LiteraLivre Vl. 5 - nº 29 – Set./Out. de 2021
Charles Burck Rio de Janeiro/RJ
Tempestuosa A tempestade densa como floresta de gotas Choras há dez noites os arrependimentos, Como uma folha branca manchada de batom flutuam os teus desejos sobre as ondas Somos sempre, nós mesmos, as eternas vitimas de nossos atos Dez noites, é tão pouco tempo As carnes macias andam deitam sobre as mesmas camas O alvejar dos tecidos do mundo vão estendendo mãos invisíveis coo velhas lavadeiras As maçãs ácidas mais doces são guloseimas para as crianças, Os inocentes nascidos das conchas ainda engatinham na areia, As manchas de vômito e vinho são lavadas pelo mar azul Os ventos tomam o leme e atiças as velas para as novas raparigas Os mesmos atos, as mesmas virgens, as mesmas cantigas de encantar os homens Querem também tomar-nos os poemas o mar é infindo nascedouro de estrelas e adoçantes sussurra As vezes uma cabeça de pensamento emerge buscando ar, os afogados pensativos querem reaver os delírios, Encham-se as bocas e os pensamentos em ritmos lentos sob o barulhar do dia, Doses mais fortes condensam as perspectivas, maiores que nossas liras,
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