3
Neste aniversário da UA sublinhamos
Médicas e Biológicas: a rede nacional de
o caráter pioneiro do Programa de
espectometria de massa e a plataforma
Cátedras Convidadas, instituído para
portuguesa de bioimagem.
promover a colaboração de cientistas de elevado mérito no desenvolvimento
No âmbito do Programa Mais Centro,
e afirmação de áreas estratégicas.
contando com o apoio da região, foram criadas linhas de investigação em
De entre todas elas foi decidido convidar
“Biomateriais para uso em Medicina
o Professor Philippe Pierre, ilustre
regenerativa” e “Novas estratégias
imunologista francês, associado à cátedra
aplicadas a distúrbios neuropatológicos”,
Ilídio Pinho. E foi-o porque a Saúde é
que possibilitaram a contratação
hoje um dos domínios mais transversais
de investigadores.
na atividade da UA, contando com
Manuel António Assunção Reitor da Universidade de Aveiro
os contributos de um número muito
No ensino tiramos partido do caráter dual
significativo de departamentos, escolas
– universitário e politécnico –, e da nossa
e unidades de investigação, e com
estrutura matricial, através de cursos
tradução não só em termos de criação de
ministrados na Escola Superior de Saúde
conhecimento, mas também de ensino,
e na Secção Autónoma de Ciências da
prestação de serviços e cooperação
Saúde. E alguns dos nossos melhores
com outras instituições.
estudantes são, precisamente, atraídos para cursos como Ciências Biomédicas,
A investigação que vimos desenvolvendo
Biotecnologia ou Enfermagem.
mobiliza já competências de praticamente todas as áreas da UA: saúde,
O conhecimento e formação adquirem
naturalmente; física e química; biologia;
uma particular expressão na colaboração
materiais; electrónica, telecomunicações
ativa que temos com a rede assistencial da
e informática; línguas; ambiente; educação;
região, bem como com outros agentes do
políticas públicas; gestão e marketing,
setor, com tradução em estágios, projetos
sem querer ser exaustivo.
conjuntos e prestação de serviços.
E continuamos a dar passos significativos
Estas são, apenas, algumas das frentes
para reforçar a capacidade de bem fazer.
em que marcamos presença, reforçando as competências que detemos e
Criámos o iBiMED – Instituto de
colocando-as ao serviço da melhoria da
Biomedicina de Aveiro, que congrega,
qualidade de vida. Fazemos muito. Mas
numa ótica multidisciplinar, investigadores
podemos fazer mais e, sobretudo, melhor.
Editorial
focados no estudo do envelhecimento e das doenças a ele associadas, e que passou,
Com este objetivo foi criado, em maio
com distinção, à 2ª fase da avaliação
de 2013, um Grupo de Missão para a Área
conduzida pela Fundação para a Ciência e
da Saúde, coordenado pelo Professor
Tecnologia (FCT). Criámos igualmente um
Júlio Pedrosa. O trabalho realizado
pólo do CINTESIS – Centro de Investigação
permitiu traçar orientações para aumentar
em Tecnologias e Serviços da Saúde,
a relevância, o impacto e a eficiência
coordenado pela Universidade do Porto.
da nossa ação, a que se segue agora a necessária concretização.
Ainda no âmbito de iniciativas recentes, refiro a infraestrutura nacional para a
Importa, pois, tirar partido de todo este
sequenciação e análise genómica –
potencial mobilizador e agregador,
Genome -, liderada pela UA, e que figura
no quadro mais alargado dos objetivos
entre os 40 projetos incluídos no roteiro
europeus e nacionais para 2020, em que
nacional promovido pela FCT. Roteiro
a saúde, as alterações demográficas
em que estamos presentes noutros
e o bem-estar foram escolhidos como
dois projetos no domínio das Ciências
desafios societais a superar.
linhas
dezembro 2014
03
EDITORIAL
16-21
PERCURSOS ANTIGOS ALUNOS
Manuel António Assunção
Rui Costa
Reitor da UA
Ana Biscaia Pedro Rogeiro
06-08
OPINIÃO UA 2020: Uma Universidade Cívica
22-26
Isabel Martins
Investigação fundamental e aplicada
09-13
DISTINÇÕES
ENTREVISTA COM...
27-29
CULTURAL A grande música quer entrar nos lares sem
14-15
perder a solenidade reservada aos mestres compositores
PERCURSO SINGULAR Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e especialistas em células dendríticas
30-34
DOSSIER UA e China: um enorme abraço com mais de três décadas de parcerias
5
35-37 39-44
ENSINO
50-52
CAMPUS SUSTENTÁVEL
Alunos internacionais de mobilidade
UA aceita o desafio da ONU:
consideram "excelente" experiência na UA
ter um Campus Sustentável
INVESTIGAÇÃO
53-57
ACONTECEU NA UA
58-59
EDIÇÕES
Recomendações para gestão integrada da ria nas próximas décadas ao dispor dos decisores Casa Passiva: o edifício do futuro no presente
45-49
COOPERAÇÃO AAAUA otimista e cheia de projetos para 2015! Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicleta
linhas
dezembro 2014
UA 2020: uma Universidade Cívica A UA tem sabido distinguir-se e afirmar-se pela relação que
· orientar os processos futuros de
estabelece com a sociedade e com a Região. O desafio
aprofundamento da sua missão,
fundador, de se afirmar como uma universidade inovadora,
especialmente no que diz respeito a
aberta à sociedade e capaz de fazer face aos maiores desafios
esta articulação;
regionais, foi sendo respondido de forma capaz, tendo o seu contributo para o desenvolvimento regional sido inquestionável.
· inovar na forma como se coloca ao serviço da sociedade.
Este percurso resultou numa forte interação com o tecido Filipe Teles Pró-reitor da UA
económico e com as autoridades públicas locais e regionais,
Este papel foi já reconhecido a nível
na formação e investigação orientada para a economia regional
europeu, nomeadamente ao ser
e para as necessidades societais, através de um envolvimento
identificada como estudo de caso numa
inovador e de uma abordagem transversal às várias áreas
recente conferência sobre o papel
científicas que foram sendo desenvolvidas nos seus campi.
das Universidades Cívicas na Europa
Hoje não é difícil afirmar que a UA é uma Universidade Cívica.
promovida pelo Comité Económico e
Os resultados são prova deste sucesso: redes de investigação
Social da UE (junho de 2014).
e formação internacionais, uma reputação de universidade inovadora, com investigação de excelência, reconhecida pelo
Consideramos estarem, assim, reunidas
seu papel no desenvolvimento regional e com uma comunidade
as condições para levar a cabo a
internacional em crescimento.
implementação de uma estratégia que consubstancie esta experiência e
Uma Universidade Cívica entende que o sentido da sua missão é ser melhor para alguma coisa, e não apenas melhor em alguma coisa.
promova as necessárias adaptações institucionais, de práticas e de envolvimento com a sociedade. Uma estratégia doravante designada por UA 2020: Universidade Cívica. A distinção e separação entre funções principais e função de ligação à sociedade (usualmente designada por terceira missão) é necessariamente menos clara
Uma Universidade Cívica entende que o sentido da sua
na Universidade Cívica. A sobreposição
missão é ser melhor para alguma coisa, e não apenas melhor
e interligação entre as três missões
em alguma coisa. Trata-se de uma Universidade ativamente
(formação, investigação e ‘cooperação’)
envolvida na sociedade, promovendo a excelência e a
torna-se, não só, mais presente, como
colaboração, de forma inovadora, transversal e em função das
também mais determinante para a
necessidades identificadas na comunidade.
estratégia e missão da Universidade. Esta sobreposição, ou melhor, a propositada
No entanto, a fronteira que se esbate entre a academia e a
articulação e interdependência entre
sociedade exigirá uma capacidade de permanente adaptação
missões tem profundas consequências
às novas exigências, necessidades e desafios desta última.
para cada uma delas e para a missão da
Tendo em conta a identidade da UA e o percurso que estabeleceu
Universidade como um todo.
ao longo dos seus primeiros 40 anos, há condições para: · consolidar a experiência que tem demonstrado no
Em síntese, uma Universidade Cívica
âmbito da relação com a sociedade e a cooperação que
reconhece que tem um sentido de
soube estabelecer com a Região, ao assumir um papel
missão, é ativamente empenhada na
determinante no desenvolvimento regional;
sociedade, desenvolve uma perspetiva
7
opinião
holística na sua ação, com um sentido
entre estas, integrando os desafios
líder reconhecido no desenvolvimento
de identidade indissociável da sua
societais nas suas agendas de formação
económico, social e cultural da região, e
comunidade de pertença territorial, e
e investigação e reforçando o papel
contribuir para a afirmação internacional
é permanentemente inovadora. Uma
das unidades de interface e do futuro
da UA enquanto instituição atenta e a
universidade aberta, permeável aos
Parque de Ciência e Inovação. Será
contribuir ativamente para a resposta
desafios societais, capaz de medir e
ainda fundamental para esta estratégia
aos desafios societais. Uma estratégia
avaliar o seu contributo para a sociedade.
o aprofundamento das relações com
que permita, ainda, contribuir para o
os stakeholders e alumni e a estreita
desenvolvimento do perfil público de
Este é um processo estratégico que
articulação com a Região, através
Aveiro como uma UniverCidade e da
implica mudanças graduais, mas
da participação ativa nos diversos
Região de Aveiro como uma Região de
significativas no modo de atuar, na
fora de decisão e na valorização de
Conhecimento e Inovação.
orgânica institucional, nos incentivos, e
programas de ação como as Plataformas
nas práticas de formação e investigação.
Tecnológicas e as iniciativas no
A UA pretende criar e mobilizar
Implica, necessariamente, o envolvimento
âmbito da promoção e valorização do
conhecimento de forma autónoma e
empenhado de toda a comunidade
empreendedorismo, da inovação social e
articulada com as necessidades da
académica. A Universidade Cívica
da cultura científica.
sociedade. Ao fazê-lo, para além de cumprir a sua missão cívica, deve
implicará uma maior articulação entre investigação e ensino; o desenvolvimento
Nas últimas quatro décadas o contributo
garantir que a mesma é consequência
de uma atitude transformadora,
da UA é inquestionável. Importa, agora,
de investigação e de formação de
socialmente responsável e empenhada,
reforçar este papel que passa por
excelência nas respetivas áreas. A UA
conduzindo a sua missão enquanto
colocar a excelência académica ao
2020: Universidade Cívica possibilitará,
instituição de ensino superior em
serviço da sociedade. A missão, assim
ainda, criar condições para um melhor
função do impacto que as três missões
definida, implica uma maior articulação
aproveitamento deste novo período de
produzem na sociedade.
entre as necessidades societais, a
programação comunitário 2014-
produção e criação de conhecimento e
-2020, promovendo a sua atratividade
A UA pode assumir este percurso
a ação da universidade. Requer, ainda,
e internacionalização. É, assim,
se continuar a apostar na
o aumento de parcerias e plataformas
determinante para o sucesso da
internacionalização, na excelência da
de articulação com a sociedade e
UA a valorização das suas áreas de
investigação, na qualidade inovadora da
o desenvolvimento de mecanismos
especialização, a partir da identificação
sua formação e na relação inseparável
e processos de co-produção de
dos desafios societais mais relevantes
com a comunidade local, nacional
conhecimento.
no seu contexto e para os quais poderá contribuir. A missão da UA 2020:
e internacional. No entanto, o que
Universidade Cívica resultará
a distinguirá significativamente das
Uma estratégia com estas preocupações
outras instituições é a capacidade de
deve, assim, garantir os objetivos de
da colaboração interna multidisciplinar
se afirmar pela intencional e estratégica
promoção da reputação da UA enquanto
e do envolvimento ativo de toda
articulação das suas missões,
Universidade Cívica de Excelência,
a comunidade.
nomeadamente repensando a relação
permitindo posicioná-la enquanto
linhas
dezembro 2014
Investigação fundamental e aplicada
Luís Castro Docente do Departamento de Matemática da UA e investigador do CIDMA
Investigação e Desenvolvimento (I&D) é comummente
Ao vivermos a atual crise económica,
decomposta em três categorias: investigação fundamental,
na Europa, é constrangedor podermos
que se preocupa com o avanço do conhecimento por si só
interpretar que, ao nível do investimento
(embora, naturalmente, possa incluir investigação teórica e
público, não se aprendeu muito com
experimental); investigação aplicada, cujas descobertas são
a história, nem, em particular, parece
passíveis de se transformarem em produtos e, normalmente,
haver conhecimento sustentado sobre
é guiada por um fim muito concreto; desenvolvimento, que se
um necessário mínimo equilíbrio no
centra em implementar, na forma de produtos, as tecnologias
investimento entre as ditas investigações
entretanto descobertas. Deve-se, no entanto, ressalvar que
(a fundamental e a aplicada). Há nesta
este tipo de classificação está longe de ser consensual,
altura, na União Europeia, em nossa
havendo autores (Rosenberg, 1990) que consideram mesmo
opinião, uma exagerada e não equilibrada
que em algumas áreas do conhecimento (como a medicina
tendência no investimento para os
ou a agricultura) não se deve levar em linha de conta, pelo
resultados de investigação de cariz
menos de modo absoluto, quaisquer tentativas de divisão da
imediato, em desfavor da investigação
investigação em fundamental e aplicada.
fundamental. Se tivermos em conta os modelos referidos acima, é fácil constatar
Quando se trata de planear financiamento de I&D, é
que níveis mínimos de equilíbrio no
relativamente evidente a tentação, por parte de políticos e
investimento público nas três categorias
decisores (públicos e privados), de emitirem opiniões — ou
de I&D não estão considerados em
mesmo tomarem decisões — meramente suportadas por
programas como o atual Programa-
perceções pessoais, casuísticas, e não raras vezes sem algum
Quadro Comunitário de Investigação e
fundamento suportado por bases científicas.
Inovação – Horizonte 2020. Na realidade, nos três pilares fundamentais daquele
Akcigit, U., Hanley, D. & Serrano-Velarde, N. (2013), “Back to basics: Basic research spillovers, innovation policy and growth” PIER Working Paper, 13-051. Czarnitzki, D. & Thorwarth, S. (2012), “Productivity effects of basic research in low-tech and high-tech industries” Research Policy, 41:1555–1564. Rosenberg, N. (1990), “Why do firms do basic research (with their own money)?” Research Policy, 19:165–174.
Em termos mais globais, a história tem mostrado que em
programa (“Excelência Científica”,
épocas de grave crise económica e/ou instabilidade social,
“Liderança Industrial” e “Desafios
o investimento em investigação fundamental fica pura e
Societais”) é preciso algum esforço para
simplesmente “esquecido”. Em tais épocas, constata-se até
que aí se vislumbrem enquadramentos
o desaparecimento de uma perceção relativamente empírica
da investigação fundamental. Pior ainda,
de que a longo prazo as três categorias acima indicadas estão
naquele programa (que, recorde-se, tem
extraordinariamente interligadas, dependendo fortemente
um horizonte temporal de 2014 a 2020),
entre si e alimentando-se mutuamente. O interessante é que
existem áreas do conhecimento com
já existem modelos que permitem precisamente modelar o
extrema dificuldade em se enquadrarem
equilíbrio e as dependências entre as tais três categorias de I&D;
em alguma parte dos eixos do programa.
cf., e.g., Akcigit, Hanley & Serrano-Velarde (2013) e Czarnitzki
Aqueles que fazem investigação
& Thorwarth (2012). Várias empresas de grande dimensão e
fundamental, devem, portanto, ser
abrangência mundial conhecem, de forma profunda, aquelas
construtivos e o mais latos possível
formas de equilíbrio e as dependências inerentes, que são aliás
na busca de financiamento para esta
mensuráveis e passíveis de se deduzir de tais modelos. Assim,
categoria de investigação.
não será por acaso que várias dessas empresas possibilitem
Só desta forma se poderá tentar
aos seus colaboradores meios e espaços temporais de criação,
minimizar o desequilíbrio que nestas
não delimitados por objetivos imediatistas. Não são poucas as
breves linhas identificámos.
vezes que estas mesmas empresas investem de forma planeada (e com montantes bastante consideráveis) em investigação fundamental – mesmo quando os seus principais objetivos são muito concretos e imediatos.
9
opinião distinções
DISTINÇÕES
ALUNOS INTERNACIONAIS A UA obteve a melhor classificação a nível nacional no “International Student Satisfaction Awards 2014”, do portal StudyPortals. A academia de Aveiro foi considerada “excecional” pelos alunos internacionais, obtendo a classificação mais elevada no ranking (pelo menos 9,5 valores em 10), relativamente a 2013/2014. A UA repete, assim, o primeiro lugar do ano anterior, melhorando mesmo a sua classificação: passou de "excelente" a "excecional". UA ENTRE AS 500 MELHORES UNIVERSIDADES DO MUNDO
Em Portugal, a Universidade
O ranking da US News coloca a academia de Aveiro na restrita lista liderada pela
de Coimbra e do Instituto Superior
Universidade de Harvard seguida pelo Massachusetts Institute of Technology.
de Ciências do Trabalho e da
No ranking regional a US News situa a UA na 208.ª posição entre as mais bem
Empresa/Instituto Universitário de
cotadas universidades europeias.
Lisboa obtiveram as segunda e terceira posições. As três instituições
Entre as quatro universidades portuguesas referidas pelo ranking, a de Lisboa, no
obtiveram a classificação
265.º lugar, consegue o melhor resultado. Seguem-se as do Porto, de Coimbra e a
de “excecional”.
de Aveiro. No ranking regional para a Europa, a instituição lisboeta aparece na 113.ª posição, Porto na 144.ª, Coimbra na 185.ª e Aveiro na 208.ª.
O prémio, sob a forma de um certificado, é o resultado de um
O novo ranking foi apresentado no final de outubro pela publicação norte-americana
inquérito realizado na plataforma
especializada em educação, a US News, que há três décadas organiza listas sobre as
de intercâmbio de experiências
melhores universidades dos EUA.
de estudantes da StudyPortals.
linhas
dezembro 2014
DOCUMENTÁRIOS DA UA PREMIADOS NA 20.ª EDIÇÃO DO CINEECO O filme Neram N'dok, cuja filmagem e montagem foi feita pela UA, ganhou a categoria Lusofonia na 20.ª edição do CineEco - Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela que, de 11 a 18 de outubro, colocou a concurso o que de melhor o cinema
PROJETO DA UA VENCE CATEGORIA
NUNO BORGES DE CARVALHO
mundial tem produzido sobre o ambiente
DO BGI - IUL MIT PORTUGAL CAIXA
ELEITO "FELLOW" DO IEEE
e a preservação da natureza. Na mesma
CAPITAL ACCELERATOR
Nuno Borges de Carvalho, professor
categoria, o documentário “A Ria por
Um dispositivo à escala milimétrica
do Departamento de Eletrónica,
Dentro” realizado pela UA foi galardoado
que mede a quantidade de radiação
Telecomunicações e Informática
com uma menção honrosa.
aplicada no organismo, desenvolvido
da UA e investigador do Instituto
por investigadores da UA, venceu em
de Telecomunicações, foi eleito em
O Neram N'dok é um documentário
novembro a quinta edição do Building
novembro "fellow" do Institute of
sobre as ilhas Urok, situadas no
Global Innovators (BGI) - IUL MIT
Electrical and Electronics Engineers
arquipélago dos Bijagós (Guiné-Bissau),
Portugal Caixa Capital Accelerator,
(IEEE), elevando para três o número de
sobre os seus habitantes que têm
na categoria de Medical Technology
académicos da UA com este título.
em mãos a construção de um
and Health IT. A equipa promotora do
modelo único de sustentabilidade e
projeto, designado nuRISE, recebeu
O professor e investigador do IT
desenvolvimento e sobre a vibrante
100 mil euros de prémio.
junta-se, assim, aos outros dois membros da UA que já são "fellows"
natureza da qual dependem. O dosímetro projetado pela equipa
do IEEE, nomeadamente: Andrei
Também o documentário “A Ria por
permite aos médicos aplicar o
Kholkin, investigador-coordenador
Dentro”, um dos quatro documentários
tratamento radioterapêutico de forma
do Departamento de Engenharia de
produzidos e realizados pela UA, numa
mais eficiente nas células malignas
Materiais e Cerâmica (DMAC) e do
colaboração entre Departamento de
poupando ao mesmo tempo os tecidos
Centro de Investigação em Materiais
Biologia/CESAM, STIC-audiovisuais e
saudáveis, na medida em que fornece
Cerâmicos e Compósitos (CICECO),
IDAD, no âmbito do projeto “Do Ar à Água”,
informação em tempo real sobre a
e José Carlos Pedro, professor
recebeu da 20.ª edição do CineEco uma
dose de radiação que está realmente a
do Departamento de Eletrónica,
menção honrosa na categoria Lusofonia.
ser aplicada.
Telecomunicações e Informática e
Este projeto foi financiados pela
Formada pelos investigadores Luís
Agência Ciência Viva e pelo Compete
Moutinho, João Veloso e Filipe Castro,
e teve como responsáveis os biológos
do grupo Deteção da Radiação e
LIVRO DE EUGÉNIO LISBOA
da UA Ana Maria Rodrigues e Victor
Imagiologia Médica do Departamento
CONQUISTA GRANDE PRÉMIO DE
Quintino. Ana Maria Rodrigues aponte
de Física da UA, a equipa desenvolveu
LITERATURA BIOGRÁFICA 2012/2013
que "os quatro documentários, têm
o projeto, ao longo de três anos,
O livro “Acta Est Fabula – Memórias
como objetivo dar a conhecer aspetos
no âmbito das atividades do grupo
I – Lourenço Marques (1930-1947)”, da
sobre a biodiversidade, em particular da
Deteção de Radiação e Imagiologia
autoria de Eugénio Lisboa, professor
Ria de Aveiro, zona húmida de beleza
Médica (DRIM), do Instituto de
aposentado da UA e colaborador
paisagistica única no País, e pretendem
Nanoestruturas, Nanofabricação e
do Centro de Línguas, Literaturas e
sensibilizar para a necessidade de gerir
Nanomodelação (I3N), laboratório
Culturas (CLLC), editado pela Opera
de forma equilibrada os recursos naturais
associado com polo na UA.
Omnia, conquistou o Grande Prémio de
também investigador do Instituto de Telecomunicações.
da Ria de modo a não por em causa o
Literatura Biográfica 2012/2013. Este
seu património natural".
galardão foi atribuído em novembro pela Associação Portuguesa de Escritores, concretamente, na categoria de Biografia, Autobiografia e Diário.
