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Sandra Modesto

Sandra Modesto Ituiutaba/MG

Pareceres

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Tento ser disciplina Mergulho entre uma velha e uma menina Perco-me em meio a tantos desafios Um tempo, por favor, um tempo. Deixa-me espichar minhas pernas abertas e fechar meus braços. Romper laços e desafetos Beber um café. Um porre de café. Fazer promessas vãs. Sutis deslizes, momentos febris beirando êxtases. Entardeço eu no atropelo sem fim. Uma música nostálgica, uns refrãos acalantos. Coragem. Coragem. Muita preguiça de tanto ouvir coragem. Anoitece. E quando o céu me escurece me esvaio. Não sei. A exatidão do sono interrompendo meu dia eu perdida me virando frente ao espelho depois do banho, acaricio meu colo e vou descendo hora adentra. Só um cheiro me consola, a terra é minha. Perfume de chuva respira de mais uma manhã. Respingo dos cafés tragados e sujo a mesa. Lugar onde sozinha eu esmaeço. Janelas abertas oxigênio no cérebro. Ligo o computador tento alguns versos umas rimas qualquer história. Fujo do noticiário. Boletos vencendo dinheiro sumindo, imagino uma atriz encenando o último ato. Fecho as cortinas. Invento um público. Mesmo sem aplausos, eu sigo. Enterneço, falo mal, excomungo. Tá estranho. Mar de lamas. Muita gente morrendo. Mulheres sempre indo embora. “Parece que meus olhos cortam cebolas”. Sujeira espalhada, fumaças, fogo, fome, fezes, arranhões. Tento mais um verso. Já é tarde. Amanhã eu amanheço.

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