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Amélia Luz

Amélia Luz Santo Antônio de Pádua/RJ

As Veias da Paulicéia

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Alma paulista explodindo alegria Em quatrocentos e cinquenta anos de vida! Pelas ruas de São Paulo passo silenciosa Questionando o tempo, inflamada de um orgulho diferente. Imagens que vejo emocionada contando o tudo do nada. O planalto, os jesuítas, a fundação, o povo juntando, formando a nação... Que belo rosto tens, oh! São Paulo, com traços de tantas raças Unidas num belo retrato, preso à parede da tua sala de visitas... Das pegadas firmes dos bandeirantes de outrora, A expansão, o desbravamento, a colonização. O formigueiro imigrante, o nordestino retirante, Buscando sobrevivência nos teus seios fartos... Tens a imagem do Brasil, multifacetada em detalhes: O café, os Barões, as ferrovias, a política café com leite O centralismo de Vargas, a Revolução, As batalhas armadas e a dura derrota sem perder a razão. A máquina, o aço, o vigor industrial a imigração. O ABECÊ, o trabalhismo, as lutas de classe! Exploro São Paulo com o meu olhar cívico. Comemoro a “Desvairada” ao lado de Macunaíma, Conjugando o verbo “intransitivo amar”. 1922 – Sobre a cômoda, um convite despertando um gigante Para sua verdadeira identidade cultural:

Semana da Arte Moderna – Teatro Municipal. São Paulo, sim, é São Paulo, do país, o farol cultural!

Pela Avenida Paulista passaram abraçados com Menotti, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade. Cecília Meireles segue após cochichando com Drummond E Graciliano Ramos com Clarice Lispector em prosa, em conflitos,

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Percebem que é nas situações banais que se vê com firmeza A importância da aventura de um passaporte para Pasárgada Antes apresentado pela vida amarga do Bandeira. Assim ao fazer arte começa-se uma nova viagem Por um caminho repleto de emoções e controvérsias. Abrir a alma para esta ousadia é um imperativo do tempo, Que a sensibilidade esteja sempre presente na tripulação Em retalhos de poesias “Estou farto de lirismo comedido.” “Parques do Anhangabaú nos fogaréus da aurora... Oh largueza dos meus itinerários” ... “Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo!” Concluo: “Não serei um poeta de um mundo caduco.” “Em Pasárgada tem tudo, é outra civilização.”

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