11
percurso singular distinções
EQUIPA DA UA EM PRIMEIRO LUGAR
en Escena”. O evento decorreu em outubro,
NACIONAL E IBÉRICO NO CONCURSO
na CosmoCaixa Barcelona, em Espanha.
DE PROGRAMAÇÃO IEEE XTREME 8.0 As quatro equipas da UA que
“Ciencia en Acción” é um concurso
participaram na competição “IEEE
internacional de língua espanhola e
Xtreme 8.0” ficaram no Top 10 Nacional,
portuguesa que visa fomentar a divulgação
ficando uma delas em 1º lugar a nível
científica e tecnológica. O evento mantém,
ibérico. O concurso IEEE Xtreme 8.0, que
desde a sua criação, importantes laços
decorreu em outubro na academia de
com outros programas de objetivos
Aveiro, consistiu numa competição de 24
análogos em museus, universidades,
DIRETOR DO CICECO NOMEADO
horas de programação a nível mundial,
empresas, centros científicos e outras
MEMBRO DA EUROPEAN ACADEMY
organizado pelo Institute of Electrical
organizações relacionadas com a ciência,
OF SCIENCES
and Electronics Engineers (IEEE) - UA
por toda a Europa.
A missiva de Claude Debru, presidente
Student Branch.
da European Academy of Sciences
UA EM DESTAQUE NO GRANDE
(EURASC), chegou dia 8 de setembro.
CONCURSO EDUCACIONAL
Convidava o investigador João
SQÉDIO 2014
Rocha, também diretor do Centro de
A UA esteve em evidência no Grande
Investigação em Materiais Cerâmicos
Concurso Educacional Sqédio 2014. Para
e Compósitos (CICECO), laboratório
além de ter alcançado o Grande Prémio
associado da UA, para membro da
Projeto, a academia de Aveiro trouxe
Academia na sequência de um processo
para casa três menções honrosas do
em que o seu nome foi apoiado por
concurso que anualmente desafia todos
todos os membros do Conselho Geral
os estudantes do ensino secundário e superior a apresentarem seus projetos
daquela instituição. PAULO VILA REAL ELEITO
3D. Forte nessa área, o Departamento
A nomeação, atribuída pela primeira
PRESIDENTE DA COMISSÃO "FIRE
de Engenharia Mecânica (DEM) vestiu a
vez a um cientista nacional, é motivo de
SAFETY OF STEEL STRUCTURES"
camisola da UA, disse presente e acabou
orgulho para o professor da academia de
DA ECCS
por atrair os holofotes do Sqédio 2014. Os
Aveiro. É também “um sinal de que o fim
Paulo Vila Real, professor do
prémios foram entregues em setembro.
já esteve mais longe”, comentou então
Departamento de Engenharia Civil da
usando o seu sentido de humor.
UA, foi eleito em outubro presidente da Comissão Técnica nº 3 (TC3),
João Rocha é membro da Academia
“Fire Safety of Steel Structures”, da
das Ciências de Lisboa, foi distinguido,
European Convention for Constructional
em 2004, com o Prémio de Excelência
Steelwork (ECCS). O organismo
Científica da Fundação para a Ciência
agrega as associações europeias de
e Tecnologia (FCT) e é avaliador
construção metálica e mista e tem
do European Research Council. O
como objetivo principal a promoção
investigador desenvolve a sua atividade
do uso do aço na construção através,
nas áreas da química de materiais (em
entre outros, do contributo das suas
particular emissores de luz), ressonância
comissões técnicas, cujos membros são
INVESTIGAÇÕES DA UA PREMIADAS
magnética nuclear e difração de raios-X.
maioritariamente académicos.
PELA INTERNATIONAL HUMIC
Com um palmarés de 430 artigos no
FÁBRICA CENTRO CIÊNCIA VIVA DE
Joana Leal e João Matos, doutorandos
sistema internacional de registo e
AVEIRO VENCE PRIMEIRO PRÉMIO NO
do Departamento de Química e do
citações científicas, 23 capítulos de livros
CONCURSO “CIENCIA EN ACCIÓN”
Centro de Estudos de Ambiente e Mar
e 10 mil citações no total da sua produção
A produção teatral da Fábrica Centro
(CESAM) da UA, foram homenageados
científica, e três pedidos de registo de
Ciência Viva de Aveiro, com o título “Claro
e premiados pela International Humic
patente, João Rocha foi distinguido por
como água!”, venceu o primeiro prémio
Substances Society (IHSS) numa
uma das mais prestigiadas organizações
da XV edição do concurso internacional
cerimónia que decorreu em outubro na
científicas europeias.
“Ciência en Acción”, na modalidade “Puesta
cidade de Ioannina (Grécia).
SUBSTANCES SOCIETY
linhas
dezembro 2014
Os prémios entregues pela IHSS tiveram
CERVEJA MALDITA É A MELHOR
“O trabalho que foi premiado é o
por objetivo premiar jovens estudantes
DA EUROPA
resultado do esforço dedicado de uma
graduados que estejam a desenvolver
A Cerveja Maldita foi distinguida como a
enorme equipa por mim coordenada”,
projetos de doutoramento e contaram
Best Barley Wine, na categoria de Europe’s
congratulou-se João A. P. Coutinho
com a candidatura de dezenas de
Best Beers 2014. O prémio foi entregue a
depois de ter recebido o prémio instituído
investigadores de todo o mundo cujos
26 de setembro pela World Beer Awards,
pela Paralab, uma empresa nacional da
trabalhos foram avaliadas pelo IHSS
sendo que esta instituição é conhecida por
área de distribuição de equipamentos
Travel Support Award Committee.
ser aquela que define a melhor cerveja do
científicos para aplicações laboratoriais
mundo. A cerveja é produzida pela Faustino
e industriais. O galardão pretende
O processo de avaliação que distinguiu
Microcervejeira, uma empresa incubada na
distinguir, de três em três anos, o mérito
os dois investigadores da UA
Incubadora de Empresas da Universidade
científico de um docente e investigador
valorizou primariamente a qualidade e
de Aveiro (IEUA).
de nacionalidade portuguesa, com
originalidade do conteúdo científico do
idade inferior a 45 anos, que se tenha
trabalho. Adicionalmente, cada jovem
Artur e Gonçalo Faustino são os pais da
destacado nas áreas das Engenharias
investigador premiado devia ser parte
Faustino Microcervejeira, uma empresa
Química, Biológica e afins.
ativa e principal do planeamento e
de produção de cerveja artesanal
condução da investigação no campo das
cujo parto resultou da união de dois
substâncias húmicas.
engenheiros, pai e filho, com uma paixão em comum por cerveja, e com o apoio da IEUA.
IMPRESSORA 3D NASCIDA NA UA ENTRE AS MELHORES DO MUNDO MATEMÁTICO DA UA UWE KÄHLER
A Beethefirst foi uma das grandes
PREMIADO PELA SOCIEDADE
vencedoras do The 3D PrintShow
EUROPEIA DE MÉTODOS
JOÃO A. P. COUTINHO GANHA
Global Awards. A primeira impressora
COMPUTACIONAIS NAS CIÊNCIAS
PRÉMIO PROFESSOR ALMIRO E
3D portuguesa, criada por Francisco
E ENGENHARIAS
CASTRO
Mendes e Jorge Pinto, engenheiros
A Sociedade Europeia de Métodos
O docente da UA João A. P. Coutinho foi
formados na academia de Aveiro, foi
Computacionais nas Ciências e
o grande vencedor do prémio Professor
galardoada em setembro com os prémios
Engenharias premiou Uwe Kähler com
Almiro e Castro. A distinção, atribuída
Best Consumer Printer e Best Prosumer
a distinção de Honorary Fellowship
ao investigador do Departamento de
Printer no concurso do 3D PrintShow, o
pelas suas proeminentes contribuições
Química e do Centro de Investigação
certame que decorreu em Londres e que
no campo da Matemática Aplicada.
em Materiais Cerâmicos e Compósitos
é um dos maiores encontros mundiais do
A cerimónia que homenageou o
(CICECO) da academia de Aveiro
setor das tecnologias de impressão a três
investigador do Departamento de
durante a 12th International Chemical
dimensões.
Matemática da UA decorreu a 23 de
and Biological Engineering Conference
setembro durante a 14ª International
(CHEMPOR 2014), que decorreu em
IDEIA DE NEGÓCIO DE ALUNOS
Conference of Numerical Analysis and
setembro no Porto, homenageia
DA ESAN PREMIADA EM
Applied Mathematics que teve lugar
o trabalho que o investigador tem
CONCURSO NACIONAL DE
em Rodos, Grécia, onde Uwe Kähle foi
realizado nos últimos anos em áreas
EMPREENDEDORISMO
orador convidado.
que vão desde a purificação de
Chama-se Upss, é uma bebida "low
biomoléculas, à caraterização de
cost" disponibilizada num copo
biocombustíveis, passando pelas novas
inovador e foi preparada a pensar nos
tecnologias para a recuperação
jovens. Desenvolvida por Ana Couto,
de petróleo.
Mariana Figueira e Jhonny Carvalhais,
13
distinções
estudantes do curso de Tecnologia
variadas aplicações em processos
PROJETO DE COMUNICAÇÃO
e Design de Produto da Escola
industriais. “Visando a sua aplicação
DE CIÊNCIA DO DBIO VENCE
Superior Aveiro Norte (ESAN), a ideia
industrial contribuí com uma larga
PRÉMIO INTERNACIONAL
conquistou em setembro uma menção
panóplia de propriedades termofísicas,
O projeto de comunicação de ciência
honrosa no Concurso Nacional de
assim como com a determinação dos
do Departamento de Biologia (DBio)
Empreendedorismo, o Poliempreende.
seus diagramas de fase”, lembrou.
da UA intitulado “Biodiversidade no Hipermercado” ganhou em julho o
A bebida já tinha conquistado um Concurso Regional que decorreu em
GRUPO DE ROBÓTICA DA UA VENCE
primeiro prémio, ex aequo, na categoria
julho na UA.
NOVAMENTE CONCURSO "O ROBÔ
de “Curtas Científicas”, no âmbito do
BOMBEIRO"
Concurso Internacional Ciencia en
A UA ganhou dois primeiros prémios na
Acción. O projeto do DBio contou com
competição “O Robô Bombeiro”. Com
a participação criativa da produtora
as equipas Robotazos 1 e Robotazos 2,
Terra Líquida Filmes, o financiamento
a academia de Aveiro sagrou-se campeã
da Agência Nacional Ciência Viva
e vice campeã na categoria Standard,
(programa Compete) e a participação
na qual participaram 22 equipas de todo
dos Hipermercados Jumbo. Os episódios
o país. O objetivo deste concurso anual
foram transmitidos pela SIC Notícias de
consiste em apagar uma vela localizada
1 de março a 24 de abril.
num labirinto, usando para o efeito um robô completamente autónomo.
Ao todo são 13 os episódios multimédia que têm como protagonistas o carrinho
ESTUDO DA TERMODINÂMICA VALE RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
FILIPA LÃ É NOVA CONSULTORA
do hipermercado e uma família. Entre
PARA INVESTIGADORA DA UA
DA PAN-EUROPEAN VOICE
animais selvagens, cereais, fungos ou
A investigadora Mara Freire foi
CONFERENCES
flores, os temas abordados em cada um
galardoada com o “ECTP-NETZSCH
A investigadora Filipa Lã, professora de
dos filmes animados pretendem retratar
Young Scientist Award”. O prémio
canto no Departamento de Comunicação
a diversidade biológica existente nas
atribuído em setembro à investigadora
e Arte da UA, foi nomeada em julho
grandes superfícies comerciais.
do Centro de Investigação em Materiais
membro do Conselho Consultivo da Pan-
Cerâmicos e Compósitos (CICECO)
European Voice Conferences, um ciclo de
da UA durante o "20th European
conferências interdisciplinares bianuais
Congress on Thermophysical Properties"
maioritariamente europeias e dedicadas
homenageia, a cada três anos, uma
à divulgação e partilha de conhecimento
carreira científica de elevado mérito de
nas áreas da pedagogia, da arte, da
investigadores com menos de 40 anos
medicina e da ciência da voz humana.
de idade na área da caracterização de propriedades termofísicas.
OURBRAND VENCE O CEBT IBÉRICO OurBrand, uma Central Participativa de
Já em 2013 Mara Freire conquistou
Marca, foi o vencedor pela UA no CEBT
1,4 milhões de euros atribuídos pelo
Ibérico – Competências Empreendedoras
INVESTIGAÇÃO DA UA PREMIADA
Conselho Europeu de Investigação,
de Base Tecnológica deste ano que
NO 8TH YOUNG RESEARCHERS’
através de uma das mais importantes
decorreu em julho. Trata-se de uma
WORKSHOP AWARD
bolsas europeias de apoio
plataforma tecnológica customizável
Ângelo Salvador, estudante de
à investigação científica.
para diversos contextos organizacionais,
doutoramento da UA, recebeu
com a pretensão de resolver problemas
um dos quatro prémios de melhor
Durante os últimos anos a cientista,
que tendem a afetar a marca e que
comunicação oral atribuídos no 8th
licenciada em Química Analítica e
as típicas centrais de marca não
Young Researchers’ Workshop Award do
Doutorada em Engenharia Química
conseguem evitar. Os utilizadores são
62nd International Congress and Annual
pela academia de Aveiro, estudou
convidados a envolver-se em todos os
Meeting of the Society for Medicinal
essencialmente os perfluorocarbonetos
assuntos com esta relacionados e aos
Plant and Natural Product Research (GA).
e os líquidos iónicos, duas grandes
quais é permitida visibilidade.
O encontro que premiou o estudante
categorias de solventes com
decorreu em Guimarães entre 31 de
propriedades promissoras para as mais
agosto e 4 de setembro.
linhas
dezembro 2014
Philippe Pierre e Evelina Gatti trabalharam na UA no âmbito do novo IBiMed
Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e especialistas em células dendríticas Imunologista, diretor de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em França, responsável por várias descobertas relacionadas com as células dendríticas, Philippe Pierre, é o detentor principal da Cátedra Ilídio Pinho em Neurociências da UA. Evelina Gatti, coordenadora de investigação também no Centre d’Immunologie de Marseille-Luminy (CNRS), acompanha Pierre. Ambos trabalham no âmbito do recém-constituído Instituto de Biomedicina de Aveiro (iBiMED). Philippe Pierre e Evelina Gatti foram pioneiros, há cerca de 15 anos, nos estudos de biologia celular, in vitro, de células dendríticas de rato e humanas. Estas células que fazem parte do sistema imunitário, têm vindo a ser objeto de uma crescente atenção dado o seu enorme potencial terapêutico. A equipa tem, hoje, uma longa e reconhecida experiência nesta área de investigação e um particular interesse em alterações fundamentais que ocorrem durante a ativação de células dendríticas por organismos patogénicos. Pierre publicou mais de 60 artigos em periódicos científicos Os especialistas, que numa saudável manifestação de modéstia
internacionais, como por exemplo, na Nature, Cell, Nature
intelectual se consideram meros seguidores do Nobel da
Methods, Immunity, Journal of Cell Biology, Journal of
Fisiologia ou Medicina (em 2010), coordenam uma equipa de 15
Experimental Medicine, Procedings of the National Academy
investigadores no Centro de Imunologia de Marselha-Luminy
of Sciences, USA, EMBO Journal ou ainda PLOS Pathogens.
(CIML). Descobriram que as células dendríticas agregam
Philippe Pierre foi distinguido pela Fundação Schlumberger
proteínas quando detetam microrganismos patogénicos,
para a Educação e Investigação.
expondo fragmentos na sua superfície e informando, assim, outras células do sistema sobre os locais afetados. Philippe
Colaboração com investigadores da UA
Pierre foi responsável por uma tecnologia (SUnSET) não
Há mais de 10 anos que a dupla de investigadores franceses
radioativa para visualização direta da síntese proteica na célula,
tem contacto com a equipa de Manuel Santos, diretor
em tempo real. A dupla de investigadores produziu um mapa
da Secção Autónoma das Ciências da Saúde da UA e
proteómico, ou seja do conjunto de proteínas expressas por um
coordenador da candidatura à FCT que levou à constituição
genoma, nos endossomas e lisossomas das células dendríticas.
do iBiMED (ver caixa). Manuel Santos e Philippe Pierre foram
15
percurso singular
de promover esta aliança franco-
Um novo centro dedicado
portuguesa, em articulação com
à Biomedicina e à Investigação
o CNRS e a Universidade de Aix-
Clínica
Marselha. Para além da Cátedra Ilídio
O Instituto de Investigação em
Pinho e da cooperação decorrida até
Biomedicina (iBiMED) é a mais recente
agora, os investigadores franceses
aposta da UA na área da saúde, tendo
lembram ainda o esforço e o interesse
sido criado por iniciativa do atual Reitor,
da Fundação da Universidade Aix-
Manuel António Assunção, e do grupo
Marselha (AMIDEX) nas relações
de missão para a saúde, liderado por
científicas com as universidades
Júlio Pedrosa, antigo Reitor e docente
mediterrânicas e do sudoeste
do Departamento de Química da UA.
europeu, entidade que garantiu fundos
A candidatura do iBiMED à FCT
significativos para este projeto científico
encontra-se em fase final de
conjunto, e assinalam que o CNRS está
avaliação, tendo a sua preparação
a avaliar a atribuição do estatuto
e submissão sido coordenada por
de Laboratório Internacional Associado
Manuel Santos, diretor da Secção
a esta parceria.
Autónoma das Ciências da Saúde
nomeados, em simultâneo, para o
(SACS). É uma unidade multidisciplinar
prémio Young Investigator Award da
Há complementaridade das matérias
e interdepartamental que integra
EMBO, em 2001.
de investigação entre a equipa da UA
biólogos, bioquímicos, farmacêuticos,
que vai integrar o iBiMED e os temas
químicos, físicos, matemáticos e
Os investigadores franceses têm estado
habitualmente tratados por Pierre
médicos do Hospital de Aveiro, cuja
em ligação regular com a ciência em
e Gatti. Na UA, a dupla francesa
missão é estudar o envelhecimento
Portugal, quer através de contactos
pretende estudar, em colaboração
e as doenças associadas ao
pessoais, quer via orientação de
com os investigadores portugueses,
envelhecimento, nomeadamente o
doutoramentos, quer ainda lecionando
as relações entre os processos
cancro, diabetes, doenças vasculares
no Programa Graduado em Áreas da
bioquímicos de stress que são ativados
e neurodegenerativas, em estreita
Biologia Básica e Aplicada (GABBA),
durante o declínio celular e a indução
ligação à clínica. O seu programa de
da Universidade do Porto. “A qualidade
de respostas imunológicas inatas.
investigação incide no estudo das
e motivação dos investigadores
Procurarão colmatar a falha entre, por
alterações bioquímicas do genoma
portugueses espanta-nos sempre, de
um lado, a desregulação de funções
(epigenoma) e na agregação das
tal modo que, perante a oportunidade
celulares básicas, como sejam a
proteínas que ocorrem naturalmente
de iniciar um novo programa de
síntese proteica, tráfego membranar
durante o envelhecimento, na
investigação na UA, não hesitámos!”,
e autofagia, que ocorre em muitas
identificação de biomarcadores
comentam. A dupla de investigadores
situações patogénicas diferentes,
genómicos e proteicos para monitorizar
elogia a grande qualidade dos
incluindo arteriosclerose ou agregação
o processo de envelhecimento e
investigadores e estudantes da UA, tanto
proteica durante a neurodegeneração,
na identificação de drogas anti-
ao nível das competências científicas
e a promoção da inflamação, por outro,
-envelhecimento.
como sociais. Ambos consideram uma
que pode aumentar a gravidade da
A longevidade dos portugueses é
mais-valia a localização do campus,
doença e, em certos casos, promover
semelhante à dos povos do norte da
reunindo todas as condições para ter
a autoimunidade.
Europa, contudo, ao contrário dos
uma vibrante atmosfera científica, e
nórdicos, vivemos com múltiplas
frutuosa a estratégia de apostar nas
Na área da Saúde da UA, que reúne um
doenças na idade sénior, que diminuem
tecnologias e no desenvolvimento de
conjunto de parceiros, onde se incluem
a nossa qualidade de vida e aumentam
polos científicos fortes, sem dispersão,
entidades prestadoras de cuidados
drasticamente os custos dos cuidados
dado que se trata de uma universidade
de saúde, para além da Universidade,
de saúde (relatório do Lord Nigel Crisp
relativamente nova.
Pierre e Gatti encontraram uma
para a Fundação Calouste Gulbenkian,
componente clínica da investigação
2014). O iBiMED ambiciona contribuir
Arteriosclerose e neurodegeneração
que também lhes interessa e que
de modo decisivo para alterar esta
no programa
está menos presente no seu atual
contingência e promover a qualidade de
Pierre e Gatti agradecem à UA e à
trabalho no Centre d’Immunologie
vida dos portugueses.
Fundação Ilídio Pinho a oportunidade
de Marseille-Luminy.
dezembro 2014
Rui Costa
linhas
É um homem ligado à informática que sempre soube que o seu caminho profissional passaria pelas ciências exatas. Com um percurso que passou pelo ensino na UA, a PT Inovação, o Instituto de Telecomunicações e o Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro, Rui Costa lidera atualmente a Ubiwhere, uma start-up criada na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro (IEUA).
17
percurso antigo aluno
“O fundamental para um ambiente empreendedor é a qualificação das pessoas, a inovação e a visão" Percurso multifacetado
Persistência, vontade de aprender
Matemática Aplicada e Computação.
