Revista Linhas 08

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ua em mudança Maria Helena Nazaré

miguel torga: um perfil de granito António Manuel Ferreira

liderança na administração pública: desafios e paradoxos Arménio Rêgo

percursos profissionais antigos alunos da ua falam das suas experiências profissionais

ua conquista mais de duas dezenas de novas distinções

ua apresenta proposta de método de diagnóstico para detecção de bactéria Helicobacter pylori

ua participa na produção de electrólitos mais eficientes para aplicar em “janelas inteligentes”

investigadores da ua aumentam desempenho de ferramentas com revestimentos de diamante

ua aplica sete milhões de euros em equipamento científico

SUIT: alta definição a 200km/h em testes na ua

qualidade da licenciatura em química da ua reconhecida a nível europeu

cet – prémios e diplomas marcaram abertura da 6ª edição dos cursos de especialização tecnológica


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universidade de aveiro inaugura Master of Science in Information Networking

empreendedores de sucesso nascem na universidade de aveiro

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publicações da comunidade académica

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cerimónia de abertura do novo ano escolar 2007 › ‘08 ua assinalou início de ano com entrega de prémios e transmissão no second life

na 2ª edição da academia de verão centenas de jovens invadiram os laboratórios da ua

8ª edição da semana aberta milhares de visitantes à descoberta da ciência e da tecnologia

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projecto ciclo de concertos momentum música contemporânea em aveiro

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dia do instituto mérito de estudantes do isca-ua reconhecido com entrega de diplomas e prémios

projecto inédito desenvolvido no departamento de Eng. Mecânica universidade de aveiro leva moto ao lisboa-dakar

uaveiro.tv ua multimeios já emite na net

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à mesa com leonardo da vinci o génio visto com “outros olhos”


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dezembro‘07 dezembro ‘07

ua mudança em

Maria Helena Nazaré Reitora da Universidade de Aveiro

O contexto que se vive no Ensino Superior, no País e a nível internacional, coloca grandes desafios às instituições: existem expectativas acrescidas quanto ao papel das universidades, em especial pela crescente ênfase no papel do conhecimento e da sua utilização para o desenvolvimento da economia e da sociedade; há uma maior exigência em termos de utilização de recursos, qualidade de desempenho e prestação de contas; ocorrem alterações profundas nos enquadramentos institucionais; é crescente a competição por alunos e pessoal qualificado; aumentam os constrangimentos financeiros. Neste ambiente em rápida mudança é de crucial importância manter as características da missão da Universidade, tal como a entendemos, em que a criação de conhecimento, o ensino e o desenvolvimento integrado dos indivíduos, e a cooperação com a sociedade, em múltiplas vertentes, devem ser efectuadas num quadro de autonomia institucional. A velocidade e dimensão das mudanças fazem com que seja importante reanalisar, com maior frequência, as opções efectuadas e os caminhos trilhados, e, simultaneamente, antecipar novas oportunidades e ameaças. Esta é uma condição que, conjugada com uma elevada capacidade de resposta e de mudança, permite a adaptação às novas circunstâncias e às necessidades da sociedade.

Foi neste sentido que a UA decidiu, em 2006, iniciar um novo processo de avaliação institucional, tendo para o efeito recorrido à European University Association (EUA), através do seu programa de avaliação institucional (IEP). Recorde-se que processo similar tinha sido realizado em 1995, sob os auspícios do então CRE, e revisitado em 1998. Com esta nova avaliação a UA pretendeu obter uma visão externa, regida por padrões internacionais, que sirva de complemento às reflexões internas, contribuindo com valor acrescido para o processo de desenvolvimento estratégico e para a melhoria do desempenho institucional. O exercício iniciou-se com uma reflexão interna em torno de questões fundamentais; são elas: Quais os objectivos da Instituição? Como se organiza para os atingir? Como sabe se os atinge? Como faz para melhorar? Tal reflexão, coordenada por uma comissão especificamente nomeada para o efeito e que envolveu um conjunto significativo de actores da comunidade universitária, resultou no relatório de auto-avaliação. Este relatório serviu de base ao trabalho da comissão internacional de avaliadores, que visitou a UA por duas vezes ao longo deste ano e elaborou um relatório contendo a apreciação do desempenho institucional e um conjunto de recomendações. Neste momento em que, por força do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior entretanto


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aprovado, a UA terá de, a curto prazo, repensar a sua estrutura de governo e organização interna, em sede de revisão estatutária, é especialmente oportuno analisar alguns dos aspectos focados na avaliação institucional. Desde logo, é com agrado que o trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos, por toda a comunidade da UA, foi reconhecido e expresso, de forma extremamente elogiosa, pelos avaliadores que nos visitaram. Apostas estratégicas, selectivas e inovadoras, e empenho construíram a UA que hoje existe. A qualidade dos recursos humanos, o ambiente humano, o campus e as plataformas tecnológicas existentes são aspectos apontados pelo painel de avaliadores como contribuindo, de forma decisiva, para o desempenho e para a boa imagem que a UA apresenta. Menção francamente positiva foi também conferida ao desempenho ao nível da investigação, ao nível das actividades de transferência de tecnologia e à participação em diversos programas e fora europeus. O modelo matricial adoptado pela UA é claramente apontado como um aspecto que confere flexibilidade e rapidez de resposta, e que promove a interdisciplinaridade, aspectos cruciais para responder aos desafios actuais e à dinâmica da envolvente. Mas não menos importante que enumerar os aspectos positivos, é a análise dos problemas identificados e das recomendações efectuadas, de entre os quais gostaria de salientar quatro aspectos. Em primeiro lugar, por constituir um dos factores decisivos em termos de competitividade da instituição e do relacionamento com os diferentes parceiros e interlocutores, e por ser um dos aspectos mais enfaticamente referidos nas recomendações da EUA, é necessário desenvolver, de modo muito mais aprofundado, os processos internos de controlo de qualidade. Tal é cada vez mais determinante para o contributo que a UA presta à sociedade, para a

percepção desse mesmo contributo e, por isso, para aumentar a confiança no relacionamento interno, com os alunos, com as empresas e autarquias, com os financiadores, com o público em geral. Embora seja reconhecido o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, através de diversas iniciativas, não temos ainda uma abordagem consistente nesta matéria, transversal a todos os domínios de actuação da UA (investigação, ensino, cooperação com a sociedade), nem a todos os níveis da organização. É necessário promover uma cultura de qualidade, definir o que entendemos por “qualidade” nos diferentes domínios, definir que patamares se pretendem alcançar e que instrumentos são requeridos. É uma tarefa que a todos diz respeito. A EUA recomenda, como elementos concretos deste processo, e entre outros, a avaliação das diversas estruturas (unidades orgânicas, das unidades de investigação, dos serviços e estruturas de apoio); a criação de uma estrutura de desenvolvimento académico; a conjugação da utilização de questionários com outros instrumentos para a avaliação da vertente ensino-aprendizagem, e focados sobre o processo e os resultados da aprendizagem. Como é expressamente recomendado, novos passos têm que ser dados, em particular, na utilização dos resultados de processos de avaliação, só assim efectivamente contribuindo para uma melhoria sustentada. Uma segunda área diz respeito à actual estrutura de decisão, e que resulta da combinação dos órgãos de governo e coordenação, previstos na lei, com as unidades orgânicas, as unidades de investigação criadas em virtude do modelo de financiamento à investigação e as estruturas intermédias de coordenação. A flexibilidade de actuação proporcionada pela estrutura matricial e pela iniciativa ao nível das unidades tem de ser potenciada, e não mitigada, por sobreposições de

ua em mudança

competências, sedes conflituantes de decisão e áreas de menor definição. Este aspecto deve merecer a nossa atenção no período de revisão estatutária em que nos encontramos. Compete-nos aproveitar a experiência detida e contribuir para a resolução dos problemas identificados. Numa terceira vertente gostaria de me referir ao relacionamento entre a Universidade e os actores da região. O relatório da avaliação institucional aponta para a necessidade de intensificar a cooperação e articulação entre os diferentes parceiros, muito para além de meros projectos conjuntos. É recomendado, de forma clara, a necessidade de um diálogo aprofundado, à escala regional, que permita debater problemas e delinear estratégias partilhadas. Esta é uma questão pertinente num momento em que, por exemplo, se preparam as candidaturas a financiamento no âmbito do QREN, mas tal recomendação tem um alcance mais amplo do que a utilização dos instrumentos disponíveis, situando-se sim ao nível da definição do modelo de desenvolvimento pretendido para a região. Sendo esta uma tarefa multilateral considero essencial que se criem novas plataformas de diálogo, que permitam a aproximação dos diferentes interlocutores. Um quarto e último aspecto, e que é verdadeiramente transversal a toda a actuação da UA, diz respeito ao processo de comunicação interna. A qualidade deste processo é determinante, não só para o desempenho quotidiano mas também para a coesão interna da comunidade da UA. No presente quadro de elaboração de estatutos, e considerando a importância das decisões a tomar ao longo dos próximos meses, é particularmente importante promover a comunicação e o debate informado para a definição do futuro da nossa Universidade. A participação de todos é fundamental!


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miguel torga

um perfil de António Manuel Ferreira Docente do Departamento de Línguas e Culturas UA


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Num dos apontamentos do seu volumoso Diário, Miguel Torga define-se como “um homem de granito”. E, na verdade, não há melhor forma para traçar o perfil deste escritor resistente e sólido, cuja escrita, embora tersa e varonil, apresenta, não raras vezes, porosidades frágeis e humildes. Assim como a pedra arduamente trabalhada pelo construtor da casa mais humana, também o perfil do homem e do poeta é devedor de um duro ofício de paciência e confiança. Nascido entre as carrancudas e encantadas penedias de Trás-os-Montes, Adolfo Correia da Rocha, em perfeita sintonia com a terra materna, recorreu à beleza granítica da torga como senha fiel para a construção de uma obra literária que se destaca, majestosa, na paisagem literária portuguesa do século vinte. Há hoje, como já houve antes e haverá no futuro, vozes discordantes que tendem a ver em Miguel Torga um escritor epocalmente situado, demasiado comprometido com o seu tempo histórico-político, e recuperador de um Portugal que já só existe nos seus livros e nos de alguns companheiros de geração, como, entre outros, Tomaz de Figueiredo. Há, nesses reparos críticos, algo de verdade e muita falta de discernimento. Um grande escritor não se mede pelos temas que escolhe – ou se lhe impõem -, mas pela forma como constrói, com palavras, um mundo coerente e verosímil, expandindo, ao mesmo tempo, as potencialidades expressivas da língua em que escreve. E toda a obra torguiana é um testemunho curial desses pressupostos. Evidentemente, como acontece com a maior parte dos escritores, nem todos os livros de Torga resistem, de igual modo, ao exigente crivo do tempo. Mas o cerne da obra permanece, porque, ao contrário do que postulam as leituras apressadas, o mundo ficcional do autor de Contos da Montanha, imerge profundamente no particular para atingir, de forma plena, as dimensões humanas universalmente reconhecíveis

e partilháveis. Situam-se, neste percurso, os poemas de dilaceração confitente, as notas diarísticas de interrogação e espanto, e, sobretudo, os contos que, desde Bichos (1940) até Pedras Lavradas (1951), confirmam, sem qualquer mácula, a arte superior de um contista que continua a ocupar, no espaço vasto da língua portuguesa, um lugar de elevado mérito. Na verdade, Miguel Torga demonstra um saber poético e oficinal do conto que poucos escritores lusófonos conseguem igualar. Profundamente moderno na compreensão das depuradas leis da narrativa contística, Torga entrelaça, com habilidade notável, o lirismo mais emocionado e a destreza de contar uma história curta e sincopada, sem diminuir o prazer da leitura, nem cercear os veios de significação alargada, que são consubstanciais aos contos genologicamente exemplares. À semelhança dos grandes mestres – ou seja: Tchekhov, Maupassant, Katherine Mansfield ou Machado de Assis -, Miguel Torga consegue moldar uma história de recorte universal, explorando, com pedras lavradas, uma situação, um episódio, um momento. Qualquer um dos magistrais contos de Bichos ou dos belíssimos Novos Contos da Montanha pode servir de exemplo confirmador. O jardim transmontano, com porta aberta em Barca D’Alva, lá continua à espera de olhos prontos a aceitarem a maravilha. A mesma disponibilidade é exigida aos que se acercam da obra de Miguel Torga, um homem que correu Portugal de ponta a ponta, se estendeu pelo Brasil e pelo mundo, mas manteve o mesmo espanto perante as coisas essenciais. Fugiu sempre do tentacular reducionismo lisboeta, equivocamente cosmopolita; porém, o apetite predatório do poder político não se esqueceu de lhe aproveitar a vontade de contribuir para a construção de uma pátria mais justa. Cedeu, relutante e crítico, algumas vezes, às vozes de sereia. Mas voltou, com a mesma inteireza, ao seu reduto transmontano –

miguel torga: um perfil de granito

em Coimbra, em São Martinho de Anta, no Rio de Janeiro, ou em qualquer outro lugar do mundo. Há quem veja nessa constância um empobrecimento. Mas ele, que era um escritor profundamente religioso – sem ser, contudo, ovelha de nenhum rebanho salvífico –, sabia que não era bem assim. As suas criaturas, grandiosas ou degradadas, são visceralmente verdadeiras. Em Trás-os-Montes ou em outro recanto do universo humano. São filhos de um deus ausente, mas não desertor. São como “Mariana”, “Ramiro”, “Vicente”, ou todos nós. Na passagem do centenário de nascimento de um dos mais lídimos escritores da língua portuguesa cabe, portanto, ressaltar o perfil de granito de um homem, que está, felizmente, longe do mármore funéreo e nunca cedeu à tentação do facilitismo argiloso.


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dezembro‘07 dezembro ‘07

LIDERANÇA Arménio Rêgo Docente do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial UA

A liderança é um processo de influência recíproca. É levada a cabo por líderes e liderados. Um bom exército requer bons generais mas também bons soldados. Uma eficaz Administração Pública constrói-se com directores e dirigidos. A este preâmbulo, acrescento outro: não há um receituário universal para a liderança, qualquer que seja o domínio de actuação. Diferentes situações, pessoas e circunstâncias requerem diferentes estilos. Por conseguinte, as orientações que seguidamente exponho não são prescrições, mas antes pistas de reflexão sobre os desafios que hoje se colocam aos líderes da Administração Pública em transição. Eis os dez desafios – importantes, embora sem pretensões de que sejam os mais relevantes:

3. A formalização de objectivos pode ser problemática se excluir objectivos que, embora importantes, não estão formalizados. A razão é simples: as pessoas focalizam-se nos objectivos formalizados e em função dos quais serão avaliadas. Os objectivos não formalizados, ainda que relevantes para o sucesso dos serviços, tendem a ser descurados.

1. É fundamental premiar o mérito. Importa que sejam estabelecidos critérios claros de avaliação, que haja transparência nos processos e que as pessoas se revejam nos modelos de avaliação que lhes são aplicadas. A avaliação de desempenho não é um fim em si mesmo, mas um meio para melhorar desempenhos.

6. É preciso premiar quem toma iniciativa. Para tal é necessário encarar os erros como oportunidades para a aprendizagem – e não como armas de arremesso. Caso contrário, as pessoas preferem não tomar iniciativa – para não errarem nem serem desrespeitosamente repreendidas!

2. Não basta avaliar num dado período. É também necessário que líderes e liderados definam, em parceria, modos de melhorar o desempenho no período de avaliação seguinte. É também necessário que avaliadores e avaliados partilhem responsabilidades.

4. É necessário construir os serviços com as pessoas – e não contra as pessoas. 5. Importa que os líderes se focalizem nas forças das pessoas. Existe um enorme potencial desaproveitado. Muitas pessoas sentem que o seu trabalho não é valorizado e, pior ainda, que a dedicação e o empenhamento prejudicam a progressão na carreira.

7. Importa que os líderes sejam receptivos às boas e às “más notícias” e fomentem um clima em que seja natural e desejável que os colaboradores, de modo responsável e construtivo, se exprimam – concordando ou discordando. Caso contrário, os colaboradores que “sabem a verdade” não ousarão transmiti-la. Um dia, o rei


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liderança na administração pública: desafios e paradoxos

na administração pública:

desafios e paradoxos

vai nu, mas todos lhe dirão que está soberbamente vestido…! 8. É pouco sensato o argumento segundo o qual “não elogio os meus colaboradores pelo bom trabalho porque eles são remunerados precisamente para fazerem bom trabalho”. O elogio é uma recompensa simbólica que reforça os comportamentos desejados, confere significado ao trabalho das pessoas e contribui para criar climas de confiança e respeito. Elogie pois os seus colaboradores quando o merecerem, de modo genuíno. 9. Os sucessos das equipas decorrem do esforço dos líderes e dos liderados. É necessário, pois, que os colaboradores sejam reconhecidos pelo seu trabalho – em vez de apenas censurados e culpabilizados quando ocorrem fracassos. Como líder, siga o conselho de Collins: quando houver fracassos, veja-se ao espelho; quando houver sucessos, olhe pela janela, para apreciar os seus colaboradores. 10. A liderança pelo exemplo é crucial. Os actos dos líderes falam mais do que as palavras. É fundamental que pratiquem o que apregoam. A maior parte destes desafios insere-se num quadro de acrescida responsabilidade e incerteza. Para além de gerirem os seus colaboradores, os líderes da Administração Pública necessitam de “gerir” os seus superiores e de lidar

com contingências (governamentais, orçamentais, políticas) de grande envergadura. Necessitam também de lidar vigorosamente com as exigências e as necessidades dos cidadãos e dos utilizadores dos serviços públicos que prestam. Daqui resultam dificuldades tais que, por vezes, se torna quase necessário fazer a “quadratura do círculo”. A conciliação dos anseios e interesses dos vários stakeholders pode transformar o trabalho da liderança numa actividade de gestão de paradoxos. Torna-se pois plausível a sabedoria de um adágio espanhol: “falar de touros não é o mesmo que estar na arena”. Ou seja: é mais fácil ensinar e falar de liderança (como nós o fazemos) do que liderar. Aos líderes da Administração Pública estão acometidas responsabilidades cujas dificuldades apenas a experiência concreta dos “toureiros” permite compreender. A cultura portuguesa é tendencialmente paternalista, esperando-se habitualmente dos líderes a resolução de todos os problemas. Mas essa não é porventura a forma mais sensata para construir uma melhor Administração Pública. Líderes e liderados necessitam de desenvolver esforços conjuntos e partilhar responsabilidades.

Síntese ·Recompense o mérito dos colaboradores. Seja justo. ·Mobilize os colaboradores através de uma visão ambiciosa para o departamento ou serviço, mas também concretizável, mensurável, que eles compreendam e na qual se revejam. Envolva-os na definição dessa visão. ·Actue de modo congruente com as suas palavras. Cumpra as promessas. ·Partilhe os sucessos. Valorize os desempenhos. Não esteja presente, apenas, quando é necessário punir! ·Crie um clima positivo e entusiasta. ·Estimule o espírito crítico dos colaboradores. Não “mate o mensageiro das más notícias”. ·Transmita elevadas expectativas de desempenho aos seus colaboradores. Seja exigente, mas faculte-lhes condições para que possam corresponder a essas expectativas. ·Lidere pelo exemplo. Não esqueça: os actos comunicam mais do que as palavras. ·Seja competente! ·Esforce-se por compreender e gerir os interesses dos vários stakeholders (e.g., colaboradores, superiores, estrutura governamental, cidadãos). ·Esteja preparado(a) para as dificuldades de conciliar esses interesses, anseios e desafios. Saiba lidar com a incerteza e os paradoxos.


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João Gir · to in c a J s e u q ri n e e · Marta H

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com muita arte e design por terras de nuestros hermanos

Jimi Borgue É ilustrador e modelo nas horas vagas; designer a tempo inteiro. Jimi Borgue, 28 anos, concluiu a licenciatura em Design Industrial, em 2001. Há três anos mudou-se de armas e bagagens para Barcelona para trabalhar na NODE. Nesta empresa de inovação que, através da análise dos comportamentos emergentes na sociedade de consumo, se propõe criar novos produtos e serviços, o papel deste antigo aluno da Universidade de Aveiro vai muito além do de redesenhar um produto.


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Dizer que Jimi Borgue respira arte é, talvez, a melhor forma de definir a forma de estar deste antigo aluno da Universidade de Aveiro. Em criança passava os dias a copiar desenhos de revistas e livros, a admirar os trabalhos de outros artistas ou a criar os seus próprios desenhos. Quando completou o 9º ano chegou a ponderar enveredar por uma carreira ligada à arte, mas o design - sempre presente nos seus planos - falou mais alto. Optou, então, por realizar um curso técnico-profissional de design de mobiliário, o que lhe viria a dar equivalência ao 12º ano e as bases para enfrentar, sem problemas, os desafios que iria encontrar na Licenciatura em Design. Jimi soube da existência desta licenciatura que tinha acabado de se estrear na Universidade de Aveiro, por intermédio de um amigo que já estava a frequentar o primeiro ano. “Não tinha mais informações sobre a UA mas decidi colocá-la como primeira opção no ingresso à Universidade”, até porque, recorda, “sendo de Paredes, Aveiro ficava relativamente próxima do Porto, mas suficientemente longe para poder começar a emancipar-me”. Para além das pessoas que na UA conheceu e que até hoje se mantêm os seus melhores amigos, o facto de ter tido docentes como Francisco Providência, Carlos Aguiar, Fátima Pombo, Carlos Corais ou João Branco fazem-no sentir-se um privilegiado. “O curso preparou-me bastante bem para a prática do design porque estava direccionado para a criação de produtos (sempre com especial incidência no conceito diferencial) para serem produzidos industrialmente e não para a criação de produtos ditos de autor”, esclarece. O seu primeiro contacto com o mercado de trabalho aconteceu ainda durante o curso. Recomendaram-lhe que realizasse o estágio curricular num gabinete de design da Marinha Grande. Três dias depois de uma entrevista com o director da Grandesign estava a trabalhar com uma equipa de sete

designers industriais, gráficos e de automóvel. “Aprendi bastante, conheci pessoas extremamente profissionais e acabei por ser contratado pela empresa, onde trabalhava fundamentalmente no desenvolvimento estético-funcional dos mais variados produtos: móveis, electrodomésticos, embalagens, brinquedos, motos, etc.”. A oportunidade de ir trabalhar para Barcelona – cidade que conheceu numa vista de estudo organizada pela UA e pela qual imediatamente se apaixonou - surgiu dois anos depois, após ter conseguido uma entrevista na NODE, por intermédio seu antigo director na Grandesign, na altura Director de Design na empresa espanhola. Ao serviço da NODE desde Janeiro de 2005, o dia-a-dia de Jimi Borgue é imprevisível. “Um dia posso estar a conceptualizar/desenhar sapatos, noutro a participar num brainstorming para um novo serviço de um banco e, no dia seguinte, envolvido num sketchstorming para um projecto de brinquedos. Para além disso, participo em tarefas que não têm directamente nada em comum com desenvolvimento de projectos, como por exemplo, a metodologia de design da empresa”, explica. A NODE é uma empresa de inovação que se propõe criar produtos e serviços capazes de fazer surgir novos mercados. Diz Jimi Borgue que a empresa identifica as novas oportunidades de mercado, analisando comportamentos emergentes na sociedade de consumo para, a partir daí, criar algo de novo. É por isso, também, que Jimi confessa não relegar para segundo plano o que vai vendo e vivendo dia após dia fora do seu horário de trabalho. “Para fazer design absorvo tudo o que não está relacionado directamente com design”, admite, adiantando que o seu trabalho, como designer industrial da NODE, consiste no desenvolvimento de conceitos e produtos, em contacto directo com uma equipa multidisciplinar, composta por profissionais de inovação,

carreiras bem sucedidas

designers gráficos e de interacção, consultores, psicólogos, engenheiros, profissionais de marketing, etc. “Esta forma de trabalhar permite-nos detectar novos comportamentos do usuário e assim, criar produtos ou serviços que respondam a esses comportamentos. Não se trata apenas de redesenhar um produto (visão clássica do design industrial), mas sim de questionar primeiro se faz sentido criar esse produto/serviço”. É comum Jimi estar envolvido em dois ou três novos projectos em simultâneo mas são os produtos que desenvolve para crianças que fazem as suas delícias. Exemplo de um dos seus últimos gozos foi a criação de duas colecções de sapatos para crianças (Primavera/Verão e Outono/Inverno), apenas à venda em Espanha. Mas é também ao ver os seus produtos estampados nos catálogos e nas ruas que este antigo aluno da UA encontra a recompensa do seu esforço diário. Por outro lado, Barcelona encaixa que nem uma luva na qualidade e estilo de vida que sempre ambicionou. “Os espanhóis têm um espírito diferente dos portugueses. São bastante expressivos e autênticos. Têm sempre uma opinião a dar e orgulham-se da sua identidade. Para além disso, Barcelona é um epicentro de cultura, com uma rotatividade de pessoas acima da média e muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo, todos os dias, o que me tem dado a oportunidade de trabalhar igualmente como ilustrador e modelo” Envolvido em todas estas actividades que lhe permitem viver experiências tão díspares e conhecer diferentes tipos de pessoas, voltar a Portugal não está nos seus horizontes. Já frequentar um mestrado que o pusesse à prova e trabalhar numa área do design com uma vertente mais artística, como o design de cenários, ilustração, design de calçado e acessórios, são projectos que garantidamente entusiasmam Jimi Borgue.


