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Denis Roso
Denis Roso Londres, Inglaterra
Cherry Trees
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Aqueles floquinhos de dente-de-leão quase me enganaram ali Anteontem, Enquanto eu passava a vassoura na calçada Um entardecer de primavera madura. 1993, a mamãe varrendo a calçada, Um entardecer de inverno engatinhando, Uma blusinha preta, Curvadinha, Parou para pensar, A mão sobre o cabo da vassoura o queixo sobre a mão os olhos perdidos; O irmão tinha morrido recentemente e ela não chegou a tempo do enterro, Longe pra caralho De Cometa Parando de estação em estação para comer esfiha, Chorando entre elas, A primeira vez que ouviu falar de remédio pra dormir, A primeira vez que eles a deixaram na mão, Chegando atrasada mas era armadilha e atrasada era fake news. “Mamãe”, chamei Desatento à sua dor. Ela se virou chorando e disse que estava pensando no tio Nelson, Então todos os entardeceres assim
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Pristinos Quietos Frios ou quentes dependendo do continente São os entardeceres da tristeza, Da mais pura tristeza, Tanta que te faz feliz, Admirado com tamanha perfeição.
21:03, 11/06