Assim, após ter sido arquiteto
e espírito de iniciativa
Mas o desejo de aprofundar os
de redes, líder de projetos e docente
Aos jovens que agora terminam
estudos levaram-no à segunda
na UA além de engenheiro de
a sua formação na área de informática,
licenciatura, em Engenharia de
sistemas e de software, em 2007 foi
e noutras áreas, Rui Costa aconselha-
Computadores e Telemática. Ambos
um dos cofundadores da Ubiwhere,
-os a prepararem-se para mudanças,
os cursos corresponderam às suas
uma empresa que desenvolve e
“serem inovadores e nunca aceitarem
expectativas e ambições: “Posso dizer
investiga tecnologias de ponta, que
um não como resposta. Se tiverem a
que ambas as formações, aliadas a um
aposta em nichos de mercado que
oportunidade de entrar numa empresa
bom ambiente na UA, corresponderam
apresentam vantagens competitivas
que não os limite em termos de criação
às expectativas ao longo do meu
e que exigem um forte investimento
e desenvolvimento, as sinergias são
percurso”, afirma.
no desenvolvimento tecnológico.
ilimitadas”, destaca. Mas para tudo isto
“Ajudamos empresas a estimular
é necessária “persistência, vontade de
Mas porquê estas áreas de estudo
inovação e eficiência através da
aprender, nunca desistir e ter espírito de
na UA e não outras? “As minhas
prestação de serviços de I&I, idea
iniciativa. Para além disso, devem ser
escolhas estão ligadas ao gosto que
to product e soluções centradas no
criativos, aceitar sempre novos desafios
fui desenvolvendo em relação às
utilizador em vários mercados”, explica.
e ser empreendedores”.
valor ao conhecimento científico e à
Enquanto R&D manager da Ubiwhere
E como é que uma universidade
aposta em áreas nas quais pudesse vir
o seu trabalho passou pela gestão
pode ajudar no incremento de ideias
a contribuir. Em termos profissionais,
de projetos, estratégias de negócio
empreendedoras? Para o CEO da
as vivências, experiências e vontade
e desenvolvimento de um sistema de
Ubiwhere, as universidades são, em
de querer mais, abriram as portas
gestão de investigação e inovação.
primeira instância, “a porta de entrada
necessárias”, explica.
Atualmente como CEO tem estado
para um trabalho autónomo e objetivo”.
Começou por tirar uma licenciatura em
ciências exatas. Sempre dei muito
envolvido no desenvolvimento e Em relação aos anos que passou
criação de várias empresas do
E como “o fundamental para
na UA, recorda com saudade os
universo Ubiwhere.
um ambiente empreendedor é a qualificação das pessoas, a inovação
professores “que me apoiaram sempre que precisei, as amizades criadas e
E é aqui que se sente como “peixe na
e a visão, para que de uma ideia
os bons resultados conquistados que
água”: “Faço o que gosto e, só por isso,
empreendedora se desenvolva um
foram importantes para a minha vida
já tenho motivação para trabalhar e dar
negócio”, as universidades “dão
profissional e pessoal”.
tudo pela empresa. Para além do foco
um contributo importante para o
na gestão da empresa, não deixo de
incremento dessas ideias. Têm o know-
Nesses anos adquiriu ainda
trabalhar nas áreas que me dão uma
-how e as características necessárias
competências como espírito de
motivação extra, envolvendo-me em
para guiarem os processos que vão
entreajuda, empreendedorismo,
áreas mais técnicas, como a investigação
desde a apresentação da ideia até
capacidade de gestão, liderança, visão
e inovação, estratégia e engenharia.
ao desenvolvimento de negócios”,
tecnológica, inovação, entre outras, que
Apoio ainda as equipas de marketing,
considera.
muito contribuíram para a pessoa e o
comunicação e vendas”, esclareceu.
profissional que é atualmente, destaca.
dezembro 2014
Ana Biscaia
linhas
A designer gráfica e ilustradora Ana Biscaia venceu o Prémio Nacional de Ilustração 2013 pelas ilustrações que fez para o livro "A cadeira que queria ser sofá" de Clovis Levi. O seu percurso enquanto designer começou no Departamento de Comunicação e Arte, onde estudou Design, mas desde sempre, em casa dos pais, que os estiradores faziam parte da sua vida. Vinda diretamente da Figueira da Foz para Aveiro, Ana Biscaia viveu momentos intensos na UA, que recorda com algumas saudades, entre eles o ano em que foi dirigente académica.
19
percurso antigo aluno
"As portas das universidades devem estar escancaradas para o mundo" Em pequena adormecia com o pai a
E que outras competências adquiriu
catalogação da coleção de cartazes
desenhar sentado ao estirador. “Dentro
no curso que tirou na UA? “O desenho
doados por Francisco Madeira Luís.
do quarto havia a cama e o estirador e
era prática obrigatória nas várias
Regressou para as suas origens (distrito
outras coisas. É uma imagem que tenho
disciplinas e apesar de já haver
de Coimbra) mas a vontade de aprender
gravada na memória. O meu pai ensinou-
computadores eram considerados
não esmoreceu e Estocolmo foi a cidade
me muitas coisas: a desenhar e construir
máquinas infernais. Por isso erámos
escolhida para estudar Ilustração e
cartazes, a usar marcadores e tintas”,
convidados a não fazer grande uso
Design Gráfico (na Konstfack University
explica. Por isso, a escolha do curso de
deles, a não ser para desenhar
College of Arts, Crafts and Design).
Design “foi muito natural”.
vetorialmente depois de já estar tudo concebido no papel”, frisa.
A ligação ao mundo do trabalho Entretanto, trabalhou com editoras e
De entre as instituições que ofereciam este curso, a UA, inserida na cidade
O design gráfico e a tipografia geraram
projetos variados de ilustração, design
de Aveiro, uma cidade de média
uma espécie de bichinho cá dentro.
gráfico e banda desenhada. Até que
dimensão, acabou por seu a sua
A ilustração também. O discurso sobre o
em 2013 venceu o Prémio Nacional de
primeira escolha, “pois aos 18 anos há
projeto era fundamental: era obrigatório
Ilustração. Atualmente trabalha por sua
medos (que entretanto se perdem)”.
saber discorrer sobre as coisas, desenhar
“conta e risco”: “Tenho livros para fazer
com sentido era demasiado importante.
e para fazer acontecer, exposições
Pensar através do desenho
A fase da pesquisa no processo criativo
para montar”. Também se dedica a
No curso de Design, marcou-a o professor
era vital para o desenvolvimento do
projetos conjuntos com outros artistas.
Pedro Bessa, que tinha com os alunos
projeto. Ainda hoje é”.
Um doutoramento poderá estar no seu horizonte, mas é-lhe difícil aceitar que em
uma relação fraternal, a professora Joana Quental, que lhe pediu para ilustrar pela
Dirigente da AAUAv
Portugal a educação não seja gratuita:
primeira vez “A menina do Mar”, de Sophia
Mas não só de estudos viveu Ana os
“Estive a estudar na Suécia dois anos, não
de Mello Breyner, e o professor Francisco
seus anos na UA. Foi dirigente da
paguei nada e as condições oferecidas a
Providência, que a ensinou que devia
Associação Académica da Universidade
todos eram excecionais!”.
acordar e deitar-se sempre a pensar no
de Aveiro (AAUAv) e diretora do jornal
“projeto” (em sentido lato): “E ensinou-me
UniverCidade, juntamente com a colega
E tendo em conta a crise que o país
sobre a importância de pensar através do
Isabel Paiva. “Nesse ano aprendi a
atravessa, “é cada vez mais difícil todos
desenho, e de fazer acontecer o desenho”.
fazer um jornal com tudo o que isso
terem um lugar no mercado de trabalho”,
implica. Também éramos nós que o
considera. Para os que agora estudam
Marcaram-na disciplinas como Tipografia e
paginávamos. E isso permitiu-nos saber
Design, Ana Biscaia aconselha a que
Ilustração. Mas foram “as grandes cadeiras
mais sobre design gráfico”, acrescenta.
desde cedo estabeleçam algum tipo de
chamadas Design de Comunicação
No ano em que esteve na AAUAv deu os
ligação ao mundo do trabalho:
(que eram as disciplinas de projeto)” a
“primeiros passos numa direção mais
“Esta ligação é fundamental para
desempenhar um papel fundamental na
política”. “Descobri amigos de outros
quem vem da universidade. Porque a
sua formação: “O primeiro ano dessa
cursos, pessoas que trabalhavam nos
universidade é um estabelecimento
disciplina foi decisivo porque tive como
vários núcleos estudantis. O espírito
de ensino que nem sempre consegue
professor de design Francisco Providência
de camaradagem e de entreajuda era
provocar relações reais e autênticas
que dava aulas que eram, para quase
grande. A aventura também lá cabia e
com o mundo cá fora e isto pode ser
todos nós, um verdadeiro espanto. Aprendi
não acabava na pastelaria…”
demasiado penoso para quem tem sede de saber mais e mais do que se passa fora
a pensar concetualmente e a representar visualmente o pensamento. Ainda hoje
Quando terminou o curso, em 2002,
da universidade”. Assim, “as portas das
as bases de design que aprendi na UA
trabalhou durante uns meses nos
universidades devem estar escancaradas
são fundamentais para a realização de
Serviços de Documentação da UA, onde
para o mundo! Porque o mundo é um
ilustrações”, acrescenta.
fez parte da equipa responsável pela
espaço poderoso!”, considera.
dezembro 2014
Pedro Rogeiro
linhas
Nascido e criado na Guarda, Pedro Miguel Rogeiro conheceu Aveiro quando aqui vinha visitar a sua irmã mais velha que estudava na UA. Apaixonou-se pela cidade e pela Academia. E as coisas não poderiam ter corrido melhor quando em 1994 concorreu ao ensino superior: engenharia mecânica era o curso há muito pretendido e, coincidência, abriu esse ano na UA. Pedro concorreu como primeira opção e entrou. E o resto é “estória”…
21
percurso antigo aluno
Da Guarda para Aveiro, com a paixão pelos automóveis no sangue A paixão pelos automóveis vem de
embora numa área mais ligada à
capacidade de ultrapassar obstáculos
pequenino, por isso sempre soube que
gestão e comercial, sendo o seu
e criar soluções”.
queria estudar algo nessa área. A UA foi
primeiro emprego diretor comercial de
a primeira opção, pela questão familiar
uma concessão Audi e Volkswagen.
Considera que os jovens que agora
e por ser “uma universidade das mais
Depois mudou de marca (para a
terminam a sua formação em
modernas e bem afamadas do país”.
Mercedes Benz), mantendo-se nas
Engenharia Mecânica estão aptos
Dos anos passados na UA, entre 1994
mesmas funções. Um ano mais tarde
a “chefiar vários departamentos de
e 2000, tudo o marcou pela positiva:
tornou-se gerente de uma concessão
empresas e a desenvolver todo o tipo
“Éramos poucos, pois só entravam 30
Mitsubishi. No entanto, sentindo
de ideias, dependendo da área em que
alunos por ano, e a primeira fornada
carência de mais conceitos de gestão,
se especializaram e, claro, da própria
ainda hoje é unida e organiza jantares.
resolveu enriquecer o seu currículo
personalidade de cada um, pois o
Houve uma pessoa que nos ajudou a
com uma pós graduação em Gestão de
curso abre muitos horizontes mas tem
todos bastante, e a mim em particular,
Distribuição Automóvel.
diferentes resultados consoante o indivíduo”, frisa.
que foi o engenheiro José Grácio, coordenador do curso, que nos
Empresário do mundo automóvel
deixou há pouco tempo, com o qual
Voltou para Aveiro e criou a sua
"Com humildade e vontade de vingar
manifesto saudade...”
primeira empresa, a Primagama,
depressa se sobe na cadeia de valor
a qual comercializava automóveis
de uma empresa"
Relativamente ao curso, considera
de gama alta, novos e usados. Após
Assim, deixa alguns conselhos a quem
que este incluía muitas disciplinas
três anos de existência criou o
agora pretende entrar no mercado de
ligadas diretamente à sua paixão – os
departamento pós venda com uma
trabalho: “Que aproveitem todas as
automóveis, como Máquinas Térmicas,
oficina. Criou ainda outras empresas
oportunidades que lhe forem dadas pois
Termodinâmica, Materiais, Mecânica
de automóveis associadas ao nome
para se ser bom em qualquer função
dos Sólidos, entre outras. “No entanto,
Primagama e hoje tem mais três
tem de se passar por cargos inferiores,
o curso deu-me bases fundamentais
empresas de áreas diferentes.
que não são desprestigiantes nem uma perda de tempo. A ideia de acabar um
para encarar qualquer profissão ligada à mecânica, sendo muito vocacionado para
Neste momento, e face à conjuntura
curso e sermos colarinhos brancos está
automação e tecnologia. O curso estava
económica, no seu dia-a-dia enquanto
ultrapassada”, considera. E acrescenta:
bem integrado geograficamente face
gestor e empresário faz “um pouco
“Com humildade e vontade de vingar
ao tecido empresarial da zona”. Assim,
de tudo”. “O organigrama de valor da
depressa se sobe na cadeia de valor
a UA “superou” as suas expectativas
empresa deveria ser reforçado com
de uma empresa”.
em “instalações, métodos de ensino,
mais funções de chefias nos vários
maquinaria e equipamento, ambiente
departamentos, mas a margem que
E as universidades podem “dar uma
académico entre outros pontos”.
temos não permite que tenhamos esse
mãozinha” na integração dos alunos
espaço no organigrama da empresa,
no mercado de trabalho e, principalmente
Mas os tempos universitários de
sobrecarregando as funções do
no contexto económico atual, incentivar
Pedro Rogeiro incluíram ainda uma
empresário”, afirma.
os jovens a criar o seu próprio emprego: “As universidades têm dado esse
passagem de um ano pela Magna Tuna Cartola, da qual só guarda “fantásticos
O empreendedorismo está-lhe, assim,
contributo nas ações desenvolvidas
momentos e boas recordações!”
no sangue. A experiência académica
pelas incubadoras de empresas,
na UA, no seu todo, contribuiu
manifestando vontade de se juntarem
Com o empreendedorismo no sangue
para que adquirisse competências
também às micro e pequenas empresas
Quando terminou a sua formação
como “planeamento, organização,
e não apenas às grandes”, conclui.
na UA enveredou pelos automóveis,
desenvolvimento do intelecto,
linhas
dezembro 2014
Isabel Martins “A educação em ciências é um valor público” Isabel Martins é uma figura incontornável na mudança do paradigma do ensino das ciências em Portugal. Licenciada em Química (Universidade de Coimbra, 1971), docente da UA desde 1981, professora catedrática no Departamento de Educação, aposentada em 2011, dedicou grande parte da sua vida profissional à formação de professores e investigação sobre o ensino experimental e contextualizado das ciências. Coordenou a equipa que elaborou os programas de Química para o ensino secundário (2002/04), o Programa de Formação de Professores para o ensino experimental das ciências no 1.º ciclo (2006/10) e, mais recentemente, o projeto de reestruturação curricular do ensino secundário geral de Timor-Leste. Foi Vice-reitora para a pós-graduação e assuntos científicos. O seu percurso começou em Coimbra, mas foi na UA que encontrou o “seu” lugar e onde deixa o seu legado para o futuro.
23
É natural de Coimbra. Como foi a sua infância e adolescência na “cidade dos estudantes”? Nasci na freguesia da Sé Nova, onde o meu pai e os meus filhos também nasceram! Na minha infância, uma das coisas que cedo me despertou a atenção foi querer ser professora. Entrei na escola em 1954. Gostei do ambiente, apesar
“Os acontecimentos mais marcantes da minha vida foram o nascimento dos meus filhos e o 25 de abril”
entrevista
por convite e ele era feito com base no mérito académico. Assim, penso terem sido fundamentais para o convite para assistente que tive imediatamente a seguir a terminar o curso, todo o trabalho enquanto estudante e monitora. Acabou o curso e foi assistente durante vários anos. Mas depois
de naquela época ser muito diferente do
resolveu fazer a profissionalização
atual. O conceito de instrução primária
para poder dar aulas no ensino
era bastante distinto do conceito de
Como foi a vida de estudante
secundário… Porque resolveu fazê-lo?
educação que defendemos para a escola
em Coimbra? As turmas,
Esse é um período um pouco mais
atualmente. Na escola pública onde andei
as convulsões académicas…
complexo, pois entretanto aconteceu o
o ensino era masculino ou feminino.
Esse período foi bastante conturbado.
25 de abril de 1974. Esses anos foram
Entrei no Liceu Nacional Infanta D. Maria,
A consciência dos estudantes sobre
muito complicados na Academia.
um liceu feminino que tinha uma reitora
a situação política do país era muito
Eu tomei posições absolutamente
e todo o corpo docente feminino. Vi isso
profunda. A academia de Coimbra teve
favoráveis ao 25 de abril, à inovação,
como algo normal porque nunca tinha
uma forte consciência política sobre o
à renovação. Identifiquei-me
conhecido outra realidade. A disciplina
regime de então e envolveu-se em muitas
profundamente com o 25 de abril.
era rígida e existiam regras no modo de
lutas. Os acontecimentos de maio de 68
Costumo dizer que as coisas mais
vestir e no comportamento. Mas gostei
em Paris, estava eu no 3º ano, também
marcantes da minha vida foram o
sempre da escola e costumo dizer que
se repercutiram em Coimbra. Quando
nascimento dos meus filhos e o 25
nunca saí da escola!
deflagrou a crise académica de 1969
de abril! O que aconteceu foi que na
houve muita instabilidade e perturbação.
reintegração dos professores que
Depois deste percurso tão rígido,
A associação de estudantes tinha
tinham sido saneados no pós-25 de
porque decidiu ser professora
posições com as quais nem todos os
abril, em 1978, o “clima” tornou-se muito
e porquê Química?
alunos concordavam mas que envolviam
complicado. Então, oito assistentes do
Aos 10 anos tínhamos de escolher se
todos. Foram momentos difíceis e em
Departamento de Química resolveram
íamos para o ensino liceal ou se íamos
que nos empenhámos bastante. Não
sair, porque não concordavam com
para o ensino técnico. Escolhi o ensino
protagonizei nenhum movimento em
algumas decisões tomadas pelos
liceal, ideia que a minha família apoiou.
especial, embora tivesse acompanhado
professores reintegrados. Saímos para
Durante a minha formação geral foi muito
essas lutas, sobretudo porque o meu
fazer a profissionalização no ensino
claro para mim a preferência que tinha
marido, na altura namorado, era muito
secundário. Fi-lo na Escola Secundária
pela área das ciências. E também gostei
ativo nesse campo.
José Falcão, também em Coimbra. Tive uma orientadora extraordinária,
muito de Matemática. Foi sempre um campo apaixonante para mim. Portanto,
Como é que via o seu futuro,
Natália Cruz, que me ajudou a perceber
quando cheguei ao 5º ano do ensino
nessa altura? O que antevia?
que para se ser professor não bastava
liceal, escolhi sem dificuldade nenhuma
Tive o privilégio de durante o meu
saber os conteúdos que se lecionava.
as ciências. No final do ensino secundário
tempo de estudante ter sido sinalizada
Era preciso saber muito mais e que isso
tínhamos exames nacionais por disciplina
positivamente pelos meus professores
tinha de se estudar e aprofundar. A ideia
e no de Matemática eu tive 20 valores
e, como era uma aluna com muito bom
vigente era a de que os conhecimentos
na prova oral, uma nota singular naquele
aproveitamento, durante o último ano do
científicos e a prática bastavam para
liceu. Recordo-me muito bem desse
curso fui convidada para ser monitora
ser um bom professor. Eu vinha de um
dia, em julho de 1965. A professora
no Departamento de Química, na área
nível de ensino com matérias de maior
examinadora e o júri disseram que eu
de Química Orgânica. Com o professor
complexidade e, nesse sentido, apenas
tinha superado todas as expectativas
Manuel Alves da Silva, um dos primeiros
teria de adaptar os conteúdos àquele
que poderiam ter e questionaram-me até
especialistas em Portugal em Química
nível de ensino. Mas não era assim. Isso
sobre a minha opção para o futuro. Preferi
Têxtil, esse meu ano de monitora foi
levou-me a fazer o que fiz depois nos
Química porque assim também estudaria
como que um estágio para uma situação
anos 1980: investigação em educação e
Matemática. A escolha de Coimbra foi
de assistente. Nessa altura, antes do 25
um doutoramento na área da Educação
natural por ser a minha cidade.
de abril, as pessoas acediam aos lugares
em Química.
linhas
dezembro 2014
Depois da profissionalização, como surgiu a oportunidade de voltar ao ensino superior e à UA em específico? Em 1980/81 fui colocada, por requisição, na Escola Secundária José Estevão, aqui em Aveiro, para receber e orientar a primeira aluna estagiária da Licenciatura em Ensino de Física e Química da UA, a professora Isabel Malaquias. Por parte da UA eram orientadores a professora Marília Fernandes Thomaz, do Departamento de Física, e o professor Júlio Pedrosa, do Departamento de Química. Ele tinha sido meu colega assistente em Coimbra… Nas reuniões e encontros de trabalho durante esse ano, perguntou-me muitas vezes se não queria regressar à universidade, agora em Aveiro. Eu ponderei… Recebi
Jantar de finalistas da Licenciatura em Química, com professores – Faculdade de Ciências, Universidade de Coimbra, maio 1970 (quinta a contar da direita, na primeira fila em pé)
o convite formal da UA e respondi afirmativamente. Fui contratada como assistente convidada em regime de
de Didática e Tecnologia Educativa.
porque alguém tinha confiado em
requisição para o Departamento
Paralelamente fazia investigação para
mim. Portanto, se a Reitora da UA me
de Química.
fazer o meu doutoramento em Educação
convidava é porque confiava no trabalho
em Química. Fui o 30.º doutorado na
que poderia fazer. E convidou-me para
UA, a 4 de janeiro de 1990!
a área da pós graduação, um domínio
Impôs alguma condição para aceitar?
ao qual eu prestava muita atenção
A única condição que impus foi trabalhar, investigar e fazer um
Mais tarde, como surgiu
naquela altura. Eu partilhava a ideia de
doutoramento em Educação em
a oportunidade de integrar a equipa
que o desenvolvimento da sociedade iria
Ciências e em Química em particular.
reitoral de Helena Nazaré?
depender cada vez mais da formação
O professor Júlio Pedrosa disse-me
Recebi um convite direto da senhora
académica e que a formação ao nível
que tinha um colega a acabar um
Reitora.
da licenciatura não seria suficiente para o desenvolvimento do futuro. Esta era
doutoramento em Inglaterra nesta área, o professor Cachapuz. Assim, numa das
Deu-lhe logo uma resposta positiva?
uma área emergente nas preocupações
visitas que ele fez a Aveiro conversámos
Teve de refletir muito?
dos dirigentes universitários, pós a
e iniciámos trabalho.
