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Vadô Cabrera
Vadô Cabrera Jacareí/SP
O poeta é realmente um fngidor?
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Este título foi inspirado após a leitura do poema de Fernando Pessoa: “Autopsicografia”, aonde, já no primeiro parágrafo da primeira estrofe, o autor escreve os instigantes versos: “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, Que chega a fingir que é dor, A dor que deveras sente. ” A poesia veste-se de mil nuances e cada poeta cria suas obras inspiradas pelos momentos vividos. E os motivos podem ser: sentimental, na sua grande maioria; testemunhal, quando presencia emoções ou instantâneos, quando captados pelos olhos. Os poemas mais incisivos brotam inspirados pela dor silenciosa - às vezes secreta – que o poeta traz consigo. Aquela dor que não é revelada nem no divã e que ao passá-la para o papel, Fernando Pessoa induz o leitor ao sentimento de uma dor que, tanto pode ser real, como imaginária. Daí ele descrever a dor que deveras sente, com a dor que finge sentir. Assim, o poeta sintetiza as duas formas da dor numa só. Ou seja: O poeta é um autor com a personalidade de um ator.