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Sem retorno

Sem retorno Feira de Santana/BA

Cláudia Gomes

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O dia amanheceu como todos os outros dias. Ora sol ora chuva. Pessoas saindo para o trabalho. Pássaros cantando, engaiolados. Na janela do sétimo andar do prédio mais antigo da Avenida Brasil, a moça observava a rotina lá embaixo. Chegada e partida de transeuntes. Mas a moça, na janela, ainda observava a mudança das horas nos movimentos que seus olhos viam. No entardecer, a moça que ainda continuava na janela, guardou a esperança do retorno do esposo que havia ido à padaria há dias. Houve partida. Não houve chegada. A sirene dos carros da polícia era a música que tocava em seu coração. Olhou as roupas masculinas espalhadas pelo chão e que não seriam mais lavadas. Lavou depois a camisa do time preferido dele com suas lágrimas. Pegou o jornal da semana passada. Viu a foto do esposo. A moça da janela perdeu-se em seu sofrimento. Desejou o fim de todas as balas, perdidas!

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