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dezembro ‘07

integração de informação na justiça sem segredo

Marta Jacinto Concluiu a licenciatura em Matemática Aplicada e Computação, em 1998, e pouco depois passou a integrar os quadros do Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ). Neste organismo, responsável pelos planos de informatização e actualização tecnológica da actividade dos órgãos, serviços e organismos integrados na área da justiça, Marta Jacinto, 30 anos, tem vindo a lidar de perto com os processos relativos à implementação da Informação Empresarial Simplificada (IES), do Cartão do Cidadão, do Automóvel on-line e, entre outros, do Nascer Cidadão.


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As funções de chefe de projecto de Integração de Informação na Justiça, que vem desempenhando desde Março deste ano, ocupam em média 10 a 12 horas de um normal dia de trabalho desta antiga aluna da Universidade de Aveiro. Mas o tipo de projectos em que no ITIJ tem estado envolvida, desde a sua entrada neste organismo do Ministério da Justiça em 1999, são suficientemente aliciantes para se considerar uma profissional realizada. Conta Marta Jacinto que, no que à justiça diz respeito, o ITIJ está encarregue de muitos projectos novos e aliciantes, como é o caso do Cartão do Cidadão, do Automóvel on-line, do Nascer Cidadão, ou da Informação Empresarial Simplificada, pelo que não lhe é fácil apontar apenas um, quando questionada sobre o mais aliciante. Contudo, não hesita em atribuir ao Cartão do Cidadão, um papel maior, pelo desafio que representa em termos técnicos e de coordenação com outras entidades. Quando Marta Jacinto, ainda no 9º ano de escolaridade, se apercebeu de que a sua vontade de estudar Matemática não se limitaria a seguir uma carreira apenas orientada para a área do ensino, estava longe de se imaginar a trabalhar em Informática. Com a licenciatura em Matemática Aplicada e Computação concluída, decidiu seguir para Mestrado. Orientada por Pedro Henriques, um dos seus professores da UA, também docente na Universidade do Minho, Marta Jacinto tirou, em Braga, o Mestrado em Informática - ramo Ciências da Computação. Entretanto, um convite do Professor da Universidade de Aveiro, Artur Serrano, levou-a a integrar, como bolseira, o Grupo de Sistemas de Informação na Área da Saúde do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC Aveiro), actual Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA). “Foi nesta altura que o meu rumo mudou para as Ciências da Computação, deixando a matemática

como pano de fundo. Estive no INESC até à minha entrada no ITIJ, na altura Direcção-Geral dos Serviços de Informática (DGSI). Estava também a terminar a parte lectiva do mestrado, que concluí em 2002 com uma dissertação sobre Validação Semântica em Documentos XML”, recorda. À parte de um curto interregno para gerir o projecto Oeste Digital, a convite da Associação de Municípios do Oeste, e de algumas participações em conferências para apresentações de artigos no âmbito do Mestrado, Marta Jacinto está ligada ao ITIJ desde 1999. Até 2002 trabalhou como técnica de sistemas no mainframe (um computador de grande porte, dedicado normalmente ao processamento de um volume grande de informações) e centrou a sua actividade no sistema de segurança usado neste sistema central, o Top Secret (software de gestão de utilizadores e recursos). A par destas funções, e no âmbito do plano de formação a entidades públicas do ITIJ, deu formação sobre vários produtos do Microsoft Office. Nos anos seguintes, dedicou-se ao XML, que explica, “é uma meta-linguagem, que tem como um dos principais objectivos a separação entre o conteúdo e o formato. Sendo texto puro, os documentos XML podem ser utilizados indiferentemente por qualquer sistema operativo, acedidos recorrendo qualquer linguagem de programação ou mesmo lidos recorrendo a um editor de texto. É utilizado por exemplo para trocas de informação entre sistemas e armazenamento de informação por software”, tendo sido ainda responsável pela formação em XML dada aos funcionários da casa. A definição do formato para a troca de informação relativa ao Documento Único Automóvel, em conjunto com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, foi-lhe entregue nos finais de Agosto de 2005. “Ao mesmo tempo, fui acompanhando os vários processos que envolviam a partilha de informação

carreiras bem sucedidas

entre o ITIJ e outras entidades, nomeadamente o TMenu – interface de pesquisas às bases de dados sedeadas no ITIJ e propriedade do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) e Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ), e ainda a escolha da plataforma de Enterprise Service Bus da Justiça.” Habituada a envolver-se em mil e um projectos ao mesmo tempo (é membro da Comissão Científica da XATA – XML – Aplicações e Tecnologias Associadas, desde a sua primeira edição, em 2003, e na Universidade de Aveiro foi uma dos cinco alunos responsáveis pela criação do Concurso / Encontro Nacional de Programação em Lógica – CeNPL), a agora chefe de projecto de Integração de Informação na Justiça, lamenta não dispor de mais tempo para se dedicar, como gostaria, a um sem número de actividades que lhe são queridas. “Gostaria muito de dar seguimento à Associação PXE Portugal – Pseudoxantoma Elástico Portugal (doença hereditária recessiva que pode afectar a pele, olhos e sistemas cardiovascular e gastrointestinal)”. Certa de que na Universidade de Aveiro viveu o que classifica ser “um companheirismo global” e desenvolveu o raciocínio lógico que a tem ajudado a aprender os conceitos / ferramentas / linguagens novos de que tem necessitado, Marta Jacinto quer ir mais além nos seus conhecimentos. Doutorar-se e obter competências na área da genética são apenas dois dos seus projectos.


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dezembro ‘07

segurança máxima no salto sem rede para a alemanha

João Girão Tem apenas 27 anos mas já ocupa um lugar de destaque na NEC Alemanha. João Francisco de Lima Lobo Girão licenciou-se, em 2004, em Engenharia de Computadores e Telemática e está agora a caminhar a passos largos para a conclusão do seu doutoramento em segurança para redes de sensores, na Universidade de Bochum, na Alemanha. Foi a partir de Tóquio, numa das suas muitas viagens de trabalho, que contou à “Linhas” a sua experiência como investigador e responsável por uma área técnica nos laboratórios da NEC na Europa.


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Desde muito cedo que a sua afinidade pelos computadores e pela Internet deixavam adivinhar a vocação de João Girão. Passava horas a fio no computador e chegava ao cúmulo de muitas manhãs correr para a cama ao sentir os pais acordar, fingindo estar a levantar-se para um novo dia de aulas no liceu” Foi nessa altura que começou a programar. “Os computadores e as redes sempre me fascinaram. Não só pelo que se conseguia fazer mas pelo que se podia fazer, além do que já estava feito, a partir de casa, só com um PC”. Apesar de todo este fascínio, o exemplo familiar – os pais são ambos médicos – tinham-no levado a seguir, ainda no liceu de Viseu, um percurso na área da biologia e da química. Quando no final do 12º ano se tornou óbvio optar por uma carreira ligada aos computadores, decidiu então propor-se ao exame de física, disciplina que não tinha tido mas que era obrigatória para ingressar num dos cursos que agora não tinha dúvidas em seguir. “Com alguma sorte passei no exame e consegui entrar na 2ª fase em Engenharia de Computadores e Telemática, na Universidade de Aveiro” João Girão faz questão de frisar que pensa ter desfrutado dos melhores professores da UA e que o curso está muito bem feito e balançado, dividindo-se em três fases importantíssimas: uma primeira onde se aprendem as bases de engenharia (física, química, matemática, introdução à informática); uma seguinte, onde a aprendizagem se centra nas bases de redes e computadores, e, a última, onde é dada total atenção à especialização nalgumas disciplinas da área escolhida e ao projecto. “Só damos valor à primeira fase depois de estarmos uns anos a trabalhar, mas as bases iniciais dão-nos uma vantagem tremenda em comparação com outros colegas da mesma área”, garante. Outra das vantagens apontadas por João Girão é a facilidade com que, na Universidade de Aveiro, os estudantes podem integrar nos projectos de investigação em curso. “Os alunos aprendem, fazem currículo e ficam em vantagem quando passam para o mercado de trabalho. Os professores, estou certo, agradecem a mão-deobra”. João Girão sabe bem do que fala, pois foi precisamente pelo facto de se ter envolvido nos projectos que

estavam a ser desenvolvidos no Instituto de Telecomunicações – Pólo UA (IT) e no Instituto de Engenharia Electrónica e telemática de Aveiro (IEETA), que viu a sua entrada no mundo da investigação bastante facilitada. “Fiz o meu projecto na Alemanha, na NEC, juntamente com outro colega, graças ao nosso professor de projecto. Quando acabou perguntaram-me se gostaria de ficar por lá. Fez quatro anos agora em Setembro”. Na NEC, o trabalho que começou por desenvolver compreendia uma forte componente de programação e uma parte conceptual. Lentamente, João Girão começou a envolver-se em projectos europeus, como o EU IST FP6 Daidalos, passando cada vez mais a desempenhar papéis conceptuais e de coordenação. Simultaneamente os projectos internos desenvolvidos pela NEC Alemanha estreitavam os seus laços com a NEC Japão e, durante este período, João Girão manteve-se activo na área da segurança, que, tal como explica, engloba desde “a parte protocolar (como as diferentes partes comunicam), passando pela criptografia aplicada (usar mecanismos – muitas vezes construções matemáticas – em protocolos de segurança) e terminando nalguma criptografia (a matemática por detrás dos esquemas)” Foi há cerca de dois anos e meio atrás que, pela primeira vez, João Girão se dedicou à estruturação e proposta de um projecto europeu. O sucesso do projecto levou-o a repetir a experiência. Actualmente é responsável por uma área técnica (Identity Management) nos laboratórios da NEC na Europa, que incluem três localizações distintas (Acton UK, Heidelber - DE e Sankt Augustin - DE), cabendo-lhe a coordenação técnica do trabalho de cerca de 10 pessoas. Diz João Girão que as suas funções o obrigam a conhecer as tecnologias da sua área e a saber aplicá-las, mas também a desenvolver arquitecturas de redes e software, definir uma estratégia do ponto de vista técnico e até de marketing para a área de investigação, a escrever propostas de projectos internos e contribuir para propostas externas (neste momento, a nível Europeu), a seguir e dar o seu contributo nos esforços de estandardização, “neste momento estou envolvido como representante da NEC

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no ITU-T que é uma das maiores e mais antigas instituições de standards do mundo, associada às Nações Unidas)” e, ao mesmo tempo, contribuir para a comunidade da área, através de artigos, disseminando resultados e participando nos projectos europeus. Com todas estas atribuições, é comum passar mais de 1/3 do ano em viagens, começar a trabalhar pelas 08h00, regressar a casa pelos 18h00 e aproveitar a calma da noite para mais algumas horas de trabalho útil. “Como muitos professores da UA também o sabem, o fim-de-semana não é sagrado. Acaba por ser a única altura onde podemos lidar com assuntos que precisam da nossa atenção imediata na Segunda-feira. A minha única satisfação é saber que o responsável que está acima de mim trabalha mais horas que eu e o dele mais ainda”. A viver em Heidelberg há quatro anos, João Girão classifica esta cidade alemã universitária e muito internacional, como facilitadora de contactos e amizades. No entanto, confessa, “Demoramos algum tempo a adaptarmo-nos a uma cultura bastante diferente” A título de exemplo, diz que “enquanto em Portugal, por vezes, lidamos com o trabalho de forma desorganizada mas sempre criativa e desembaraçada, na Alemanha tudo é metódico, eficiente e determinístico. Os portugueses sofrem de falta de organização e evitam seguir regras, os alemães de excesso de organização e de regras.” Seja como for, João Girão defende que, apesar de considerar o trabalho em investigação em Portugal aquele que tem mais qualidade, as oportunidades de passar uns meses numa empresa ou universidade estrangeira para aprender com os outros, e com os seus erros, não devem ser por ninguém desperdiçadas. Admitindo desenvolver especial afecto por cada um dos projectos que acompanha do início ao fim, João Girão confessa-se também orgulhoso da sua carreira. Contudo, está certo de querer continuar empenhado no seu crescimento e aprendizagem contínua até atingir a completa realização profissional. Por agora não tenciona regressar a Portugal e o seu objectivo mais imediato passa pela conclusão, no início de 2008, do seu doutoramento em segurança para redes de sensores, na Universidade de Bochum.


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dezembro ‘07

“trabalhar com crianças é muito compensador”

Madalena Marques Madalena Marques, 26 anos, concluiu, em 2006, a Licenciatura em Ensino Básico – 1º Ciclo. Poucos meses depois, o que tinha começado como uma brincadeira de amigos, viria a transformar-se numa oportunidade empresarial com pernas para andar. Dedicou-se de corpo e alma ao projecto e lançou a PartyKid’s – uma empresa de prestação de serviços na área de organização e animação de festas infantis.


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Começou por frequentar o curso de Línguas e Literaturas Modernas (variante Português Francês), na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra mas a pouca motivação para o concluir, a par dos conhecimentos que ali travou, acabaram por a conduzir à Universidade de Aveiro. “Sempre quis ser professora e depois de muita reflexão, decidi repetir os exames do 12º ano e candidatar-me à Universidade de Aveiro. Confesso que só na primeira aula que dei durante o estágio – a pior da minha vida – parei para pensar no que viria a ser a minha profissão e no desafio que é a carreira docente”. Na licenciatura em Ensino Básico – 1º Ciclo, Madalena Marques aprendeu que, para além da docência, o curso prepara os seus alunos para todo o tipo de trabalho com crianças entre os 5 e os 10 anos e foi assimilando a ideia, insistentemente transmitida ao longo de todo o percurso académico, de que a garantia de um bom futuro profissional passa, também, pela capacidade de arriscar e descobrir outros caminhos. “Dada a actual conjuntura profissional, não nos podemos limitar a aguardar pelo trabalho perfeito. Ao contrário, devemos procurá-lo, transpondo para a prática todas as estratégias que aprendemos na sala de aula. Posso assegurar que muitas delas nos são muito úteis para um momento de animação numa festa”, exemplifica, adiantando que quem segue este curso pode trabalhar num ATL, fazer animação e organizar eventos para crianças, entre muitas outras coisas. Foi precisamente este caminho de animação infantil que Madalena Marques começou a encarar como oportunidade real. O fascínio pela animação e organização de eventos, que há muito partilhava com amigos e outros colegas de diferentes cursos da UA, associado a um convite para tratar da animação de um baptizado funcionou como o verdadeiro motor de arranque do projecto.

Ao elaborar o plano de animação, uma das minhas amigas teve a ideia de tentar criar uma empresa de organização e animação de festas infantis… O primeiro passo foi encontrar o nome, depois de muitas horas de discussão, surgiu: Partykid’s. Depois, a criação do logo, a elaboração de panfletos, de uma página na net…. Após muita publicidade começaram a surgir os primeiros telefonemas e a aparecer clientes”, conta, acrescentando, “a partir daí foi sempre a investir, a inovar, a aumentar a oferta para o público e a tentar fazer sempre melhor”. A PartyKid’s, que arrancou com Madalena, professora do 1º ciclo, uma professora de Educação Visual e Tecnológica, uma licenciada em Marketing e um estudante de Turismo, funciona agora com uma equipa (onde se insere uma estudante da UA que está a concluir licenciatura em Educação de Infância) que envolve responsáveis pelo contacto com o cliente, elementos que se dedicam a todas as questões relacionadas com a organização das festas, e os que têm sob a sua alçada o próprio trabalho de animação das festas. Apta a prestar serviços na área de organização e animação de festas infantis, a PartyKid’s desenvolveu uma série de actividades lúdico-didácticas para que cada festa se torne num dia único e inesquecível para os mais pequenos. Para além de festas temáticas, os clientes da empresa podem escolher entre um conjunto de packs que incluem actividades tão diversas como teatro de fantoches, pinturas faciais, música, ateliers de pintura, tranças, manicura, missangas, modelagem de balões, jogos tradicionais, de perícia ou de desporto colectivo, entre outras actividades. “E para que o ambiente seja realmente festivo os animadores vão sempre caracterizados consoante o tema da festa”, salienta Madalena Marques.

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Para além da animação, produção de lembranças e decoração das festas, a Partykid’s dispõe também de um serviço de babysitting. Esta antiga aluna da Universidade de Aveiro garante que a experiência está a ser muito gratificante. “Trabalhar com crianças é muito compensador. Todos estes eventos dão-me um imenso prazer e cada um traz-me sentimentos diferentes. São todos especiais, assim como todas as crianças. Cada festa é uma surpresa e, apesar de não estar a trabalhar como professora, vejo na animação e na organização de festas uma alternativa que me deixa muito feliz.”


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dezembro ‘07

“é gratificante acompanhar a transformação de sonhos em lugares turísticos inesquecíveis”

Filipe Carvalho

Licenciado em Gestão e Planeamento em Turismo, Filipe Carvalho, 39 anos, tem vindo a acompanhar de perto a transformação de um conjunto de sonhos empresariais turísticos em lugares capazes de proporcionar momentos inesquecíveis. Está há quase 10 anos a trabalhar na Direcção Regional de Economia do Centro, em Coimbra, onde lida de perto com licenciamento de projectos de Turismo de Habitação, Turismo Rural, Agro-Turismo, Turismo de Aldeia e Casas de Campo.


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“É gratificante estar envolvido nesta área económica que é o Turismo, onde a actualização e inovação em termos de conceitos e projectos é constante”, assegura este antigo aluno da Universidade de Aveiro, salientando a enorme satisfação com que acompanha várias iniciativas empresariais que, de meros sonhos e ruínas, se transformam em lugares turísticos fantásticos. Recém admitido ao mestrado em Gestão e Planeamento em Turismo da UA, Filipe Carvalho sempre se sentiu fascinado por Turismo. Não foi à toa que mal terminou o ensino secundário, em Coimbra, decidiu informar-se sobre este curso que ia nesse ano (1988) funcionar pela primeira vez na Universidade de Aveiro. “O plano curricular interessou-me e candidatei-me em primeira opção. Na UA adquiri os valores de trabalho, de qualidade e de confiança que me têm acompanhado em todo o meu percurso profissional. Turismo era uma área nova, sem tradição em Portugal e nós, alunos, tivemos que assumir uma postura mais pró-activa do que aquela a que estaríamos à espera quando iniciámos a licenciatura. Não nos limitávamos a aguardar orientações e estávamos constantemente a propor soluções de mudança”, recorda, salientando também o bom relacionamento académico da instituição. “O facto de ter sido jogador no Rugby Club da Lousã, permitiu-me colaborar nos treinos da equipa de Rugby da UA e jogar em determinados jogos e campeonatos universitários. Havia um forte espírito de equipa quer nos jogos, nos treinos e mesmo nos encontros no Café Palácio e no Convívio…” Hoje, Filipe Carvalho reconhece que os profissionais de turismo encontram lugar tanto no sector público como no privado, deixando a Universidade de Aveiro bem preparados. Para a qualidade reconhecida a este grupo de profissionais aponta não só os

conhecimentos adquiridos através dos trabalhos executados ao longo da licenciatura, como a experiência potenciada pelo estágio integrado no curso e, ainda, o bom relacionamento existente entre a Universidade, as empresas e as restantes instituições. “O bom plano curricular do curso distingue-o de muitos outros ministrados em Portugal, mas o prestígio nacional e internacional da Universidade de Aveiro promove os licenciados deste curso, constituindo um forte contributo para a sua integração no mercado de trabalho”, defende. Se grande parte dos seus colegas de curso estão a trabalhar em empresas de consultadoria em turismo, operadores turísticos, empresas de hotelaria ou a leccionar, outros há que desempenham funções em câmaras municipais e outros organismos públicos. É o seu próprio caso. Depois de ter terminado o projecto de fim de curso na Associação de Desenvolvimento Local (ADICES), em Santa Comba Dão, mudou-se para Lisboa, para ingressar nos Serviços Técnicos do Fundo de Turismo (organismo do Ministério da Economia). Ali esteve envolvido na análise de projectos de investimento candidatos aos vários programas de incentivos financeiros ao Turismo, no âmbito do II Quadro Comunitário de Apoio (QCA) e na divulgação do QCA pelas várias localidades do país. Com a atribuição de novas áreas às direcções regionais do Ministério da Economia, nomeadamente a de Turismo, Filipe Carvalho conseguiu transferência para Coimbra, voltando assim à cidade onde residia antes de estudar na UA para fazer parte dos quadros da Direcção Regional de Economia do Centro (DRECentro). No seu dia-a-dia ocupa-se essencialmente dos projectos de licenciamento de Turismo no Espaço Rural (TER) em todas as suas tipologias: Turismo de Habitação, Turismo Rural, Agro-Turismo, Turismo de Aldeia e Casas de Campo, o que, explica “implica um vasto conhecimento da legislação, bem

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como a actualização constante dos programas de financiamento para apoio à execução destes investimentos”. Após cerca de 10 anos de trabalho em instituições da administração pública central, actividade que desde 2000 tem vindo a acumular com a de docente na Escola Profitecla de Coimbra e, ainda, no curso de Turismo da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Filipe Carvalho não hesita em atribuir especial gozo ao facto de ter estado na génese da organização do 1º Congresso de Turismo de Montanha que decorreu em Junho de 2005, na Lousã. “Foi um projecto bem sucedido, que já deu óptimos frutos, designadamente a publicação, na Revista de Turismo e Desenvolvimento da Universidade de Aveiro (número 6), de uma edição temática sobre o turismo de montanha, que contou com artigos de várias personalidades que se associaram a este trabalho”. Gratificante foi também ter integrado a organização do Fórum de Turismo de Montanha e de Natureza, onde foi anunciada a transferência da nova sede da Associação Portuguesa de Turismo Sustentável e Ecoturismo (ATECO) para a Lousã e, em 2007, na organização do Congresso de Turismo Acessível, evento de extrema importância para um mercado muito específico que contou com o Alto Patrocínio da Presidência da República e trouxe a debate a urgência do sector do turismo adoptar o princípio da acessibilidade universal.


