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Maria Carolina Fernandes Oliveira
Maria Carolina Fernandes Oliveira
Pouso Alegre/MG
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Nossas estrias
As estradas que percorri desenhadas em meu corpo. nos quadris, sutis, hostis à pele crua.
Traços afiados bordados em meus peitos. filigranas que enfeitam tatuam memórias.
Nas coxas, nas costas caminhos secretos. riscos concretos pele que se adorna.
Minhas curvas tomadas por linhas profundas um mapa estriado. um corpo selado pelo tempo. Meu corpo se risca minha pele se arrisca pintando e destacando rios e afluentes.
Não é tinta, não é sangue são minhas próprias cicatrizes. carrego em mim minhas estradas cada risco bem traçado compõe meu ser sagrado.
É experiência em forma de rio é arte em forma de estrada dedicado acabamento. estriados segmentos.
É corpo, é dor, é luta. é resistência tatuada no ser. É, enfim, perfeita construção de mim: o incansável ser mulher.