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Guilherme Hernandez Filho

Guilherme Hernandez Filho Santos/SP

Eflúvios

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Outro dia ouvi uma entrevista no rádio que me deixou pensante. Estavam entrevistando uma perfumista famosa, brasileira, e que tinha lançado um livro relativo ao tema. Perguntada afirmou que os bons perfumistas chegam a identificar até 3.000 aromas diferentes, que podem ser misturados, se obtendo resultados aprimorados. Fiquei surpreso. Comecei a pensar mais profundamente sobre o assunto. A impressão que a gente, leigo, tem, é que a coisa funcione mais ou menos como as cores, que são sete básicas, e suas combinações possíveis, mas daí a chegar a três mil, tem muito chão.

Depois que parei de fumar, e lá se vão mais de trinta anos, apurei bastante meu olfato, conseguindo distinguir muitos cheiros. Este fenômeno já me foi confirmado por outros que, como eu, melhoraram bem seu nariz. Ou seja, o fumo estraga o faro das pessoas, Mas isto traz consequências imediatas: sentindo melhor os odores, o que vale também para as comidas, você passa a repetir os pratos mais aromáticos, ganhando vários quilos.

Retornando ao tópico inicial, passei a recordar das variedades de perfumes, que eu mesmo usei desde minha adolescência, naquela época, a maioria estrangeira. Alguns marcaram seu tempo: Água de Colônia, Chambrey, Pinho Silvestre, Lancaster, Bond Street, Eau Sauvage, Rastro, Pour Homme YSL, L’Occitan, etc... Hoje uma sequência de marcas modernas infestam as prateleiras.

Estas lembranças excitaram minha memória afetiva, e olfativa, e acho que fui capaz de me lembrar de cada um deles, tal e qual estivesse usando-o.

Acho que não conseguiria ter o mesmo êxito com os femininos, claro, embora uns eu ainda possa me rememorar, pelo menos dos nomes: Myrurgia, Eau de Cologne, Un Air Embaume Rigaud, Miss Dior, Muguet de Bonheur, Fleur de Rocaille, Calesh, Eau d’Aliage, Opium, Angel, Carolina Herrera, e tantos mais.

Só não posso deixar de lado aquele perfume feminino que há décadas é um ícone e do qual todos sempre se recordam, o Chanel nº 5, e a lenda que o envolve, que dizem constituir a razão de seu sucesso: a atriz Marilyn Monroe perguntada acerca do que usava para dormir, disse que “só duas gotas” de Chanel nº 5.

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