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dezembro‘07

ua conquista

mais de duas dezenas de

novas distinções A competência dos docentes e dos alunos da UA e a qualidade das suas investigações continuam a ser evidenciadas na sua participação em diversos prémios e concursos. Mais de duas dezenas de vezes, a UA viu o trabalho desenvolvido ser galardoado em áreas muito diversificadas, tanto em território nacional como além-fronteiras.

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Projectos do Departamento de Física da UA fazem sucesso no Concurso Ibérico “Ciencia en Acción” A equipa autora do projecto “Toma lá Física” do Departamento de Física da Universidade de Aveiro venceu, ex aequo, a Grande Final do Concurso Ibérico “Ciencia en Acción”, na modalidade de Demonstrações em Física. Nesta competição, que decorreu em Saragoça entre 19 e 21 de Outubro, o projecto “Hologramas desenhados à mão”, do mesmo Departamento da UA, foi também distinguido com uma menção honrosa. O coordenador do projecto, António José Silva Fernandes, do Departamento de Física da UA, e José António Pais Rodrigues - o popular Prof. Arquimedes (Professor Titular na Escola Secundária de Santa Comba Dão e ex-docente no Departamento de Física da UA), apresentaram a concurso o “Toma lá Física” - um conjunto heterogéneo de experiências explorando o carácter contra intuitivo de vários fenómenos físicos – trazendo para a UA o primeiro prémio, partilhado com o espanhol “Ojo por Ojo”. Por seu turno, apresentando um processo muito simples para obter efeitos visuais surpreendentes, “Hologramas desenhados à mão”, coordenado pelo docente da UA, Pedro Pombo, mereceu uma menção honrosa. No festival europeu Wonders 2007 que decorreu em Lisboa, no dia nacional da cultura científica, este projecto recebeu o galardão “Science communication for the newest science”.

Estudantes do DETI arrasam em concurso nacional de Engenharia Áudio Quatro estudantes do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro conquistaram os três primeiros lugares do concurso de Realizações Tecnológicas do 9º Encontro Anual da Associação Portuguesa de Engenharia Áudio (secção portuguesa da AES - Audio Engineering Society), que decorreu a 20 de Outubro, no Instituto Politécnico de Leiria. Ricardo Casaleiro, com o trabalho “Sala de Espectáculos Virtual”, Hugo Nogueira, com “Medição de Respostas Impulsionais e Equalização Online de Sistemas Acústicos” e o par André Gomes/Daniel Albuquerque, com “Theremax – um Theremin ultrasónico”, arrecadaram, por esta ordem, todos os prémios em disputa. De referir que a AES é a mais importante organização mundial de Engenharia Áudio, com 178 secções, incluindo 102 secções estudantis, espalhadas por todo o Mundo.


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Compositor e docente continua a somar prémios internacionais O compositor João Pedro Oliveira, docente da Universidade de Aveiro, ganhou o 1º Prémio (ex-aequo com o compositor italiano Riccardo Viola) na 1ª edição do Roma Soundtrack Competition, com a música feita para o vídeo “Bloomy Girls”, da autoria do artista japonês Takagi Masakatsu. Concorreram 70 compositores, tendo sido apenas seleccionados seis para a final que se realizou em Roma, no Teatro Vascello, no passado dia 7 de Outubro. A atribuição do prémio foi feita por um júri que reuniu compositores, realizadores e críticos cinematográficos. Houve também uma votação pela internet, tendo esta sido ganha igualmente por João Pedro Oliveira. Para além deste prémio, o compositor recebeu ainda uma Menção Honrosa no Concurso Internacional de Composição de Música de Órgão Buen Pastor, realizada em San Sebastian, em Espanha, com a obra “Psalmus 23”. A sua obra “Beyond” para clarinete, violoncelo, piano e sons electroacústicos, foi também distinguida com o 1º Prémio na categoria de música para instrumentos e electroacústica, na 34ª edição do Concours International de Musique et d’Art Sonore Electroacoustique de Bourges (França). Este concurso, que se realiza anualmente há mais de 30 anos e ao qual concorrem normalmente mais de 300 obras, é um dos mais antigos e prestigiados concursos internacionais de música

electroacústica e abrange diversas categorias, que vão desde a obra electroacústica pura, à música para multimédia. A obra premiada foi encomendada ao compositor João Pedro Oliveira pelo Trio Méditerrain e já se encontra gravada pelo referido ensemble no CD “Música Contemporânea Portuguesa”, da editora austríaca CCR. Esta obra será igualmente incluida na colecção “Cultures Electroniques”, editada pelo Institut International de Musique Electroacoustique de Bourges. Para além do prestígio que representa ter ganho este primeiro prémio, o compositor foi ainda finalista na categoria de música electroacústica pura, com a obra “Aphâr”, para electrónica a 8 canais. Em Novembrom, esta mesma obra foi reconhecida no México, com a atribuição do Prémio Yamaha – Visiones Sonoras. O Prémio Yamaha – Visiones Sonoras (http://www.visionessonoras.org) contou, nesta edição, com a participação de 100 compositores de todo o mundo e foi atribuído por um júri composto por Francis Dhomont e Trevor Wishart, dois dos mais importantes compositores de música electroacústica por computador dos nossos dias.

Doutoranda em Linguística premiada pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação A originalidade e natureza criativa da comunicação “Alimentos Funcionais: novos termos, novos desafios

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para o consumidor”, da autoria da investigadora da Universidade de Aveiro, Ana Rita Remígio, em co-autoria com as professoras Maria Teresa Roberto e Rute Costa, foi distinguida com o Prémio da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação. Para a atribuição deste prémio foi ainda decisivo o contributo que o trabalho de investigação em Linguística tem prestado à área das Ciências da Nutrição e Alimentação. Ana Rita Remígio licenciou-se em ensino de línguas estrangeiras – Inglês e Alemão – pela Universidade de Aveiro, onde integra, desde 2004, a linha de investigação de Tradução e Terminologia do Centro de Línguas e Culturas. Actualmente é doutoranda em Linguística, sob orientação da Prof. Maria Teresa Roberto, na Universidade de Aveiro, tendo como co-orientadora a Prof. Rute Costa, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A sua tese centra-se na análise terminológica de textos de divulgação científica sobre alimentos funcionais, um tipo de alimentos recentemente colocado no mercado, com acção sobre a saúde e bem-estar e/ou prevenção da doença do indivíduo. Este estudo tem como objectivo propôr soluções que optimizem a comunicação que é dirigida ao consumidor, nesta área.


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Finalistas de Engenharia Civil recebem Prémio CMM e distinção europeia Os alunos Jony Martins e Jonathan Ferreira, da Licenciatura em Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, ganham o Prémio Universitário Engenharia Civil 2007, atribuído pela CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, ao melhor trabalho escolar de projecto no âmbito da Construção Metálica e Mista. O trabalho, o dimensionamento de um Passadiço Metálico elaborado na disciplina de Projecto desta licenciatura, valeu-lhes ainda uma distinção pela ECCS – European Convention for Constructional Steelwork, com um diploma alusivo ao prémio. O projecto consistiu no cálculo de estabilidade de um passadiço metálico com estrutura atirantada e pilares de 18 metros de altura encastrados em blocos de fundação. A grandeza da estrutura, a sua altura e o facto de ser utilizada por peões, levou a cuidados especiais relativamente ao seu comportamento dinâmico. O projecto de arquitectura é da autoria de João Mesquita e a estrutura destinase a desempenhar funções de miradouro no Parque do Monte do Pilar em Penamaior. Foi requerido pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira.

dezembro ‘07

Melhor trabalho académico na área da Educação e Formação de Jovens realizado na UA A mestre Susana Sá, doutoranda da Universidade de Aveiro, foi contemplada com o Prémio GPS – Educação e Formação pelo Grupo GPS (Gestão de Participações Sociais, S. G. PS. SA), atribuído pela primeira vez em 2007, com o intuito de distinguir bienalmente o melhor trabalho académico sobre temas que se insiram na área da Educação e Formação de Jovens. O trabalho premiado, “Educação, Diversidade Linguística e Desenvolvimento Sustentável”, realizou-se no âmbito da 1ª Edição do Mestrado em Educação em Línguas no 1º Ciclo do Ensino Básico, sob a orientação da Professora Doutora Ana Isabel Andrade e insere-se nas linhas de investigação do Laboratório Aberto de Aprendizagem de Línguas (LALE), estrutura do Centro de Investigação de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro. O estudo tentou articular diferentes áreas do conhecimento, apresentando resultados de um projecto de intervenção numa turma do 1º Ciclo do Ensino Básico (3º ano de escolaridade), cujo objectivo principal foi a concepção, implementação e avaliação de actividades de sensibilização à diversidade linguística e cultural concebidas no âmbito de uma educação para o desenvolvimento sustentável. Os resultados da investigação mostraram que os alunos se envolveram de forma positiva nas diferentes actividades, tendo alcançado os objectivos do projecto, o que revela a possibilidade de, desde cedo e através de um educação para a valorização da diversidade linguística e biológica, se contribuir para a compreensão dos grandes problemas do mundo actual.

Departamento de Química premiado internacionalmente com comunicação na área da Engenharia de Bioprocessos A Process Systems Enterprise Ltd. (PSE) acaba de premiar a comunicação “Characterization of na Extracellular Lipase Form Yarrowia lipolytica”, resultado de um trabalho coordenado pelos Professores João Coutinho, do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, e Alice Coelho, do Departamento de Engenharia Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e co-autoria de A. Brígida, P. Amaral e L.Gonçalves, também do Rio de Janeiro. A distinção teve lugar no 6º Congresso Europeu de Engenharia Química, realizado nos dias 16 a 21 de Setembro, em Copenhaga. Este trabalho, resultado de uma colaboração frutuosa entre os Departamentos de Química da Universidade de Aveiro e o Departamento de Engenharia Bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Brasil, na área da Engenharia de Bioprocessos, aborda as lipases que catalisam a hidrólise de gorduras e a síntese de ésteres de ácidos gordos. A aplicação industrial destas enzimas estende-se a vários sectores, como indústria têxtil, detergentes, alimentos, sendo hoje utilizadas também na produção de biodiesel, polímeros biodegradáveis e como ferramenta em diagnósticos clínicos. O trabalho trata da determinação das principais características da lipase (actividade e estabilidade) produzida por Yarrowia lipolytica IMUFRJ 50682,


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estirpe isolada da Baía de Guanabara (Rio de Janeiro, Brasil). A produção e aplicação desta enzima vêm sendo estudadas pelos investigadores de ambas as Instituições. Professor Victor Gil distinguido com Prémio António Xavier O Prof. Victor Simões Gil, docente da Universidade de Aveiro, foi o investigador português galardoado com o Prémio António Xavier, atribuído pela primeira vez em 2007, pelo Grupo Bruker para recompensar anualmente, através de avaliação científica independente, um investigador português, ou uma equipa, que se tenha distinguido por contribuição nas áreas de Ressonância Magnética Nuclear, Imagem por Ressonância Magnética ou Ressonância Paramagnética Electrónica. Foi a acção pioneira em Portugal, nos anos 60, do Prof. Victor Gil no domínio da investigação em e por RMN, com a instalação do primeiro laboratório da especialidade no país, no então Laboratório Químico da Universidade de Coimbra, que valeu a atribuição deste prémio, no valor de cinco mil euros, ao docente e primeiro Reitor da Universidade de Aveiro. Ao longo de mais de 40 anos de actividade, nas Universidades de Coimbra e Aveiro (e, também, nas Universidades de Sheffield e de Sussex, em Inglaterra), publicou e co-publicou mais de uma centena de artigos de investigação RMN, nas suas relações com a estrutura das moléculas e nas suas aplicações em Química Orgânica e Química Inorgânica. Neste processo, orientou o doutoramento de vários investigadores. Há 20 anos, co-publicou, pela Fundação Gulbenkian, uma obra de referência em língua portuguesa sobre RMN. A par desta actividade de investigação, o Prof. Victor Gil tem uma longa carreira como docente universitário de Química, que inclui a publicação de vários manuais. A Educação em Ciência constituiu sempre um dos seus centros de interesse, estendendo-se ao ensino da Química a nível dos Ensinos Básico e Secundário, com a autoria ou

co-autoria de um grande número de livros e produtos de software educativo. Na vertente da Educação em Ciência, Victor Gil tem sido, desde 1995, o principal responsável pelo primeiro centro interactivo de ciência em Portugal: o Exploratório – Centro Ciência Viva de Coimbra. Os problemas de ordem pedagógica no Ensino Superior e o lançamento de um mestrado em Comunicação de Ciência constituíram as duas razões para a presença do Prof. Victor Gil na Universidade de Aveiro, como professor convidado. Trata-se de um regresso à instituição que ajudou a criar, a partir de 1973, como presidente da Comissão Instaladora da Universidade de Aveiro – e, por essa via, seu primeiro Reitor – , e também como professor de Química até 1982.

Aluna de doutoramento distinguida com Melhor Apresentação Oral A AIPEA – Association Internationale pour l´Etude des Argiles distinguiu, em Julho, Mariana Rebelo, aluna de doutoramento da UA e bolseira da FCT (2005), com o 1º Prémio para melhor comunicação oral apresentada no Euroclay – um congresso internacional que reúne cientistas interessados no estudo das Argilas. A comunicação abordou o tema “Mineralogical and Physico-Chemical properties of some portuguese mesocenozoic clays used as healing clays”. A aluna está a desenvolver, sob orientação dos Professores Fernando Tavares Rocha e Eduardo Ferreira da Silva (do Departamento de Geociências), a sua tese de doutoramento intitulada

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“Caracterização de lamas/argilas e águas minero-medicinais termais portuguesas com potencialidades para serem aplicadas em Geomedicina”. Um estudo que pretende avaliar as propriedades geoquímicas consideradas relevantes para a aplicação em peloterapia de algumas argilas esmectíticas portuguesas. Os resultados dos estudos apresentados, correspondem a amostras da Orla Meso-Cenozóica portuguesa. Actualmente, os minerais argilosos são vulgarmente utilizados em Spas como pelóides, para o tratamento do reumatismo, artrite, traumatismos ósseos/musculares ou doenças de pele. A peloterapia é um exemplo de tal aplicação e tem-se tornado uma prática comum em muitos locais da Europa. Trata-se do uso de argilas ou lamas (ambos materiais geológicos pelíticos) para aplicações internas ou externas, tendo sido prática comum desde tempos históricos. Actualmente capta cada vez mais atenção e interesse das pessoas que sofrem de doenças reumáticas, ortopédicas e dermatológicas que afectam seriamente a sua qualidade de vida. Em Portugal, existem várias ocorrências naturais de argilas/lamas que são usadas para aplicações em peloterapia, em centros de Talassoterapia e Spas ou em locais ao ar-livre, geralmente localizados junto ao mar. Mariana Rebelo pretende descobrir as propriedades geoquímicas de algumas argilas esmectíticas portuguesas consideradas relevantes para a aplicação desta terapia. Investigadores contemplados com um prémio no Japão Os investigadores do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da UA, a desenvolver investigação no Instituto de Telecomunicações de Aveiro e na Nokia Siemens Networks, Tiago Silveira, Ana Ferreira, António Teixeira e Paulo Monteiro, em trabalho conjunto com investigadores da Technical University of Eindoven, foram distinguidos no dia 11 de Julho com o “Best Paper Award”


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dezembro ‘07

na conferência internacional OECC/ IOOC, Yokoama, Japão. O artigo com o título “40 Gb/s All-Optical Multi-Wavelength Conversion via a Single SOA-MZI for WDM Wavelength Multicast” levou os investigadores da UA/DETI, IT, NSN e TU/E a receberem uma distinção numa conferência de grande visibilidade na área das comunicações ópticas. Este trabalho foi resultado de um intercâmbio, em que investigadores da TU/E vieram executar experiências aos laboratórios do IT ao abrigo da rede de Excelência E-Photon ONe+ (NoE do FP6) e do projecto CONPAC (FCT). O objectivo foi demonstrar a exequibilidade de conversão da informação, num comprimento de onda modulado a grandes ritmos de transmissão, para a mesma informação em múltiplos comprimentos de onda. Esta técnica tem grande interesse para várias aplicações em redes futuras de grandes ritmos pois permite a difusão de dados a grandes ritmos.

profissionais e do seu trabalho. As políticas e as medidas concretas propostas neste âmbito direccionam-se, em termos gerais, no sentido do aumento da competição, da preferência por mecanismos de mercado, do primado da orientação do serviço para o consumidor e ainda da apologia do espírito empreendedor. Tais tendências são facilmente constatáveis em diversos sectores, com especial destaque para a saúde, configurando a presença do movimento conhecido como a Nova Gestão Pública (NGP) ou managerialismo. Com esta investigação procurou-se indagar a forma como estas mudanças produzem impactos ao nível da profissionalização e das práticas de enfermagem no campo da gestão dos cuidados hospitalares. A análise dos dados, resultantes de um trabalho empírico baseado em estratégias qualitativas de recolha de informação permitiu concluir que a introdução da Nova Gestão Pública promoveu o surgimento de formas híbridas na organização e gestão dos hospitais que configuram um afastamento, mais ou menos pronunciado, da burocracia profissional que, tradicionalmente, caracterizava as organizações públicas. Estas alterações parecem traduzir-se numa diminuição do poder e autonomia dos enfermeiros com funções de gestão, decorrente essencialmente das alterações na organização do trabalho, não se verificando, no entanto, processos de desprofissionalização ou proletarização destes profissionais. Foi possível detectar um conjunto de estratégias, definidas por estes actores, ao nível micro-organizacional, tendentes a assegurar a manutenção do poder e estatuto da profissão.

Jovem investigadora distinguida com estudo sobre impacto da Nova Gestão Pública nas Reformas da Saúde O Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra distinguiu Teresa Carvalho, uma jovem investigadora da UA, com uma Menção Honrosa na 5ª edição do Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Oficial Portuguesa. A docente da UA destacou-se pela elevada qualidade do seu trabalho sobre os impactos da Nova Gestão Pública nas reformas da Saúde, desenvolvido no âmbito da dissertação apresentada à UA, em 2006, para a obtenção do grau de Doutor em Ciências Sociais. A investigação desenvolvida parte das alterações profundas ocorridas nas últimas décadas nos diversos sectores públicos dos países desenvolvidos, decorrentes, em grande parte, das alterações nas concepções tradicionalmente dominantes acerca do papel do Estado, das formas de organização e gestão que caracterizam as suas instituições e, ainda, dos

Doutorando distinguido pelo Governo Chinês Fu Zhi, aluno de doutoramento da Universidade de Aveiro foi recentemente galardoado com o prémio “Outstanding Chinese Students Abroad 2006” atribuído anualmente pelo Governo Chinês, como reconhecimento dos resultados até agora obtidos no seu trabalho de doutoramento, desenvolvido como representante da comunidade chinesa em Portugal, e das suas características de ética, empenho e atitude perante a ciência e a vida. A realizar trabalho de investigação no grupo de Materiais Electrocerâmicos Funcionais do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro e no âmbito das actividades de Investigação e Desenvolvimento do Laboratório Associado, CICECO, Fu Zhi está em Portugal desde Março de 2004. Sob a supervisão da Prof. Paula Maria Vilarinho, da UA, e co supervisão do Prof. Dr. Angus Kingon, da North Carolina State University, Estados Unidos da América, o projecto de investigação realizado no âmbito do seu doutoramento visa o desenvolvimento de materiais funcionais para aplicações nas microondas, em particular de filmes espessos processados a baixas temperaturas sobre substratos metálicos flexíveis por deposição electroforética, que exibam desempenho optimizado (baixas perdas dieléctricas e sintonabilidade da permitividade dieléctrica elevada). Ao longo dos seus três anos de


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trabalho, FuZhi publicou vários artigos científicos em jornais do Scientific Citation Índex (SCI) e participou em várias conferências internacionais. Fu Zhi, 31 anos, é natural de Henan, China. Com um Mestrado em Engenharia, especialidade em Ciência de Materiais pela School of Materials Science and Engineering, University of Science and Technology, Beijing, China, este doutorando da UA detém ainda uma Licenciatura em Engenharia, especialidade em Engenharia dos Silicatos, University of Science and Technology, Liaoning, China. A par da sua actividade académica e de investigação, Fu Zhi é, também, Presidente da Associação de Estudantes e Bolseiros Chineses da Universidade de Aveiro, desde 2005.

