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Francisco Cleiton Limeira de Sousa
Francisco Cleiton Limeira de Sousa São Paulo/SP
Pobre Imaginação
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Eu não imaginava que passar dois meses sem você fosse impactar tanto na forma de encarar minha rotina. No início, em minha cabeça a gente era do mesmo tamanho, ainda que você não achasse, conforme você mesmo disse. Hoje eu me vejo cada vez menor, nesse curto período de tempo que mais parece um século. Concordo contigo que me empolguei por muita coisa, que até pode não ter sido em vão, mas vou ter que ser mais amigo do tempo e entendê-lo. É porque eu demorei a perceber que as intensidades são diferentes. E por receio é que eu passei a tentar controlar a minha. O receio acabou, porque nesse mesmo tempo, volto a entender que recomeçar pode ser duro, mas pode ser incrível e o passo que faltava para viver uma nova versão de nós mesmos. Posso tanto sentar num banco, ler um livro e esperar você chegar depois de uma vida e considerar que nada aconteceu. Mas também posso escrever um livro, deixar para que possa ser lido, se for de interesse, e voar para o mais longe e alto que se pode ir. Poderia chegar bem mais rápido à meta estabelecida por mim desde sempre, mas parei no meio do caminho e passei a pensar que posso chegar lá ainda que lentamente ao lado de outra pessoa. Às vezes eu sou muito egocêntrico, com intenção, porque as pessoas precisam saber que a gente chega lá, não importa se logo ou não. Mas a humildade e o silêncio lideram a minha personalidade. Quando abro a boca para opinar, parece que erro, não acrescento, sou inútil. Reavalio a minha postura e concluo ser melhor continuar no meu silêncio. É aí que paro de dizer e passo a fazer. Fazer é tão mais eficaz. Até eu que sou a favor da conversa, e ao tentar fazê-la por diversas vezes, compreendo que chutar o balde também pode ser uma opção. Escrevo aqui porque sei que é desgastante demais ler isso daqui, perca de tempo. Mas como é bom escrever, desenhar em letras os nossos pensamentos, fazer de
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qualquer papel e caneta nossos melhores ouvidos, e psicóloga, respectivamente. De quebra, treina-se a escrita. Pena que depois das pessoas conseguirem atingir certo alvo, passam a considerar que aquilo já não é o bastante, suficiente. Acredito que quando o tempo passar será possível perceber que entre lucro e valor, que até podem ser a mesma coisa para você, preferirá a primeira opção. E antes que eu vá, até pensei que as nossas vidas pudessem ser totalmente partilhadas, mas passo a entender que eu vivo a minha, você a sua, e quando é conveniente, a gente até une as duas, mas só até o necessário.
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