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Tereza Du'Zai
Tereza Du'Zai
Itajaí/SC
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Inferno dos Não Nascidos
Se fosse possível, no começo da vida, a gente mudaria tudo. Quem sabe, se nos permitissem adentrar pelos vãos do terceiro céu, Saberíamos o quanto éramos absurdamente velhos e cheios de culpa ao nascer. Sentiríamos o olhar e o gracejo do tempo sobre nossos passados. Sempre um segundo, um minuto, uma hora, um dia... a menos, Uma subtração odiosa, viciosa...
Sou incapaz de relaxar diante de minha imagem refletida em estilhaços mortais. Se conseguirmos nos posicionar no final da fila, ele chutará nossas cabeças. O mais importante é lembrar de contar as estrelas que se apagaram, sem olharmos para cima. [...]
Criança sem tempo, existirá em seu futuro uma multidão de anjos dementes; Entre mortos, vivos e não nascidos, você verá um depósito de abnegados otimistas. Fujam! Fujam! Fujam! Fujam!... Eu vi um cego acertar o coração do mundo com uma bala perdida. Enquanto um pseudoDeus, muito acima de todas as constelações, caminhava sua inocência como um cão desorientado; Seria Ele um assassino psicótico, ou um salvador parcial? Quisera eu roer seus ossos, sem jamais lamber suas feridas.
Ora! Por que esses sustos? Esses traumas? Essas ameaças?
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Você leu a Palavra?
Elas gritam, gritam e gritam! Enquanto o mundo acaba todos os dias. Estou farta e não pretendo repeti-la. O que você fez ontem?
De quem são esses corpos? Eis o mistério da fé: Somente a morte liberta e salva
E Ele?
Ele nunca terá culpa alguma: "Graças a Deus! Ele sabe o que faz...". Mas eu O despi em meus delírios: Seu corpo é depilado e Ele sabe dançar ao som do lado selvagem. Inatingível? Inexistente? [...]
Senhor Redentor, não se iluda, Ele não te ama!.