Música imparável a arrecadar prémios A Universidade de Aveiro dá que falar quando participa em prémios ou concursos de música, pela qualidade musical exibida pelos seus alunos. Nas classes de flauta transversal, clarinete, fagote, saxofone e trompete, da categoria dos 19 aos 30 anos, do II Concurso de Música Terras de La-Salette, o seu nome foi referido nove vezes para preencher os lugares cimeiros. Mais um resultado de excelência que vem comprovar a aposta na qualidade do trabalho que se está a desenvolver na Licenciatura de Música da UA. Rodar programa, mostrar o seu trabalho e ganhar experiência foram as motivações que levaram Eva Morais, David Sousa, Luciano Pereira, Catarina Rebelo, Pedro Pereira, André Correia,

Jorge Silva, Pedro Pacheco e Nuno Azevedo a concorrer ao II Concurso de Música Terras de La-Salette, promovido pela autarquia e a Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis, em Abril. Mas estes nove alunos da UA não se ficaram por aí. Para além de concretizarem esses objectivos, ainda conseguiram arrecadar os primeiros prémios na sua categoria nas várias classes em prova. Para além destes prémios, o Departamento de Comunicação e Arte da UA obteve mais uma distinção no Prémio Jovens Músicos. Na edição deste ano, os contemplados foram o “Duo Yin e Yang”, composto pelos alunos Paulo Marques e Leandro Teixeira, que conquistaram o 2º lugar na categoria de música de câmara de nível superior, com uma performance em percussão. As provas finais decorreram em Setembro, em Lisboa. Para além de uma gravação para a rádio Antena 2, parte integrante do prémio do 2º lugar, e da participação no programa Concerto Aberto, da mesma estação, o Duo Yin e Yang está já a ensaiar novos projectos. Em Maio, um aluno da UA voltou a brilhar em mais um concurso na área da música. Interpretando obras de J.S.Bach, J.K.Mertz, Roland Dyens, Jorge Morel, Andrew York e Issac Albéniz com a sua guitarra clássica, Ruben Bettencourt ganhou o primeiro prémio ex-aequo na categoria de concorrentes até 18 anos, no Concurso Luso-Espanhol de Guitarra da Academia José Atalaya, realizado em Fafe. Depois de 12 anos a estudar guitarra clássica, Ruben Bettencourt viu no Concurso Luso-Espanhol de Guitarra da Academia José Atalaya a primeira oportunidade para mostrar os seus dotes. É caso para dizer que chegou, viu e venceu. Interpretando com alma Prelúdio BWV 998, de J.S.Bach, Elegy, de J.K.Mertz e Tango en Skaï, de Roland Dyens, na prova eliminatória, e Romance Criollo, de Jorge Morel, Sunburst de Andrew York e Sevilla de Issac Albéniz, na prova final, na categoria de concorrentes até 18 anos, Ruben conseguiu arrecadar o primeiro prémio

ua conquista novas distinções

ex-aequo, na sua primeira participação como concorrente. Investigador da UA agraciados três vezes, uma em Tóquio e duas em Portugal Com estudos que abordam a inteligência emocional dos enfermeiros, a gestão das organizações positivas e a gestão dos recursos humanos, o Professor Arménio Rêgo, docente no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da UA, é agraciado por três vezes. A primeira distinção, “Best Paper Award”, vem de Tóquio, com o paper “Emotional Intelligence and Caring Behavior in Nursing”, elaborado em conjunto com Lucinda Godinho, Mestre pela UA, Anne McQueen, da Universidade de Edimburgo, e com Miguel Pina Cunha, da Universidade Nova de Lisboa. O paper apresentado na International Conference on Business and Information mostra como seis dimensões de inteligência emocional (IE) dos enfermeiros explicam duas dimensões do cuidar. A partir de um inquérito realizado a uma amostra de 120 enfermeiros, que reportaram os seus níveis de IE e cujos comportamentos de cuidar foram descritos pelos pacientes, os investigadores puderam concluir que o auto-encorajamento é o melhor preditor desses comportamentos. Os resultados mostraram, ainda, que a relação entre IE e comportamentos de cuidar é complexa: mais do que a relevância de cada dimensão de IE, importa compreender o modo como as várias dimensões se combinam. A segunda distinção, em Portugal, é atribuída pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade. Uma menção honrosa, na categoria de estudos e trabalhos de investigação do Prémio Agostinho Roseta, com o trabalho “A gestão de organizações positivas: O romance duradouro entre a excelência organizacional e o trabalho com significado”, que abarcou nove estudos, envolvendo 2238 indivíduos provenientes de 253 organizações.


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Os resultados sugerem que os colaboradores reagem positivamente a organizações (a) que perfilham valores com os quais eles próprios se identificam, (b) nas quais imperam a confiança, o respeito, a justiça, o sentido de comunidade, a ética, a conciliação trabalho-família, (c) e cujos líderes actuam de modo honesto, ético, confiável e credível. Quando o clima organizacional revela essas características, os indivíduos experimentam laços afectivos mais fortes com a organização, denotam maior sentido de lealdade e mais forte vontade de nela permanecer, níveis mais elevados de saúde e de bem-estar, menor stresse, mais fraco absentismo e maior produtividade. O terceiro galardão é atribuído pela Recursos Humanos Magazine e pela Select/Vedior, graças ao importante contributo que os estudos e trabalhos de investigação desenvolvidos em parceria com Miguel Pina e Cunha, da Universidade Nova de Lisboa, têm oferecido para o avanço tecnológico e científico da Gestão de Recursos Humanos. De referir que o Prof. Arménio Rego foi já agraciado com diversos prémios e menções honrosas, em Portugal e no Brasil, nomeadamente com os Prémios Comandante Paço d´Arcos (1987), Agostinho Roseta (Ministério do Trabalho) - 2000 (1º prémio), ANPAD (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, Brasil – 2000, Prémio Manuel Lopes (Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho) – 2004, Agostinho Roseta (Ministério do Trabalho) - 2005 (menção honrosa), Prémio Agostinho Roseta (Ministério do Trabalho) – 2006 (menção honrosa), Prémio RH, na categoria investigação (Recursos Humanos Magazine e pela Select/ Vedior) – 2007.

Finalistas de Gerontologia alcançam primeiro prémio com poster sobre “Intimidade entre Idosos Institucionalizados” O poster de investigação “Novas Relações de Intimidade Entre Idosos Institucionalizados”, da autoria de três alunos do 4º ano da Licenciatura bietápica em Gerontologia, da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro, alcançou o primeiro lugar, na categoria de estudante UNIFAI – Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos, no II Congresso Português de Avaliação e Intervenção em Gerontologia Social, realizado nos dias 10 e 11 de Maio, em Lisboa. Sob a orientação do Professor Óscar Ribeiro, os alunos Cátia Pires, Susana Ribas e Pedro Terroso focaram uma área de estudo totalmente inovadora no domínio da investigação nacional e internacional, que permite conhecer a percepção dos idosos acerca das principais dificuldades e apoios sentidos no estabelecimento de uma nova relação afectiva e de intimidade, durante a velhice, em ambiente institucional. A investigação permitiu verificar uma aceitação global do novo relacionamento do casal por parte dos profissionais das instituições, mas ocorrida mediante esforços de “oficialização” da relação, de acordo com cânones de um casamento formal, pese embora a relação informal ser o mais valorizado pelos idosos e, segundo estes, pelos familiares. A principal motivação para o estabelecimento de novas relações em contexto institucional consiste na procura de satisfação de necessidades afectivas interpessoais, incitada por sentimentos de solidão e compaixão. Aluno de doutoramento em destaque na Austrália Carlos César Jesus, aluno de Doutoramento em Geociências na Universidade de Aveiro, foi distinguido na International Coastal Symposium (ICS2007), realizado na Gold Coast, Austrália, entre os dias 16 e 20 de Abril, com o Prémio “Melhor Poster Científico”. O trabalho premiado – “Fine-fraction

mineralogy and geochemistry of beach sediments of SW Portugal as markers of sedimentary dynamics” – está enquadrado no projecto de doutoramento de Carlos César Jesus, tendo como objectivo principal estudar a interacção entre o troço litoral Tróia-Sines, plataforma continental associada e canhão submarino de Setúbal utilizando as fracções finas dos sedimentos como marcadores de dinâmica sedimentar. Este estudo está inserido no projecto europeu em curso HERMES (Hotspot Ecosystem Research on the Margins of European Seas) e no programa interno do Instituto Hidrográfico - SEPLAT, onde se pretende a caracterização e cartografia da cobertura sedimentar da plataforma continental e vertente superior portuguesa. Carlos César Jesus acabou a licenciatura em ensino de Biologia e Geologia em 2002 pela Universidade de Aveiro. No mesmo ano iniciou o doutoramento em Geociências com uma bolsa do Instituto de Investigação da UA e, um ano mais tarde, foi-lhe atribuída uma bolsa da FCT. Entre 2005 e 2006 fez um estágio de oito meses no Royal Netherlands Institute for Sea Research (NIOZ). Durante estes últimos cinco anos tem também exercido a função de professor de Biologia e Geologia em vários estabelecimentos do ensino público.


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não evasivo, ua apresenta mais rápido proposta de método e barato de diagnóstico para detecção da bactéria

Helicobacter pylori

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método de diagnóstico de bactéria Helicobacter pylori

Depois de possuir este conhecimento, os investigadores podem interagir com essas populações e chegar ao tratamento e à prevenção de determinadas doenças provocadas pela bactéria. Uma das formas poderá ser a administração de vacinas. No entanto, os investigadores alertam: para que tal se possa concretizar será necessário o estabelecimento, numa primeira fase, de parcerias com as indústrias farmacêuticas de diagnóstico e de instituições de saúde. A inovação e o pioneirismo continuam a ser palavra de ordem na investigação desenvolvida pela UA. Desta vez, a novidade apresenta-se no formato de um sistema que permite detectar a presença de uma das bactérias com mais prevalência no mundo – a Helicobacter pylori. As características não evasivas, a sua rapidez e o seu custo, que poderá ser 400 vezes inferior aos métodos actuais já mereceram a atenção dos especialistas da área, bem como o registo de uma patente. Partindo da premissa de que no ar expirado são exalados cheiros do nosso corpo que podem ser utilizados como meio de diagnóstico de várias doenças, o Departamento de Química da UA está a desenvolver um novo sistema de diagnóstico que permite detectar a presença de uma bactéria que vive no estômago de cerca de 75% da população mundial: a Helicobacter pylori. O método agora apresentado tem grandes vantagens para o paciente, uma vez que, devido a um método desenvolvido pelos investigadores que integram o projecto, o exame é mais rápido, não invasivo e indolor. Para podermos fazer a avaliação, bastará que o paciente tome um comprimido, cápsula ou gota de líquido, com um determinado composto. Este vai para o seu estômago e se a Helicobacter Pylori estiver no estômago, esta será muito selectiva na produção de ácidos muito específicos que estão relacionados com os compostos presentes no comprimido, cápsula ou líquido.

Alguns minutos depois a pessoa sopra para um tubo e a composição do ar que a pessoa soprou permitirá detectar se a bactéria está presente ou não”. Para além destas mais-valias, este método apresenta ainda benefícios para a população no geral, quer no custo da sua aquisição quer na abrangência com que pode ser utilizado. Como explicam os Professores responsáveis Sílvia Rocha e Manuel António Coimbra, este meio de diagnóstico, já registado em patente, é 400 vezes mais barato e, pelo baixo custo e comodidade para quem faz o teste, poderá, num futuro próximo, ser utilizado em estudos epidemiológicos. “Uma vez que se trata de uma bactéria que em Portugal atinge níveis de contaminação muito elevados, semelhantes aos países subdesenvolvidos, uma das principais vantagens deste processo é poderem ser feitos rastreios à população e perceber melhor as causas da grande incidência de infecções. Aliás, é um trabalho que tem interesse a nível mundial, porque se trata de uma bactéria que coloniza uma percentagem muito elevada da população, embora na maior parte dos casos os portadores da bactéria se encontrem numa situação assintomática. Com um teste rápido, barato e acessível, este trabalho é facilitado e permite-nos decifrar quais as populações consideradas de risco e as que não o são”.

“Se a pessoa for tratada numa fase ainda assintomática, em termos de saúde, há um ganho. Já provámos que o método desenvolvido por nós tem aplicabilidade, no entanto, a partir de agora é necessário fazer um conjunto de ensaios clínicos que só a indústria farmacêutica pode fazer. Actualmente, um teste deste género é vendido a 50/60 euros. Com a utilização dos compostos propostos por nós, pode ser vendido no futuro por 1 ou 2 euros”. Este projecto aliou a oportunidade de no Departamento de Química da UA se ter iniciado, recentemente, o estudo da H. Pylori com vista à obtenção dos conhecimentos químicos e bioquímicos que levem ao desenvolvimento de uma vacina, num projecto financiado pela FCT, com o conhecimento que já detém há mais tempo na análise dos compostos voláteis. Hoje em dia, a análise do ar expirado está a ser um tópico de estudo utilizado no mundo inteiro. Começa a haver uma grande preocupação com o bem-estar do paciente e qualquer método de diagnóstico utilizado que perturbe e possa causar sofrimento ao doente deve ser evitado. O Grupo de Bioquímica e Química Alimentar da UA oferece, assim, uma nova perspectiva para este problema.


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ua participa na produção de electrólitos mais eficientes para aplicar em

janelas inteligentes

Cientistas das Universidades de Aveiro (CICECO), Trás-os-Montes e Alto Douro (CQ-VR), Minho, Nova de Lisboa e Chalmers (Suécia) acabam de produzir um electrólito com um desempenho electroquímico superior aos já existentes, permitindo prever a sua utilização em dispositivos electrocrómicos de estado sólido, nomeadamente em “janelas inteligentes”. Numa “janela inteligente” o material electrocrómico está em contacto com o electrólito condutor iónico, que permite a entrada ou saída de catiões induzindo, assim, a coloração ou descoloração da janela, por acção de um simples interruptor. Por exemplo, no processo de coloração /descoloração do trióxido de tungsténio, o material electrocrómico mais estudado, ocorre, em geral, a injecção e a extracção de protões (ou outros catiões) e de electrões sob aplicação de um campo eléctrico. O electrólito é, pois, um componente importante da “janela inteligente”, devendo exibir elevadas condutividade iónica e estabilidade electroquímica. Com o objectivo de produzir um novo e melhor electrólito, a equipa do CQ-VR usou o método de síntese sol-gel para preparar electrólitos híbridos

orgânicos/inorgânicos à base de sílica modificada com moléculas orgânicas (cadeias poliméricas). Estes materiais, designados di-ureasils, foram dopados com triflato de potássio (KCF3SO3), tendo a sua elevada condutividade iónica sido estudada e optimizada. O material mais promissor foi testado com sucesso num protótipo de “janela inteligente” baseada no WO3. A quantificação do efeito electrocrómico ficou a cargo da equipa do CICECO. Informação mais detalhada pode ser consultada em: http://www.rsc.org/Publishing/Journals/jm/News/ Hotdezeaburmudez.asp


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revestimentos de diamante

através de uma inovadora combinação de materiais

investigadores aumentam desempenho de ferramentas com

revestimentos de diamante Um grupo de investigadores da UA está envolvido num novo desafio: aumentar consideravelmente o desempenho de ferramentas com revestimentos de diamante em aplicações que envolvam desgaste ou a necessidade de baixos coeficientes de atrito.

A concepção do projecto, que envolveu também três ex-alunos de um MBA da Escola de Gestão do Porto, teve como finalidade desenvolver um plano de negócios que o grupo apresentou durante o CoHiTEC.Norte@EGP, promovido pela COTEC em 2006. Durante a sua participação na iniciativa, a equipa, denominada por REVCON, implementou um trabalho de selecção de produtos a partir de tecnologias desenvolvidas na UA utilizando critérios rigorosamente definidos numa metodologia desenvolvida pela parceira North Carolina State University. Tendo em conta o conceito que sustenta a iniciativa, nomeadamente a produção de produtos de base tecnológica para o mercado global e de elevado crescimento, a escolha da tecnologia a desenvolver recaiu sobre os revestimentos de diamante nanocristalino obtidos por deposição química em fase vapor (CVD – Chemical Vapour Deposition) sobre cerâmicos à base de nitreto de silício. O desafio inicial do trabalho esteve na necessidade de aumentar consideravelmente o desempenho

de ferramentas com revestimentos de diamante em aplicações que envolvessem desgaste ou baixos coeficientes de atrito. Um objectivo que a equipa pretende atingir através da redução do tamanho de grão dos filmes de diamante convencional e portanto da sua rugosidade superficial, mantendo intactas as propriedades do diamante, tais como dureza extrema e elevada condutividade térmica. A inexistência de qualquer informação relativamente ao desempenho deste novo material revestido, em que se utiliza o cerâmico mais compatível mecânica e termicamente com o processo de obtenção do diamante CVD, obrigou à realização de alguns testes em laboratório e também em aplicações industriais tais como ferramentas de corte ou componentes de vedantes mecânicos. Os resultados obtidos permitem concluir que, em algumas aplicações, como o torneamento de grafite ou de ligas de alumínio-silício, o tempo de vida aumentará entre 4 a 10 vezes em relação às ferramentas convencionais. Este inovador material poderá ser extremamente útil nas pastilhas

de corte para torneamento e para frezagem de materiais muito abrasivos, como a grafite ou as ligas de alumínio-silício. Esta tecnologia pode ser, ainda, utilizada para produzir componentes diversos como fieiras de passagem de fios metálicos, anéis para utilizar em empanques mecânicos de bombas de circulação de fluidos, superfícies de passagem de materiais abrasivos, na indústria do papel, componentes de vedação na indústria do petróleo, entre outros. Com base na tecnologia desenvolvida, a equipa de investigação da UA (Rui Silva e Filipe Oliveira - CICECO e Florinda Costa e António Fernandes – Depto. Física) submeteu um projecto à iniciativa NEOTEC, que foi aprovado e tem como objectivo a concretização empresarial destas ideias de negócio. Denominado, agora, TETRACARBON, o projecto encontra-se em fase de definição de patentes de produto.


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no âmbito do programa nacional de

re-equipamento

científico

ua aplica 7 milhões de euros em equipamento científico Com o objectivo de actualizar e renovar as suas infra-estruturas de investigação, a UA aplicou já cerca de 7 milhões de euros em equipamento científico, no âmbito do Programa Nacional de Re-equipamento científico lançado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em 2002, traduzidos na aquisição de mais de uma dezena de avultados equipamentos.

Este investimento, co-financiado em 10 por cento pela UA, é uma aposta no desenvolvimento científico e tecnológico das áreas relacionadas com os Materiais, o Ambiente e a Nanotecnologia, enriquecendo os Laboratórios Associados CESAM, CICECO e I3N. O financiamento estende-se, ainda, ao apetrechamento da Redes Nacionais de Microscopia Electrónica e de Espectrometria de Massa, criadas ao abrigo deste Programa e com o seu núcleo principal sedeado na UA. A Rede Nacional de Espectrometria de Massa (RNEM) conta agora com um novo Espectrómetro de massa equipado com a última geração de analisadores de «tempo de voo tandem», combinando sensibilidade, resolução e rapidez de análise, o que possibilita a identificação em larga escala de péptidos/proteínas com elevado grau de confiança. Este equipamento pode ser aplicado na sequenciação de péptidos (Denovo sequencing), na caracterização de modificações pós-traduccionais (PTM’s), na determinação da massa molecular de espécies numa gama alargada tipicamente até 300KDa e aplicado a macromoléculas orgânicas de diferente origem (oligossacarídeos, oligonucleótidos, polímeros, complexos metálicos entre outros).

Um amostrador automático, a trapa linear quadrupolar e o cromatógrafo líquido nano-HPLC, também agora adquiridos, vem facilitar a colecta de fracções, a quantificação e, simultaneamente, a identificação com elevado grau de confiança de drogas e outros metabolitos em amostras de elevada complexidade, a caracterização estrutural de compostos desconhecidos, com uma elevada precisão na análise quantitativa com uma gama linear de 4 ordens de magnitude. Em Novembro, um novo equipamento chegou a Aveiro para integrar a Rede Nacional de Microscopia Electrónica (RNME): um Microscópio electrónico de transmissão analítico de alta resolução de 200kV, com canhão de electrões de emissão Schottky, integrando o modo de funcionamento de varrimento em transmissão e a captura de imagens digitais em tempo real, incorporados na configuração de base ou como unidades de expansão desta e um Sistema de microanálise por espectrometria de raios-X de dispersão de energia para microscopia electrónica de transmissão. O Laboratório Associado CICECO recebeu um novo equipamento de difracção de raios X de monocristal, que vem dar um novo e importante ímpeto à investigação relacionada com a cristalografia química na UA, permitindo a elucidação em tempo útil dos detalhes estruturais dos


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compostos isolados sob a forma de mono-cristais. O conhecimento estrutural obtido com o uso deste versátil equipamento tem vindo, ao longo do último ano, a motivar investigadores a desenvolver, por exemplo, novos métodos de síntese para obter novos materiais funcionais. Novos equipamentos de DSC, DSC/TG e DMA/DMTA e respectivos acessórios foram também instalados neste Laboratório, distinguindo-se pela extensa gama de velocidades de varrimento térmico, com a exactidão só acessível quando se medem directamente os fluxos de calor envolvidos. A combinação da calorimetria com a termogravimetria de alta temperatura e a possibilidade opcional de análise termomecânica em atmosferas inertes ou reactivas vêm trazer um novo fulgor à investigação em materiais a mais extensa gama de escalas de tempo, essencial ao desenvolvimento da investigação da dinâmica da resposta térmica, mecânica e dieléctrica de praticamente todas as classes de materiais, incluindo os poliméricos, uma das prioridades internacionalmente reconhecidas da investigação no domínio da Física da Matéria Condensada. Ao nível da investigação experimental em segurança contra incêndios em edifícios, a UA está, agora, equipada com um forno vertical com 3,10 m x 3,10 m de abertura livre, capaz de realizar ensaios normalizados de resistência ao fogo de elementos e produtos de construção de acordo com a regulamentação Europeia. Um importante instrumento ao dispor das autarquias e das empresas no domínio da segurança contra incêndios em edifícios, permitindo o desenvolvimento de novos produtos de construção com características de resistência ao fogo de acordo com a mais recente regulamentação europeia e nacional.

Não menos importante, é a aquisição do Sistema SNOM (microscopia óptica de campo próximo). Uma técnica que permite obter imagens com resolução espacial de aproximadamente 30 nanometros, fundamental em nanotecnologia e nanociencias, não só pela resolução espacial mas também pela versatilidade. O sistema é muito completo, integrando várias técnicas para além da técnica de campo próximo: microscopia convencional, microscopia confocal, AFM (microscopia de força atómica), permitindo, para além da observação de materiais e superfícies, utilizações em muitas outras áreas tais como microbiologia, química e bioquímica ou a microelectrónica. Únicos no país são o forno de grafite de alta temperatura (máx. 2000ºC) com atmosfera controlada visando sobretudo a produção de peças à escala e uma máquina universal de ensaios mecânicos para medidas de flexão, compressão e fluência até 1400°C em ambiente oxidante e não oxidante que a UA acaba de adquirir. Este equipamento veio auxiliar o desenvolvimento de diversos projectos do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro, entre os quais o de Produção e Caracterização de Novos Vedantes Cerâmicos. Dada a dimensão de alguns protótipos, foi necessário recorrer a um equipamento desta natureza e desta dimensão, antes inexistente em Portugal, para a sua produção. O sistema combinado existente em Portugal com melhor compromisso resolução/penetração para estudos a profundidades inferiores a 300m de profundidade está, agora, na UA. Permitindo alargar em muito a área de investigação que aqui se desenvolve há vários anos, no que respeita ao estudo detalhado dos fundos marinhos da plataforma continental e de sistemas estuarinos e lagunares, o sonar de varrimento lateral permite

re-equipamento científico

a obtenção de uma espécie de «fotografia acústica» dos fundos marinhos e estuarinos com muito alta resolução, enquanto que o Chirp sonar permite obter uma espécie de secção geológica vertical abaixo do fundo, até uma profundidade de várias dezenas de metros. Este sistema tem aplicações na área portuária, e estudos da dinâmica sedimentar, geologia e riscos geológicos da plataforma continental. Enriquecidos com este programa foram ainda a Estação Meteorológica e o laboratório de microarrays de DNA, instalados nos Departamentos de Física e Biologia da UA, com tecnologia avançada de aquisição, processamento e arquivo de informação coligida por satélites de órbita polar e de fabrico e análise de Chips de DNA para análise funcional de genomas.