Quando fui convidada para a função,
Declaração de Bolonha. Por isso, aceitei
tinha um percurso nesta universidade
para poder apresentar ideias e contribuir
Durante os anos em que trabalhou
que não era só de docência e
para o desenvolvimento da instituição.
nesta área, alcançou os objetivos a
investigação. Tinha desempenhado
que se propôs? A UA proporcionou-lhe
cargos diretivos no departamento,
Que balanço faz desses anos?
as condições ideais para isso?
funções de direção de cursos, de
Foram anos muito desafiadores,
Acho que fiz na UA aquilo que quis
criação de cursos de mestrado,
de muita dedicação, mas em que
em cada época porque me foram
vice presidente do CIFOP, tinha sido
me satisfiz com o rumo de algumas
dadas condições para isso através
responsável pela Secção Autónoma de
decisões e com o facto de outras
da confiança depositada em mim. Os
Didática e Tecnologia Educativa (antes
terem de ser reconsideradas. Não
anos 1980 foram anos de iniciação à
de ser departamento). Portanto, tive
faço balanços negativos da minha
investigação, anos em que entrei num
outros cargos mais ligados à gestão.
vida porque vivi cada época no seu
mundo que não conhecia… Mas foram
Quando a professora Helena Nazaré me
momento. Quando faço uma retrospetiva
anos em que sempre trabalhei na
convidou, fiquei surpreendida porque
faço-o procurando não analisar o
docência e na formação de químicos
não esperava, mas senti-me muito
momento com os olhos de hoje, mas da
aqui na UA. Ainda no início dos anos 90
honrada por ela me ter escolhido entre
época. Acho fundamental sabermo-nos
dei aulas de Química no Departamento
tantas pessoas! Não decidi na hora,
situar na época em que vivemos cada
de Química já estando no Departamento
mas não demorei muito tempo. Aceitei
um desses momentos. Sou da geração
25
entrevista
que assistiu à chegada do primeiro
região um programa de formação e
homem à lua: tinha 21 anos e assisti em
de acompanhamento dos professores
direto na televisão… A minha geração
e as crianças aprenderam ciência de
assistiu a coisas incríveis e eu procuro
um modo experimental. Este programa
apreciar cada época no seu tempo.
envolveu milhares de professores e mais de 100 mil crianças. O programa terminou, mas os guiões didáticos
“A minha geração assistiu a coisas incríveis!”
concebidos continuam disponíveis online, cerca de 900 páginas, para o uso de professores. Mas houve outros projetos que me apaixonaram: a elaboração dos currículos de Química para o ensino secundário, também a convite do ministério da Educação,
E que balanço faz da sua vida
entre 2002 e 2004. Também coordenei
profissional aqui na UA, enquanto
essa comissão nacional. Abordava-se a
docente e investigadora?
Química numa perspetiva diferente: uma
A investigação é, porventura, aquilo
química dos “conceitos em contexto”,
que mais me marcou pelas áreas de
segundo temas socialmente relevantes,
conhecimento que fomos aprofundando
uma perspetiva de abordagem das
ao longo dos anos. A importância
ciências que preconizamos. Trata-se
da educação em ciências nos
do ensino CTS: ciência, tecnologia e
primeiros anos de escolaridade foi-se
sociedade. Ainda nesta perspetiva,
afirmando. Julgo que no Departamento
também me orgulho muito da
de Educação, com o grupo de
organização dos seminários ibéricos
investigação criado, desenvolvemos
CTS (desde 2008, ibero-americanos)
investigação sobre ensino de ciências
e que de uma forma regular se têm
nos primeiros anos e formação de
ciências e ciência ligada a contextos da
realizado de dois em dois anos, tendo
professores pioneira a nível nacional e
vida diária, porque são esses contextos
o primeiro tido lugar na UA, em 2000.
de acordo com padrões internacionais.
que nos mostram mais a proximidade
Em 2010 constituímos a Associação
Construímos aqui conhecimento sobre
entre ciência e cidadania: como é que
Ibero-Americana CTS de Educação
como os professores devem trabalhar
a ciência nos ajuda no dia a dia e nos
em Ciências. Fui eleita presidente em
com as crianças, que recursos didáticos
ajuda a tomar decisões.
2012, uma responsabilidade agora em contexto internacional.
devem disponibilizar, que ambientes de formação devem existir e como
Destaca algum projeto profissional
deve ser a formação de professores.
em específico ao longo da sua
Fale-nos um pouco sobre o projeto
A educação em ciências é hoje uma
carreira?
de Timor-Leste
área de conhecimento absolutamente
Destaco o Programa de Formação de
Em março de 2009 recebi um telefonema
fundamental e prioritária. Costumo
Professores para o Ensino Experimental
do Doutor Carmelo Rosa, da Fundação
dizer que a educação em ciências é um
das Ciências no 1.º Ciclo. Coordenei
Calouste Gulbenkian, que tinha sido
valor público. Porque é o conhecimento
a comissão nacional que o desenhou
contactado pelo Ministério da Educação
que nos afasta das crenças. A ciência
e acompanhou entre 2006 e 2010,
de Timor-Leste para, em parceria
dá-nos conhecimentos para termos
a convite da ministra da Educação
financeira com o Instituto Português de
práticas de cidadania mais corretas,
Maria de Lurdes Rodrigues. Foi um
Apoio ao Desenvolvimento, desenvolver
para tomar decisões informadas.
programa absolutamente extraordinário
um projeto de reestruturação curricular
Sempre privilegiei o que é que, em
em termos do impacto que teve! Foi
do ensino secundário geral de Timor-
termos de práticas de formação de
desenvolvido com quatro universidades
Leste. Para isso, ele precisava de uma
professores, pode ajudá-los melhor
e 14 politécnicos, as instituições
instituição de ensino superior, com
desde os primeiros anos de formação
que em Portugal continental se
prática de formação de professores,
a despertar o gosto pela aprendizagem
ocupavam da formação inicial de
que se responsabilizasse pela parte
das ciências e eles próprios adquirirem
professores deste nível. Estas 18
científica do projeto. Eu nunca tinha ido
ferramentas para melhor ensinarem
instituições desenvolverem na sua
a Timor-Leste, não conhecia o país…
linhas
dezembro 2014
Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, o meu último desafio foi coordenar uma linha temática transversal deste centro na candidatura ao último concurso de avaliação da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Portanto, continuarei a desenvolver projetos de investigação que permitam que possamos continuar a investigar nesta área. Continuo a escrever, a participar em conferências… Considero-me uma pessoa no ativo, embora não tenha responsabilidade de lecionação. Mas serão sempre os outros a avaliar a minha utilidade. Estarei disponível para Com o ministro da Educação de Timor Leste, diretor Geral da Educação, diretor Nacional do Currículo e colegas da UA, em Díli, julho 2011.
responder aos desafios que me quiserem lançar. Tenho muito orgulho nas equipas que deixo aqui, pessoas que fizeram
Como poderia fazer isso? Eu, que
iniciou-se o 10.º ano, em 2013 o 11.º e
a sua formação aqui na UA. Já tenho
defendia um ensino contextualizado, um
em 2014 o 12.º ano. Apesar de todas as
vários “netos académicos” (pessoas que
ensino em que os professores tinham
limitações existentes, vemos como muito
já fizeram doutoramentos com pessoas
de ser conhecedores da realidade que
positivo existirem hoje todos os manuais
por mim orientadas)!
os envolvia… Falei em primeiro lugar
impressos e estes estarem nas mãos
com o Ângelo Ferreira (assessor da
de muitos alunos. Manuais que foram
Reitoria), a pessoa que eu conhecia que
escritos por uma equipa de mais de 60
mais conhecia de Timor-Leste. A minha
pessoas que trabalhou neste projeto de
resposta foi positiva com a condição
2010 a 2013 e dos quais 40 conheceram
de o Ângelo estar no projeto, como
a realidade do país, para elaborarem
coordenador-adjunto. Foi com ele que
os programas de 14 disciplinas “para”
aprendi o que é Timor-Leste. Com ele
Timor-Leste… Isto foi um trabalho
e com a Gillian Moreira (professora no
“com” Timor-Leste no sentido alargado:
Departamento de Línguas e Culturas)
com responsáveis do Ministério da
fizemos a primeira visita exploratória
Educação, com diretores de escolas,
Como gostaria de ver a UA daqui a 10,
a Timor-Leste onde tive o primeiro
com professores e com alunos.
20, 30 anos?
contacto com a realidade daquele
Fazer isto é muito diferente de receber
Gostaria de ver a UA como uma
país. Foi a semana mais intensa da
uma encomenda e entregar um
universidade do seu tempo; um motor
minha vida, em julho de 2009! Entrei
trabalho feito a distância. É um projeto
de desenvolvimento da região, do país e
numa sociedade e numa realidade
apaixonante e aliciante onde ainda há
da comunidade científica internacional;
onde nunca tinha estado e onde tudo
muito para fazer. Não tenho palavras
que o nome da UA exista no mapa
era tão diferente. Depois dessa visita
para descrever o que representou em
das instituições universitárias a nível
definimos as disciplinas que deveriam
termos de desafio o conseguir um
internacional e que a UA tenha sempre
constar do plano de estudos, escolhi os
produto útil para os timorenses, um
pessoas que nela acreditem e que,
coordenadores das disciplinas e cada
produto feito “com” eles e “para” eles!
sobretudo, o país saiba aproveitar
coordenador escolheu os membros
“Estarei disponível para responder aos desafios que me quiserem lançar”
o potencial que ela representa; que
da sua equipa. Elaborámos o plano
O que ficou por fazer na sua vida
se tenha sobre a importância das
curricular, depois os programas das 14
profissional, agora que se aposentou?
universidades em Portugal não apenas
disciplinas e para cada ano e disciplina
Ficou por fazer aquilo que não fui
a perspetiva de se recorrer àquelas que
um manual para o aluno e um guia
chamada a fazer! A minha carreira não
estão mais próximas, as da capital, mas
para o professor. Isto deu no total 84
terminou, no sentido em que continuo
que não se esqueça que o resto do país
volumes e 11500 páginas originais.
ativa para responder a todos os projetos
existe e que Aveiro, embora seja uma
Este ano completa-se o 1.º ciclo de
em que me queiram envolver: continuo
cidade pequena, tem uma comunidade
implementação do projeto: em 2012
membro do Centro de Investigação
científica muito importante.
27
cultural
UA é um dos parceiros da Orquestra Filarmonia das Beiras
A grande música quer entrar nos lares sem perder a solenidade reservada aos mestres compositores Uma média de 75 concertos por ano, atividades para crianças, jovens e famílias, concertos com obras de grandes compositores e outros com nomes conhecidos do grande público. A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) desdobra-se em várias frentes, porque levar música às pessoas “é mais difícil do que parece”, reconhece o diretor artístico e maestro, António Vassalo Lourenço. Mas, o maestro salienta que o esforço tem sido compensado, pois tem sentido o “crescimento do público”. A 15 de dezembro de 1997, no mesmo dia em que a UA completava 24 anos, a
A OFB, no seu formato habitual com
OFB dava o primeiro concerto. A estrutura fora criada no âmbito de um programa
inclusão de sopros e percurssão, está
governamental para a constituição de uma rede de orquestras regionais, tendo como
particularmente vocacionada para
fundadores diversas instituições e municípios da região centro, associados
interpretar obras de compositores do
da Associação Musical das Beiras, que tutela a orquestra.
século XVIII e da primeira metade do século XIX, como por exemplo Bach,
O interregno, consequente reformulação do projeto e reajustamento do número de
Mozart, Haydn, Beethoven, Mendelssohn
membros, durante o ano de 2004, veio estabelecer um antes e um depois, uma fase
e Schubert, não deixando de dar atenção
de arranque e um reinício em 2005. O equilíbrio das finanças durante os primeiros
a obras do século XX e a compositores
dois anos após o reinício, abriu caminho ao investimento na melhoria artística do
portugueses para este tipo de formação.
projeto com a contratação de mais músicos, mas em número bastante inferior ao que tinha na primeira fase. A OFB tem, hoje, um efetivo de 23 músicos de cordas que pode
A estrutura é financiada em 50 por
aumentar com outros grupos (naipes) de instrumentos, consoante as necessidades do
cento pelo Orçamento de Estado.
repertório. Seis dos membros mantêm-se desde a formação inicial: André Fonseca,
A restante parte do orçamento é
Agnese Bravo e Elitza Mladenova, nos primeiros violinos, Daniel Matys, nos segundos
garantido pelos protocolos com os
violinos, Daniel Leão, nas violas, e Alberto Restivo, nos violoncelos.
parceiros, onde se inclui a UA, em troca
linhas
dezembro 2014
de um certo número de atuações, pela
página do Facebook da OFB e
venda de concertos e pelos patrocínios.
de pedidos de envio da newsletter
A OFB é das três orquestras regionais
parecem confirmar esta perspetiva
portuguesas a que recebe uma
apresentada pelo maestro que dirige
verba mais baixa do Estado, tem um
a OFB desde 1999.
público que oscila entre os 40 e os 45 000 espetadores e uma média de
“O grande desafio é puxar as pessoas
75 concertos por ano. Apresenta-se,
para dentro da sala de concerto, porque,
essencialmente, na região das Beiras,
uma vez lá, gostam e, provavelmente
pelo compromisso que assumiu em
vão voltar”, afirma o diretor artístico da
divulgar a música erudita na sua
OFB. Por isso, não tem dúvidas: “Tem
região e em contribuir para a formação
de haver mecanismos para chamar
de novos públicos. No entanto, tem
pessoas, o que implica ter uma parte da
realizado concertos fora desta área,
programação mais apelativa, sem nunca
atuando a norte e sul da região de
– e disso nunca abdicarei!... – deixar de
maior influência, com concertos em
levar às pessoas a música para a qual
Almada, Barreiro, Braga, Fafe, Fronteira,
esta Orquestra foi formada e pensada:
Guimarães, Lagos, Lisboa, Porto,
a música sinfónica do grande repertório
Sintra, entre outros locais.
‘erudito’, ‘clássico’ ou ‘sério’… ”.
Acompanhar e enriquecer
De pequenino…
outros géneros
“Toda criança é sensível à música – a
“Porque as orquestras não podem
todo tipo de música. Meu pai, muito
continuar fechadas na sua sala de
mais culto nesta arte que a maioria
concertos à espera de um público que
dos aficionados, soube desenvolver os
não se tem renovado o suficiente e não
meus gostos e estimular precocemente
têm de se manter herméticas dentro
a minha paixão.”, disse um dia o famoso
de certos géneros”, nas palavras do
autor do “Bolero”, Maurice Ravel
diretor artístico, a OFB tem atuado com
(“Esquisse autobiographique”, 1928).
nomes bem conhecidos da cena musical
Ravel teve um pai que lhe mostrou o
nacional e internacional, diga-se, mais
caminho. E as outras crianças que não
popular, como os James, Camané,
têm pais com sensibilidade musical ou
Carminho, Paulo de Carvalho, Rui Veloso,
apreciadores deste tipo de música que
Ivan Lins, Mário Laginha, Marisa, entre
gerações e gerações de criadores foram
outros. Um trabalho que se faz “por
aprendendo, construindo e ensinando,
convicção” e “gosto pessoal”, reconhece
especialmente desde o século XVIII?
o maestro, mas também porque
A OFB tem vindo a dedicar-se também
enriquece a prestação desses artistas e
à formação de novos públicos, a
porque pode chamar mais pessoas para
começar pelos mais jovens. Programas
a restante atividade da OFB.
anuais como “Música na Escola”, com atividades participadas pelos
“A OFB é muito mais conhecida desde
alunos nas comunidades educativas,
há quatro ou cinco anos, apesar
culminando com um concerto para toda
de ter sido constituída em 1997!”,
a família no fim, ópera especialmente
salienta António Vassalo Lourenço.
pensada para as crianças; o programa
“Quando começámos, há uns anos, os
“À conversa com a Música”, em que
espetáculos eram gratuitos. Entretanto,
a música é explicada e ouvida em
os espetáculos passaram a ser pagos,
ambientes informais, são exemplos
mesmo assim sabemos que já não
desta preocupação em cativar os mais
vamos atuar para uma sala vazia! Temos
novos para chegar às famílias e
vindo a sentir o crescimento de público!”.
aos adultos.
O crescente número de seguidores na
1º Violinos Andriy Slabodukh, Elitza Mladenova, Agnese Bravo, Flávio Azevedo (ausentes: o concertino André Fonseca e Kinga Switaj).
2º Violinos Ana Rufino, Luís Trigo, Daniel Matys, Mafalda Vilan (ausente: Juliana Sousa).
Violas Carina Rocha, João Tiago, Judit Bank, Daniel Leão.
Violoncelos Svitlana Gavrikova, Raquel Andrade, Aliaksandr Znachonak, Alberto Restivo.
Contrabaixos Bruno Rodrigues e Hugo Correia.
29
cultural
André Fonseca, 41 anos, é concertino da OFB, ou seja, é o imediato hierárquico do maestro titular, no plano artístico. Está qualificado para desempenhar as funções inerentes à preparação e execução do repertório, incluindo a realização de solos, sendo ainda responsável pela manutenção André Fonseca concertino e um dos membros iniciais
do nível artístico global da orquestra, particularmente da secção de cordas e dos primeiros violinos, quer a orquestra atue na sua formação máxima ou desdobrada em programas diferentes. André é um dos seis membros iniciais, entrou em dezembro de 1997, ainda com o maestro Fernando Eldoro
António Vassalo Lourenço, diretor artístico da OFB, dirige um ensaio.
como diretor artístico.
Há também colaborações e estágios para alunos das escolas
O violinista realça que atuar numa orquestra
de música da região (incluindo coros) que também pode
é fazer parte de um trabalho de uma
englobar a componente de coro. A criação do Estúdio de Ópera
equipa, liderado pelo diretor artístico que
do Centro, no âmbito da atividade da OFB, projeto que já teve
tem conseguido, "com grande grau de
apoio da Direção Geral das Artes, permite apresentar uma outra
competência e criatividade, projetar a OFB
oferta de espetáculos numa região que, sem esta iniciativa,
no panorama nacional e regional". Considera
raramente aqui chegariam. Embora atualmente sem apoio da
toda esta dinâmica e os programas que
administração central, o Estúdio de Ópera do Centro garante,
vão ao encontro dos diferentes públicos
pelo menos, uma produção do grande repertório operático e
formas de responder à crise que afetou a
uma outra especialmente dirigida ao público infantil, por ano.
economia, a sociedade e também a cultura, resposta essa que tem de ser continuada.
OFB também forma
O concertino não tem dúvidas que a OFB é,
Da atividade da OFB destacam-se ainda os cursos de
hoje, um projeto “com pernas para andar”.
formação. Do Curso Internacional de Música Vocal, incluindo técnica vocal, concerto, direção coral, Alexander Technique e ópera, a vertente de ópera é a mais procurada, englobando aulas de cena e duas récitas, no final, com orquestra. Juliana Sousa, 27 anos, é segundo violino,
O Curso Internacional de Arte Orquestral inclui Estágio e Direção
entrou na OFB em 2012, e é um dos antigos
de Orquestra, sendo o primeiro especialmente vocacionado
alunos da UA que a integram.
para alunos dos últimos anos dos Conservatórios ou de cursos profissionais e superiores de Música. A vertente de Direção
Juliana diz gostar de trabalhar em orquestra.
de Orquestra, coordenada pelo maestro Ernst Schelle, é uma
Considera que os programas para públicos
oportunidade rara para formandos deste nível de ensino em Portugal, que permite uma experiência de Direção com um coletivo de 60 músicos aproximadamente (a estrutura habitual da OFB, alargada com músicos do estágio de Orquestra).
diversificados têm sido uma boa experiência. Juliana Sousa segundo violino, entre os membros mais recentes
Os concertos com os cantores e músicos mais populares, por exemplo, são um desafio para eles próprios e para os membros da OFB.
Apesar de toda esta atividade em que a OFB se desdobra,
Tal como outros músicos, tem participado em
o diretor artístico lamenta que a esmagadora maioria dos
programas direcionados para as famílias e para
municípios das Beiras, embora tenham grupos e organizações
os mais novos, sendo “muito curioso olhar para
que desenvolvem alguma atividade musical, não adiram a
as crianças e perceber como veem o mundo;
estes programas concebidos profissionalmente e, portanto, as
as suas reações entusiasmadas são curiosas e
respetivas populações não possam usufruir deles. “Esse é o lado
gratificantes para os músicos”.
preocupante” de todo este trabalho, lastima.
linhas
dezembro 2014
UA e China: um enorme abraço com mais de três décadas de parcerias Novembro de 2014. A UA aterra na China integrada na missão empresarial que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) levou à província de Zhejiang. Na viagem de regresso, o Vice-reitor Carlos Pascoal Neto trouxe na mala uma mão cheia de oportunidades de cooperação com Zhejiang, nomeadamente na área do Mar e dos Materiais. No mesmo mês, o Campus de Aveiro recebe uma comitiva com alguns dos mais sonantes cientistas da Universidade de Zhejiang. O nome da conferência em que vieram participar diz tudo de uma relação cada vez mais umbilical: "Aveiro and Zhejiang Universities: building a long term cooperation and new ventures in Marine Sciences and Technology". As viagens de novembro não foram
de Engenharia Cerâmica e do Vidro
organizações chinesas que nessas áreas
as primeiras, nem serão as últimas,
(hoje Departamento de Engenharia de
tivessem níveis elevados de qualidade
na decana ponte que desde os anos
Materiais e Cerâmica) acolheu vários
académica”, recorda Carlos Rodrigues,
80 a UA e a China têm construído em
investigadores chineses pela ação do
Coordenador do Centro de Estudos
conjunto. A história de 500 anos de
professor Lopes Batista. A chegada dos
Asiáticos (CEA) da UA. O também diretor
relações luso-chinesas, onde se salienta
cientistas dava-se então ao abrigo do
do Mestrado em Estudos Chineses
a presença e influência portuguesa em
esforço de internacionalização que a UA
lembra que “a área dos materiais emergiu
Macau, que criou uma indelével relação
iniciou logo após a adesão de Portugal
então como um domínio de afinidade
de afetividade com a cultura chinesa e,
à CEE, altura em que a academia olhou
privilegiado e a Universidade de Zhejiang,
naturalmente, o papel que o povo chinês
para a China e percebeu que, face às
designadamente o seu departamento
tem assumido num mundo cada vez mais
respetivas transformações sociais e
de Ciências e Engenharia dos Materiais,
globalizado, quer em termos económicos,
económicas em curso, havia todo um
como sede de dinâmica de investigação e
demográficos, científicos ou culturais,
potencial de cooperação por explorar
desenvolvimento notável”.
deram o mote ao lançamento da primeira
naquele país asiático. Dos contatos estabelecidos entre Lopes
pedra dessa ponte intercontinental. “A estratégia asiática foi estruturada
Baptista, hoje professor jubilado, e Yin
O alicerce primordial foi cimentado nos
em Aveiro no sentido da identificação
Pan, prestigiado cientista da Universidade
anos 80 quando o então Departamento
de áreas científicas de afinidade e de
de Zhejiang, resultaram as primeiras
31
parcerias em projetos científicos e
Também no Departamento de Eletrónica
pedagógicos entre a UA e a China. Estas
e Telecomunicações (DETI) e no
envolveram a vinda para o Departamento
Instituto de Telecomunicações decorre
de Engenharia Cerâmica e do Vidro de
um contato estreito com um grupo de
docentes, cientistas e estudantes não
investigação da Beijing University of Post
só daquela academia como também de
and Telecommunications. A ligação tem
outras instituições chinesas, como foi o
sido concretizada em vários projetos
caso da Universidade de Pequim.
bilaterais na área das telecomunicações por fibra ótica que têm permitido a troca
Três décadas depois, a área dos
de investigadores e de ideias das quais
materiais continua a ser um palco
resultaram várias publicações científicas.
dossier
Alguns dos mais sonantes cientistas do Ocean College da Universidade de Zhejiang (China) em visita à UA com o objetivo de identificarem oportunidades de colaboração na área do Mar.
privilegiado de cooperação entre a UA e a China, nomeadamente no âmbito das
Na área das Geociências, o investigador
atividades do Centro de Investigação
da UA Luís Menezes Pinheiro tem
em Materiais Cerâmicos e Compósitos
trabalhado, desde há vários anos, com um
(CICECO) da academia. Uma parceria
grupo de cientistas do Instituto Geofísico
que pode ser medida nas quase 400
da Academia de Ciências de Pequim e do
publicações da UA realizadas em
South China Sea Institute of Oceanology
coautoria com cientistas chineses ou na
da Academia Chinesa de Ciências.
incontável elaboração de propostas de investigação conjuntas.
