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Charles Burck

Charles Burck

Rio de Janeiro/RJ

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Tempestuosa

A tempestade densa como floresta de gotas

Choras há dez noites os arrependimentos,

Como uma folha branca manchada de batom flutuam os teus desejos sobre as ondas Somos sempre, nós mesmos, as eternas vitimas de nossos atos

Dez noites, é tão pouco tempo

As carnes macias andam deitam sobre as mesmas camas

O alvejar dos tecidos do mundo vão estendendo mãos invisíveis coo velhas lavadeiras

As maçãs ácidas mais doces são guloseimas para as crianças, Os inocentes nascidos das conchas ainda engatinham na areia,

As manchas de vômito e vinho são lavadas pelo mar azul

Os ventos tomam o leme e atiças as velas para as novas raparigas

Os mesmos atos, as mesmas virgens, as mesmas cantigas de encantar os homens

Querem também tomar-nos os poemas

o mar é infindo nascedouro de estrelas e adoçantes sussurra As vezes uma cabeça de pensamento emerge buscando ar, os afogados pensativos querem reaver os delírios,

Encham-se as bocas e os pensamentos em ritmos lentos sob o barulhar do dia, Doses mais fortes condensam as perspectivas, maiores que nossas liras,

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Fragmentos de vermelhidão as nádegas, nas coxas, nas virilhas,

O amor escorre do ventre a nos convencer que somos assim, as bocas abertas das musas nos tentam convencer que somos mais paixão do que poemas

Como céus explodindo com relâmpagos, e os ossos rangem, nas sinfonias juntas aos sons da cama e das as ondas correntes

Eu conheço a noite, e os seios dos quais eu me alimento

O amanhecer me despertas das reflexões do somos,

O cansaço já me bastas, os teus choros são sussurros a convidar-me

A pomba exposta pede paz,

E eu a consolo

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