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dezembro‘07 dezembro ‘07

inovadora combinação de duas redes sem fios alta definição a 200 km/hora Ver televisão num meio de transporte a 200 km por hora com uma qualidade quatro vezes superior à actual será uma realidade já no próximo mês de Abril. A garantia é dada por um grupo de investigadores europeus e israelitas que, liderados pelo Instituto de Telecomunicações de Aveiro e financiados pela Comissão Europeia, estão a desenvolver uma inovadora plataforma de telecomunicações móvel para terminais em movimento, através da combinação de duas redes sem fios. Os primeiros resultados alcançados são promissores.

Liderado pelo Instituto de Telecomunicações de Aveiro, este projecto europeu, denominado SUIT (Scalable, Ultra-fast and Interoperable Interactive Television), reúne a excelência de 10 parceiros – institutos de investigação, universidades e fabricantes – provenientes da Bélgica, Espanha, França, Inglaterra, Portugal, Alemanha e Israel, com o objectivo de aproveitar as sinergias que resultam da junção das duas redes sem fios TV digital terrestre e a WiMAX (IEEE 16e mobile profile). A meta é conseguir obter imagens de alta definição a uma velocidade máxima de 200 Km por hora, que favoreça uma grande mobilidade. Um resultado só possível graças à inovadora combinação destas duas redes, como explica o Prof. António Navarro, coordenador do Projecto e docente da UA. “Esta plataforma de telecomunicações para terminais móveis é compatível com dispositivos de bolso móveis ligados à rede DVB – T/H e à rede WiMAX no seu perfil de mobilidade. Funcionando em bandas diferentes – uma na banda normal de televisão (UHF, 800 MHz) e a outra em 2,5 GHz ou 3,5 GHz (WiMAX) - podemos combiná-las no domínio da rádio frequência através de duas


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alta definição a 200km/hora em testes na ua

em testes na ua antenas de recepção (uma para cada rede referida acima) mas também através de técnicas sofisticadas na banda base, resultando assim numa alta definição de imagens em terminais SUIT”. A par desta combinação de redes, é imprescindível a instalação de um playout nos emissores de conteúdos como a RTP, SIC ou TVI que, através de um controlo inteligente baseado num algoritmo desenvolvido no projecto, facultará ao sistema a leitura do sinal das duas antenas do terminal SUIT, seleccionando a rede com melhor sinal para enviar os conteúdos de televisão, explica o investigador. “Muito mais do que uma utilização dispersas das duas estações base existirá fenómenos de propagação das próprias ondas electromagnéticas que, pelo facto de terem características diferentes, são ao mesmo tempo independentes e complementares. Vamos imaginar que nos deslocamos e nos colocamos por detrás de um prédio que deixou de ter linha de vista com a antena emissão de televisão DVB. Como a antena de emissão WiMAX está colocada num local oposto nós recebemos através desta segunda antena o sinal”.

Uma técnica inovadora em toda a Europa e uma mudança do paradigma das comunicações móveis na Europa, onde a convergência entre o Broadcaster (DVB-T/H) e o Telecom Operator (WiMAX-IEEE16e) produzirá ganhos comerciais significativos, como podemos perceber nas palavras do responsável. “Desenvolvemos no projecto uma técnica sofisticada e moderna, que nos vai permitir ter apenas um overhead de 20%: a técnica de descrições múltiplas. Foi o primeiro projecto a nível europeu que promoveu a introdução desta técnica em redes de difusão e, por isso, é que foi premiado e apadrinhado pela Comissão Europeia com um financiamento de 5 milhões de euros. Vamos ser inovadores também ao introduzir o sistema da escalabilidade. Qualquer terminal recebe televisão seja qual for a sua resolução; se tiver um terminal de alta resolução eu visualizo os conteúdos em alta resolução; se tiver um terminal de bolso também vejo televisão e se tiver uma televisão com resolução standard eu também vejo essa informação em formato standard. É versátil. Por último, espera-se que o WiMAX e o DVB-T/H venham a cobrir as áreas metropolitanas enquanto que em zonas rurais, a cobertura será assegurada apenas pela rede DVB-T/H”.

Para além das imagens da TV difundidas com uma qualidade quatro vezes superior à actual, o projecto possibilita ainda o acesso à Internet e ao vídeo on demand e outros novos serviços até aqui impossíveis de difundir por limitações tecnológicas. Os primeiros resultados obtidos nos testes de campo realizados no Campus da UA, em Julho e em Novembro, são auspiciosos. Em Abril, a alta definição em movimento será uma realidade.


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com o Chemistry Eurobachelor® Label qualidade da licenciatura em química da ua reconhecida a nível europeu A Licenciatura em Química da Universidade de Aveiro foi reconhecida com o Chemistry Eurobachelor® Label, atribuído pela European Chemistry Thematic Network Association (ECTNA). Graças a este certificado, o curso passa a ser reconhecido por várias universidades europeias, facultando acesso automático aos licenciados em Química a programas de mestrado dessas instituições. Este galardão, atribuído pela European Chemistry Thematic Network Association (ECTNA) e reconhecido pela European Association for Chemical and Molecular Sciences (EuCheMS), resulta da avaliação efectuada, por esta instituição, à qualidade pedagógica e científica do curso, bem como à qualidade das infra-estruturas e do corpo docente do Departamento de Química da UA. A Universidade de Aveiro associa-se, assim, a um conjunto de 22 universidades europeias já reconhecidas, incluindo, entre outras, a Universidade de Helsínquia, a Universidade Técnica de Viena, a Universidade de Bolonha e a Universidade de Amesterdão. Em Portugal, apenas as Universidades de Aveiro e de Lisboa têm licenciaturas autenticadas com o Chemistry Eurobachelor® Label.


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s a m lo p i d a d e a s r o i u t r m e é r b p a a s m o a s r r a u c c s mar o d o ã ç o i ã d ç e a ª z 6 i l a i c e p s e de a c i g ó l o n c te A Universidade de Aveiro assinalou, a 12 de Novembro, a abertura dos Cursos de Especialização Tecnológica 20072008 (CET), promovidos pelas Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologia de Produção Aveiro Norte (ESAN), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro (ISCA-UA). Na cerimónia, presidida pela Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, foram distinguidos os melhores alunos dos CET, ministrados na ESAN, e entregues 260 diplomas aos novos graduados. Na sessão que abriu mais uma edição dos CET, a Reitora, realçou o cariz inovador e o sucesso alcançado pelos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), considerando-os “uma forte componente da oferta formativa da UA e um importante elemento de ligação entre a Universidade e o tecido produtivo da região”. A Prof. Maria Helena Nazaré da UA realçou ainda a necessidade de reforçar as parcerias entre a universidade, autarquias e centros de formação, com vista à definição de objectivos comuns e à mobilização de recursos que constituem, no seu entender, “um modelo de cooperação que poderá servir de base

cet cursos de especialização tecnológica

a outras colaborações de âmbito mais alargado, designadamente em matéria de desenvolvimento regional (…), numa perspectiva de complementaridade e cooperação”. A cerimónia teve o ponto alto com o momento de entrega dos prémios, financiados pelos parceiros estratégicos da ESAN. O desempenho escolar dos alunos foi reconhecido pela Molarte Colchões, SA que premiou o melhor aluno dos CET, em funcionamento na ESAN. A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha distinguiu o melhor aluno do Curso de Especialização Tecnológica, em Tecnologia Mecatrónica, leccionado em Albergaria-a-Velha, a GROHE Portugal contemplou o segundo melhor e a Associação Industrial do Distrito de Aveiro o terceiro melhor aluno do mesmo curso. A Câmara Municipal de Sever do Vouga premiou os três melhores alunos do CET de Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos, leccionado naquela cidade. No presente ano lectivo, as escolas politécnicas da UA acolhem 407 alunos e oferecem um total de 19 Cursos de Especialização Tecnológica, assim distribuídos: Escola Superior Aveiro-Norte Albergaria-a-Velha – Tecnologia Mecatrónica Arouca – Construção Civil e Obras Públicas – Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos Espinho – Desenvolvimento de Produtos Multimédia Estarreja – Instalações Eléctricas e Automação Industrial Oliveira de Azeméis – Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos – Organização e Planificação do Trabalho – Projecto de Moldes – Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação São João da Madeira – Automação, Robótica e Controlo Industrial – Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos


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Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda Águeda – Gestão de Qualidade – Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos – Instalações Eléctricas e Automação Industrial – Práticas Administrativas e Tradução – Topografia e Desenho Assistido por Computador Oliveira do Bairro – Tecnologia Mecatrónica

CET com sucesso reconhecido Sandra Gomes, Manuel Pereira e Carlos Tavares são apenas três dos 260 novos diplomados que concluiram em 2007 os seus Cets. Conheça o perfil de cada um destes antigos alunos.

Instituto de Contabilidade e Administração da UA Aveiro – Banca e Seguros – Organização e Planificação do Trabalho Recorde-se que os CET arrancaram na ESAN no ano escolar 2002-2003 e estenderam-se, para além das escolas politécnicas que os promovem, praticamente a todos os concelhos do distrito de Aveiro, resultado de parcerias com entidades locais. Compreendem uma variante formativa em sala de aula, com uma duração média de 860 horas, durante um ano, e englobam as componentes de formação geral, científica e tecnológica, complementada pela formação em contexto real de trabalho. Esta vertente tem uma duração de 540 horas (entre três e seis meses) e decorre em várias empresas do distrito de Aveiro. Os Cursos de Especialização Tecnológica em funcionamento estão particularmente orientados para a imediata inserção profissional dos alunos, mas também creditam para um eventual prosseguimento de estudos superiores. A conclusão de um CET, com aproveitamento, confere um Diploma de Especialização Tecnológica e creditação para prosseguimento de estudos superiores, podendo dar acesso a um Certificado de Aptidão Profissional de nível IV, reconhecido a nível europeu.

Sandra Mónica Amarante Gomes Idade 32 Profissão Assistente Administrativa no Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro CET frequentado Organização e Planificação do Trabalho – ISCA-UA Motivações para a escolha do curso Por motivos pessoais, abandonei o antigo Bacharelato em Secretariado de Direcção da ESTGA. Concorri ao CET para não me afastar da vida académica. Além disso, o plano curricular deste curso pareceu-me muito interessante. Expectativas Algumas disciplinas surpreenderamme bastante. Outras, não foram suficientemente aprofundadas. Mas, de um modo geral, posso considerar que o curso correspondeu às minhas expectativas. Projectos especiais desenvolvidas no CET Conseguimos observar, de perto e na prática, aquilo que andámos a estudar. Foi-nos dada a possibilidade de fazer três visitas de estudo, enquadradas nos temas que estavam a ser abordados, na altura. Nível de preparação conferido Alguns assuntos são abordados superficialmente, mas é o que estava

previsto no plano de estudos inicial. Os alunos que frequentam, actualmente, a nova edição já têm um plano de estudos diferente e mais adequado à realidade do mercado de trabalho. Saídas profissionais proporcionadas pelo curso: Os alunos saem com bagagem teórica e alguma prática adquirida nos estágios. Tivemos alguns bons exemplos de estágios. Alguns colegas vão aproveitar o curso para progredir na carreira, no seu trabalho. Outros estão a aguardar respostas de propostas de trabalho, que se enquadram no curso. Chave para o sucesso O facto de ter conseguido frequentar diariamente as aulas, aprender muito (os docentes externos ao ISCA foram uma mais-valia) e concluir o curso com boa classificação. Projectos futuros Terminar a licenciatura de Técnico Superior de Secretariado, na ESTGA. A nível profissional, gostaria de poder aplicar, na prática, alguns dos conhecimentos que adquiri.

Manuel António de Matos Pereira Idade 26 Profissão Administrador de sistemas na PTInovação, em Aveiro CET frequentado Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos – ESTGA Motivações para a escolha do curso Sempre adorei Informática, logo, quando terminei o 9.º ano de escolaridade (em 1997) optei por um curso técnico/ profissional de Informática. O CET de Instalação e Manutenção de Redes e


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Sistemas Informáticos (IMRSI) era um percurso óbvio para quem trabalhava na área, há já meia dúzia de anos, e pretendia consolidar e aprofundar conhecimentos. Expectativas O curso superou as minhas expectativas, para além de uma imprescindível formação sócio-cultural, teve uma forte formação científico-técnica. Destaco o estudo dos dois sistemas operativos mais representativos do mercado (Windows e Linux), o estudo de redes e serviços telemáticos. Aprendemos a planear, implementar, manter e gerir estes sistemas e serviços. Projectos especiais desenvolvidas O estágio curricular na PT Inovação, na área de Segurança da Informação, onde mantenho funções (na Inovaria, a prestar serviços à PT Inovação). Pertenço ao grupo de suporte a redes e sistemas de informação da PT Inovação. Nível de preparação conferido Os alunos saem bem preparados, é uma formação altamente especializada com uma forte componente prática. Saídas profissionais do curso Todos os colegas com que mantenho contacto estão empregados, e os que não estavam a trabalhar a 100% na área, estão agora mais envolvidos. Chave para o sucesso Trabalhar na área de que gosto, assim estou sempre motivado. Ser ambicioso e dedicado também contribui para ter sucesso. Projectos futuros Concluir a Licenciatura em Tecnologias da Informação na ESTGA (frequento o 1º ano), e especializar-me em Segurança da Informação, área em que quero ser especialista. A formação ao longo da vida é imprescindível em qualquer área, mas mais ainda nas ciências informáticas.

Carlos Manuel Martins Tavares Idade 33 Profissão Assistente de Administração Escolar na Escola Secundária de Sever do Vouga CET frequentado Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos – ESAN Motivações para a escolha do curso Investir na formação e procurar uma oportunidade de emprego numa área diferente daquela em que me licenciei, Administração Pública. Expectativas O curso correspondeu às expectativas, no entanto, julgo que outras disciplinas deveriam ser inseridas no plano de estudos, nomeadamente no âmbito da criação e manutenção de websites, programação em comunicações e ainda tecnologias e sistemas de comunicação. Projectos especiais desenvolvidos As tarefas atribuídas durante o estágio revelaram-se particularmente interessantes, devido à sua diversidade e ao facto de terem constituído uma oportunidade para pôr em prática o que tinha aprendido nas aulas teóricas e/ou teórico-práticas. Nível de preparação conferido Os alunos saem da ESAN bem preparados, no entanto, poderia haver melhorias (no caso de Sever do Vouga) ao nível do equipamento informático e das condições do espaço, onde é ministrado o curso. Saídas profissionais do curso Qualquer empresa que pretenda ligar em rede os seus equipamentos, e que queira usufruir de uma assistência mais

cet cursos de especialização tecnológica

virada para a prática, deveria contratar recursos humanos certificados com diplomas CET. Este tipo de formação poderia ser mais divulgado junto das Associações Empresariais / empresas da região de forma a dar-lhes a possibilidade de receberem futuros estagiários ou até empregados qualificados. Chave para o sucesso Muito trabalho/disciplina e uma vontade própria de estar sempre actualizado, uma vez que o mundo e a sociedade actuais estão em permanente mudança. Projectos futuros Manter-me ao corrente das evoluções informáticas, e concluir o curso de elaboração de páginas de internet em ASP, que frequento, em Aveiro. Além de finalista, Carlos Tavares foi também contemplado com o prémio de 2º melhor aluno do curso de “Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos”, oferecido pela Câmara Municipal de Sever do Vouga. Os CET são vocacionados para: – os titulares de um curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente; – os candidatos que tendo obtido aprovação em todas as disciplinas dos 10º e 11º anos e tendo estado inscritos no 12º ano de um curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente não o tenham concluído; – os titulares de uma qualificação profissional de nível 3; – os titulares de um diploma de Especialização Tecnológica ou de um grau ou diploma de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional; – os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos quais, com base na experiência, a Universidade de Aveiro reconheça capacidades e competências que os qualifiquem para o ingresso no CET em causa. Veja também http://uaonline.ua.pt/detail.asp?c=10158&lg=pt


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ao abrigo do acordo nacional estabelecido com a Carnegie Mellon University

universidade de aveiro inaugura

master of science in

information networking


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A cerimónia inaugural do curso de formação avançada, “Master of Science in Information Networking” decorreu a 1 de Outubro, na Universidade de Aveiro, na presença do Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Dr. Manuel Heitor, do Coordenador do Information Networking Institute (INI) da Carnegie Mellon University, Prof. Rajeev Koodl, do Vice-reitor para a Investigação, Inovação e Transferência de Tecnologia, Prof. Francisco Vaz e de outras personalidades da indústria nacional das comunicações. O “Master of Science in Information Networking” (MSIN) arrancou na UA, a 27 de Agosto com uma turma de alunos escolhidos através de exigentes critérios de selecção. O curso foi o mais procurado dos Masters, promovidos no âmbito do acordo, e é leccionado em regime misto: à distância, a partir da Carnegie Mellon University, e presencial, na Universidade de Aveiro, por especialistas nacionais de renome, através de uma sala de aula virtual, apetrechada com a mais avançada tecnologia. Esta formação profissionalizante constitui uma alternativa aos convencionais cursos de ciências de computação, ou engenharias, tem uma duração de 16 meses, e é leccionado nos mesmos moldes do MSIN, oferecido pela Carnegie Mellon University, nas instalações de Pittsburgh.

O programa deste Curso de Formação Avançada associa as competências das duas instituições de ensino e fornece uma formação sólida em redes de informação e nas áreas tecnológicas fundamentais para este século. Os conteúdos programáticos visam ainda a introdução aos temas da gestão, da estratégia e política associada ao negócio das telecomunicações. O curriculum do MSIN consiste em três componentes principais: as disciplinas chave, as optativas e o projecto. As disciplinas chave estabelecem a base necessária a um nível comum de competências, preparando os alunos para as disciplinas optativas. Os estudantes podem escolher, de uma larga variedade de cursos técnicos e de gestão tecnológica, de acordo com seus interesses e necessidades profissionais. Os estudantes do MSIN estarão bem posicionados para perseguir posições técnicas de liderança, de gestão, numa variedade da indústrias, dentro dos sectores públicos e privado, como por exemplo, o desenvolvimento de tecnologia, serviços financeiros, serviços profissionais/consultadoria, pesquisa e produção. É de realçar os múltiplos apoios industriais existentes para este MSIN, incluindo o financiamento de alunos por parte do Grupo Portugal Telecom e Nokia Siemens Networks.

master of science in information networking

Recorde-se que o MSIN insere-se no acordo de colaboração estabelecido entre o estado português e a universidade norte-americana, em Outubro de 2006, num contexto de fortalecimento da cooperação científica e tecnológica com instituições de reconhecido mérito internacional. Esta parceria contempla três programas anuais de Mestrado, com grau duplo com a Carnegie Mellon University, nas áreas de Engenharia de Software, Redes de Informação e Segurança Informática; Programas de Doutoramento nas áreas de Engenharia de Computadores e Electrotecnia, Ciências Computacionais, Processamento Computacional da Fala, Informação e Gestão de Tecnologia, e Matemática; e programas de educação avançada, em Engenharia de Software, Redes de Informação, Segurança Informática, Infra-estruturas Críticas e Avaliação de Risco, Processamento Computacional da Fala, Informação e Gestão de Tecnologia, e Matemática. A Universidade de Carnegie Mellon situada em Pittsburg, nos EUA, é considerada uma das melhores escolas do mundo em áreas como a Informação e Gestão de Tecnologia, Sistemas de Informação, Informática (Ciência de Computadores), Engenharia de Computadores e em Electrotecnia.


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empreendedores de

sucesso nascem na

universidade de aveiro Ao longo das próximas edições, a Linhas vai apresentar as várias empresas que estão fixadas na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro. Esta unidade, criada em 1996, é gerida pela grupUnave desde 1999, e visa fomentar o empreendedorismo junto de alunos, antigos alunos, investigadores e docentes da Universidade. Usufruir de um conjunto de meios facilitadores de um primeiro contacto com o mercado de trabalho é, por vezes, o empurrão suficiente para caminhar rumo ao sucesso. A FoodMetric, a Porta Lógica e a iUZ Technologies são apenas três das 10 empresas actualmente instaladas na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro. Saiba que serviços prestam.

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empreendedores de sucesso nascem na ua

Soluções inovadoras para a análise de produtos alimentares são com a FoodMetric SA

Spin-off da Universidade de Aveiro, a FoodMetric SA nasceu em Janeiro de 2007 pela mão de um grupo de investigadores da área da Biotecnologia da UA. Virtualmente instalada na Incubadora de Empresas, a FoodMetric presta serviços a empresas do sector agro-alimentar, desenvolvendo e implementando soluções inovadoras para a análise da composição química e qualidade dos seus produtos alimentares, 80% mais rápidas e 30% mais baratas.

A história da FoodMetric começa com a obtenção de vários prémios em concursos nacionais de empreendedorismo: 1º prémio, tanto no Concurso Nacional de Empreendedores, promovido pela Caixa Geral de Depósitos, como no Concurso de Criação de Empresas Inovadoras de Base Tecnológica, promovido pela AIBAP; e 2º prémio no Concurso Bioempreendedores, promovido pela APBio. Do plano de negócios, desenvolvido por um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro para um concurso de criação de empresas tecnológicas de elevado potencial, promovido pela COTEC Portugal, à constatação da existência efectiva de uma oportunidade de negócio e consequente criação do projecto empresarial, foram dois passos.

Estavam, por isso, lançadas as bases de constituição da FoodMetric SA. Aos quatro investigadores da UA: Ivonne Delgadillo, 55 anos, António Barros, 38 anos, Andrea Sanchez, 32 anos, e Alexandra Nunes, 33 anos, associaram-se, como accionistas, a capital de risco Change Partners SA e a grupUNAVE Lda. - empresa de capital maioritariamente da Universidade de Aveiro. O objectivo era desenvolver soluções de análise da composição química e da qualidade dos produtos alimentares, que fizessem face às limitações dos métodos clássicos. Assim, desenvolveram e implementaram metodologias métricas inteligentes, que são 80% mais rápidas e 30% mais baratas, e que permitem a personalização e adaptação da informação requerida pela empresa cliente.

“O contacto com potenciais clientes durante a elaboração do plano de negócios da FoodMetric, realizado com apoio da interface de transferência de tecnologia do CICECO – o CDTM -, tornou clara a existência de uma real oportunidade de negócio para os produtos e serviços comercializados pela empresa”, explica Ana Daniel, uma das Administradoras da FoodMetric.

“Cada solução compreende componentes de software que, associados a equipamento específico de análise, permitem automatizar, de modo rápido e eficaz, as análises que controlam a qualidade e segurança de matérias-primas e produtos alimentares. Assim é possível reduzir, por um lado, o tempo de análise, podendo ter-se resultados em tempo


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real e, por outro, os custos directos envolvidos na execução de análises (mão-de-obra, reagentes e tratamento de resíduos)”, esclarece Ana Daniel.