Ensino do mandarim pela UA é referência nacional
Cooperação em múltiplas áreas
E porque é através da língua que nos
científicas
entendemos, as estruturas pedagógicas
Se os Materiais deram um primeiro
da UA, nos últimos anos, têm feito uma
impulso ao abraço entre a UA e a China,
forte aposta quer no ensino do mandarim
um gesto que, como veremos à frente,
aos respetivos estudantes e comunidade
extravasou de forma mais visível para
em geral, quer no ensino do português a
o ensino das línguas, para a área do
estudantes chineses.
O Vice-reitor Carlos Pascoal Neto (à frente, o terceiro a contar da esquerda) na China com a missão empresarial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Turismo e para os Estudos Asiáticos, este foi igualmente aproveitado pela
Nesse sentido, os resultados são
academia para o consolidar noutros
avassaladores. Mais de 700 estudantes
domínios científicos, do ambiente às
portugueses da academia de Aveiro
telecomunicações, passando pelas
já aprenderam a escrever e a falar
ciências da Terra.
chinês desde que o ensino de mandarim, pela primeira vez numa
O Departamento de Ambiente e
universidade portuguesa, passou
Ordenamento, por exemplo, tem
a integrar as unidades curriculares
aproveitado a relação privilegiada
dos cursos de Línguas e Relações
da UA com instituições científicas
Empresariais (Licenciatura e Mestrado
chinesas para avançar, constantemente,
do Departamento de Línguas e Culturas
com projetos de cooperação nas
(DLC) e de Estudos Chineses (Mestrado
componentes de investigação e
do Departamento de Ciências Sociais,
formação com a Faculdade de
Políticas e do Território).
Jovens chineses da Guizhou Normal University estudam no Advanced Course on Tourism and Hospitality Studies do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial.
Ciências e Tecnologia da Universidade de Macau, com a Northeast Electric
Desafiada em 2012 pela Câmara
Power Corporation of China ou, no
Municipal de João da Madeira a
âmbito do Joint European Master
apresentar um projeto de ensino de
in Environmental Studies – Cities
chinês ao 1º ciclo, a UA também ministra
& Sustainability, a Beijing Normal
hoje o mandarim a cerca de 900 crianças
University e a China Beijing University
do 3º e 4º ano do 1.º ciclo do ensino
of Technology.
básico daquele município, um projeto que
O Departamento de Línguas e Culturas tem, neste ano letivo, cerca de 60 estudantes de nacionalidade chinesa.
linhas
dezembro 2014
vai ser alargado, em janeiro de 2015 ao 5.º ano do ensino básico. Muito do sucesso da iniciativa que, por isso mesmo, pode vir a ser alargado a outros concelhos e a novos graus de ensino, deve-se a Wang Suoying, docente no DLC. “Graças ao trabalho conjunto da direção do Departamento, das duas leitoras de chinês – eu e a minha colega Mai Ran, que também tem trabalhado muito para este projeto - e dos docentes envolvidos, além dos esforços da Câmara [de São João da Madeira], das autoridades da educação e das escolas envolvidas, o projeto está a ter êxito”, congratula-se Wang Suoying.
Com a responsabilidade formativa do Departamento de Línguas e Culturas, 70 crianças do Centro de Infância Arte e Qualidade de Aveiro frequentam aulas de chinês.
Professora no DLC há 16 anos, a chinesa Wang Suoying é a coordenadora do projeto
Chineses na UA para aprenderem
No que toca ao ensino da língua lusa
de ensino de chinês em São João da
português
a estudantes chineses, mais de uma
Madeira e é a responsável pelos conteúdos
Não se pode igualmente esquecer as
centena de universitários daquele país já
programáticos das disciplinas de chinês
cerca de 200 pessoas, entre estudantes
passaram nos últimos quatro anos pelo
ministradas em três cursos da academia.
e não estudantes da academia, que
DLC. Só este ano letivo, o Departamento
Tradutora, escritora e investigadora sobre
já frequentaram os cursos livres de
recebeu cerca de 60 estudantes de
as línguas, literaturas e culturas da China e
Chinês ministrados pelo Gabinete de
nacionalidade chinesa.
de Portugal, a docente, aos 61 anos, é hoje
Formação e Língua do DLC. E o número
O crescente número de alunos chineses
um rosto indiscutível não só na UA como
de empresários, advogados e estudantes
que todos os anos têm aportado à UA
também em Portugal e na China quando
de diversas áreas que procuram esta
para aprenderem português, o que
se fala de abraços culturalmente apertados
formação não tem parado de crescer de
faz do DLC uma referência nacional
entre os dois países.
ano para ano. “As línguas associadas
quando o assunto são trocas culturais e
aos chamados mercados emergentes
linguísticas entre Portugal e a China, é o
Em Aveiro, o ensino do mandarim a
têm verificado de facto uma procura
resultado dos protocolos assinados com
portugueses implica também sublinhar
significativa e o número de alunos que
diversas instituições de ensino superior
as 70 crianças, entre os 6 e os 10 anos,
se inscrevem em chinês tem vindo
daquele país.
do Centro de Infância Arte e Qualidade
a aumentar regularmente”, aponta
de Aveiro que, desde o início deste ano
Fernando Martinho, coordenador
"A aposta num país com um número
letivo, e sob responsabilidade formativa
do Gabinete.
crescente de alunos que pretendem aprender a nossa língua insere-se numa
do DLC, recebem aulas de mandarim.
China: Um parceiro imprescindível “Para a UA a China é um parceiro indispensável,
“há ainda que explorar as possibilidades no âmbito
mais imediatas de Beijing e Shangai, outras zonas
sendo que a academia deverá aproveitar as
do Programa Nacional para o Desenvolvimento a
como Chongqing, Chengdu, Wuhan, Hangzhou,
oportunidades criadas pela elevada procura por
médio e longo prazo da Ciência e Tecnologia na
Tianjin, Xiamen, Dalian, Shenyang, Nanjing têm
formação avançada por parte da China, a abertura
China”. Nesse âmbito, refere a responsável, existem
uma dinâmica muito significativa”, diz a responsável
para integrar entidades externas em redes com
já “ligações concretas e sólidas entre alguns
que adianta: “Nestas regiões ocorrem grandes
empresas e universidades tendo em vista a
departamentos da UA e entidades chinesas, e daqui
investimentos em novas infraestruturas e indústrias,
transferência de tecnologia e partilha de know-how”,
poderão surgir mais parcerias”.
assim como também em ciência e tecnologia, sendo locais onde existe mercado e elevada procura
aponta Celeste Varum. A diretora do Mestrado em Economia do Departamento de Economia,
“Quer para a UA, quer para as empresas
Gestão e Engenharia Industrial da UA aponta que
portuguesas, realce-se que, para além das cidades
por formação e transferência de know-how”.
33
dossier
estratégia de internacionalização do
Chinês, universidades da China,
Departamento, por um lado, e da língua
empresas e organizações de turismo,
portuguesa, por outro”, aponta Carlos
iniciámos o primeiro curso de turismo
Morais, diretor do DLC. “Muitos destes
em Portugal específico para chineses
estudantes iniciam a sua licenciatura
e criámos um potencial de crescimento
de Estudos Portugueses na China,
para o futuro que é enorme”. Carlos Costa
ingressando no nosso Departamento
não tem dúvidas: “Estamos a trilhar um caminho excecional”.
depois de terem terminado o segundo ano”, explica Carlos Morais que adianta: “A maioria tem como objetivo concluir a licenciatura e, depois, o Mestrado em
Xu Lin (terceira à esquerda), chefe executiva da sede central do Hanban em Pequim, de visita a Aveiro para celebrar o vínculo que a UA tem com o país das culturas milenares.
a alma do negócio. Por isso, Carlos Costa não vai revelar todos os próximos
Línguas, Literaturas e Culturas”. No futuro, a UA, que já tem no seu
O segredo, neste caso o Turismo, é
pela UA especificamente para colmatar as
passos que o DEGEI tem já na calha em
necessidades formativas dos estudantes.
direção à China para serem trilhados. Desvenda apenas que o Departamento
Campus um Centro de Estudos Asiáticos, pode vir a criar cursos no
DEGEI aposta forte na China
quer cimentar o caminho já feito. “Vamos
Departamento de Educação para
“A aposta do DEGEI na China decorreu,
consolidar o que temos. Queremos que
formar docentes qualificados de forma
numa primeira fase, de dois contactos
estes programas se autossustentem,
a acompanhar a decisão do governo
privilegiados que temos e que nos
vamos alargar as nossas ações às quatro
de ensinar chinês no 1º ciclo do ensino
colocaram em contacto com pessoas
áreas do DEGEI [Turismo, Economia,
primário e no ensino secundário.
de lá”, recorda Carlos Costa, diretor do
Gestão e Engenharia Industrial], vamos
DEGEI. “Depois de termos feito uma
alargar o nosso trabalho para outras
Área do Turismo é uma nova e sólida
primeira visita e desta ter decorrido muito
regiões da China e vamos marcar a
ponte de entendimento
bem, apercebemo-nos do potencial
diferença com novos projetos”, adianta.
O enorme prestígio que o ensino e
que o mercado chinês encerra, não
investigação na área do Turismo na
apenas em termos da sua dimensão
O diretor aponta que o trabalho pioneiro
UA alcançaram nos últimos anos está
mas dos desafios que se nos colocam
desenvolvido no DEGEI tem envergadura
na base de uma das mais recentes e
em termos de crescimento no futuro”,
para beneficiar toda a academia. “A nossa
sólidas ligações da academia à China.
relata o responsável pela criação na UA,
ideia é consolidar este trabalho dentro
Em dezembro de 2012 a UA assinou um
há 25 anos, da primeira Licenciatura em
do Departamento mas, progressivamente,
protocolo com o governo da província
Turismo em Portugal.
estendê-lo a outros departamentos da UA”, garante.
chinesa de Guizhou, que faz da academia de Aveiro parceira no projeto da futura
Com quase três milhões de habitantes,
Escola Internacional de Turismo.
Anshun, a capital da região, já movimenta
UA pioneira em Estudos Chineses
grande parte da sua economia
Nascido em 1998, o Mestrado em Estudos
As assinaturas deram forma a um
graças ao turismo. Mas a cidade,
Chineses do Departamento de Ciências
enorme passo no envolvimento da UA,
e consequentemente toda a região
Sociais, Políticas e do Território (DCSPT)
através do Departamento de Economia,
envolvente, quer alargar ainda mais
foi o primogénito curso português de pós-
Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI),
a capacidade hoteleira e, por isso, o
-graduação na área dos estudos chineses.
na formação académica em Turismo na
número de profissionais especializados
Se ao curso se juntar, um ano antes, a
China. Pouco tempo antes, a academia
na área. Sem uma instituição que forme
criação do CEA naquele Departamento
de Aveiro já havia protocolado com
profissionais para o setor do turismo, o
com o objetivo de promover atividades
a Guizhou Normal University, uma
governo local vê na UA o parceiro ideal
que contribuam para a aquisição e
das universidades da província de
para ultrapassar o desafio.
disseminação de conhecimento sobre a Ásia numa diversidade de domínios, bem
Guizhou, uma parceria que permitiu, já no início deste ano letivo, que grupos
Da cooperação entre o DEGEI e a
como fomentar a interação entre a UA
de estudantes de Turismo e Gestão
China Carlos Costa faz “um balanço
e as instituições de ensino superior dos
Hoteleira daquela instituição frequentem
excelente, que dificilmente poderia
países asiáticos, a UA tem no DCSPT outro
em Aveiro o curso de pós-graduação
ser melhor”. Ao fim de ano e meio de
importante ponto de conexão com a China.
denominado Advanced Course on
contatos, “desenhámos um programa
Tourism and Hospitality Studies. O plano
de cooperação vasto, assinámos um
“A ligação do DCSPT à China tem a sua
de formação dura oito meses e foi criado
protocolo que envolve a UA, o Governo
génese na criação do CEA e do Mestrado
linhas
dezembro 2014
Visitas: de cá para lá e de lá para cá Apesar da distância geográfica, a proximidade humana entre a UA e a China tem sido reforçada quer através de visitas de várias personalidades chinesas a Aveiro quer de representantes da academia à China. Sublinhe-se, por exemplo, a visita em 1999 de uma delegação de Reitores e Vice-reitores de várias universidades da República Popular da China ao Campus da UA para tomarem Wang Suoying, professora no Departamento de Línguas e Culturas e figura indiscutível em Portugal e na China quando se fala da ligação entre os dois países.
contato com as atividades do Centro Multimédia e de Ensino à Distância.
em Estudos Chineses, que tiveram a
DCSPT no Observatório da China (uma
Um ano depois, a UA recebia a então
sua sede na então Secção Autónoma de
associação que pretende contribuir para
Ministra da Ciência e Tecnologia da China,
Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas”,
os estudos multidisciplinares e a
Zhun Lian, para a assinatura de diversos
lembra Carlos Rodrigues, coordenador do
divulgação do conhecimento sobre a
memorandos de entendimento que
Centro e diretor do Mestrado.
civilização chinesa), na East Asia Net (uma
reforçaram o intercâmbio de estudantes
rede de instituições académicas europeias
e cientistas. Em 2001 seria a vez da
Depois do ímpeto inicial, baseado na
com estudos asiáticos) e, ainda, o papel
UA receber o Embaixador da China em
colaboração de especialistas de renome
que as atividades do Mestrado em Estudos
Lisboa no âmbito da semana cultural
internacional, esta área de estudos do
Chineses têm vindo a desempenhar na
que a UA dedicou à China. O mais alto
DCSPT, lembra Carlos Rodrigues, “sofreu
aproximação do Departamento a várias
representante em Portugal da China
alterações significativas, designadamente
organizações chinesas ou com ligação
haveria de regressar ao Campus em
no que toca ao seu corpo docente, mas
à China são apenas alguns dos exemplos
2013 para, in loco, tomar nota da forte
continuou a marcar presença de assinalar,
do caminho já percorrido em direção
aposta da UA no ensino do mandarim.
muito por obra do saudoso professor
ao grande oriente.
Já em 2014, Xu Lin, chefe executiva da
Manuel Serrano Pinto”.
sede central do Hanban em Pequim, foi
Mais concretamente em relação
recebida pela academia.
A ligação do DCSPT à China no
à atividade do CEA, nos últimos
contexto atual pode situar-se no âmbito
dois anos, esta tem estado focada
Em novembro deste ano uma delegação
daquele que é o enquadramento
essencialmente na organização de
do Ocean College da Universidade de
essencial das atividades de ensino,
momentos de divulgação científica e
Zhejiang deslocou-se à UA com o objetivo
investigação e ligação à comunidade
cultural e na ligação ao meio empresarial,
de se identificarem oportunidades de
do departamento: as políticas públicas.
nomeadamente através de ações de
colaboração na área das Ciências e
É assim clara a ligação do DCSPT
formação e de sensibilização. “O Centro
Tecnologias Marinhas.
à problemática da promoção do
lançou também uma revista científica em
desenvolvimento social e económico.
open access, a EsiYa – Interdisciplinary
De cá para lá, também a UA fez várias
“As relações internacionais, nas suas
Journal on Asian Studies, visando a
viagens à China das quais se destacam as
várias vertentes, inserem-se neste
disseminação de conhecimento científico
da antiga Reitora Helena Nazaré e, mais
contexto e, tendo em conta a importância
gerado pelo trabalho de docentes,
recentemente, as dos atuais Vice-reitores
crescente da China no panorama social e
investigadores, alunos e alumni com
José Fernando Mendes (na comitiva que
económico global, acaba por ser natural
relevância para o estudo da Ásia, no
o ministro da Educação e Ciência, Nuno
a existência da vontade de consolidar
âmbito da ‘geografia’ abraçada pelo
Crato, levou em 2013 à China) e Carlos
as relações com aquele país asiático”,
CEA e do caráter multidisciplinar da
Pascoal Neto (na missão de novembro
aponta o responsável.
investigação que o centro persegue”,
último, liderada pela Comissão de
lembra Carlos Rodrigues.
Coordenação e Desenvolvimento Regional
A aproximação tem sido gradual e feita de modo consistente. A participação ativa do
do Centro).
35
ensino
Estudantes de mobilidade elogiam experiência na UA Os alunos internacionais de mobilidade
com base no custo de vida, pela reputação
na Universidade de Aveiro (UA) fazem
que a UA tem junto de estudantes e
uma apreciação muito positiva desta
professores nas suas universidades de
universidade e do tempo aqui passado.
origem e pelo facto de a UA permitir que os
Segundo o “International Student
alunos estudem disciplinas de diferentes
Satisfaction Awards 2014”, da página
cursos e departamentos.
internet StudyPortals, a UA foi considerada
Artur Ekert, Polónia
“excecional”, obtendo a classificação mais
Para facilitar a chegada à UA e a
elevada a nível nacional. E também um
integração, existem diversas pessoas
inquérito feito pelo Gabinete de Relações
disponíveis no início de cada semestre
Internacionais (GRI) relativo ao ano
letivo, em particular os membros do
letivo 2013/14 corroborou este dado: os
ESN (Erasmus Student Network), os
estudantes internacionais de mobilidade
coordenadores departamentais de
têm uma apreciação global sobre a UA
mobilidade, a equipa do GRI e os
“muito boa”. Assim, a UA recomenda-se!
Serviços de Ação Social. Os alunos
“Estou a gostar da experiência de estudar na UA. O sistema de ensino é diferente da Polónia, com mais horas práticas e um equilíbrio maior entre a parte teórica e a prática, o que é mais vantajoso para mim pois aprendo mais”.
valorizaram esta receção humanizada. Nos “International Student Satisfaction Awards 2014 a UA foi considerada
Durante o período de mobilidade
“excecional”, obtendo a classificação mais
os Serviços de Gestão Académica,
Hou Chaoyue e Yang Lidan, China
elevada a nível nacional (pelo menos 9,5
através do GRI, têm um papel fundamental
“Viemos para a UA porque estudamos português
valores em 10). Este inquérito, colocava
(reconhecido pelos alunos) na gestão
questões como a componente académica
do processo do estudante.
na Universidade dos Estudos Internacionais de Xi’na. Já tínhamos ouvido falar da professora Wang Suoying, do Departamento de Línguas e Culturas. A UA é um lugar tranquilo e bem adaptado ao estudo. Os professores
dos estudos, cidade e cultura, vida social,
ajudam muito. Gostamos da vida universitária e do
instalações e serviços, desenvolvimento
No pós mobilidade os alunos consideram
pessoal e profissional com o intercâmbio,
que os contactos pessoais e profissionais
impressão geral, envolvente externa da
estabelecidos na UA são importantes para
universidade e ainda custo de vida.
a sua vida pessoal e profissional.
E como a satisfação é uma preocupação
Finalmente, a apreciação global sobre
da UA, também o GRI elaborou o seu
a UA é “muito boa”, tendo a Academia
próprio inquérito por questionário enviado
de Aveiro merecido diversos elogios e
aos 471 alunos de mobilidade que a
boas recomendações. Contudo, alguns
UA acolheu em 2013/2014. O inquérito
alunos consideram que alguns colegas
Rathnakannan Kailasam, Índia
pretendeu saber o que esperavam da
e professores não falam corretamente
“A UA tem instalações ótimas, tudo é fantástico e os
UA antes de chegarem, o que motivou
inglês e apelaram a um aumento da oferta
a sua escolha, como foram recebidos,
formativa nesta língua.
que avaliação fazem da experiência de
estudantes adoram a universidade. A equipa do GRI é fantástica! A UA é uma universidade próspera que se tornará uma das melhores nesta parte do mundo. As pessoas em Aveiro, em Portugal e na UA são muito
intercâmbio e as mais-valias para a sua
De acordo com o coordenador do GRI,
vida pessoal e profissional.
Niall Power, os desafios para o futuro são “a melhoria da informação transmitida por
No inquérito verificou-se que a maioria dos
meios eletrónicos e o aperfeiçoamento do
estudantes preferiu procurar informações
uso da língua inglesa nos departamentos e
junto de amigos para preparar a sua vinda e
serviços da universidade”.
estadia em Aveiro. A escolha da UA foi feita
ambiente no campus. Os doces são deliciosos!”
simpáticas e amigáveis”.
linhas
dezembro 2014
Resultados do inquérito aos alunos internacionais de mobilidade
A chegada e orientação inicial não são sempre fáceis para os estudantes No dia em que chegou ao Campus da Universidade, foi claro para si saber o que tinha de fazer e onde tinha de ir?
471 estudantes de mobilidade em 2013/2014 (total de respostas: 206)
62%
6% extremamente confuso
União Europeia
6% extremamente claro
13%
3%
1%
Mexico
4%
Outros*
7%
não muito claro
38% RP China
muito claro
Turquia
36%
22%
não muito claro mas tive ajuda e correu tudo bem
Brasil
Foi difícil encontrar as disciplinas e os horários?
*Outros: Bangladesh, Bielorrússia, Cazaquistão, Egito, Equador, Etiópia, EUA, Japão, Noruega, Rússia, Sérvia, Suíça e Tailândia.
