contra 4%). Fonte: RTP/A Dois/Markdata Referente ao período Maio/Junho 2004
O programa foi para o ar a 1 de Maio e girou em torno do facto da UA ser considerada uma universidade de ponta, da excepcional classificação obtida pelas Unidades de Investigação da casa e do financiamento a estas Unidades concedido. A criação da Escola Superior
ua nos media
Aveiro Norte, em Oliveira de Azeméis, a aposta da instituição em formar pessoas para as empresas, o diálogo constante mantido com o tecido empresarial da região, o projecto Casa do Futuro e as mais recentes disciplinas leccionadas na UA, pelo crítico de jazz, José Duarte, foram outras das temáticas abordadas ao longo do programa. Por seu turno, o Euro 2004 foi o mote para um conjunto de directos realizados pela RTP, a partir das cidades que acolheram o Campeonato Europeu de Futebol. Convidada a participar, a Universidade fez-se representar pela Reitora, que confirmou a forte ligação da UA às empresas da região e a constante preocupação na colocação dos seus licenciados no mercado de trabalho. O programa incluiu, ainda, um trabalho da autoria do jornalista Alberto Serra sobre a intensa cooperação da Universidade com as empresas e sociedade, mostrando como a Feira de Emprego, que anualmente se realiza na UA, funciona como um posto de escuta entre empresários e estudantes.
novas linhas novos futuros Pós-graduação 2004 ‘05 Cursos de Formação Especializada .Biociências .Biomateriais .Ciências das Zonas Costeiras .Comunicação e Educação em Ciência .Comunicação Multimédia .Comunicações Móveis .Comunicações Ópticas .Contabilidade e Auditoria .Cultura Portuguesa .Educação em Ciências no 1.º Ciclo do Ensino Básico .Educação em Línguas no 1.º Ciclo do Ensino Básico .Ensino de Física .Ensino de Física e Química .Ensino de Geologia e Biologia .Ensino de Matemática .Estabilidade e Textura de Produtos Agro-Alimentares .Estudos Franceses .Estudos Ingleses .Física Computacional .Física das Energias Renováveis .Física do Clima e das Alterações Climáticas .Geriatria e Gerontologia .Gestão Ambiental, Materiais e Valorização de Resíduos .Gestão Industrial e Logística .Gestão para Executivos .Gestão Pública .Investigação em Didáctica .Literatura Portuguesa .Multimédia em Educação .Políticas e Gestão do Ensino Superior .Propriedades Físicas dos Materiais .Química de Aromas e Técnicas de Análise .Química e Qualidade dos Alimentos .Redes de Comunicações .Segurança Alimentar .Sistemas de Informação .Técnicas Avançadas para Análise de Alimentos
Mestrados .Análise Social e Administração da Educação .Ciência e Engenharia de Materiais .Ciências da Fala e da Audição .Ciências das Zonas Costeiras .Comunicação e Educação em Ciência .Contabilidade e Auditoria .Economia de Empresa .Educação em Ciências no 1º Ciclo do Ensino Básico .Educação em Línguas no 1º Ciclo do Ensino Básico .Engenharia Biomédica – Ramo de Biomateriais .Engenharia Biomédica – Ramo de Instrumentação, Sinal e Imagem .Engenharia Electrónica e Telecomunicações .Engenharia Mecânica (a leccionar no Instituto Politécnico de Leiria) .Ensino de Física e Química .Ensino de Geologia e Biologia .Estudos Clássicos .Estudos Franceses .Estudos Ingleses .Estudos Portugueses .Física Aplicada .Geoquímica .Geriatria e Gerontologia .Gestão Ambiental, Materiais e Valorização de Resíduos .Gestão de Informação .Gestão de Inovação e do Conhecimento .Gestão de Operações .Gestão e Desenvolvimento em Turismo .Gestão Pública .Matemática .Métodos Biomoleculares Avançados .Métodos Instrumentais e Controlo da .Qualidade Analítica .Minerais e Rochas Industriais .Multimédia em Educação .Música .Planeamento do Território – Inovação e Políticas de Desenvolvimento
.Planeamento do Território – Ordenamento da Cidade .Planeamento do Território – Riscos Naturais e Tecnológicos .Políticas e Gestão do Ensino Superior .Poluição Atmosférica .Química e Qualidade dos Alimentos .Toxicologia
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