Porta Lógica a solução digital ao serviço das modernas organizações

Entre a administração, investigadores e colaboradores na área comercial e de I&D, a FoodMetric envolve actualmente nove pessoas e conta com o apoio da Incubadora de Empresas da UA a nível administrativo. Apesar da instalação na Incubadora ser apenas virtual – a FoodMetric funciona na Incubadora da Beira Atlântico Parque em Mira -, Ana Daniel não tem dúvidas em considerar fundamental esta proximidade que, no seu entender, “lhes permite não só usufruir de todo o suporte técnico e infraestrutural, como possibilita sinergias com outras empresas da Incubadora da Universidade de Aveiro”.

Chama-se Porta Lógica, Lda. – Soluções Digitais e está no mercado para criar soluções capazes de gerir com eficiência e qualidade toda a informação e documentação

É na Gestão Documental (digitalização e conversão de informação) e na Produção Audiovisual e Multimédia que os sócios apostam nesta fase inicial, mas a Porta Lógica está, também, preparada para intervir na área de consultoria informática, análise estatística e formação.

Ficha técnica FoodMetric – Intelligent Metric Solutions, SA.

das organizações. A empresa foi

Campus Universitário de Santiago Edifício 1

constituída em finais de Agosto,

3810-193 Aveiro Tel.: 234 380 303

na sequência do último concurso

Fax: 234 421 748 E-mail: info@foodmetric.com

“Incuba-te”, por Isabel Marques,

Web: www.foodmetric.com/ Accionistas

37, e António Guimarães, 35;

Ivonne Delgadillo, docente da UA António Barros, Investigador da UA

dois antigos alunos da UA

Andrea Sanchez, Bolseira de Pós-doutoramento Alexandra Nunes, Bolseira de Pós-doutoramento

dispostos a transformar as

Change Partners SA e GrupUNAVE – empresa de capital maioritariamente da Universidade de Aveiro

suas diferentes experiências

Administradores Ana Daniel, Ana Terra, Francisco Vaz

profissionais e respectivas

Depois de alguns anos a trabalhar na área da gestão documental, a questão tornou-se clara para Isabel Marques. Com a globalização das Tecnologias da Informação e Comunicação, a informação assume uma posição cimeira e incontornável para as organizações. Como consequência, assiste-se a uma produção maciça de informação que necessita de ser gerida. “É neste contexto, prestando serviços na área da gestão documental, conversão e gestão de dados, usando ferramentas e tecnologias adequadas a cada uma das áreas de actuação, que surge a Porta Lógica”, explica.

Capital social inicial 100.000€

competências específicas em

Capital social actual 100.000€

matéria de gestão documental

Apoios/financiamento 210.000€

e informática, numa real

Conselhos-chave a novos empreendedores

oportunidade de negócio.

· Não se ficar pela ideia · Demonstrar capacidade de concretização · Minimizar o risco através da elaboração de um plano de negócios e uma pesquisa do mercado

A empresa implementa sistemas de gestão integrada de informação que permitem centrar, de forma estruturada e organizada, toda a informação digital e controlar todo o fluxo de informação de organizações como bibliotecas, arquivos, museus, instituições de ensino, câmaras municipais, regiões de turismo, empresas de comunicação social, banca, seguros e empresas em geral.

para conhecer exactamente as necessidades dos clientes-alvo.

A Porta Lógica está preparada para oferecer serviços que vão desde a


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digitalização e microfilmagem, ao reconhecimento óptico de caracteres (OCR) e revisão de textos, passando pela gestão integrada de informação e restauro de documentos, ou ainda pela conversão e reprodução de fotografias, filmes em película, vídeo e áudio multiformatos. A par da experiência profissional e competências dos promotores da empresa (tanto Isabel Marques como António Guimarães têm um vasto currículo na área de Sistemas de Informação, Gestão da Informação e Informática), a Porta Lógica estabeleceu já parcerias com fabricantes de tecnologia e com empresas de serviços de integração e de consultoria; mais-valias que, adianta Isabel Marques, “nos permitem garantir aos clientes, a permanente renovação, actualização e qualidade dos nossos serviços, produtos e soluções”.

Incubadora, Isabel Marques admite terem que encontrar um “espaço operacional noutro local da cidade”. Alcançar um lugar de notoriedade e de referência na qualidade dos serviços, principalmente na área da Gestão Documental é o grande desafio desta empresa que tem agora as suas baterias apontadas para a consolidação de clientes no mercado regional e para a conquista de um mercado nacional. Contudo, a Porta Lógica vê-se já a caminhar em direcção aos PALOP, à Europa, e, a mais longo prazo, ao resto do globo.

Porta Lógica, Lda - Soluções Digitais Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro Edifício 1 Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro | Portugal tlf. +351 234 380 304 fax: +351 234 401 529 http://www.portalogica.pt Sócios Isabel Marques, 37 anos, licenciada em Novas Tecnologias da Comunicação pela UA, pósgraduação em Sistemas de Informação e em Gestão da Informação. Frequenta o Mestrado em Comunicação Multimédia, vertente Audiovisual

É uma empresa de Engenharia de Software especializada em soluções para a identificação e localização de bens e pessoas,

Digital, também na Universidade de Aveiro António Guimarães, 35 anos, licenciado em

que está apta a prestar serviços

Engenharia Electrónica e Telecomunicações pela UA. Património no arranque da empresa

“Para além de estarmos na UA e de encontrarmos empresas de serviços e produtos que se associam à Incubadora de Empresas (IE), oferecendo condições especiais às empresas incubadas, os baixos custos oferecidos são essenciais no arranque de qualquer projecto empresarial. Além disso, na IE ainda usufruímos de todo o apoio logístico”, explica Isabel Marques, avançando que, embora seja intenção dos sócios usufruir destas condições pelos três ou quatro anos em que tal é possível, o tipo de serviço que prestam obriga à instalação de máquinas e equipamentos em espaço adequado. Neste sentido, a par do escritório na

iUZ Technologies oferece soluções de identidade e localização de bens e pessoas

Ficha técnica

tlm. 966251689

Instalada na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro, na sequência do último concurso “Incuba-te”, a Porta Lógica é actualmente composta por cinco elementos que não têm dúvidas quanto à importância das facilidades concedidas às empresas por uma estrutura de apoio ao empreendedorismo.

empreendedores de sucesso nascem na ua

a organizações nacionais e

O Plano de Investimento da Porta Lógica apurou uma necessidade inicial de investimento de cerca

internacionais de média e

de 70.000€. Previsão de facturação no final do 1º ano de actividade Tendo em conta que a actividade da Porta Lógica

grande dimensão nas áreas da produção, distribuição,

teve início no mês de Agosto, a previsão de facturação é de cerca de 20.000€. Apoios / financiamento A empresa candidatou-se a um programa de apoio

retalho, saúde e instituições governamentais. Chama-se iUZ

financeiro do IEFP

Technologies e está instalada Conselhos-chave a novos empreendedores · Nunca deixar de apostar na concretização dos

na Incubadora de Empresas da

sonhos; · Muito trabalho e muito empenho.

Universidade de Aveiro desde Março deste ano.


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Foi após um largo período de tempo a trabalhar como equipa, no âmbito de outros projectos de desenvolvimento e implementação de software, que Isabel Cruz, 31 anos, Jorge Moura, 31 anos, Licínio Mano, 25 anos, e Luís Barata Rocha, 35 anos, se aperceberam da oportunidade de evoluir para um projecto empresarial capaz de dar resposta às crescentes exigências do mercado tecnológico. Desta constatação à decisão de fundar a iUZ Technologies foram dois passos.

privilegiado dos cidadãos a informação. As soluções possuem, no entanto, a flexibilidade necessária para garantir que organizações de outras áreas de negócio (e.g. Entretenimento, Bibliotecas, Equipas de Salvamento e Socorro) possam também usufruir das mais valias proporcionadas pelas soluções apresentadas.

Com a candidatura à Incubadora de Empresas aprovada, lançaram mãos à obra. “O facto de todos os sócios possuírem um historial de estudo e investigação na UA, aliada à atmosfera tecnológica que envolve a Universidade, levou-nos a optar por iniciarmos a nossa actividade na Incubadora de Empresas, beneficiando do espaço e condições privilegiadas, concedidas por esta estrutura de apoio ao empreendedorismo”, explica Licínio Mano, 25 anos, licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação e pós-graduado em Sistemas de Informação e em Engenharia Informática. A iUZ Technologies apresenta um conjunto de soluções de identificação e localização preparadas para as seguintes áreas de negócio: . iUZ4Manufacturing controlo de recepção de matérias-primas, monitorização de trabalho em progresso e controlo de produtos terminados. . iUZ4Distribution planeamento e controlo da entrega de mercadorias, localização em tempo real das mercadorias e planeamento de rotas de distribuição. . iUZ4Retail inventário de produtos em stock, gestão de datas de validade e prevenção de quebras de stock. . iUZ4Healthcare localização de equipamento crítico, localização de utentes e profissionais, protecção de recém-nascidos e crianças. . iUZ4LocalGovernment gestão de espaços urbanos, gestão de bens e equipamentos, acesso

o utilizador”, esclarece Licínio Mano, concluindo, “entregamos ao cliente mobilidade, portabilidade e usabilidade em áreas como a identificação, localização e segurança de recursos, envolvendo-o em todo o processo” Ficha técnica iUZ Technologies, Lda Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro

Uma aplicação específica da solução iUZ4Retail consiste, por exemplo, no controlo de toalhas e roupões em ginásios, SPA’s, termas ou hotéis. Com base na iUZ4Retail, um ginásio pode efectuar um controlo apurado sobre as toalhas e roupões que distribui aos seus clientes, garantindo dessa forma o uso exclusivo dos mesmos, facilitando a sua identificação ao longo do processo de lavagem, assim como evitando desaparecimentos e respectivos custos de reposição desses artigos.

Edifício 1 Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro tlf. +351 234 380 310 fax +351 234 401 529 tlm. +351 961 704 917 http://www.iuz.pt e-mail: contact@iuz.pt Sócios Isabel Cruz (Senior Consultant), Licenciada em Economia; Jorge Moura (Software Engineer), Licenciado em Matemática Aplicada e Computação, Curso de Especialização Informática, em dissertação de Mestrado em Informática;

Como exemplo prático de uma solução iUZ4LocalGovernment, a empresa diz que estão actualmente a desenvolver um projecto em que um conjunto de câmaras que possuem informação sobre processos camarários num ERP (Enterprise Resource Planning) passem a integrar essa mesma informação num contexto geográfico através de um SIG (Sistema de Informação Geográfico). “Esta integração permite um ganho na eficácia e eficiência de decisões relacionados com a gestão dos processos camarários”, adianta Licínio Mano.

Licínio Mano (Software Engineer), Licenciado em Novas Tecnologias da Comunicação, Pós-graduado em Sistemas de Informação e em dissertação de Mestrado de Eng. Informática; Luís Barata da Rocha (Account Manager), Finalista do Mestrado Integrado em Eng. Electrónica e Telecomunicações Património no arranque da empresa 5000€ Previsão de facturação no final do 1º ano de actividade 56.000€ Apoios/financiamento A empresa candidatou-se ao Programa de Estímulo à Oferta de Emprego (PEOE) do Instituto de Emprego

Privilegiando o profissionalismo e a qualidade do processo de Engenharia de Software, recorrendo à utilização de metodologias ágeis e flexíveis no processo de desenvolvimento, a empresa apresenta competências específicas ao nível do desenvolvimento de middlewares de integração de sistemas, assim como na concepção de novos paradigmas de interacção com os utilizadores. “A nossa missão é concretizar soluções inovadoras de base tecnológica que gerem valor para o cliente, através da integração de informação e de novos paradigmas de interacção com

e Formação Profissional (IEFP) Conselhos-chave a novos empreendedores · Persistência, dedicação e muito, muito trabalho; · Profissionalismo e seriedade com os clientes; · Orientação aos resultados e inovação dos seus produtos; · “Tornem o mundo num lugar melhor.”


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publicações

A história da geologia na educação científica

Aproximações à Língua Portuguesa

Este CD-ROM, coordenado pelos investigadores da UA, Luís Marques, Cecília Guerra e João Praia, procura proporcionar aos professores de Ciências em geral e aos de Geologia em particular, documentos susceptíveis de virem a ser por eles utilizados na preparação de materiais curriculares, incluindo, para além do manifesto “Compromisso Por Uma Educação Para a Sustentabilidade”, quatro interessantes documentos. Num primeiro, a perspectiva histórica contribuirá para que se compreenda que as grandes unidades geológicas existentes em Portugal continental poderão não ter uma resposta única. O segundo texto aborda em termos gerais os problemas relativos às principais tradições em investigação em historiografia da ciência e analisa e discute a relação entre as anteriores tradições investigativas e as diferentes utilizações em contexto educativo da história da ciência, com destaque para a história da Geologia. A terceira contribuição debruça-se sobre a tentativa de compreensão do percurso histórico de uma teoria científica particularmente importante em Geologia que é a Tectónica Global. O último documento apresenta e discute dados de uma investigação feita com alunos de diversos níveis etários, relativamente às suas dificuldades na compreensão da história da Terra, tendo em consideração a difícil noção de tempo geológico.

Esta obra apresenta as primeiras conclusões do projecto “Aproximações à Língua Portuguesa: atitudes e discursos de não nativos residentes em Portugal” (http://www2.dte.ua.pt/aproximacoes), que o Laboratório de Investigação em Educação em Português do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA está a desenvolver desde Março de 2005. Uma investigação que analisa as atitudes de não nativos face à Língua Portuguesa, cruzando o lugar simbólico que os sujeitos atribuem à aprendizagem da língua com a relação entre o seu domínio e a integração social. Para este efeito, foram escolhidas três comunidades, com expressão em Portugal, pertencentes a “gerações migratórias” distintas, de natureza também distinta: a cabo-verdiana, a ucraniana e a chinesa. A metodologia de investigação adoptada é descritiva, pretendendo compreender e interpretar dados da realidade social e escolar, neste caso, os novos públicos, as suas motivações, crenças e atitudes, através dos seus discursos (“Le discours est le langage en action, la langue assumée par le sujet parlant”). Como finalidade última, este estudo apresenta-se como um contributo para a área de Português, dado, no momento actual, esta língua adquirir novos contornos, outras funções e outros estatutos.

Edição Universidade de Aveiro Coordenação Luís Marques, João Praia e Cecília Guerra, investigadores no Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA ISBN 9789727892464 Ano 2007

Edição Universidade de Aveiro Coordenação Maria Helena Ançã, docente no Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA ISBN 9789727892327 Ano 2007


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Camões e D. Sebastião na obra de Reinhold Schneider

Atlas das aves nidificantes do campus da Universidade de Aveiro

Imagens das línguas em contextos de educação e formação linguística

Da autoria de Maria Cristina Carrington, professora do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, o livro “Camões e D. Sebastião na obra de Reinhold Schneider” incide sobre as figuras de Camões e D. Sebastião na obra de juventude do escritor alemão Reinhold Schneider (1903-1958), numa edição da Minerva Coimbra, do Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos e da Universidade de Aveiro. O ensaio que escreveu sobre Camões em 1930, “Das Leiden des Camoes oder Untergang und Vollendung der portugiesischen Macht”, uma construção ficcional sobre o autor português e a sua obra, evidencia a estreita articulação entre a vida do Poeta e a história portuguesa de Quinhentos. A tragicomédia inédita “Fackeln amTejo” (1929), construída em torno da figura do Desejado, põe em causa o mito português do Sebastianismo. As duas obras resultaram de uma visita de Reinhold Schneider a Portugal no final dos anos vinte do passado século, que representou o primeiro encontro deste escritor com a história e literatura portuguesas e que foi determinante para a sua carreira como ensaísta e romancista histórico.

No decurso da última sessão de Biologia na Noite, foram lançadas as duas primeiras obras de divulgação científica da Colecção Biologicando: o “Atlas das Aves nidificantes do campus da Universidade de Aveiro” e “Biologia na Noite”, uma síntese do ciclo de conferências abertas iniciado há seis anos e que como era referido no seu propósito inicial, veio de certa forma “revolucionar a forma de comunicar ciência”. Resultado da tese de licenciatura da co-autora, Milena Matos, enquanto aluna de Biologia na UA, este Atlas permite descobrir que o Campus de Santiago é também um campus natural, dando a conhecer não só alguma da sua diversidade biológica, como também nos faz um enquadramento histórico e ambiental da região em que se insere e uma breve resenha histórica desta Universidade. As aves fascinam o ser humano desde sempre. A nossa relação com estes seres alados não é comparável com a que mantemos com qualquer outro grupo de animais; desde o início da humanidade vem sendo enriquecida pela mitologia, por inúmeros simbolismos, pela arte e pela ciência. As aves dominam a nossa imaginação, por serem criaturas admiráveis, pela sua versatilidade, diversidade, pela beleza das suas penas, pelo seu voo, pelos seus cantos. Desaparecem, quando migram para outras regiões, para aparecerem de novo, no início de nova época, envoltas em mistério.

Este segundo volume da Série Reflexões dos Cadernos do Laboratório Aberto para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras, coordenado pelas Ana Isabel Andrade e Maria Helena Araújo e Sá, do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA, integra as conclusões e os processos percorridos para a elas chegar de seis estudos levados a cabo no âmbito do Projecto “Imagens das línguas na comunicação intercultural: contributos para o desenvolvimento da competência plurilingue”. Assente numa perspectiva construtivista na abordagem destas imagens e pretendendo responder às questões “Quais as imagens dos sujeitos acerca das línguas/culturas?”, “Que factores determinam as auto e hetero-imagens e como é que estas interagem com o comportamento comunicativo dos sujeitos?” e “Como intervêm as práticas de educação e de formação neste processo?”, a pesquisa desenvolveu-se em quatro contextos: Situações escolares de ensino-aprendizagem de línguas; Sistemas de formação de professores; Associações de imigrantes; e Imprensa escrita. No final foi identificado um conjunto de sugestões que emanaram da leitura interpretativa das conclusões e perspectivados modos de discussão e divulgação dessas mesmas sugestões junto de diferentes actores que têm responsabilidades na promoção da cultura linguística da população portuguesa.

Edição Editora Afrontamento Autoria Milena Matos, antiga aluna da UA, e António Luís, docente no Departamento de Biologia da UA ISBN 9789723608861 Ano 2007

Edição Universidade de Aveiro Coordenação Ana Isabel Andrade e Maria Helena Araújo e Sá, docentes do Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da UA e investigadoras no Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da UA ISBN 9729931410 Ano 2007

Edição Minerva Coimbra Autoria Maria Cristina Carrington, Docente do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro ISBN 9789727982073 Ano 2007


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Construções em madeira

Organizações positivas

“Construções em Madeira”, da autoria de Paulo Barreto Cachim, docente do Departamento de Engenharia Civil, é um livro que aborda o conhecimento das propriedades e do comportamento da madeira na construção, dirigindo-se a técnicos e projectistas do sector da construção que pretendam adquirir um conhecimento aprofundado do comportamento da madeira na construção. Este livro começa por uma breve nota sobre a utilização da madeira na construção, passando de seguida a abordar temas como as características da madeira a nível anatómico, físico, mecânico e dos seus defeitos. Neste trabalho são apresentados os diferentes tipos de secções de madeira maciça e de aglomerados, designadamente no que se refere às suas características geométricas, mecânicas, processo de produção, aplicações e normalização aplicável. Questões relacionadas com a degradação da madeira, a durabilidade e a preservação das mesmas são também abordadas. Patologias em elementos de madeira podem ocorrer caso não existam cuidados adequados durante a construção, pelo que se apresentam as principais causas de patologias, bem como algumas técnicas de inspecção e reabilitação. No final, analisa o comportamento da madeira em situação de incêndio, proporcionando assim as bases para uma correcta aplicação da madeira.

“Organizações Positivas” é a mais recente obra da co-autoria do Professor Arménio Rêgo, docente no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial. Um livro baseado em investigação empírica e nas experiências que sugerem ser possível construir organizações simultaneamente virtuosas e lucrativas. Coragem, esperança, optimismo, resiliência, cooperação, criatividade, energia, emoções positivas, confiança, cidadania, sabedoria – eis alguns dos ingredientes da nova corrente de estudos científicos designada “estudos organizacionais positivos”. Esta linha procura dar resposta a alguns questões como “Por que tendem as pessoas a dar mais atenção aos acontecimentos negativos do que aos positivos?”, “Como contrariar essa tendência? Ou seja, como abandonar a lógica da “loja de reparações” daquilo que está mal, a favor da lógica assente nas forças das pessoas e na energia positiva?”, “Por que são algumas organizações campos de energia positiva, enquanto outras são verdadeiras arenas de negatividade?” ou “O que é uma organização verdadeiramente saudável?”. Estas e outras questões do mesmo teor são tratadas em Organizações Positivas – um livro baseado em investigação empírica e nas experiências que sugerem ser possível construir organizações simultaneamente virtuosas e lucrativas.

Edição Publindustria Autoria Paulo Barreto Cachim, docente no Departamento de Engenharia Civil da UA ISBN 9789728953119 Ano 2007

Edição Dom Quixote Autoria Arménio Rêgo, Docente no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da UA, Miguel Pina e Cunha e Rita Campos e Cunha ISBN 9789722032162 Ano 2007


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Eduardo Lourenço – Estudos I

Famílias pobres: desafios à intervenção social

Guia de legendagem para surdos “Vozes que vêem”

Resultado de um projecto de investigação de vários alunos do curso de Mestrado em Estudos Portugueses do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, sob a coordenação da Professora Maria Manuel Batista, o livro “Eduardo Lourenço - Estudos I” pretende recolher alguns dos trabalhos que têm sido realizados no domínio da investigação académica e universitária, procurando que este tenha continuidade enquanto projecto em torno de uma obra que está longe de se encontrar devidamente estudada. Este primeiro número encontra-se dividido em duas partes: numa primeira são apresentados dois estudos em torno da reflexão sobre a cultura e cultura portuguesa na obra de Eduardo Lourenço, enquanto a segunda apresenta um conjunto de trabalhos prospectivos na análise de textos lourenceanos estudados agora sob o ponto de vista das suas principais características argumentativas. Ainda na segunda parte apresenta-se um grupo de trabalhos nascidos de um projecto de investigação que envolveu alunos de um seminário do curso de Mestrado em Estudos Portugueses da Universidade de Aveiro, no ano lectivo de 2004/2005. O repto então lançado a este grupo foi o de cada um analisar um ensaio de Eduardo Lourenço sob a perspectiva da análise argumentativa contemporânea, muito particularmente inspirando-se nos estudos renovadores de Chaim Perelman. O desafio resultou num conjunto de estudos realizados sob uma perspectiva original e que, pelo seu carácter prospectivo, lança luz sob um dos aspectos mais fascinantes da obra de Eduardo Lourenço: a argumentação.

Da co-autoria da Professora Liliana Sousa, docente da Secção Autónoma de Ciências da Saúde da UA, o livro “Famílias Pobres: Desafios à Intervenção Social” divulga recentes resultados de investigação que dão algumas pistas sobre o como repensar a intervenção com famílias multiproblemáticas pobres, de modo a ajudá-las a viver uma vida melhor. A intervenção social constitui um dos mais fortes instrumentos da política social e exige uma reflexão profunda acerca dos seus pressupostos teóricos e epistemológicos e da validade dos seus modelos mais consolidados perante as transformações no nosso modo de entender a vulnerabilidade social. As famílias multiproblemáticas pobres encontram-se entre os grupos populacionais com mais dificuldades, ao mesmo tempo se incluem nos grupos mais difíceis de ajudar. Assim, é fundamental repensar as formas de intervir com estas famílias, sendo que esta transformação terá de se efectuar de modo complementar a diversos níveis: a compreensão do funcionamento e estrutura das famílias, a reformulação das estratégias de intervenção com as famílias e as políticas sociais que organizam os apoios disponíveis.