5% 14% muito fácil
Os estudantes optam por fontes de informação não formais
extremamente difícil
13% difícil
1º
3º
site da UA
2º
amigos e professores
4º
correio eletrónico da UA
28% localização marítima e clima
27% bastante fácil
45% a ua atrai pela localização e por recomendação
41% foi difícil mas tive ajuda e correu tudo bem
recomendada por professores ou amigos
Antes de chegar: a influência de amigos e professores
Chegada e período de mobilidade
A maioria dos estudantes preferiu procurar informações através de
Os resultados sugerem que se criou alguma
amigos para preparar a sua vinda e estadia em Aveiro. A escolha da UA
dependência sobre a “boa vontade” e
como destino para a mobilidade foi feita com base na perceção que os
presença (física) da equipa que recebe os
estudantes tinham relativamente ao custo de vida em Aveiro, pela
alunos na UA, sendo que quando houve
reputação que a UA tem junto de estudantes e professores nas suas
falhas humanas no âmbito do acolhimento,
universidades de origem e pela oferta de cursos que a UA propõe.
houve também alguma insatisfação.
37
ensino
Os estudantes apreciam o trabalho dos serviços da UA
Os contactos feitos na UA são relevantes
80 %
83 %
o gabinete de relações internacionais torna os aspetos burocráticos fáceis de resolver.
dos estudantes acham que os contactos feitos em Aveiro são importantes ou muito importantes para o seu futuro.
85 % o gabinete de relações internacionais responde bem aos pedidos dos estudantes.
Classificação geral da UA
1%
3%
péssima bastante má
7%
9%
18%
27%
23%
12%
nada especial
razoável
boa e recomendável
muito boa
excelente
melhor do mundo
23% Consideram haver necessidade de mais oferta de cursos em língua inglesa
Depois da mobilidade: os efeitos para o futuro Durante o período de mobilidade os
Os contactos estabelecidos pelos estudantes na
Serviços de Gestão Académica, através
UA são importantes para a sua vida pessoal e
do Gabinete de Relações Internacionais,
profissional, no pós mobilidade. A apreciação
têm um papel fundamental (reconhecido
global sobre a UA é tendencialmente “muito
pelos alunos) no apoio ao estudante na
boa”, tendo a Academia de Aveiro merecido
gestão do seu processo académico.
diversos elogios e boas recomendações.
linhas
dezembro 2014
39
investigação
Recomendações para gestão integrada da Ria nas próximas décadas ao dispor dos decisores Al Lillebø
Aumento adequado de cotas dos taludes, consolidação das margens e navegabilidade dos canais; fecho do dique do baixo Vouga Lagunar; otimização da área agrícola e utilização de métodos agrícolas sustentáveis; gestão colaborativa e integrada da Ria de Aveiro; fiscalização a vários níveis/atividades; promoção do turismo sustentável. Estas são apenas algumas recomendações, para os próximos 20 anos, resultantes da visão dos habitantes da Ria, no projeto europeu LAGOONS, coordenado pela UA.
A gestão integrada de uma zona lagunar sensível e diversa
Foram os caminhos para a gestão integrada de realidades
em recursos naturais como a Ria de Aveiro, sujeita a pressões
como esta que se procuraram com o projeto europeu
várias, desde a pesca ao imobiliário, passando por várias outras
LAGOONS, com coordenação da UA por intermédio da
atividades económicas e sob jurisdições tão diversas, não é
investigadora Ana Isabel Lillebø, do Centro de Estudos do
fácil. A este cenário em permanente mutação acrescente-se as
Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da UA. Este
possíveis consequências das alterações climáticas que podem
projeto de gestão integrada de lagunas costeiras europeias, no
vir a afetar, sobremaneira, ambientes caraterísticos do Baixo
contexto das alterações climáticas, envolveu parceiros de mais
Vouga tão sensíveis como o Bocage, com os seus retângulos de
sete países: Noruega, Polónia, Rússia, Ucrânia, Reino Unido,
pastagem rodeados por sebes de salgueiro ou amieiro.
Alemanha e Espanha. Em Portugal, a Ria de Aveiro foi o caso escolhido para estudo.
O contexto político e legislativo na Ria “é complexo”, reconhece-se na brochura com as conclusões do projeto
A opinião geral dos parceiros, afirma Ana Isabel Lillebø, é
(“Gestão integrada de lagunas costeiras europeias no contexto
de que a complementaridade de valências do consórcio foi
das alterações climáticas – a Ria de Aveiro”). Um dos exemplos
fundamental para que fossem alcançados os objetivos do
dessa complexidade é o ordenamento do território que
projeto que durou três anos.
envolve instrumentos multissetoriais e de diferentes níveis de governação para operacionalização das intervenções
Inovação no método
no espaço terrestre. Outro é a lacuna que existe em termos
O LAGOONS teve como particularidade a integração, para além
de regulamentação do espaço marinho. Um terceiro é a
do contributo científico e das políticas, a participação e visão
sobreposição de instrumentos e orientações de gestão.
dos que designou como “atores chave”, ou seja, utilizadores,
linhas
dezembro 2014
decisores políticos e representantes de entidades públicas e privadas que atuam nas zonas lagunares consideradas no projeto. No final, o que se pretendia era potenciar a “ecoeficiência” dos serviços prestados pelas zonas lagunares e despertar soluções “ecoinovadoras” no contexto das alterações climáticas. Foram criados “Grupos de Discussão” constituídos com a ajuda dos presidentes das juntas de freguesia ribeirinhas, em que os habitantes foram desafiados a debater livremente a temática da Ria. Foi realizado também um “Painel de Cidadãos”, com a participação de cidadãos e de um grupo de peritos em diferentes áreas, tendo como objetivo “enriquecer o conhecimento científico através do conhecimento de quem convive diariamente com a Ria de Aveiro”, explica-se na brochura publicada com as conclusões do projeto. Da integração do conhecimento científico com a experiência de quem vive nas margens da zona lagunar resultaram quatro possíveis cenários futuros para a Ria, tendo em consideração a combinação de possíveis tendências económicas e ambientais para os próximos 20 anos, tanto ao nível na bacia como na região lagunar e atividades como a pesca, a mariscagem, o turismo e recreio, a atividade portuária, entre outras. Esses quatro cenários – tendência atual se nada for feito; gestão integrada, tendo em conta já algumas recomendações; crise alargada; e tendência ambiental – sistematizaram-se em quatro narrativas descrevendo quatro possíveis tendências e o clima projetado para o período de 2011-2040. Os cenários foram apresentados e discutidos numa “Oficina de Trabalho”, no sentido de se conseguir uma visão conjunta para a Ria e para o ano de 2030. Daqui resultou um conjunto de recomendações para que essa visão possa vir a ser alcançada. O estudo considerou, para além do ano de 2030, também o final do século mas apenas numa perspetiva climática.
Distribuição espacial dos aspetos positivos e das preocupações. Exemplos de aspetos positivos: riqueza natural da Ria que serve de sustento a atividades socioeconómicas das populações ribeirinhas. Exemplos de aspetos negativos: problemas de navegabilidade e velocidade da corrente.
O clima projetado para esse período teve em conta os cenários
análise entre anos típicos, foram também simulados, no âmbito
do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas
do LAGOONS, três cenários de eventos extremos: a ocorrência
(IPCC em inglês). No caso concreto da Ria, e em termos
de um verão excecionalmente quente; enxurradas de elevado
climáticos, os resultados do projeto mostram que o ano típico
caudal no final do verão; e sobrelevação do nível médio das
projetado para 2030 não é significativamente diferente do
águas do mar significativa devido a condições de tempestade.
ano típico do período de referência. Ou seja, os resultados do modulo de evolução usado no projeto, no que à atmosfera
CIRA pode ser solução para gestão da Ria
diz respeito, são muito semelhantes para os anos típicos no
Os resultados, tendo em conta a visão que os habitantes
período de referência (1981-2010), para o período de 2011-2040
da região têm para a Ria nos próximos 20 anos, apontam
e para o final do século.
para uma gestão colaborativa e integrada da Ria, ou seja, envolvendo todas as partes interessadas e coordenada
Relativamente à fronteira oceânica, foi adicionado o aumento,
por uma entidade da região de Aveiro. A Comunidade
previsto por outros estudos, do nível das águas do mar de
Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) foi apontada pelos
34cm. Os cenários de inundação marginal e navegabilidade
atores chave como uma das entidades com perfil e valência
foram projetados tendo por base o modelo anteriormente
adequada para essa gestão colaborativa e integrada da Ria.
validado no projeto ADAPTARIA, aplicando os parâmetros (que são alterados para ver como o modelo responde), do projeto
Do estudo resultaram também claras algumas lacunas no
LAGOONS. No âmbito das alterações climáticas para além da
conhecimento da Ria, como é o caso do impacto do abandono
41
investigação
A cobertura territorial de alguns dos planos e programas na Ria (Fonte: adaptado de Sousa et al 2011) revela a complexidade dos regimes jurídicos e das tutelas.
das salinas, e consequente colapso das motas, para as
Para que a concretização destas recomendações seja
populações de aves limícolas ou o impacto da intrusão salina à
possível, refere Ana Lillebø, torna-se necessária a atenção
superfície nas propriedades agrícolas do Baixo Vouga Lagunar.
dos decisores políticos.
O projeto LAGOONS integrou o conhecimento sobre a Ria de Aveiro numa plataforma interativa que poderá ser acedida no endereço http://webgis.no/openlagoons, encontrando‑se as publicações resultantes do projeto disponíveis no sitio da internet http://lagoons.web.ua.pt. Todos os resultados estão acessíveis. A equipa continuará disponível para dar continuidade ao trabalho. Ao nível europeu, será editado pela International Water Association (IWA) o livro intitulado “Coastal Lagoons in Europe: Integrated Water Resource Strategies” (Editores: Ana Lillebø, University of Aveiro, Portugal, Per Stalnacke, Bioforsk, Norwegian Institute for Agricultural and Environmental Research, Norway, and Geoffrey D. Gooch, University of Dundee, Scotland, UK (www.iwapublishing.com/catalogue/ IWAPublicationsCatalogue2014.pdf).
Al Lillebø
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dezembro 2014
Casa Passiva: o edifício do futuro no presente Já se imaginou a andar de manga curta em casa, em pleno
DECivil e um dos elementos fundadores da
inverno, sem ter de ligar o aquecimento? Gostava de obter um nível
Associação Casa Passiva.
de conforto térmico elevado, sem pagar uma fatura exagerada
Assim, se se construir ou reabilitar um
de energia? Isto já é possível em edifícios construídos de raiz ou
edifício seguindo estas regras, poder-
requalificados segundo as normas da Casa Passiva (Passivhaus),
abaixo dos 15 quilowatts por metro
um conceito nascido na Alemanha há cerca de duas décadas e desenvolvido na UA por um grupo de investigadores do Departamento
-se-á conseguir um consumo energético quadrado por ano, muito inferior ao que consomem os edifícios classificados atualmente de classe energética A+
de Engenharia Civil (DECivil) que criou a Associação Casa Passiva
(menos de 30 quilowatts por metro
com o objetivo de promover e divulgar este tipo de construção.
quadrado, por ano para necessidades de climatização, isto é aquecimento mais arrefecimento). A poupança pode ser de
Uma casa passiva é um edifício de
A casa passiva é a base para se atingir um
90 por cento em relação aos consumos
baixíssimo consumo energético para
nearly zero energy building ou mesmo um
energéticos existentes em edifícios
aquecimento (no inverno) e arrefecimento
energy-plus building: quando se associa
reabilitados e de 75 por cento em relação
(no verão). Para se atingir este objetivo,
às suas baixas necessidades de energia
aos consumos energéticos de edifícios
devem cumprir-se cinco requisitos:
a produção da quantidade de energia que
construídos atualmente de raiz.
excelente isolamento térmico; janelas e
consome ou de mais do que esta, através
portas adequadas; sistema de ventilação
de sistemas de energias renováveis tais
De acordo com Fernanda Rodrigues,
mecânica com recuperação de calor;
como painéis solares, fotovoltaicos, energia
também docente e investigadora
eliminação de pontes térmicas (zonas da
eólica, energia das ondas, etc. O calor
do DECivil e outro dos elementos
envolvente através das quais ocorrem
fornecido externamente pela radiação solar
fundadores da Associação Casa Passiva,
perdas de energia) e estanquidade do
e internamente por aparelhos domésticos,
“este conceito é considerado atualmente
edifício ao ar exterior (criação de uma
ocupantes e outros ganhos internos, é
o standard mais exigente de conforto
envolvente estanque com materiais que
quase suficiente para aquecer este tipo de
e eficiência energética dos edifícios”.
reforcem o revestimento interior).
casa, quando adequadamente orientada
Apesar de ter nascido na Europa central e
e isolada. “A casa deve ser autossuficiente
do norte para ser aplicado a climas frios,
Mas como se consegue criar uma
numa base anual: no inverno gasta-se mais
“aplica-se em qualquer parte do mundo,
casa estanque e simultaneamente
do que se produz e no verão acontece o
adaptando-se às exigências climáticas
com renovação de ar? Através de um
inverso. Portanto, fazendo uma média,
do local em causa”, explica.
equipamento de ventilação mecânica
a casa pode conseguir ser de consumo
altamente eficiente que faz a renovação
quase zero e ser autossuficiente”, explica
A premência destes princípios é tanto
do ar interior.
Romeu Vicente, docente e investigador do
maior quanto “a nível mundial há
43
investigação
grandes exigências de diminuição
Ainda no capítulo dos custos, outro dos
do consumo de energia e de emissão
princípios da Casa Passiva é recorrer
de CO2”, frisa Fernanda Rodrigues pois:
sempre que possível a materiais locais,
“A diretiva europeia Energy Performance
para diminuir também o impacto
Building Directive aponta que em 2020
da importação.
todos os edifícios sejam de consumo energético e de emissões de zero
Atualmente o principal investimento é a
ou quase zero”. E também a ONU
formação e a informação. “Depois dos
recomenda a diminuição das emissões
principais intervenientes (arquitetos e
de carbono. Mas, segundo Romeu
construtores) conhecerem o conceito
Vicente, “só o conseguimos construindo
e saberem como o aplicar, o tempo de
ou reabilitando edifícios segundo estes
construção vai diminuir, o investimento vão
princípios. Ou seja, “isto não é um
reduzir-se, os erros vão diminuir porque
discurso de amanhã mas um discurso
tudo é previamente planeado e delineado:
de ontem!”, sublinha.
reduz-se o desperdício de tempo, de materiais e de mão de obra”, explicam.
Baixo consumo energético aliado a máximo conforto
Associação Casa Passiva
Para além do baixo consumo energético
Por enquanto os “atores” da construção
e, consequentemente, das baixas
ainda não estão muito sensibilizados
emissões de CO2, a Casa Passiva
para esta temática, “mas quando isso
aponta para um “conforto extremo”,
acontecer, esta construção vai passar
explica a investigadora Ana Alves, e
a ser vulgar, a ser a norma e a má
outro dos elementos fundadores da
construção vai passar a ser invulgar”,
Associação Casa Passiva: “Atualmente
espera Romeu Vicente.
as nossas casas, mesmo as novas, não são equilibrados em termos de conforto
E foi por isso que em junho de 2012
térmico. A Passive House consegue
criaram a Associação Casa Passiva, com
uma temperatura ambiente de 20 graus
o objetivo de disseminar este conceito,
Celsius, a temperatura considerada ideal
através da formação de técnicos
em termos de conforto, sempre com
(arquitetos e engenheiros), da prestação
renovação do ar interior".
de serviços de consultadoria a quem pretender construir ou reabilitar edifícios
No caso dos edifícios novos, tudo
de acordo com esta ideologia.
começa no planeamento e estudo de arquitetura e engenharia, que têm de ser
Em outubro de 2012 frequentaram
aprofundados. “Este conceito devolveu
um curso intensivo de 10 dias no
dignidade ao exercício da arquitetura e
Instituto Passivhaus, em Darmstadt,
da engenharia porque voltou a trazer a
para aprenderem mais sobre este
cultura de estudar, pensar, recalcular,
conceito e para poderem ser Passive
desenhar, pensar em todo o contexto”,
House designers.
explica Romeu Vicente. Nesse curso, frequentado por técnicos de Existe um acréscimo inicial dos custos,
todo o mundo, ficaram a saber que existem
porque há um acompanhamento e
já mais de 50 mil edifícios nos “quatro
um estudo pormenorizado do tipo de
cantos do globo” construídos de acordo
construção que vai ser feita, mas as
com as regras da Passive House, que se
poupanças que se vão obter no futuro
aplica não só a casas de habitação mas
compensam o acréscimo de investimento
qualquer tipo de imóvel.
inicial (de 8 a 12 por cento). O tempo de retorno do investimento extra é de 5 a 12
Pioneiros e na vanguarda deste projeto em
anos no máximo.
Portugal (são o único grupo universitário
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dezembro 2014
o que o vai precisar de gastar para aquecimento e arrefecimento. Esta casa, localizada em Oliveirinha, Aveiro, deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2015. A casa vai ser habitada e o grupo de investigadores pretende que a empresa Modiko continue a construir segundo este conceito e com este grupo da UA. Futuro do projeto Casa Passiva Rui Oliveira, Ana Alves, Romeu Vicente e Fernanda Rodrigues, do DECivil e Associação Casa Passiva
O futuro da Associação Casa Passiva passa por terminar a Modiko Passive
a investigar com o conceito Casa Passiva
passam frio e calor nas suas casas, os
House e trabalhar na reabilitação de
no país), nestes últimos dois anos têm feito
filhos têm doenças relacionadas com
edifícios. Para além disso, o grupo está
formações, ações de divulgação em vários
a falta de qualidade do ar interior. Isto
a criar um mostruário deste conceito na
locais, incluindo a Ordem dos Engenheiros,
também muda quando forem os clientes a
UA, com intervenções em imóveis e não
bem como assessoria técnica em projetos
exigir outro tipo de construção”, observa.
apenas com estudos e projetos em papel, frisam os investigadores.
de construção. Participaram em palestras, fóruns e organizaram as 1ªs Jornadas Casa
Por parte do Estado, pode-se dizer que a
Passiva, em março de 2014 na UA (para
legislação tem evoluído, mas ainda muito
Entretanto, já conseguiram “contagiar”
2015 estão já marcadas as segundas).
influenciada pelas diretivas europeias.
o outro lado do Atlântico, mais
Apesar de tudo, “estamos a caminhar para
especificamente a Universidade Federal
Ainda em 2014 organizaram uma
lá. A legislação está a ser cada vez mais
de Pelotas. Em 2015 vão ao Brasil
atividade para o PMate (Competições
exigente”, destaca Fernanda Rodrigues.
disseminar estas ideias e os colegas brasileiros vêm cá conhecer a sua
Nacionais de Ciência para alunos do ensino básico e secundário): a Energy Go
“Modiko Passive house”
Round, onde mostraram este conceito
O DECivil e a Associação Casa Passiva
a alunos de escolas secundárias.
com a empresa Modiko – Estruturas para
O desejo destes investigadores é tornar
Construção, Lda desenvolveram o projeto
este conceito obrigatório numa unidade
As ordens profissionais (dos engenheiros
de uma casa passiva que se encontra
curricular em alguns dos cursos de
e arquitetos) estão sensíveis e recetivas
atualmente em construção, de modo
engenharia e arquitetura, para que os
a este conceito, consideram, “mas são
a ser certificável pelo Passive House
alunos terminem os seus estudos com
os projetistas que têm de alterar a forma
Institute, explica Rui Oliveira, investigador
conhecimentos sobre a Passive House.
de fazer os projetos. Isto começa com
do DECivil.
“Trata-se de uma mudança de paradigma
implementação no terreno.
e as mudanças de mentalidade começam
a formação nas universidades e é esse passo que ainda falta dar”, afirma a
Trata-se da Modiko Passive House, um
no ensino”, frisam. A investigação nesta
equipa de investigação.
edifício de construção leve (metálica), com
área, como é óbvio, também vai continuar.
uma base mássica (uma laje de betão). Assim, ao tentarem sensibilizar colegas
A laje apoia uma estrutura metálica
E a Passive House não para: o futuro vai
de profissão para esta temática, tentam
tamponada com painéis pré fabricados
trazer também a Passive House Plus,
simultaneamente que o ensino se adapte
de isolamento. Os envidraçados (caixilharia)
casas que produzem tanta energia como
a esta nova realidade de construção.
são todos em PVC com vidros duplos.
aquela que consomem, e as Passive
“O conhecimento tem de nascer nas
A conformação da cobertura é efetuada
House Premium, imóveis que produzem
universidades e só depois as ordens
com painéis de isolamento térmico sobre a
mais energia do que a que consomem!
profissionais acolhem estas ideias”,
estrutura de suporte. Mas o principal sonho deste grupo de
afirma Romeu Vicente. Todo o cálculo do balanço térmico
investigadores é transformar o edifício
Por parte dos proprietários a
é efetuado com recurso ao software
do DECivil num edifício passivo… “Seria
consciencialização para estas temáticas
Passive House Planning Package, que
um projeto fabuloso se o pudéssemos
“é muito importante também: as pessoas
permite simular todo o edifício: prevê
concretizar!” O futuro o dirá.
