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Margarida Correia

Margarida Correia Lisboa, Portugal

Da dança

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Regresso à dança como quem regressa a si, na ventura de uma palavra que não se desenhou no horizonte, a sina a escorregar pelos dedos e onde o tempo toca no limiar de uma corrente que não quebra.

Ouvem-se os acordes e o corpo responde como se a pergunta estivesse sempre a pairar na mente, sem nunca a ter visto, ou lido sequer.

É quando os pés se enraízam no estrado do palco que me sei ser eu, sem mais véus. São as cores da roupa que envergo as cores dentro de mim, e os cheiros da música que, de tão longe, me fazem sentir perto daquele mundo que não alcanço, mas sei existir.

Regresso à dança na busca do interior de cada movimento, aquele momento que me faz ser ainda alguém, mesmo que efémero. Mesmo que nada.

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