Este guia, editado pela UA e pelo Instituto Politécnico de Leiria, descreve um modelo de legendagem que visa a tradaptação (tradução e/ou adaptação) de toda a componente sonora do texto audiovisual e sua apresentação visual em forma de legendas compostas por conteúdos verbais e icónicos. Estas orientações são aplicáveis, de forma genérica, à legendagem intra e inter-linguística pré-gravada, a utilizar em programas televisivos: longas-metragens, séries, novelas, documentários e entrevistas, entre outros, podendo ser também aplicáveis a outros tipos de legendagem e outros media com os devidos ajustes às condições técnicas de cada caso. Estas resultaram de um trabalho de investigação conducente a doutoramento sob orientação dos Professores Jorge Díaz-Cintas (Roehampton University) e Maria Teresa Roberto (UA) no qual se integraram vários estudos que envolveram investigadores nacionais e estrangeiros, fornecedores e profissionais de tradução e legendagem, alunos do Curso de Tradução do IPL e membros da comunidade Surda portuguesa. Poderá ser utilizado por profissionais e técnicos de tradução e legendagem, por professores e alunos de tradução audiovisual e por pessoas que se interessem pela comunicação, pelo texto audiovisual e/ou pela legendagem, destinando-se a pessoas com surdez total, parcial e/ou adquirida.

Edição Ver o Verso Editora Coordenação Maria Manuel Batista, Docente no Departamento de Línguas e Culturas da UA ISBN 9898015063 Ano 2006

Edição CLIMEPSI Editores Autoria Liliana Sousa, docente na Secção Autónoma de Ciências da Saúde da UA, Pedro Hespanha, Sofia Rodrigues e Patrícia Grilo ISBN 9789727962679 Ano 2007

Edição Universidade de Aveiro e Instituto Politécnico de Leiria Autoria Josélia Neves, Doutorada em Estudos de Tradução pela Universidade de Surrey Roehampton (Londes) ISBN 9789727892457 Ano 2007


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Projectos em educação. Contributos de análise organizacional

A Gola do Tempo

Esta publicação, da autoria de Jorge Adelino Costa, docente no Departamento de Ciências da Educação da UA, tem por objectivo falar de projectos na vertente da operacionalização da acção educativa, da organização do trabalho nas escolas e do desenvolvimento organizacional das instituições educativas, quer o enfoque se situe mais numa perspectiva normativa e facilitadora da concretização dos interesses dos intervenientes nos contextos educativos quer a análise se aproxime mais de uma leitura crítica da realidade vigente no campo educacional e nos discursos político-normativos do sector. Coloca-se, assim, à disposição do leitor um conjunto de informação sobre investigações desenvolvidas no âmbito da problemática dos projectos, de modo especial a do projecto educativo da escola. Ao longo dos sete capítulos que integram o livro, são focados diversos aspectos relacionados com a noção e o enquadramento pedagógico dos projectos, o seu enquadramento organizacional, o seu contexto educacional, a conceptualização do seu, o seu papel da participação, estratégia e liderança na sua construção, o seu percurso políticonormativo e uma análise das suas perspectivas (neo)institucionais, políticas e de ambiguidade. Um óptimo contributo para a compreensão de um dos domínios que tem vindo a assumir um peso cada vez maior na concepção, planificação e realização de actividades situadas em diversificados contextos sócio-organizacionais – a metodologia de projectos.

Da autoria de Manuel Dias da Silva, Assessor da Fundação João Jacinto de Magalhães, “A Gola do Tempo” é um livro que apela à memória, onde se guardam angústias, incertezas e medos e se questionam as opções tomadas ao longo de uma viagem interior, procurando a utopia, a perfeição. Constituída por 40 poemas, esta obra convida à reflexão, através de um conjunto de poemas escritos entre 22 de Abril e 26 de Dezembro de 2004. “A Gola do Tempo” é o terceiro livro de poesia apresentado por Manuel Dias da Silva. Autor de “Silêncio e Outros Temas (1995) e de “Cantos de Amanhecer” (2000), o poeta publicará, ainda em 2007, “O Som dos Lagares”. Natural de Pampilhosa da Serra, Manuel Dias da Silva é licenciado em Engenharia Electrotécnica, pela Universidade de Coimbra. Desde Setembro de 1999, exerce as funções de Assessor na Fundação João Jacinto de Magalhães, da Universidade de Aveiro, integrando, na mesma data, a Comissão Instaladora do Programa Para o Ensino Politécnico Norte da UA. Foi, ainda, membro da Comissão para as Comemorações dos 30 anos da Universidade de Aveiro. Realizou, para a Liga dos Amigos dos Campos do Mondego, os diaporamas “A Cegonha Branca” e “Fernão Mendes Pinto”.

Edição Universidade de Aveiro Autoria Jorge Adelino Costa, docente no Departamento de Ciências da Educação da UA ISBN 9789727892471 Ano 2007

Edição Autor Autoria Manuel Dias da Silva, Assessor na Fundação João Jacinto de Magalhães Ano 2007


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cerimónia de abertura do novo ano escolar 2007 › ‘08

cerimónia de abertura do novo ano escolar 2007 › ‘08 ua assinalou início de ano com entrega de prémios e transmissão no second life

Foi no Auditório da Reitoria e no Second Caffé, o espaço de convívio da Universidade de Aveiro no Second Life, que a cerimónia de arranque oficial do novo ano lectivo decorreu, a 26 de Setembro. A entrega de prémios aos melhores alunos e a visita guiada à ilha da UA na comunidade virtual, efectuada pelo avatar da Reitora, “Academia Vita”, marcaram a sessão. Na intervenção que assinalou a abertura oficial de mais um ano académico, a Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, começou por realçar o empenho de toda a academia na adequação dos cursos da UA ao Modelo de Bolonha. A responsável máxima da UA louvou a percentagem de colocações nos cursos universitários, 94.6 por cento, logo na primeira fase de concurso, afirmando tornar-se evidente que “a oferta da UA tem vindo a adequarse à procura, de forma quase perfeita, se tivermos em mente que, há cinco anos, as taxas de preenchimento das vagas oferecidas no ensino universitário e politécnico, eram, respectivamente, de 76.1 e de 78.5 por cento”. A Reitora aproveitou ainda para se referir às conclusões preliminares do relatório de avaliação institucional, efectuado pela Associação das Universidades Europeias, EUA, que classificam a UA com “um excelente desempenho na investigação (...) e uma capacidade evidenciada de contribuir para o desenvolvimento social e económico da região”. A integração dos dois sub sistemas, universitário e politécnico, na instituição e o trabalho interno desenvolvido no âmbito do

processo de autoavaliação, tomado como exemplo, foram outros dos tópicos destacados pela EUA, que a Prof. Maria Helena Nazaré revelou ao auditório. Presente na cerimónia esteve também o Presidente da Associação Académica. No discurso Luís Ricardo Ferreira apelou à mobilização da comunidade académica para a elaboração e discussão dos novos estatutos da Universidade “A associação académica cá estará para organizar, esclarecer e mobilizar os estudantes desta academia, para uma decisão completa e equilibrada”, assegurou. O representante dos alunos referiu-se ainda à importância de acompanhar os estudantes que desempenham cumulativamente funções associativas na UA, para que lhes seja assegurado um envolvimento equilibrado na vida universitária. O recém-criado sistema de empréstimos bancários para os estudantes e o necessário “estudo sério de todo o sistema de Acção Social no Ensino Superior” foram também matérias incluídas no discurso do presidente da AAUAv. A sessão prosseguiu com a habitual entrega de prémios escolares aos melhores alunos da Universidade e terminou com uma visita à Second.UA, conduzida pelo avatar (habitante da ilha) da Reitora, criado propositadamente para a apresentação. Dar a conhecer a ilha da Universidade de Aveiro e as suas infra-estruturas no Second Life, convidar professores e alunos a usarem mais este meio de comunicação e reforçar o carácter de

inovação tecnológica e de pioneirismo da Universidade de Aveiro foram objectivos da apresentação “Second.UA: a extensão do campus no mundo do Second Life”, da responsabilidade de uma equipa do Departamento de Comunicação e Arte, composta pelos docentes Profs. Carlos Santos, Luís Pedro, Pedro Almeida e pelo grupo de alunos do projecto second.ua, João Delicado, João Vasco, Pedro Correia, Samuel Almeida e Simão Oliveira. A construção do avatar da Reitora ficou a cargo da docente Ana Carla Amaro. No regresso ao auditório da Reitoria, tanto a Reitora como a comunidade académica e restantes convidados presentes tiveram ainda oportunidade de assistir à entrega de prémios escolares, aos melhores alunos da academia, e de bolsas de estudo aos alunos que, desde a sua entrada na Universidade de Aveiro, obtiveram sempre uma média igual ou superior a 17,5 valores. Estes prémios, 21 no total, que visam incentivar e apoiar o esforço desenvolvido pelos estudantes e estimular o seu desempenho escolar e pessoal, foram atribuídos em parceria com prestigiadas empresas, instituições e entidades particulares que, de diversas formas se encontram ligadas à universidade, contemplando, este ano, 35 estudantes. Veja também Discurso da Reitora: http://uaonline.ua.pt/upload/med/med_681.pdf) Discurso do Presidente da AAUAv: http://uaonline.ua.pt/upload/med/med_682.pdf Lista de alunos galardoados: http://uaonline.ua.pt/upload/med/med_740.pdf


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na 2ª edição da academia de verão centenas de jovens viveram na ua uma semana de experiências e de contactos com o saber De 15 a 27 de Julho foram cerca de 400 os jovens, com idades compreendidas entre os dez e os 18 anos, que entraram na Universidade de Aveiro pela porta da “Academia de Verão”. Com um vasto programa de actividades científicas, culturais e lúdicas, a “Academia de Verão 2007” (AdV) promoveu, junto dos estudantes do ensino básico (2º e 3º ciclos) e secundário, as áreas da Física, da Biologia, da Química, da Matemática, de Geociências, da Engenharia de Materiais, das Telecomunicações e Informática, da Mecânica, da Robótica, das Línguas e da Multimédia. Os futuros “universitários” puderam explorar cada uma das disciplinas, através dos vários programas organizados pelos diferentes coordenadores científicos, e gozar de umas férias científicas, onde reinaram as experiências laboratoriais e o contacto privilegiado com a realidade universitária. Assim, e durante duas semanas, os jovens estudantes tiveram a possibilidade de participar em projectos e actividades pedagógicas das suas áreas científicas de eleição. No programa A1: Educação e Cidadania – Participantes da AdV abordaram questões de Cidadania O grupo liderado por Miguel Fonseca, 14 anos, escolheu a música e o ritmo do hip hop para dizer que “Cada vez a

juventude tem menos tempo para viver. Estuda, estuda…”, numa das várias actividades do programa A1, que teve “falta de tempo” como tema principal. A estudar na Cooperativa de Ensino de Santa Joana veio para a Academia de Verão por incentivo do pai e de um colega. Gosta das ciências, sobretudo da Biologia, mas a sua grande paixão é a música. Divide o tempo entre as explicações, o xadrez, as aulas de guitarra e a banda “Crypton System”. Francisco Fonseca, 12 anos, encarna o papel de “chefe de família”, na peça de teatro que, juntamente com o grupo, vai representar. Francisco é “pai” de uma menina que se dedica à escola e, por imposição da “mãe”, ao escutismo, à música, às línguas, ao desporto e à catequese e, por isso, não tem tempo para conviver com os amigos. Tal como a personagem, também Francisco sentiu necessidade de ter o seu “tempo para nada”, o tempo que passa entre “a escola, a bateria e o judo, três mundos muito diferentes” que foi aprendendo a gerir. Aprender a (re)perspectivar, opinar e pensar sobre as questões do dia-a-dia foi o grande objectivo proposto pela Prof. Natália Abrantes, coordenadora do programa de Educação e Cidadania e uma “apaixonada pelos direitos das crianças”. Os direitos de provisão, protecção e participação, as três categorias em que os direitos se


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Os alunos que participam no programa P5 (Telecomunicações e Informática + Mecânica) da AdV tiveram a oportunidade de conhecer as diferentes actividades de investigação e desenvolvimento em que o Departamento de Engenharia Mecânica da UA (DEM) tem vindo a participar. O objectivo foi mostrar a versatilidade de acção da engenharia mecânica nos tempos modernos, abordando áreas como a Energia, o Desenvolvimento de Produto e a Automação e Robótica.

subdividem, deram o mote para a elaboração um conjunto de actividades que visaram a reflexão, a auscultação, a confrontação de ideias, porque afinal “as questões de cidadania não se ensinam, são estruturadas no interior de cada um…”. No programa P2: Química e Geociências – Alunos da AdV analisaram qualidade da água da Ria de Aveiro Depois da explicação teórica, no Departamento, o trabalho de campo, na Ria. O objectivo é avaliar a qualidade da água e do sedimento num Canal da Ria de Aveiro. Coordenados pela Prof. Virgínia Martins, do Departamento de Geociências, os alunos da Academia de Verão trocaram o guarda-sol pelo laboratório e embarcaram nesta aventura do conhecimento, recolheram amostras de água e participaram num estudo pioneiro ao nível académico, o da utilização de exemplares de seres vivos de microfauna bentónica, os foraminíferos, como indicadores de stress ambiental. A actividade compreendeu a análise e a experimentação em laboratório para, desta forma “mostrar que existem recursos e métodos de trabalho diversos, no Departamento”, explicou a docente. Além disso, com a iniciativa da AdV, os investigadores “podem educar as camadas mais novas, sensibiliza-las para os problemas

ambientais e promover a mudança de atitudes. Por outro lado, é muito importante a motivação dos alunos para a área das Geociências, pouco explorada no ensino secundário”, complementou. O interesse por esta área do saber levou Frederico, 17 anos, de Lisboa, a repetir a participação na Academia. Na edição anterior integrou o programa P3 – Química e Biologia, mas “a vontade de experimentar novas actividades e conhecer outros departamentos” motivaram nova candidatura à Academia. Inês Marques, 15 anos, veio do Porto. “As experiências, a prática laboratorial, o acesso a muitos materiais, a equipamentos que não existem na escola e o show de Química” foram, na opinião de Inês, os pontos altos do programa científico da Academia onde se verificou “uma simbiose entre aprendizagem e convívio”. No programa P5: Telecomunicações e Informática + Mecânica – Participantes da Academia tornam-se engenheiros As manhãs foram passadas à volta das Telecomunicações e Informática e as tardes dedicadas à Mecânica. Energia, Robótica e Instrumentação e Desenvolvimento do Produto, constituíram os temas das sessões preparadas pelo Departamento de Engenharia Mecânica para os participantes da Academia de Verão.

O Departamento organizou, pela primeira vez, um programa para a AdV, uma iniciativa que, na opinião do Dr. Victor Neto, um dos coordenadores científicos “constituiu uma mais-valia e foi uma forma do DEM organizar outro tipo de actividades que podem ser realizadas em cooperação com as escolas, para divulgar a engenharia mecânica e a ciência em geral”. Ana Sofia Correia, 16 anos, e Diogo Bastos, 17, vieram do Entroncamento e ambos frequentaram a Academia, em 2006. Agradados com a experiência, este ano resolveram repetir a “semana espectacular”. A simpatia dos professores, aliada à “qualidade dos programas preparados, ao companheirismo, ao espírito de aventura e ao trabalho dos monitores que se esforçaram muito para proporcionar uma semana única”, foram os pontos altos da AdV, destacados por estes dois jovens estudantes. No programa P8: Física – Espectáculos e experiências divertidas cativaram os pequenos cientistas Integrada na segunda edição da AdV decorreu a Escola de Verão da Física (programa P6), cujo objectivo principal foi o de sensibilizar e motivar os jovens, do 10 ao 12º anos de escolaridade, para o estudo daquela área científica. Um “Show de Física Recreativa” com convidados internacionais, projecções, demonstrações e muitas experiências divertidas preencheram o cartaz preparado pelo Departamento de Física da UA (DFUA).


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Os laboratórios e corredores da Escola de Verão da Física foram invadidos por uma centena de jovens que tiveram a oportunidade de entrar no universo da Física e da investigação científica, através de visitas, desenvolvimento de projectos e demonstrações conduzidas pelos professores e monitores científicos do DFUA. O programa de actividades, criado para atrair os mais jovens para a ciência, contemplou o “Show de Física Recreativa”, conduzido pelo Prof. Miguel Cabrerizo, da Universidade de Granada, vencedor do Prémio Europeu de Física, pela excelência no ensino da disciplina, pelos métodos e materiais que desenvolveu e utiliza para estimular a aprendizagem da Física. A Alameda do Campus foi palco do espectáculo “Os Hemisférios de Magdeburg”, no qual o Prof. Cabrerizo fez a recriação histórica da experiência do físico alemão Otto von Guericke em 1650, sobre pressão atmosférica. Esta actividade reconstituiu a experiência à escala e com os materiais da época. Para tentar vencer a pressão atmosférica não foram utilizados oito cavalos, como na altura, mas a colaboração dos cem jovens estudantes da Escola de Verão da Física. À noite os espectáculos de Física foram ao centro da cidade. “A noite do arco-íris” na rotunda das pontes, junto à Ria, convidou os aveirenses a assistir a uma experiência de dispersão de luz – fenómeno demonstrado pela primeira vez, em 1672, por Isaac Newton – que projectou o arco-íris, utilizando uma fina parede de água. No programa P7: Línguas animam jovens académicos As línguas andaram à solta na Academia de Verão. No programa P7 os participantes contactaram com línguas e culturas de diversos países.

Ana Azevedo, 16 anos, e João Infante, 17, de Aveiro, estudam, respectivamente, ciências e artes. A Ana pretende seguir Medicina e o João Arquitectura. São falantes do inglês mas, na Academia de Verão, tiveram oportunidade de explorar outros idiomas, tais como russo, japonês, chinês, árabe e espanhol, “línguas com sonoridade interessantes e bastantes atractivas” afirmaram. A língua de “nuestros hermanos” também suscitou o interesse do grupo P7 “bem comportado, receptivo e interessado”, segundo a orientadora Beatriz Moriano. As actividades foram preenchidas com sessões de cultura espanhola, politica, desporto e festas populares, tradição e modernidade. Os jogos e o dominó da língua completaram o programa que permitiu a aprendizagem de situações do quotidiano de forma divertida. Às “aulas de línguas” somaram-se as sessões de técnica e edição de imagem que resultaram na realização de pequenos filmes que tiveram como “pano de fundo” os espaços verdes do Campus Universitário. No programa P8: Matemática – números à solta na Academia de Verão As equações, os teoremas e os números deixaram de ser uma “dor de cabeça”. Os participantes no programa P8 aprenderam a resolver o “problema” da Matemática. No programa científico que o Departamento de Matemática preparou

para a AdV, problemas e jogos divertidos estimularam os alunos a descobrir novas formas de abordar a disciplina. A escolha dos tópicos teve como referência um programa da Escola de Educação Complementar em Matemática de São Petersburgo. Na “aula” de Matemática, o objectivo foi “a resolução de problemas que envolvem conhecimentos de diferentes tipos de conteúdos. Os alunos estão habituados a ter os conceitos arrumados por gavetas e nós, aqui, abrimos as gavetas e revolvemos tudo”, explicou a coordenadora do programa, Prof. Rosa Amélia Martins. As actividades de resolução de exercícios, em grupo, foram complementadas com a apresentação oral, para os colegas e monitores orientadores “a comunicação de ideias é fundamental, é importante que saibam explicar o raciocínio e exercitar o cálculo mental porque, na matemática, as matérias estão cortadas em fatias muito pequenas e é importante que saibamos utilizar o bolo todo”, complementou a docente. Tiago Pinho, 15, Pedro Chambino, Mariana Silva e Joana Providência, 16 anos, são apenas alguns elementos de um grupo que, para além das elevadas classificações, partilhou o gosto pela Matemática, pela resolução de problemas e por “esta forma de aprender divertida que proporcionou um contacto diferente com as matérias”.


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países com maior emissão atmosférica de CO2 e, na Informática, pela elaboração de apresentações das suas reportagens em suporte informático”, explicou o Prof. Rui Neves, docente no Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa.

academia de verão

A Academia de Verão em números participantes inscritos por programa programas de nível 1 (8º e 9º anos) A1: biologia + educação e cidadania – 20 A2: matemática + línguas – 24 programas de nível 2 (10º ao 12º ano) P1: química + biologia – 25

Academia de Verão Júnior pela primeira vez na UA A pensar nos mais novos, entre os dez e os 12 anos, a frequentar o 6º e 7º anos de escolaridade, o Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa da Universidade de Aveiro organizou, este ano, um programa especial, que percorreu áreas tão diversas como as ciências, as línguas estrangeiras e a multimédia, denominado “Academia de Verão Júnior”. Os jovens “universitários” viveram as “manhãs científicas” onde puderam experimentar e investigar nos laboratórios da UA, como se fossem verdadeiros académicos. As tardes, foram dedicadas às actividades lúdicas e culturais, no campus universitário e na cidade, sempre devidamente acompanhas pelos monitores da Academia. Aprender a brincar na Academia Júnior A aprendizagem de conceitos em diferentes línguas esteve também presente na Academia Júnior. Vinte e seis “alunos universitários” trataram o tema da diversidade e do desenvolvimento sustentável, partindo de vários campos de estudo “na área das Línguas as questões da diversidade linguística no Mundo, na área das Ciências as vivências a partir dos desafios colocados pelo Jardim da Ciência e experiências de laboratório, na Matemática pelos cálculos de programação do robot Roamer, que realizava percursos precisos entre os

Nesta academia as “matérias” foram transmitidas através de módulos interactivos e em ambiente menos formal do que o da sala de aulas. Foi “a brincar” que os juúniores aprenderam o valor da palavra “diversidade” em eslovaco, por exemplo, e iniciaram, no Jardim da Ciência, o questionamento científico, através da experimentação dos vários dispositivos.

P2: química + geociências – 25

Academia de Verão terminou com entrega de diplomas Pelo segundo ano consecutivo, passaram pelas salas e laboratórios da Universidade de Aveiro centenas de alunos do ensino básico e secundário para uma ou duas semanas repletas de actividades científicas, desportivas e culturais que se estenderam para lá do campus universitário, e incluíram visitas à cidade, passeios na Ria, aulas de ioga e hip hop, visionamento de filmes, realização de jogos de conhecimento, uma festa com DJ’s e até um espectáculo com demonstrações e fenómenos químicos.

idades dos participantes

Depois das visitas, palestras, aulas, experiências e actividades laboratoriais diversas, chegou ao fim mais uma edição da AdV. A despedida fez-se no Auditório da Reitoria da UA, com a cerimónia de entrega dos Diplomas de Participação, presidida pela Vice-reitora, Prof. Isabel Martins. Recorde-se que a coordenação da “Academia de Verão” esteve a cargo dos Serviços de Relações Externas e contou, este ano, com a colaboração de onze Departamentos e o envolvimento de 32 monitores, alunos de diversos cursos da UA, que se empenharam em acompanhar e animar os grupos de jovens participantes.