45
cooperação
AAAUA otimista e cheia de projetos para 2015! Carlos Pedro Ferreira Presidente da AAAUA
A Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro
comunidade da região. O encontro que mais destacamos e
(AAAUA) está muito otimista em relação à sua atividade e
no qual faremos todos os esforços para o ver realizado será o
dinâmica no próximo ano 2015 e promete trazer muitas surpresas
“Dia do Antigo Aluno” que prevemos ser um dia memorável,
e novidades, que só se concretizarão com sucesso se houver
não pela quantidade de atividades que irão decorrer, mas sim
participação ativa de todos. Os tempos difíceis que correm são
pela qualidade das mesmas, tanto na escolha dos artistas
os momentos certos para mostramos a nossa diferença, da
convidados, como na escolha gastronómica e não posso
qualidade do nosso ensino e, portanto, da nossa capacidade de
adiantar mais...
ultrapassar todos os obstáculos, com união e determinação. Ciclo de cinema Encontramo-nos atualmente a reestruturar a organização interna
A partir de maio de 2015 daremos início a um Ciclo de Cinema
da AAAUA e um dos objetivos que esperamos ver concluído, no
que decorrerá ao ar livre com projeção de filmes para rir e
início do próximo ano, é a integração da AAAUA na plataforma
chorar. Este ciclo de cinema pretende recordar os filmes
SIGAAA (Sistema Integrado de Gestão de Acompanhamento
que mobilizaram várias gerações, bem como trazer a boa
de Antigos Alunos da UA) que permitirá a otimização na
disposição ao público.
comunicação entre a AAAUA e a sua rede de associados. Inovação social Clube de Empresários Alumni UA
A integração da plataforma para a inovação social – 4iS – na
Já temos delineado o plano de atividades para 2015 e
AAAUA irá reforçar os objetivos estratégicos para 2015, no
alguns projetos já estão em fase de arranque. Destaco que
que se refere à inovação social e ao empreendedorismo,
continuaremos a fazer uma aposta forte e firme no networking
com a criação, implementação e maturação de projetos para
que consideramos a mais poderosa ferramenta para criar
a inovação social, através de iniciativas de voluntariado,
oportunidades de negócio, potenciar parcerias e contactos
empreendedorismo social e produção científica.
privilegiados. Para este fim, planeamos uma nova dinamização do Clube de Empresários Alumni UA (nacional e internacional),
UA: marca de referência internacional
recorrendo à plataforma profissional Linkedin. Prevemos,
A AAAUA pretende, como tem acontecido, manter uma relação
pelo menos, um encontro anual destes grupos de forma a
próxima com a equipa Reitoral, de partilha e cooperação,
facilitar um contacto mais direto e privilegiado, a partilha de
com objetivos que se pretendem ser consensuais no caminho
experiências e recomendações, para quem pondere uma
da UA, que mais não são que materialização de uma marca
carreira além-fronteiras.
de referencia internacional, num produto transacionável no mercado e de elevado valor.
Tertúlias e conferências As tertúlias e conferências terão sempre lugar de destaque
Este é o desafio que todos temos o dever de aceitar, que só
na agenda da AAAUA e serão realizadas assiduamente,
pode ser consumado cabalmente com a participação de todos,
contribuindo para a partilha de conhecimentos e para o fomento
mas com enorme responsabilidade dos antigos alunos, pois
da inovação e da criatividade, com personalidades relevantes
estes são a história da UA, a sua pegada na história. Todos com
nacionais e internacionais, nas mais diversas áreas do
percursos diferenciados, histórias para contar e partilhar e, por
conhecimento e ação cívica.
isso, com capacidade para ajudar a definir um caminho entre muitos para o sucesso, que só com reflexão
Dia do Antigo Aluno Pretendemos, igualmente, apostar nos encontros de cultura e lazer entre os antigos alunos, sempre abertos a toda a
e feedback se constrói.
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dezembro 2014
Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave está na base do projeto
Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicleta Um abraço-demonstração vai unir o campus de Santiago, o Parque Ciência e Inovação e as cidades de Aveiro e Ílhavo com o nome UA Campus-Cidade Bike Friendly. Mais do que uma união na amizade à bicicleta como a designação poderia sugerir, trata-se de fundar as bases do que pode vir a ser uma cidade, ou melhor, uma sociedade amiga do empreendedorismo, da investigação e do desenvolvimento. A parceria criada por iniciativa da UA na Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave dá o mote.
“Há uma economia ligada à utilização do automóvel e que
Para tal ser possível, há que adotar espaços de
promove a utilização deste veículo e que a torna muito forte
experimentação, designadamente assumindo a cidade como
– seis por centro das receitas do Orçamento de Estado
espaço de teste; assim, será possível modelar obstáculos,
estão relacionadas com a mobilidade. Há que consolidar,
avaliar soluções e o conceito UA Campus-Cidade Bike
agora, uma economia da bicicleta e dos modos suaves de
Friendly para eventual replicação a outras escalas, propõe o
mobilidade, introduzindo e ampliando novas maneiras de
investigador do Departamento de Ciências Sociais, Jurídicas e
usar o território em bicicleta com apoio das tecnologias de
do Território da UA.
informação, comunicação e eletrónica, com novos produtos e serviços”, visiona José Carlos Mota, um dos coordenadores
No entanto, o coordenador da Plataforma não espera que
da Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade
este percurso que propõe para ganhar terreno ao automóvel
Suave (http://www.ua.pt/ptbicicleta/), parceria que envolve a
seja uma ciclovia suave. Cada aveirense viaja, em média,
UA, investigadores, empresas e outras organizações. São as
22 quilómetros por dia de automóvel e só 60 por cento das
gerações futuras que o pedem, alerta.
viagens são entre a residência e o trabalho. Mas há mais. 75
47
cooperação
por cento das deslocações são feitas
A Murtosa, palco da apresentação
Bewegen/BikeEmotion: a emoção
em automóvel e destas 40 por cento são
pública da Plataforma Tecnológica
de uma parceria para o mundo
de curta duração (menos de 5 minutos).
da Bicicleta e Mobilidade Suave, é
O projeto BikeEmotion (http://www.
As razões? Todos nós as conhecemos:
o concelho com maior número de
bikeemotion.com), um sistema de gestão,
a dispersão territorial das funções
utilizadores de bicicleta em termos
partilha e imobilização de bicicletas, com
quotidianas do próprio e dos familiares
relativos (17 por cento). Ílhavo, Aveiro,
GPS, que pode ser desbloqueado através
(comércio, desporto e cultura), a
Estarreja, Ovar e Murtosa são os cinco
dispositivo móvel de comunicação ou cartão,
comodidade (necessidade de transportar
concelhos com maior valor em termos
surgiu do impulso de empresas ligadas às
objetos), a segurança do estacionamento
absolutos: respetivamente, 2.160, 1.351,
novas tecnologias e de antigos alunos da
e as condições meteorológicas sobretudo
996, 935 e 893 utilizadores da bicicleta.
UA. Numa fase inicial e de desenvolvimento o
em certos períodos do ano, … para referir
Mais de metade da população da
projeto teve a participação da UA.
apenas algumas. Mesmo assim, em
sub-região do Baixo-Vouga tem uma
Após a parceria estabelecida com a
média, em 60 por cento dos dias do ano
bicicleta em casa (535 bicicletas por
multinacional Bewegen, o produto é agora
não chove, enquanto em Copenhaga a
mil habitantes), valor superior à taxa de
desenvolvido por esta empresa canadiana.
população usa mais a bicicleta debaixo
motorização média dos concelhos – 502
Trata-se de um sistema de partilha de
de um clima com, em média, chuva em
veículos/1.000 habitantes.
bicicletas com assistência elétrica (pedelec)
60 por cento dos dias do ano.
que permite a mudança no paradigma de
Em média, 29 por cento dos residentes
transporte urbano. Atualmente é o mais
Um inquérito realizado aos utilizadores
da região admitem poder utilizar
avançado sistema de veículos partilhados
do campus de Santiago em 2010
a bicicleta nas suas deslocações
do mundo. Foi desenhado por uma equipa
concluía que 78 por cento possuíam
quotidianas (valores variam de 7 por
mundialmente premiada de forma modular,
bicicleta, mas apenas 34 por cento a
cento em Sever do Vouga até 37 por
podendo ser otimizado e adaptado a qualquer
utilizavam nas deslocações para a UA.
cento e 42 por cento na Murtosa e Ílhavo,
território. A cargo da BikeEmotion, está a
As distâncias percorridas, as condições
respetivamente), estando dependente da
inteligência deste sistema, ou seja, todo o
climatéricas, a insuficiência de ciclovias
melhoria e expansão
hardware e software de comunicações e
e a insegurança eram as razões
da rede ciclável (57 por cento), melhoria
gestão do sistema.
apontadas, referidas por esta ordem
das condições dos pavimentos (17 por
O sistema encontra-se, neste momento,
de frequência, sendo a diferença muito
cento), aumento da segurança rodoviária
em vias de comercialização, podendo estar
reduzida entre as percentagens das duas
(6 por cento) e redução do tráfego
implantado, no verão de 2015.
primeiras razões apontadas.
rodoviário (2 por cento), segundo dados do Plano Intermunicipal de Mobilidade
Contudo, os promotores consideram que a
e Transportes da Região de Aveiro
Percursos seguros para a UA integram
projeção conseguida desde o lançamento
(PIMTRA), de 2012.
Aveiro, Capital Jovem da Segurança
da parceria informal representada na
Rodoviária 2015
Plataforma Tecnológica da Bicicleta e
É também nesta região que está instalada
A identificação de percursos seguros para
da Mobilidade Suave e as caraterísticas
uma parte significativa das empresas
a UA, iniciativa da Plataforma Tecnológica
socioeconómicas da região de Aveiro, a
do setor e da fileira nacional das duas
da Bicicleta e da Mobilidade Suave e da
colocam com condições ímpares para dar
rodas e sediada a sua associação
Câmara Municipal de Aveiro, com apoio da
sentido ao conceito UA Campus-Cidade
nacional (ABIMOTA). As empresas da
PSP, da AAUAv e da AAAUA, apresentada em
Bike Friendly. Senão vejamos…
região desenvolvem e comercializam
novembro de 2014, é uma peça fundamental
produtos em todos os pontos da fileira:
do projeto UA Campus Cidade Bike Friendly.
Região há muito que pedala
as bicicletas da Órbita e os modelos
Segurança Rodoviária pressupõe, na
É na sub-região Baixo-Vouga que,
para consumidores específicos de
perspetiva do projeto da UA, também reduzir
em Portugal, mais pessoas andam
Noca Ramos, antigo aluno da UA, as
o número de automóveis, de deslocações
regularmente de bicicleta – um valor
bicicletas com materiais recicláveis da
em automóvel, a velocidade de circulação,
oito vezes superior à média nacional.
Angel – projeto do ex-futebolista José
e sensibilização para os modos suaves
Na sub-região Baixo-Vouga (NUT III),
Nuno Amaro -, as peças e componentes
de transporte. Nesse sentido, o projeto
3,9 por cento dos residentes andam
da Rodi e da empresa Miranda & Irmão,
"percursos seguros para a UA" irá fazer parte
regularmente de bicicleta, sendo a média
a roupa para ciclistas da Rasto, o
do evento Capital Jovem da Segurança
nacional 0,5 por cento, segundo dados
mobiliário urbano, incluindo suportes para
Rodoviária, um evento nacional da Forum
do Instituto Nacional de Estatística
estacionamento de bicicletas, da Larus,
Estudante, com apoio do ACP e da BP,
(dados de 2011).
apenas para citar alguns exemplos.
assenta arraiais em Aveiro no ano de 2015.
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dezembro 2014
UA também dá ao pedal
Campus-Cidade Bike Friendly tem de ser
Por outro lado, vários grupos de investigação da UA trabalham
testado. Ora a comunidade de 16.500
no desenvolvimento de novos materiais para bicicletas
pessoas, durante a semana, quase 2.000
(Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e Escola
novos membros, em cada ano, à procura
Superior Aveiro Norte), no design de bicicletas e equipamentos
de novas formas de deslocação e
(Departamento de Comunicação e Arte ), na renovação do
abertos a causas que tragam mudanças
próprio objeto, como a First Bike, bicicletas especialmente
à sociedade, e também o facto de o
concebidas para os mais novos, as Cargo Bikes, bicicletas de
campus ser um espaço com gestão
carga (Departamento de Engenharia Mecânica), ou em sistemas
própria, fazem da UA um território
de energia (baterias) com possibilidade de adaptação a bicicletas
adequado à experimentação.
(Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática). A melhoria das infraestruturas, ao nível dos pavimentos –
Ao conceito UA Campus-Cidade
Departamento de Engenharia Civil –, ou a avaliação do ciclo de
Bike Friendly estão associadas várias
vida da bicicleta (Departamento de Engenharia Mecânica) são
“agendas”, muito para além da inovação
outras vertentes em investigação. Mas, a montante, também têm
tecnológica, que também têm a ver
vindo a realizar-se pesquisas da UA, como o ordenamento do
com novas formas de organização
território e o planeamento da mobilidade ciclável (Departamento
do espaço. Cada “agenda” traz
de Ciências Sociais, Políticas e do Território), o turismo sustentável
consigo o potencial de inovação
em bicicleta (Departamento de Ambiente e Ordenamento), o
e desenvolvimento económico:
contributo para a saúde (Escola Superior de Saúde) ou a avaliação
infraestruturas, como ciclovias,
de padrões de mobilidade urbana incluindo a mobilidade suave
estacionamento e sinalização; a
(Departamento de Engenharia Mecânica). Associadas a estes
articulação com outras formas de
trabalhos de investigação têm estado diversos projetos em
mobilidade e o transporte coletivo; a
parceria com a região, dos quais o CicloRia é apenas um exemplo.
inovação que pode passar por novos materiais e componentes, pelo design
Foi todo este contexto e o facto de existir um projeto inovador
da bicicleta, novos tipos de pavimento,
que pode constituir uma mais-valia para os seus produtos que
pelas tecnologias da informação,
levou um grande construtor mundial de bicicletas a fixar-se na
comunicação e eletrónica;
Incubadora de Empresas da UA e numa cidade que já foi pioneira
a sensibilização que pressupõe ações
nacional com a Bicicleta de Uso Gratuito de Aveiro (BUGA). O
de comunicação e pedagogia que
BikeEmotion é um consórcio criado pelas empresas de antigos
podem estar também associadas a
alunos da UA, Ponto C, Micro I/O e Ubiwhere, para desenvolver
eventos; e também pela disponibilização
um sistema de gestão, partilha e imobilização de bicicletas, com
de bicicletas individuais e coletivas.
GPS, que pode ser desbloqueado através dispositivo móvel de comunicação ou cartão. O BikeEmotion é o parceiro tecnológico
José Carlos Mota sublinha o
exclusivo do construtor de bicicletas canadiano Bewegen.
alinhamento deste e de outros projetos da Plataforma que co-coordena com as
Veículo de causas pós-modernas
estratégias que enquadram a aplicação
Apesar do contexto sugerir amizade à bicicleta, o conceito
de novos fundos comunitários: Portugal
“Bike Friendly” não se deve limitar à utilização da bicicleta.
2020 e, particularmente, o Quadro
Neste caso, a bicicleta traz outros componentes, salienta José
Comum de Investimentos da Região de
Carlos Mota, como a engenharia, a educação e sensibilização,
Aveiro 2014/2020 (QCIRA 2014/2020).
regulamentação e legislação, planeamento e avaliação e,
…E deixa um repto a todos, incluindo-se
no horizonte, uma cidade amiga do empreendedorismo, da
a si próprio, como quem desafia a saltar
investigação e desenvolvimento. Mas a bicicleta também é um
para um comboio rumo ao futuro e que
veículo de causas, como a causa ambiental, a saúde e vida
já está em andamento: “Como tornar
saudável e até, de alguma maneira, de uma nova postura cívica.
o projeto UA Campus-Cidade Bike
Ou seja, um veículo “trendy”. À bicicleta serve bem a imagem
Friendly um desígnio colectivo?”.
de uma certa pós-modernidade. É neste sentido que a UA dá estas Mas, para que seja o veículo de toda esta mudança, afirma o coordenador da Plataforma Tecnológica, o conceito UA
primeiras pedaladas.
MYBIKES (de Noca Ramos, ex-aluno da UA)
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campus sustentável
Produção de bicicletas (Gafanha da Nazaré)
MIRANDA & IRMÃO Componentes para bicicleta (Águeda)
RASTO roupa para ciclistas (Gafanha da Encarnação)
ANGEL Produções de bicicletas (Águeda)
ÓRBITA/MIRALAGO Produção de bicicletas
BEWEGEN/ BIKEEMOTION
(Águeda)
Produção de bicicletas (Aveiro)
LARUS Mobiliário urbano, também para bicicletas (Albergaria-a-Velha)
RODI Rodas para bicicletas (Aveiro)
alguns exemplos de uma fileira em expansão UA: novos materiais, design de bicicletas e equipamentos, sistemas de energia, novos pavimentos e infraestruturas, análise de ciclo de vida, ordenamento do território, turismo sustentável, padrões de mobilidade, contributo para a saúde.
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dezembro 2014
UA aceita o desafio da ONU: ter um Campus Sustentável Educação, gestão sustentável dos campi, envolvimento da comunidade e investigação. Estes são os quatro alicerces nos quais a UA vai cimentar a resposta ao desafio que a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em 2012 às instituições de ensino superior em redor do mundo: que apresentem respostas aos desafios da sustentabilidade, reconhecendo que, de facto, podem e devem ter um papel essencial na construção de uma sociedade mais sustentável.
51
campus sustentável
O apelo, erigido durante a Cimeira
“É fundamental a consciencialização de
ambiente adequado para a atividade
das Nações Unidas para o Ambiente
que a sustentabilidade da Universidade
da Universidade, mas valorizando
e Desenvolvimento, no Rio de
não implica forçosamente custos, mas
igualmente a fruição deste espaço
Janeiro, quer ver as universidades
pode ser o caminho para a otimização de
pela comunidade numa interação
comprometidas não só com o ensino
recursos e para uma maior eficiência”,
sem barreiras, de simbiose entre a
de conceitos de desenvolvimento
aponta Ana Isabel Miranda, docente
Universidade, a Cidade e a Região”.
sustentável e com o apoio a ações de
do Departamento de Ambiente e
Mais acrescenta o caderno de encargos
sustentabilidade nas comunidades
Ordenamento e coordenadora do GMDS.
da equipa reitoral, que quer em Aveiro
em que se inserem, como também
um Campus “exemplar do ponto de
apostadas na investigação de soluções
“A estratégia preparada pelo Grupo de
vista ambiental, com elevados níveis
para a construção de sociedades em
Missão foi acolhida com entusiasmo
de eficiência energética, de gestão da
equilíbrio com o meio ambiente.
pela Reitoria”, congratula-se a docente.
água e de resíduos, e com valorização
Outra abertura não seria de esperar pois
da biodiversidade e do meio em
O Grupo de Missão para o
a visão de um Campus Sustentável é
que nos inserimos, promovendo a
Desenvolvimento Sustentável (GMDS),
uma aposta inerente à própria missão
sustentabilidade da nossa atividade,
criado pela UA, abraçou o desafio
da academia de Aveiro e o Reitor da UA,
no seu sentido mais amplo, e servindo
e já está a trabalhar. A equipa tem
Manuel António Assunção, é o primeiro
de referência”.
apontado o ano de 2015 para dar o tiro
a subscrevê-la.
de partida no caminho proposto pela
A estratégia para o Campus Sustentável
ONU. Até 2020 a UA quer ser o motor
O programa de ação do Reitor para o
da UA, apresentado pelo Grupo
e um exemplo ao nível das instituições
período 2014-2018 não deixa dúvidas
de Missão, está assente em quatro
de ensino superior quando o tema é a
ao descrever o desígnio que quer selar
prioridades – educação, investigação,
na UA: “Exemplar na sua configuração
envolvimento da comunidade e gestão
e combinação de espaços, exteriores e
sustentável dos campi – estabelecidas
interiores, proporcionando não só um
tendo em consideração a evolução da
defesa da sustentabilidade, o que implica uma maior eficiência no uso de recursos.
linhas
dezembro 2014
academia nos últimos cinco anos, o
de Missão. Nesse sentido, como não
e de equipa para efetuar diversos
Plano de Atividades da UA para 2014 e
podia deixar de ser, um dos vetores
trabalhos, contribuindo para o espírito de
o impacto das potenciais ações para o
estratégicos para o desenvolvimento
empreendedorismo, principalmente nos
período entre 2014 e 2020.
de um campus sustentável, “porventura
mais jovens, são alguns dos objetivos
um dos mais visíveis”, é a gestão
das atividades agregadas à vontade de
dos campi.
cimentar o envolvimento da comunidade.
pilar essencial da formação integral dos
O GMDS indica a desmaterialização
Daqui a seis anos, antevê o Grupo
futuros profissionais e decisores de uma
de processos e de procedimentos
de Missão, “deverá ser uma prática
sociedade sustentável”, o GMDS quer
administrativos, a gestão da energia,
habitual a realização de, pelo menos,
chegar a 2020 com a realização de um
água, ar e resíduos, a gestão e
quatro oficinas pedagógicas e de
conjunto de iniciativas que promovam
manutenção dos edifícios e espaços
quatro palestras ou debates, por ano”.
o desenvolvimento e integração
verdes existentes, a promoção e
A colaboração com a Escola Superior
de competências (conhecimentos,
usufruição da biodiversidade e a
de Saúde, integrando atividades
capacidades, atitudes e valores) para
definição de regras e princípios
direcionadas para grupos com
a sustentabilidade na ação educativa
reguladores da qualificação dos campi
necessidades especiais, e o sistema de
formal na UA, mas também em
como aspetos a desenvolver. Propõe
voluntariado para a monitorização da
instituições de ensino não superior, e em
que até 2020 a UA implemente um
biodiversidade e da qualidade ambiental,
contextos não-formais.
conjunto de ações tendo como objetivos
“devem ser uma realidade em 2020”.
Educar, educar, educar sempre Na educação, considerada como “o
estratégicos certificar a academia no Implementação de programas de
âmbito de normas ISO associadas ao
Investigação com consciência
formação em temáticas relacionadas
desenvolvimento sustentável.
ambiental “Uma universidade sustentável deve
com a ciência, a tecnologia e o diálogo intercultural que evidenciem
“As metas estabelecidas concretizar-
desenvolver atividades de investigação
a importância da educação para
-se-ão através dum plano de ações
na área, promovendo a inovação e a
o desenvolvimento sustentável,
detalhado, envolvendo a administração
implementação das melhores práticas”,
iniciativas de consciencialização para
e a comunidade académica, e resultarão
aponta Ana Isabel Miranda.
a sustentabilidade e para a relevância
duma reformulação significativa da
da educação para o desenvolvimento
abordagem da gestão dos campi da
Neste campo, o GMDS assume como
sustentável e integração do tema nas
UA, criando rotinas e procedimentos
metas concretas “o envolvimento da
unidades curriculares da UA são algumas
potenciadores dos diferentes critérios
UA em, pelo menos, dois projetos
das apostas traçadas para os próximos
de sustentabilidade e promovendo uma
internacionais [no âmbito do novo
anos em redor do pilar educação.
imagem de modernidade organizacional
quadro de apoio comunitário –
para o exterior”, antevê o Grupo.
HORIZON 2020] e em dois projetos nacionais [aprovados pela Fundação
Destas medidas educacionais refere-se a vontade de “ter em 2020, 20 por cento
Maior envolvimento
para a Ciência e Tecnologia ou outros
dos cursos da UA com desenvolvimento
com a comunidade
organismos] de investigação na área da
de competências na área do
Um campus sustentável implica o
sustentabilidade”.
desenvolvimento sustentável e 20 por
envolvimento de toda a comunidade,
cento dos seus docentes com formação
quer interna, quer exterior à UA, e,
Dos projetos nacionais, pelo menos
específica sobre a inclusão de questões
por isso, a academia deverá cada vez
um deverá resultar da colaboração
de sustentabilidade nas unidades
mais ser sentida como um espaço de
de investigadores de várias unidades
curriculares que lecionam”.
todos e de cada um. Para tal, o GMDS
orgânicas da UA, “revelando sinergias
propõe “a criação de atividades abertas
interdepartamentais”. Como objetivo de
Gestão sustentável, Campus
a toda a comunidade, que constituirão
melhoria da divulgação da investigação
sustentável
espaços de partilha de conhecimento e
feita na UA até ao início da segunda
“Um campus universitário é uma
experiências, fomentando, por exemplo,
década deste século, o Grupo de
pequena cidade que, devido à sua
a consciencialização ambiental”.
Missão quer que “seja prática comum a realização duma conferência aberta
dimensão, atividade dos utilizadores e características do ambiente construído,
Sensibilizar o público em geral
ao exterior envolvendo investigadores,
é responsável por fluxos energéticos e
enquanto se promove a imagem da UA,
estudantes e funcionários com atividade
materiais relevantes”, aponta o Grupo
incrementar o espírito de comunidade
na área da sustentabilidade”.
53
cultural aconteceu na ua
ACONTECEU NA UA Cerimónia de jubilação de Celeste Coelho A cerimónia de jubilação de Celeste Coelho, professora do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da UA, realizou-se dia 26 de novembro. Na academia aveirense foi professora auxiliar, de outubro de 1985 até junho de 1991, professora associada, de 1991 a 2000, e professora catedrática desde 2000. Os domínios de especialização de Celeste Coelho são a Hidrogeomorfologia, Geografia Física Aplicada e Planeamento e Gestão de Recursos Naturais. Os seus atuais interesses de investigação são Hidrologia e Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas, Processos de Desertificação e Degradação do solo (dimensão ambiental e socioeconómica) e
Perto de oito mil pessoas na Semana Aberta da Ciência e Tecnologia
Planeamento e Gestão de Áreas Costeiras. Cerimónia de Jubilação de José Teixeira Dias A cerimónia de jubilação de José Teixeira Dias, docente do Departamento de Química da UA, ocorreu no dia 19 de
A Semana Aberta da Ciência e Tecnologia da UA regressou para a 15ª edição, de 24
novembro. Professor catedrático de
a 28 de novembro. Este ano inscreveram-se 7664 pessoas em 102 atividades (e 324
Química na Universidade de Coimbra
sessões), organizadas por 22 unidades da UA. Esta foi a maior iniciativa de divulgação
de 1980 a 1995 e da academia de Aveiro
de ciência do país, integrada na Semana da Ciência e da Tecnologia promovida pela
desde 1995, José Teixeira Dias doutorou-se
Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
em Química pela Universidade de Sussex, Reino Unido, em 1970, com tese sobre
A SACT transformou mais uma vez os campi da UA num gigantesco laboratório
Química Quântica (Forças Intermoleculares)
científico aberto a todos, desde crianças do pré-escolar, até pessoas aposentadas,
e Espectroscopia de Raman.
passando pelos alunos do ensino básico e secundário. Fellow da Royal Society of Chemistry Experiências, atividades laboratoriais, palestras, saídas de campo, exposições.
com a distinção Chartered Chemist
Estas foram algumas das atividades que decorreram nos diversos departamentos
(CChem) desde 1991 e Chartered
e unidades orgânicas do Campus Universitário de Santiago e do Crasto, na Escola
Scientist (CSci) do Science Council do
Superior Aveiro-Norte, em Oliveira de Azeméis, e na Escola Superior de Tecnologia e
Reino Unido desde 2004, o especialista
Gestão de Águeda.
na área da Química-Física Molecular
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dezembro 2014
é autor e co-autor de mais de 150
do Ocean College da Universidade
visitou em novembro a UA. A governante
artigos na Web of Science. José Teixeira
de Zhejiang (China), com o objetivo
procurou experiências e conhecimentos
Dias recebeu o Prémio de Excelência
de se identificarem oportunidades de
em instituições portuguesas que possam
Científica em 2004 concedido pela
colaboração na área do Mar. O workshop
ajudar a enfrentar os novos desafios do
Fundação para a Ciência e Tecnologia.
"Aveiro and Zhejiang Universities:
desenvolvimento de Cabo Verde. No caso
building a long term cooperation and
da UA, Sara Lopes tomou conhecimento
new ventures in Marine Sciences and
da capacidade da UA para eventual
Technology" deu o mote ao encontro.
cooperação em projetos de formação que possam dar resposta às necessidades atuais daquele país africano, mas também na vertente de investigação aplicada e prestação de serviços.
Festivais de Outono 2014: dar palco a jovens talentos e a artistas de renome Os Festivais de Outono, evento
UA recebe delegação russa
promovido pela Universidade de Aveiro
para preparar cooperação
(UA), renovaram o objetivo de servir a
A UA recebeu uma comitiva de
região centro de Portugal com um leque
investigadores e representantes de
diversificado de ofertas musicais ao
instituições russas de ensino superior e
Delegação da Universidade
longo de cerca de um mês, de 7 a 29 de
investigação ao abrigo do programa de
Eduardo Mondlane procura
novembro. O programa da 10ª edição do
promoção da ciência russa pelo Ministério
parcerias na UA
evento percorreu atuações para apetites
da Ciência daquele país. A delegação
Uma delegação do Departamento de
variados, incluindo a ópera, a música
russa que visitou a UA a 10 de novembro,
Engenharia da Universidade Eduardo
barroca e de câmara, recitais de piano,
foi constituída por nove elementos,
Mondlane, Moçambique, visitou
músicas do mundo e obras sinfónicas.
entre responsáveis e professores da
em outubro a UA no âmbito de uma
O palco foi sucessivamente ocupado com
Ural State University, Moscow Institut of
deslocação a Portugal para identificar
jovens talentos com ligação à UA, ao seu
Physics, Moscow Institut of Astronomy, e
oportunidades de colaboração junto
Departamento de Comunicação e Arte
representantes de Kazac State University
de várias universidades portuguesas.
(DeCA) e à região, mas também artistas
e Far East Federal University, para além
A visita teve um caráter exploratório
de grande relevo na cena
da National University os Science and
e foi dedicada a dar a conhecer as
musical internacional.
Technology (MISIS).
competências da UA nos domínios da investigação e colaboração com a sociedade, assim como as oportunidades para a mobilidade e acolhimento de estudantes, docentes e investigadores de Moçambique. Promoção da mobilidade e da investigação em acordo com a Universidade de Caxias do Sul Incentivar o intercâmbio de docentes, investigadores e estudantes, realizar
UA recebe comitiva de
Ministra das Infraestruturas
seminários e conferências conjuntos
cientistas do Ocean College da
de Cabo Verde veio à UA para
e ainda desenvolver investigação em
Universidade de Zhejiang
procurar áreas de cooperação
comum são os objetivos de um protocolo
A UA recebeu em novembro uma comitiva
A ministra das Infraestruturas e Economia
de cooperação subscrito entre a UA e
com alguns dos mais sonantes cientistas
Marítima de Cabo Verde, Sara Lopes,
a Fundação Universidade de Caxias do
55
aconteceu na ua
Sul (FUCS), do Rio Grande do Sul, Brasil. O acordo foi assinado pelos reitores de ambas as instituições, a 23 de outubro, e vigora por cinco anos.
Instituto federal do Maranhão
UA renova acordo de
deseja incremento de
parceria com a Comunidade
cooperação com UA
Intermunicipal no Dia da Região
Há cerca de dois anos o Reitor da UA,
A UA assinou um Contrato de Parceria
Manuel António Assunção, visitou o
Institucional com a Comunidade
Instituto Federal do Maranhão (IFM), no
Intermunicipal da Região de Aveiro
O potencial da UA na
Brasil. Dessa visita resultou a assinatura
(CIRA) no dia 16 de outubro, data em que
revitalização do setor da
de um “termo de cooperação técnica” e
se assinalou pela primeira vez o Dia de
construção e reparação naval
ficou a vontade da instituição de terras de
Região que coincidiu com o aniversário
português
Vera Cruz conhecer também a UA. A visita
de constituição desta estrutura
O auditório da Fábrica Centro Ciência
concretizou-se dia 17 de outubro, com a
intermunicipal. O Contrato de Parceria
Viva reuniu, a 24 de outubro, cerca de 70
vinda do reitor e de uma delegação, da
foi assinado no âmbito da segunda
representantes de empresas, para além
qual resultou a garantia de que as duas
conferência sobre a estratégia de
de especialistas, representantes do setor
instituições vão incrementar a mobilidade
desenvolvimento territorial para a Região,
público e conhecedores do setor, na mesa
e a criação de cursos conjuntos na área
evento que contou com a presença do
redonda sobre "Construção e Reparação
dos materiais e química.
ministro-adjunto e do Desenvolvimento
Naval", iniciativa da Fábrica Centro
Regional. Poiares Maduro considerou
Ciência Viva e da Plataforma Tecnológica
a estratégia nacional no âmbito do
do Mar da Universidade de Aveiro (UA),
Horizonte 2020 enunciadora de uma nova
com o apoio do Grupo Martifer.
cultura de funcionamento do Estado.
UA assinalou Abertura do Ano
UA colabora com Cabo Verde
com apelos ao aproveitamento
para informatizar Justiça
dos novos fundos europeus
A UA e o Ministério da Justiça cabo-
O bom posicionamento da UA para
-verdiano assinaram em outubro um
concorrer aos novos fundos europeus,
memorando de entendimento sobre o Sistema de Informatização da Justiça
quer pela interdisciplinaridade no ensino e investigação, quer pelas colaborações
Visita de universidade checa
de Cabo Verde, que tem como objetivo
e parcerias com a Região, foi destacado
à UA deixa no ar colaboração
diminuir os custos e a morosidade
pelo Reitor na Sessão de Abertura do
futura
processual e aumentar a transparência
Ano Letivo. Assumindo o “objetivo claro”
Uma delegação da Universidade de
e as garantias de segredo de justiça
de contribuir para a riqueza e para a
Hradec Kralove, República Checa, esteve
naquele país. O protocolo, assinado
criação de emprego das regiões, o
dia 17 de outubro na UA, naquela que
na cidade da Praia pelo ministro da
secretário de Estado do Desenvolvimento
foi uma primeira visita exploratória para
Justiça cabo-verdiano, José Carlos
Regional, também presente na Sessão
uma colaboração futura entre as duas
Correia, e pelo Reitor da UA, Manuel
que decorreu em outubro, sublinhou
instituições. Recebida pela pró-Reitora
António Assunção, prolonga por mais
as diferenças em relação aos quadros
para a Internacionalização da UA,
quatro anos a parceria entre as duas
comunitários anteriores, a aposta nas
Marlene Amorim, a delegação saiu da
instituições iniciada em 2008 com o
parcerias alargadas e na orientação para
UA com vontade de encontrar formas de
apoio do Departamento de Eletrónica,
os resultados.
colaboração, nomeadamente ao nível da
Telecomunicações e Informática (DETI)
mobilidade de docentes e investigadores.
da academia de Aveiro.
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dezembro 2014
Geral da Universidade de Aveiro (UA).
Restauro da fachada do Teatro
“É uma universidade muito ativa que já
Nacional São João tem mão do
muito conquistou e muito tem ainda para
DECivil da UA
ganhar neste atual mundo competitivo”,
O restauro da fachada do Teatro
apontou o novo elemento da família
Nacional São João (TNSJ), no Porto, foi
UA que deixou a garantia: “Todo o meu
concluído em setembro e a obra contou
conhecimento e experiência estão agora
com o apoio técnico do Departamento
ao serviço da UA”.
de Engenharia Civil (DECivil) da UA, cujos trabalhos na área da reabilitação
Secretário de Estado visitou
KBC e Universidade de Aveiro
de edifícios antigos constituem uma
Plataforma Tecnológica
cooperam para a extensão
das principais marcas reconhecidas a
da Bicicleta e da Mobilidade
do modelo CPA no Programa
nível nacional e internacional quando o
Suave na UA
Multiflash
assunto é fazer do velho novo. O restauro
No contexto da preparação de
A KBC Advanced Technologies plc (KBC)
da fachada do edifício, que tem mais
estratégias alinhadas com os
anunciou em outubro que vai colaborar
de dois séculos de história, durou cinco
programas de financiamento
com a UA no desenvolvimento de uma
anos e implicou um investimento de 960
nacional no âmbito do Portugal 2020,
extensão abrangente do modelo CPA
mil euros, cofinanciados em 85 por cento
nomeadamente o programa Cidades
através do financiamento de um projeto
por fundos comunitários.
Sustentáveis 2020, o secretário de
de doutoramento e disponibilizando
Estado do Ordenamento do Território e
cópias dos programas Multiflash e
da Conservação da Natureza observou,
Petro-SIM para fins de investigação e
na UA e na região, as potencialidades
educacionais. Esta é já a segunda vez
em modos suaves de mobilidade,
que a empresa, fornecedora de ponta de
nomeadamente para a mobilidade
soluções de consultadoria e de software
elétrica em bicicleta. Miguel de
para a indústria de processamento de
Castro Neto tomou conhecimento em
hidrocarbonetos, colabora com a equipa
outubro de vários projetos e protótipos
de João Coutinho, investigador do
associados à Plataforma Tecnológica
CICECO. A parceria já aconteceu quando
da Bicicleta e da Mobilidade Suave no
os investigadores de Aveiro estavam a
âmbito do tema mobilidade elétrica.
desenvolver e a implementar o modelo de referência para estes compostos no programa Multiflash. Investigação da UA faz capa na conceituada revista ChemSusChem Uma equipa de investigadores da UA conseguiu obter nanopartículas de
Ensino de chinês pela UA em
ouro e prata usando uma metodologia
São João da Madeira alargado
simples e amiga do ambiente usando um
ao 5º ano
extrato aquoso de casca de eucalipto
A UA recebe a confirmação em setembro
Joan Viñas Salas é o novo
como agente redutor e de estabilização.
do secretário de Estado do Ensino
membro do Conselho Geral
Através de um estudo sistemático,
Básico e Secundário, João Grancho, de
da UA
utilizando técnicas cromatográficas
que o ensino de mandarim nas escolas
Reitor da Universidade de Lérida
avançadas, os cientistas de Aveiro
do 1º ciclo de São João da Madeira
(Espanha) entre 2003 e 2011, onde foi
conseguiram determinar pela primeira
pode ser alargado, já a partir de 2015,
também diretor do Departamento de
vez o papel de cada uma das famílias de
como oferta complementar ao 5º ano
Cirurgia, membro da Academia Real
compostos presentes naquele extrato
de escolaridade. O projeto foi iniciado
de Medicina e antigo presidente do
assim como a função específica dos
em 2013 com a coordenação científica
Instituto Catalão de Saúde, Joan Viñas
compostos maioritários. O estudo fez
e formativa da UA e sob a alçada do
Salas foi apresentado em outubro como
capa na edição do mês de setembro da
Ministério da Educação e Ciência e do
o mais recente elemento do Conselho
conceituada revista ChemSusChem.
Município de São João da Madeira.
57
aconteceu na ua
Delegação de investidores norte americanos conhece start ups da UA Vieram em julho do outro lado do oceano para conhecer e investir nas start ups da UA. Eram 11 investidores norte-americanos, luso descendentes, que integravam a Global Entrepreneurship Program (GEP), do Departamento de Estado norte-americano. Falaram sobre as suas experiências de trabalho como mentores de negócios e “business angels”, deram conselhos e conheceram as empresas incubadas na UA conquista o 3º lugar no Campeonato do Mundo
Incubadora de Empresas da Universidade
de Futebol Robótico
de Aveiro (IEUA).
A equipa da CAMBADA alcançou o 3º lugar no Robocup 2014, o Campeonato do Mundo de Futebol Robótico, que decorreu em julho na cidade brasileira de
Melhores trabalhos de alunos
João Pessoa. Após terem alcançado as meias-finais, os robôs futebolistas da
de Design da UA premiados
Universidade de Aveiro (UA) foram derrotados por 2-1 frente à TechUnited da Holanda,
em gala
precisamente a equipa que acabou por conquistar o título mundial ganhando a final
A gala “And The Winner is…” premiou
frente aos chineses da Water Team por 3-2. No jogo de apuramento dos terceiros e
os melhores trabalhos de Alunos
quartos lugares, a seleção lusa derrotou a MRL (Irão) por 4-0.
de Design de 1º, 2º e 3º ciclos da
A CAMBADA repetiu assim a presença no pódio alcançada nas últimas seis edições
UA, dia 4 de junho, no Auditório da
do Campeonato do Mundo.
Reitoria. Estiveram a concurso sete áreas: Autoria, Programa, Tecnologia,
UA parceira da Plataforma Noroeste Global
Interdisciplinaridade, Inovação pelo
A UA foi anunciada em julho como um dos membros da nova Plataforma Noroeste
desenho, Mercado e Investigação.
Global, que pretende captar investimento, apostar na inovação e transferência de tecnologia e conhecimento, aumentar a competitividade das empresas, promover a
Research Day 2014
sua internacionalização e o aumento da exportação dos produtos dessas mesmas
Ana Flávia Miguel, do polo de Aveiro do
empresas. Tudo isto através do trabalho conjunto dos membros da Plataforma:
Instituto de Etnomusicologia - Centro de
municípios de Aveiro, Porto, Braga e Guimarães e instituições de ensino superior
Estudos em Música e Dança (INET-MD),
desta região (UA, universidades do Porto e Minho, Centro Regional do Porto da
Paulo Gaspar, do Instituto de Engenharia
Universidade Católica) e ainda a COTEC.
Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA), Ricardo Fernandes, do Instituto de
ASAE aposta na UA para aconselhamento científico
Telecomunicações de Aveiro (IT) e Ana
Quatro investigadores da UA entram para as novas equipas dos Painéis Temáticos
Rita Bezerra, do Centro de Estudos do
da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Manuel António
Ambiente e do Mar (CESAM), foram os
Coimbra e Ivonne Delgadillo, no Painel dos Aditivos e Contaminantes da Cadeia
autores dos pósteres premiados em mais
Alimentar, e Artur Silva e Amadeu Soares, no dos Riscos Biológicos, foram os
uma edição do Research Day que decorreu
nomes convidados para integrarem duas das cinco unidades da ASAE que têm
dia 3 de junho na UA. O evento contou com
como finalidade prestar apoio especializado na elaboração de pareceres científicos
a apresentação de 12 palestras, de 200
e avaliação de riscos na cadeia alimentar.
pósteres e de vários protótipos.
EDIÇÕES
ATIVIDADES PARA O ENSINO DA LÍNGUA:
A QUÍMICA DAS COISAS
9TH INTERNATIONAL COMMITTEE [ON] DESIGN
PRODUÇÃO ESCRITA: 1º E 2º CICLOS DO
[RECURSO ELETRÓNICO]
HISTORY AND DESIGN STUDIES - ICDHS 2014:
ENSINO BÁSICO
Coord. Paulo Ribeiro Claro, professor do
TRADITION, TRANSITION, TRAJECTORIES:
Coord. Luísa Álvares Pereira, Inês Cardoso,
Departamento de Química da UA, e Mariana
MAJOR OR MINOR INFLUENCES?
respetivamente, professora e investigadora do
Barrosa
Coord. Helena Barbosa, professora do
Departamento de Educação da UA
Editora UA Editora
Departamento de Comunicação e Arte da UA,
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-396-6
e Anna Calvera
ISBN 978-972-789-383-6
Ano 2014
Editora UA Editora Proceedings ISBN 978-972-789-421-5;
Ano 2013 CONSTRUIR CIÊNCIA, CONSTRUIR
Posters ISBN 978-972-789-422-2
CUIDADORES INFORMAIS DE PESSOAS
O MUNDO: [RESUMOS DO] 4º ENCONTRO
Ano 2014
IDOSAS: CAMINHOS DE MUDANÇA
NACIONAL DE HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS
[RECURSO ELETRÓNICO]
E DA TECNOLOGIA – ENHCT
USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO
Coord. Dayse Neri de Souza, Marília Santos Rua,
Coords. Isabel Malaquias...[et al.], professora do
NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO PORTUGUÊS
respetivamente, professoras do Departamento de
Departamento de Física da UA
NAS PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E
Educação e da Escola Superior de Saúde da UA
Editora UA Editora
DOCENTE: RECOLHA E ANÁLISE DE DADOS
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-418-5
[RECURSO ELETRÓNICO]
ISBN 978-972-789-384-3
Ano 2014
Autores Ana Balula...[et al.]; Orgs. Fernando Ramos, António Moreira,
Ano 2013 REINVENTAR O TURISMO RURAL EM
respetivamente, professores dos Departamentos
OFÍCIO DE CONTAR
PORTUGAL: COCRIAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS
de Comunicação e Arte e de Educação da UA
Autor António Trabulo Prémio Aldónio Gomes 2014
TURÍSTICAS SUSTENTÁVEIS
Editora UA Editora
Coord. Elisabeth Kastenholz...[et al.], professora
ISBN 978-972-789-401-7
do Departamento de Economia, Gestão e
Ano 2014
Editora UA/Departamento de Línguas e Culturas ISBN 978-972-789-429-1 Ano 2014 TRANSVERSALIDADE III: DAS PALAVRAS À AÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE
Engenharia Industrial da UA Editora UA Editora
USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO
ISBN 978-972-789-395-9
NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO
Ano 2014
PORTUGUÊS: ANÁLISE, SISTEMATIZAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO NAS
ESCOLARIDADE [RECURSO ELETRÓNICO] Org. Cristina Manuela Sá, professora do Departa-
ESCALAS COMPORTAMENTAIS PARA
PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E DOCENTE
mento de Educação da UA
CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR –
Autores Ana Balula...[et al.];
Editora UA Editora
PKBSPT: MANUAL
Org. Fernando Ramos, António Moreira,
ISBN 978-972-789-419-2
Autores Rosa Maria Gomes, Anabela Sousa
respetivamente, professores dos Departamentos
Ano 2014
Pereira, professoras do Departamento de
de Comunicação e Arte e de Educação da UA
Educação da UA
Editora UA Editora
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-400-0
E EDUCADORES: EXPERIÊNCIAS
ISBN 978-972-789-398-0
Ano 2014
EM CONTEXTO PORTUGUÊS
Ano 2014
[RECURSO ELETRÓNICO] Org. Gabriela Portugal...[et al.] Editora UA Editora ISBN 978-972-789-428-4 Ano 2014