P3: eng.ª materiais + química – 25 P4: geociências + química – 25 P5: telecomunicações e informática + mecânica – 20 P6: física – 95 P7: línguas – 24 P8: matemática – 25 P9: robótica + mecânica – 20 Academia Júnior - 26 (6º e 7º anos)

o mais novo: 10 anos o mais velho: 21 anos nº de distritos: 14 distritos de Portugal Continental nº de escolas envolvidas: 149 nº actividades lúdicas e culturais: 15 nº de Monitores: 32 web: 3.807 Internautas, oriundos de 23 países, viram 43 932 páginas e passaram, em média, nove minutos e 15 segundos no endereço: http://academiadeverao.ua.pt/


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8ª edição da semana aberta da ciência e tecnologia milhares de visitantes à descoberta da ciência e tecnologia na ua


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As mais de 11 mil inscrições, chegadas aos Serviços de Relações Externas da UA, confirmam o sucesso da edição 2007 da Semana Aberta da Ciência e Tecnologia. Pelo 8º ano consecutivo, a Universidade de Aveiro transformou-se num laboratório gigante e abriu as suas portas a miúdos e graúdos que, na semana de 19 a 24 de Novembro, quiseram conhecer e experimentar os mais recentes avanços da ciência e tecnologia produzida na academia. Durante a Semana Aberta os visitantes, de todas as idades e oriundos dos mais variados pontos do país, puderam contactar de perto com as 123 actividades vividas em 532 sessões, preparadas pelos Departamentos e Unidades da Universidade de Aveiro. Experiências, workshops, jogos, visitas guiadas, exposições, projecções, palestras, conversas de ciência, espectáculos, saídas de campo, feiras e apresentação de projectos compuseram um cartaz que levou milhares de “aspirantes a cientistas” a vestir a bata e a entrar nos laboratórios. Tomar contacto com as diferentes áreas do saber, despertar o interesse dos estudantes, e demais interessados, para os campos cientifico e tecnológico, de forma lúdica e aumentar a visibilidade externa da UA, foram os objectivos traçados que, mais uma vez, a Universidade viu cumpridos. Para esta 8ª edição da SACT a UA propôs jogos matemáticos, promoveu o contacto com robots, deu a conhecer a televisão do futuro, mostrou como se forma o sal, revelou como se aprende a controlar o stress, e a entrar no “admirável mundo microscópico”.

semana aberta da ciência e tecnologia

No Departamento de Geociências a análise de sedimentos fez as delícias dos «jovens investigadores».

Shows de Física e Química, produção de biodiesel a partir de óleo de fritura usado, extracção do DNA do kiwi, construção de micro-foguetes, análise de sedimentos e a peça de teatro “Monólogo a Duas Vozes” constituíram ofertas de um programa, vasto e cuidadosamente preparado, para participantes, a partir dos 3 anos de idade. A grande adesão do público desde o 1º ano justifica a realização de mais uma edição da SACT, em Novembro de 2008. Por isso, a partir de Setembro do próximo ano não deixe de visitar o sítio http://www.ua.pt/semanaberta para ficar a par de todas as ofertas. Depois é só escolher as melhores propostas do “laboratório gigante” que é a UA.

Ministro Mariano Gago inaugurou, na Fábrica, a exposição “Mãos na Massa” O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. Mariano Gago, deslocou-se a Aveiro para meter as “mãos na massa” e presidir à cerimónia inaugural da exposição permanente, preparada pela Fábrica – Centro de Ciência Viva. No momento da inauguração, o ministro saudou o facto de este organismo pertencer a uma rede de Centros de Ciência Viva considerada “uma aposta ganha que é essencial desenvolver ainda mais”, e à qual é dada grande prioridade na UA. Aos presentes, a Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, salientou o facto de “a Fábrica, sendo uma unidade fora das portas da Universidade, ser um espaço onde a Universidade também intervém para dar a conhecer a ciência, que é um bem público”. O director da Fábrica, Prof. Paulo Trincão, referiu que a iniciativa “Mãos na Massa” marca o início de uma nova fase: “três anos e 100 mil visitantes depois do arranque, a


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Ministro Mariano Gago com as “mãos na massa”

A «Química em espectáculo» viveu-se no plateau do Auditório da Reitoria.

Fábrica apresenta uma exposição de raíz, dependente da dinâmica dos visitantes e dos objectos que se desenvolveram”. O responsável salientou ainda que o Centro pretende crescer em qualidade mais do que em número de visitantes. “Mãos na massa” assume-se como uma exposição interactiva, dirigida ao público de todas as idades. A mostra abarca diversas áreas da ciência, apresenta descobertas científicas e equipamentos tecnológicos actuais, utilizados, muitas vezes, no dia-a-dia, sem que nos apercebamos da sua importância.

Ao longo da exposição, o visitante é estimulado a interagir com os módulos, de forma a assimilar autonomamente os fenómenos científicos apresentados. Basta carregar num botão ou dar a uma manivela para se conseguir observar um fenómeno mais ou menos inesperado! A exposição tem carácter permanente e pode ser visitada no horário de funcionamento da Fábrica.

Composta por cerca de 40 módulos, preparados para serem explorados pelos visitantes, a exposição está distribuída por duas salas amplas, da ala mais antiga do edifício, ocupando cerca de 350m2. Quem a visitar poderá presenciar a mecânica das roldanas, através de um sistema de desmultiplicação de forças, observar leis de óptica, através do manuseamento de um Labirinto Óptico, ou até ficar com os cabelos em pé, com o gerador de Van der Graff.

Demonstrações físicas deslumbraram visitantes curiosos.


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projecto ciclo de concertos momentum

música contemporânea em aveiro

projecto ciclo de

concer tos momentum

Nasceu em 2005 com o propósito de divulgar a Música Contemporânea. Dois anos depois, o projecto Ciclo de Concertos Momentum conta já com cinco trabalhos publicados que aglomeram obras de compositores portugueses e cinco edições do Ciclo de Concertos. A aspiração dos coordenadores do projecto passa por colocar Aveiro na agenda nacional da música contemporânea, através da criação de uma temporada musical. Para o início de 2008 estão já programados alguns concertos com um conhecido grupo espanhol, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa e António Carrilho.

Há oito anos contemplava a escrita e gravação de obras de música contemporânea, mas um financiamento do então Instituto das Artes, em 2005, permitiu-lhe abrir horizontes e hoje engloba, também, concertos, conferências e encomenda de obras. O Projecto Ciclo de Concertos Momentum conta, apenas, com dois anos mas desenvolve uma actividade regular que inclui concertos preenchidos maioritariamente com obras de compositores portugueses, algumas em estreia absoluta, e a edição de 5 CD’s com as obras desses compositores portugueses, estando para breve a edição de mais dois. O útil associa-se ao agradável, numa perspectiva lúdico-pedagógica, como explicam os seus Directores Artísticos, Professores João Pedro Oliveira e Sara Carvalho. “O grande objectivo deste projecto é criar uma temporada musical consistente em Aveiro, que se repita com concertos regulares e que atraia esta actividade cultural para esta cidade, dando a conhecer o que está a ser feito na música contemporânea mas também na popular ou na clássica. Perspectivamos condensar os concertos entre Fevereiro e Maio, promovendo um concerto e uma conferência todas as semanas. Na próxima edição do Ciclo de Concertos, é nosso intuito explorar o formato de crossover, para que os

ouvintes possam ouvir na música contemporânea outras linguagens mais reconhecíveis aos seus ouvidos” Paralelamente ao Ciclo de Concertos, a iniciativa vai ser palco de debate dos resultados da investigação que o Performa Ensemble, um ensemble que se dedica à investigação de algumas temáticas relacionadas com a música contemporânea, tem vindo a desenvolver à volta da temática. “Temos feito um grande esforço no sentido de trazer a Aveiro personalidades importantes da cena musical europeia e mundial para, mais do que apresentar os seus trabalhos, falar sobre eles. Em paralelo com a actividade artística, o projecto pretende ser um espaço de sensibilização e formação de intérpretes e compositores, que têm assim a oportunidade de ver o seu trabalho exposto, trabalhado e confrontado. O facto de ser um ensemble aberto e de efectivo variável, permite que a programação condicione a formação instrumental, abrangendo um largo espectro de formações, desde obras a solo até grupos de câmara alargados”. Para breve está a realização de um conjunto de concertos em cinco cidades do País de divulgação de um CD que o Projecto vai editar ainda este ano com os trabalhos realizados em 2007, e que abordará o crossover de linguagens musicais.


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no dia do instituto mérito de estudantes do isca-ua reconhecido com

entrega de diplomas e prémios

No ano lectivo em que as vagas dos cursos ministrados pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro ficaram totalmente preenchidas, o ISCA-UA comemorou mais um Dia do Instituto, atribuindo 190 diplomas e um conjunto de prémios.

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A entrega de 112 diplomas de 1º Ciclo de Licenciaturas Bi-etápicas, 64 diplomas de 2º Ciclo de Licenciaturas Bi-etápicas, assim como dois diplomas de Cursos de Estudos Superiores Especializados e 12 do Curso de Especialização Tecnológica em Organização e Planificação do Trabalho, preencheram boa parte das comemorações do Dia do Instituto. À animação dos recém formados do ISCA-UA juntaram-se os estudantes que, este ano, viram o seu desempenho premiado. O Prémio Costa Verde, atribuído ao melhor aluno do Instituto, no ano lectivo 2006/2007, foi entregue a Fábio André Gaspar dos Santos, do 1º ano da Licenciatura em Contabilidade. A SAGE premiou os seis alunos do bacharelato em Contabilidade e Administração que integraram os três melhores grupos do Projecto Profissional Simulação Empresarial (1º prémio: Carla Alexandra Moreira de Almeida / Vânia Marisa Duarte Ferreira; 2º prémio: Germano Manuel Lopes de Andrade / Olga Maria Jesus Creoulo; 3º prémio: Mónica Sofia Ferreira Tavares / Sílvia Nunes Ferreira Ribeiro) Nuno Miguel da Silva Fidalgo Cravo foi premiado por ter concluído o Curso de Especialização Tecnológica em Organização e Planificação do Trabalho com 17 valores. Entregues na cerimónia foram ainda os prémios, atribuídos pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, aos três primeiros classificados nas I Olimpíadas de Contabilidade: Anabela Fernandes (ISCA-UA) – 1º Lugar; Ricardo Santos (ISCA-UA) – 2º lugar; e Celina Pedro (ESTG-Leiria) - 3º lugar. A cerimónia comemorativa do Dia do Instituto foi presidida pela Vice-Reitora, Prof. Isabel Martins, em representação da Reitora da UA, que salientou a importância da formação adquirida pelos recém-formados pelo ISCA-UA, considerando-a facilitadora do ingresso no mercado de trabalho.

A Prof. Isabel Martins referiu-se ainda à diversificada oferta de formação do ISCA-UA, à sua capacidade atractiva junto dos jovens, concretizada através do preenchimento a 100% das vagas disponibilizadas para a formação inicial, e, ainda, ao papel que o Instituto desempenha no reforço da importância social, económica e cultural da Universidade de Aveiro, a nível regional, nacional e europeu. Por último, lembrou a todos os presentes a importância, hoje indiscutível, da constante actualização de conhecimentos. “A Universidade de Aveiro tem um leque muito alargado de ofertas formativas avançadas que vos qualificarão melhor para o mundo do trabalho. Muitas das profissões que existirão daqui por duas a três décadas não são hoje sequer expectáveis. (…) Pensem na preparação do vosso futuro e contem connosco”. Esta necessidade de formação constante ao longo da vida foi também salientada pelo Presidente da Associação de Estudantes do ISCA-UA, Pedro Rodrigues. “Para a maioria de nós, o percurso nesta escola não termina aqui. Bolonha assim o exige”. No dia em que também ele recebeu o seu diploma, Pedro Rodrigues aproveitou para lembrar o sucesso das I Olimpíadas da Contabilidade na “divulgação da importância social da disciplina contabilística” e no “reconhecimento social dos seus futuros profissionais”. Com a participação na iniciativa de perto de 200 alunos a nível nacional, o Presidente da Associação de Estudantes partilhou com os presentes, o orgulho particularmente sentido com a obtenção, pelo ISCA-UA, dos dois primeiros prémios. “Foi uma organização bem sucedida, e em nada incipiente, o que leva a que a Associação de Estudantes esteja já a preparar a 2ª edição do evento para o ano de 2008.”

isca-ua entrega de diplomas e prémios

Quem também se regozijou com o desempenho do ISCA-UA foi a Presidente do Conselho Directivo, Prof. Fátima Pinho. À laia de exemplo, citou a entrada em funcionamento do Mestrado em Contabilidade - um dos poucos aprovados para o ensino Politécnico – e a elevada procura pelos cursos do ISCA-UA, quer sejam de especialização tecnológica, licenciaturas ou mestrado. “Penso que a velha aspiração de nos tornarmos numa escola de negócios está prestes a concretizar-se”. A Prof. Fátima Pinho aproveitou ainda a sua intervenção, no encerramento da cerimónia, para pedir o apoio da UA na formação avançada dos docentes do Instituto. Nesta sessão foram exclusivamente distinguidos os docentes doutorados do Instituto. Resta referir que o Dia do Instituto incluiu ainda uma palestra da autoria da Dra. Elda Guimarães sobre “Simulação Empresarial – Dez anos de história” e a intervenção do Presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Domingues Azevedo elogiou o trabalho levado a cabo pelo ISCA-UA, atribuindo-lhe um papel de destaque no panorama nacional e agradeceu a iniciativa do Instituto e da sua Associação de Estudantes no lançamento das Olimpíadas de Contabilidade.


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projecto inédito desenvolvido no departamento de engenharia mecânica

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universidade de aveiro leva moto ao lisboa-dakar

universidade de aveiro leva moto ao

lisboa-dakar A primeira moto desenvolvida em Portugal para a mais importante prova de todo-o-terreno tem o carimbo da UA. A Dakar-Teck resulta de dez meses de estreita colaboração entre os investigadores/elementos do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da UA – TEMA, os alunos do Departamento de Engenharia Mecânica e o staff do piloto Pedro Oliveira. A equipa de investigação, coordenada por José Grácio e Ricardo Beja, partiu do modelo da Yamaha WR 450, da qual sobram apenas o motor e a escora, para arquitectar um veículo completamente diferente com vista à optimização da performance na prova africana. Começaram por propor um novo design com a utilização de novos materiais (fibra de carbono) contemplando, simultaneamente as questões do foro mecânico. De acordo com o Prof. José Grácio, o trabalho desenvolvido traduziu-se em “capacitar a moto com autonomia superior a 250 quilómetros, melhorá-la para conseguir uma maior estabilidade e equipá-la com sistema de refrigeração, dadas as temperaturas a que estará sujeita na prova”. Já o piloto Pedro Oliveira mostrou-se confiante no veículo e orgulhoso da primeira moto todo-o-terreno made

in Portugal. “Superou as minhas expectativas e não duvido de que vamos ser bem sucedidos neste projecto inovador”, afiançou o piloto gaiense. Pedro Oliveira vai avançar para a competição a título individual mas, para já, esperam-no treinos intensivos no terreno com vista à preparação da prova que ligará Lisboa a Dakar, já em Janeiro do próximo ano. Recorde-se que este não é o primeiro desafio colocado ao Departamento de Engenharia Mecânica da UA, ao nível dos projectos tecnológicos com aplicação prática. Em 1998 os investigadores daquele Departamento desenvolveram o veículo ecológico “Ícaro” e, em 2004, José Grácio e Ricardo Beja foram também os mentores do carro-maca, em circulação nos estádios de futebol.


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ua mu

uaveiro.tv A Universidade de Aveiro lançou, a 30 de Outubro, um canal de televisão online, desenvolvido em parceria com a Senso Comum, a empresa, com sede em Aveiro, responsável pelo projecto http://www.uaveiro.tv.

Fernando Ramos adiantou ainda que o canal poderá fornecer uma caracterização mais fina dos utilizadores, do que os estudos de audiências que a televisão tradicional oferece.

O canal Uaveiro.tv permite o acesso online a todos os conteúdos produzidos pelo Centro Multimédia e de Ensino à Distância da UA, CEMED, no âmbito das iniciativas de produção televisiva que tem vindo a desenvolver, nos últimos três anos, nas antenas da RTP2, RTP Internacional e RTP África. Os programas 3810-UA, 3810-UAI e Viva a Ciência! alojados no Uaveiro.tv estão disponíveis na Internet e em circuitos fechados.

A plataforma UAveiro.tv destina-se a partilhar canais privados e conteúdos vídeo, com aplicações em canais de formação, canais institucionais e televisão interna, com difusão em circuito fechado.

Segundo o presidente do CEMED e docente da UA, Prof. Fernando Ramos, o canal constitui uma excelente oportunidade para “aumentar as janelas de divulgação do que melhor se faz na UA, explorando diferentes plataformas para potenciar o conhecimento junto da comunidade portuguesa e da Lusofonia”. Uma das possibilidades oferecidas é a de funcionar como “um repositório de conteúdos produzidos e não como um canal em tempo real”.

Foi desenvolvida pela Senso Comum, uma empresa constituída por antigos alunos da instituição e, de acordo com João Tendim, sócio-gerente da empresa, a parceria com a UA “corresponde ao interesse da empresa em alargar os conteúdos e canais disponibilizados na plataforma, estando o sistema preparado para difundir em telemóveis de 3ª Geração e para a tecnologia TV-IP”. Em breve, a plataforma irá alojar ainda os canais do Instituto Nacional de Emergência Médica, INEM, e da Correctora Golden Broker. A cerimónia de apresentação do canal decorreu a 30 de Outubro e teve direito a transmissão directa para o canal http://www.uaveiro.tv.


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ultimeios

uaveiro.tv já emite na net

já emite na net No âmbito deste lançamento foi promovido um debate sobre “a importância dos novos media na vida e capacidade de intervenção das regiões”, que contou, para além do Prof. Fernando Ramos e do Eng.º João Tendim, com o contributo do Assessor de Comunicação da Câmara Municipal de Aveiro, João Oliveira e da Directora Geral da Associação Industrial do Distrito de Aveiro, AIDA, Dra. Elisabete Rita.

ua fez “click” na antena 1

A colaboração da UA nos meios de comunicação social alargou-se a mais um canal. Depois de dois anos a dizer “Eureka”, na TSF, e de sentar investigadores no “Sofá da Ciência”, a UA fez “Click” na Antena 1. O novo programa, um magazine de divulgação de ciência, onde semanalmente são revelados os avanços tecnológicos e as investigações made in Portugal conta ainda com uma rubrica composta por um painel de especialistas. O exministro da Educação e antigo reitor da UA, Prof. Júlio Pedrosa, o Director da Fábrica – Centro de Ciência Viva de Aveiro, Prof. Paulo Trincão e os docentes da UA, Profs. Carlos Borrego, Paulo Ribeiro Claro, Arménio Rego, Borges Gouveia, João Paulo Cunha e Jorge Alves falam, na rubrica, sobre as suas áreas de estudo. O “Click” estreou-se a 10 de Novembro e pode ser ouvido todos os Sábados, durante vinte minutos, a partir das 13h30, na Antena 1 da estação pública.


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o génio visto com “outros olhos” Falar de Leonardo da Vinci é referir a sua trajectória como pintor, desenhador, engenheiro, inventor...enfim, é descrevê-lo como um génio; um digno representante da época em que viveu: o Renascimento. Este facto é bem conhecido de todos. O que é surpreendente é que o génio de da Vinci se estenda à culinária! Foi esta faceta, menos conhecida, o pretexto para que a Fábrica, Centro Ciência Viva, em parceria com a empresa Pascoal & Filhos, o relembrassem através da organização de três jantares temáticos, onde o mote principal fosse Leonardo da Vinci como homem de ciência. O local escolhido para a realização desta iniciativa foi o restaurante dos Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro, no Crasto. A elaboração das ementas servidas durante os três dias (15 de Abril, 15 de Maio e 12 de Junho de 2007) esteve a cargo do reconhecido chef Michel. A ideia de realizar jantares temáticos sobre Leonardo da Vinci surgiu quase que naturalmente. Em primeiro lugar, a Fábrica já contava com alguma experiência neste tipo de desafios, graças a uma das suas actividades permanentes, conhecida como “a cozinha é um laboratório”. Nela se pretende demonstrar que é possível encontrar ciência em situações tão quotidianas como a preparação dos alimentos, por exemplo.

Em segundo lugar, estava o interesse da empresa Pascoal e Filhos em apoiar iniciativas deste teor com a finalidade de dar um contributo social e cultural à população. Também foi de grande proveito, a consulta do Livro “Notas de Cozinha de Leonardo da Vinci”1, que, embora de veracidade duvidosa, ofereceu a matéria-prima com a qual o chefe Michel trabalhou na elaboração dos menus. Uma experiência única No espaço do Restaurante do Crasto, podiam encontrar-se referências a Leonardo da Vinci por toda parte. Nas mesas nenhum detalhe foi deixado ao acaso. Fizeram parte da decoração, coelhos de peluche como alusão ao hábito Renascentista de atar coelhos vivos às mesas para fazer as vezes de guardanapos (cuja invenção é atribuída também a Leonardo da Vinci). Nas mesas foram colocados espelhos para permitir aos comensais a leitura das ementas, pois estas estavam escritas ao contrário, tal como Da Vinci costumava fazer na maior parte dos seus apontamentos.

tais como a música e a pintura. A música renascentista foi cantada ao vivo por Isabel Nogueira, acompanhada por Tiago Matias. Outro atractivo de “À mesa com Leonardo da Vinci” foi a participação do chef Michel, responsável pela criação dos menus propostos nos três dias. Estes tinham a particularidade de apresentar alimentos comuns (sopas, peixe, fruta, cereais, etc.) elaborados e combinados de forma bastante invulgar. Aos investigadores da Universidade de Aveiro coube o desafio de descodificar as propriedades e características bioquímicas da comida presente nos três menus. Esta tarefa foi levada a cabo por meio da inclusão, nas próprias ementas, de explicações diversas acerca dos alimentos que iam sendo consumidos ao longo da refeição (definição, composição e origem, entre outros). No fundo, este material complementar acabava por cumprir a função de “glossário alimentar”. Notas: 1. Shelag & Jonathan Routh, Artemágica Editores,

O toque final foi dado pela realização – durante o decorrer dos jantares – de leituras de excertos do livro “Notas de cozinha de Leonardo Da Vinci”, que realçavam não só a faceta culinária desta personagem, como também o seu lado humorístico. Igualmente marcaram presença outras manifestações culturais

Lisboa 2002 Cláudia Dias (Colaboradora voluntária da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro para a área da Comunicação Social)


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